Texto Aula 6 - Marta

  • December 2019
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AULA 6 – PROGRAMAS DE QUALIDADE ORGANIZACIONAL ISO e COERGO

Ao final dessa aula, o aluno deverá ser capaz de: • Conhecer o processo de implementação do COERGO. • Compreender o processo de implementação de ISO. • Compreender como os programas que visam à qualidade no trabalho auxiliam a manter a QV nos ambientes de trabalho.

EMENTA DESTA AULA Programas de QVT, ISO e COERGO.

INTRODUÇÃO MARTA CRISTINA WACHOWICZ Nesta nossa última tele-aula iremos aprender como aplicar os conceitos até então estudados. Como transformar um ambiente de trabalho inadequado e como minimizar os riscos, fadiga, acidentes... O importante é compreendermos que QVT é muito mais disposição, força de vontade e criatividade do que necessariamente termos que esperar uma soma de recursos financeiros para fazermos as melhorias necessárias. Para todos, um bom estudo!

1. QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO - QVT Ao longo dos encontros foi possível observar que para podermos executar na empresa um programa de qualidade de vida no trabalho

precisamos integrar os conhecimentos. É necessário fazer com que as pessoas passem por um processo educativo, ou seja, o profissional da área da saúde ocupacional precisa desenvolver ações que conscientizem as pessoas que segurança, conforto, saúde, qualidade, bem-estar... são aspectos decorrentes da somatória de todas estas ações. Claro que esta tarefa precisará da ajuda de muitas pessoas e, sendo assim, se pode fazer uma convocação, um convite para todos os funcionários interessados. Cada um poderá contribuir com a sua percepção, sua prática do que está bom e do que precisa ser melhorado no posto onde executa sua atividade laborativa. Um programa de QVT pode estar fundamentado em uma intervenção ergonômica. Para Moraes e Mont’Alvão (2000) esta intervenção pode ser realizada nas seguintes etapas: 1. Apreciação Ergonômica: consiste em um mapeamento dos problemas existentes na empresa, problemas estes relacionados com posturas, mobiliário, aspectos cognitivos, motivacionais, espaciais, operacionais... que acabam por interferir na relação homem-tarefa-máquina. 2. Diagnose Ergonômica: etapa de aprofundamento dos problemas elencados anteriormente. Podem ser feitas gravações de vídeo, entrevistas, questionários ou outras ferramentas que ofereçam subsídios para levantamento de dados. 3. Projetação Ergonômica: é a adaptação dos postos de trabalho, equipamentos e ferramentas às características psíquicas, físicas e cognitivas do trabalhador. Envolve os aspectos físicos ambientais e a organização do trabalho. 4. Avaliação, validação e/ou testes ergonômicos: é o retorno, feedback dos problemas levantados na busca da participação do usuário;cliente/consumidor para o auxílio da resolução ou minimização do problema. 5. Detalhamento ergonômico e otimização: revisão do projeto segundo

as

opiniões

dos

trabalhadores,

do

parecer

do

profissional envolvido, nas restrições de orçamento e nas prioridades tecnológicas que a empresa oferece.

As autoras buscam esclarecer que a ergonomia pode contribuir muito para a promoção da QVT, pois os fatores que a ergonomia se dispõe a estudar estão diretamente relacionados com a promoção de qualidade de vida. Guimarães (1999) reitera a interdependência entre QVT e ergonomia e prescreve as seguintes etapas: 1.

Lançamento do Projeto: esclarecimento aos funcionários do que será realizado na empresa em termos de bem-estar, como também, oportunizar o momento de fazer o convite para os interessados em participar do projeto, isto é, estabelecer um COERGO – Comitê de Ergonomia. Este Comitê não pode fazer restrições quanto ao cargo que o funcionário exerce, e sim, estar atento para que o maior número de interessados participe efetivamente.

2.

Diagnóstico:

levantamento preliminar para a coleta de

dados, analisando as atividades da tarefa com base no trabalho real e o prescrito considerando os aspectos físico, ambiental,

da

organização

do

trabalho,

cognitivo,

antropométrico e ferramental. Nesta etapa a autora comenta que o principal ponto a ser observado é a “escuta da demanda”, ou seja, saber identificar as informações: quem, o que, como, onde e quando. O foco está em “ouvir as falas” do trabalhador para se estabelecer um grau de importância das queixas levantadas. O histórico do posto é muito significativo para se ter uma base do que acontece durante a execução da atividade laborativa. 3.

Proposta de Modificações: consiste em uma projeção de soluções e/ou melhorias, sempre observando uma análise sistêmica dos problemas: ferramental, posto, postura, ambiente, sistema, comunicação, relacionamento...

4.

Validação: executar protótipos, maquetes ou outras formas de chegar a uma solução adequada para os problemas levantados.

5.

Implementação de Modificações: é necessário fazer uma revisão do projeto de forma integral para se chegar a um

ok entre as especificações feitas no parecer do especialista e

as

necessidades

do

trabalhador/cliente/usuário/consumidor. Esta segunda intervenção ergonômica também caracteriza uma análise calcada na apreciação, levantamento de problemas, diagnóstico, análise e propostas de melhorias destes problemas Claro que você como estudioso do assunto, saberá integrar estas etapas com as normas regulamentadoras, o mapeamento de riscos, gerenciamento da segurança entre outras ações preventivas. A idéia de estabelecer o COERGO, ou outra denominação que se queira dar, está em trazer as pessoas para participarem de forma integrada para a melhoria das condições dos postos de trabalho. Quem está execuntado a atividade laborativa tem maiores e melhores argumentações para descrever as reais condições física, psíquica, cognitiva, postural, etc. Assim, experiência e técnica acrescentam-se aos aspectos positivos, negativos, detalhes, exceções. A pesquisa de Oliveira e Limongi-França (2005) traz uma discussão sobre a avaliação da gestão de programas de QVT. As autoras entrevistam 215 trabalhadores que apresentam o perfil de executivos com formação universitária, professores de administração e administradores profissionais. Os dados obtidos trazem os seguintes parâmetros: - 90,7% afirmam que as ações e programas de QVT são sempre necessários no trabalho das empresas. - 85,2% dos empregados valorizam as ações e programas de QVT. - 82,9% das ações e dos programas de QVT geram benefícios que se perpetuam na empresa para novos funcionários inclusive. - 50,2% das ações e programas de QVT devem ser estratégicos.

Entre as ações a serem desenvolvidas nas empresas junto aos programas de gestão da QVT as autoras apontam que o setor de Gestão de Pessoas tem uma participação fundamental para a integração dos aspectos biopsicossociais tais como: ações ergonômicas, cuidados com a alimentação oferecida na empresa, atividades esportivas, integração dos familiares nos eventos realizados e processos administrativos (recrutamento, seleção,

treinamento, avaliação de desempenho, remuneração) executados de forma mais participativa. Como se pode observar não há mágica ou ações mirabolantes na execução de programas que visem a QVT. Sempre que houver iniciativa com criatividade presentes no planejamento e desenvolvimento destes programas, acrescidos

de investimento financeiro, estes programas acabam por trazer

melhoria para todas as partes: empregado, empregador, terceirizada, fornecedor, comunidade... Mas aqui cabe a pergunta: o que se deve ou se pode abranger ao desenvolver um programa de QVT nas empresas? Quem pode responder a este questionamento é o PNQ - Prêmio Nacional da Qualidade. O PNQ foi criado pela Fundação Nacional da Qualidade – FNQ - que desde 1991 tem procurado difundir Fundamentos de Excelência da Gestão. O seu objetivo maior está em estabelecer critérios de excelência para gerar uma maior produtividade e competitividade entre as organizações nacionais. Dentre os parâmetros estabelecidos se pode citar: »»

Qualidade

Centrada

no

Cliente:

é

a

percepção

do

consumidor/cliente/usuário sobre a excelência dos serviços ou do produto oferecido. »» Foco nos Resultados: conjunto de indicadores que estabelecem estratégias para alcançar os objetivos previamente determinados. »» Comprometimento da Alta Direção: é fundamental, pois sem ele não há como a cultura organizacional focar a GQVT – Gestão dos programas Qualidade de Vida no Trabalho. »» Visão de Futuro de Longo Alcance: é a flexibilidade e agilidade da organização em alterar padrões vigentes na busca da qualidade. »» Valorização das Pessoas: promoção dos talentos humanos na empresa para criar a sinergia necessária que integre as pessoas. »» Responsabilidade Social: conscientização do papel que a organização tem para com o desenvolvimento da sociedade e na formação de profissionais/cidadãos. »» Aprendizado Contínuo: incorporação de novos padrões e processos inovadores que somente serão possíveis através ações de correção, inovação e prevenção constantes.

de

A GQVT segue os mesmos princípios da segurança do trabalho, da saúde ocupacional e ergonômicos, é fundamental se ter uma ação multi e interdisciplinar, ou seja, ter a participação dos mais diversos profissionais que atuam na empresa, ou mesmo, contratar consultorias. Não há como uma única categoria profissional desenvolver projetos eficazes. Nunca se deve esquecer da importância da participação do SESMT e da CIPA, além do RH para incrementar, qualificar e integrar as ações propostas. Na GQVT também pode ocorrer da empresa priorizar a certificação de ISO – International Standartzation Organization. Segundo a EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – a sigla ISO tem o significado de gestão com qualidade, responsabilidade e produtividade. Fundada em 1947, na Suíça (Genebra), a ISO aprova normas internacionais em todos os campos técnicos com exceção da eletricidade e da eletrônica. O INMETRO - Instituto Brasileiro de Normas Técnicas – representa o Comitê Brasileiro de Certificação – CBC. Criado pela resolução CONMETRO nº. 8 de 24/08/92, na ISO e, assim possui, além das responsabilidades atribuídas a seus membros, a de divulgar, avaliar e preservar a aceitação, o uso e integridade da marca ISO. A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - é o organismo de certificação brasileiro, credenciado pelo INMETRO, para atuação em certificação de sistemas de garantia de qualidade no país e também de produtos que desde 1950, desenvolve programas de certificações para diversas áreas da sociedade brasileira, em conformidade com os modelos internacionalmente aceitos e estabelecidos no âmbito do Comitê de Avaliação da Conformidade - CASCO - da ISO. Segundo a ABNT, define-se por Normalização o “processo de estabelecer e aplicar regras a fim de abordar ordenadamente uma atividade específica, para o benefício e com a participação de todos os interessados e, em particular, de promover a otimização da economia, levando em consideração as condições funcionais e as exigências de segurança”. (http://www.cnpma.embrapa.br/projetos/prod_int/normalizacao.html)

A ISO apresenta algumas normas ou standards relacionados: ISO 31 Tamanhos e unidades ISO 1000 Unidades SI e recomendações para o uso de seus múltiplos e de algumas outras unidades

ISO 216 Formatos e dimensões de papel - série A e B ISO 269 Formatos e dimensões de envelopes ISO 639 Códigos para representação de nomes de línguas ISO 1337 Padronização para linguagem de internet ISO 2108 ISBN - Sistema internacional de identificação de livros ISO 3166 Códigos de países e subdivisões ISO 4217 Códigos de moeda ISO 5218 Convenção numérica para representação de sexos ISO 5800 Sensibilidade das películas fotográficas ISO 7810 Normas para cartões ID-1, ID-2 e ID-3 (de identificação, bancários, passaporte, carta de condução) ISO 7811 Métodos de gravação em cartões ID1 ISO 7813 Características adicionais de cartões ID-1 ISO 7816 Cartões ID-1 com micro circuitos integrados ISO 8601 International Standard Date and Time Notation ISO 8859 Codificação de caracteres em fontes, as quais incluem o ASCII (p.ex. ISO-8859-1, ISO-8859-2) ISO 8879 Standard Generalized Markup Language (SGML) ISO 9000 Sistema de gestão da qualidade em ambientes de produção ISO 9660 Sistema de ficheiros para CD-ROMs ISO 9899 A linguagem de programação C ISO 10006 Gestão da qualidade (aplicada em gestão de projetos) ISO/IEC 10179:1996 Semânticas de Estilo de Documentos e Linguagem de Especificações (DSSSL) ISO 10646 Universal Character Set (equivalente ao Unicode) ISO 14000 - ISO 14064 Normas de gestão do ambiente em ambientes de produção

ISO 14772 Virtual Reality Modelling Language VRML ISO/IEC 14882 A linguagem de programação C++ ISO/IEC 17799 Tecnologia da informação: código de conduta para a gestão da segurança da informação ISO/IEC 12207 Tecnologia da informação: define processo de desenvolvimento de software Pode-se aqui observar a extensão da ação normalizadora da ISO e a diversidade de áreas nas suas certificações. Há também, o reconhecimento de uma gestão muito mais voltada para aspectos ergonômicos, ecológicos, gerenciais, ambientais, além do marketing, da imagem refletida na comunidade de uma empresa politicamente correta nos aspectos anteriormente citados. Toda a ação voltada para a GQVT deverá estar alicerçada nos diversos órgãos normalizadores mencionados. Assim, os serviços e produtos oferecidos ao trabalhador/cliente/consumidor/usuário atestam o comprometimento da empresa com o bem-estar, segurança, conforto, ambiente de aprendizagem e crescimento profissional, saúde, ações ergonômicas. A integração de todos estes fatores pode ser

resumida em promoção de qualidade de vida nos

ambientes de trabalho. REFERÊNCIAS http://www.scielo.br/pdf/raeel/v4n1/v4n1a05.pdf

AVALIAÇÃO DA GESTÃO

DE PROGRAMAS DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO. OLIVEIRA, P. M. de; LIMONGI-FRANÇA, A. C. RAE-eletrônica, v. 4, n. 1, Art. 9, jan./jul. 2005 http://www.rae.com.br/eletronica/index.cfm?FuseAction=Artigo&ID=2209&Secao=ARTIG OS&Volume=4&Numero=1&Ano=2005

http://www.cnpma.embrapa.br/projetos/prod_int/normalizacao.html http://www.inmetro.gov.br/qualidade/CB25docorient.pdf (TEXTO SOBRE ISO 9000) http://pt.wikipedia.org/wiki/ISO#Normas_t.C3.A9cnicas

(DEFINIÇÕES DE ISO) http://www.inmetro.gov.br/resc/pdf/resc000199.pdf (CONSELHO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL – CONMETRO) Resolução n.º 11, de 20 de dezembro de 2006. - NBR 14136:2002 GUIMARÃES, L.B. de M. (Coord.). Ergonomia de processo. Porto Alegre: UFGRS, 2000. v. II. MORAES, A. de; MONT’ALVÃO, C. Ergonomia: conceitos e aplicações. Rio de Janeiro: 2 AB, 2000.

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