ANA CRISTINA
As tribos indígenas do Mato Grosso Do Sul
ESCOLA ESTADUAL “26 DE AGOSTO” ANA CRISTINA
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Este trabalho tem como finalidade a obtenção parcial de nota da disciplina de História ministrada pelo professor João Ribeiro do ano de 2008.
ESCOLA ESTADUAL “26 DE AGOSTO”
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Paiaguás Povo indígena hoje extinto, habitavam o pantanal quando da chegada dos Portugueses e travaram, juntamente com os GUAICURUS
, intensas batalhas, das quais muitos portugueses não sobreviviam. Perseguidos e acuados, foram progressivamente sendo exterminados não restando qualquer registro da presença de seus descendentes atualmente. ÍNDIOS GUAICURUS
Os guaicurus foram célebres cavaleiros que habitaram a região sul do Mato Grosso do Sul. Eram ainda aguerridos dominadores dos campos e das vias navegáveis, sendo portanto, ao mesmo tempos, hábeis canoeiros, como exímios cavaleiros.
Habitavam uma região somente enquanto houvesse caça em abundância. Desde que essa tornarse escassa, mudavam de residência, removendo com facilidade as esteiras que lhes serviam de tendas. Eles foram os primeiros índios a terem contato com os espanhóis em 1535. Esse contato e o conhecimento do cavalo (trazido pelos espanhóis), modificou todos os hábitos desse povo.
Ao contrário dos outros índios os guaicurus não ofendiam nem matavam as mulheres inimigas que caiam prisioneiras e não agrediam as suas companheiras. Cada guerreiro deveria viver sempre com uma única mulher, podendo, porém, trocá-la quantas vezes quisesse.
Para um guaicuru ser admitido como guerreiro, deveria dar uma prova de seu valor, resistindo à dor. Para isso espetavam-no nas regiões mais delicadas. Todos os homens andavam nus e as mulheres, usavam da cintura para baixo, uma tanga de peles e, para cima, pintavam-se como os homens. Era o corte do cabelo que distinguia a classe dos guerreiros. Os jovens, traziam, à cabeça, uma rede.
Assim, os índios Guaicuru estavam como que propensos a entrarem para a história não só por sua própria constituição física, que maravilhou a quantos europeus os observavam na plenitude do seu desempenho. Eles são descritos como guerreiros agigantados, muitíssimo bem
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proporcionados, que, nos diz, “duvido que haja na Europa povo algum que, em tantos e tantos, possa comparar-se com estes bárbaros.
Guatós Os guatós, conhecidos como índios canoeiros preferem viver em grupo familiar, característica que os distingue de outros povos que se organizam em grandes aldeias, a exemplo dos bakairis, caiapós, caiovás e terenas. Essa diferença foi de grande importância para sua sobrevivência quando as doenças trazidas pelo povo branco e as batalhas travadas pelos bandeirantes chegaram à região. A pesquisa do arqueólogo e historiador Jorge Eremites de Oliveira, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, em Dourados, aponta que os guatós estão estabelecidos no Pantanal há mais de 500 anos, sendo mencionados nos conhecidos comentários do conquistador espanhol Alvar Núñez Cabeza de Vaca, que esteve na área em 1543. No entanto, dados arqueológicos obtidos na região do Morro do Caracará, Mato Grosso, indicam que talvez eles estejam ali há mais de 800 anos. Nos anos de 1950 e 1970, os guatós foram oficialmente tidos como extintos pelo Governo brasileiro. Mas conseguiram reaparecer e retomar seu espaço. Depois de anos de batalha, eles tomaram posse da Ilha Ínsua, localizada entre Corumbá e a divisa com Mato Grosso. Povo de lingua do tronco Macro-Jê. Foi considerado extinto por 40 anos, até que, em 1977, foi reconhecido um grupo Guató na ilha Bela Vista do Norte. Vive no Pantanal Mato-Grossense e disperso ao longo dos rios do médio e alto Paraguai, São Lourenço e Capivara, no município de Corumbá (MS). Segundo a Funai, em 1989 eram 382 índios.
Kadiwéu Também conhecidos como "índios cavaleiros", integrantes da única "horda" sobrevivente dos Mbayá, um ramo dos Guaikurú, guardam a lembrança de um glorioso passado. Organizados numa sociedade que tinha num extremo os nobres e no outro os cativos, viveram do saque e do tributo sobre seus vizinhos, dos quais faziam depender sua própria reprodução biológica, uma vez que suas mulheres não geravam filhos ou permitiam a sobrevivência de apenas um, quando já estavam no final de seu período fértil. Estas mulheres dedicavam-se à pintura corporal e facial, cuja especial disposição dos elementos geométricos Lévi-Strauss considerou como característica das sociedades hierárquicas. Desenhos que impressionam pela riqueza de suas formas e detalhes, a que temos fácil acesso através da vasta coleção recolhida por Darcy Ribeiro, reproduzida no livro que publicou sobre os Kadiwéu. Os capturados em guerra no passado, preferencialmente crianças e mulheres, eram incluídas nesta sociedade sob uma categoria específica, a de "cativos", ou gootagi (nossos cativos), no dizer Kadiwéu. Os Guaikurú-Mbayá fizeram cativos 5
de diversos outros povos indígenas, sobretudo aos Xamakôko, habitantes de território paraguaio, sua mais importante fonte. Também fizeram cativos aos brancos, portugueses ou espanhóis, brasileiros ou paraguaios, conforme registrou a crônica histórica e a memória Kadiwéu. Os Mbayá mantiveram ainda uma outra qualidade de relação, aquela que estabeleceram com os Terena (um subgrupo dos então chamados Guaná ou Txané), sociedade também dividida em estratos. Consentiam o casamento entre seus nobres e as mulheres de alta estirpe Terena, adquirindo, por meio deste, o direito sobre as prestações de serviço, sobretudo produtos agrícolas, advindos da produção deste último povo. Na Guerra do Paraguai, escolheram lutar pelo Brasil, razão pela qual tiveram suas terras reconhecidas, embora até hoje não estejam inteiramente garantidas. A adoção de um vestuário "country" pelos homens Kadiwéu da atualidade revela seu apego a um modo de vida apoiado no uso e criação de cavalos, de que ainda mantêm rebanhos, embora bem menores que os do passado. Língua. Os Kadiwéu pertencem à família lingüística Guaikurú, na qual se incluem outros povos do Chaco, que são os Toba (Paraguai e Argentina), os Emók, ou Toba-Mirí (Paraguai), os Mocoví (Argentina), os Abipón (extintos) e os Payaguá (extintos). Dentre estes grupos Guaikurú, os Kadiwéu são os mais setentrionais e o único localizado a leste do rio Paraguai, no Brasil. Alguns velhos, mulheres e sobretudo as crianças falam apenas o Kadiwéu. Um bom número dentre os Kadiwéu, contudo, se comunica com facilidade em português. Há, na língua Kadiwéu, muitas diferenças entre as falas masculina e feminina. É interessante notar que os descendentes de Terena que vivem entre os Kadiwéu usam apenas o português para se comunicar na aldeia (não usam a língua Terena nem entre si). Entretanto, mesmo que não falem, entendem perfeitamente o Kadiwéu, pois é nesta última língua que são interpelados. Organização social e política. No passado, as hordas Mbayá se dividiam em "tolderias". A tolderia, onde havia uma casa coletiva, era a menor unidade política e econômica, que reunia a parentela de um "capitão" e os seus cativos. As famílias de "capitães" compunham-se dos Mbayá de nascimento, que hoje são recordados como famílias de Kadiwéu "puros", conforme a elas se referem, ou os goniwtagodepodi ejiwajigi ("nossos senhores Kadiwéu"), sendo ejiwajigi a sua auto-denominação. Goniwtagodi, ou goniwaagodi, conforme as falas masculina e feminina, respectivamente (há distinção lingüística entre as duas), é um termo de tratamento que os Kadiwéu usam para qualquer pessoa do sexo masculino, inclusive estrangeiros. As mulheres, da mesma maneira, são interpeladas pelos termos goniwtagodo (na fala masculina) ou goniwaagodo (na fala feminina). Também abordam as crianças por estes termos, que traduzem como senhor e senhora (goniwtagodi = nosso senhor, iniwtagodi = meu senhor). Os capitães eram todos os descendentes de capitães, em qualquer linha ou grau, inclusive os de sexo feminino (as "capitãs"). Uma vez que o núcleo de Kadiwéu "puros" era diminuto em virtude da baixa natalidade, certamente alguns cativos a ele deveriam se incorporar, possivelmente via casamento, que não era o preferencial. Pois os Kadiwéu afirmam que os senhores não se casavam, antes, com os seus cativos, regra hoje não verificável. Ainda permanece naquela sociedade a distinção hierárquica entre aqueles que se consideram Kadiwéu "puros" e os descendentes de cativos. Atualmente apenas duas famílias reivindicam o status de senhores na aldeia Bodoquena. Ambas disputam a hegemonia política no grupo. A relação de "cativeiro" se faz notar melhor nas práticas rituais. Por exemplo, quando há alguma atividade em que rapazes e moças participam pela primeira vez, precisam ser representados naquele momento por um cativo seu. De forma geral, no que diz respeito às atividades cotidianas, as famílias, qualquer uma delas, desenvolvem-nas de forma autônoma e enquanto unidade. Em 1992, os Kadiwéu da aldeia Bodoquena se distribuíam entre 110 casas, que abrigam mais 6
freqüentemente famílias nucleares, dispostas em geral por grupos de parentes e obedecendo preferencialmente uma regra matrilocal. São muito freqüentes os casamentos com os Terena. Nessa época, apenas na aldeia Bodoquena, em 28 famílias nucleares um dos cônjuges era Terena. Isto sem mencionar os que têm ancestrais desta última etnia. As decisões políticas e de interesse geral do grupo estão fortemente centralizadas na figura do capitão e seus assessores. O direito de chefia é hereditário. Hoje, tal direito é reconhecido como "naturalmente" pertencente ao bisneto primogênito do Capitãozinho, um venerável líder do passado. Contudo, as regras se flexibilizaram no sentido do sufrágio, no que diz respeito à chefia. Os capitães, termo com que se referem ao chefe ou "cacique", atualmente são escolhidos dentro do grupo e, no transcurso da sua história recente, vários capitães se sucederam em curtos períodos. Estes nem sempre pertencem a "famílias de capitães" e, quando não pertencem, sua posição política não altera seu status social. O capitão é assessorado por um conselho, composto sobretudo por homens mais velhos e experientes. Cabe notar, entretanto, que é igualmente forte o papel político de líderes jovens, que alcançaram prestígio sobretudo devido ao seu grau de instrução (alguns deles possuem até o 2° grau escolar) e seu domínio da língua portuguesa, muito útil nas negociações externas. Arte. Os finos desenhos corporais realizados pelos Kadiwéu constituem-se em uma forma notável da expressão de sua arte. Hábeis desenhistas estampam rostos com desenhos minuciosos e simétricos, traçados com a tinta obtida da mistura de suco de jenipapo com pó de carvão, aplicada com uma fina lasca de madeira ou taquara. No passado, a pintura corporal marcava a diferença entre nobres, guerreiros e cativos. As mulheres Kadiwéu produzem, igualmente, belas peças de cerâmica: vasos de diversos tamanho e formato, pratos também de diversos tamanhos e profundidade, animais, enfeites de parede, entre outras peças criativas. Decoram-nas com padrões que lhes são distintos, que segue a um repertório rico, mas fixo, de formas preenchidas com variadas cores. A matéria-prima de seu trabalho encontram-na em barreiros especiais, que contêm o barro da consistência e tonalidade ideais para a cerâmica durável. Os pigmentos para sua pintura são conseguidos de areias dos mais variados tons, alguns dos detalhes sendo envernizados com a resina do pausanto. Podemos também ver a arte Kadiwéu expressa nos cânticos das mulheres velhas, nas músicas dos tocadores de flauta e tambor, e nas danças coletivas. Ritos. O indivíduo Kadiwéu recebe um nome por ocasião de seu nascimento e quando da morte de um parente. Durante os ritos funerários, os parentes do morto têm seus cabelos cortados. Aquele que corta o cabelo em sinal de luto é chamado okojege. As mulheres velhas, conhecedoras destes ritos, se reúnem durante o funeral para decidir o nome mais adequado para o enlutado. Quando se perde um parente próximo é também possível adotar alguma outra pessoa (independentemente da idade, do sexo e do grau ou mesmo da existência de parentesco) para preencher a falta do morto. Um parente adotado nestas circunstâncias é chamado godokogenigi. A este também se dá um novo nome e se lhe corta os cabelos. Há ainda uma outra forma de se estabelecer um parentesco "de consideração". É através da relação entre imedi (ou imeeti, no caso das mulheres, palavra traduzida como "amigo/a"). Duas famílias podem acertar fazer imedi um filho de cada uma, os quais estabeleceriam entre si uma relação de irmãos e as atitudes que lhes são peculiares. Os descendentes de dois imedi seriam imedi entre si. Além de ritos funerários, praticam também o que chamam de "Festa da Moça". Ritual de iniciação feminina, submete a menina que passa pela menarca a uma reclusão de dois dias e a uma dieta rigorosa. Não pode pisar o chão e nem olhar para animais. No clímax do ritual, esta menina é "abanada" com um pano vermelho bordado com miçangas e penduricalhos nas pontas (o "abanico", wajuide) e, deitada de bruços, será pressionada na altura dos rins por uma mulher da aldeia cuidadosamente escolhida por seus familiares, pois suas características serão 7
assimiladas pela menina. O Navio, ou Etogo, é o ritual que os Kadiwéu consideram a expressão mais visível de sua alteridade, pois, como dizem, é o que melhor mostra que eles são "índios mesmo". Realizado em 1992, havia pelo menos cinqüenta anos que não vinha sendo encenado e não voltou a ser repetido após essa data. A motivação imediata para a sua realização foi a necessidade de mostrar a brancos, seus convidados, o ritual mais expressivo de sua identidade. O Navio é um longo ritual. Faz referência à Guerra do Paraguai, notada, entre outros aspectos, pela afixação, a cada lado da entrada do navio de tabocas que construíram para ser o espaço ritual, de bandeiras estilizadas do Brasil e do Paraguai. O Navio mimetiza um navio de guerra, tal como os que os Kadiwéu dizem ter visto, no passado, a percorrer o rio Paraguai. O chefe do Navio é o personagem chamado Maxiotagi, ou o "Macho". Maxiotagi é um personagem Xamakôko (embora o ator seja Kadiwéu), da etnia que foi a principal fonte de cativos no passado. A sua função no ritual é ditar as ordens que condicionam as cenas do seu desenvolvimento. Maxiotagi, que é cego, tem seus companheiros, Ligecoge, "os Olhos do Macho", e Lionigawanigi (Pequeno), que o auxiliam em suas atividades. Estes personagens se adornam com paramentos engraçados. No Navio também há o Delegado, o Sargento (Jajentege), os cabos e os escrivães (Nidikuna). E também Ixotece Gonibedona Gonibegi, ou "Dedo-no-Cu", que se encarrega da "ronda". A regra máxima no Navio é não poder rir, sob pena de ser preso e/ou pagar uma "fiança", cobrada, geralmente, em forma de gado a ser abatido na hora, abastecendo o churrasco coletivo dos vários dias deste ritual. No período ritual, a rotina da aldeia é totalmente modificada e todos se comportam como se estivessem sob voz de comando, só agindo conforme as ordens do chefe. Durante o Navio, todos os homens da aldeia são chamados de "soldados" e todas as mulheres, de paraguaias (gaxianaxe), e representam presas de guerra. Há também um papel particular para as mulheres velhas, que são no grupo quem guarda os cânticos sagrados. Essas mulheres, conhecedoras únicas da linguagem dos cânticos, que os jovens não sabem traduzir, cantam à maneira de repente sempre que um acontecimento importante advém ao grupo. Os seus cânticos recordam fatos históricos e guardam a memória dos capitães e seus grandes feitos, além de comentar, com base em sua história e cosmologia, os fatos atuais. As mulheres velhas cantam (ou "rezam") no Navio para livrar os presos. O momento ritual é preenchido também por danças masculinas (nabacenaganaga, ou "batepau") e femininas, pela música entoada por seus instrumentos típicos, a flauta (natena) e o tambor (goge), por brincadeiras e jogos (sobretudo os que demonstram o desempenho físico dos homens, lembrando os godapoagenigi), e pela apresentação dos "bobos" (bobotegi). Estes são personagens que não figuram só no Navio. Apresentam-se mascarados, o corpo também dissimulado, irreconhecíveis, dançando suas "polcas" específicas, assustando as crianças a quem pedem prendas. Há também um Padre no Navio, que batiza como os padres dos cristãos e simula ritos de cura, como o do nijienigi (o xamã Kadiwéu). O nijienigi é capaz de prever, com a ajuda das entidades espirituais que o guiam, os acontecimentos vindouros. Por isso, no passado seu papel foi fundamental nas estratégias guerreiras. Os nijienigi também curam e na aldeia ainda são chamados a intervir em casos de doenças.
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Terenas Ou Tereno. Povo de língua da família Aruák. Parte dele (cerca de 12.000 indivíduos) vive no oeste de Mato Grosso do Sul, em oito áreas indígenas; outra parte (350 índios) ocupa terras nas áreas indígenas de Icatu, Araribá e Venuíre, no interior do Estado de São Paulo, juntamente com os Kaingang. Bororos Povo falante de língua do tronco macro-jê. Os Bororo atuais são os Bororo Orientais, também chamados Coroados ou Porrudos e autodenominados Boe. Os Bororo Ocidentais, extintos no fim do século passado, viviam na margem leste do rio Paraguai, onde, no início do séc. XVII, os jesuítas espanhois fundaram várias aldeias de missões. Muito amigáveis, serviam de guia aos brancos, trabalhavam nas fazendas da região e eram aliados dos bandeirantes. Desapareceram como povo tanto pelas moléstias contraídas quanto pelos casmentos com não-índios. Os Bororo Orientais habitavam tradicionalmente vasto território que ia da Bolívia, a oeste, ao rio Araguaia, a leste e do rio das Mortes, ao norte, ao rio Taquari, ao sul. Ao contrário dos Bororo Ocidentais, eram citados nos relatórios dos presidentes da província de Cuiabá como nômades bravios e indomáveis, que dificultavam a colonização. Foram organizadas várias expedições de extermínio. Uma delas, a de Pascoal Moreira Cabral, em 1718 ou 1719, após ser derrotada pelos indígenas, descobriu ouro às margens do rio Coxipó. Estimados na época em 10 mil índios, os Bororo sofreram várias guerras e epidemias até sua pacificação, no fim do século XIX, quando foram reunidos nas colônias militares de Teresa Cristina e Isabel e estimados pelas autoridades em 5 mil pessoas. Nas colônias, a convivência com os soldados, a promiscuidade, o consumo de álcool e as doenças reduziram ainda mais a população. Entregues aos salesianos para catequese, em 1910, os Bororo somavam 2 mil índios. Em 1990, com uma população de aproximadamente 930 pessoas, vivem em cinco pequenas áreas indígenas (Merure, Teresa Cristina, Tadarimana, Perigara e Jarudore) que somam 133 mil hectares, nos municípios de Barra do Garça, Barão do Melgaço, General Carneiro, Poxoréu e Rondonópolis no Estado do Mato Grosso. Há também um grupo em Sangradouro, no mesmo estado. Este povo, que era caçador e coletor, vive hoje da agricultura e da venda de artesanato. Sua cultura, muito complexa, foi objeto de muitos estudos. As pessoas são separadas em várias categorias sociais, com papéis de oposição; durante o ritual funerário, que pode durar até dois meses, juntam-se em papéis complementares e fazem novas alianças, reforçando a coesão grupal. Umotinas 9
Subgrupo Bororo de língua da família Otukê, do tronco Macro-Jê. Eram conhecidos como “barbados”, porque usavam barba, às vezes postiça - feita de pêlos de macaco bugio ou de cabelos das mulheres da tribo. Vivem na Área Indígena Umutina, no município de Barra dos Bugres no Mato grosso, juntamente com os Paresí, Kayabí e Ñambikwára. Parecis Ou Paresí. Denominação dada a vários povos indígenas que falavam dialetos da língua Paresí, da família Aruák. Viviam no planalto do Mato Grosso e eram uma das fontes de escravos preferidas dos bandeirantes; dóceis e pacíficos, trabalhavam na agricultura e fiavam algodão para a confecção de redes e tecidos. No início do século XX foram encontrados pela comissão do Marechal Rondon, ainda traumatizados pela violência dos contatos anteriores. Rondon os conduziu para terras protegidas por suas tropas e os Paresí se tornaram seus principais guias na região. Um desses povos, autodenominado Halíti, vive na região dos rios Juruena, Papagaio, Sacre, Verde, Formoso e Buriti, no oeste de Mato Grosso, em várias áreas indígenas, nos municípios de Tangará da Serra, Vila Bela da Santíssima Trindade e Diamantino. Em 1990, segundo a Funai, eram 900 índios. http://www.pegue.com/indio/kadiweu.htm http://www.funai.gov.br/
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