SOLDABILIDADE
Segundo a American Welding Society (AWS), a soldabilidade é a capacidade de um metal ser soldado sob condições de fabricação impostas por uma estrutura específica, projetada de forma adequada e de se comportar adequadamente em serviço. Este parâmetro pode sofrer influência de várias propriedades do material e processo, como operabilidade, estabilidade do arco, suscetibilidade a porosidade na zona fundida, fluidez da zona fundida, características de expansão térmica, propriedades de fadiga, resistência a oxidação, resistência do material a propagação de trincas, entre outros [1]. Lippold (2015) afirma que a soldabilidade pode ser usada para descrever tanto a habilidade de se fabricar com sucesso um componente a partir da utilização do processo de soldagem quanto a capacidade desse componente de atuar adequadamente em seu ambiente de serviço. Vê-se de imediato então que o conhecimento da soldabilidade dos materiais antes de os empregar em projetos é importantíssimo, já que este parâmetro influencia diretamente no sucesso final da fabricação do elemento desejado. ENSAIOS DE SOLDABILIDADE A soldabilidade de um material pode ser definida a partir da realização de ensaios de soldabilidade. Existem vários ensaios, podendo estes serem auto-restringidos (testes que utilizam uma junta especial capaz de gerar, na solda, tensões transientes e residuais que podem levar à formação de trincas) ou com restrição externa (testes nos quais as tensões são geradas por um dispositivo externo que aplica uma carga ou deformação controlada ao material de teste, durante ou após a soldagem) [2]. Os ensaios de soldabilidade são utilizados em várias aplicações, como a seleção do processo de soldagem adequado, a temperatura de préaquecimento a ser empregado no procedimento, o aporte de calor e o desenho da junta soldada [3]. Cada ensaio foi projetado para avaliar a suscetibilidade da junta soldada a determinado tipo de trinca. Por exemplo, para trincas a quente podemos utilizar os ensaios T-joint, weld metal tensile, longitudinal bend, hot tensile, flat tensile (PVR) e varenstraint. Já para trincas a frio, é possível empregar os testes controlled termal severity (CTS), tekken (Y-groove), lehigh (Ugroove) e implante. No presente projeto o ensaio de soldabilidade escolhido foi o Varenstraint, e por este motivo, apenas esse teste será melhor explicado a seguir. ENSAIO DE SOLDABILIDADE VARENSTRAINT O ensaio de soldabilidade Varenstraint foi desenvolvivo por W. F. Savage e C. D. Lundind e tem se mostrado ser uma ferramenta muito útil na determinação de suscetibilidade de trincas a quente [1]. Existem três tipos de ensaio varenstraint: longitudinal, transversal e pontual. No ensaio varenstraint longitudinal, a carga é aplicada ao longo do comprimento do cordão de solda que está sendo produzido simultaneamente, o que produz trincas na zona fundida e ZTA adjascente. Já no teste varenstraint transversal, também conhecido como transvarenstraint, a carga é aplicada cruzando o cordão de solda, restringindo as trincas à zona fundida. O ensaio
varenstraint pontual utiliza pequenos pontos de solda para desenvolver uma microestrutura suscetível a trincas na ZTA
SOLDABILIDADE DE LIGAS DE NÍQUEL ENDURECIDAS POR PRECIPITAÇÃO
REFERENCIAS
[1] LINGENFELTER, A. C. VARESTRAINT TESTING OF NICKEL ALLOYS. International Nickel Co., Inc., Huntington, W. Va., 1972.
[2] LIPPOLD, John C. Welding metallurgy and weldability. John Wiley & Sons, 2014.
[3] CALOI, Giselle. Análise da soldabilidade do aço API 5L X-80 por meio dos testes Tekken e de implante. Trabalho apresentado à comissão de Pós Graduação da Faculdade de Engenharia Mecânica, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Engenharia Metalurgica, Rio de Janeiro, RJ, 2008.