CAPITAL INTELECTUAL – A NOVA RIQUEZA DAS NAÇÕES Introdução : Durante muitos anos o trabalho organizacional veio retirando o poder de participação do trabalhador na realização e no resultado do seu trabalho. No início havia a predominância da força nas relações de trabalho , num segundo momento , houve a hegemonia dos recursos tecnológicos , os maquinários . Hoje , com o barateamento da tecnologia , trazendo como conseqüência , um nivelamento cada vez maior entre os concorrentes, em termos de recursos tangíveis , mais e mais empresas estão percebendo que o fator que vem fazendo a diferença numa empresa e que tem feito com que ela obtenha liderança no mercado , é o capital intelectual , ou seja a qualidade da equipe que compõem o seu quadro de trabalho . O conhecimento é hoje o recurso econômico mais valioso para a competitividade das empresas e das nações .Se antes a terra , e depois o capital eram fatores decisivos na produção , hoje o fator decisivo é o homem , ou seja seu conhecimento . Qualidade , produtividade e competitividade são os três conceitos sinalizadores que passaram a constituir a trilogia do sucesso empresarial. Recentemente as empresas experimentaram expressivas transformações na gestão dos negócios em conseqüência de automação industrial e de escritórios , de modo que o uso da tecnologia de informação se transformou em passaporte para um mundo de mercado globalizado . Hoje gerenciar de maneira inteligente as informações obtidas e o conseqüente conhecimento gerado e incorporado pela empresa a partir dos seus processos de inovação passa a ser diferencial estratégico . Histórico : •
Era da Industrialização Clássica ( 1900 – 1950 )
O ambiente que envolvia as organizações nesta época eram extremamente conservadores e não ofereciam desafios . A preocupação básica era com a eficiência , e para alcançá-las eram necessárias medidas de padronização e simplificação . •
Era Da Industrialização Neoclássica ( 1950 – 1990 )
A visão sistêmica e multidisciplinar e o relativismo tomam conta da teoria administrativa. O velho modelo burocrático e funcional , centralizador e piramidal tornou-se rígido e vagaroso demais para acompanhar as mudanças do ambiente . A velha concepção de Relações Industriais foi substituída por uma maneira de administrar as pessoas e recebeu o nome de Administração de Recursos Humanos. A tecnologia passou por um incrível e interno desenvolvimento e começou a influenciar o comportamento das organizações e das pessoas que delas participavam .
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Era Da Informação : ( Início em 1990 )
É a era que estamos vivendo atualmente . Sua principal característica ,são as mudanças que se tornaram rápidas demais , imprevistas, turbulentas e inesperadas . Em uma época em que todos dispõem de informação em tempo real , são mais bem sucedidas as organizações capazes de tornar a informação e transformá-las em oportunidades de negócios . Os fatores tradicionais de produção , produzem retorno cada vez menores . É a vez do conhecimento do Capital Humano e do Capital Intelectual Nesta era do conhecimento, existe uma forma de capital mais valiosa que o capital financeiro, trata-se daquele que reside na cabeça das pessoas ou é proveniente do trabalho e da criação do intelecto. Hoje já se reconhece o grande valor do capital humano das empresas, que é representado por pessoas que fazem a diferença, que são criativas, inteligentes e inovadoras, por seu talento e nível de eficiência. Esse capital é pessoal, individual e intransferível. Numa sociedade onde a mudança cada vez mais veloz é a única certeza, onde se vive entre paradoxos (pensar a longo prazo, mas mostrando resultados imediatos; colaborar, mas também ser competitivo; conviver com o real cada vez mais virtual; estabelecer-se, mas mudando e inovando sempre; dividir para poder multiplicar) as empresas, segundo Ludwig, passam a valer mais pelo conhecimento que detêm ou comercializam do que pelo patrimônio físico. Conceituação: O Capital Intelectual é o somatório do capital humano (conhecimento intrínseco) com o capital estrutural (conhecimento sistematizado tais como: sistema de informação das empresas, cadastro de clientes, de fornecedores, bancos de dados, etc.). É a capacidade organizacional que uma empresa possui de suprir as exigências do mercado. Esse capital é o conhecimento existente em uma organização que pode ser usado para criar uma vantagem diferenciada. Segundo Stewart, o capital intelectual constitui a matéria intelectual, como o conhecimento, a informação, a propriedade intelectual e experiências que podem ser utilizadas para gerar riqueza. Quando a empresa identifica e adquire conhecimentos que estão lhe faltando e compartilham esses conhecimentos com os outros, aí sim o seu capital humano começa a crescer em competência e conhecimento. O conhecimento se divide em: Tácito – é produto de estudo, experiências, vivências de cada pessoa, é pessoal, específico, difícil de ser organizado e informado; Explícito – é codificado, transformado em informações para ser divulgados entre todos que compõem a rede, sistematizado e pertence a empresa.
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Não existe conhecimento organizacional, ele é sempre individual e deve ser organizado e ampliado entre todas as pessoas como forma de recurso assimilado pela empresa e redistribuído para gerar cada vez mais conhecimento. Classificação: As ferramentas de informação, somadas a sua capacidade de utilização, são os princípios ativos da empresa que quando bem administrados podem atrair e reter mais clientes, gerando cada vez mais lucros. O diferencial entre as empresas não são mais as máquinas utilizadas no processo produtivo, mas sim o somatório do conhecimento coletivo gerado e adquirido, as habilidades criativas e inventivas, os valores, atitudes e motivação das pessoas que as integram e o grau de satisfação dos clientes, são os chamados ativos intangíveis que pode ser considerado como sinônimo de Capital Intelectual. Por tudo isso, o capital intelectual está se tornando um conceito fundamental para as organizações que miram o futuro. O capital intelectual é composto dos seguintes ativos intangíveis: • Uma nova visão do homem, do trabalho e da empresa. • Estrutura plana, horizontalizada, enxuta, de poucos níveis hierárquicos. • Organização voltada para processos e não por funções especializadas e isoladas. • Necessidade de atender ao usuário – interno e externo – e, se possível, encantá-lo. • Sintonia com o ritmo e natureza das mudanças ambientais. • Visão voltada para o futuro e para o destino das empresas e das pessoas. • Necessidade de criar valor e de agregar valor as pessoas, empresa e aos clientes. • Criação de condições para uma administração participativa e baseada em equipes. • Agilidade, flexibilidade e dinamismo. • Compromisso com a qualidade e com excelência de serviços. • Busca da inovação e da criatividade. A partir desta nova maneira de pensar, está havendo dentro das organizações uma verdadeira migração dos ativos tangíveis e físicos para ativos intangíveis e abstratos. E nova perspectiva do capital intelectual ressalta que: • Para reter e desenvolver o conhecimento, as organizações precisam oferecer um quadro de trabalho desafiante que agregue continuamente novas experiências e novos conhecimentos as pessoas. • O conhecimento proporcionado pelos funcionários e incrementado pelas empresas constitui a riqueza mais importante das organizações. • As organizações precisam desenvolver estratégias claras de RH para poderem conquistar, reter e motivar seus talentos. Sobretudo, desenvolvê-los e aplicá-los adequadamente. • Os funcionários que detêm o conhecimento são os principais contribuintes para o sucesso da organização. O êxito da organização depende deles. • As organizações estão se transformando rapidamente em organizações de aprendizagem para poderem aplicar adequadamente o conhecimento, rentabilizá-lo e obter retornos.
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Para serem bem sucedidas na Era da Informação, as organizações estão adotando a perspectiva do conhecimento e investindo fortemente no conhecimento. É uma questão de sobrevivência e de competitividade. Na verdade, é o capital intelectual e não mais o capital financeiro quem determina o valor de mercado de uma organização.
Os ativos intangíveis foram classificados por Stewart em 1997: • Capital Humano: é a capacidade, habilidade, conhecimento, criatividade, e experiências individuais dos empregados e gerentes transformados em produtos e serviços que são o motivo pelo qual os clientes procuram a empresa e não o concorrente. • Capital Estrutural: pertence à empresa e é o caminho pelo qual e, ao longo do qual, o conhecimento trafega, ou seja, o arcabouço e a infra-estrutura que apoiam o capital humano. O capital estrutural inclui fatores como qualidade e o alcance dos sistemas informatizados, a imagem da empresa, os bancos de dados exatos, os conceitos organizacionais, as tecnologias, invenções, documentação, publicações e processos. O capital estrutural é, em última instância, o tipo de conhecimento prático empregado na criação contínua do valor. • Capital do Cliente: é o mais valioso de todos ativos intangíveis da organização. Refere-se aos relacionamentos contínuos com pessoas e organizações para as quais a empresa vende seus produtos e serviços. GESTÃO DO CONHECIMENTO “Gerenciar o capital intelectual é uma tarefa complexa, até porque estão inclusas neste conceito a gestão do conhecimento (parte do capital intelectual) e a gestão de informações (parte da gestão de conhecimento), exigindo, portanto, da função de administrá-lo, esforço multidisciplinar” (Ludwig, s.d.) O desafio da gestão baseada em conhecimento é também entender como a empresa funciona enquanto inteligência coletiva, para atingir plenamente os seus objetivos. A própria natureza intangível dos ativos do conhecimento dificulta a escolha de soluções e torna relativos os resultados já alcançados por algumas empresas. Conceituação : A gestão do conhecimento é o processo de criar valor pelo uso dos ativos intangíveis da empresa. É a transformação da informação em conhecimento e do conhecimento em lucros. A gestão da informação é o processo de identificar, compilar, organizar, auxiliar e disponibilizar o conhecimento gerado dentro de uma empresa da mesma forma que a informação gerada fora da empresa. A informação gera conhecimento quando algo de novo for criado e partir de suas possíveis interpretações.
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Capital Intelectual como instrumento de gestão O gerenciamento do capital intelectual é muito mais do que gerenciamento do conhecimento: é a alavancagem do capital humano e do capital estrutural em conjunto; trata-se de um efeito multiplicador entre ambos. O capital intelectual começou a ser focalizado, entre outras as coisas, pela necessidade de desenvolver um modelo de gestão em um serviço intensivo em informação e conhecimento. Ele é um instrumento mais eficaz para melhor gerenciar e desenvolver uma empresa. Também fornece indicadores que podem ser usados para comprar uma empresa ou qualquer outro negócio, ou seja, o capital intelectual é tão importante quanto o financeiro na obtenção de lucros realmente sustentáveis. Assim, cada vez mais as empresas passam a ter, em seu quadro de pessoal, não apenas especialistas técnicos, mas também especialistas em trabalhar a informação de maneira criativa. É nesse contexto que surgem, dentro das empresas, os novos agentes do conhecimento. Agentes do conhecimento Agentes Criativos – São os profissionais que utilizam a informação na solução de problemas, ou como insumo gerador de idéias que irão fundamentar novas tecnologias e conceitos que, por sua vez, irão proporcionar vantagem competitiva. São aqueles profissionais que trabalham na área de desenvolvimento e criação para os quais a informação necessária pode estar em catálogos comerciais, notícias, textos literários, imagens, artigos de revistas. 2. Agentes Interpretes – São os profissionais que interpretam o contexto de atuação da organização, utilizando a informação como ferramenta de prospecção e identificação de novos negócios, mercados e tecnologias. São os especialistas em análise e planejamento econômico, comercial ou tecnológico, cuja a missão é identificar ameaças e oportunidades, antecipando mudanças de cenários. 3. Agentes Intermediários – São os especialistas em intermediar o acesso a informação, cujo o processo se inicia com a identificação e interpretação das demandas de informação do negócio, seguida de identificação das fontes de informação, da seleção e pesquisa propriamente dita e por fim, da divulgação para os agentes do conhecimento existentes na empresa. 4. Agentes Gestores de Conhecimento – É uma nova categoria de profissionais cujo o papel é a administração do capital intelectual da empresa. 1.
Trabalho em equipe e lideranças A criatividade é fundamental para surpreender e conquistar os clientes, e para que isso aconteça, é preciso ter inovação para a realização de um trabalho espetacular que só se concretiza quando se adora o que faz. Liderança é pressuposto do perfil daqueles que possivelmente serão os novos agentes do conhecimento da empresa. O líder é aquele que abre caminhos para seus liderados. Para Ludwig para se desenvolver um trabalho em equipe é necessário ter uma postura relacional, ponto em que qualidade de desempenho individual é função de
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interação,comunicação e coordenação entre seus membros. A ênfase dada no trabalho em equipe passa a ser o conhecimento trabalhado, e não o trabalho do conhecimento.
Estratégias A formulação estratégica de qualquer negócio sempre é feita a partir das informações disponíveis, portanto nenhuma estratégia consegue ser melhor que a informação da qual é derivada.Gerenciar a inteligência competitiva é processo de monitorar o ambiente competitivo, e não apenas o ambiente mercadológico. O grande desafio está em desenvolver uma estratégia capaz de transformar o capital humano cada vez mais em capital estrutural, pois traz para a empresa uma maior segurança e menor volatilidade ao seu capital intelectual, assim não podemos esquecer que uma organização não possui o capital humano, por isso deve estar empenhada em manter seu trabalhador intelectual, porque é seu conjunto que forma o capital intelectual que a empresa possui. Para isso, é necessário que a empresa seja capaz de inovar e passar conhecimento para seus trabalhadores intelectuais e as formas de se passar conhecimento são através da: • Socialização – que se dá principalmente pela troca de experiências na prática diária; • Exteriorização – a partir do conhecimento adquirido ele é passado normalmente através de metáforas, hipóteses, etc. • Incorporação – é quando o conhecimento explícito se torna mais amplo, mas abrangente, a partir de sua sistematização; • Individualização – quando esse conhecimento explícito se transforma novamente em conhecimento tácito. Esse é o ciclo do conhecimento que cada vez vai se tornando maior e através disso, a empresa ganha cada vez mais. Existem comportamentos que a empresa pode assumir para facilitar esse processo inovador e de aquisição de conhecimento que são: • Integração / alinhamento – realizadas através de atividades inovadoras como o planejamento estratégico participativo. • Organização de data base – que facilita o processo de pesquisa e de novos conhecimentos; • Comunicação eficaz – acesso a todas as informações tanto no nível horizontal como no nível vertical; • Estímulo a autonomia – estimular a independência em projetos e pesquisas; • Reconhecimento e recompensa – maior resultados através de trabalhadores mais notáveis. Essa nova estratégia e conceitos inovadores significam para a empresa inteligente aplicação de recursos para a obtenção de maiores lucros e continuidade no mercado cada vez mais competitivo. Para adotar essa filosofia de trabalho mais flexível e diferenciada a empresa deve levar em conta:
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Educação contínua – comprometimento com a capacitação e formação de seus trabalhadores; • Delegação de decisão e de responsabilidade; • Reconhecimento – recompensa; • Adaptação à mudanças. Todas essas estratégias usadas pelas empresas são como forma de minimizar a rotatividade e motivar seu trabalhador intelectual a render cada vez mais lucros dentro da própria empresa. Valor do capital intelectual Qual o valor desse capital para o mercado? Como ele pode ser mensurado? A contabilidade não pode medir esse capital, pois cada vez que se aplica em formação ou capacitação esse recurso é contabilizado como despesa diminuindo assim o lucro da empresa e demonstrando que não é lucrativo investir em pessoal, porém já é de consenso que isso não é verdadeiro e que é necessário medir seu capital intelectual que geralmente representa a maior parte do valor real da empresa. As empresas tem como objetivo tornar o capital intelectual visível e duradouro, em complemento ao balanço tradicional, e de se servir dele como elo entre outras funções, tais como: o desenvolvimento de negócios, de recursos humanos, de tecnologias, etc.Quantificar esse valor intangível, que é a lacuna existente entre o balanço patrimonial de uma empresa e o seu valor de mercado, é um dos grandes desafios da atualidade, especialmente para as empresas que detêm um elevado conhecimento técnico. Em suma, este é o momento atual em que as empresas e as nações começam a se dar conta da importância de se administra o conhecimento produzido, visto que ele agrega valor ao negócio. Em conseqüência, passa-se a ter uma nova perspectiva da gestão da informação, onde não basta gerir informações, é necessário administrar as informações que geram conhecimento, além da própria administração do conhecimento criado. Ecologia da Informação Porque é tão difícil para as empresas mudarem? Porque antes as informações e os conhecimentos eram sua principal fonte de “poder” e hoje elas têm que desenvolver uma cultura na qual as pessoas “troquem” informações e conhecimentos. Para ocorrer esta troca é preciso desintoxicarmos da poluição informal, do consumo resignificador da informação. Surgi então um ramo do conhecimento chamado Ecologia da Informação, que estuda o meio onde a informação se origina, se prolifera, sofre transformação, de onde o conhecimento é gerado (aprendizado organizacional). Formando assim um processo cíclico de produção de novas informações. Esse tipo de comportamento brota somente em uma organização na qual as pessoas confiam em julgamentos mútuos e não hesitam em depender dos compromissos assumidos por terceiros. A confiança é mais facilmente construída pela transparência e abertura dos processos administrativos, que dão aos funcionários uma sensação de envolvimento e participação.
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A informação é a matéria prima do momento, a mais cara e importante, para todo tipo de empresa. Dentro deste panorama, a informação que circula e se disponibiliza só terá significação se vier agregada de “oportunidade, exatidão e relevância”, (Davenport, 1998, p.151). O objetivo principal da equipe de informação de uma empresa se torna a informação significativa, isto é, informação contextualizada, integrada a sua realidade. O ambiente informal a ser criado envolve, portanto, ampla troca, onde caberá acumular e ocultar informações. Sendo assim, ressaltamos a importância da preocupação incessante de integrar pessoas e o bom humor ao se gerenciar estas mesmas pessoas. As grandes organizações só serão bem sucedidas se perceberem que o fluxo de informações depende das pessoas e não dos equipamentos. Pois o conhecimento e a informação são criações humanas. Conclusão O fato é que não existe uma fórmula pronta, uma receita de bolo para nortear o processo de integração de uma empresa a entrar na era do conhecimento.Ainda existe muita coisa a ser experimentada e pesquisada nesta área, existe muito a aprender neste processo. Com tudo isso concluímos que, o mercado vive e sobrevive de idéias, cresce e se fortalece de pessoas que as transformam em projetos; e se torna competitivo com aquelas que transformam projetos em produtos e serviços de qualidade.
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DATA DA APRESENTAÇÃO : 26/11/02 EQUIPE : 1 – Aida 2 _ Aline 3 _ Cátia 4 _ Fátima 5_ Maria Helena 6_ Marisa
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