Reações iônicas: Reações de Substituição Nucleofílica
Prof. Iago Maciel
Setembro/2018 1
Cinética - Mecanismo
Cinética - Mecanismo
Cinética - Concentração
Cinética - Concentração
Cinética - Mecanismo
NO2 (g)
+
CO (g)
NO (g)
+
CO2 (g)
Quando efetuada a 200 °C, essa reação ocorre, na realidade, em duas etapas:
• 1a etapa: • 2ª etapa:
2 NO2 (g) NO3 (g) + NO (g) (etapa lenta) NO3 (g) + CO (g) NO2 (g) + CO2 (g) (etapa rápida)
Cinética - Mecanismo
NO2 (g)
+
CO (g)
NO (g)
+
CO2 (g)
O pedágio seria a etapa lenta
Cinética - Mecanismo NO2 (g)
• 1a etapa: • 2ª etapa:
+
CO (g)
NO (g)
+
CO2 (g)
2 NO2 (g) NO3 (g) + NO (g) (etapa lenta) NO3 (g) + CO (g) NO2 (g) + CO2 (g) (etapa rápida)
Cinética – Ordem e molecularidade
NO2 (g)
+
CO (g)
NO (g)
v = k[NO2]2
+
CO2 (g)
Reações de substituição SN2
Reações de substituição Mas como será que essa reação acontece?
As condições favoráveis à ocorrência da reação dependem da estabilidade do estado de transição (ET)
• Natureza do Substrato (molécula a sofrer substituição) • Natureza do Nucleófilo (grupo que entra para substituir) • Natureza do Grupo abandonador (grupo que sai da molécula)
• Solvente e Temperatura (condição de solvatação e energia)
Mecanismo SN2 diagrama de energia para reação SN2
energia estado de transição: o mais alto estado energético da reação
material de partida: nucleófilo
produtos
progresso da reação
Reações de substituição Natureza do Nucleófilo
Polarizabilidade do grupo que substitui (nucleófilo)
Nucleófilos polarizáveis “transferem” densidade eletrônica ao orbital anti-ligante com mais facilidade
Mecanismo SN2 A cinética (velocidade da reação) é um fator que determina o mecanismo da reação.
• O nucleófilo ataca o carbono sp3 pelo lado oposto ao que se encontra o grupo de saída; • A ligação C-Nu é formada ao mesmo tempo em que a
ligação C-X é rompida: Estado de transição; • A reação é um processo de uma única etapa, sem
intermediários: reação concertada.
Lei de velocidade: 2a ordem V = K [OH-]1 [CH3Cl]1 Ordem= 1+1=2
A cinética da reação de SN2 é de segunda ordem 3
Cinética SN2 • Cinética da reação Se a velocidade da reação é dependente da concentração de ambos os reagentes, pode-se afirmar que a reação acontece em uma única
etapa, a qual é a etapa determinante da velocidade.
V = K [CHCl3]
[OH-]
Se a [ ] de qualquer um dos reagentes aumentar, a colisão entre as moléculas torna-se mais provável.
Substituição Nucleofílica Bimolecular
SN2
SN 2 Substituição nucleofílica bimolecular
Lei de velocidade: 2a ordem V = K [OH-]1 [CH3Cl]1 Ordem= 1+1=2
A etapa lenta (etapa determinante) é dada pela formação de um ET onde encontra-se o nucleófilo e o substrato.
Orbitais Moleculares
Exemplos de SN2
Estereoquímica da SN2
Vamos relembrar de estereoquímica!!!
Substituição Nucleofílica Unimolecular (SN1) 1a. Ordem SN1: Características
- Acontece em duas etapas (ionização e adição); - Há formação de carbocátion; - Velocidade depende somente da concentração do substrato (haleto de alquila); - SUBSTRATO TERCIÁRIO.
24
Mecanismo SN1
Diagramas de energia para as Reações de Substituição Nucleofílica
SN2
SN1 26
Lei de velocidade: 1a ordem
V = K [t-butCl]1 Ordem= 1
V = K [Hal de alquila]
A cinética da reação de SN1 é de primeira ordem A etapa de formação do carbocátion se processa de forma muito lenta, de modo que esta etapa determina a velocidade da reação. A formação do carbocátion não depende do nucleófilo.
A cinética da reação é de primeira ordem, pois a sua velocidade é dependente apenas da concentração do
substrato (etapa de ionização lenta).
Substituição Nucleofílica Unimolecular
SN1
Mecanismo SN1 -Ocorre em duas etapas: (1) saída do grupo abandonador → etapa de ionização; lenta. (2) o nucleófilo ataca o carbocátion → etapa de adição; rápida.
30
Carbocátion: Intermediário de Reação • Como há formação de carbocátions, a facilidade (VELOCIDADE) com que a reação acontece depende da estabilidade deste
intermediário. • Ocorrência de REARRANJOS (Haletos 2os.) R C
+
R > R
Carbocátion terciário (+ estável)
R C
+
R > H
Carbocátion secundário
R C
+
H > H
Carbocátion primário
H C
+
H H
Metila (- estável)
Primeira etapa: SOLVÓLISE
- Ionização do haleto de alquila (quebra heterolítica C-X); - Formação do carbocátion “intermediário” (etapa lenta) - A ionização é facilitada em solventes polares que ajudam a solvatar o carbocátion e estabilizá-lo (além do efeito de hiperconjugação)
32
Segunda etapa: ADIÇÃO
- Adição do nucleófilo ao carbocátion “intermediário”; - Reação Ácido-Base de Lewis; - Produto intermediário: álcool protonado.
Finalização: NEUTRALIZAÇÃO
- Água age como base e captura um hidrogênio do álcool protonado;
- Os produtos da reação são, ao final, álcool terc-butílico e HCl.
Poderia ser o Cl- ?
Estereoquímica da reação SN1
Configuração oposta em relação ao reagente
Mesma configuração em relação ao reagente
• Reação SN1 leva a formação de um intermediário (carbocátion); Carbocátions são planares: Csp2
Produto de SN1 é uma mistura racêmica
Estereoquímica da SN1
Vamos relembrar de estereoquímica!!!
Fatores que influenciam SN1 e SN2 - Estrutura do substrato (haleto de alquila); - Natureza do nucleófilo: forte ou fraco; - Natureza do grupo de saída; - Condições reacionais (solvente, temperatura etc).
Estrutura do Substrato Natureza do substrato está relacionada diretamente com a possibilidade de estabilizar o carbocátion (SN1) e de formar um estado de transição com o nucleófilo que seja realmente estável para (SN2).
SN2 SN2/SN1
SN1
A troca de um átomo de hidrogênio por um grupo alquila, torna a velocidade da reação mais LENTA
• O impedimento estérico aumenta a energia de ativação para formação do estado de transição:
Haleto de metila Haleto de alquila 2o.
Impedimento Estérico
• A aproximação do nucleófilo se dá pela face oposta ao grupo de saída:
Haleto de metila
Haleto de alquila 1o.
Haleto de alquila 2o.
Haleto de alquila 3o.
O emprego de reagentes (substratos) quirais torna a reação SN2
ESTEREOESPECÍFICA “Processo cujo mecanismo requer que um estereoisômero do reagente se transforme em um estereoisômero específico no produto”
R→S S→R
As reações de SN2 acontecem com inversão de configuração
→ Se o carbono suscetível à substituição for estereogênico, observa-se inversão de configuração durante a reação de SN2.
O ataque do nucleófilo na face oposta ao grupo de saída promove a inversão da configuração do centro quiral
aquiral
46
Natureza do Nucleófilo • Tem efeito apenas sobre as reações de SN2 Basicidade & Nucleofilicidade
Grau de facilidade com que
Medida da rapidez com que
uma substância compartilha
uma substância (Nu) é capaz
seu par de elétrons
de
atacar
uma
espécie
deficiente em elétrons (E). Quanto mais forte, maior facilidade de compartilhamento
Bases fortes são Nu melhores
Espécie carregada vs Espécie neutra Base forte/Nu rico
Base fraca/Nu pobre
Basicidade / Nucleofilicidade
SN2: Características - Acontece em uma única etapa; - Não forma carbocátion; - Velocidade depende da concentração do nucleófilo e
do substrato; - SUBSTRATO PRIMÁRIO.
Que tipo de base (Nu) é recomendada para SN2? Espécie carregada ou Espécie neutra
Efeito do Solvente Reações de substituição ocorrem bem em solventes polares. Solvente polar prótico: são aqueles que possuem H ionizáveis, ou seja, ligado a átomo bastante eletronegativo. O solvente polar prótico é capaz de solvatar o nucleófilo dificultando a sua trajetória para reações de SN. (reage mais rápido) SH- > CN- > I- > OH- > NH3- > CH3CO2- > Cl- > F- > H2O
* Par iônico quiral (enfraquece a ligação Csp3-X)
Quanto menor e mais eletronegativo for o nucleófilo mais solvatado ele será. Solventes polares próticos favorecem SN1 Desfavorecem SN2 porque solvatam o Nu:
* Par iônico quiral (enfraquece a ligação Csp3-X)
Solvente polar aprótico: São aqueles que não possuem H ligado a elemento eletronegativo. Eles não conseguem solvatar o nucleófilo favorecendo assim a reação SN2, à medida que não favorecem a formação do par iônico quiral para formar o carbocátion.
Solventes polares próticos favorecem SN2
Efeito do Grupo Abandonador Nas reações de SN o grupo abandonador fica com os pares de elétrons depois da quebra heterolítica (C-X), assim, um bom grupo abandonador é aquele que consegue estabilizar bem a carga negativa tornando-se uma base de Lewis mais estável.
P-tolueno sulfonato
alquil sulfonato
Grupo abandonador em reação SN2
Nu
-
H3C
H3C
OH
-
H3C
OH
+
Nu
OH
-
Nu H3C
O
-
+
HNu
Grupo abandonador em reação SN2 O
NH3 OMe
? MeOH
O NH2
Conclusões sobre a Estereoquímica: SN2 e SN1
58
• Numa reação SN2 a concentração do nucleófilo é tão importante quanto a efetividade do grupo abandonador • É necessário um nucleófilo forte para que uma reação
SN2 ocorra.
H3C
Cl
+
I
-
KI C2H5OH
H3C
I
+
Cl
-
• Numa reação SN2, nucleófilos com átomo de oxigênio, são bem efetivos. Já os de enxofre atuam melhor por serem maiores, polarizáveis e consequentemente maior HOMO.
OH- > PhO- > AcO- > H2O > ClO4Dos de enxofre
PhS- > PhO-
Ex.: 2-bromobutano (Haleto de alquila 2o.) Configuração oposta em relação ao reagente
ISN2: Inversão da configuração
Configuração oposta em
Mesma configuração do
relação ao reagente
reagente
ISN1: Formação de Racemato 61
Concluindo: Reatividade de Haletos de Alquila 100%
0%
100%
0% Resumo das características: SN1 e SN2 SN1
SN2
Mecanismo de duas etapas (ionização é a etapa lenta)
Reação concertada (mecanismo em uma única etapa)
Há formação de carbocátions
Não há formação de carbocátions
Possibilidade de rearranjos
Não há rearranjos
Cinética unimolecular v = k[RX]
Cinética bimolecular v = k[RX][Nu]
Racemização do centro estereogênico
Inversão de configuração do centro estereogênico
Reatividade: 3º > 2º > 1º > CH3X
Reatividade: CH3X > 1º > 2º > 3º 62
SN2 e SN1 Os números NÃO DIZEM RESPEITO ao número de etapas envolvidas nos mecanismos
CINÉTICA
De que maneira esses compostos podem reagir com OH- como nucleófilo?
H3C
CH3 CH3 Cl
CH3
H3C Cl
Cl H3C
Será uma reação de 1ª ou 2ª ordem?
O aumento da concentração de OH- para uma reação SN1 favorece a eliminação
H3C
CH3
+
H2O
+
Cl
CH3
H3C
CH3
+
H2O
+
Cl
-
-
Efeito do nucleófilo
CH3 H3C
CH3 H3C
EtOH
OEt
SN1
CH3
Cl CH3
CH2 E1
H3C
CH3
Efeito do nucleófilo OH-
H3C
Br
t-ButO-
As reações E2 são favorecidas com uso de nucleófilos ruins e volumosos
1) Esboce as sínteses de cada um dos seguintes compostos: a) CH3I b) b)CH3CH2I c) CH3OH d) CH3CH2OH
e) CH3SH f) CH3CH2SH g) CH3OCH3 h) Ciclopenteno
2) Tendo em mente que os carbocátions têm estrutura trigonal plana, responda a) escreva a estrutura para o carbocátion intermediário; b) escreva as estruturas para o ácool (ou alcoóis) que você esperaria a partir da seguinte reação:
I
H2O
CH3 C(H 3C) 3
SN1
3) Qual(ais) produto(s) você esperaria da metanólise do derivado de cicloexânio de iodo dado como reagente na questão anterior? 4) As velocidades relativas da etanólise de quatro haletos de alquila primários são como se seguem: CH3CH2Br
1,0
CH3CH2 CH2Br
0,28
(CH3) 2CHCH2Br
0,030
(CH3) 3CCH2Br
4,2 x 10-7
a) Cada uma dessas reações é mais provável ser SN1 ou SN2? b) Forneça uma explicação para as reatividades relativas observadas
5) Você esperaria que a reação de brometo de propila com cianeto de sódio (NaCN), que é: CH3CH2 CH2Br
+
NaCN
CH3CH2 CH2CN
+
NaBr
Ocorra mais rapidamente em DMF ou em etanol? Justifique sua resposta
6) Relacione os seguintes compostos em ordem crescente de reatividade frente ao CH3O- em uma reação SN2 realizada em CH3OH: •CH3F, •CH3Cl, •CH3Br, •CH3I, •CH3OSO2CF3, •14CH3OH