INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ESPÍRITO SANTO
ADSON AISLAN NOVAES BALBINO ALBERTO FREDERICO SALUME COSTA BRIAN EGÍDIO SILVA TEIXEIRA MAYKON BARTH OLIVEIRA DIAS NATAN TRANCOSO GONÇALVES RAFAEL GEGENHEIMER DE ALMEIDA TALLES SONEGHETI BORLOTI
PROJETO DE TERRAPLANAGEM PARA CONSTRUÇÃO DE UM DIQUE DE CONTENÇÃO DE CHEIAS NA CIDADE DE BOM JESUS DO NORTE (ES)
VITÓRIA DEZEMBRO, 2009.
ADSON AISLAN NOVAES BALBINO ALBERTO FREDERICO SALUME COSTA BRIAN EGÍDIO SILVA TEIXEIRA MAYKON BARTH OLIVEIRA DIAS NATAN TRANCOSO GONÇALVES RAFAEL GEGENHEIMER DE ALMEIDA TALLES SONEGHETI BORLOTI
PROJETO DE TERRAPLANAGEM PARA CONSTRUÇÃO DE UM DIQUE DE CONTENÇÃO DE CHEIAS NA CIDADE DE BOM JESUS DO NORTE (ES)
Trabalho de elaboração de projeto e orçamento para construção de um dique de contenção de cheias do Rio Itabapoana na cidade de Bom Jesus do Norte (ES), apresentado ao professor Fábio Márcio Bisi Zorzal, da disciplina de Terraplanagem do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo – IFES, para obtenção de pontos para aprovação no sexto semestre do Curso Técnico de Infra-Estrutura de Vias de Transportes e Estradas.
VITÓRIA DEZEMBRO, 2009.
SUMÁRIO SUMÁRIO ........................................................................................................... I LISTA DE FIGURAS ......................................................................................... III 1.0 - APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA ......................................................... 1 2.0 - SOLUÇÕES PARA CONTENÇÃO DE CHEIAS ....................................... 3 3.0 - DIQUE DE TERRA COM RECOBRIMENTO DE ENROCAMENTO.......... 7 4.0 - TRAÇADO GEOMÉTRICO........................................................................ 8 4.1 - GEOMETRIA BASE DA SEÇÃO TRANSVERSAL ................................................ 8 4.2 - EIXO DO DIQUE E ESTAQUEAMENTO ............................................................. 9 4.3 - SEÇÃO TRANSVERSAL TÍPICA ................................................................... 11 5.0 - DEMARCAÇÃO DAS FRENTES DE SERVIÇO...................................... 13 6.0 - JAZIDAS E ZONAS DE BOTA-FORA..................................................... 14 6.1 – JAZIDAS DE SOLO ................................................................................... 14 6.1.1 – Plano de escavação das jazidas de solo ................................... 15 6.2 – JAZIDAS DE PEDRAS................................................................................ 16 6.2.1 – Plano de escavação da jazida de pedras................................... 16 6.3 – ZONAS DE BOTA-FORA ............................................................................ 16 7.0 - ESPECIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS........................................................ 17 7.1 - EXPLORAÇÃO DE JAZIDAS DE SOLOS ......................................................... 17 7.1.1 – Limpeza da camada vegetal em jazida....................................... 18 7.1.2 – Escavação, carga e transporte de material ............................... 18 7.1.3 – Expurgo de jazida ........................................................................ 19 7.1.4 – Indenização de jazida .................................................................. 20 7.2 - EXPLORAÇÃO DE JAZIDA DE PEDRAS ......................................................... 20 7.2.1 – Escavação, carga e transporte de material da jazida ............... 20 7.2.2 – Indenização de jazida .................................................................. 21 7.3 - LIMPEZA E DESMATAMENTO DA FRENTE DE SERVIÇO .................................. 21 7.4 – DEPOSIÇÃO DE MATERIAL NO BOTA-FORA ................................................. 21 7.4.1 – Transporte e descarga de material inservível ........................... 22 7.4.2 – Compactação de bota-fora.......................................................... 22
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7.5 – EXECUÇÃO DO ATERRO ........................................................................... 22 7.5.1 – Compactação do aterro............................................................... 23 7.6 – EXECUÇÃO DO ENROCAMENTO................................................................. 24 8.0 – ESPECIFICAÇÃO DA DISTÂNCIA MÉDIA DE TRANSPORTE ............ 26 9.0 – PLANILHA ORÇAMENTÁRIA................................................................ 27 10.0 – CRONOGRAMA FÍSICO....................................................................... 30 11.0 - ANEXOS ................................................................................................ 36 REFERÊNCIAS................................................................................................ 47
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LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – LOCALIZAÇÃO DA CIDADE DE BOM JESUS DO NORTE (MARCADOR “A”), RETIRADA DO SOFTWARE GOOGLE EARTH. ....................................................... 1
FIGURA 2 - EFEITO DA CHUVA NA CABECEIRA DO RIO ITABAPOANA SOBRE A CIDADE DE BOM JESUS DO NORTE (ES). FONTE: GAZETA ONLINE. ..................................... 2 FIGURA 3 - SEÇÃO BASE DO TRAÇADO GEOMÉTRICO ................................................ 9 FIGURA 4 - EIXO DO DIQUE AFASTADO 10,5 METROS DA MARGEM DO RIO................... 9 FIGURA 5 - DETALHE DA DISTÂNCIA DO EIXO À MARGEM.......................................... 10 FIGURA 6 - SEÇÃO TRANSVERSAL DA ESTACA INICIAL ............................................. 11 FIGURA 7 - DEMARCAÇÃO DAS FRENTES DE SERVIÇO ............................................. 13 FIGURA 8 - MAPEAMENTO DAS JAZIDAS E ZONAS DE BOTA-FORA ............................. 14
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1.0 - Apresentação do problema O município de Bom Jesus do Norte está localizado no extremo sul do Espírito Santo e sofre com seguidas enchentes, causadas pelas cheias no Rio Itabapoana, que divide os Estados do Espírito Santo e do Rio de Janeiro. Essas cheias são agravadas pela sinuosidade do Rio, que possui baixa declividade. Com uma área territorial de apenas 89 km², Bom Jesus do Norte possui 9318 habitantes segundo a contagem da população realizada em 2007, pelo IBGE. É limítrofe com as cidades de São José do Calçado e Apiacá, no Espírito Santo; e Bom Jesus do Itabapoana, no Rio de Janeiro (está também sofre com as enchentes pelos mesmos motivos que Bom Jesus do Norte).
Figura 1 – Localização da cidade de Bom Jesus do Norte (marcador “A”), retirada do software Google Earth.
A partir de levantamento topográfico e da visita in loco constatou-se que o Rio, durante a última cheia ocorrida no início do ano de 2009, atingiu a cota 51 metros, sendo que a cota de sua margem na cidade é de 50 metros, ou seja, a área da cidade que tem cota menor que 51 metros sofreu as conseqüências das cheias provocadas por chuvas intensas, principalmente na cabeceira do Rio, em Caparaó, Minas Gerais.
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Tal situação fica evidenciada com as notícias veiculadas na imprensa capixaba, até mesmo na imprensa nacional, no início deste ano. Segundo o site G11, o nível do Rio Itabapoana subiu mais de quatro metros que o normal, afetando várias cidades, entre elas, Bom Jesus do Norte e Apiacá (ES). O site Gazeta Online informa que dentro da cidade de Bom Jesus do Norte a água atingiu meio metro de altura. A água teria vindo da cabeceira do rio, no Alto do Caparaó, segundo a Defesa Civil2. Para moradores, foi a maior enchente dos últimos 30 anos: 90% da população foi afetada e a entrada e saída para outros municípios foi impedida pela água3. Foi declarada situação de calamidade pública4:
Figura 2 - Efeito da chuva na cabeceira do rio Itabapoana sobre a cidade de Bom Jesus do Norte (ES). Fonte: Gazeta Online.
Essa situação se repete todo ano, agravando os problemas de saúde pública e as condições sócio-econômicas dos moradores, que pressionam as Prefeituras a tomar medidas mitigatórias.
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http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL944692-5606,00ENCHENTES+VOLTAM+A+CASTIGAR+O+NORTE+E+NOROESTE+FLUMINENSE.html
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http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2009/04/73494rio+itabapoana+sobe+e+comeca+alagar+bom+jesus+do+norte.html 3 http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2009/01/484022bom+jesus+do+norte+vive+pior+enchente+dos+ultimos+30+anos.html 4 http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/01/12/espirito-santo-confirma-cinco-mortes-porleptospirose-apos-as-chuvas-655822222.asp
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2.0 - Soluções para contenção de cheias A finalidade deste trabalho é apresentar soluções para o problema de cheias na cidade de Bom Jesus do Norte. Existem dois tipos de soluções para conter cheias, que são elas: estruturais e não-estruturais. Dentre as formas estruturais, salientam-se diques e estruturas de contenção (barragens), reservatórios, dragagem do fundo do rio, alargamento e aprofundamento da seção transversal, canalização do rio e retificação do leito. Já entre as soluções não-estruturais, pode-se ressaltar a implantação de sistemas de alerta e prevenção de cheias e a demarcação de áreas da cidade que podem sofrer com alagamentos. O problema das cheias na cidade é histórico, datado desde sua fundação. Todo ano, a população sofre com os problemas decorrentes das inundações. As soluções não-estruturais apresentadas, que consistem num sistema que emitiria alertas às autoridades de defesa civil conforme o Rio se elevasse de nível e na demarcação de áreas com potencial de inundação, são de menor custo, entretanto não são as mais eficientes, tendo em vista a dificuldade em evacuar a maior parte da população e o tempo que isso levaria, também pelo fato de que as cheias duram vários dias, já que o período de dezembro pra janeiro é o período de chuvas mais intensas na região, conforme mostram os dados hidrológicos já levantados semestre passado em Hidrologia. Então geraria uma dificuldade ainda maior quanto ao local para onde essas pessoas seriam levadas, o custo e a dificuldade de logística que isso acarretaria. Considera-se mais eficiente utilizar de soluções estruturais, pois seu elevado custo em relação a um sistema de alerta, por exemplo, é compensado pela sua eficácia e pelo seu potencial paisagístico e humanístico, que irá dotar a cidade de uma nova personalidade e auto-estima, representando um marco no desenvolvimento da mesma e do Sul do Estado. Salienta-se que qualquer intervenção estrutural nas margens do Rio Itabapoana afetaria as outras cidades que o margeiam, porém, para fins didáticos da disciplina de Terraplanagem, o presente trabalho ater-se-á somente a cidade de Bom Jesus do Norte (ES) e às intervenções que utilizem
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o máximo possível dos conteúdos da disciplina. Também por esse motivo, define-se como solução para contenção das cheias na cidade, a construção de uma barragem na margem do Rio, que se denomina dique de contenção de cheias. Conforme o Professor M. Marangon (Unidade 5, Tópicos em Geotecnia e Obras de Terra, UFJF, 2004), existem os seguintes tipos de barragem: 1) Concreto em Gravidade; 2) Concreto em Arco; 3) Terra; 4) Enrocamento. O tipo de barragem a ser escolhido num projeto de contenção de cheias ou de implantação de barragem de usina hidrelétrica, por exemplo, deverá seguir alguns critérios e estudos para posterior definição do tipo adequado. Tais critérios são: 1) Segurança da obra, que envolve as características do próprio local como condições geológicas e espaciais, configuração do vale, dimensões da obra e nível de urbanização na margem do rio; 2) Custo da obra, que é função do preço, disponibilidade do material construtivo, deslocamento de máquinas e mobilização da obra. Entre os estudos necessários para definição do tipo de barragem do projeto que envolvem os critérios acima, destacam-se: 1) Topografia (seção transversal e perfil longitudinal do rio, área a ser inundada e área de locação da barragem); 2) Hidrologia (vazão de curso nas alternativas propostas); 3) Geologia e condições para fundação (tipos de rochas e solos existentes na região e estudo dos materiais de construção e de sua disponibilidade).
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Com as informações geradas pelos estudos acima especificados, iniciase a escolha do tipo de barragem mais adequado e de suas dimensões. Depois o custo do empreendimento será mensurado e a partir dele toma-se a decisão final. Como o presente trabalho é da disciplina de terraplanagem e há uma restrição de tempo e pessoal, não se atem a todos os estudos necessários para a definição do tipo de barragem. Entretanto, tecem-se as seguintes considerações sobre cada tipo em relação ao problema em questão. As barragens em concreto em gravidade e em arco, de modo geral, são mais resistentes e apresentam menor custo de manutenção, entretanto sua altura é limitada pela resistência das fundações. Conforme informação prévia dos estudos existentes e disponibilizados pela Prefeitura, o solo da margem do Rio é bastante compressível, composto por argilas e areias argilosas e água percolada, numa faixa de cerca de dois metros de profundidade.
Tais
condições geológicas afetariam a fundação de um dique em concreto, tornando-o mais caro e mais difícil de executar. Já as barragens de terra são a forma mais elementar na Engenharia. Há barragens desse tipo datadas de 504 A.C., no Ceilão, visando armazenamento de água para irrigação. Elas se prestam para qualquer tipo de fundação, desde rocha compacta até solos constituídos de materiais moles e não-consolidados. Elas se dividem em homogêneo e zonado: a)
Homogêneo: composto de uma única espécie de material, excluindo-se a proteção do talude. O material precisa ser impermeável, para formar uma barreira adequada contra a água;
b)
Zonado: é o tipo representado por uma zona central impermeável, envolvida por camadas de materiais mais impermeáveis, como areia, cascalho e fragmentos de rocha.
As barragens de enrocamento são aquelas em se utilizam blocos de rocha de tamanho variável e uma membrana impermeável na face exposta à água. A rocha que preenche a maior parte da barragem precisa ser inalterada
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pelas ações do tempo, ou seja, não degradáveis. A retirada, transporte e deposição dessas rochas não degradáveis apresentam um custo que só se justifica em áreas onde o custo do concreto é maior ou onde ocorresse escassez de materiais terrosos ou excesso de rochas duras. Diante da análise acima, parte-se para definição final do tipo a ser utilizado nesse trabalho. Cabe ressaltar que há certa carência de estudos e do orçamento, o que atrapalharia a escolha final. Porém, por fins didáticos, limitam-se as justificativas para isso. Inicialmente, descartam-se as barragens do tipo de concreto, sejam elas em arco ou de gravidade, pois contem pouca movimentação de terra e também por se tratar de margem de rio, que apresenta solo mole e compressível, o que torna essa solução cara e difícil de executar. Como as barragens de terra podem ser feitas, de forma geral, em qualquer tipo de fundação, elas se apresentam como o melhor tipo para esse trabalho. E para proteção do talude exposto à ação da água, define-se como solução recobri-la com uma camada de enrocamento. Portanto, a solução para a contenção de cheias na cidade é um dique de terra com enrocamento recobrindo o talude exposto à água.
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3.0 - Dique de terra com recobrimento de enrocamento A partir de levantamento topográfico e da visita in loco constatou-se que o Rio, durante a última cheia ocorrida no início do ano de 2009, atingiu a cota 51 metros, sendo que a cota de sua margem na cidade é de 46 metros, em média, ou seja, a área da cidade que tem cota menor que 51 metros sofreu as conseqüências das cheias provocadas por chuvas intensas, principalmente na cabeceira do Rio, em Caparaó, Minas Gerais. O dique proposto é caracterizado por um trapézio com 3 metros na base menor (superior) e sua altura varia conforme a cota da base, pois ela é função da diferença entre a cota de enchente máxima (51 metros) e a cota da base naquela seção. O recobrimento do talude com enrocamento não faz parte das dimensões do trapézio especificadas acima. A faixa de pedras tem espessura de 1 metro e localiza-se na lateral do trapézio exposta ás águas do Rio. O escoramento dessas pedras se dará pelo leito submarino do próprio Rio, que não foi considerado nesse trabalho devido à indisponibilidade de dados suficientes de topografia e geotecnia do local. Realizou-se um traçado geométrico, com a ajuda do software AutoCAD 2009, que representa o percurso do dique pela margem esquerda do Rio, que se defronta à Bom Jesus do Norte.
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4.0 - Traçado Geométrico Após elaboração de traçado provisório para o dique, que foi apresentado na versão preliminar do presente trabalho, partiu-se para uma análise minuciosa das soluções técnicas propostas. Desse modo, a equipe de trabalho optou por refazer o traçado inicial, agora considerando os elementos de geometria, como o contorno das curvas do rio com seus pontos notáveis, e novas condicionantes do projeto, detalhadas a seguir.
4.1 - Geometria base da seção transversal Inicialmente, calculou-se a distância média da margem do rio até o eixo do dique. Para tanto, definiu-se a proporção do aterro em 3/2 (leia-se 3 metros na horizontal para 2 metros na vertical). Também se estimou uma altura média do corpo de terra em 6 metros, já que, como citado anteriormente, a margem do rio tem cerca de 45 metros e a cota de inundação na cidade foi de 51 metros, portanto, subtraindo 51 e 45, obtém-se 6 metros de altura do dique. Em síntese, os dados da seção base até agora são os seguintes: •
Altura = H = 51 – 45 = 6 metros
•
Proporção = 3/2
•
Base menor = 2L = 3 metros
Para se obter a saia do aterro e, assim, a base maior, fez-se uma regra de três simples relacionando a altura do dique e a proporção do aterro: a altura (H) está para 2 (proporção do aterro na vertical), assim como Y está para 3 (proporção do aterro na horizontal). Isso feito, a largura da saia do aterro é de 9 metros. Desse modo, a base maior é igual à soma das saias (2Y) com a base menor (2L). Efetua-se o cálculo e obtém-se o valor da base maior como 21 metros.
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Abaixo, representação da seção base:
Figura 3 - Seção base do traçado geométrico
Para se saber a distância da margem do rio até o eixo do dique, basta somar a saia do aterro (Y = 9 metros) com metade da base menor (L = 3/2 = 1,5), obtendo 10,5 metros, já que o dique se inicia a partir da margem do rio.
4.2 - Eixo do dique e estaqueamento Com a distância da margem ao eixo do dique definida, partiu-se para o traçado propriamente dito do eixo, que se inicia do ponto mais alto, ao norte, até o mais baixo, ao sul. Em seu início, a cota da margem é 46,165 metros e no seu fim é de 45,419 metros. A seguir, ilustração do eixo do rio, localizado à 10,5 metros da margem:
Figura 4 - Eixo do dique afastado 10,5 metros da margem do rio.
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Estaca inicial do dique
Margem do Rio
Estacas 1 a 4
Distância do eixo do dique à margem de 10,5 metros
Figura 5 - Detalhe da distância do eixo à margem
A distância do eixo à margem pode variar de 10,5 metros em alguns pontos, tendo em vista a conveniência geométrica para projeto. O comprimento do dique de contenção de cheias é de 3281,83 metros, equivalendo a 164 + 1,83 estacas. A Estaca Inicial (Ei = 0) localiza-se ao norte e segue até a Estaca Final (Ef = 164+1,83).
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4.3 - Seção Transversal Típica Após estaqueamento do eixo do dique, segue para a elaboração das seções transversais da estrutura. Como a cota da margem do Rio é de 45 metros em média, utilizar-se-á de uma única seção tipo para todo o dique. Abaixo, seção transversal típica.
Figura 6 - Seção transversal da estaca inicial
Na seção transversal típica, a cota da margem do rio é de aproximadamente 45 metros. A altura do dique é resultado da subtração entre a cota máxima de enchente (51 metros) e a cota da margem (45 metros), que é 6 metros. A profundidade média do Rio foi considerada igual a 2 metros, para facilitar os cálculos do enroncamento, cuja camada tem um metro de espessura, quando dentro da água passa a ocupar um espaço maior, tendo em vista que as pedras precisam de uma base para serem estabilizadas e esta será o leito do Rio. A área do trapézio de aterro de terra da seção é de 72 m². A área da faixa de enrocamento é 10,42 m². Multiplicando a área pelo comprimento da estaca, que é 20 metros, obtém-se o volume de 1440,00 m³ de solo e 208,40 m³ de pedras não-degradáveis para enrocamento. Já os volumes para todo o comprimento do dique são obtidos multiplicando-o pela área do trapézio e da faixa de pedras. Ou seja, o volume total de solo do
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dique é igual a 72 m² X 3281,83 m, que é 236.291,76 m³, e o volume da faixa de enrocamento é de 10,42 m² X 3281,83 m, que é 34.196,67 m³.
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5.0 - Demarcação das frentes de serviço O acesso à cidade de Bom Jesus do Norte se dá pela BR 101 Sul, seguindo até o município de Apiacá, onde se pega a rodovia ES 297 que liga Apiacá à Bom Jesus do Norte. A execução da obra será dividida em duas frentes, uma na porção oeste da região e a outra na leste, como mostra a figura abaixo.
Figura 7 - Demarcação das frentes de serviço
Todos os serviços serão iniciados na primeira frente e seguirão até a segunda.
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6.0 - Jazidas e Zonas de Bota-Fora As jazidas, que são as fontes de material construtivo, e as zonas de bota-fora, locais de deposição de material inservível, foram levantadas a partir de visualização no software Google Earth, sendo detalhadas a seguir.
Figura 8 - Mapeamento das jazidas e zonas de bota-fora
6.1 – Jazidas de solo As jazidas de solo compreendem as fontes de material de 1ª categoria, que tem diâmetro máximo de 15 centímetros e não apresentam resistência considerável ao desmonte, sendo do tipo residual ou sedimentar. Optou-se por padronizar o material como de primeira categoria tendo em vista a escassez de informações e estudos geotécnicos adequados. Aduz que os materiais de 1ª categoria podem ser arenosos ou argilosos. Para realização de terraplanagem necessita-se de solo que atenda as especificações técnicas determinadas pelo DNIT. Pelos motivos expostos no início do presente item, considera-se que uma mistura de materiais arenosos com argilas, que são ligantes, atenderia as
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condições estabelecidas pelo DNIT ou, ainda, os materiais arenosos ou argilosos encontrados na região também atenderiam individualmente a essas condições. Enfim, as limitações didáticas impeliram que o material a ser empregado fosse denominado solo, podendo ser uma mistura de materiais ou não. Desse modo, foram mapeadas duas jazidas de solo. A primeira jazida localiza-se a oeste, a uma distância média de 1000 metros da “frente de serviço 1”, que é onde os serviços são iniciados. A segunda jazida, mais ao norte, está a 1820 metros da primeira frente.
6.1.1 – Plano de escavação das jazidas de solo A escavação da jazida consiste nos seguintes serviços: limpeza da camada vegetal, escavação (corte) e carga do volume necessário e expurgo do material, com posterior urbanização da mesma. Os proprietários das terras onde essas jazidas estão localizadas serão indenizados no valor de R$ 1,04 por m³, conforme padrão do DNIT. Como exposto, o volume de solo necessário é de 236.291,76 m³. Antes, porém, cabe explicar o fenômeno do empolamento. Quando um solo é removido de seu estado natural para o estado solto, ou seja, ao ser retirado da jazida e transportado, ele adquire um aumento do volume, causado pelo aumento do índice de vazios do mesmo (água e gases). O empolamento é calculado através de ensaio de laboratório, mas devido às limitações da disciplina, adota-se um fator de empolamento igual a 25 %. Desse modo, para saber o volume solto, ou seja, o volume que o solo escavado da jazida adquire após sua retirada da mesma, basta multiplicar o volume a ser escavado (236.291,76 m³) por 1,25 (fator de empolamento), obtendo-se 295.364,70 m³. Em resumo, o volume de solo a ser escavado é igual a 236.291,76 m³ e o volume a ser transportado é 295.364,70 m³.
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A jazida de solo nº 1 fornecerá 20% do volume necessário, que é 47.258,42 m³ de volume escavado e 59.072,94 m³ de volume de transporte. Já a segunda jazida fornece o restante, que é 189.033,40 m³ de volume escavado e 236.291,75 m³ de volume a ser transportado. 6.2 – Jazidas de pedras A escavação da jazida consiste nos seguintes serviços: escavação (corte) e carga do volume necessário. Os proprietários das terras onde essas jazidas estão localizadas serão indenizados no valor de R$ 1,04 por m³, conforme padrão do DNIT. A jazida de pedras está a 2500 metros da frente de serviço. 6.2.1 – Plano de escavação da jazida de pedras O volume de pedras necessário é de 34.196,67 m³ e será retirado da jazida e transportado até a frente de serviço. O recobrimento de pedra será feito após conclusão do aterro.
6.3 – Zonas de bota-fora As zonas de bota-fora são locais de deposição de materiais inservíveis retirados durante a obra. Foram mapeados duas zonas, sendo que a primeira está a 824 metros da frente de serviço e a segunda está a 610 metros. O bota-fora deverá receber o volume de material proveniente da limepza do terreno natural, onde será alocado o corpo de aterro. Tal volume será mostrado nas próximas páginas. Optou-se por utilizar somente uma zona de bota-fora, a segunda, que é a mais próxima, sendo que a outra ficará disponível para eventual necessidade.
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7.0 - Especificação dos Serviços No presente capítulo são levantados, especificados e quantificados os serviços de terraplanagem para construção do dique, tendo como referência as normas e as especificações de serviço padronizadas pelo DNIT. Os serviços são divididos em: 1. Exploração de jazidas de solos; 2. Exploração de jazida de pedras; 3. Limpeza e desmatamento da frente de serviço; 4. Deposição de material no bota-fora; 5. Execução do aterro (transporte de material e compactação); 6. Execução do enrocamento. A seguir são detalhados todos os itens levantados acima, conforme especificação de serviço do DNIT, contidas no Sistema de Custos Rodoviários 2 (SICRO 2), referente ao Estado do Rio de Janeiro, data base de julho de 2009. Para cálculo do tempo de execução de serviços, consideram-se oito horas de serviço diárias, durante 20 dias úteis no mês, obtendo-se 160 horas de serviço por mês. 7.1 - Exploração de jazidas de solos Este item trata dos serviços de limpeza da camada vegetal da jazida, escavação do volume necessário, carga e transporte do material até a frente de serviço. Inicialmente, faz-se a limpeza da camada vegetal das jazidas de solo, alocando numa região da mesma o material retirado. Após isso, faz-se a escavação do volume necessário, carga e transporte até a frente de serviço. Depois de escavado todo o volume necessário, recoloca-se o material de limpeza na jazida (expurgo), concluindo assim a exploração das jazidas. Os
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proprietários das terras onde as jazidas se localizam receberão R$ 1,04 por m³ escavado. 7.1.1 – Limpeza da camada vegetal em jazida O serviço em questão é detalhado pelo item A 01 100 01 do SICRO 2 e é composto pelo equipamento trator de esteiras com lâmina (108kW) e mãode-obra composta por encarregado de turma e dois serventes. Conforme item em anexo, a produção da equipe é de 571 m² por hora e o custo unitário do m² é de R$ 0,39. As áreas de limpeza das jazidas são 15.720,00 m² e 63.011,00 m², totalizando 78.731,00 m². Portanto, o serviço de limpeza demandará 18 dias úteis. Para adiantar o serviço, utilizar-se-á de duas equipes, totalizando 9 dias úteis de duração total do serviço. O custo total é de R$ 30.705,09 (78731 m² X R$ 0,39). O serviço gerará um volume de 15.746,20 m³ de material a ser expurgado. 7.1.2 – Escavação, carga e transporte de material O serviço de escavação, carga e transporte consiste em escavar solo da jazida e carregá-lo em um caminhão que o levará até a frente de serviço. 7.1.2.1 – Escavação, carga e transporte de material da Jazida 1 A jazida 1 está a 1,00 km da frente de serviço, ou seja, DMT igual a 1000 metros, e é responsável por 47.258,42 m³. Desse modo, esse serviço se enquadra no item S 01 100 13 do SICRO 2 e tem uma produção de equipe de 214,00 m³ por hora. O custo unitário do m³ é R$ 7,59. Isso posto, o tempo de execução do serviço é de 221 horas ou 28 dias úteis para uma equipe, que possui os seguintes equipamentos e mão-de-obra: •
Equipamentos: um trator de esteiras com lâmina (228 kW), um motorscraper (272 kW), uma motoniveladora (105 kW) e cinco caminhões basculante de 20 toneladas;
•
Mão-de-obra: um encarregado de turma e três serventes.
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O custo total do serviço é obtido através da multiplicação entre 47.258,42 m³ e R$ 7,59, que é R$ 358.691,41.
7.1.2.2 – Escavação, carga e transporte de material da Jazida 2 A jazida 2 está a 1,82 km da frente de serviço, ou seja, DMT igual a 1820 metros, e é responsável por 189.033,40 m³. Desse modo, esse serviço se enquadra no item S 01 100 18 do SICRO 2 e tem uma produção de equipe de 214,00 m³ por hora. O custo unitário do m³ é R$ 9,16. Isso posto, o tempo de execução do serviço é de 884 horas ou 111 dias úteis para uma equipe, que possui os seguintes equipamentos e mão-de-obra: •
Equipamentos: um trator de esteiras com lâmina (228 kW), uma carregadeira de pneus, uma motoniveladora (105 kW) e seis caminhões basculante de 20 toneladas;
•
Mão-de-obra: um encarregado de turma e três serventes.
Para otimizar a execução da obra, utilizar-se-á de quatro equipes para este serviço, com prazo de execução passando a ser de 28 dias úteis, ocorrendo simultaneamente com a escavação da outra jazida. O custo total do serviço é obtido através da multiplicação entre 189.033,40 m³ e R$ 9,16, que é R$ 1.731.545,94.
7.1.3 – Expurgo de jazida O serviço de limpeza gerou um volume de 15.746,20 m³ a ser expurgado. A equipe de expurgo da jazida tem produção de 106 m³ por hora, custo de R$ 2,03 por m³ e é formada por um trator de esteiras com lâmina, encarregado de turma e dois serventes. Desse modo, o tempo de execução do serviço é de 149 horas ou 19 dias úteis e terá um custo de R$ 31.964,79.
19
7.1.4 – Indenização de jazida O valor da indenização da jazida, ou seja, valor pago ao proprietário da mesma, é de R$ 1,04 por m³ escavado. Desse modo, a indenização para as jazidas 1 e 2 é de R$ 49.148,76 e R$ 196.594,74, respectivamente.
7.2 - Exploração de jazida de pedras Este item trata dos serviços de escavação do volume de pedras necessário, carga e transporte do material até a frente de serviço. Como as pedras são materiais de 3ª categoria, utilizar-se-ão de equipamento próprio para escavação das mesmas. Os proprietários das terras onde as jazidas se localizam receberão R$ 1,04 por m³ escavado.
7.2.1 – Escavação, carga e transporte de material da jazida A jazida de pedra está a 2,50 km da frente de serviço, ou seja, DMT igual a 2500 metros, e é responsável por 34.196,67 m³. Desse modo, esse serviço se enquadra no item S 01 102 07 do SICRO 2 e tem uma produção de equipe de 36,00 m³ por hora. O custo unitário do m³ é R$ 26,75. Isso posto, o tempo de execução do serviço é de 950 horas ou 119 dias úteis para uma equipe, que possui os seguintes equipamentos e mão-de-obra: •
Equipamentos: uma carregadeira de pneus, um compressor de ar, uma perfuratriz manual, uma perfuratriz sobre esteiras e dois caminhões basculante para rocha de 18 toneladas;
•
Mão-de-obra: um encarregado de turma, um blaster e um servente, além de diversos materiais.
Para agilizar o serviço, adotam-se três equipes. Desse modo, o tempo de execução passa a ser 317 horas ou 40 dias. O custo total do serviço é obtido através da multiplicação entre 34.196,67 m³. e R$ 26,75, que é R$ 914.760,92.
20
7.2.2 – Indenização de jazida O valor da indenização da jazida, ou seja, valor pago ao proprietário da mesma, é de R$ 1,04 por m³ escavado. Desse modo, a indenização para a jazida de pedra é de R$ 35.564,54. 7.3 - Limpeza e desmatamento da frente de serviço O item em questão, que é normalizado pela Especificação de Serviço nº 104-2009/ES do DNIT, abrange os serviços iniciais necessários para abertura da frente de serviço e preparação do terreno para receber o material de aterro. Na margem do rio, a vegetação típica é de pequeno porte com quantidade média, sendo considerada, portanto, desmatamento leve. A execução do serviço de desmatamento inclui a retirada de plantas, raízes e solo altamente orgânico, numa espessura de 20 centímetros. Recorre-se à Figura 3, de onde se obtém a largura base do dique, que é de 22 metros. Em síntese, a faixa de limpeza compreende a margem do rio mais 22 metros avançando até a cidade, numa espessura de 0,20 metros. Isso posto, o volume de material inservível, retirado pelo serviço de limpeza, é obtido pela multiplicação entre a largura da faixa de limpeza (22 metros), o comprimento do dique (3.281,83 metros) e a espessura (0,20 metros), totalizando 14.440,05 m³. A área da faixa de limpeza é de 72.200,26 m². O material retirado neste serviço deve ser depositado no Bota-Fora 2. O serviço em epígrafe é detalhado pelo item S 01 000 00 do SICRO 2, cuja equipe é composta por um trator de esteiras com lâmina (228 kW), encarregado de turma e dois serventes. O preço unitário do item é de R$ 0,30 por
m2
e
a
produção
da
equipe
é
de
1444,00
m²
por
hora.
A área total de limpeza é de 72.200,26 m², portanto, o tempo de execução é de 50 horas ou 7 dias úteis. O valor total do serviço é R$ 21.660,08. 7.4 – Deposição de material no bota-fora O item em questão trata da descarga e espalhamento do material proveniente da limpeza e desmatamento da frente de serviço, num volume de
21
14.440,05 m³, na zona de bota-fora nº 2. Após isso, deverá ser feita a compactação da região e posterior recomposição da cobertura vegetal. 7.4.1 – Transporte e descarga de material inservível O material inservível gerado deve ser transportado até o bota-fora. Para tanto, utiliza-se de caminhão basculante com capacidade de 10 m³ de carga, detalhado no item A 00 001 05 do SICRO 2. A produção é de 197 tkm por hora e tem custo unitário de R$ 0,55 por tkm. Um tkm significa transportar uma tonelada de material em um quilômetro de rodovia. Portanto, para transportar 14.440,05 m³ de material inservível por 0,61 km, que é a distância da frente de serviço ao bota-fora, obtém-se um valor em tkm de 8808,43. Desse modo, o tempo de execução é de 45 horas ou 6 dias e tem um custo total de R$ 4.844,64. 7.4.2 – Compactação de bota-fora O material inservível transportado e descarregado no bota-fora deve ser compactado, objetivando a regularização do terreno. Tal serviço é detalhado no item S 01 513 01 do SICRO 2. A produção é de 336 m³ por hora e tem custo unitário de R$ 1,75 por m³. O volume de material a ser compactado é o mesmo transportado pelo caminhão basculante, que é 14.440,05 m³. Isso posto, o tempo de execução do serviço é de 43 horas ou 6 dias úteis para uma equipe, que possui os seguintes equipamentos e mão-de-obra: •
Equipamentos: uma motoniveladora, um trator agrícola, um rolo compressor pé de carneiro vibratório, grade de discos e caminhão tanque de 10.000 litros;
•
Mão-de-obra: um encarregado de turma e dois serventes.
Desse modo, o custo total do serviço é de R$ 25.270,09. 7.5 – Execução do aterro O item em questão trata do espalhamento do material proveniente das jazidas de solos e compactação do corpo de aterro a 100% do proctor normal
22
nos 20 centímetros finais e a 95% do proctor normal nas camadas inferiores. O aterro deverá ser executado em camadas de 20 centímetros, seguindo as regras de compactação acima. O dique possui altura de seis metros, portanto, são 30 camadas de aterro com espessura de 20 centímetros. Nas 29 inferiores, a compactação deve ser feita a 95% do proctor normal, com o rolo compactador passando a cada vez que uma camada é concluída. Na camada mais superior, deverá ser feita a compactação a 100% do proctor normal. O volume total das 29 primeiras camadas é 206.755,35 m³ e da última camada é de 29.536,47 m³. Os solos quando compactados sofrem uma redução de volume. O fator de redução é dado pela relação entre a massa específica do material compactado pela massa específica natural. Como não se dispõe de estudos geotécnicos do material, estima-se um fator igual a 20%. Sabendo que o volume que chegará à frente de serviço é 295.364,70 m³, que é o volume de transporte, este sofrerá uma redução de 20%, passando a ser, após a compactação, igual a 236.291,76 m³, que é exatamente igual ao volume de solo necessário para a composição do aterro do dique. 7.5.1 – Compactação do aterro A compactação do aterro é dividida entre compactação a 95% do proctor normal e a 100% do proctor normal, pois são itens diferentes no SICRO 2. 7.5.1.1 – Compactação do aterro a 95% do proctor normal O volume das 29 primeiras camadas é 206.755,35 m³, que é a quantidade de material a ser compactado a 95% do proctor normal. Desse modo, esse serviço se enquadra no item S 01 510 00 do SICRO 2 e tem uma produção de equipe de 224,00 m³ por hora. O custo unitário do m³ é R$ 2,24. Isso posto, o tempo de execução do serviço é de 924 horas ou 116 dias úteis para uma equipe, que possui os seguintes equipamentos e mão-de-obra: •
Equipamentos: uma motoniveladora, um trator agrícola, um rolo compressor pé de carneiro vibratório, grade de discos e dois caminhões tanque de 10.000 litros;
23
•
Mão-de-obra: um encarregado de turma e dois serventes.
Para otimizar o serviço, adotam-se cinco equipes. Desse modo, o tempo de execução passa a ser de 24 dias úteis. O custo total do serviço é obtido através da multiplicação entre 206.755,35 m³ e R$ 2,24, que é R$ 463.131,98. 7.5.1.2 – Compactação do aterro a 100% do proctor normal O volume da última camada é 29.536,47 m³, que é a quantidade de material a ser compactado a 100% do proctor normal. Desse modo, esse serviço se enquadra no item S 01 511 00 do SICRO 2 e tem uma produção de equipe de 168,00 m³ por hora. O custo unitário do m³ é R$ 2,64. Isso posto, o tempo de execução do serviço é de 176 horas ou 22 dias úteis para uma equipe, que possui os seguintes equipamentos e mão-de-obra: •
Equipamentos: uma motoniveladora, um trator agrícola, um rolo compressor pé de carneiro vibratório, grade de discos e dois caminhões tanque de 10.000 litros;
•
Mão-de-obra: um encarregado de turma e dois serventes.
Para otimizar o serviço, adotam-se quatro equipes. Desse modo, o tempo de execução passa a ser 44 horas ou 6 dias úteis. O custo total do serviço é obtido através da multiplicação entre 29.536,47 m³ e R$ 2,64, que é R$ 77.976,28.
7.6 – Execução do enrocamento O enrocamento deverá ser executado após a conclusão do aterro de solo. O serviço em questão é a execução do enrocamento com pedra arrumada, sem rejunte, uma escorada na outra e no fundo do rio. O serviço de execução de enrocamento com pedra arrumada é detalhado no item nº S 05 000 00 do SICRO 2. O equipamento utilizado é caminhão basculante 5 m³ 8,8 toneladas (130 kw) e a mão-de-obra é formada por um pedreiro e dez serventes. A composição retirada do SICRO 2 está em
24
anexo. A produção da equipe é de 2,00 m³ por hora, num custo total unitário (com 19,60% de LDI) de R$ 149,37 por m³. O volume de enrocamento é 208,40 m³. Dividindo-se esse volume pela produção da equipe, obtém-se um tempo de execução igual a 104,3 horas para uma equipe. Para agilizar a execução, optou-se por duas equipes trabalhando simultaneamente, o que faz com que sejam 52,15 horas de trabalho por equipe. Desse modo, a execução do enrocamento durará sete dias úteis (52,15 / 8). O custo total é de R$ 15.579,21 (104,3 h * R$ 149,37).
25
8.0 – Especificação da Distância Média de Transporte Neste capítulo são resumidos as distâncias médias de transporte envolvidas nos serviços especificados para construção do dique numa tabela, que segue abaixo: Tabela 1 - Resumo das Distâncias Médias de Transporte (DMT ) DESCRIÇÃO
ORIGEM
DESTINO
DISTÂNCIA (km)
VOLUME (m³)
Transporte de material da jazida para a frente de serviço
Jazida de solo 1
Frente de Serviço 1
1,00
59.072,94
Transporte de material da jazida para a frente de serviço
Jazida de solo 2
Frente de Serviço 1
1,82
236.291,75
Frente de Serviço 1
2,50
34.196,67
Bota-fora 2
0,61
14440,05
Transporte de Jazida material da jazida de para a frente de pedras serviço Transporte de material inservível Frente da frente de de serviço até o bota- serviço 1 fora
26
9.0 – Planilha Orçamentária Neste capítulo é apresentada a planilha orçamentária final, feita a partir dos serviços quantificados anteriormente. Usou-se o SICRO 2 do DNIT como referencial de custos, sendo que o percentual de Lucro e Despesas Indiretas é igual a 19,60% e já está incluído nos itens. O valor total da obra é de R$ 3.972.987,95,
27
Quantidade
Custo por unidade
Exploração de jazidas de solos Limpeza camada vegetal em jazida (const e restr.) Esc. carga tr. mat 1ª c. DMT 800 a 1000m c/carre (jazida 1) Esc. carga tr. mat 1ª c. DMT 1800 a 2000m c/carreg (jazida 2) Expurgo de jazida (const e restr) Indenização da jazida 1 Indenização da jazida 2
Custo total
Produção por hora Tempo de execução (dias úteis)
SICRO nº
Nº equipes
Serviço
Unidade
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA
R$ 2.398.650,72
A 01 100 01
m²
78.731,00
R$ 0,39
R$ 30.705,09
2
571
9
S 01 100 13
m³
47.258,42
R$ 7,59
R$ 358.691,41
1
214
28
S 01 100 18
m³
189.033,40
R$ 9,16
R$ 1.731.545,94
4
214
28
A 01 105 01
m³
15.746,20
R$ 2,03
R$ 31.964,79
1
106
19
M980
m³
47.258,42
R$ 1,04
R$ 49.148,76
0
0
0
M980
m³
189.033,40
R$ 1,04
R$ 196.594,74
0
0
0
Exploração de jazida de pedras Esc. carga transp. mat 3a cat DMT 1000 a 1200m S 01 102 07 m³ 34.196,67 Indenização da jazida de pedras M980 m³ 34.196,67
R$ 950.325,46
R$ 26,75
R$ 914.760,92
3
36
40
R$ 1,04
R$ 35.564,54
0
0
0
Limpeza e desmatamento da frente de serviço Desm. dest. limpeza áreas c/arv. diam. até 0,15 m S 01 000 00 m² 72.200,26 R$ 0,30
Deposição do material no bota-fora Transp. local c/ basc. 10m3 rodov. não pav (const) A 00 001 05 tkm 8808,43 0,55 Compactação de material de "bota-fora" S 01 513 01 m³ 14.440,05 R$ 1,75
R$ 21.660,08
R$ 21.660,08
1
1444
7
R$ 30.114,72
R$ 4.844,64
1
197
6
R$ 25.270,09
1
336
6
Execução do aterro Compactação de aterros a 95% proctor normal Compactação de aterros a 100% proctor normal
R$ 541.108,26
S 01 510 00
m³
206.755,35
R$ 2,24
R$ 463.131,98
5
224
24
S 01 511 00
m³
29.536,47
R$ 2,64
R$ 77.976,28
4
168
6
R$ 31.128,71
Execução do enrocamento Enrocamento de pedra arrumada
S 05 000 00
m³
TOTAL GERAL:
208,4
R$ 149,37
R$ 31.128,71
R$ 3.972.987,95
2
2
7
10.0 – Cronograma físico Neste capítulo, apresenta-se o cronograma físico de execução da obra, elaborado no software MS Project 2003. O “Gantti de Controle” a seguir representa a evolução da obra de acordo com os vínculos entre cada etapa. O
prazo
total
de
execução
é
de
138
dias
úteis,
que
são
aproximadamente 7 meses (6 meses e 18 dias úteis), considerando um mês igual a 20 dias úteis.
30
Escavação, carga e transporte da jazida 1
Escavação, carga e transporte da jazida 2
Expurgo da jazida
4
5
6
Compactação 100% do proctor p/ camada sup.
Etapa Andamento do resumo Resumo
Tarefa
Divisão
Andamento da tarefa
Página 1
Etapa da linha de base
Andamento crítico
S
Divisão da linha de base
S
Divisão crítica
Q
Linha de base
7 dias
7 dias
6 dias
24 dias
30 dias
6 dias
6 dias
Q
Crítica
Enrocamento de pedra arrumada
Projeto: Dique de contenção de ch Data: Qui 3/12/09
17
Execução do enrocamento
15
16
Compactação 95% do proctor p/ camadas inf.
14
Execução do aterro
Compactação de bota-fora
13
Transporte da frente de serviço ao bota-fora
12
Deposição do material no bota-fora
11
7 dias 12 dias
Limpeza e desmatamento da frente de serviço
40 dias
9
Escavação, carga e transporte
40 dias
19 dias
28 dias
28 dias
7 dias
54 dias
10
8
Exploração da jazida de pedras
Limpeza da camada vegetal
7
Exploração das jazidas de solo
3
138 dias
Construção do dique
1
2
Duração
Nome da tarefa
Id 6/Dez/09 D S T Q
Q
0%
S
13/Dez/09 D S T
Prazo final
Etapa externa
Tarefas externas
Resumo do projeto
S
Q
Q
S
S
20/Dez/09 D S T Q
Q
S
27/Dez/09 D S T
Q
Q
S
S
Página 2
Resumo
Andamento da tarefa
17/Jan/10 D S T
Andamento do resumo
S
Divisão
S
Etapa
Q
Tarefa
Q
Etapa da linha de base
10/Jan/10 D S T
Andamento crítico
S
Divisão da linha de base
S
Divisão crítica
Q
Linha de base
Q
Crítica
3/Jan/10 D S T
Projeto: Dique de contenção de ch Data: Qui 3/12/09
S
Q
0%
0%
Q
S
S
Q
Prazo final
Etapa externa
Tarefas externas
Resumo do projeto
24/Jan/10 D S T Q
S
S
31/Jan/10 D S T Q
Q
S
S
7/F D
Q
Q
S
S
14/Fev/10 D S T
Projeto: Dique de contenção de ch Data: Qui 3/12/09
v/10 S T
Q
Resumo
Andamento da tarefa
Página 3
Andamento do resumo
Q
Divisão
28/Fev/10 D S T
Etapa
S
Tarefa
0%
S
Etapa da linha de base
Q
Andamento crítico
Q
Divisão da linha de base
21/Fev/10 D S T
Divisão crítica
S
Linha de base
S
Crítica
0%
0%
Q
Q
S
0%
S
Q
Q
S
Prazo final
Etapa externa
Tarefas externas
Resumo do projeto
7/Mar/10 D S T S
Q
0%
0%
14/Mar/10 D S T Q
S
S
21/Mar/10 D S T
Q
S
S
28/Mar/10 D S T
Q
Projeto: Dique de contenção de ch Data: Qui 3/12/09
Q
0%
Q
S
Resumo
Andamento da tarefa
Página 4
Andamento do resumo
S
Divisão
Q
Etapa
Q
Tarefa
11/Abr/10 D S T
Etapa da linha de base
0%
0%
S
Andamento crítico
Q
Divisão da linha de base
Q
Divisão crítica
4/Abr/10 D S T
Linha de base
S
Crítica
S
S
18/Abr/10 D S T Q
S
S
25/Abr/10 D S T
Prazo final
Etapa externa
Tarefas externas
Resumo do projeto
Q
Q
Q
S
S
2/Maio/10 D S T Q
Q
S
9/Maio/10 D S T
Q
Q
S
Projeto: Dique de contenção de ch Data: Qui 3/12/09
S
S
Página 5
Resumo
Andamento da tarefa
30/Maio/10 D S T
Andamento do resumo
S
Divisão
S
Etapa
Q
Tarefa
Q
Etapa da linha de base
23/Maio/10 D S T
Andamento crítico
S
Divisão da linha de base
S
Divisão crítica
Q
Linha de base
Q
Crítica
16/Maio/10 D S T Q
Q
S
0%
6/Jun/10 D S T
Prazo final
Etapa externa
Tarefas externas
Resumo do projeto
0%
S
Q
Q
S
S
0%
0%
13/Jun/10 D S T Q 0% Q
S
S
11.0 - ANEXOS
36
REFERÊNCIAS 1. BALBINO, Adson Aislan Novaes; FARIA, Guilherme Campos Dell’Orto de; GONÇALVES, Natan Trancoso. Estudo Hidrológico do Rio Itabapoana. Apresentado ao Professor Fábio Zorzal da disciplina de Hidrologia do Instituto Federal do Espírito Santo, no semestre 2009/1. 2. CALDAS, Juliana Lopes; DIAS, Maykon Barth de Oliveira; BORLOTI, Talles Sonegheti. Estudo Hidrológico. Apresentado ao Professor Fábio Zorzal da disciplina de Hidrologia do Instituto Federal do Espírito Santo, no semestre 2009/1. 3. COSTA, Alberto Frederico Salume; TEIXEIRA, Brian Egídio Silva; REIS, Geovani Firme; ALMEIDA, Rafael Gegenheimer de. Estudo Hidrológico da Bacia do Rio Itabapoana com Foz na Cidade de Bom Jesus do Norte (ES). Apresentado ao Professor Fábio Zorzal da disciplina de Hidrologia do Instituto Federal do Espírito Santo, no semestre 2009/1. 4. ZORZAL, Fábio Márcio Bisi. Estudo dirigido – Orientações para elaboração do trabalho de terraplanagem. Instituto Federal do Espírito Santo, 2008/2. 5. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes - DNIT. Especificação de Serviço nº 278/97 – Terraplanagem: Serviços Preliminares. Disponível em: . Acesso em 14 set. 2009. 6. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes - DNIT. Especificação de Serviço nº 279/97 – Terraplanagem: Caminhos de Serviço. Disponível em: . Acesso em 14 set. 2009. 7. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes - DNIT. Especificação de Serviço nº 106/09 – Terraplanagem: Cortes.
47
Disponível em: . Acesso em 02 dez. 2009. 8. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes - DNIT. Especificação de Serviço nº 107/09 – Terraplanagem: Empréstimos. Disponível em: . Acesso em 02 dez. 2009. 9. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes - DNIT. Especificação de Serviço nº 108/09 – Terraplanagem: Aterros. Disponível em: . Acesso em 02 dez. 2009. 10. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes - DNIT. Sistema de Custos Rodoviários 2 - Manual. Disponível em: . Acesso em 02 dez. 2009. 11. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes - DNIT. Sistema de Custos Rodoviários 2 – Estado: Rio de Janeiro – Data base: julho/2009. Disponível em: . Acesso em 02 dez. 2009.
48