Sabado

  • December 2019
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Os Discípulos de Jesus Devem Guardar o Sábado? Por Roger E. Dickson Juulho de 2006

Índice Tema

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Os Discípulos Devem Guardar o Sábado? De Onde Veio o Sábado? O Sinal do Sábado A Lei Morte Os Discípulos e o Domingo Deturpação das Escrituras Sábado: Um Dia da Semana Como Outro Qualquer

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culto nesse dia, com base nos escritos dos pais apostólicos. Fica, pois, evidente ser este o dia da adoração cristã.

Capítulo 1

Qualquer tentativa de restabelecer ordenanças da velha lei judaica é uma volta ao seu cativeiro. Paulo continua afirmando que todos os que agem assim decaíram da graça e se desligaram de Cristo (Gl 5:4). Este é um julgamento severo contra todos aqueles que tentam sujeitar os cristãos à ordenança do sábado da velha lei judaica.

OS DISCÍPULOS DEVEM GUARDAR O SÁBADO?

Sábado ou domingo – qual o dia em que o discípulo deve render culto a Deus? Qual o dia estabelecido, sob a lei do Velho Testamento para a observância judaica? Os discípulos deveriam reunir-se para adorar na manhã de sábado? O sábado foi instituído como dia de adoração no principio, em Gênesis, capitulo 2? Quando Deus deu o mandamento para a observância do sábado? Em que dia se reuniram os primeiros discípulos? Essas poucas perguntas certamente mostram que temos um problema de fim-de-semana relativo ao dia estabelecido para a adoração. Este é, sem dúvida, um assunto de grande importância. O problema é real. Existe grande confusão em nossos dias com respeito ao dia estabelecido para a adoração. Alguns defendem ardorosamente a santidade do sábado. Outros afirmam que devemos render culto no primeiro dia da semana – domingo. Enfrentamos, então, uma batalha entre o sábado e o domingo, que precisa ser decidida. 38

Devemos, porém, desde o inicio, concordar em que a Bíblia é a única autoridade nesses assuntos. Para poupar espaço, o autor parte do principio de que todos concordam nesse ponto. Com esta idéia em mente, vamos examinar a Bíblia com relação ao problema sábado-domingo. Primeiro devemos compreender, entretanto, que o sábado foi estabelecido para celebrar o descanso de Deus, após completar a criação (Gn 2:3; Ex 20:8-11). A palavra “Sábado” significa, na verdade, “descanso”, “cessação” ou “desistência”. Esse significado define o propósito verdadeiro do sábado, como vemos no Velho Testamento. Era um dia de descanso.

Capítulo 7

Sábado: Um Dia da Semana Como Outro Qualquer

Os judeus só passaram a observar o sábado quando Deus lhes deu instruções nesse sentido no Monte Sinai. E esse foi um mandamento dado somente a eles, os judeus, e não aos gentios. O sábado foi um sinal entre Deus e a nação de Israel. Não foi um sinal ou aliança feitos com os patriarcas antes da Velha Lei ter sido dada no Monte Sinai. Também não é um sinal entre Deus e os cristãos de hoje. O sábado era um dos dez mandamentos, uma parte da lei judaica. E essa Lei foi abolida com a morte de Cristo na cruz. Foi encravada na cruz juntamente com Cristo. Os cristãos de nossos dias estão mortos em relação a cada uma dessas ordenanças. O Novo Testamento enfatiza claramente a importância do primeiro dia da semana. Os discípulos do primeiro século rendiam

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Capítulo 2

De Onde Veio o Sábado?

A primeira menção ao sábado, na Bíblia, encontra-se em Gênesis 2:1-3. “Assim, pois, foram acabados os céus e a terra e todo o seu exército. E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera”. Esta passagem estabelece o fato de que Deus descansou no sétimo dia da criação. Não existe absolutamente qualquer evidencia que prove ter sido ele observado como um dia religioso antes da lei do Velho Testamento ter sido dada aos judeus no Monte Sinai, cerca de 2.500 anos após o relato de Gênesis 2:1-3. Não existe qualquer referencia quanto à observância deste dia pelos patriarcas pré-sinaicos. Depois de Israel ter sido libertado do cativeiro do Egito, Deus precisou ordenar-lhes que guardassem o sábado. Em Deuteronômio 5:15 lemos: “porque te lembrarás que foste servo

na terra do Egito, e que o Senhor teu Deus te tirou dali com mão poderosa, e braço estendido: pelo que o Senhor teu Deus te ordenou que guardasse o dia de sábado”. Foi então que Deus lhes deu a conhecer que desejava que o sábado fosse observado (Ne 9:13, 14). Depois do relato de Gênesis 2:1-3, a referência seguinte quanto ao sábado encontra-se em Êxodo 16:22-30. Nesta passagem, o povo de Israel foi proibido de sair para recolher maná. O Sábado deveria ser um dia de “descanso solene” ou “dia santificado” (veja 20:10, 11). Quem quer que trabalhasse nesse dia deveria ser apedrejado até a morte (Ex 31:14, 15). A Bíblia diz que Deus “santificou” o sétimo dia (Gn 2:3; Ex 20:11; Ez 20:24; 44:24). Isso não indica que tenha feito dele um dia de adoração, pois não fez isso. O sétimo dia foi santificado, ou separado dos demais dias da criação, em Gênesis 2, por ter sid nesse dia que Deus descansou. Existe uma grande diferença entre “santificar” um dia especifico - separá-lo - e instituí-lo como dia de adoração. Israel tinha instruções para consagrar todos os objetos materiais associados ao seu culto (Ex 28:38; veja 2 Rs 12:4). Ate mesmo o templo era consagrado (2 Cr 7:16). Era posto de lado com um propósito específico. Esse é o único significado do sétimo dia, por parte de Deus, em Gênesis 2:3. Foi separado como dia de descanso do Senhor, em relação aos outros seis dias da criação.

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1:20). Ao fim de seu ministério e enquanto se achava na cruz, Jesus disse: “Está consumado” (Jo 19:30). Ele terminava o Seu trabalho. Depois de sua ressurreição, Cristo afirmou aos apóstolos que todas as coisas escritas na Lei, nos profetas e salmos, relativas à Sua Pessoa, tinham sido cumpridas (Lc 24:44). Ele cumprira as profecias. Cumprira o propósito da Lei. A Lei levou o homem a Cristo, à fé, e depois disso desapareceu (Gl 3:23-25; Hb 8:13). Jesus dizia então, em Mateus 5:18, que a Lei não passaria enquanto todas as coisas nela contidas não fosse cumpridas – realizadas. E ele cumpriu todas as coisas de que ela falou com respeito à Sua Pessoa e à Nova Aliança. Ele cumpriu a Lei. Assim sendo, ela foi abolida, removida. Como foi afirmado anteriormente, o escritor de Hebreus registra: “Remove o primeiro para estabelecer o segundo” (Hb 10:9). Nessa segunda lei não se menciona a observância do sábado. Essa é uma coisa que ela simplesmente não contém.

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O sábado era um descanso. Mas, o céu é em si um descanso (Ap 14:13). Iremos nós descansar todos os sábados depois de nossos seis dias de descanso no céu? Será? D. Jesus afirmou que “Até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, até que tudo se cumpra” (Mt 5:18). Alguns fazem uso desta declaração para provar que o sábado, que faz parte da lei, aplica-se aos discípulos de nossos dias. O problema neste ponto é basicamente uma interpretação errada das palavras de Jesus e seu significado. Jesus declarou que parte alguma da lei poderia ser anulada até que todas as coisas fossem cumpridas. Que coisas deveriam cumprir-se? É evidente que era tudo aquilo que fazia parte do Seu ministério. Jesus afirmou durante seu ministério: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5:17). Novamente, em relação ao Seu propósito, Ele disse: “É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar” (Jo 9:4).

Foi ordenado a Israel que consagrasse o quinquagésimo ano, o ano do jubileu (Lv 25:8-12). Os campos não poderiam ser semeados durante o quinquagésimo ano. Era um ano de descanso. Entretanto, o ano inteiro não era dedicado à adoração, apesar de ter sido consagrado. O povo de Israel não rendia culto todos os dias daquele ano. Os que afirmam, hoje, que devemos observar o sábado como dia de adoração, por ter sido santificado por Deus, certamente se esqueceram de que Ele também santificou o quinquagésimo ano. Devemos abandonar nosso emprego e adorar todos os dias durante o ano do jubileu? Claro que não! Devemos, então, lembrar que o sábado não foi separado como dia de adoração por ter sido santificado. Ele foi separado como um dia de descanso, um descanso solene. Foi esse o principal motivo para sua instituição como lei para o povo de Israel. Deus descansou no sábado. Israel recebeu ordens para observá-lo. Deveríamos, então, nós também, observá-lo hoje com o mesmo significado religioso que foi ordenado a Israel? Vejamos.

Jesus veio para realizar o Seu trabalho, para completar a lei, para entregar-se como resgate por todos, “para confirmar as promessas feitas aos nossos pais” (Rm 15:8). Paulo escreveu a respeito de Cristo: “Porque quantas são as promessas de Deus tantas têm e nele o sim; porquanto também por ele é o amém” (2 Co 34

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estão se esquecendo de uma outra coisa. Um só ou ambos os pensamentos também podem ser aplicados à páscoa judaica (Ex 12:14), ao incenso (Ex 30:8), às ofertas queimadas (Ex 29:9; 40:15). Todas essas são ordenanças perpétuas da Lei. São obrigatórias hoje? Não, todas essas praticas faziam parte da velha lei judaica, abolida em Cristo. Não são obrigatórias hoje. Não podemos fazer uma obediência seletiva: obedecer o que queremos e deixar as outras coisas sem nem ao menos mencionar. Quem quer obedecer uma lei do Velho Testamento está obrigado a guardar todas as leis (Gl 5:3). Devemos então compreender que “perpétuo” significa aquilo que perdura durante o período de uma determinada idade e não para sempre. A observância do sábado foi, pois, obedecida através de toda a historia dos judeus até a cruz. Ela foi ali abolida sendo encravada na cruz. Vamos acrescentar aqui uma outra nota sobre o termo “para sempre”, usado em Ex 31:17, com referência ao sábado. Alguns dizem que ele prova que deveríamos comparecer no prédio da igreja aos sábados. Mas, se aceitarmos esta palavra literalmente, como o fazem os sabatistas, então também observaremos o sábado, no céu, para sempre. Esta idéia acrescenta confusão à confusão que já existe. 33

é, a Lei de Cristo (Hb 8:6-13). E sob esta Nova Aliança não existe distinção de raça ou nacionalidade. Todos são um “em Cristo”. Paulo afirmou: “porque todos quantos fostes batizados em Cristo, de Cristo vos revestistes. Dessarte não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3:27, 28; veja Ef 2:11-21). Dessa forma, as gerações de Israel terminaram quando a Nova Aliança foi estabelecida. Nos dias de hoje, “judeu é aquele que o é interiormente” (Rm 2:29, 29). E a igreja, e não Israel como povo, é a verdadeira Israel de Deus (Gl 6:16). Repetimos, a aliança perpétua do sábado deveria durar apenas até o estabelecimento da Nova Aliança (Jr 31:31-34). Era propósito de Deus que ela – a Velha Aliança – terminasse na ocasião em que fosse estabelecida a Nova. E foi isso que aconteceu. A velha Aliança foi removida – ela incluía o sábado – para que a Nova pudesse ser estabelecida Hb 10:9). Isso eliminou também qualquer possibilidade das ordenanças da Antiga Aliança se tornarem obrigatória para os que estivesse sob a Nova, inclusive o sábado. Os que defendem o argumento acima mencionado, com base no termo “perpétua” ou na frase “nas suas gerações”, 32

Capítulo 3

O Sinal do Sábado

A observância do sábado não era um mandamento que deveria ser obedecido pelos que viveram antes da Velha Lei ter sido entregue no Monte Sinai. Também não deve ser observado pelos discípulos de hoje. O sábado existiu como um sinal entre deus e Israel somente. É preciso entender claramente este ponto. O sábado era um sinal, um sinal entre Deus e Israel. Juntamente com o rito da circuncisão, era um sinal visível da aliança especial que havia entre Deus e Israel. Disse o Senhor a Moisés: “Tu, pois, falaras aos filhos de Israel, e lhes dirás: Certamente guardareis os meus sábados; pois é sinal entre mim e vós (Israel, os judeus) nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o Senhor, que vos santifica” (Ex 31:12, 13). Através de Ezequiel, Deus afirmou: “Também lhes dei (a Israel) os meus sábados, para servirem de sinal entre mim e eles (Israel)” (Ez 20:12; veja verso 20).

Foi Israel que Deus libertou do cativeiro do Egito. Foi Israel que recebeu a lei no Monte Sinai. E foi a Israel que Moisés falou: “porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito, e que o Senhor teu Deus te (Israel) tirou dali com mão poderosa, e braço estendido: pelo que o Senhor teu Deus te (Israel) ordenou que guardasses o dia de sábado” (Dt 5:15).

gerações”.

Deveria estar perfeitamente claro, portanto, que Deus ordenou a observância do sábado a Israel (Ne 9:13,14) e a ninguém mais – isso abrange os discípulos. Por essa razão, Paulo afirmou aos discípulos que ninguém tinha o direito de condena-los por não guardarem o sábado. Disse ele: “Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festas, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das cousas que haviam de vir; porém o corpo é de cristo” (Cl 2:16,17). Lembre-se, então, que o sábado foi dado a Israel como um sinal entre eles e Deus. E Paulo explicou aos primeiros discípulos que não precisavam preocupar-se em guardá-lo.

Mas as gerações de Israel terminaram “em Cristo”. Deus prometeu a Israel que faria com ele uma nova aliança. O profeta Jeremias escreveu:

Devemos lembrar que a aliança feita por Deus com Israel duraria apenas “nas suas gerações”. A perpetuidade da mesma estava condicionada a este ponto. Era uma aliança “para sempre” apenas nesse sentido.

“Eis aí vêm dias, diz o SENHOR, em que firmarei nova aliança

com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz o SENHOR. Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao SENHOR, porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o SENHOR. Pois perdoarei as suas iniqüidades e dos seus pecados jamais me lembrarei” (Jr 31:31-34). Essa Nova Aliança menciona por Jeremias era, ou

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para a adoração pagã.

Capítulo 4

O que dizer de todos os outros dias, das festas e ordenanças da Velha Lei, que Jesus observava? Se a observância do sábado, por parte de Jesus, prova que devemos observá-lo nos dias de hoje, então, a Sua observância do dia de Pentecoste, dos sacrifícios animais de todas as demais ordenanças da Lei, prova que devemos também observá-las. Jesus afirmou porém que Ele veio para cumprir a Lei (Mt 5:17, 18), e quando ela foi cumprida, foi completa e então removida (Hb 8:7-13). Com respeito a Jesus, o escritor de Hebreus declarou: “Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade. Remove o primeiro para estabelecer o segundo” (Hb 10:9). Foi exatamente isto que o Espírito Santo inspirou Paulo e todos os demais apóstolos a ensinarem (veja Rm 7:1-6; Ef 2:11-21; Gl 3:23-25; 4:21-5:1). Jesus certamente não contradisse a Paulo, nem Paulo a Jesus ou a si mesmo. Paulo afirmou que a Lei estava morta e que os homens não deveriam mais ser submetidos ao seu cativeiro (Gl 1:4; Rm 7:4; C; 2:16). C. Há quem argumente que o sábado deve ser observado hoje em dia por ter sido dado como um mandamento “perpétuo” a ser mantido “para sempre”. A passagem de Êxodo 31:16, 17 é usada como texto de prova neste ponto. O versículo 16 diz: “Pelo que os filhos de Israel guardarão o sábado, celebrando-o por aliança perpétua nas suas 30

A Lei Morta

O mandamento para guardar o sábado foi um dos dez mandamentos que fazia, definitivamente, parte da lei do Velho Testamento dada aos judeus no Monte Sinai. Os discípulos, porém, não estão obrigados a obedecer a essa Velha Lei nos dias de hoje. Os discípulos acham-se sob uma nova lei, a lei de cristo. As ordenanças da Velha Lei, a lei judaica, forma encravadas na cruz de Cristo. Paulo escreveu: “tendo cancelado o escrito de divida (a Velha Lei), que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz” (Cl 2:14). A lei dos mandamentos foi abolida com a morte de cristo (Ef 2:15). Jesus cancelou a primeira aliança, que incluía o sábado, para que pudesse estabelecer uma segunda, uma nova aliança (Hb 10:9). Quando Jesus se tornou nosso sumo sacerdote, houve uma mudança da velha para a nova aliança (Hb 7:11, 12). Essa primeira aliança não passou de um aio para nos levar

a cristo. A fé e a uma nova aliança (Gl 3:24, 25). Paulo fez lembrar os cristãos de Roma: “Assim, meus irmãos, também vós morrestes relativamente à lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos, e deste modo frutifiquemos para Deus” (Rm 7:4). Morrer para a lei, por meio do corpo de Cristo, significa que Cristo removeu essa lei ao morrer na cruz, a Velha Lei judaica. Os cristãos de hoje não precisam, portanto, preocupar-se em guardar qualquer de suas ordenanças. Mas é justamente nesse ponto que algumas pessoas se confundem. Elas ensinam que o Velho Testamento contem, na verdade, duas leis: a “lei de Moisés” (leis cerimoniais) e a “lei de Deus” (leis morais). Dizem que, ao escrever sobre o fato dos cristãos estarem mortos para a “lei”, Paulo falava da “lei de Moisés” ou das leis cerimoniais. Vamos examinar esta idéia. Um novo exame do capítulo 7, do livro de Romanos, esclarecerá o pensamento de Paulo ao referir-se à “lei”. No mesmo contexto de Romanos 7:4, ele disse que não teria “conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás” (v. 7). “Não cobiçarás” é um dos dez mandamentos. Portanto, quando Paulo disse que os cristãos estavam mortos para a Lei, no versículo 4, ele incluiu toda a lei, a qual abrangia os dez mandamentos. Ele falava especificamente sobre esses dez mandamentos.

ou dos demais escritores inspirados é a observância do sábado. Isso deveria ser levado em consideração. B. Alguns argumentam que, pelo fato de Jesus ter observado o sábado, Paulo e os demais discípulos do primeiro século fizeram o mesmo, seguindo o Seu exemplo. Deveríamos, então, também seguir o exemplo deles e guardar o sábado, nos dias de hoje. Isso parece muito certo, exceto por alguns detalhes importantes esquecidos pelos defensores deste argumento. Em primeiro lugar, Jesus viveu e morreu sob a lei do Velho Testamento. Ele guardava o sábado (Lc 4:16). Mas. Ele veio para remover essa Velha Lei (Hb 10:9). Não fez isso, no entanto, até a sua morte na cruz. Nessa ocasião, a lei judaica foi encravada na cruz. Paulo escreveu: “tendo cancelado o escrito de divida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz”. Pela sua morte, Jesus pôs em vigor uma nova aliança, a Sua aliança (Hb 9:16, 17). Isso deve ficar bem claro.

Fica claro, então, que a teoria das “duas leis” é falsa. Não existe tal distinção ou divisão do Velho Testamento entre a “lei

Já foi esclarecido o motivo pelo qual os primeiros discípulos freqüentavam as sinagogas no sábado. Ali compareciam para evangelizar. Pelo fato de Paulo e os primeiros discípulos teremse aproveitado dessa oportunidade de ensinar, não significa que devemos observar o sábado, hoje em dia. Devemos lembrar que eles também iam pregar nos templos pagãos. Mas, isso não quer dizer que nós devemos adorar nos templos pagãos, nos dias prescritos

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estabelecidos.

de Moisés” e a “Lei de Deus”. Para esclarecer melhor o assunto, vejamos o capítulo 8 de Neemias.

A Bíblia ensina ensina claramente que os patriarcas estavam sujeitos a uma lei de Deus. Os discípulos de hoje também estão sob uma lei. O que acontece é que os discípulos de Jesus não estão sujeitos à lei dada especificamente aos judeus no Velho Testamento. Vamos esclarecer melhor este ponto. Os discípulos de Jesus acham-se hoje debaixo de uma lei, a lei de Cristo (Rm 8:2; Gl 6:2; 1 Co 9:21). Tiago afirma que esta é a lei perfeita, a lei da liberdade (Tg 1:25; 2:12). Devemos viver segundo ela, e por ela seremos julgados. Em João 12:48, Jesus disse: “Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julguel a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no ultimo dia”. Essa é uma afirmação perfeitamente clara de que os discípulos de Jesus serão julgados pelas Suas palavras e não pela lei do Velho Testamento. Foi exatamente este o significado das palavras de Jesus em Mateus 5. Ele declarou: “Ouviste que foi dito: Não adulterarás (esse é um dos dez mandamento). Eu, porém, vos digo…” (v. 27). O “euporém-vos-digo” é a lei de Cristo. E Jesus enfatiza repetidamente em Mateus, capítulo 5, que devemos obedecer a Ele e não à Velha Lei (veja vs. 21, 33, 38, 43). É interessante lembrar que os princípios de todos os dez mandamentos são salientados na lei de Cristo, com exceção de um deles. O único sobre o qual nada é dito nos ensinamentos de Jesus 28

Neemias 8:1 diz que Esdras leu a “lei de Moisés”. Neemias escreve: “Em chegando o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da Porta das Águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o Senhor tinha prescrito a Israel”. Mas no versículo 8, Neemias diz que Esdras leu na “lei de Deus”. O versículo 18 também afirma que Esdras leu o livro da “lei”, referindo-se ela como a “lei de Deus”. Assim sendo, a “lei de Deus” e a “lei de Moisés”, são, na verdade, uma única lei. Foram justamente estas as palavras de Neemias. Esta era a lei que incluía todos os estatutos e mandamentos dados por Deus a Israel (Ne 9:13, 14). Ela foi dada a Israel através de Moisés (Ne 8:14). Essa razão porque é chamada algumas vezes de “lei de Moisés”. Mas, se isso não for suficiente, como deveria sê-lo, vejamos Lucas 2. “Passados os dias da purificação deles segundo a lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor, conforme o que está escrito na lei do Senhor: Todo primogênito ao Senhor será consagrado; e para oferecer um sacrifício, segundo o que está escrito na referida lei: Um par de rolas ou dois pombinhos” (Lc 2:22-24).

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Lucas refere-se a várias leis cerimoniais ligadas ao nascimento físico de Jesus (veja Lv 12:2-6, 8, 11; Ex 13:2, 12). No versículo 22 ele afirma que essas leis faziam parte da “lei de Moisés”. Mas no versículo 23 e 24 diz que eram parte da “lei do Senhor”. De que lei faziam, então, realmente parte? Estaria Lucas confuso? Será que não conseguia distinguir a chamada “lei de Moisés” da “Lei do Senhor”? Novamente, a verdade manifestada nesses versículos é que os termos “lei de Moisés”, “lei de Deus” e “lei do Senhor” referemse a uma só lei. Esta foi a Lei dada a Israel no Monte Sinai. E foi dada apenas à nação de Israel, aos judeus (Dt 4:13; 5:1-3; Ex 19:4-6; Ne 8:1; Rm 3:1, 2). E os discípulos estão mortos em relação a essa lei em nossos dias (Rm 7:4). Assim sendo, os discípulos não serão responsabilizados, no dia do Juízo Final, por não guardarem uma parte mínima da Lei do Velho Testamento dada aos judeus. Deus nos fala hoje através do Seu Filho, Jesus. Hebreus 1:1, 2 afirma: “Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo”. A graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo (Jô 1:17). Ele e o caminho, a verdade e a vida (Jô 14:6). Suas palavras são espírito e são vida (Jô 6:63). E nós seremos julgados pelas Suas palavras e não por aquelas contidas na lei judaica (Jô 12:48).

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Capítulo 6

Deturpação das Escrituras

Vamos voltar nossos pensamentos, agora para outro lado da moeda e responder a alguns dos argumentos apresentados por aqueles que dizem que devemos observar o sábado. Consideremos, a seguir, seus argumentos. A. Alguns argumentam que, se os dez mandamentos foram abolidos, inclusive o sábado, não estamos então sob qualquer lei de Deus. Há um raciocínio bastante falso neste argumento. Os que afirmam tal coisa, deixam de considerar o fato de que o homem sempre esteve sujeito a uma lei divina, mesmo antes dos dez mandamentos terem sido dados no Monte Sinai. Antes da lei judaica ter sido estabelecida no Sinai, os patriarcas já estavam debaixo da lei de Deus (Hb 1:1). Dessa foram, os que defendem a idéia de que não estaríamos sob qualquer lei hoje, no caso da lei dos dez mandamentos ter sido abolida, devem também dizer que os patriarcas não estavam sob lei nenhuma antes dos dez mandamentos terem sido

Paulo disse que as ordenanças da Velha Lei não podiam justificar a ninguém (Gl 4:9-14). E quem quer que tentasse viver segundo essas ordenanças seria apartado de Cristo. Afirmou ele: “De Cristo vos desligastes vós que procurais justificar-vos na lei, da graça decaístes” (Gl 5:4). Essa é uma acusação severa feita contra quem quer que tentasse fazer reviver qualquer mandamento da Velha Lei – o sábado era uma dessas ordenanças – e aplicá-la nos dias de hoje.

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2.

3. 4. 5.

também, guardamos o oitavo dia (domingo) com jubilo, o dia em que Jesus levantou-se de novo dentre os mortos”. Ignácio (107 A.D.): “E dpois da observância do sábado, todo amigo de Cristo deve guardar o dia do Senhor”. Também em Magnesians, Inácio escreveu: “Se então aqueles que seguem os antigos costumes alcançam uma nova esperança, não mais vivendo para o sábado, mas para o dia do Senhor, no qual também a nossa vida brotou através dele e de sua morte”. Justino Martyr (140 A.D.): “Mas o domingo é o dia em que todos nós nos reunimos em assembléia regular”. O Didache (150 A.D.): “No dia do Senhor se reúnem…” Tertuliano (197 A.D.): “Consagramos o dia depois do sábado em contradição aos que chama a este dia o seu sábado”

A evidência esmagadora é, portanto, que os primeiros cristãos se reuniam no domingo para adorar. Esta era a sua pratica regular. Deve ser também a nossa hoje em dia (veja Hebreus 10:25).

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Mas os apóstolos não deixaram nenhum mandamento direito quanto ao dia que deveria ser observada. Temos, entretanto, um exemplo inspirado relativo ao dia em que a Ceia do Senhor era observada no primeiro século. Lucas registra este exemplo inspirado. Os primeiros discípulos se reuniam todo primeiro dia da semana, segundo o exemplo dos apóstolos, a fim de participarem da Ceia do Senhor. Lucas escreve: “No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão, Paulo… exortava-os…” (At 20:7). Lucas registra este acontecimento dando ênfase ao fato de que aqueles discípulos reuniam-se regularmente para adorar no primeiro dia da semana. Paulo aproveitou da oportunidade para pregar a eles. Era uma reunião dominical e não uma observância sabática. B. Os Escritos Apostólicos Afirmam Que os Discípulos Adoravam no Domingo Voltemos ao segundo século. É preciso lembrar que os escritos apostólicos não foram inspirados. Eles, entretanto, apresentam um bom comentário sobre as praticas religiosas dos primeiros cristãos. Desse modo, conseguimos, de certa maneira, visualizar a igreja do primeiro século. Vejamos alguns testemunhos do segundo século quanto ao dia em que os primeiros discípulos se reuniam para a adoração regular. 1.

Epistola de Barnabé (150 A.D.): “Por esse motivo, 24

Capítulo 5

Os Discípulos e o Domingo

Vamos agora examinar a prática dos primeiros discípulos quanto ao dia de adoração. Devemos considerar duas fontes de informação a respeito desse assunto: o Novo Testamento e os escritos apostólicos. A primeira é inspirada e tem autoridade em todos os pontos da pratica religiosa. Mas, tal não acontece com a segunda. Devemos, porém, levar em consideração os escritos apostólicos naquilo que diz respeito ao dia que os cristãos do segundo século guardavam como um dia especial para a adoração. Trata-se apenas de um meio indireto – um comentário – para determinar as praticas dos cristãos do primeiro século. A. O Novo Testamento Explica que o Domingo é o Dia da Adoração Em primeiro lugar, examinemos o Novo Testamento, Ele é a nossa verdadeira fonte e autoridade no assunto. Sem duvida alguma o

Novo Testamento enfatiza claramente a importância do primeiro dia da semana – o domingo. Jesus foi ressuscitado no domingo (Mc 16:1-11; Lc 24:1-8; Jô 20:1). Este fato é verdadeiro, apesar dos infrutíferos esforços dos que tentam provar que Jesus foi ressuscitado no sábado. Marcos 16:9 continua dizendo que Jesus ressuscitou no domino, no primeiro dia da semana. “Havendo ele ressuscitado de manha cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiro a Maria Madalena…” Isso deveria acabar de uma vez por todas com a questão sobre o dia em que Jesus foi ressuscitado. É também interessante dizer que a promessa relativa à descida do Espírito Santo foi cumprida no primeiro dia da semana – domingo (At 2:1-4; veja também Jl 2:28-31; At 2:16-21). Os acontecimentos de Atos 2:1-4 tiveram lugar no dia de Pentecoste – um domingo (veja Lv 23). O primeiro sermão evangelístico foi também pregado no domingo por Pedro (At 2:1, 14-40). Os primeiros discípulos reuniram-se nesse dia com o propósito de participar da Ceia do Senhor. Atos 20:7 explica: “No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão, Paulo, que devia seguir de viagem no dia imediato, exortava-os e prolongou o discurso até à meia-noite”. Os discípulos de Corinto reuniam-se regularmente com essa finalidade. Aproveitavam o ensejo para contribuir com dinheiro para a obra do Senhor (Lei 22

1 Co 16:1, 2, em relação a 1 Co 11:17-34). Não é de admirarse que este dia, o primeiro dia da semana, ficasse conhecido como o “Dia do Senhor”, segundo a referencia feita por João em Apocalipse 1:10. Não existe qualquer registro no Novo Testamento indicando que os cristãos se reuniam no sábado para adorar. O sábado é mencionado seis vezes no Livro de Atos com relação aos discípulos, mas apenas no sentido histórico (At 13:14, 43; 15:21; 16:13; 17: 2; 18:4). Os discípulos do primeiro século iam às sinagogas no sábado, apenas com o propósito de pregar e ensinar aos judeus que ali se reuniam (At 9:20; 13:14, 42, 44; 18:4). Paulo, “todos os sábados discorria na sinagoga, persuadindo tanto judeus, como gregos” (At 18:4). O propósito do apóstolo era evangelizar. Ele se apresentava nas sinagogas no sábado porque era ali que as ovelhas perdidas de Israel se achavam naquele dia específico. Para recapitular este ponto, notemos que o Espírito Santo guiou os apóstolos a toda a verdade (Jô 16:13). Eles pregaram toda essa verdade aos primeiros discípulos (At 20:27). Pregaram através da Palavra (At 2:40), através de cartas inspiradas (1 Co 14:37); 2 Tm 3:16, 17) e pelo exemplo (1 Co 4:16; 11:1; Fp 3:17; 1 Ts 1:6). Os apóstolos ensinaram a importância da Ceia do Senhor, para que os discípulos a observassem regularmente como Jesus ordenara (Mt 26:26-28; 1 Co 11:23-26). Eles deviam observá-la quando se reunissem para adorar (1 Co 11:17-26). 23

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