Relatorio Final Bia2

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UFAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO COORDENADORIA DE PESQUISA

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO ACADÊMICA – BIA/UFAL

RELATÓRIO FINAL (individual e diferenciado para cada bolsista/colaborador)

(2009– 2010) TÍTULO DO PROJETO DE PESQUISA: AÇÃO DE ANTIFÚNGICOS SOBRE CÉLULAS E BIOFILMES DE ISOLADOS DE CANDIDA OBTIDOS DE HEMO E UROCULTURAS DE PACIENTES ATENDIDOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROF.º “ALBERTO ANTUNES” (07/200801/2009) ORIENTADOR: Profa. Dra. Ana Maria Queijeiro López FONE: 91375808

E-MAIL: [email protected]

BOLSISTA /COLABORADOR: Igor Gomes Padilha FONE: 91366234

BOLSISTA CNPQ X

E-MAIL: [email protected]

BOLSISTA FAPEAL

BOLSISTA UFAL COLABORADOR Obs.: Marcar com um “X” o tipo de bolsa ou colaborador

*NOME DA GRANDE ÁREA DO CONHECIMENTO (CNPq ) : Ciências da Saúde *NOME DA SUB-ÁREA DO CONHECIMENTO (CNPq) : Doenças Infecciosas e Parasitárias/ Bioquímica de Microorganismos.

*VER SITE DO CNPq

MODELO PROPEP/UFAL

Sumário Resumo..................................................................................................................................................03 Introdução.............................................................................................................................................04 Objetivos................................................................................................................................................05 Objetivo Geral..............................................................................................05 Objetivos Específicos...................................................................................06

Materiais e métodos..........................................................................................................................06 Organismos testados: Obtenção, identificação e curvas de crescimento........................................................................................................06 Formação de Biofilmes..................................................................................07 Suscetibilidade a antifúngicos convencionais e alternativos de extratos hidroetanólicos de pólen (EEP) e de própolis (EEPr), além de soluções aquosas de mel de abelhas nativas do estado de Alagoas............................................09

Resultados e discussão..................................................................................................................10 Identificação dos Isolados de Candida spp.....................................................................10 Formação de Biofilmes..........................................................................................................11 Atividade Antifúngica..............................................................................................................14 Conclusão.....................................................................................................................16 Referências Bibliográficas.............................................................................17 Pontos positivos e negativos.........................................................................19

MODELO PROPEP/UFAL

Resumo

MODELO PROPEP/UFAL

1. Introdução Nas últimas décadas, C. albicans e espécies não-albicans vêm se tornando cada vez mais importantes como causa de infecções nosocomiais. A transformação da levedura, de comensal a forma parasito-infectante, ocorre em ambiente hospitalar e resulta do próprio progresso da medicina: surgimento de grande número de procedimentos invasivos, quebrando barreiras de proteção natural, uso intensivo de antibióticos de amplo espectro e a capacidade de sustentar a vida de pessoas muito debilitadas e susceptíveis a microorganismos oportunistas. (OLIVEIRA, 2001) Contribuindo para o aumento das infecções, a alta capacidade de adaptação de Candida spp. a condições adversas permite a formação de “comunidades microbianas presas a superfícies” – biofilmes em equipamentos de procedimentos médicos, como vários tipos de cateteres, tubos endotraqueais, stents, shunt. Tais infecções por biofilme representam 65% das infecções microbianas hospitalares, tornando-se cada vez mais preocupantes devido a difícil possibilidade de erradicação pela alta resistência antifúngica dos infectantes. (SENEVIRATNE & SAMARANAYAKE, 2007). A formação de biofilmes depende diretamente da síntese e secreção de componentes da matriz de células viáveis e de células líticas. Matriz de C. albicans é constituída por proteínas, hexosamina, fosfatos, ácido urônico e majoritariamente por exopolissacarídeos, destacando-se β-1,3-D- glucano, o qual se encontra na composição das paredes celulares da levedura e na forma secretada, sua forma solúvel é produzida pelo biofilme em cateter infectado in vivo, servindo também como meio diagnóstico de infecção do cateter.(NOBILE et al.,2007) A disseminação de biofilmes sobre a superfície epitelial da mucosa vaginal, associada a alta resistência antifúngica, contribui para o aumento da incidência das infecções, além do aumento do risco de morbi-mortalidade das mesmas. Tal resistência pode estar associada a características intrínsecas das células do biofilme, ou pode ter sido adquirida pela transferência de material genético entre as células na formação do biofilme. (BOTELHO, 2006) Segundo DONLAN (2001) e JIN et al. (2003), outros fatores também interferem na formação do biofilme, como número e tipos de células no fluido a que a superfície

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inerte é exposta, taxa de fluxo do fluido com células sobre a superfície, além das características físico-químicas do material inerte. Interferindo na recorrência das infecções, bem como na ocorrência de candidíase superficial e sistêmicas. Visando a ampliação das possibilidades terapêuticas contra infecções antifúngicas,

surgem

novas

possibilidades

farmacológicas,

como

formações

lipossomais de Anfotericina B e equinocandinas, sendo estas capazes de inibir a síntese de β-1,3-D- glucano, têm maior tolerância por não interferirem na membrana plasmática do hospedeiro, além de eficácia comprovada nos pacientes que não respondem ou são resistentes ao tratamento com Anfotericina B. (ODIO et al., 2004; ARANDA, 2004) Nos últimos anos a literatura científica vem relatando as propriedades farmacológicas da própolis, destacando sua atividade fungistática e fungicida, relatando a atividade de própolis contra Candida albicans obtendo uma CIM entre 1200 a 6400 μg/mL., sendo observada eficazes combinações de antimicóticos com própolis.(ADELMANN, 2005). Além da própolis, outras pesquisas partindo de substâncias consagradas na medicina popular como pólen e mel, vem sendo discutidas, referentes ao alto valor nutritivo e suas ações conhecidas em outros sistemas biológicos, pela alta concetração de susbstâncias antioxidantes, as quais promovem efeitos antimicrobianos. (BASIM et al., 2006; BOUKRAÂ & BOUCHEGRANE, 2007). 2.

Objetivos Objetivo Geral Isolar microrganismos leveduriformes de hemoculturas e uroculturas de

pacientes com infecção no trato urogenital, atendidos no ambulatório do Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes (UFAL, Maceió/AL), e verificar a ação de diferentes antifúngicos recomendados pela ANVISA, bem como de outros antimicóticos alternativos, sobre tais microrganismos e seus biofilmes. Além disso, a avaliação da possível atividade anti-oxidante desses produtos será efetuada com o propósito de conhecer o espectro do mecanismo de ação destes.

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Objetivos Específicos •

Coletar isolados leveduriformes de hemo e uroculturas preparadas a partir de amostras biológicas de pacientes do Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes” (UFAL), e cultivá-los em meios específicos;



Realizar a identificação dos microrganismos isolados através de provas morfológicas e bioquímicas;



Preparar biofilmes em placas de cultura celular de 96 poços;



Realizar testes de sensibilidade das suspensões celulares e dos biofilmes a diferentes concentrações de antifúngicos recomendados pela ANVISA e outras moléculas não comerciais;



Avaliar a capacidade de aquisição de resistência das células ou biofilmes submetidos a doses sub-inibitórias crescentes dos antifúngicos testados;



Avaliar a atividade anti-oxidante dos antimicrobianos testados (recomendados pela ANVISA e alternativos).

3.

Materiais e métodos

Organismos testados: Obtenção, identificação e curvas de crescimento.

Coletaram-se amostras biológicas não-isoladas, a partir de exames de hemo e uroculturas, obtidas de pacientes atendidos através do Sistema de Saúde Integral do Hospital Universitário “Prof. Alberto Antunes”, da Universidade Federal de Alagoas durante o período de Junho/2008 a Janeiro/2009. Partindo-se da identificação de longos bastonetes retos, Gram positivos e com endósporos observados em esfregaços em lâminas e colorações específicas, constatou-se a impureza das amostra coletadas. Visando ao isolamento das estirpes leveduriformes, o material coletado foi repicado em placas de Petri com meio de cultura Ágar Sabouraud Dextrose (SDA) acrescido de solução de Ácido Tartárico 0,1g/ml

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impregnado por discos de antibióticos Ofloxacina, Vancomicina e Polimixina dispostos em posições eqüidistantes nas placas. Utilizou-se de testes morfológicos de esfregaços e coloração diferencial (Coloração de Gram) além de testes bioquímicos, pelo sistema de identificação enzimático API (Biomerieux, Marcy l’Etoile, France), utilizado conforme manual do fabricante. (Figura 1) Sobre Curva de Crescimento?

Figura 1. Identificação Bioquímica – Teste API (Biomerieux-France). A - SV2, B - SV6 e C – SV9.

Formação de Biofilmes:

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Conforme metodologia de CARDOSO (2004) modificada, culturas celulares foram repicadas em placas de Petri com meio SDA e incubadas a 37º C durante 24 horas, em seguida, suspensões celulares com concentrações fixas de 103 células.mL-1 foram adicionadas ao meio líquido Caldo Sabouraud Dextrose (SDB) com 20 pequenos tubos seccionadas uniformemente de cateteres de PVC para cada erlenmeyer com 70ml de SDB, sendo triplicatas para cada cepa, mantidas a 28 ± 2 ºC durante 18 horas (que equivale à fase estacionária de crescimento ) em mesa agitadora com rotação de 130 rpm. No fim das 18 horas de crescimento, as células no meio SDB foram submetidas a um processo de filtragem com membranas de porosidade 0,45 µm. Os catéteres que restaram sobre as membranas foram distribuídos igualmente entre tubos Falcon contendo solução salina e em placas de Petri estéreis sobre papel filtro. Posterior a retirada dos cateteres, as membranas foram pesadas logo após a filtragem e também pós incubação em estufa por 2h a 50ºC, sendo possível quantificar as massas úmida e seca das mesmas. Foi feita a técnica de Pour Plate a partir dos tubos Falcon contendo os cateteres em solução salina, os quais foram agitados em vórtex por 1min cada um, sendo a posteriori adicionada uma alíquota de 600 µL da suspensão em 60 ml de meio SAD e vertido em placas de Petri estéreis. Em seguida, foram incubadas (30 ± 2 ºC) por 24h para contagem de colônias macroscopicamente. Dos 10 catéteres que ficaram nas placas de Petri com papel filtro, 3 foram depositados na superfície interna de placas de Petri estéreis com

meio SAD e

incubados (30 ± 2 ºC, 24h) para futura mensuração dos halos de crescimento de colônias em torno do cateter, os demais catéteres com biofilme formado foram corados utilizando-se

o

sal

MTT

25%

,

brometo

de

3-(4,5-dimetilltiazol-2-il)-2,5-

difeniltetrazolium, conforme descrito por HAWSER & DOUGLAS (1994), o qual cora células viáveis,

seguindo-se de observação em microscopia óptico. Padronizou-se

outra forma de quantificação segundo escala criada pelo orientador do bolsista (Figura 2) conforme o grau de propagação das células do biofilme na superfície interna dos cateteres, segundo à numeração, 0(zero): Escarso; 1(um): Levemente coberto; 2(dois): Moderadamente coberto; 3(três): Acentuadamente coberto.

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Figura 2. Escala usada para quantificar as concentrações de células nos biofilmes formados pelos isolados de Candida SV2, SV6 e SV9.

Suscetibilidade a antifúngicos convencionais e alternativos de extratos hidroetanólicos de pólen (EEP) e de própolis (EEPr), além de soluções aquosas de mel de abelhas nativas do estado de Alagoas.

Visando avaliar a suscetibilidade das leveduras de Candida aos antifúngicos convencionais recomendados pela ANVISA e também a extratos hidroetanólicos de pólen e de própolis, além de soluções aquosas de mel de abelhas nativas do estado de Alagoas, as leveduras foram repicadas em meio SDA, em seguida incubadas a 30 ± 2 ºC, por um período de 24 a 48 h. Os antibiogramas foram realizados em meio Ágar Sabouraud Dextrose (SDA), utilizando-se uma suspensão aquosa de cada isolado de Candida, contabilizadas em câmara de neubauer em três contagens para cada isolado testado (106 células. mL-1). Foram preparados meios DAS diferentes para os isolados SV2, SV6 e SV9. Em 3 Erlenmeyers com 200 mL de meio, pós auto clavagem e repouso ate uma temperatura por volta de 45 ºC, foi adicionado 2 mL das respectivas suspensões e vertido em placas de Petri. Após a solidificação, com um auxilio de um furador, foram efetuados orifícios (θ≅ 8 mm), onde foram colocados 100 µL dos antifúngicos convencionais Fluconazol 2mg. mL-1, Miconazol 20mg.mL-1, Nistatina 106 UI.mL-1. Foram testados também extratos hidroetanólicos de pólen 50 mg .mL-1, oriundos de três espécies de abelhas nativas de Delmiro Golveia- AL, além de mais duas amostras coletadas na Barra de Santo Antonio – AL. O extrato de própolis 2 mg .mL-1 testado foi MODELO PROPEP/UFAL

oriundo da zona da mata alagoana e os dois méis (solução aquosa 50%) testados vieram da zona da mata e sertão de Alagoas. O controle negativo foi feito com água destilada estéril e etanol 70%. A leitura dos resultados foi feita após 48 h. As placas foram armazenadas sob refrigeração (5-8 ºC) por 24 h e posteriormente foram incubadas (30 ± 2 ºC).

A

atividade antifúngica foi determinada através da medida comparativa dos diâmetros (mm) ao redor dos poços com antifúngicos convencionais em comparação com aquele contendo água estéril. A ação dos antifúngicos e dos extratos frente aos isolados testados foi classificada (resistentes ou sensíveis) conforme critérios do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). 4.

Resultados e discussão Identificação dos Isolados de Candida spp. Por apresentar reprodução assexuada do tipo gemulação, fungos leveduriformes

do gênero Candida originam blastóporos, pseudo-hifas, hifas gram-positivos e clamidósporas (TRABULSI, 2004) conforme observado na identificação morfológica. A partir do teste API foi possível detectar a produção de diferentes enzimas secretadas por espécies de Candida, as quais segundo KAWECKI et al. (2006), são um dos fatores responsáveis pelo caráter patogênico dos fungos, em especial as de atividade hidrolítica – hidrolases, as quais facilitam crescimento, replicação, aumento da infectividade fúngicos uma vez que possibilitam a penetração e aderência dos fungos nos epitélios de mucosas devido a alta capacidade de clivar ligação C-C, C-N e C-C, entretanto vale ressaltar que dentro da mesma espécie pode ou não haver expressão de atividade de enzimas específicas, a exemplo da esterase lipase e valina arilamidase que têm apenas atividade aumentada em condições ambientais adversas (KURNATOWSKA, 1998). A partir da comparação dos resultados obtidos (Tabela 1) com modelo de identificação segundo KONEMAN & ROBERTS (1987), pode-se nomear as três espécies de Candida avaliadas, sendo SV2 - C. krusei, SV6 – C. guilliermondii e SV9 – C. tropicalis.

TABELA 1. Resultados dos testes bioquímicos do sistema API (Biomerieux- France),

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inoculados com os isolados SV2, SV6 e SV9 coletadas de pacientes com Infecções de Trato Urinário do Hospital Universitário “Prof. Alberto Antunes”. Amostras

SV2

SV6

SV9

Substratos Sigla ONPG ADH LDC ODC CIT H2S URE

Descrição 2-nitrofenil-dgalactopiranosideo L-arginina L-lisina L-ornitina Citrato de sódio Tiosulfato de sódio Uréia

Reações β-galactosidase

-

-

-

Arginina desidrolase

-

-

-

Lisina descarboxilase

-

-

-

Ornitina descarboxilase

-

-

-

Utilização de citrato

-

-

-

Produção de H2S

-

-

-

Hidrólise de uréia

-

NT

NT

TDA

L-triptrofano

Deaminase

NT

IND

L-triptrofano

Produção de indol

NT

NT

NT

NT

NT

NT

VP

Piruvato de sódio

Produção de acetoína

GEL

Gelatina

Gelatinase

-

-

-

Oxidação/Fermentação

+

+

+

Oxidação/Fermentação

-

+

+

Oxidação/Fermentação

-

-

-

Oxidação/Fermentação

-

-

-

GLU MAN INO SOR

D-glucose manitol Inositol D-sorbitol

RHA

L-ramnose

Oxidação/Fermentação

-

-

-

SAC

D-sacarose

Oxidação/Fermentação

+

+

+

MEL

D-melibiose

Oxidação/Fermentação

-

-

+

Oxidação/Fermentação

-

-

-

Oxidação/Fermentação

-

+

-

Oxidação/Fermentação

-

+

+

Oxidação/Fermentação

-

+

+

Oxidação/Fermentação

-

+

-

Oxidação/Fermentação Acidificação Acidificação Acidificação Acidificação

-

+ + + + + + + + +

+ + + + + + + + + +

AMY ARA MNE MAL LAC FRU TRE1: MAN: XLT MEL: NIT: PAL: RAF-D XYL MDG NAG

Amigdalina L-arabinose D- Mannose D-Maltose Lactose Fructose D-Trehalose D-Manitol Xilitol D- Melibiose Potassium Nitrate β-Naftyl phosphate Rafinose D- Xilose Metil-a-D-Glicopiranosida N-Acetil-Glicosamina

Nitrato Redutase Fosfato Alcalino Acidificação Acidificação Acidificação Acidificação

+ -

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Formação de Biofilmes: Segundo SENEVIRATNE & SAMARANAYAKE (2008), a formação de biofilmes contribui diretamente para o aumento da virulência e infectividade das espécies de Candida, sendo as células de biofilmes 30-2000 vezes mais resistentes a Fluconazol, Anfotericina B, itraconazol e Miconazol. O processo de formação do biofilme inicia-se pela adesão do microorganismo a uma superfície, seguida de discreta colonização e organização das células microbianas, com secreção de substâncias poliméricas extracelulares

(SPE),

potencializando

a

adesão

e

maturação

das

células

tridimensionalmente, disseminando, pois, as células do biofilme (Figura 3).

Figura 3. Processo de formação de biofilme. (CARDOSO, 2004)

A formação de biofilmes, a partir dos isolados utilizados, pôde ser avaliada segundo condições dinânimas e aeróbicas, condições que segundo THEIN et al. (2007) favorecem um maior crescimento de biofilmes de C. krusei, C. tropicalis, C. guilliermondii e C. parapsilosis, além da síntese de componentes da matriz extracelular

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que em condições estático – anaeróbicas, destacando-se biofilmes

de

o

maior

crescimento

de

C.

krusei

em

de

discos

cateteres de PVC que em de poliestireno e

silicone

SAMARANAYAKE,

experimento,

(SENEVIRATNE 2007). A partir

&

do

verificou-se,

macroscopicamente, amplo crescimento de células de isolados de Candida spp. dos biofilmes nas placas com cateter sobre meio sólido SDA, confirmando a ampla disseminação do biofilme sobre os cateteres. Verificou-se ainda formação de variáveis tamanhos de halos de crescimento celular em torno dos catéteres, sendo maior para o isolado de C. krusei - SV2. (Tabela 2, Figura 4), esta variação pode estar associada à composição de SPE sintetizadas ou secretadas pelas diferentes espécies de Candida. As SPE são compostas principalmente de carboidratos, entretanto o teor de hexosamina, proteínas,fósforo e ácido urônico varia entre espécies, fator que pode tanto facilitar o desprendimento de células, favorecendo a maior disseminação de células no meio, como também pode interferir no fluxo de nutrientes e consumo dos mesmos pelas células das camadas Isolados de Candida spp. SV2

Halos de crescimento em torno dos catéteres (mm) 9,6775

SV6 6,865 SV9 6,75 mais profundas do biofilme, inviabilizando as mesmas.

Desvio padrão

0,801667 0,176667 0,135

TABELA 2. Quantificação do crescimento de colônias de Candida de biofime, segundo formação de ao redor de cateteres.

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Figura 4. Crescimento de células de biofilme em torno do catéter. A:Controle; B: Isolado SV2; C: Isolado SV6; D: Isolado SV9.

No outro método utilizado para contagem macroscópica, segundo o pour plate das suspensões celulares de biofilmes em solução salina, observou-se crescimento de colônias diminutas incontáveis de Candida para todos os isolados avaliados. (Figura 5)

A

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Figura 5. Crescimento de células de biofilme a partir de suspensão celular de biofilme. A:Controle; B: Isolado SV2; C: Isolado SV6; D: Isolado SV9.

A partir da análise microscópica foi possível observar o grau de ocupação das células do biofilme sobre a superfície interna dos catéteres, podendo-se observar... Atividade Antifúngica As leveduras foram avaliadas quanto à suscetibilidade a antifúngicos convencionais preconizados pela ANVISA, extratos hidroetanólicos de pólen e de própolis, além de soluções aquosas de mel. Todos os isolados foram sensíveis aos antimicóticos convecionais (Fluconazol 2mg. mL-1, Miconazol 20mg.mL-1, Nistatina 106 UI.mL-1, sendo o Fluconazol(FCZ), o de maior eficiência (Figura 6 e 7). Foram observadas ainda diminutas colônia resistentes a FCZ, resistência esta que pode ter sido adiquirida ou pelo contato prévio com o antifúngico, ou pelos baixos níveis do fármaco nos tecidos e sangue (SILVA et al., 2002) podendo estar associada ao aumento da expressão de genes mutacionais ERG 11, os quais interferem na interação da 14-α-dimetilase, enzima que participa da biossíntese do ergosterol, com o FCZ, diminuindo seus armazenamento intracelular, condicionando a resistência ao microorganismo (MORSHHÄUER,2002).

Figura 5. Atividade antimicótica dos antifúngicos Nistatina (NIST) - 106 UI.mL-1, Fluconazol (FCZ) 2mg. mL-1 e Miconazol (MCZ) 20mg.mL-1. Pequenos pontos dentro do halo de FCZ representam colônias resistentes.

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Figura 7. Sensibilidade dos isolados de Candida aos antifúngicos Nistatina (NIST) 106 UI.mL-1, Fluconazol (FCZ) 2mg. mL-1 e Miconazol (MCZ) 20mg.mL-1.

Os extratos das amostras de pólen e de própolis (Figuras 7 e 8), além das soluções aquosas de mel não mostraram nenhuma atividade antifúngica frente aos isolados avaliados in vitro. Embora BOUKRAÂ & BOUCHEGRANE (2007) tenham observado atividade antifúngica do mel frente a Candida albicans, principalmente relacionada às altas concentrações de açúcar e baixo teor de água constituintes do mel e OTA et al. (2000) tenham mostrado a ação antifúngica de extratos de própolis da região sudeste do Brasil, relacionada ao conteúdo de flavanóides, ácidos fenólicos e ésteres presentes no própolis mesmo em concentrações menores que a avaliada no presente estudo, tal discordância com a literatura pode estar relacionada a fatores como a necessidade de aumentar as concentrações das soluções e extratos usados, sazonalidade e origem das amostras, ou, no caso do própolis, da composição da cera de abelha.

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Figura 7: Antibiograma do isolado SV6 frente a Extratos hidroetanólicos de pólen PN1 (A), PN2 (B), PN3(C) e Própolis (D).

5.

Figura 8: Avaliação de atividade antifúngica do isolado SV9 a Extratos hidroetanólicos de pólen PN4 (A) e PN5 (B).

Conclusões Embora se observe que há notória ação dos fármacos convencionais, observa-

se que é crescente o número de cepas resistentes especialmente compondo os biofilmes em materiais médicos de tratamento e diagnóstico como catéteres urinários, fato que indica que as condutas terapêuticas atualmente preconizadas são ineficazes e devem ser repensadas, uma vez que o aumento na incidência de infecções recorrentes, resultado de contaminação por estirpes multiresistentes, pode evoluir de candidíase superficial a casos mais graves como as crises sistêmicas, aumentando a morbimortalidade da doença. No caso dos biofilmes deve-se, pois, direcionar as futuras pesquisas, para técnicas mais confiáveis de coleta e mensuração dos biofilmes bem como de avaliar de forma mais fidedigna as estratégias de controle e erradicação dos mesmos. No caso das amostras de pólen, própolis e mel testadas, não houve ação antimicótica, cuja causa pode ser multifatorial como quanto concentração utilizada, origem das amostras, sazonalidade, dentre outros fatores que tenham contribuído para a redução do potencial antioxidante das mesmas e, consequentemente, interferindo na atividade antimicrobiana.

6.

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mini review. Oral Diseases (2008) 14, 582–590. 19. SIlVA, V.; DÍAZ, M.C.; FEBRÉ, N. Vigilancia de la resistencia de leveduras a

antifúngicos. Rev. Chil. Infect. 19 (1): 56-65, 2002. 20. THEIN, Z. M.; SAMARANAYAKE, Y. H.; SAMARANAYAKE, L. P. In vitro biofilm

formation of Candida albicans and non-albicans Candida species under dynamic and anaerobic conditions. Arch. of oral Bio.. 52 (2007) 761 –767. 21. TRABULSI, L.R. Microbiologia.Ed. Atheneu, Rio de Janeiro, 4ª.Ed., 2004, p.451-

459. 7.

Relacione os Principais Fatores Positivos e Negativos que interferiram na

condução do Projeto e Plano De Trabalho Positivos: Foi bastante importante a inserção deste bolsista em um laboratório de Bioquímica/Microbiologia, pois as técnicas desenvolvidas ainda não fizeram parte da grade curricular do módulo que este cursou até o momento na FAMED/UFAL. Além das técnicas aprendidas, o convívio com outros colegas de curso e de outros cursos no

MODELO PROPEP/UFAL

laboratório, são experiências importantes para o aprendizado do trabalho em equipe e adaptação às normas de um laboratório. Na condição de estudante de Medicina, que a posteriori entrará em contato com o tratamento de patologias causadas por fungos, foi importante também a leitura de material bibliográfico sobre o tema em estudo, como a estrutura de leveduras e bactérias e o controle químicos desses organismos, bem como sobre a toxicidade desses fármacos aos seres humanos. Houve não só a possibilidade do estudo do mecanismo de ação dos medicamentos em estruturas como membrana celular, mas também a pesquisa sobre os antifúngicos mais receitados no Sistema Único de Saúde (Fluconazol, Nistatina, Anfotericina B, Miconazol). Negativos: No início do trabalho, houve dificuldade na obtenção de cepas de Candida no Hospital Universitário da UFAL, tendo em vista que os funcionários responsáveis pelo setor tinham turnos de trabalho incompatíveis com os horários livres do discente do curso de Medicina. Os horários disponíveis do discente para a atividade laboratorial (quintas-feiras pela manhã e sextas-feiras pela tarde) também não eram sempre compatíveis com os horários em que a orientadora não estava ministrando aulas, necessitando-se do período de férias escolares para cumprir o plano de atividades proposto. Além disso, constantes quedas de energia e do servidor da internet da UFAL nas datas em que este bolsista freqüentava o laboratório para seus trabalhos experimentais ou buscas bibliográficas, também foram motivo de atrasos no cronograma de pesquisa.

Assinatura do Bolsista/Colaborador

MODELO PROPEP/UFAL

Assinatura do Orientador Maceió-AL,

/

/ 2008

OBS: ►

Relatório sem a certificação do orientador e do bolsista/colaborador não será avaliado. Relatórios iguais para dois bolsistas ou colaboradores também não serão avaliados. ► O Relatório Semestral deverá ser submetido, online, no site do PIBIC, através do endereço http://www.ufal.br/sistemas/pibicpibiti no período de 28 de janeiro de 2008 à 15 de fevereiro de 2008. ► Quaisquer dúvidas ligar para 3214-1126 ou 1069. Falar com Sandra / Berenice / Fátima / Herli / Thiago / Diogo ou Patrícia. ► Esse modelo é válido para bolsistas e colaboradores do CNPq/UFAL e FAPEAL.

MODELO PROPEP/UFAL

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