Tecidos Vegetais

  • June 2020
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A anatomia e morfologia de uma planta, tal como de qualquer outro organismo, dependem das características das suas células constituintes. É sabido que todas as células da planta se formam, por mitose, do zigoto, no entanto, a partir de certa altura o crescimento vegetal está restrito a localizações específicas – meristemas. Tecidos de formação ou meristemas As células que formam os tecidos meristemáticos caracterizam-se por apresentarem núcleos grandes, organitos pouco desenvolvidos, vacúolos pouco desenvolvidos ou inexistentes e paredes celulares finas. Estas células mantêm a capacidade de divisão, sofrendo mitoses mais ou menos contínuas, de modo a originar os tecidos definitivos da planta. Os meristemas podem ser classificados de acordo com diversos critérios, nomeadamente localização e origem. Quanto à sua origem, os meristemas podem ser: Meristemas primários Com origem em células embrionárias, são responsáveis pelo alongamento da raiz e do caule, bem como pela formação dos tecidos definitivos primários. Meristemas secundários Com origem em células já diferenciadas que readquirem secundariamente a capacidade de divisão, são responsáveis pelo engrossamento das estruturas e pela formação dos tecidos definitivos secundários. Os tecidos vegetais adultos ou permanentes As células dos meristemas, quando param de se dividir, passam por um processo de diferenciação, especialização, transformando-se em células de tecidos permanentes ou adultos. Os Tecidos permanentes são classificados de acordo com sua função: 1. Preenchimento ou elaboração: Os parênquimas. 1.1. Clorofílico ou clorênquima ou parênquima assimilador. Suas células possuem cloroplastos e sua função é produzir, através da fotossíntese, os alimentos do vegetal. 1.2. De reserva é o parênquima onde leucoplastos acumulam substâncias necessárias à sua sobrevivência futura. Geralmente não apresenta clorofila e sua cor depende das substâncias que acumula. Como a substância de reserva mais comum nos vegetais é o amido, é também chamado de parênquima amilífero. 1.3. Aqüífero é o parênquima cujas células possuem grandes vacúolos onde as plantas xerófitas, adaptadas para sobreviver em regiões muito secas, acumulam a água necessária para sobreviver aos longos períodos sem chuvas. 1.4. Aerífero é encontrado nas plantas aquáticas, no qual as células deixam, entre si, enormes espaços intercelulares por onde circula ar. 2. Revestimento 2.1. Epiderme é o tecido de revestimento primário, vivo, muito resistente, formado por uma única camada de células achatadas, de forma irregular e muito unidas entre si. É transparente, pois suas células geralmente não possuem clorofila, permitindo, assim que a luz atinja as células dos parênquimas que ficam logo abaixo. Quando em contacto com o ar, suas células produzem a cutina, que forma superficialmente uma película, denominada cutícula, que torna o tecido relativamente impermeável. Forma anexos com os pelos absorventes e os acúleos. 2.2. Súber é o tecido de revestimento secundário formado pelo felogênio depois que o vegetal começa a engrossar. Pode também ser chamado de cortiça. O súber é formado por diversas camadas de células que, durante sua diferenciação, formam uma parede grossa, de uma substância de natureza lipídica, a suberina que as impermeabiliza. As células do súber acabam por morrer, ficando ocas (quando armazenam ar) e formando as diversas camadas da casca de uma árvore. O súber é um excelente isolante, não apenas impedindo a perda excessiva de água, como protegendo a planta do frio e do calor.

3. Condução 3.1. O lenho ou xilema é formado por células mortas, ocas, com a parede reforçada por uma substância muito resistente que é a lignina. Cada célula do xilema é denominada de elemento de vaso e se dispõem uma atrás da outra, formando tubulações contínuas (vasos condutores) por onde a água e sais (seiva bruta) circulam. Nas Angiospermas, os vasos condutores são formados por células que não têm parede entre si, ficando o tubo completamente aberto. São chamados de traquéias. Nas Gimnospermas, a parede que separa uma célula da outra continua existindo, sendo a água obrigada a passar por pequenos poros ou pontuações. São chamados, então, de traqueídes. 3.2. O líber ou floema é formado por células alongada, vivas e anucleadas, que conduzem para o resto do corpo os alimentos formados pelas partes verdes do vegetal (seiva elaborada), isto é, água com carboidratos, vitaminas, hormônios, aminoácidos, etc... As células foliares realizam fotossíntese e produzem hormônios que o floema distribui para todos os órgãos. Suas células são separadas entre si por uma parede perfurada denominada de placa crivada, que permite a comunicação de umas com as outras. Nas Angiospermas são acompanhadas lateralmente por células anexas, que nas Gimnospermas não existem. 4. Sustentação 4.1. Colênquima, celulósico e vivo, está presente apenas em tecidos jovens e em desenvolvimento. Suas células não apresentam parede secundária nem lignificação. A principal característica das células colenquimáticas é o espessamento irregular das paredes primárias. O colênquima também possui a capacidade de formar um tecido de cicatrização. A função do colênquima é dar flexibilidade aos órgãos em que ele está presente. As paredes celulares das células de colênquima são ricas em pectina, o que confere a flexibilidade. Ele ocorre em regiões marginais, ou seja, sempre na periferia do órgão. 4.2. Esclerênquima, lignificado e morto, tem a função de dar sustentação rígida a órgãos adultos. Suas células, na maturidade, geralmente apresentam parede secundária e os protoplastos podem estar ausentes. Sua parede secundária pode possuir até 35% de lignina. O esclerênquima possui dois tipos celulares distintos: as esclereídes (ou escleritos) e as fibras. As esclereídes são células pequenas que se apresentam imersas no parênquima. Eles vão conferir rigidez a este tecido. É devido à presença das esclereídes que a casca das nozes, o tegumento de algumas sementes e os caroços de algumas frutas são rígidos. São reconhecidos vários tipos de fibras de acordo com sua forma. As fibras xilemáticas são células de esclerênquima que acompanham o xilema, dando sustentação aos elementos traqueais. As plantas são, basicamente, seres autótrofos fotossintetizantes. Porém, há uma grande diversidade em seus modos de vida, logo, as especializações das células, tanto em diferentes partes do corpo de uma planta como em diferentes plantas, é vista nos tecidos vegetais. Dividimos os tecidos vegetais em dois grandes grupos, com subdivisões: À Meristemáticos Responsáveis pelo crescimento e formação dos demais tecidos da planta, formados por células pequenas e indiferenciadas. Meristemas primários Responsáveis pelo crescimento longitudinal da planta. São três, e cada um origina um tecido permanente: Protoderme – epiderme Meristema fundamental – tecidos fundamentais Procâmbio – tecidos vasculares primários. Localizam-se no ápice dos caules e das raízes, onde ocorrem inúmeras divisões celulares capazes de gerar o crescimento do vegetal. Meristemas secundários Responsáveis pelo crescimento em espessura são formados por desdiferenciação de células adultas. São dois tipos:

O felogênio – produz o súber, ou cortiça, e a feloderme Câmbio interfascicular – produz xilema e floema secundários. Localizam-se em forma de cilindro ao longo dos caules e ramos. À Permanentes: são diferenciados. Tecidos de revestimento •

Epiderme



Possui estruturas como uma camada de cutícula tricomas



Acúleos



Pêlos e estômatos



Súber

Tecidos fundamentais Parênquima – pode ser de preenchimento, clorofiliano, de reserva Colênquima – tecido de sustentação formado pro células vivas Esclerênquima – tecido de sustentação formado pro células mortas e com a parede mais rígida.

Tecidos vasculares Xilema – transporta a seiva bruta e é composto por células mortas Floema – transporta a seiva elaborada e é composto por células vivas.

Os vegetais possuem grupos de células especializadas para determinados tipos de ações. A esses grupos damos o nome de tecidos. Veja a relação destes tecidos. Tecido de preenchimento Parênquima Tecidos de sustentaçao Colênquima Esclerênquima Tecidos de Revestimento Epiderme Periderme Tecidos de Condução Xilema Floema

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