Bahia de volta as Trevas By Lucas Allan “Shaman286”
Apresentando: Olá RPGista, é com muita satisfação que apresento a vocês o meu primeiro conto. Baseado no RPG trevas. Esse conto é o primeiro de uma série que estou preparando. Espero que gostem e desculpe os muitos erros contidos nesse material.
Agradecimentos: • • • • • • • • • •
A meus pais e minha irmã, por todo apoio! A Deus, porque sem ele não somos nada. Ao Marcelo Del Debbio por ter criado esse maravilhoso cenário no qual sou viciado. A todo o pessoal do fórum da daemon. Ao Eriol, pelo Londres de Trevas, pelas tardes conversando pelo skype e por toda a ajuda que me deu nesse projeto. A meu primo, por ter tentado mestrar RPG ( mesmo sem nunca ter jogado ) e mesmo assim me viciando. Ao Leishmaniose por ter salvo a minha vida e narrado no RPG & Cultura quando minha voz acabou. A todos os RPGistas do Brasil. Ao pessoal dos meus grupos de RPG. A todos meus amigos.
Qualquer dúvida ou sugestão:
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Segunda, 09 de Setembro de 2003. 06h40m. Bairro Cadija Vitória da Conquista, Bahia. Chovia muito naquela manhã, o céu estava muito nublado, não parecia ter acabado de amanhecer. Enquanto isso, uma figura desliza pelas ruas. Muitas pessoas têm medo do bairro Cadija, temem os ladrões, arruaceiros, vagabundos... Mas o que eles não sabem é que no bairro Cadija há coisas muito piores do que isso... Um Homem aparentemente comum, usando um sobretudo e um chapéu preto, passaria despercebido por todas as pessoas que estão na rua ( que por sinal são muito poucas, levando em consideração o horário), exceto “Ele”, aquele cujo nome não deve ser pronunciado, aquele que foi enviado para matá-lo, muitos o chamam de Anjo da Morte, mas a verdade está muito longe disso, está onde as pessoas comuns nunca serão capazes de encontrar, a resposta está atrás do Véu... Véu esse, que cega à humanidade de tal maneira, que a deixa incapaz de enxergar o óbvio, de ver como as coisas realmente são. O homem usando o sobretudo, continua a caminhar em direção ao ponto de ônibus, quando subitamente pára, levanta a cabeça e olha para frente, olha para todos os lados e sussurra bem baixo, algo que não se consegue entender, uma língua que se parece muito com o hebraico, mas em certo momentos que fica parecido com latim antigo. De repente ele vira-se para o lado esquerdo, sacando sua submetralhadora UZZI de dentro do sobretudo; começa a disparar em uma parede, então ele pára, recarrega sua arma e a joga no chão, quase que ao mesmo tempo faz brotar uma espada bastante parecida com a katana e em um movimento rápido decepa a cabeça de um homem que havia pulado para atacar. Foi tudo muito rápido, ele se abaixa e pega sua arma, guardando-a dentro de seu sobretudo, faz sua espada sumir magicamente do mesmo jeito que apareceu e continua andando...
################################################################### Segunda, 09 de Setembro de 2003. 07h00m. Bairro São Vicente Vitória da Conquista, Bahia. Em um pequeno apartamento em um bairro de classe media: Em seu pequeno apartamento, grita um homem com farda de oficial do exército: - Amor vai rápido que estou muito atrasado! - Calma amor, já estou indo!! Responde uma linda mulher, com uma voz meiga e delicada. - Estou pronta! - Nossa você está muito linda, diz o oficial.
- Vai ficar de plantão hoje querida? - Sim. Responde a mulher, com uma voz muito triste que derreteria até o mais duro dos corações. Então os dois se beijam apaixonadamente. Naquele momento o mundo para diante do amor dos dois, a natureza se curva diante do mais belo sentimento gerado pelo homem, e logo depois seguem para o estacionamento do prédio onde moram. Chegando ao estacionamento, vão logo de encontro com seu carro; um uno vermelho, não é grande coisa, mas, foi o que o dinheiro deu para comprar. Os dois são recém casados. Seus nomes são Allan e Daniele, ambos tem 23 anos, Allan é sargento do Exército e Daniele é enfermeira no hospital São Vicente. Os dois entram no carro e seguem em direção aos seus trabalhos, ao chegar à frente do hospital, Allan pára o carro, então se vira pra Daniele e diz: - Tenha um bom dia querida! Qualquer coisa me ligue. - Ta bom amor, pode deixar! Então os dois se beijam por um longo período e depois sai do carro e antes de entrar no hospital, ela se vira e dar um sorriso dizendo: - Eu te amo. (com um tom de voz bem baixo, Allan entende o que ela quis dizer apenas pela expressão em seu rosto). Em seguida ele liga o carro e segue em direção ao “Tiro de Guerra”, o quartel do exército de Vitória da Conquista.
################################################################### Segunda, 09 de Setembro de 2003. 08h33m. Hospital São Vicente Vitória da Conquista, Bahia. Parece mais um dia de trabalho comum, como sempre, o tempo está nublado e fazendo um pouco de frio. Muitas pessoas não acreditam que possa fazer tanto frio na Bahia, isso é, até conhecerem essa maravilhosa e intrigante cidade. No hospital tudo está como sempre esteve, a mesma rotina, a mesma tristeza, a mesma esperança nos olhos das pessoas que esperam notícias de seus familiares internados. Daniele está em uma sala restrita para funcionários e senta-se em uma cadeira para descansar um pouco, até que a enfermeira-chefe entra de repente na sala e diz: - Daniele!! Vamos se mecha, acabou de chegar dois pacientes muito ferido, um já está quase morto, mas o outro ainda temos chance de salvar. Daniele então, levanta-se como uma bala e corre até a entrada principal de emergência, onde vê uma maca vindo em sua direção, os dois enfermeiros que a empurram parece está muito nervoso, quando chega perto de Daniele, um deles diz: - Enfermeira, agora é com você! Que profissão escolhemos hein?! - Tudo bem, eu assumo daqui. Responde Daniele Ao olhar o corpo, ela percebe que é um homem loiro que aparenta ter cerca de 25 anos; seu corpo está parecendo uma peneira e ele se balança em cima da maca, mesmo estando desacordado. Logo vem outras duas enfermeiras ajudar a levar maca. Juntas elas levam o ferido ( porquê não dizer quase morto? ) para sala de cirurgias. Ao chegar não sala de cirurgia, outras enfermeiras se aproximam e diz: - Nós assumimos daqui! - OK! Responde Daniele aliviada. Então, elas levam o ferido para sala de emergência. As colegas de Daniele olham para ela e dizem: - Parece que o dia vai ser carregado hoje não é ?! - É, pelo jeito sim! Responde Daniele.
################################################################### Segunda, 09 de Setembro de 2003. 09h21m.
Tiro de Guerra Vitória da Conquista, Bahia. Allan entra em um dos alojamentos do quartel e avista logo na frente vários soldados reunidos em torno de uma TV, eles parecem bem interessados no programa que está sendo exibidos. Ele logo pensa, só pode ser filme pornô, mas ao se aproximar, ele logo percebe que os soldados estão vendo o noticiário. Ao notar Allan, um dos soldados fala: - Atenção, o sargento está aqui! Logo todos os homens ficam de pé, em posição de sentindo. - Descansar homens, não sou o capitão. - Sargento, ouve um terrível assassinato no bairro Cadija. - Que novidade!! Responde Allan com um tom muito irônico. - Mas esse foi sério sargento. - Ai, todos quietos, vai mostrar a reportagem novamente. -- Bom dia, eu sou Aline Cabral e esse é o plantão da TV Sudoeste. Hoje às seis da manhã, ocorreu um terrível crime na periferia da cidade, onde um homem está gravemente ferido e outro morreu, tendo sua cabeça decepada. A polícia não tem pistas do sujeito que cometeu essa atrocidade. Todas as pessoas que presenciaram o crime não se lembram de ter visto nenhum assassino. A polícia afirma que esse crime não ficará impune. - Vamos pessoal, é hora de trabalhar! Grita Allan - Aff!! - Ninguém merece... - Tão reclamando é? Vão pagar 100! - Não, não sargento! Já estamos indo! - Desculpa sargento, estou indo agora. - Ah! Assim é muito melhor!
Segunda, 09 de Setembro de 2003. 10h58m. Hospital São Vicente Vitória da Conquista, Bahia. Já fazia mais de duas horas e meia que os médicos estavam tentando salvar a vida do homem ferido no incidente no bairro Cadija. O Relógio marcava 10:58, então os médicos deram a notícia que o homem não resistira e morreu. Para muitos isso era um grande choque, mas para todas que trabalhavam em um hospital movimentado como o São Vicente, era algo tão comum como alguém ficar resfriado. - Enfermeira Carla, vá tirar o cadáver da sala de cirurgia, chame a Daniele para ir com você.Prepare tudo para levá-lo ao necrotério. - Tudo bem. Vamos Daniele? - Ah sim, claro. E as duas enfermeiras seguem pelo extenso corredor que dá acesso a sala onde está o morto. Ao chegar à sala, já não há mais ninguém, a não ser o cadáver estirado em cima da maca. Elas se aproximam, e com bastante cuidado o cobrem com um segundo lençol. Então começam a empurrar a maca em direção à seu destino. Chegando na sala onde ficam os cadáveres, elas avistam um corpo estirado em cima de uma maca e um sanduíche sobre o mesmo. - Thomas? Cadê você? Diz Carla. - Silêncio! Estamos no hospital! Repreende Daniele. - É mesmo. Então que eu vou procurá-lo. - OK! Não demore, não gosto de ficar com tantos mortos ao meu redor. O tempo passa vagarosamente, enquanto Daniele espera sua amiga retornar. Mil coisas passam por sua cabeça, o medo predomina, mesmo trabalhando em um hospital, ela nunca ficou tanto tempo sozinha com tantos mortos e essa sensação não lhe agradava nem um pouco.
Depois de 5 minutos que mais parecem 5 horas, sua amiga retorna e junto com ela está o Thomas, com um curativo em sua mão direita. - Desculpa a demora, o Thomas estava na enfermaria. - O que aconteceu Thomas? Diz Daniele notando um curativo na sua mão. - Acidente de trabalho. Responde Thomas, pegando o sanduíche que estava em cima do corpo e comendo logo em seguida. Ao ver essa cena, Daniele e Carla quase passam mal. Carla - Credo Thomas! Como você é nojento. Thomas - Depois de um tempo você acaba se acostumando. Daniele - É melhor irmos ou vou vomitar aqui. Carla - Então vamos. Tchau Thomas. Thomas - Até mais. Ao ver as duas saírem da sala, a feição de Thomas muda completamente, e ele diz para si mesmo: Daniele um dia ainda será minha... Ao sair da sala de Thomas, as duas seguem pelo longo e frio corredor, sem dar uma palavra.
Segunda, 09 de Setembro de 2003. 12h00m. Na cobertura do mais alto prédio da cidade. Vitória da Conquista, Bahia. Um homem, vestido com sobretudo preto, com longos cabelos dourados e olhos azulados. Observa a cidade com uma expressão de desdenho. Passos são ouvidos em suas costas, seguidos de uma voz: -
Senhor, eles não conseguiram. Eu sei! Estamos lidando com algo maior. Envie os caçadores. Mas senhor... Envie-os agora e não discuta! Sim senhor. Continua...