Índice Apresentação .......................................................................................... 03 Apresentção .......................................................................................................... 04
A Ergonomia ............................................................................................ 05 Definição ............................................................................................................... 06 História da Ergonomia .......................................................................................... 06 Ergonomia no Brasil ............................................................................................. 07 Domínios de Especialização da Ergonoia ............................................................ 08 Bases .................................................................................................................... 08 Atuação ................................................................................................................ 09
Objetivo e Objeto .................................................................................... 10 Objetivo e Objeto .................................................................................................. 11
Métodos e Técnicas ................................................................................ 12 Técnicas utilizadas na análise do trabalho ........................................................... 13 Métodos Diretos .................................................................................................... 13 Métodos Subjetivos .............................................................................................. 15
Ergonomia na Informática ...................................................................... 16 Problemas Relativos ao uso incorreto da Informática ........................................... 17 O olho e o terminal de vídeo ou monitor ............................................................... 18 Micros para quem trabalha nos micros ................................................................. 18 Computador – Amigo ou Vilão .............................................................................. 19 Proteção ocular para usuários de computador ..................................................... 19 Dicas para quem trabalha em micros ................................................................... 20
Dicas de Ergonomia ................................................................................ 21 Hábitos Posturais ................................................................................................. 22
Doenças de Escritórios .......................................................................... 26 Ginástica Laboral .................................................................................................. 29
Bibliografia .............................................................................................. 31 Bibliografia ............................................................................................................ 32
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Apresentação Como futuras secretárias vamos conviver diariamente com equipamentos que podem prejudicar ou facilitar nosso trabalho. Mesmo agora como estudantes lidamos diariamente com malas, bolsas, carteiras, cadeiras, fichários, cadernos, estojos, etc. Sem percebemos esses materiais acabam atrasando ou acelerando nosso rendimento, sem contar a temperatura ambiente, a poluição visual e sonora. É disso que se trata a Ergonomia o estudo do ser humano em seu ambiente de trabalho, analisando aquilo que prejudica e melhora o seu rendimento e criando métodos eficazes e inovadores para melhorá-lo ainda mais.
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A Ergonomia Definição Derivada das palavras gregas ERGON (trabalho) e NOMOS (leis, regras, normas), ou seja normas para o trabalho. A ergonomia é definida de várias maneiras: “A ergonomia estuda as relações do homem durante o trabalho com o seu ambiente natural”. Wojciech Jastrzebowski (criador do termo) A ergonomia é uma ciência interdisciplinar. Ela compreende a fisiologia e a psicologia do trabalho, bem como a antropometria e a sociedade no trabalho. O objetivo prático da ergonomia é a adaptação do posto de trabalho, dos instrumentos, das máquinas, dos horários, do meio ambiente ás exigências do homem. A realização de tais objetivos, do nível industrial, propicia uma facilidade e um rendimento do esforço humano. Leplat, J. A ergonomia é uma tecnologia e não uma ciência, cujo objetivo é a organização dos sistemas homens-máquina (1972). Murrel, K.F. A ergonomia pode ser definida como o estudo cientifico das relações entre o homem e o seu ambiente de trabalho (1965). Self “É o estudo científico da relação entre o homem e seus meios, métodos e espaços de trabalho”. International Ergonomics Association (IEA) “É uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de melhorar o bem estar humano e o desempenho global do sistema”. Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO) Esta última foi aprovada por unanimidade na Reunião do Conselho Científico da International Ergonomics Association em San Diego, USA. Em resumo a ergonomia nada mais é do que o estudo da relação homem - trabalho, que visa aplicar as tecnologias necessárias para a boa execução do trabalho pelo homem, gerando ao homem certa medida de saúde, segurança e conforto ao exercer suas atividades.
História da Ergonomia A ergonomia embora pareça ser uma ciência nova vem do começo do desenvolviemnto da espécie. Australopithecus Prometheus selecionava seixos dos ossos de antilopes para fazer suas ferramentas numa clara exposição de selecionar e criar objetos para que suas tarefas ficassem mais faceis de serem realizadas. Existem também no Museu do Louvre papiros egípcios que denotam recomendações de natureza ergonômica para a construção de utensílios de construção civil, assim como desenhos de arranjos organizacionais para o canteiro de obras de pirâmides. O médico italiano Bernardino Ramazzini (1633-1714) foi o primeiro a escrever sobre doenças e lesões relacionadas ao trabalho, em sua publicação de 1700 "De Morbis Artificum" (Doenças do Trabalho). Ramazzini foi discriminado por seus colegas médicos por visitar os locais de trabalho de seus pacientes a fim de identificar as causas de seus problemas. O termo ergonomia assim também como sua definição foi criado em 1857 pelo professor polonês Wojciech Jastrzebowski, em seu artigo “Ensaio de ergonomia ou ciência do trabalho baseada nas leis objetivas da ciência da natureza”. No século XIX, Frederick Winslow Taylor lançou seu livro “Administração Científica”, com uma abordagem que buscava a melhor maneira de executar um trabalho e suas tarefas. Mediante aumento e redução do tamanho e peso de uma pá de carvão, até que a melhor relação fosse alcançada, Taylor triplicou a quantidade de carvão que os trabalhadores podiam carregar num dia. Frank Bunker Gilbreth e sua esposa Lilian, no início do anos 1900s, expandiram os métodos de Taylor para desenvolver "Estudos de Tempos e Movimentos” que ajudou a melhorar a eficiência,
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eliminando passos e ações desnecessárias. Ao aplicar tal abordagem, Gilbreth reduziu o número de movimentos no assentamento de tijolos de 18 para 4,5 permitindo que os operários aumentassem a taxa de 120 para 350 tijolos por hora. A Segunda Guerra Mundial marcou o advento de máquinas e armas sofisticadas, criando demandas cognitivas jamais vistas antes por operadores de máquinas, em termos de tomada de decisão, atenção, análise situacional e coordenação entre mãos e olhos. Foi observado que aeronaves em perfeito estado de funcionamento, conduzidas pelos melhores pilotos, ainda caíam. Em 1943, Alphonse Chapanis, um tenente no exército norteamericano, mostrou que o "erro do piloto" poderia ser grandemente reduzido quando controles mais lógicos e diferenciáveis substituíram os confusos projetos das cabinas dos aviões. Em 1949, K.F.H. Murrel, engenheiro inglês, começou a dar um conteúdo mais preciso a este termo, e fez o reconhecimento desta disciplina científica criando a primeira associação nacional de Ergonomia, a Ergonomic Research Society, que reunia fisiologistas, psicólogos e engenheiros que se interessavam pela adaptação do trabalho ao homem. E foi a partir daí que a Ergonomia se desenvolveu em outros países industrializados e em vias de desenvolvimento. Nas décadas seguintes à guerra e até os dias atuais, a ergonomia continuou a desenvolver-se e a diversificar-se. A era espacial criou novos problemas de ergonomia tais como a ausência de gravidade e forças gravitacionais extremas. Até que ponto poderia este ambiente ser tolerado e que efeitos teria sobre a mente e o corpo? A era da informação chegou ao campo da interação homem-computador enquanto o crescimento da demanda e a competição entre bens de consumo e produtos eletrônicos resultaram em mais empresas levando em conta fatores ergonômicos no projeto de produtos. O termo Ergonomia foi adaptado nos principais países europeus, onde se fundou em 1959 em Oxford, a Associação Internacional de Ergonomia (IEA – International Ergonomics Association), e foi em 1961 que esta associação realizou o seu primeiro congresso em Estocolmo. Nos Estados Unidos foi criada a Human Factors Society em 1957, e até hoje o termo mais freqüente naquele país continua a ser Human Factors (Fatores Humanos), embora Ergonomia já seja aceita como sinônimo. Em junho deste ano será realizada a 3ª Conferencia Internacional Ergonômica na Croácia.
Ergonomia no Brasil A ergonomia brasileira surgiu a partir da difusão da ergonomia a nível internacional e desde então passou a ocupar um destaque no cenário internacional, particularmente no âmbito latino-americano. Sendo abordada pela primeira vez em 1960 por Ruy Leme e Sérgio Penna Kehl em um projeto para a USP, que encorajou Itiro Iida a desenvolver a primeira tese brasileira em Ergonomia, a Ergonomia do Manejo. Também na USP, Ribeirão Preto, Paul Stephaneek introduzia o tema na Psicologia. Nesta época, no Rio de Janeiro, o Prof. Alberto Mibielli de Carvalho apresentava Ergonomia aos estudantes de Medicina das duas faculdades mais importantes do Rio, a Nacional (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e a ciencias Médicas (Universidade Estadual de Goias, depois Universidade do Estado do Rio de Janeiro); O Prof. Franco Seminério falava desta disciplina, com seu refinado estilo, aos estudantes de Psicologia da UFRJ. O maior impulso se deu na COPPE (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pos-Graduacao e Pesquisa de Engenharia), no início dos anos 70, com a vinda do Prof. Itiro Iida para o Programa de Engenharia de Produção, com escala na Escola Superior de Desenho Industrial do RJ. Além dos cursos de mestrado e graduação, Itiro organizou com Collin Palmer um curso que deu origem ao primeiro livro editado em português. No ano de 1974 foi realizado no Rio de Janeiro o 1º Seminário Brasileiro de Ergonomia pela Associação Brasileira de Psicologia Aplicada (ABPA). No dia 31 de agosto de 1983 foi criada a “Associação Brasileira de Ergonomia”. Em 1989 foi implantado o primeiro mestrado do país no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa
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Catarina. No ano de 2003 foi realizado O 1º. Fórum Nacional de Certificação do Ergonomista Brasileiro. Este ano a ABERGO comemora seus 24 anos.
Domínios de Especialização da Ergonomia De maneira geral, os domínios de especialização da ergonomia são:
→ Ergonomia física: está relacionada com as características da anatomia humana, antropometria,
fisiologia e biomecânica em sua relação à atividade física. Os tópicos relevantes incluem o estudo da postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculo -esqueletais relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde.
→ Ergonomia cognitiva: refere-se aos processos mentais, tais como percepção, memória,
raciocínio e resposta motora conforme afetem as interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem o estudo da carga mental de trabalho, tomada de decisão, desempenho especializado, interação homem computador, stress e treinamento conforme esses se relacionem a projetos envolvendo seres humanos e sistemas.
→ Ergonomia organizacional: ou macroergonomia está relacionada à otimização dos sistemas
sócio técnico, incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e de processos. Os tópicos relevantes incluem comunicações, gerenciamento de recursos de tripulações (CRM - domínio aeronáutico), projeto de trabalho, organização temporal do trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, novos paradigmas do trabalho, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações em rede, tele-trabalho e gestão da qualidade.
Bases A ergonomia baseia-se em muitas disciplinas em seu estudo dos seres humanos e seus ambientes, incluindo antropometria, biomecânica, engenharia, fisiologia e psicologia. No Reino Unido, um ergonomista tem graduação em psicologia, engenharia industrial ou mecânica ou ciências da saúde, e usualmente grau de mestre ou doutor em disciplina relacionada. Muitas universidades oferecem mestrado em ciência, em ergonomia, enquanto algumas oferecem mestrado em ergonomia ou mestrado em fatores humanos. Os salários típicos dos graduados são de £18.000 a £23.000, aumentando para a faixa de £30.000 a £55.000 depois da idade de 40 anos. Os excelentes salários contribuíram para uma crescente comunidade de ergonomistas no Reino Unido. No momento existe já licenciatura em ergonomia através da Universidade de Loughborough. Em Portugal, a licenciatura existe na Faculdade de Motricidade Humana, da Universidade Técnica de Lisboa, encontrando-se integrada na instituição, sendo da responsabilidade do Departamento de Ergonomia, com um corpo docente formado por alguns especialistas na área. A licenciatura encontra-se homologada de acordo com os critérios definidos pelo HETPEP . Também na Faculdade de Motricidade Humana é possível realizar-se formação a nível pós-graduado, mestrado e doutoramento em Ergonomia. No Brasil, a formação em ergonomia ocorre em nível de pós-graduação, através de cursos de especialização (pós-graduação lato sensu). Os programas dos cursos normalmente incluem conhecimentos básicos dos tópicos fundamentais em ergonomia, como as disciplinas: psicologia, anatomia, fisiologia, organização do trabalho, design e métodos de avaliação e tecnologia da informação. Os cursos de pós-graduação stricto sensu compreendem os mestrados e os doutorados, com linha de pesquisa em ergonomia, para graduados em áreas como arquitetura, desenho industrial e engenharia. Atualmente ainda não existem cursos de mestrado ou de doutorado específicos para ergonomia no Brasil. A Ergonomia pode ser aplicada em vários sectores de atividade (Ergonomia Industrial, hospitalar, escolar, transportes, sistemas informatizados, etc.). Em todos eles é possível existirem intervenções ergonômicas para melhorar significativamente a eficiência, produtividade, segurança e saúde nos postos de trabalho. A Ergonomia atua em todas as frentes de qualquer situação de
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trabalho ou lazer, desde do stress físico nas articulações, músculos, nervos, tendões, ossos, etc., até aos fatores ambientais que possam afetar a audição, visão, conforto e principalmente a saúde.
Atuação Alguns exemplos das áreas de atuação da ergonomia: No desenho de equipamentos e sistemas computadorizados, de modo a que sejam mais fáceis de utilizar e que haja menor probabilidade de ocorrência de erros durante a sua operação particularmente importante nas salas de controlo, onde existe uma elevada carga de stress. Na definição de tarefas de modo que sejam eficientes e tenham em conta as necessidades humanas, tais como, pausas para descanso e turnos de trabalho sensíveis, bem como outros fatores, tais como recompensas intrínsecas do trabalho em si. No desenho de equipamentos e organização do trabalho de modo a melhorar a postura e aliviar a carga de trabalho no corpo, reduzindo assim as Lesões Músculo-Esqueléticas do Membro Superior e as Lesões resultantes de Trabalho Repetitivo. Na arquitetura da informação, de modo a que a interpretação e uso de guias, sinais, seja mais fácil e sem ocorrência de erros. Na criação de ações de formação para que todos os aspectos do trabalho sejam compreendidos pelos trabalhadores. No desenho de equipamento militar e espacial - casos extremos de resistência do corpo humano. Na concepção de ambientes de trabalho, incluindo a iluminação e a temperatura ambiente, de modo a satisfazer as necessidades dos utilizadores e das tarefas executadas. Onde seja necessário, na concepção de equipamentos de proteção individual para o trabalho em ambientes hostis. Nos países em desenvolvimento, a aceitação e eficiência do uso de tecnologia básica podem ser melhoradas significativamente. A Ergonomia usa os conhecimentos adquiridos das habilidades e capacidades humanas e estuda as limitações dos sistemas, organizações, atividades, máquinas, ferramentas, e produtos de consumo de modo a torná-los mais seguros, eficientes, e confortáveis para uso humano.
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Objetivo & Objeto Objetivo da Ergonomia A ergonomia tem como objetivo geral: melhorar as condições específicas do trabalho humano, com a higiene e a segurança do trabalho. Os organizadores do trabalho também estudam o trabalho real para determinar procedimentos mais racionais e formas mais produtivas de efetuar a tarefa. Variam as ênfases, as estratégias, alguns métodos e técnicas. Imprescindível se faz enfatizar que a ergonomia orienta-se prioritariamente para a aplicação. O seu objetivo final, portanto é a adaptação do trabalho ao homem. Considerando, aqui, trabalho num sentido mais amplo, englobando toda e qualquer situação em que ocorre o relacionamento entre o homem e seu trabalho. Envolve, então, não apenas máquinas e equipamentos utilizados para transformar materiais, mas também o ambiente físico como um todo, bem como os aspectos organizacionais de como este trabalho é programado e controlado para produzir os resultados desejados. O atendimento aos requisitos ergonômicos possibilita maximizar o conforto, a satisfação e o bem-estar; garantir a segurança; minimizar constrangimentos, custos humanos e carga.
Objeto da Ergonomia O objeto da ergonomia seja qual for a sua linha de atuação, ou as estratégias e os métodos que utiliza, é o homem no seu trabalho trabalhando, realizando a sua tarefa cotidiana, executando as suas atividades do dia-a-dia. Esse trabalho real e concreto compreende o trabalhador, operador ou usuário no seu local de trabalho, enquanto executam sua tarefa, com suas máquinas, ferramentas, equipamentos e meios de trabalho, num determinado ambiente físico e arquitetural, com seus chefes e supervisores, colegas de trabalho e companheiros de equipe, interações e comunicações formais e informais, num determinado quadro econômico-social, ideológico e político.
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Métodos e Técnicas A Ergonomia utiliza métodos e técnicas científicas para observar o trabalho humano. A estratégia utilizada pela Ergonomia para apreender a complexidade do trabalho é decompor a atividade em indicadores observáveis (postura, exploração visual, deslocamento). A partir dos resultados iniciais obtidos e validados com os operadores, chega-se a uma síntese que permite explicar a inter-relação de vários condicionantes à situação de trabalho. Como em todo processo científico de investigação, a espinha dorsal de uma intervenção ergonômica é a formulação de hipóteses. Segundo LEPLAT "o pesquisador trabalha em geral a partir de uma hipótese, é isso que lhe permite ordenar os fatos". São as hipóteses que darão o status científico aos métodos de observação nas atividades do homem no trabalho. A organização das observações em uma situação real de trabalho é feita em função das hipóteses que guiam a análise, mas também, segundo GUERIN (1991), em função das imposições práticas ou das facilidades de cada situação de trabalho. Os comportamentos manifestáveis do homem são freqüentemente observáveis pelos ergonomistas, como por exemplo: Os deslocamentos dos operadores - esses podem ser registrados a partir do acompanhamento dos percursos realizados pelo operador em sua jornada de trabalho. O registro do deslocamento pode explicar a importância de outras áreas de trabalho e zonas adjacentes. Exemplo; em uma sala de controle o deslocamento dos operadores até os painéis de controle está relacionado à exploração de certas informações visuais que são fundamentais para o controle de processo; o deslocamento até outros colegas pode esclarecer as trocas de comunicações necessárias ao trabalho.
Técnicas Utilizadas Na Análise Do Trabalho Pode-se agrupar as técnicas utilizadas em Ergonomia em técnicas objetivas e subjetivas.
→ Técnicas objetivas ou diretas: Registro das atividades ao longo de um período, por exemplo, através de um registro em vídeo. Essas técnicas impõem uma etapa importante de tratamento de dados.
→ Técnicas subjetivas ou indiretas: Técnicas que tratam do discurso do operador são os
questionários, e as entrevistas. Esse tipo de coleta de dados pode levar a distorções da situação real de trabalho, se considerada ma apreciação subjetiva. Entretanto, esses podem fornecer uma gama de dados que favoreçam uma análise preliminar. Deve-se considerar que essas técnicas são aplicadas segundo um plano preestabelecido de intervenção em campo, com um dimensionamento da amostra a ser considerado em função dos problemas abordados.
Métodos Diretos Observação É o método mais utilizado em Ergonomia, pois permite abordar de maneira global a atividade no trabalho. A partir da estruturação das grandes classes de problemas a serem observados, o Ergonomista dirige suas observações e faz uma filtragem seletiva das informações disponíveis.
Observação assistida Inicialmente considera-se uma ficha de observação, construída a partir de uma primeira fase de observação "aberta".
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A utilização de uma ficha de registro permite tratar estatisticamente os dados recolhidos; as freqüências de utilização, as transições entre atividades, a evolução temporal das atividades. Em um segundo nível utiliza-se os meios automáticos de registro, áudio e vídeo. O registro em vídeo é interessante à medida que libera o pesquisador da tomada incessante de dados, que são, inevitavelmente, incompletos, e permitem a fusão entre os comportamentos verbais, posturais e outros. O vídeo pode ser um elemento importante na análise do trabalho, mas os registros devem poder ser sempre explicados pelos resultados da observação paralela dos pesquisadores. Os registros em vídeo permitem recuperar inúmeras informações interessantes nos processos de validação dos dados pelos operadores. Essa técnica, entretanto, está relacionada a uma etapa importante de tratamento de dados, assim como de toda preparação inicial para a coleta de dados (ambientação dos operadores), e uma filtragem dos períodos observáveis e dos operadores que participarão dos registros. Alguns indicadores podem ser observados para melhor estudo da situação de trabalho (postura, exploração visual, deslocamentos etc).
Direção do olhar A posição da cabeça e orientação dos olhos do indivíduo permite inferir para onde esse está olhando. O registro da direção do olhar é amplamente utilizado em Ergonomia para apreciação das fontes de informações utilizadas pelos operadores. As observações da direção do olhar podem ser utilizadas como indicador da solicitação visual da tarefa. O número e a freqüência das informações observadas em um painel de controle na troca de petróleo em uma refinaria, por exemplo, indicam as estratégias que estão sendo utilizadas pelos operadores na detecção de presença de água no petróleo, para planejar sua ação futura.
Comunicações A troca de informação entre indivíduos no trabalho pode ter diversas formas: verbais, por intermédio de telefones, documentais e através de gestos. O conteúdo das informações trocadas tem se revelado como grande fonte entre operadores, esclarecedora da aprendizagem no trabalho, da competência das pessoas, da importância e contribuição do conhecimento diferenciado de cada um na resolução de incidentes. O registro do conteúdo das comunicações em um estudo de caso no Setor Petroquímico da Refinaria Alberto Pasqualini, Canoas - RS, mostrou a importância da checagem das informações fornecidas pelos automatismos e pelas pessoas envolvidas no trabalho, através de inúmeras confirmações solicitadas pelos operadores do painel de controle. O conteúdo das comunicações pode, além de permitir uma quantificação de fontes de informações e interlocutores privilegiados, revelar os aspectos coletivos do trabalho.
Posturas As posturas constituem um reflexo de uma série de imposições da atividade a ser realizada. A postura é um suporte à atividade gestual do trabalho e um suporte às informações obtidas visualmente. A postura é influenciada pelas características antropométricas do operador e características formais e dimensionais dos postos de trabalho. No trabalho em salas de controle, a postura é condicionada à oscilação do volume de trabalho. Em períodos monótonos a alternância postural servirá como escape à monotonia e reduzirá a fadiga do operador. Em períodos perturbados a postura será condicionada pela exploração visual que passa a ser o pivô da atividade. Os segmentos corporais acompanharão a exploração visual e escrutarão os gestos.
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Estudo de traços A análise é centralizada no resultado da atividade e não mais na própria atividade. Ela permite confrontar os resultados técnicos esperados e os resultados reais. Os dados levantados em diferentes fases do trabalho podem dar indicação sobre os custos humanos no trabalho, entretanto, não conseguem explicar o processo cognitivo necessário à execução da atividade. O estudo de traços pode ser considerado como complemento e é usado, com freqüência, nas primeiras fases da análise do trabalho. O estudo de traços pode ser fundamental no quadro metodológico para análise dos erros.
Métodos Subjetivos O questionário é pouco utilizado em Ergonomia, pois requer um número importante de operadores. Entretanto a aplicação de questionário em um grupo restrito de pessoas pode ser utilizada para hierarquizar um certo número de questões a serem tratadas em uma análise aprofundada. As respostas dos questionários podem ser úteis para a contribuição de uma classificação de tarefas e de postos de trabalho. O questionário, entretanto, deve respeitar a amostra e as probabilidades de aplicação. Deve-se ressaltar que com o questionário se obtém as opiniões, as atitudes em relação aos objetos, e que elas não permitem acesso ao comportamento real. Segundo PAVARD & VLADIS (1985), o questionário é um método fácil e se presta ao tratamento estatístico, e, se corretamente utilizado, permite coletar um certo número de informações pertinentes para o Ergonomista.
Tabelas de avaliação Esse tipo de questionário permite aos operadores avaliarem, eles mesmos, o sistema que utilizam. O objetivo é apontar os pontos fracos e fortes dos produtos. No caso de avaliação de programas, uma tabela de avaliação deve cobrir os aspectos funcionais e conversacionais.
Entrevistas e verbalizações provocadas A consideração do discurso do operador é uma fonte de dados indispensável à Ergonomia. A linguagem, segundo MONTMOLLIN (1984), é a expressão direta dos processos cognitivos utilizados pelo operador para realizar uma tarefa. A entrevista pode ser consecutiva à realização da tarefa (pede-se ao operador para explicar o que ele faz, como ele faz e por que).
Entrevistas e verbalizações simultâneas As entrevistas podem ser realizadas simultaneamente à observação dos operadores trabalhando em situação real ou em simulação. A análise se concentra nas questões sobre a natureza dos dados levantados, sobre as razões que motivaram certas decisões e sobre as estratégias utilizadas. Dessa maneira o Ergonomista revela a significação que os operadores tem do seu próprio comportamento. As verbalizações devem ser aplicadas com cuidado e de maneira a não alterar a atividade real de trabalho.
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Ergonomia na Informática A atividade humana no trabalho evoluiu. Hoje um forte componente mental está agregado às inúmeras funções que são desempenhadas com computadores. As solicitações físicas também são as mesmas. Hoje trabalhar com informática significa manter posturas rígidas ao longo da jornada de trabalho e disponibilizar os membros superiores para realizar a comunicação necessária com o sistema informatizado. Esta evolução trouxe conseqüência e custo humano do trabalho e promoveu uma revisão dos conceitos tradicionais aplicáveis ao projeto de mobiliário, ambiente físico e organização do trabalho. A partir das várias queixas e sintomas da população usuária de computadores, duas grandes empresas do setor de serviço solicitou avaliações ergonômicas para traçar um planejamento estratégico de prevenção de possíveis síndromes associadas ao uso da informática. Foram realizadas avaliações ergonômicas em empresas, que abrangeram atividades diversas, tais como as de: gerentes, secretárias, analistas de sistemas, programadores e outros. As pesquisas observaram que: em 93,4% dos postos de trabalho o teclado é mais alto que altura do cotovelo. E 62,5% das pessoas trabalham com a tela abaixo do ângulo de conforto visual e 22,4% trabalham com a tela acima deste ângulo de conforto. Dados revelam que 56,9% destas pessoas utilizam o computador durante mais de 80% do tempo total de trabalho. Na população estudada em 56,9%dos postos de trabalho não apóiam corretamente os pés no chão, 72,2% das pessoas utilizam o monitor abaixo do ângulo referencial de conforto, e 88,4% das pessoas trabalham com telas de reflexos oriundos das luminárias. No total dos postos de trabalho 90,9% utilizam cadeiras com encosto fixo a 110 graus e sem apoio lombar pronunciado e 72,2% dos postos de trabalho são compostos por mesas fixas. Ergonomia é um ponto fundamental na avaliação das constantes mudanças internas de cada empresa. Os equipamentos devem ser adequados às características dos trabalhadores. Geralmente as cadeiras de um escritório, são as grandes culpadas dos problemas relativos à ergonomia, a verdade é que os motivos podem estar diluídos em toda regulagem de altura e angulação do tampo, até a facilidade dos movimentos obrigatórios a cada função. Um detalhe, geralmente deixado de lado, é o fato de que as pessoas nascem de todas as formas e tamanhos. Fazer cadeiras que se adaptem as mais variadas formas e tamanhos, dada a quantidade populacional de cada local de trabalho, é tarefa complicada para os designers de plantão. Um bom ajuste de cadeira é fundamental para um assento de escritório, confortável e forte. A cadeira também deve oferecer um confortável repouso dos pés no chão, com as coxas totalmente apoiadas e, aproximadamente paralelas ao chão. As costas devem estar apoiadas e o ângulo formado entre as coxas e o tronco, deve estar entre 90 e 150 graus. Outro item, de muita importância, é que a cadeira deve permitir trocas freqüentes de postura, elemento essencial no sentar confortável. Cadeiras com ajustes mais baixos ou que tenham assentos que possam deslizar para frente ou para trás podem ajudar muito, mas são poucas as disponíveis no mercado que oferecem esse tipo de acessório. As melhores empresas desse segmento, acompanham os estudos de ergonomia, voltado ao ambiente de trabalho. Este estudo visa muito mais que o conforto, ele apresenta a melhor forma de se ter produtividade, rendimentos, adaptação às atividades e principalmente o bem estar social aliado à qualidade de vida. Portanto, a ergonomia mostra a melhor maneira de auxiliar e prevenir a LER (Lesão por Esforços Repetitivos).
Problemas Relativos ao Uso Incorreto da Informática O uso de cadeiras e mesas sem regulagens e dimensionalmente incompatíveis com as medidas antropométricas da população brasileira. A dificuldade das pessoas de manter a postura rígida durante toda a jornada de trabalho. O desconhecimento das regulagens de cadeiras e mesas pelos usuários.
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O desconhecimento dos setores de compra dentro da empresa em relação à conseqüência dos produtos adquiridos sobre a saúde e bem - estar das pessoas. → Mobiliário: um mobiliário bem adaptado para um funcionário faz muito mais que prevenir doenças ocupacionais, faz com que o trabalhador renda mais nos serviços diários. → Cadeira: a cadeira deve ter características que possam facilitar as mudanças posturais confortavelmente. Assento e encosto estofados e revestidos de material perspirante, sem ser duro ou mole, braço para suporte e apoio, sem interferir com a mesa. Os assentos devem ser arredondados para não interferir na circulação dos membros inferiores, e os pés da cadeira devem ser os mais estáveis possíveis, com cinco pés e rodízios para sua movimentação. → Mesa: com dimensões apropriadas ao tipo de tarefa a ser desenvolvida e espaço suficiente para a movimentação do usuário, fazendo com que adote postura correta. → Apoio para os pés: com inclinação de 20 graus para melhorar a firmeza do corpo do operador, bem como para melhorar a circulação venosa. → Postura: sentar de modo ereto, os braços formando um ângulo de 90º com antebraços aliviando o trabalho dos ombros, estando os punhos na linha do antebraço.
O olho e o terminal de vídeo ou monitor Existe uma preocupação entre os médicos principalmente, com relação as radiações emitidas pelos monitores de vídeo, que podem provocar várias doenças desde a catarata até defeitos congênitos. Sendo o problema mais comum a Astenopia (cansaço visual) que tem como sintomas fortes dores de cabeça e nos olhos provocados pelo excesso de trabalho diante do monitor. Espectro de cores: a camada pigmentar da retina é a responsável pelo descoramento e restauração do pigmento existente nos fotos-receptores. As radiações ultravioletas são convencionalmente divididas em três categorias: → Ultravioleta UV-C: são muito tóxicas, existindo em pouca quantidade entre nós; → Ultravioleta UV-B: são as responsáveis pelo bronzeamento da pele sendo filtradas parcialmente no olho pelas células conjuntivas e corneanas, contudo, havendo uma exposição prolongada pode ocasionar uma catarata brumescente; → Ultravioleta UV-A: são as que estão em maior quantidade entre nós, passando com grande facilidade pela córnea e com isso potencializando um maior numero de agressões à retina. São, portanto as radiações UV-B e UV-A as mais danosas ao olho, em exposição sem a devida proteção. Fica claro que, como qualquer instrumento eletrônico, o terminal de vídeo, produz radiações eletromagnéticas, porem em níveis de emissão bem abaixo dos limites mínimos de segurança e tolerância mundialmente estabelecidos pela ciência.
Micros para quem trabalha nos micros O computador vem dia a dia ganhando mais espaço na vida das pessoas, tornando-se tão importante quanto à televisão, em termos de diversão ou o freezer em termos de utilidade. Nos últimos dez anos o avanço de seu uso foi vertiginoso, a informática está realizando a maior revolução tecnológica do século XX e abrindo as portas para o século XXI. No entanto, algo está indo muito mal no mundo dos computadores. Ele não esta deixando seus usuários tão satisfeitos quanto deveria, o problema é que o trabalho contínuo e intenso junto ao computador causa doenças que provocam grande sofrimento e que podem ser amenizadas com tratamentos e afastamento do seu agente causador (computador), pois ainda não tem cura efetiva. Estas doenças são conhecidas como LER (Lesão por Esforços Repetitivos) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). Embora pareçam doenças novas que
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foram trazidas pela informatização, as LER e DORT são doenças antigas. Relatos do século XVIII contam sobre uma doença que atacava as costureiras e os escribas, os médicos não sabiam do que se tratava e os patrões achavam que era uma doença imaginária. Até pouco tempo, isso ainda acontecia, mas com o agravamento do quadro chegando a invalidez dos membros superiores e com o avanço tecnológico dos aparelhos médicos que proporcionaram exames mais precisos, a doença pôde ser finalmente esclarecida.
Computador - Amigo ou Vilão Hoje em dia o patrimônio mais importante de uma empresa é a informação e com o advento da Internet, a informação chega como um flash de luz. As distancias são encurtadas e o volume de documentos diminuídos, evitando o deslocamento de funcionários, de transporte de material e o desperdício de tempo. O tempo economizado com a facilidade e agilidade da transmissão de informações são utilizados para aperfeiçoar ainda mais o computador, conquistar novos mercados criar novos produtos e ter cada vez mais lucros. Na verdade o grande vilão seria o patrão ganancioso que quer produzir cada vez mais à custa do empregado que é obrigado a ficar cada vez mais tempo diante do teclado e do mouse, sem fazer pausas que ele tem direito e sem ir embora enquanto não terminar o trabalho do dia. Os próprios funcionários estão cada vez mais exigentes consigo mesmo. Em busca de superar a perfeição dos computadores, não desistem enquanto não estiverem dominando o programa, isto muitas vezes causa estresse. O computados é um grande causador de estresse, porque as pessoas querem concorrer com ele, querem superá-lo. Se o computador revolucionou o mundo moderno, ele também foi um grande causador de desemprego, por isso as pessoas querem domina-lo, ser melhor do que ele para se manter no emprego, para se indispensável ao empregador. Porem, o patrimônio humano é muito mais importante na empresa, o fato de ter-se mão-de-obra sobrando não torna o fator humano menos importante, por isso cada um deve respeitar seus limites e exigir que o empregador também o faça para o bem da própria empresa.
Proteção ocular para usuários de computador Não há existência confirmada de qualquer tipo de dano que possa ser causado através dos monitores de microcomputadores. Estudos confirmam que os monitores emitem pouca ou nenhuma radiação X ou não ionizante do tipo ultravioleta, e as radiações eletromagnéticas existentes ficam muito abaixo dos níveis considerados prejudiciais para o ser humano, mesmo usando micros por períodos exagerados. Existem outras considerações a serem feita com maior importância para os usuários de micros: Ergonomia no arranjo entre o usuário e sua estação de trabalho: posição da cadeira, tela, teclada e papéis para leitura e digitação devem ficar ao nível dos olhos e na mesma distancia da tela, existem acessórios próprios para esta finalidade. Posicionamento do monitor de modo que não ocorra reflexos de lâmpadas ou qualquer outro tipo de iluminação, como por exemplo, a luz proveniente das janelas. Na impossibilidade disto ser feito, a tela polarizada pode solucionar em parte este problema, mas somente as telas polarizadas de boa procedência. Descansar 10 minutos após cada 50 minutos trabalhados. Isto evita a vista cansada e lhe dá algum tempo para descansar os membros. Quando a vista foca algo durante muito tempo consecutivo faz com que seus olhos não se movimentem o que impede uma lubrificação satisfatória do globo ocular. O trabalho continuo pode ocasionar o que chamamos de fadiga ocular, originando dores de cabeça, dificuldade de foco e vista avermelhada. Piscar repetidamente por varias vezes consecutivas é um bom exercício de prevenção.
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Sempre que possível optar pelos monitores coloridos ao invés dos monocromáticos e possuam controles de brilho e contraste. Efetuar exames anuais junto a um oftalmologista é essencial para que possamos evitar que algumas deficiências visuais venham a aumentar devido ao não uso de lentes corretivas. Às vezes temos algum tipo de deficiência que nos leva a sensações de desconforto ao trabalhar com micros e sem um exame mais apurado nunca poderíamos detectar este problema. Quando você for a um oftalmologista lembre-se de descrever sua rotina de trabalho, seu posto e as atividades desenvolvidas, isto pode ser importante para definir um ou outro tipo de lente a ser prescrita. Com relação aos óculos de segurança para proteção a estes tipos de usuários não podemos afirmar suas vantagens ou desvantagens. Com relação ao conforto perante luminosidade intensa alguns modelos até poderiam ser indicados, mas as regulagens existentes nos monitores podem perfeitamente sanar este inconveniente.
Dicas para quem trabalha em micros A cadeira deve ser estofada, e de preferência, com tecido que permita a transpiração; A altura da cadeira deve ser regulável. A altura certa de sua cadeira é aquela em que seus cotovelos estejam na altura do tampo da mesa; A borda do assento deve ser arredondada; Apóie as costas no encosto da cadeira que deve ter regulagem de altura. Ajuste a altura do apoio lombar de forma a lhe proporcionar conforto sem forçar qualquer ponto da coluna; Procure sempre se sentar alinhado com o eixo da cadeira; Caso os pés não estejam bem apoiados, procure um apoio para os mesmos; Mantenha os olhos no mesmo nível do topo da tela do computador. Não deixa a cabeça tombar para frente; Coloque o monitor de vídeo de lado para as janelas (nunca de frente nem de costas); Posicione o mouse junto ao teclado; Procure arranjar um suporte para documentos; Nunca use o teclado longe do corpo ou torcido; Os braços devem trabalhar na vertical, os antebraços devem estar na horizontal e os punhos apoiados; É recomendado apoio para os punhos.
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Dicas de Ergonomia 1. De olho no conforto visual!- para garantir o conforto visual, mantenha seu monitor entre 45 e 70 cm de distancia e regule sua altura no máximo até a sua linha de visão. Isto pode ser feito através de um suporte de monitor, ou pela utilização de mesas dinâmicas. Sempre que possível procure descansar a vista, olhando para objetos (quadros, plantas, aquários, etc...) e paisagens a mais de 6 metros. 2. Punho neutro é fundamental!- Assim como altura do monitor, a do teclado também deve ser regulável. Ajuste-a até que fique no nível da altura dos seus cotovelos. Durante a digitação é importante que o punho fique neutro (reto). Mantenha o teclado sempre na posição mais baixa e digite com os braços suspensos ou use um apoio de punho! 3. Pés bem apoiados!- É importante que as pessoas possam trabalhar com os pés no chão. As cadeiras devem possuir regulagens compatíveis com as da população em questão. Para o Brasil, o ideal seria cadeiras com regulagem de altura a partir de 36 cm. Quando a cadeira não permite que a pessoa apóie os pés no chão, a solução é adotar um apoio para os pés, que serve para relaxar a musculatura e para melhorar a circulação sanguínea dos membros inferiores. 4. Dê um descanso para as costas!- com exceção de algumas atividades, as cadeiras devem possuir espaldar (encosto) de tamanho médio. Uma maior superfície de apoio, garante uma melhor distribuição do peso corporal, e um melhor relaxamento da musculatura. 5. Iluminação - Para evitar reflexos, as superfícies de trabalho, paredes e pisos, devem ser foscas e o monitor deve possuir uma tela anti-reflexiva. Evite posicionar o computador perto de janelas e use luminárias com proteção adequada. 6. Cores - Equilibre as luminâncias usando cores suaves em tons de mate. Os coeficientes de reflexão das superfícies do ambiente devem ser e3m torno de 80% para o teto; 15 a 20% para o piso; 60% para a parede (parte alta); 40% para as divisórias, para a parede (parte baixa) e para o mobiliário. 7. Temperatura - Como regra geral, temperaturas confortáveis, para ambientes informatizados, são entre 20 e 22 graus centígrados no inverno, e entre 25 e 26 graus centígrados no verão (com níveis de umidade entre 40 a 60%). 8. Acústica - É recomendável para ambientes de trabalho em que exista solicitação intelectual e atenção constante, índices de pressão sonora inferiores a 65 dB (A). Por esse motivo recomendase o adequado tratamento do teto e paredes, através de materiais acústicos e a adoção de divisórias especiais. 9. Humanização do ambiente - Sempre que possível humanize o ambiente (plantas, quadros e quando possível som ambiente). Estimule a convivência social entre os funcionários.
Hábitos Posturais Corretos – Como proteger sua coluna Posição dos braços e postura de trabalho podem causar dores nas costas e nos ombros.
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INCORRETO
CORRETO
Lembre-se: Procure sentar-se com os pés tocando totalmente o solo. Se isto não for possível, utilize um apoio para os pés.
INCORRETO
CORRETO
Postura inadequada para apanhar objetos em gavetas baixas.
Atenção: transfira os materiais mais utilizados para as gavetas superiores. Postura inadequada de pescoço e ombro ao atender ao telefone e fazer anotações.
Atenção: Utilize uma das mãos para atender ao telefone. Postura correta para exercer atividade com o microcomputador.
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Utilize um apoio para os pés durante atividades realizadas na postura em pé.
Nunca erga coisa alguma (pesada ou leve) com as pernas esticadas. Dobre sempre os joelhos.
INCORRETO
CORRETO
Nunca transporte objeto pesado afastado do seu corpo.
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INCORRETO
CORRETO
Lembre-se: músculos contraídos constantemente geram dor. Evite realizar tarefas com os ombros contraídos.
Evite tarefas realizando a torção do tronco com os pés fixos no solo. Procure girar o corpo todo e não apenas o tronco.
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Doenças de Escritório – Ler e Dort 1. O que é LER? O termo LER refere-se a um conjunto de doenças que atingem principalmente os membros superiores, atacam músculos, nervos e tendões provocando irritações e inflamação dos mesmos. A LER é geralmente causada por movimentos repetidos contínuos com conseqüente sobrecarga do sistema músculo-esquelético. O esforço excessivo, má postura, más condições de trabalho também contribuem para aparecimento da LER. Em casos extremos pode causar sérios danos aos tendões, dor e perda de movimentos. A LER inclui várias doenças entre as quais, tenossinovite, tendinites, epicondilite, síndrome do túnel do carpo, bursite, dedo em gatilho, síndrome do desfiladeiro torácico e síndrome do pronador redondo. Alguns especialistas e entidades preferem, atualmente, denominar as LER por DORT ou LER/DORT. A LER também é conhecida por L.T.C. (Lesão por Trauma Cumulativo). 2. A quem a LER ataca? A LER é contagiosa? As principais vítimas são digitadores, publicitários, jornalistas, bancários, secretárias e todos os profissionais que têm o computador como companheiro de trabalho. Não é contagiosa, pois não é causada por bactérias, fungos ou vírus, mas sim por movimentos repetitivos. 3. Porque há quem diz que LER não existe? Penso que por se definir a LER como um conjunto de doenças e não como uma doença específica. Quando alguém diz que tem LER, na verdade trata-se de uma tendinite, tenossinovite ou outro tipo de doença causada por esforço repetitivo. 4. Que significa DORT? Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho 5. Qual a diferença entre LER e DORT? LER é a designação de qualquer doença causada por esforço repetitivo enquanto DORT é o nome dado as doenças causadas pelo trabalho. Alguns especialistas e entidades preferem, atualmente, denominar LER por DORT ou ainda LER/DORT. 6. Quais os sintomas da LER? Em geral dores nas partes afetadas. A dor é semelhante a dor de reumatismo ou de esforço estático, como por exemplo, a dor causada quando se segura algo com o braço, por longo tempo, sem movimentá-lo. Há formigamentos e dores que dão a sensação de queimadura ou às vezes frio localizado. 7. A LER é uma doença nova? Não. Já na idade média era conhecida sob outros nomes, como por exemplo, a "Doença dos Escribas", que nada mais era do que uma tenossinovite, praticamente desaparecendo depois da invenção da imprensa por Gutenberg. Ramazzini, em 1700, também, descreve a doença dos escribas e notórios. Em 1895 o cirurgião suíço Fritz de Quervain descrevia a “Entorse das Lavadeiras”, atualmente conhecida como Tenossinovite De Quervian, um tipo de doença causada por esforço repetitivo.
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A LER, entretanto, acentuou-se demasiadamente na década de 1990, com a popularização dos computadores pessoais. 8. A LER é causada somente pelo trabalho? Não, também podem ser causa de LER atividades esportivas que exijam grande esforço. Da mesma forma a má postura ou postura incorreta, compressão mecânica das estruturas dos membros e outros fatores podem causar LER. 9. Quais as possíveis causas das lesões por esforços repetitivos? Podemos citar entre tantas outras, 1. Posto de trabalho inadequado e ambiente de trabalho desconfortável; 2. Atividades no trabalho que exijam força excessiva com as mãos; 3. Posturas inadequadas e desfavoráveis às articulações; 4. Repetição de um mesmo padrão de movimento; 5. Tempo insuficiente para realizar determinado trabalho com as mãos; 6. Jornada dupla ocasionada pelos serviços domésticos; 7. Atividades esportivas que exijam grande esforço dos membros superiores; 8. Compressão mecânica das estruturas dos membros superiores; 9. Ritmo intenso de trabalho; 10. Pressão do chefe sobre o empregado; 11. Metas de produção crescente e pré-estabelecidas; 12. Jornada de trabalho prolongada; 13. Falta de possibilidade de realizar tarefas diferentes; 14. Falta de orientação de profissional de segurança e ou medicina do trabalho; 15. Mobiliário mal projetado e ergonomicamente errado; 16. Postura fixa por tempo prolongado; 17. Tensão excessiva e repetitiva provocada por alguns tipos de esportes; 18. Desconhecimento do trabalhador e ou empregador sobre o assunto. 10. Quais as doenças decorrentes de esforços repetitivos? São diversas, as mais comuns são: 1. Tenossinovite; 2. Tendinites; 3. Epicondilite; 4. Síndrome do túnel do carpo; 5. Bursites; 6. Dedo em gatilho; 7. Síndrome do desfiladeiro torácico; 8. Síndrome do pronador redondo; 9. Mialgias. Veja abaixo uma explicação das principais doenças:
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Tendinite - Inflamação aguda ou crônica dos tendões. Manifestam-se com mais freqüência nos músculos flexores dos dedos, e geralmente são provocados por dois fatores; movimentação freqüente, e período de repouso insuficiente. Manifesta-se principalmente através de dor na região que é agravada por movimentos voluntários. Associados à dor, manifestam-se também edema e crepitação na região. Tenossinovite - Inflamação aguda ou crônica das bainhas dos tendões. Assim como a tendinite os dois principais fatores causadores da lesão são; movimentação freqüente, e período de repouso insuficiente. Manifesta-se principalmente através de dor na região que é agravada por movimentos voluntários. Associados à dor, manifestam-se também edema e crepitação na região. Síndrome De Quervain - Constricção dolorosa da bainha comum dos tendões do longo abdutor do polegar e do extensor curto do polegar. Estes dois tendões têm uma característica anatômica interessante: correm dentro da mesma bainha; quando friccionados, costumam se inflamar. O principal sintoma é a dor muito forte, no dorso do polegar.Um dos principais fatores causadores deste tipo de lesão está no ato de fazer força torcendo o punho. Síndrome do Túnel do Carpo Compressão do nervo mediano no túnel do carpo. As causas mais comuns deste tipo de lesão são a exigência de flexão do punho, a extensão do punho e a tenossinovite ao nível do tendão dos flexores - neste caso, os tendões inflamados levam a uma compressão crônica e intermitente da estrutura mais sensível do conjunto que compõe o túnel do carpo: o nervo mediano. 11. Que fazer em caso de suspeita de LER? O mais recomendado é procurar o médico imediatamente e passar por uma avaliação. Também é aconselhável parar com a atividade suspeita de ser causa da LER. 12. Estou com suspeita de LER. Que médico devo procurar? Um médico com conhecimento e especialização em LER/DORT, ortopedista, reumatologista ou neurologista. É comum o encaminhamento para fisioterapia depois de avaliação médica. Prevenção da LER/DORT A ergonomia é uma das principais formas de prevenção, pois trata de reeducar posturas, adequar ps moveis e equipamentos a cada trabalhador. Com a melhoria do local de trabalho visando o conforto e o bem-estar do funcionário, aumenta o nível de satisfação com o cargo ou função, diminuindo fatores físicos e psicológicos como um dos agentes causadores dos distúrbios. Outra forma de prevenção é o exercício laboral.
Ginástica Laboral Consiste em uma atividade física leve e de curta duração, realizada no próprio ambiente de trabalho, onde são aplicados exercícios preventivos através de alongamentos para compensação e
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relaxamento das estruturas musculares envolvidas nas tarefas diárias, sem levar o trabalhador ao cansaço. A ginástica procura compensar e relaxar as estruturas mais utilizadas durante a atividade, e ativar as que não são requeridas e tonificar ambos. A ginástica laboral pode ser aplicada nas empresas como exercícios de: Preparação Compensação ou Relaxamento. Ginástica Preparatória: indicada para tarefas que exigem muito esforço físico deve ser realizada antes da jornada de trabalho, com duração de 10 a 15 minutos. Ela prepara o funcionário para iniciar suas tarefas diárias, despertando-o e prevenindo-o distensões musculares. Os exercícios podem ser de alongamento, aquecimento e etc. Ginástica Compensatória: realizada durante a jornada de trabalho, com duração de 5 a 10 minutos, como pausa ativa, compensando posturas inadequadas e esforços repetitivos, exigidos em funções operacionais, minimizando desconfortos musculares. Esta ginástica é indicada para tarefas repetitivas, de muita concentração e pressão. Ginástica de Relaxamento: realizada no final ou após o expediente com duração de 20 a 30 minutos e objetivando recuperar o funcionário do desgaste exigido no trabalho. Indicada para todas as tarefas dentro da empresa. Benefícios da Ginástica Laboral:
Melhora a integração social e clima organizacional;
Maior disposição e concentração no trabalho;
Melhora a consciência corporal e postural;
Diminui a tensão muscular desnecessária;
Melhora a oxigenação dos músculos e oxigenação sanguínea;
Diminui riscos de acidente no trabalho, por falta humana;
Diminui absenteísmo e afastamentos.
Aquecimento Para os olhos: contraía e relaxe os olhos. Para a voz: faça sons imitando o barulho do mar. Emita o barulho do mar. Para mãos e dedos: esfregue as mãos entre si, gire os punhos em sentido horário e anti-horário. Compensatória Para os olhos: visualize a palma da mão a 20cm de distancia e alterne olhando um objeto qualquer a 4m de distancia aproximadamente. Para mãos e dedos: traga cada punho em direção ao braço com o auxilio da outra mão. Repita o movimento com a palma da mão. Para a voz: realize movimentos circulares, horários e anti-horário, nas cordas vocais. Para o corpo: eleve a cabeça para frente e para trás; faça rotação e flexão lateral: olhando para todos os lados. Queixo no peito desloque o tronco da cadeira curvando-se totalmente e retorne à posição inicial lentamente. Eleve as pernas alternadamente. Circunde os ombros para frente e para trás. Traga o pé em direção ao joelho (direito e esquerdo). Circunde os tornozelos sentido horário e anti-horário.
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Relaxamento Para os olhos: esfregue as mãos entre si para aquecê-las e, em seguida, coloque-as em forma de concha sobre os olhos por alguns segundos e faça movimentos sobre os olhos com as pontas dos dedos. Para as mãos e dedos: coloque os braços para baixo e balance-os, girando para os lados.
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Bibliografia TRABALHO Leandro Zvirtes/Marcelo Ochoa – CEFET/RS-UNED/Sapucaia do Sul.
LIVRO Ergonomia – Antoine Laville – Editora EPU.
SITEs http://pt.wikipedia.org/wiki/Ergonomia; http://www.abergo.org.br/ http://www.croergosociety.hr/; http://www.users.rdc.puc-rio.br/moraergo/ergomund.htm; http://www.cdof.com.br; http://www.sitemedico.com.br ; http://www.ergonomia.com.br; http://www.ivogomes.com.br.
IMAGENs: Homem Vitruviano – http://www.abergo.org.br; http://pro.corbis.com; Saúde e Qualidade de Vida – Programa Senac-SP de Educação e Cidadania
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