Resumo_(acessibilidade)

  • April 2020
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“Informação, Comunicação e Inclusão: acessibilidade aos surdos nos museus e centros culturais”

João Paulo F. da Silva1

1 Acesso a todos? Nos dias de hoje, a informação está presente em todas as partes do nosso cotidiano, seja dentro de um espaço acadêmico ou fora dele. Caso o internauta queira visitar um museu, basta dar um clique no mouse desejado e ver as obras dos artistas. A “era da informação”, como se diz desse novo século, é uma era na qual o acesso à rede possibilita uma viagem por diversos lugares e uma vasta gama de informações pertinentes ou não, para o seu conhecimento. Segundo FIGUEIREDO (1999, p. 40), “se quisermos estar atualizados e preparados para enfrentar com sucesso a globalização pela qual o mundo está passando, temos de obrigatoriamente transformar nossa vida em um constante aprendizado” (grifo meu). A última palavra na qual foi dada uma ênfase, torna-se evidente o que museus e centros culturais precisam buscar: aprendizado para a equipe que trabalha direta ou indiretamente com o público visitante surdo. Aprender com a diferença. Colocar-se no lugar do outro ao organizar e fazer uma visita pela exposição. Não só por parte dos educadores, e sim, por seus curadores e organizadores. O acesso aos espaços dos museus e centros culturais, seja físico e/ou informativo, deve ser pensado antes de montar uma exposição. Talvez, essa possa ser a pergunta que procuramos: como atualizar-se para receber o público surdo nos museus e centros culturais? Dessa forma, o espaço precisa estar atento à inclusão, como receber o seu público visitante, quer seja surdo ou com uma outra especificidade, já que os mesmos são excluídos de muitas informações. Assim, a verdadeira democratização da informação e comunicação só é possível quando os organizadores dos museus e centros culturais conhecerem seu público visitante. Quem são os 1

Pedagogo e Arte-Educador dos Públicos Especias.

visitantes que procuram o serviço do Programa Educativo para a visita mediada pela exposição? Como esse trabalho está sendo oferecido às pessoas surdas? Cabe aqui um questionar e criticar esses espaços que não apresentam-se preparados para atender seus públicos visitantes, sejam eles: surdos, cegos, surdocegos, cadeirantes, muletantes, Down, enfim, cada um na sua especificidade.

2 Acessibilidade em Libras

Faz-se necessário explicitar um pouco o assunto proposto: Acessibilidade. De acordo com a Diretora Fundadora dos Museus Acessíveis, SARRAF (2008, p. 38), “a acessibilidade é uma forma de concepção de ambientes que considera o uso de todos os indivíduos independente de suas limitações físicas e sensoriais, desenvolvida a partir dos conceitos do movimento de Inclusão Social”. Aceitar a inclusão, não é uma tarefa fácil por parte dos museus e centros culturais, não se trata apenas de uma obra arquitetônica no espaço, a inclusão requer um estudo efetivo sobre as possibilidades de receber cada pessoa. A comunidade surda que procura uma visita mediada pela exposição, começa a ser excluída pela sua própria língua de origem: a LIBRAS, que segundo QUADROS (2004, p. 46): “LIBRAS é comumente usado para referir a língua de sinais brasileira em nosso país (...) a sigla LSB, utilizada internacionalmente, seguindo os padrões de identificação para as línguas de sinais”. Dessa forma, a Lei N.º 10.098 de 23 de março de 1994, estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade, ampara os surdos aos seus direitos: “CAPÍTULO VII

DA ACESSIBILIDADE NOS SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E SINALIZAÇÃO Art. 17. O Poder Público promoverá a eliminação de barreiras na comunicação e estabelecerá mecanismos e alternativas técnicas que tornem acessíveis os sistemas de comunicação e sinalização às pessoas portadoras de deficiência sensorial e com dificuldade de comunicação, para garantir-lhes o direito de acesso à informação, à comunicação, ao trabalho, à educação, ao transporte, à cultura, ao esporte e ao lazer. Art. 18. O Poder Público implementará a formação de profissionais intérpretes de escrita em braile, linguagem de sinais e de guias-intérpretes, para facilitar qualquer tipo de comunicação direta à pessoa portadora de deficiência sensorial e com dificuldade de comunicação. Art. 19. Os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens adotarão plano de medidas técnicas com o objetivo de permitir o uso da linguagem de sinais ou outra subtitulação, para garantir o direito de acesso à informação às pessoas portadoras de deficiência auditiva, na forma e no prazo previstos em regulamento.”

Diante disso, tal acessibilidade pode garantir ao surdo o direito de conquistar o seu espaço em sua língua materna - LIBRAS. Podendo o mesmo participar ativamente de visitas mediadas e outras atividades no interior dos museus e centros culturais com mais autonomia. Nessa conquista de acessibilidade aos surdos nos museus e centros culturais, existe uma

preocupação de como receber esse público, porém, diversas são as possibilidades: um profissional bilíngue fluente em LIBRAS e/ou um profissional surdo e/ou um intérprete de LIBRAS. Cabe a cada instituição adequar-se da melhor maneira para que essa acessibilidade seja possível.

BIBLIOGRAFIA GERAL:

FIGUEIREDO, José Carlos. Comunicação sem fronteiras: da Pré-História à era da informação. / Participação de Vera Giangrande. São Paulo: Editora Gente, 1999. QUADROS, Ronice Müller de. Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. / Ronice Müller de Quadros e Lodenir Becker Karnopp. - Porto Alegre: Artmed, 2004. SARRAF, Viviane Panelli. Reabilitação do Museu: políticas de inclusão cultural por meio da acessibilidade. São Paulo: V. Sarraf, 2008. 180p.: Il. / Dissertação (Mestrado) – Departamento de Ciência da Informação/Escola de Comunicações e Artes/USP. Orientador: Prof. Dr. Titular Martin Grossmann. SKLIAR, Carlos. A Surdez. Editora: Mediação. Porto Alegre, 1998. TOJAL, Amanda Pinto da Fonseca. Políticas Públicas Culturais de Inclusão de Públicos Especiais em Museus. São Paulo, 2007. / Tese (Doutorado – Ciência da Informação, Àrea de Concentração: Cultura e Informação) – Escola de Comunicações e Artes/USP. Orientadora: Maria Helena Pires Martins.

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Lei da Acessibilidade: . Acesso em: 20/03/2009. Acessibilidade em Museus: .

Acesso em: 20/03/2009.