20. INSTRUÇÕES E ROTEIRO PARA PROJETO PROJETO DE UMA RODOVIA GEOMETRIA E TERRAPLENAGEM
20.1 PREFÁCIO Intencionou-se na elaboração destes itens ilustrar rigor de normas de apresentação de projeto usuais em contratos ou licitações desta ordem. Ao aluno que inicialmente desenvolve este tipo de trabalho não se estabelecerá redução sensível de conceito na avaliação quando da não observação rigorosa de itens que envolvam aspectos "plásticos". O trabalho deverá ser efetuado à lápis, permitindo-se correções futuras. Caso o projetista tenha conhecimento de "desenho assistido por computador" e possa desenvolvêlo assim, será então, aceito "à tinta". Em todas as folhas do projeto bem como na carta topográfica, o projetista deverá inscrever exclusivamente e obrigatoriamente o nome completo, o número escolar e a data de execução à tinta, no canto inferior direito.
20.2. MATERIAL (por projetista) a) Uma (1) Carta topográfica do IBGE, escala 1:50.000, de região com topografia ondulada. Indica-se evitar carta de regiões planas ou montanhosas bem como áreas densamente povoadas. O projetista poderá adquiri-la ou encomendá-la em qualquer posto autorizado do IBGE. Informações: IBGE- Endereço sede: Av. Franklin Roosevelt, 166 Centro Rio de Janeiro/RJ 20021. Em São Paulo: Rua Urussuí, 93 Itaim/São Paulo. Caso disponha de "internet" consulte: www.ibge.gov.br. Importante: é melhor adquirir carta topográfica que o posto do IBGE já disponha ou permita sua reprodução do que encomendar e, eventualmente, demorar sua entrega.
As seguintes regiões do estado de São Paulo são indicadas para trabalho:
Adamantina Alfredo Marcondes Alto Alegre Alvinlândia Araraquara Avaré Barretos Batatais Bauru Bebedouro Bonfim Paulista Cafelândia Catanduva Corumbataí Cravinhos Descalvado Domélia Duartina Gália Garça Getulina Guariba Herculândia Ibaté Ibirá Ipuã Itirapina Jaborandi Jaboticabal João Ramalho Limeira Lins Luiz Antônio Lutécia Mariapolis Marília Martinópolis Matão Mirassol Monte Azul Paulista Óleo Olímpia Oswaldo Cruz Parnaso Pitangueiras Pompéia Porto Pulador Presidente Alves Presidente Wenceslau Quatá Queirós Rancharia Ribeirão Bonito Rincão Rio Claro Sales Oliveira Santo Inácio São Carlos Serrana Severínia Taiúva Taquaritinga Tibiriçá Tupã Uchôa
Estas cartas topográficas do IBGE apresentam escala 1:50.000, que é menor que a de cartas do IGC - Instituto Geográfico e Cartográfico - que têm escala 1:10.000 e não exigiriam interpolação de curvas de nível para a elaboração deste trabalho. Contudo, como as cartas topográficas do IBGE são coloridas e representam área suficiente para estudos macrorregionais e até de drenagem, são preferíveis do ponto de vista pedagógico.
b) Vinte (20) Folhas de papel milimetrado opacas, no formato A-2. Deve-se observar se o reticulado da folha não é muito frágil à fricção de borracha. Indica-se mínimo de 5 folhas, para início do trabalho. O total de folhas para este projeto é da ordem de até 20. O aluno que optar fazê-lo em "CAD" ou similar, deverá imprimi-las no formato A-2, não precisando ser milimetradas. Para vistos, no caso de desenho "assistido por computador", poderão ser apresentadas em cópia formato A-4 mas, eventuais deficiências do projeto que o Professor avaliador não possa observar devido à reduzida escala poderão acarretar redução de nota quando da avaliação. Subentenda-se avaliação efetuada posteriormente ao visto, dentro do critério geral de correção do projeto. c) Uma (1) Folha de papel cartaz ou cartão para compor as capas. As capas deverão ser recortadas em dimensão pouco maior que das folhas A-2. Pode-se utilizar de cartolina, apesar de ser "mole" como capa, à critério do projetista. Capas duras protegem melhor o trabalho durante todo o período de desenvolvimento do projeto que é de meses. c) Duas (2) Presilhas tipo classificador, para fixação das capas e folhas, na composição do "caderno" de projeto. d) Material de desenho: régua de 50 cm ou 60 cm, plástica e com função apenas para traços, lapiseiras de 5 mm e de 9 mm, dureza "B" ou "2B", borracha macia branca, transferidor para verificações de ângulos calculados, compasso com capacidade de abertura ideal de 20 cm, cintel para traçado de arcos com mínimo de 60 cm de raio ou vareta de "ripa" de madeira, com ponta de alfinete de um lado e lapiseira fixada com, por exemplo, elástico, na outra ponta. Caso adotada, a vareta deve ser lixada contra superfície áspera, que poderia provocar injúria. e) Calculadora científica e, se possível, programável. Caso o aluno disponha, poderá utilizar de planilhas eletrônicas para a elaboração dos Quadros de elementos de locação e tabelas. f) Bloco de notas, para memória de cálculo. A memória de cálculo não será recolhida ou vistada, mas deverá estar disponível para, em caso de erros de projeto, ser apresentada, permitindo dirimir dúvidas ou erros. g) Pasta plástica com elástico, formato A-2 ou suficiente para o acondicionamento do projeto. Pode-se optar por pasta em papelão ou segunda capa, resistente à água e choques moderados.
20.3 MONTAGEM DO PROJETO O projeto será desenvolvido em folhas no formato A-2 e estas serão encartadas no mesmo formato. A folha de papel cartaz deverá ser recortada em dimensões
pouco maiores que as das folhas A-2, compondo as duas capas, inicial e final. A primeira folha interna é a contra-capa inicial, que deverá apresentar informações gerais do projeto e a última é a contra-capa final, que não terá qualquer inscrição sobre o milimetrado. Esta última folha poderá ser de sulfite "em branco". Indica-se a montagem na Figura 20.3.
20.4 TEXTOS E TIPOS Os textos e tipos a serem utilizados no projeto ou grafados deverão apresentar tamanho compatível com o espaço disponível e a importância da informação. O aluno se desejar, poderá, também, normografar. Apenas textos ou planilhas poderão ser feitos à tinta, exceto o projeto quando "assistido por computador". Da mesma forma que as planilhas, pode-se digitar texto de Quadros a serem "colados" no projeto, através de redator de texto versão word ou similar, com tipos "Times New Roman" ou similar. O tamanho dos tipos deve ser compatível com a importância da informação. Indicam-se tamanhos "10" para elementos gerais e detalhes, "14" para títulos e nome do projetista e "48" para títulos de capa e de contra-capa. Exemplificam-se estas informações na Figura 20.4. caderno do projeto: vista frontal:
garras vista do verso:
PROJETO DE RODOVIA Sertãozinho-Pitangueiras presilhas (folhas são colocadas pelo verso) Figura 20.3 Montagem do caderno do projeto
PROJETO PROJETO EM PLANTA Escala: 1:1.000
Figura 20.4 Exemplos de redação, em tipo "Times New Roman", tamanhos 48,14,10
20.5 SEQÜÊNCIA DAS FOLHAS DO PROJETO As folhas do projeto, sua numeração e conteúdo deverão seguir estritamente a seqüência lógica de desevolvimento dos temas, relacionados no Quadro 20.5.
Quadro 20.5 Relação das folhas do projeto e conteúdo folhas de no: conteúdo: capa inicial inscrição: PROJETO DE RODOVIA contra-capa ("cabeçalho" do projeto)
tipo de folha:
C S/m
inicial
1 2;3;4 5 6 7;8;9 10
carta topográfica projeto em planta diagrama de superelevação (necessário apenas para a 1a curva horizontal diagrama de superlargura (necessário apenas para a 1a curva horizontal projeto em perfil longitudinal "Notas de serviço na terraplenagem" "Tabela de volumes acumulados" 11 até à seções transversais (haverá mínimo de 15 seções transversais última de corte e de aterro e mínimo de 2 seções de passagem, (min.: folha desenhadas)
S/m;ct S/m S/m S/m S/m S/m S/m
11 máx.: 11 a 20)
7;8;9 contra-capa final capa final
"Diagrama de longitudinal ("em branco")
Massas":
desenhado
sobre
o
perfil S/m
("sem inscrições")
S/m C
C: papel cartaz ou cartão, de preferência (dura, para proteção) S/m: sulfite opaca, milimetrada no formato A-2 (ou não milimetrada se para projeto por computador) ct: carta topográfica, dobrada ao meio em torno de linha horizontal, colada sobre a folha A-2, deixando-se ler o nome da região sem desdobrá-la, quando se folheia o projeto.
20.6 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO GEOMÉTRICO 20.6.1 Lançamento da Diretriz Básica. Selecionar dois pontos a unir, distantes 30 cm, aproximadamente, na carta topográfica do IBGE de escala 1:50.000, denominá-los de A e B e os unir com uma reta. Esta é a linha base. A extensão medida de 30 cm corresponde a 15 km em verdadeira grandeza. Lançar traçado de linhas retas representando possível eixo de rodovia, sem traçar as curvas. Os critérios de lançamento das retas que compões esta "linha quebrada" que pode ser denominada no jargão, por "linha papagaio" ou simplesmente diretriz, serão os de melhor traçado para não gerar muito volume na terraplenagem, reduzir custo de desapropriação e evitar impacto ambiental considerável, etc. Para tanto, sugere-se evitar cruzar curvas de nível de "topo", que ocorre quando se as cruza perpendicularmente, evitar atravessar área urbana e esquivar de áreas de mata nativa ou mangues, por exemplo.
Nas cartas do IBGE em escala 1:50.000 as curvas de nível são apresentadas a cada 20 m e inteiras, portanto, não é possível que se tenha uma curva de nível 730 m!. São anotadas as altitudes a cada 100 m e os cumes de morros. O croqui com estas informações é observado na Figura 20.6.1. Indicam-se comprimentos de pelo menos 2 cm para cada reta da "linha papagaio", correspondente a 1 km em verdadeira grandeza. Sertãozinho
NG
A
reta base
talvegue
"linha papagaio"
trecho 1. (n. aluno)
curvas de nível
escala: 1:50.000
B
José Luiz; n. 13.431-7 20/7/2000
Figura 20.6.1. Apresentação dos elementos na carta topográfica O projetista deverá traçar um retângulo sobre a "linha papagaio", que cubra um trecho da diretriz, na dimensão de 30 mm x 8 mm e esta será a sua área a ser ampliada. Deverá esta área conter um talvegue que cruze, aproximadamente, na metade da extensão de 30 mm e deve haver duas curvas de nível de cada lado do talvegue. Apresentando-se 2 curvas de nível de cada lado do talvegue tem-se desnível adequado para o trabalho. Obviamente, um longo trecho ao longo da diretriz não será coberto pela ampliação, mas deverá constar na carta do IBGE. Deve-se anotar, "à tinta" o número escolar do aluno, nome completo, assinatura e data, próximo ao canto inferior direito da carta e o trecho correspondente de trabalho, tal como apresentado na Figura 20.6.1.
20.6.2 Ampliação do Trecho Denomina-se trecho a área do retângulo de 30 mm x 8 mm da carta, a ampliar. Deve-se ampliar da escala 1:50.000 para 1:1.000, em papel sulfite opaco milimetrado no formato A-2 (que tem dimensão 40 cm x 56 cm). Serão necessárias 3 folhas para a ampliação, de acordo com a Figura 20.6.2.a
1
2
3
4
5 ...
...14
15
área a ser ampliada (30 mm x 8 mm), na carta topográfica
1 2
609
divisões de 2 mm x 2 mm sobrará uma área na última folha.
3 divisões de 10 cm x 10 cm
4
3 folhas A-2, aderidas por fita no verso (permitindo-se descolar depois do 1o visto): 1 1
2
3
....14
15
600m
2 3
4
reforçar linhas a cada 10 cm de cada A-2 permitindo estabelecer equivalência à área 2 mm x 2 mm. copiar a topografia da carta, visualmente, ampliando para o projeto
Figura 20.6.2.a Ampliação do trecho A ampliação nas 3 folhas A-2 será iniciada logo junto à linha esquerda da primeira folha e a terceira folha terá parte em branco do lado direito, tal como indicado na Figura 20.6.2.a. A carta topográfica, depois do uso para ampliação, deve ser colada dobrada em papel A-2. A dobra deverá permitir abrir a carta na direção do leitor e não dificultlar a abertura da carta quando da folha que a suporta estiver dentro do caderno. Esta folha será a de número 1, logo após a contra-capa inicial, indicadas na Figura 20.6.2.b TOPOGRAFIA REGIONAL LOCAL: Sertãozinho PROJETISTA: (nome do aluno)
PROJETO DE RODOVIA LOCAL: (município) PROJETISTA: (nome do aluno)
ESCOLA: (nome) NÚMERO: (n. escolar) EXTENSÃO: xx,xx km TRECHO: 1o PRIORIDADE: zero
primeira folha: "contra-capa inicial" segunda folha: carta topográfica (cuja numeração é 1, no projeto) Folhas do tipo A-2, milimetradas e opacas. Inscrições à lapís em todo o projeto, exceto o número escolar
Figura 20.6.2.b. Contra-capa inicial e carta topográfica
Na apresentação da ampliação do trecho tenha distinta atenção à posição do plano cotado que deve ter coordenadas e alinhamentos definidos quanto à sua posição na carta topográfica. Deve-se determinar o azimute da face de extensão de 8 mm que será o azimute do projeto e deverá ser lançado no topo da folha de ampliação e junto da face
esquerda. O norte do projeto, indicado nas 3 folhas A-2 da ampliação, será orientado sempre paralelamente à menor extensão da folha A-2. O norte verdadeiro, NV, que é equivalente ao NG - norte geográfico e apresentado na carta topográfica geralmente apresentará ângulo azimutal em relação ao norte do projeto, que deverá ser anotado no projeto. Este Ângulo é o azimute verdadeiro, que é um ângulo medido em sentido horário e a partir do NG - norte geográfico. Deve-se acrescentar o desvio entre o NQ - norte do Quadro da carta topográfica - e o NG, caso o ângulo do NQ ao NG seja anti-horário, deverá ser somado, por exemplo, 35'W e deduzido se horário, por exemplo, 42'E Deve-se interpolar curvas de nível a cada 5 m de desnível, segundo critérios topológicos, Trace as curvas de nível com grafite 0,5 mm e as curvas de nível inteiras de 20 m em 20 m trace-as com grafite 0,9 mm, destacando-as. 20.6.2.d.
Ilustram-se orientação e interpolação de curvas de nível na Figura 20.6.2.c e linha da carta (meridiano) que aponta para o Norte do Quadro - NQ norte do projeto - NP área de ampliação NV
Azv
NP
NQ NV retângulo 8 mm x 30 mm
o Azv=49,345677
orientação (no canto superior esquerdo"folha A-2 do projeto em planta" da folha do projeto em planta) (nas 3 folhas A-2 do projeto em planta) A orientação não se inclui em nenhuma outra prancha do projeto geométrico Figura 20.6.2.c Orientação da área de projeto Deve-se anotar as cotas em todas as curvas de nível, que serão, quando interpoladas, sempre múltiplos de 5 m. Os talvegues serão inscritos com seta no final da folha, no local que "a água estaria saindo do papel", indicando a direção do fluxo. Açudes deverão receber pó de grafite suave e em alagadiços inscrever hachurado diagonal com grafite 0,5 mm, As construções existentes serão representadas no projeto por quadrado de 5 mm x 5 mm. As rodovias existentes serão inscritas com duas linhas distantes de 2 mm, com grafite 0,5 mm. O "cabeçalho" deverá ser estabelecido no canto inferior direito de cada folha A-2 e constar: PROJETO DE RODOVIA; LOCAL:(município/UF); trecho 1; Projetista: (nome do aluno); (nome da escola); (número escolar); Curso de Engenharia Civil; escala:
1:1.000; data. O número do aluno é a informação no projeto que nunca poderá deixar de ser anotada e à tinta, diretamente sobre todas as folhas A-2, fora do cabeçalho que poderá ser colado na folha A-2. O exemplo da Figura 20.6.2.e ilustra cabeçalho de projeto área a ampliar ( 30 mm x 8 mm) 600m
determinam-se as altitudes das curvas de nível: 1."Contando" de 20 m em 20 m "para baixo" a partir das inteiras de 100 m que estão inscritas, descendo sobre o talvegue; portanto, esta é a 580 m 2."Procurando-se" o primeiro múltiplo de 20 m "para baixo" dos pontos altos ("picos").
628 m
Portanto, esta curva de nível é a de 620 m
talvegue (cor azul, na carta)
para interpolar entre duas curvas de nível de mesma altura com talveque precisa-se interpolar com a próxima inferior. divide-se em 4 partes o talvegue entre elas e traçam-se as curvas. para interpolar entre duas curvas de nível de diferença 20 m, basta traçar 3 linhas de mesma dist.
Figura 20.6.2.d Determinação de cotas e interpolação de curvas de nível
(instituição de ensino)/ (unidade escolar) PROJETO GEOMÉTRICO DE RODOVIA Nível: Executivo Local: Barretos/SP Ligação: Barretos-Jaborandi Trecho: 1-A Projetista: José Projetista de Strada N. 45.773-1 RG 9.999.999-3 TRAÇADO EM PLANTA Folha: 1 Data: Escala: 1:1.000
Aprovação:
Ass.:
Figura 20.6.2.e Cabeçalho das folhas do projeto em planta Na ampliação não se copiam as tangentes da diretriz básica, estas apenas têm função de determinação da área a ampliar, em estudos macrorregionais.
20.6.3 Lançamento das Tangentes Finais As tangentes da diretriz básica lançadas na carta topográfica permitiram o estabelecimento da área de ampliação e o estudo de macro área. Contudo, depois que se amplia o trecho, tem-se que lançar as tangentes finais, compondo a diretriz definitiva do projeto. As tangentes finais serão melhor lançadas sobre a topografia quando no projeto, em função da melhor percepção da evolução das curvas de nível que se apresentam em escala
muito maior, da 1:50.000 para 1:1.000. As tangentes finais terão, portanto, melhor correlação topográfica que as da diretriz básica. Cada trecho ou projeto, deverá apresentar duas tangentes finais e um ângulo central da ordem de 20° a 50o. O ângulo central é a deflexão entre os dois alinhamentos. A diferença entre os 2 azimutes corresponde ao AC - ângulo central. Após lançar as tangentes finais, esboce o perfil longitudinal, desenhando em folha A-4 milimetrada e lançando tangentes verticais com declividades entre 1 e 6 %. Verifique se o desnível terreno-tangente não supera maior que 16 m. Desta forma, feito este esboço de perfil, estará sendo verificado o terreno quanto a possíveis rampas com declividades excessivas ou movimentos de terra exagerados. Caso ocorram neste esboço desníveis superiores a 16 m, deve-se mudar a posição das tangentes horizontais lançadas no projeto em planta. Este esboço deverá compor a memória de cálculo, tal como apresentado no exemplo da Figura 20.6.3.a. Definidas as tangentes finais, anota-se no centro de cada tangente e em cada folha A-2 da ampliação o comprimento de "0" a PI-1 e do PI-1 ao "1" e os azimutes destes dois alinhamentos em relação ao norte do projeto. A extensão de cada alinhamento é o azimute de cada alinhamento serão calculados analiticamente, a partir das coordenadas de cada ponto. Confere-se a extensão e o ângulo azimutal com auxílio de régua graduada e transferidor. Marca-se junto ao PI-1, que é o único ponto de intersecção, o AC - Ângulo Central - e a estaca contada a partir de "0". Esta estaca é a extensão do primeiro alinhamento transformada para medida em estacas. Todos os pontos notáveis devem ter anotadas suas coordenadas "N" e "E" e suas estacas, inclusive da curva horizontal. As coordenadas "N" e "E" correspondem a "y" e "x" de plano cartesiano, respectivamente. A cada 100 m ou a cada 10 cm medidos no projeto deve-se anotar ao lado de cada linha de reforço vertical e horizontal, N=0,000 m; N=100,000 m, N=200,000 m, etc e E=0,000 m; E=100,000 m, E=200,000 m, etc. Apresentam-se elementos necessários no projeto em planta, nesta fase, na Figura 20.6.3.b.
0 Est( + ) N= E= Az1= 510 m L1=
Az2= L2= SC
Az1= L1=
Az2= L2=
505 m
505 m
1a folha A-2
500 m
2a folha A-2
3a folha A-2
esboço do perfil longitudinal (folha milimetrada A-4): altitudes das curvas de nível (m) possíveis tangentes verticais 510
4m 6
3 505
500
5 m
100
100 6 m
foram lançadas duas tangentes verticais: a primeira com 3% e a segunda com 6%. os desníveis máximos são 4m, 6m e 5 m, inferiores a 16 m (indicado como limite)
comprimento do alinhamento
Figura 20.6.3.a Verificação da posição do alinhamento horizontal em relação ao perfil O limite de 6% para tangente vertical e de 16 m para desnível variam conforme o volume diário médio previsto e a topografia. Foram adotados neste trabalho, permitindo-se simplificar o trabalho e não obrigar estudos de viabilidade menos superficiais.
20.6.4 Concordâncias Entre Alinhamentos e Diagramas Concordam-se as tangentes com curvas espirais e curva circular, deixando-se todas as linhas auxiliares para a locação no projeto. Na folha que apresenta a curva horizontal ou a maior parte desta, deve-se anotar, na própria folha, tabela contendo todas as características físicas calculadas e planilha de locação da primeira espiral. Estaqueia-se todo o eixo da estrada com pequenos traços de 5 mm cruzando ao longo do eixo, de estaca em estaca e numerando-as de cinco em cinco valores inteiros e em múltiplos de cinco. Ilustra-se a apresentação da concordância na Figura 20.6.4.a
orientação tangente final 0 Est( + ) N=
E=
margem do "A-2"
Az1= L1=
cabeçalho
Az2= L2=
Az1= L1=
PI-1 Est( + ) N= E=
Az2= L2=
l Est(+) N=
E=
FIGURA 20.6.3 Elementos a serem apresentados no projeto em planta Projetar, em folha A-2, diagrama de superelevação para a curva de concordância horizontal, considerando a superlargura e os acostamentos. Para considerar a superlargura, basta calcular S+∆S com L+∆L da superlargura. O ângulo α será calculado com este S+∆S. No diagrama de superelevação, deve-se traçar com linha contínua o eixo, bordo interno e externo com linha tracejada. Os acostamentos podem ser traçados com linha tracejada e pontilhada. O diagrama deve apresentar toda a sua extensão e não apenas até o eixo de simetria. Deve apresentar cotas e estacas. Deve apresentar as estacas dos pontos notáveis bem como o eixo estaqueado. As escalas são: horizontal 1:1.000; vertical 1:10. Caso seja necessário, em função da considerável extensão do diagrama todo, pode-se
colar outra folha A-2 para completar o diagrama e dobrá-la, quando do acondicionamento no projeto. charneira de papel (para apresentar o ponto O')
tabela de dados da curva tabela de locação de TS a SC
0 Est( + ) N= E= Az1= 510 m L1=
10
Az2= L2= TS
Xs
505 m
1a folha A-2
CS
SC
Az1= L1=
5
ST
Az2= L2=
TT=
2a folha A-2
505 m 500 m
3a folha A-2
Figura 20.6.4.a Elementos da concordância horizontal No diagrama de superelevação aparecem os limites de plataforma, que permitem determinar as cotas dos limites da plataforma, quando do projeto da terraplenagem. Ao se desenhar as seções transversais na terraplenagem, as cotas da plataforma de pontos próximos da curva horizontal serão facilmente determinadas com o auxílio do diagrama de superelevação. Basta somar a cota do eixo da via à altura relativa do eixo ao bordo da plataforma interna e ao bordo da plataforma externa, que as cotas finais estarão estabelecidas. Desenha-se o diagrama de superlargura, após o diagrama de superelevação. Reproduz-se a curva horizontal, na mesma escala do projeto mas em outra folha A-2, com estaqueamentos e pontos notáveis. Traça-se, perpendicularmente ao eixo, e em escala 1:100 a largura da pista e os acostamentos, destacando o trecho de variação de largura da pista. Deve-se incluir nesta folha uma tabela de locação de estaca em estaca inteira, com os valores de superlargura determinados em evolução aritmética. Caso a superlargura total apresente menos que 50 cm indica-se adotar igual a 50 cm e fazer o diagrama.
20.6.5 Perfil Longitudinal O perfil longitudinal do terreno deve ser levantado em três folhas A-2 com escalas: horizontal: 1:1.000 e vertical 1:100. Caso o desnível do terreno seja maior que o espaço vertical disponível, deve-se proceder translação do eixo das cotas no local onde "sairia do papel" o perfil. Deve-se apresentar todas as estacas e eixo das cotas de metro em metro. Na Figura 20.6.5.a tem-se apresentação dos elementos necessários para apresentação do perfil longitudinal.
este diagrama, se necessário, pode ser desenhado em duas folhas A-2 coladas longitudinalmente. O "S" calculado tem por base a largura da pista mais superlargura. é necessário estaquear o eixo, inscrevendo o número a cada 5 estacas. alturas
DIAGRAMA DE SUPERELEVAÇÃO T(X+X) TS(X+X) M(X+X)
eixo BI BE
5 0,00 m
SC(X+X)
CS(X+X) M(X+X)' ST(X+X)
S/2=
10
15
20
T(X+X)'
estacas
S/2=
AE AI
PE PI
deve-se anotar as estacas e cotas de todos os pontos notáveis. Deve-se anotar as distâncias entre pontos notáveis BI/BE: bordos interno e externo (da pista); AI/AE: re. pista e acostamentos; PI/PE: bordos da plataforma.
Figura 20.6.4.b Diagrama de superelevação tabela de locação
tabela de dados
10
Az2= L2=
Az1= L1= TS
CS
SC
ST
5
Figura 20.6.4.c Diagrama de superlargura As tangentes verticais devem ser lançadas, anotando-se extensão de cada tangente e declividade em cada folha A-2. É obrigatório projetar curva vertical para todas as curvas verticais mas exige-se apresentar o detalhamento para uma apenas, necessária para exercício do aprendizado em geometria de vias. Para a curva vertical obrigatória é necessário apresentar tabela com todos os elementos físicos calculados e tabela de locação do início ao término da mesma. Caso uma tangente ou terreno natural fosse ultrapassar o limite do papel A-2, faz-se translação de escala, tal como apresentado na Figura 20.6.5.b.
Precisa-se estimar o comprimento das rampas e verificar a necessidade ou não de terceira faixa, que será considerada nesta rodovia. Inscrevem-se as estacas de início e de término da faixa suplementar de tráfego para perda admissível de velocidade de 25km/h bem como anote extensão dos "tapers". Observe croqui com detalhes do perfil na Figura 20.6.5.a. primeira folha do perfil
O Est (0+0) faixa suplementar
L= estaca início: estaca término:
i1= t= L1=
cabeçalho (deve ser idêntico ao cabeçalho da planta com as devidas alterações)
tabela de locação da curva vertical tabela de elementos da curva vertical 3a folha do projeto em perfil
i1= L1=
i2= L2=
FIGURA 20.6.5.a Elementos do projeto em perfil longitudinal tabela de elementos da curva vertical
tabela de locação da curva vertical
cotas (m)
cotas (m)
330
320
310
350
i1= L1=
i2= L2= PIV-1 estaca: cota:
i2= 340
L2=
330 estacas
cotas, estaca a estaca, do terreno natural cotas, estaca a estaca, do greide
Figura 20.6.5 b Detalhe de translação de escala quando em terrenos mais íngremes
20.6.6. Perfis Transversais ou Seções Transversais Desenham-se seções transversais a cada 5 estacas inteiras, intervalo correspondente a 100 m, do perfil longitudinal bem como todas as seções de passagem de corte para aterro ou aterro para corte, na escala 1:100 e em folhas A-2. Se o eixo da rodovia fosse reta única com azimute 0o, haveria 15 seções de corte e de aterro e 2 seções de passagem corte-aterro para desenhar, em função da extensão do lado maior do retângulo do trecho que é de 1.500 m. Obviamente, dependendo-se da extensão total do alinhamento do eixo, haverá número proporcional de seções a gabaritar. As seções serão gabaritadas seqüencialmente na vertical da folha, segundo a ordem crescente das estacas. Caso uma dada seção, de forma excepcional, tenha dimensão maior que a folha A-2, deve-se colar outra folha e, depois de traçada a seção, dobrar esta folha dupla nas dimensões de folha única. Vê-se exemplo na Figura 20.6.6.a. Devem ser anotadas em cada seção: estaca; distâncias do eixos até aos bordos da plataforma , até às extremidades das banquetas; até aos off-sets; e cotas de todos os pontos notáveis. Facilita-se o traçado das seções transversais a elaboração de gabarito específico para desenho da plataforma, taludes e banquetas de corte e de aterro. Basta desenhar uma seção de corte e outra de aterro em uma folha de papel duro, tipo cartão e depois recortá-la, segundo a Figura 20.6.6.b.
20.6.7. Complementos no Projeto em Planta Deve-se traçar no projeto em planta, e na escala 1:1000, obviamente: a plataforma, com traços contínuos, off-sets, com traços contínuos, hachurando convencionalmente e a faixa de domínio, tracejada, de acordo com a Figura 20.6.7.a. Elaboram-se as planilhas "NOTAS DE SERVIÇO NA TERRAPLENAGEM" e a "TABELA DE VOLUMES ACUMULADOS", coladas sobre folha A-2 e com arte-final tipo planilha eletrônica, de preferência, de acordo com a Figura 20.7.b.
exemplo de traçado de seção transversal em aterro cotas calculadas com auxílio (faltam dimensões e cotas) do diagrama de superelevação Est 25 506,0
7,5
498,7
506,5 7,5
498,5 500
498,5
4
498,5 4
497,5 24,5
498,7
o terreno natural é traçado medindo-se a distância e as cotas das curvas de nível próximas, no projeto em planta
495,5 27,8
a
500 m
cotas "lidas" no perfil longitudinal no terreno natural e no greide na estaca 25.
507,0
495 b
GABARITAGEM DE SEÇÃO TRANVERSAL EM CURVA
estaca: a 25
elementos a ser obtidos no projeto em planta. b 495 m
medidas em m e com precisão de milimetros
Figura 20.6.6.a Exemplo de traçado de seção transversal e elementos folha "dura", tipo cartaz desenho de seção transversal de corte e de aterro, na escala 1:100:
27,0
27,0
8,0
8,0
8,0
4,0
CORTE 4,0
8,0 recortam-se nas linhas
taludes de corte 1:1 7,0
7,0
7,0
7,0
taludes de aterro 3:2
ATERRO
8,0
4,0
4,0 12,0
12,0 8,0
35,0
35,0
medidas em cm para desenho das seções.
Figura 20.6.6.b Gabarito para traçado de seções transversais
10,0 m Ld
12+14 m
10
15
20
limites da plataforma
EIXO limites da faixa de domínio
off-sets 10,0 m ampliação da faixa de domínio (para garantir distância entre off-set e limite do domínio em 10 m) Ld: largura da faixa de domínio, de acordo com a região e classe da via. para estabelecer a largura dos off-sets foram lidas as distâncias do eixo à interseção do talude de aterro e de corte, ao terreno natural, das seções: 10 (corte); 12+14 (passagem corte-aterro); 15 e 20(aterro). ESTES LANÇAMENTOS SERÃO EFETUADOS NO PROJETO EM PLANTA E NA ESCALA 1:1000
Figura 20.6.7.a Detalhe de lançamentos de elementos em planta NOTAS DE SERVIÇO NA TERRAPLENAGEM TABELA DE VOLUMES ACUMULADOS
Figura 20.6.7.b Folha de Notas de Serviço na Terraplenagem e de Volumes Acumulados
20.7 Geometria da Terraplenagem 20.7.1 Elaboração da Planilha "Tabela de Volumes Acumulados". Deve-se calcular e anotar a área de cada seção transversal anteriormente traçada. As quantidades calculadas comporão a planilha Tabela de Volumes Acumulados, apresentada na mesma folha A-2 das Notas de Serviço na Terraplenagem, da Figura 20.6.7.b
20.7.2 Distribuição de Terras - Diagrama de Bruckner
Traça-se o Diagrama de Bruckner sobre o perfil longitudinal, com escala volumétrica própria mas respeitando-se rigorosamente as estacas do eixo. Os valores de volume anotados, correspondentes aos valores da Tabela de Volumes Acumulados, deverão efetivamente estar indicados nas estacas que já estão anotadas no projeto do perfil longitudinal. Em cada uma das 3 folhas do perfil longitudinal deverá ser anotada a escala de volumes, além das informações de cada equilíbrio correspondente, como transporte máximo, transporte médio, volume do equilíbrio, momento de transporte e os volumes descompensados de empréstimo e de bota-fora. As grandezas de cada equilíbrio devem ser anotadas em Quadro lateral ao mesmo. Indica-se transporte máximo admissível de 600m. Os valores máximos e mínimos de volumes da tabela de3 Volumes Acumulados devem se encaixar em todo o espaço vertical útil da folha A-2 do perfil longitudinal. Deve-se, portanto, escolher uma escala conveniente para os volumes, enquanto a escala horizontal do estaqueamento permanece 1:1.000. Deve-se hachurar as áreas de corte e de aterro, empréstimo e bota-foras com convenções diferentes e específicas, tal como indicado na Figura 20.7.2. quadros de Tm, Mt, Tmax, Tmed de cada equilíbrio cotas (m)volumes (m3x1000)
cotas (m)
convenção de empréstimo:
40 330 35
350
convenção de bota-fora:
30 320
310
340
25 20
LT1
15
330
LT2
convenção de aquilíbrio:
estacas
Figura 20.7.2 Diagrama de Massas ou de Bruckner sobre o projeto do perfil longitudinal 20.8 INFORMAÇÕES GERAIS: . Rodovia: classe I . Plataforma: faixa de tráfego: 3,6m c/ declividade 2% em tangente; acostamento: 2,5m c/ declividade 5% em tangente; drenagem: 0,9m de cada lado externo dos acostamentos; largura total da plataforma: 14m . Declividade dos talutes: aterro: 3:2 (H:V); corte: 1:1. . Banquetas: a cada 8m de altura, largura de 4m.
20.9 OBSERVAÇÕES GERAIS SOBRE A AVALIAÇÃO DO TRABALHO Os projetos receberão vistos e avaliações. Subentenda-se visto como a apresentação obrigatória em que fazer tudo o que se indicou para a data, mesmo que o projeto apresente erros, estando bem apresentável, recebe-se o valor integral do visto. Quanto às avaliações, que ocorrem posteriormente aos vistos, os erros remanescentes podem gerar redução de nota. Deve-se usar somente traçados à lápis nos desenhos, exceto quando em projeto assistido por computador, que pode ser desenvolvido à tinta mas exigindo cópia nova quando das correções de erros. Quando o aluno quiser "passar a limpo" o projeto feito à mão e à lápis ou impresso, deve reapresentar a(s) folha(s) anteriores para transferência de vistos. O projeto deve sempre ser trazido completo, principalmente ter sempre à disposição a carta topográfica do IBGE e a memória de cálculo, nas entrevistas. As datas das atividades são informadas verbalmente no início do calendário escolar. Alunos que iniciarem posteriormente o curso, devem ser informar à respeito com os colegas de classe.