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  • Words: 24,929
  • Pages: 31
REVISTA PEDAGÓGICA

O

ANO 4 / N 8 / DEZEMBRO 2007 / R$ 7,00

www.assers.org.br

ASSOCIAÇÃO DOS SUPERVISORES DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Supervisão Educacional: Trajetórias e Perspectivas

Diretoria - Gestão Grupo Inovação: 2003/2008

ESPAÇO INOVAÇÃO REVISTA PEDAGÓGICA

Sumário

Publicação Semestral da ASSERS Ano 4 – nº 8 / dezembro / 2007 Direção Geral: Lilian Zieger Diretora Executiva: Angelita Vargas Brazil Conselho Editorial: Ana Maria Vieira Santos Angelita Vargas Brazil Lilian Zieger Maria José Machado de Lima Maurício Aires Vieira Rosane Oliveira Duarte Zimmer Colaboradores: Adriana Armani Fiorini Martins Angelita Vargas Brazil Carla Rodrigues Salazar Gicelda Costa da Silva Iara de Menezes Bandeira Jaqueline Araújo Jefferson Martins Ferreira Silva Leandro Haerter Lilian Zieger Luciana da Silva Vicente Saint´pierre Neusa Rosane Soares Patrícia Collat Bento Feijó Paulo Fraga Gomes Rosalina dos Santos Fontela Rosa Marlene de Souza e Silva Rosangela Silva da Rosa

Conversando com Educadores Mary Rangel

5

O papel do supervisor educacional no contexto do processo de alfabetização Carla Rodrigues Salazar

6

Realidade Aumentada: Uma proposta de integração tecnológica ao ensino Jefferson Martins Ferreira Silva

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Supervisão Educacional: novas demandas e um novo perfil Neusa Rosane Soares

11

Consideraciones sobre la contribuición de la gestión del Colégio Municipal pelotense a la permanência de alumnos negros em su Ensino Médio nocturno Leandro Haerter

13

Qualificação, desqualificação e Superqualificação: o mercado de trabalho para docentes do ensino superior em Salvador Jaqueline Araújo

17

Supervisão educacional: qual é o seu papel? Adriana Armani Fiorini Martins

22

A política de inclusão e os atendimentos educacionais especializados Gicelda Costa da Silva, Paulo Fraga Gomes, Rosangela Silva da Rosa

24

Supervisão Educacional: Teoria e prática Luciana da Silva Vicente Saint´pierre

27

Seções Varal pedagógico Fazendo História Histórias Inesquecíveis Legislação Educacional Livros Retratando Poetas

04 04 29 30 30 31

Revisão: Claudia Veridiana Galarça Schneider Fátima Tereza Raupp Garcia Rejane Beatriz Schnorr Henriques Rosalina dos Santos Fontela Sheila Cristina Silveira Bernardes Mellos Jornalista Responsável: João José Ferreira Forni – MTB1189/DF Capa: Evandro Marcon Projeto Gráfico e Editoração: marcon.brasil Comunicação Direta (51) 3221.7878

E77 Espaço Inovação: Revista Pedagógica / Associação dos Supervisores de Educação do Estado do Rio Grande do Sul. – Ano 1, n. 1 (ago. 2004) – ano 4, n.8 (dez.2007). – Porto Alegre : ASSERS, 2007- . v. : il. Semestral. Descrição Baseada em: N. 2 (março 2005). ISSN : 1807-0647

Impressão: Evangraf

Endereço para correspondência: Av. Borges de Medeiros, 308 sala 106 – 10º andar CEP 90020020 – Bairro Centro – POA – RS Fones/fax (51) 3228.3498 – (51) 3286.7634 Endereço eletrônico: www.assers.org.br [email protected]

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

1. Educação – Periódicos. I. Associação dos Supervisores de Educação do Estado do Rio Grande do Sul.

CDD 370 Bibliotecária Responsável Ginamara Lima Jacques Pinto - CRB 10/1204 Revista Indexada em BBE- INEP/MEC

Publicação da Editora ASSERS Prefixo Editorial nº 60524 Espaço Inovação - Revista Pedagógica - Ano 4 - n o 8, dezembro, 2007

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Editorial A Revista Espaço Inovação chega à oitava edição, como reconhecido espaço de divulgação de "trajetórias de sucesso" no campo de atuação da Supervisão Educacional, demonstrando por meio das práticas, as transformações e mudanças ocorridas no perfil do profissional, que atua nessa área, buscando atender as demandas que se apresentam no cotidiano das escolas e numa sociedade em constante evolução. Esse número da Revista abre espaço para a reflexão de valiosas práticas e experiências, desenvolvidas nas ambiências escolares, proporcionando aos leitores e leitoras vislumbrar trajetórias

percorridas com sucesso em parceria com Supervisão Educacional. Os artigos apresentados abordam questões de relevância, na caminhada percorrida pela comunidade escolar, ressaltando cada vez mais a importância da atuação do/a Supervisor/a Educacional. O/a Supervisor/a Educacional, a partir de sua atuação na escola é capaz de transformar a realidade. Com clareza do papel que deve ser exercido e compartilhando saberes com os demais segmentos da comunidade escolar, se tornará o líder com a capacidade para movimentar o grupo, alcançando o êxito

ou melhorias no processo educativo. Esperamos que as experiências e estudos aqui apresentados se transformem em "molas propulsoras" que impulsionem as práticas nas escolas e desafiem educadores e educadoras a trilhar novos caminhos planejados no coletivo dos ambientes escolares. E que, ao mesmo tempo, sejam os/as próximos/as a nos enviar novas experiências com "trajetórias de sucesso". Um abraço carinhoso Angelita Brazil e Lilian Zieger Diretoria da ASSERS

Varal Pedagógico CURSO: FORMAÇÃO CONTINUADA

Encontro de Supervisores Educacionais das Escolas da Rede Privada de Ensino de Porto Alegre. Periodicidade: um encontro mensal (março a novembro). O primeiro tema a ser desenvolvido é definido pela Entidade, com base nos cursos anteriores, sendo a organização dos demais assuntos definidos pelo grupo que participa do primeiro encontro. Informe-se e participe!

CURSO DE FORMAÇÃO PERMANENTE PARA SUPERVISORES

A Associação dos Supervisores de Educação do Estado do Rio Grande do Sul promove durante o ano Curso de Formação Permanente, a fim de proporcionar uma formação continuada aos nossos supervisores e educadores desta Entidade. O curso é oferecido aos associados sem custos.

PÓS - GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO LATO SENSU EM SUPERVISÃO EDUCACIONAL FACULDADES PORTAL

Fazendo História A Revista Espaço Inovação é uma publicação da ASSERS, que chega ao mercado para socializar temas relacionados à educação, portanto contamos com suas idéias, seus trabalhos e suas experiências para compartilhar com outros educadores, da história que juntos construiremos. Para organização das colaborações, é necessário observar: - A Revista recebe artigos, trabalhos científicos, relatos de pesquisas relativas à área educacional de relevância para o contexto atual; - Os materiais enviados serão analisados pelo Conselho Editorial que avaliará a divulgação de acordo com a demanda dos temas centrais da Revista; - Após análise do material recebido e aceito para publicação, o Conselho Editorial entrará em contato com o/a colaborador/a, para que assinem a autorização dos direitos autorais em nome da ASSERS, responsabilizando-se pelo trabalho publicado; - Os trabalhos deverão ser enviados por e-mail, em editor de texto Word, espaço simples, fonte Times New Roman 10, com no máximo

seis páginas, no mínimo duas, incluindo fotos (originais), com resolução 250 DPIs. O trabalho deve iniciar com o título e o/a nome do/a autor/a, resumo em português (resumo em inglês ou espanhol ao final), citações com autoria especificada (inclusive página e ano) e referências bibliográficas após o texto, de acordo com as normas da ABNT, encerrando com os dados do/a autor/a. Junto ao trabalho, também poderão ser enviados frases, idéias ou parágrafos que desejam que estejam em destaque na Revista; - A Revista não se responsabiliza por opiniões expressas nos artigos assinados.

Importante: solicitamos que todos/as autores/as revisem, cuidadosamente, as normas da ABNT para construção de artigos! 2

Espaço Inovação - Revista Pedagógica - Ano 4 - n o 8, dezembro, 200 7

Conversando com Educadores MARY RANGEL Nesta edição da Revista Inovação compartilhamos com os/as leitores/as do posicionamento da Doutora Mary Rangel, acerca da aprovação do Projeto de Lei, que regulamenta o exercício da profissão do Supervisor Educacional. Mary Rangel, Doutora em Educação; Pós-Doutora em Educação; Supervisão Educacional; Escritora com diversas obras publicadas. Espaço Inovação: Com a aprovação do Projeto, pelo Senado Federal, da lei que regulamenta a profissão de Supervisão Educacional no Brasil, em 18 de outubro de 2007, quais as mudanças que poderão ocorrer no exercício da mesma, em sua opinião? A primeira mudança é a qualificação da Supervisão como profissão. Associada a essa mudança, que significa uma expressiva conquista, está a normatização da situação dos supervisores, sua formação, seu âmbito de atuação. A função supervisora tem estado diluída, sem definições e identidade própria. Subjacente a essa diluição e descaracterização funcional, está a redução do alcance das suas possibilidades de contribuições pedagógicas. O Supervisor não é apenas um profissional com incumbências práticas, a exemplo de organizar o trabalho do dia-a-dia da escola, ou fazer reuniões relativas a essa organização, etc. O Supervisor é bem mais que isso: é um pesquisador, um estudioso das práticas, um formulador de projetos, com base teórica e criatividade, no sentido do seu aperfeiçoamento e atualização. O Supervisor tem formação pedagógica e competência para realizar a leitura crítica dos planos e da legislação formulada pelas instâncias normativas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais, o Plano Nacional do Livro Didático, o Sistema Nacional de Avaliação da Escola Básica, o Sistema de Avaliação do Ensino Médio são, entre outros, objetos de estudo e de implementação crítica e contextualizada da Supervisão. A Supervisão tem um núcleo central de atuação: o estudo. O estudo é, tanto do próprio Supervisor, como dele com os Professores e Setores Pedagógicos da escola. O conhecimento é o objeto de trabalho dos Professores. Esse conhecimento, especialmente na sociedade contemporânea, informatizada e globalizada, na qual as pesquisas se sucedem rapidamente, precisa de estudo permanente, que requer a formação continuada dos professores e enfatiza a função supervisora de orientação pedagógica, especialmente destacada na normatização da profissão de Supervisor Educacional. Portanto, constituem também objetos de estudo da Supervisão com os professores: as teorias de currículo, as teorias de aprendizagem, as teorias didáticas e suas metodologias, os fundamentos pedagógicos, os teóricos da educação, não só Vygotsky, Piaget, Lay, Kerchesteiner, Bruner, Allport, como os clássicos, a exemplo de Comenius, Herbart e outros pensadores que trazem suportes essenciais à pedagogia. Afirma-se, desse modo, que o Supervisor é, necessariamente, um estudioso dos fundamentos que trazem subsídios importantes à práxis pedagógica, ou seja, à prática fundamentada, refletida. Enfim, a

Supervisão tem um âmbito, ao mesmo tempo específico e amplo, abrangente e peculiar, de formação e um campo de significativas contribuições à escola, ao sistema educacional, à sociedade. Quais as principais atribuições do/a supervisor/a educacional no Brasil hoje, em sua opinião? As principais atribuições do/a Supervisor/a educacional no Brasil, hoje, tem uma referência básica: a qualidade pedagógica e social da escola. A qualidade pedagógica e social da escola requer um compromisso com a inclusão. Esse compromisso tem duas vertentes: a inclusão da diversidade e a inclusão da aprendizagem. A inclusão da diversidade refere-se ao acolhimento de todas as singularidades étnicas, raciais, culturais, socioeconômicas, de gênero, de características biopsicológicas e sociocognitivas. A inclusão da aprendizagem refere-se à garantia do conhecimento como direito da vida cidadã e, portanto, como direito de todos. No direito à aprendizagem, incluem-se o direito à escolaridade, ou seja, o direito à permanência na escola e à participação em todas as oportunidades de escolarização. Nesse sentido, é um desafio e um compromisso do Supervisor enfrentar os resistentes problemas do fracasso, das sucessivas repetências, da evasão. Também é um desafio do Supervisor assumir e praticar na escola o princípio da inclusão, no aspecto de que a inteligência não é um privilégio de alguns, mas sim um direito e possibilidade de todos; dessa forma, deve ser reconhecida e estimulada. Quais os maiores desafios que esse profissional enfrenta nos tempos atuais? A resposta anterior contempla os desafios que se sintetizam na luta pela escola de qualidade, reafirmando-se que essa qualidade é social e pedagógica, portanto, definindo-se como uma escola que inclui, promove, colabora para a emancipação social. A competência técnica, humana, política (de compromisso, de cidadania) do Supervisor, sua formação, seus estudos, sua visão e práxis pedagógica são fatores essenciais à qualidade da escola pela qual as famílias e a sociedade apelam. A Supervisão Educacional ou Pedagógica tem, no nome da profissão, a sua identidade: Supervisão, que significa e implica em visão sobre o processo, que é pedagógico, didático, metodológico e curricular. Essa visão possibilita (se for fundamentada em estudos, em pesquisas, em formação apropriada), as três ações supervisoras essenciais: a coordenação, a integração e a orientação do trabalho pedagógico, em todos os seus elementos de princípios e processo. Formar Supervisores competentes torna-se, portanto, um dos grandes desafios da e para o exercício da profissão.

Espaço Inovação - Revista Pedagógica - Ano 4 - n o 8, dezembro, 2007

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O que a senhora pensa acerca do concurso público para supervisão educacional? O concurso público para a Supervisão Educacional, adotado em muitos Municípios e Estados brasileiros na rede pública, assim como, na rede pública e privada, em muitos países, nos quais a importância da profissão é reconhecida, sem dúvida é um dos meios de se constituírem equipes competentes, com conhecimento avaliado por provas e títulos. O concurso público é um ganho, uma conquista dos sistemas de educação, em todos os níveis (municipais, estaduais, federais), em favor da qualidade do trabalho pedagógico da escola e seus compromissos sociais. Essa

qualidade (vale repetir) necessita da Supervisão. Após a aprovação, do Projeto, pelo Senado Federal, da lei que regulamenta a profissão da Supervisão Educacional no Brasil, em 18 de outubro de 2007, surpreendentemente o mesmo foi vetado pelo Presidente da República. Como a Senhora concebe esse acontecimento? O veto da lei de profissionalização do Supervisor pelo Excelentíssimo Senhor Presidente da República parece-me, sobretudo, resultante do fato de não ter sido suficientemente informado sobre o alcance das funções dessa categoria, de expressiva importância para a qualidade social e

pedagógica da escola. Essa é a minha hipótese para o veto. Além da hipótese, tenho, também, uma indagação: - se os Orientadores Educacionais obtiveram a profissionalização legalmente definida, por que não os Supervisores? Ambos não estão no mesmo artigo da Lei de Diretrizes e Bases, que trata das especialidades pedagógicas e seus níveis de formação? Observo, finalmente, que, para além das dúvidas e questionamentos, é fundamental manter a esperança (energia que move o pensamento e o coração) e manter, concomitantemente, a mobilização política. A ASSERS é parte essencial e liderança significativa dessa mobilização.

O PAPEL DO SUPERVISOR EDUCACIONAL NO CONTEXTO DO Carla Rodrigues Salazar* PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO Resumo: o presente artigo busca refletir a prática pedagógica da supervisão diante do processo de ensino e aprendizagem da alfabetização. Ao pensar nesta prática, ressalta-se a importância da ação de um supervisor na integração e articulação do trabalho pedagógico, para que, envolvido com os membros deste processo, possa melhorar a qualidade do ato de alfabetizar. Palavras-chave: Supervisão Educacional. Processo ensino-aprendizagem. Alfabetização.

Atualmente vivemos uma educação com muitos percalços; profissionais pouco capacitados, descontentes, inovadores, mas com enormes dúvidas, educandos líquidos de valores, à margem de uma sociedade, sozinhos, que buscam na escola o prazer da descoberta. Percebe-se a educação em âmbito geral, com a intenção, entre outras, de acompanhar a dinâmica do mundo, várias propostas de reformas vêm surgindo, tornamse pouco viáveis, devido à ausência quase total de uma infra-estrutura, parece que o país está acordando para refletir sobre a "EDUCAÇÃO". Há um novo paradigma e existe uma preocupação em formar profissionais competentes na área que levem a teoria e a prática a um encontro diário. A primeira questão a ser discutida é o fato de a maioria das nossas escolas não ter um supervisor educacional, profissional esse de suma importância no processo educacional. Sabemos que esse profissional não é visto muitas vezes com "bons olhos" pelos colegas, pois em outros tempos aquele que atuava na supervisão era quem tinha função de fiscalizar o trabalho dos professores ou de toda a instituição. A Supervisão Educacional tem uma 4

função abrangente e por objetivo melhorar as condições da educação, estimulando e desenvolvendo a qualidade no processo de ensino-aprendizagem. Para Medina, O supervisor é aquele profissional que desde sempre é professor, vivencia experiências em sala de aula, interage com os alunos, ensina, aprende sistematiza conhecimentos, além, dos específicos de sala de aula e, na trajetória de ser professor supervisor, torna-se, ao mesmo tempo, um pesquisador do cotidiano da escola sempre recomeça (2002, p.39).

Tendo em vista a qualidade do ensino, o supervisor deve assistir ao professor e apoiar o funcionamento da escola, com base na filosofia da mesma e no seu projeto político pedagógico. Sendo assim, o supervisor deve assumir o papel de agente de transformação, qualificando o seu grupo de trabalho, contribuindo assim, para que haja sucesso no local de trabalho. A supervisão deixa de ser um lugar no organograma, uma instância burocrática de intermediação e controle, para ser aquela ação solidária de quem atua junto ao trabalho de base, referenciando-o e catalisando seu processo. Assim, "a missão do supervisor será

de ajudar a equipe de base a formular e viabilizar o seu projeto de vida enquanto educador" (LIBÂNEO, 1984, p.34). Esse supervisor educacional tem formação, conhecimento, habilidades para ressignificar com o professor o que os alunos aprendem ou não aprendem e o porquê. Se eles aprendem - de que modo aprendem, quais os paradigmas que permeiam as ações em sala de aula. Se os alunos não aprendem - de que modo o professor investiga as dificuldades para ressignificar o saber e como pode o professor transformar o saber dos alunos em conhecimentos sistematizados. Para Rangel (2003, p.21) o supervisor não é mais aquele sujeito que possui um "super poder" de assessorar, acompanhar, controlar e avaliar o trabalho que os professores realizam nas escolas, mas aquele que constrói com os professores seu trabalho diário. Sendo assim, percebe-se cada vez mais a necessidade desse profissional na escola, pois nossas instituições de ensino estão cheias de professores desmotivados, cansados, sem vontade, que recebem diariamente alunos curiosos, com uma enorme bagagem trazida da vida, de casa, do mundo. Inicialmente nos deparamos com o

Espaço Inovação - Revista Pedagógica - Ano 4 - n o 8, dezembro, 200 7

problema do processo de aprendizagem nas séries iniciais, em especial a 1ª série. Será analisada aqui a realidade da maioria das escolas públicas de periferia. Nessas é preciso mostrar que é possível alfabetizar crianças com o mínimo de conhecimentos do mundo letrado, com pouquíssimos ambientes alfabetizadores de qualidade, mas que sentem e muito prazer pelo aprender. Propor uma alfabetização real, com significados, para crianças que chegam à escola com poucas informações sobre leitura e escrita, que tudo o que sabem é produto de suas próprias explorações ativas sobre a língua ativa em contextos pouco apropriados (a escrita em uma camiseta, em um pedaço de jornal que serve para acender o fogo, na embalagem de produto comestível, etc..., a escrita num pedaço de terra, feita com um graveto, a escrita em uma parede, feita com um caco de tijolo) é diariamente um grande desafio que professores e equipe pedagógica precisam estar preparados. É preciso levar em conta que estes sujeitos não puderam aprender em "contextos sociais" as funções básicas da escrita em nossa sociedade; sabem que é algo importante, mas não sabem exatamente porque é tão importante. Sabem pouco, não por falta de curiosidade, nem por falta de capacidade, mas porque não tiveram a quem perguntar no momento oportuno, porque não havia alguém por perto que pudesse responder as perguntas que todas as crianças se colocam no início, porque não tiveram a oportunidade de confrontar suas escritas iniciais com as escritas produzidas por outros. Partindo do princípio que o ato de aprender exige a existência de quem ensina, percebe-se a necessidade de um educador que leve o aluno à construção deste conhecimento, à busca conjunta, entre professor e aluno, da construção da autonomia do sujeito, levando em conta que todo conhecimento é reconstrutivo. Salienta Cagliari (1998) que: "A aprendizagem é sempre um processo construtivo na mente e nas ações do indivíduo". Aprender é um ato individual, portanto, cada um aprende do seu jeito. A aprendizagem não se processa paralelamente ao ensaio. O que é importante para quem ensina, pode não aparecer tão importante para quem aprende. É preciso deixar claro que a ordem da aprendizagem é criada pelo indivíduo, de acordo com sua história de vida e raramente acompanha passo a passo à ordem do ensino. Para Alves (2003), "quem ensina não sabe que está ensinando e quem aprende

não sabe que está aprendendo". (p.14) A escola deve ser um lugar onde se busca compreender as dificuldades, os desafios que se impõem dia-a-dia, os fracassos e acertos. Quando um professor acerta, promove a participação, o posicionamento crítico dos alunos, a ação criativa e responsável, e a autonomia diante da própria história de vida. Porém ao errar mutila, coíbe, faz calar a criatividade, destrói a auto-estima, formata personalidades. Para o educador Paulo Freire (1996), a escola é: "um lugar do sentir, do desejo. Lugar do ser humano tornar-se mais humano, mais gente, de resgatar o caráter ontológico de sua existência: ser feliz e tomar o outro feliz, tudo isso ganha um sentido pleno na coletividade". (p.54)

Na escola circulam diversos atores, todos e cada um fazendo parte de uma extensa rede de intencionalidades, desejos, fazeres... A escola é uma construção que coloca a nú o espírito de seu tempo, mas é também um vir a ser que solapa o agora dado. Baseada nesse pensar é que, entre estes atores, verifica-se a importância indiscutível da Supervisão Educacional. A essa cabe a tarefa de problematizar os fazeres, articular o discurso e a prática, respeitando as leituras e adaptações que a escola faz dos mesmos, a ela cabe estabelecer estratégias de ação na busca do possível da utopia desejada, ressignificando sua conduta. Seu objeto de trabalho é a produção da escola como um todo, estabelecendo entre esses dois aspectos uma cumplicidade promissora e relacionando-os diretamente com a aprendizagem dos alunos. Isso se dá nas relações e inter-relações dos atores/agentes que se constituem enquanto partes do todo da instituição. Em suma, seu papel é o de mediador das diferentes falas e presenças que se irrompem na tentativa de rasgar para si um espaço neste palco de tantos conflitos, mas também de muita boniteza quando espaço de diálogo e construções partilhadas na escola. Segundo Rios, O ofício de ensinar deve ser um espaço de entrecruzamento de bem e de beleza. Ambos os conceitos guardam em si, entre outras conotações, a idéia de fruição, de prazer, de perspectiva de saborear a realidade.

Saber e sabor têm a mesma origem etimológica. Conhecer o mundo é sentir o seu gosto, que se experimenta não apenas pelo paladar, mas pelo conjunto dos sentidos, ainda

assim insuficientes [...]. O mundo é do tamanho do conhecimento que temos dele. Alargar o conhecimento, para fazer o mundo crescer, e apurar seu sabor, é tarefa de seres humanos. É tarefa, por excelência, de educadores (2003, p. 24). Pensando neste contexto, é necessário que o educador acredite numa educação com sentido, prazerosa, que leve o aluno à descoberta, ao fazer e refazer. Na alfabetização, em especial, que desenvolva a necessidade de envolver os alunos no mundo das letras, do imaginário, da fantasia, do faz-de-conta, que envolva os alunos no imaginário, confrontando-os com o real. Acredita-se que o trabalho com a alfabetização não parta apenas do saber ler ou escrever, é necessário um trabalho que possibilite a troca de idéias e, principalmente, o conflito de hipóteses, tão necessário para que ocorra o avanço na aprendizagem. Sabe-se que os alunos conhecem a escrita mesmo antes de chegar à escola, o que não quer dizer que estão alfabetizados, mas o ambiente escolar precisa proporcionar formas que levem o aluno a conceber a escrita e a leitura. Para Ferreira e Teberosky, [...] as crianças aprendem a ler e a escrever interagindo com a língua escrita, enquanto objeto de conhecimento e com os falantes e informantes de sua língua materna, enquanto seus interlocutores, assim constroem e reconstroem hipóteses na tentativa de entender o que é, o que representa e como funciona a escrita, e é por esses caminhos de reflexão sobre a leitura e escrita que elas vão se tornando leitoras, escritoras, produtoras de significados (Ávila, 1998, p.15-16).

Partindo do princípio de que construir conhecimentos significa estabelecer diversas relações, trabalha com todas as unidades lingüísticas (texto, palavras, frases, letras, fonemas, sílabas) conclui-se que a produção textual é indispensável, pois as palavras não se encontram geralmente "soltas" no mundo escrito, estão contextualizadas num mundo global. Ler e produzir textos deve ser uma prática constante no ambiente escolar. Não existe uma receita de como ensinar a ler e escrever. Para a criança apropriarse do nosso sistema de representação escrita, ela precisa construir respostas para o que é escrita e qual a estrutura do modo da representação desta, deve-se lembrar que a

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escola não leva em conta que antes da criança relacionar fala e escrita, a criança elabora outras formas para representar este sistema. Weiss demonstra um equívoco básico da escola a respeito da escrita, ao falar que:

improdutividade, trânsito entre a realidade externa e interna, interatividade, simbolismo constantemente recriado, desafiado instigação, mistério, imponderabilidade e surpresa".

A escola considera evidente que a escrita é um sistema de signos que expressam sons individuais da fala e supõe que também para a criança isso seja dado "a priori". Mas não é. No início do processo, toda criança supõe que a escrita é uma outra forma de desenhar as coisas (1985 p.4)

Baseados nestas inquietações, os alunos da primeira série construirão suas produções escritas alicerçados nas suas hipóteses. Não limitando sua aprendizagem, o aluno sentirá prazer nesta descoberta que é diária para alguns, enquanto para outros é mais lenta e gradual. Neste sentido, é preciso o olhar sensível e respeitoso do educador que vai realizando abordagens investigativas no desenvolvimento do trabalho, articulando-as à teoria e à prática à medida que vai diagnosticando o seu grupo e as necessidades peculiares de cada um. Sabe-se que a criança (re) constrói a língua escrita, ou seja, vai se apropriando desse objeto de conhecimento, através da construção de hipóteses cada vez mais complexas , em direção a hipótese alfabética, vai aprendendo a escrita mediante os conflitos que estabelece em relação a ela. O nível desses conflitos e o tempo no qual eles ocorrem estão vinculados às exigências e possibilidades do contexto sócio-pedagógico no qual o sujeito está inserido. Para tal o educador precisa estar preparado, respeitar a criança, compreender o erro e não a ajudar, há uma grande distância entre estes eixos. Sendo assim, comprova-se a necessidade de uma parceria entre educador e equipe pedagógica, um trabalho em conjunto que leve a delineação de princípios que se pretende seguir, metas a serem alcançadas no processo de ensino-aprendizagem, propondo métodos adequados que levem a um saber significativo com hipóteses, descobertas, investigações e muitos resultados. Sabe-se que a alfabetização não é uma tarefa fácil e que existem muitas dúvidas teóricas e práticas num processo de aprendizagem tão fundamental, que deve ser prazeroso e não obrigatório. Nesse processo, apresentam-se muitas dificuldades, essas geralmente residem na compreensão metodológica do trabalho. A metodologia deve estar na interação do supervisor educacional com os professores e vice-versa, também contida na proposta de trabalho da escola e do sistema. É na interação de planos de ensino, projetos, propostas e ações construídas e reconstruídas que se visa a produção de aprendizagem sistematizando em sala de aula. Há quem ainda pense que a

É preciso deixar claro que existe uma grande diferença entre letramento e alfabetização. Alfabetizar é ensinar a ler e escrever, tornando o indivíduo capaz, letramento é o resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e escrita. Portanto construir leitura e escrita deve partir da experimentação, da hipótese, da investigação, do conflito num ambiente rico em escritas diversas, ou seja, escutar alguém lendo em voz alta e ver outros escrevendo, tentar escrever (sem estar necessariamente copiando um modelo); tentar ler utilizando dados contextuais, assim como reconhecendo semelhanças e diferenças nas séries de letras; brincar com a linguagem para descobrir semelhanças e diferenças sonoras. Para Alves: Professor bom não é aquele que dá uma aula perfeita, explicando a matéria. Professor bom é aquele que transforma a matéria em brinquedo e seduz o aluno a brincar. Depois de seduzido o aluno, não há quem o segure (2004, p.16).

Sendo assim, comprova-se a importância da Supervisão Educacional que tem neste contexto o papel de travar um diálogo aberto com professores que se sentem estimulados a buscar alternativas para aperfeiçoar e efetivar a sua ação pedagógica. Como diz Dalla Zen (1998, p.7): "a ação pedagógica não se acomoda, ao contrário, incomoda-se". Esta ação precisa primeiramente estar ligada à ludicidade, contudo é necessário não usar os jogos e brincadeiras apenas como transmissão de conteúdos, tornando-os não mais jogos e brincadeiras, mas sim atividades dirigidas, mostrando assim uma atitude autoritária dos professores, pois o aluno é manipulado e tem apenas uma ação passiva. Nas palavras de Fortuna (200, p.157): No objetivo maior deverá ser o de tornar as aulas lúdicas, aproximando-as das características do brincar: "espontaneidade, 6

organização pedagógica de nossas escolas seja tarefa única do supervisor. Realmente é. Mas, não exclusivamente dele. Planejar, organizar, coordenar e de certa forma, "controlar", são atribuições da Supervisão Educacional e também de todo o grupo. Como alerta Vasconcellos; Quando nos referimos à coordenação do trabalho pedagógico não estamos absolutamente reduzindo tal atividade aos coordenadores pedagógicos ou supervisores, muito pelo contrário, a coordenação do trabalho pedagógico, no seu autêntico sentido, tem a ver com todos os sujeitos e com todas as instâncias formativas no interior da escola (2002, p.143).

A vida escolar não se dá numa reunião (pedagógica, administrativa, etc.), mas na sala de aula, no corredor, no pátio, no que foi dito e no que foi (mal) entendido, em todos os acontecimentos (previstos ou imprevistos) que vão além das salas, dos muros, de todos os delimitadores que se tenta impor no processo. Faz-se necessário criar condições para que os envolvidos neste importante processo assumam seu verdadeiro papel e procurem, ao longo de seu trabalho, os resultados almejados. Nessa relação, professores e supervisão educacional, o papel do supervisor passa a ser redefinido com base em seu objeto de trabalho, buscando propor uma aprendizagem com significados, pois educar não se reduz a transmitir conhecimentos acumulados, mesmo com novas técnicas e tecnologias. É construir, criar, reinventar, contradizer, contraditar, experimentar, testar, errar, acertar, se lançar ao desconhecido, ao duvidoso, ao incerto, tentar e também se reeducar. Para que a escola possa construir-se dentro do seu projeto político-pedagógico, ela não pode desconsiderar nunca que é necessário contar com a participação de todos. Quando em nossa vida encaramos novos ambientes, novas pessoas, novas maneiras de pensar, enfim, qualquer nova situação, passamos por um momento de insegurança. Então nos escondemos, nos protegemos nos abrigos das idéias prontas. Somente após sondarmos a situação e a interpretarmos, passamos a nos sentir seguros para ir em frente, para participar e interferir naquele ambiente. Mas, se o ambiente apresenta-se aberto para o novo, se o trabalho da Supervisão Educacional busca valorizar o que existe de mais rico em cada professor, tal situação pode ser modificada e

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favorecer um conjunto de mudanças. Para isso é preciso ir além do discurso, pois como afirma Paulo Freire (1996, p.14), "a democracia, como qualquer sonho, não se faz com palavras desencarnadas, mas com reflexão e prática".

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. MEDINA, Antonia da Silva. Supervisão Escolar: da ação exercida à prática repensada. Porto Alegre: AGE, 2002. RANGEL, Mary. Nove olhares sobre a supervisão. 9 ed. Campinas, SP: Papirus, 2003.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, Rubem. A escola com que sempre sonhei sem pensar que pudesse existir. 5 ed.Campinas, SP: Papirus, 2003. CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando sem o Ba, Bé, Bi, Bó, Bu.São Paulo: Scipione, 1998. DALLA ZEN , Maria Isabel H. História De Leitura na Vida e na Escola: Uma abordagem lingüística, pedagógica e social. Porto Alegre : Mediação, 1997. FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre: Artes médicas Sul, 1999.

RIOS, T.A. Compreender e Ensinar: Por uma Docência da Melhor Qualidade. 4 ed.São Paulo: Cortez,2003.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Coordenação do trabalho pedagógico do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2002.

*Professora Alfabetizadora da Rede Estadual. Graduada no curso de Pedagogia da Ulbra/Canoas. Pós-graduanda em Supervisão Educacional - ASSERS/PORTAL

THE PAPER OF THE SUPERVISOR IN THE CONTEXT OF THE PROCESS OF LITERACY Abstract: the present papel intend to think over the educational practice of scholar supervision face to teaching and learning process in literacy. Aalysing this practice, it can be emphasized the importance of a supervisor's action in integration and articulation of pedagogic labour in order to, involved with the members of this process, this professional can improve the quality in teh leteracy action. Keywords: Educational supervision. Teaching and learning process. Literacy.

REALIDADE AUMENTADA: UMA PROPOSTA DE INTEGRAÇÃO TECNOLÓGICA AO ENSINO

Jefferson Martins Ferreira Silva*

Figura 1. Utilização do ARToolKit [1].

Nos dias atuais vivenciamos mudanças significativas no meio computacional, acompanhadas pela considerável facilitação de acesso aos meios tecnológicos. Pensar na integração tecnológica aos meios educacionais e nas escolas deixou de ser excentricidade dos tempos modernos para ser uma necessidade desenvolvida e suscitada nos dias atuais, dada a extrema facilitação ao acesso precoce dos jovens e crianças aos meios tecnológicos, entre eles, ressaltando-se o computador. O campo da Realidade Aumentada - RA (Augmented Reality) surge como forte atrativo educacional

Resumo: os dias atuais são marcados por intensa evolução das tecnologias. É comum encontrarmos eletrônicos como uma maquina digital, um simples tocador de mp3 ou um microcomputador que apresentam funcionalidades que poderiam ser até mesmo inimagináveis, e pouco tempo depois, tais funcionalidades estarem obsoletas pelo contínuo avanço no meio tecnológico. E essa avanço não pára. Movidas pelo fascínio humano de ter cada vez mais tarefas e obrigações auxiliadas e desenvolvidas por inovações cada vez mais surpreendentes, as tecnologias são superadas dia a dia. Em um mundo em que as mudanças tecnológicas acontecem cada vez mais rapidamente, e o acesso a tais tecnologias esta cada dia mais fácil, torna-se necessário a cogitação de uma possível integração ao ensino. Este trabalho tem por principal foco apresentar uma proposta de integração tecnológica ao ensino por meio da ajuda computacional e exploração da Realidade Aumentada, através de possibilidades de imersão virtual no ambiente real. Palavras-chave: Ensino. Realidade Aumentada. Realidade Virtual. ARToolKit.

em diversas áreas como inclusão de crianças hospitalizadas [3], visita com orientação ao Museu Nacional de Belas Artes [2], entre outros que serão discutidos ao longo deste trabalho A Realidade Aumentada surge de uma derivação da Realidade Virtual, que tem como principal característica a total utilização do virtual. Ao utilizar RA faz-se uma mistura do real com o virtual através da inserção de objetos virtuais ao mundo real enriquecendo assim o ambiente real. Para tornar possível a interação ao ambiente real onde teremos nosso plano de

estudos, utilizamos o software ARToolKit versão 2.65 [1] de distribuição gratuita, que possui código de programação aberto possibilitando adaptações de acordo com a necessidade buscada, e também um microcomputador comum, webcam e alguns marcadores (pequenas placas de papel). O software ARToolKit faz uso de uma biblioteca de programação utilizando recursos de visão computacional alinhando objetos virtuais armazenados em um banco de dados pré-definidos pelo utilizador aos seus respectivos marcadores.

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Figura 2. Funcionamento do ARToolKit [4] Basicamente capturamos a imagem possibilidade de leitura textual a possibilidade que esta impressa no marcador (um cartão com de "assistir" a história, pelo fato da mesma ser um símbolo) através da webcam. Esta por sua narrada em varias partes, através de recursos vez estará referenciada junto ao banco de dados de áudio e imagens empregados com o uso da a um determinado objeto, que será apresentado RA. A possibilidade de manipulação de objetos na tela do microcomputador. Juntamente com virtuais para criação de outros ambientes é o objeto apresentado na tela podemos adicionar apresentado em [9] como opção de ainda um arquivo de áudio de tal forma que desenvolvimento criativo. Esse projeto tenhamos um maior nível de interesse do apresenta um livro virtual que possui em suas utilizador final. páginas objetos que podem vir a fazer parte de complexidade exigido por uma tarefa em A utilização de Realidade Aumentada um cenário virtual, também manipulado pelo muitos casos vai além do que a estrutura natural tem as mais diversas abrangências. Com o usuário. Com ele é possível fazer a inserção e de sentidos oferece, fazendo com que a objetivo de prender a atenção do utilizador e remoção dos objetos apresentados construindo instituição, educadores e por fim os alunos não proporcionar uma maior imersão no conteúdo um cenário em uma verdadeira experiência de consigam manter o empenho esperado. A área estudado, existem projetos de livros virtuais imersão virtual. médica apresenta essas características, ditadas como o LIRA [5], ou entre outros mais Para o ensino musical a RA também pela grande complexidade do corpo humano, conhecidos é possível destacar o Magic Book apresenta propostas de integração [10]. A e a RA pode ser utilizada para amenizar esse [6], que além de seu conteúdo educativo música é algo que sempre exerceu fascínio no problema. Com o uso de RA já foram apresentam um complemento através desenvolvidos alguns projetos como da realidade aumentada capaz de Figura 3. Aplicação de RA permitindo a manipulação dos objetos virtuais [9] cirurgia guiada por imagem e acelerar o aprendizado. Ao utilizar o planejamento cirúrgico [12]. livro impresso com o auxílio de uma O campo da Realidade webcam e o software (ARToolKit Aumentada é extremamente amplo, com os devidos ajustes) temos a e aparece na área da educação como incrementação de informações extras grande opção de motivação ao podendo elas ser imagens, projeções ensino. Outro fato de relevante tridimensionais e até possíveis importância é a grande capacidade de narrações. Histórias infantis ficam inserção e integração de pessoas mais agradáveis e apresentam um normais com deficientes, uma vez grande incentivo à criança através de que o recurso retorna ao cego uma experiência imersiva, informações na forma de áudio, ao permitindo a observação de detalhes surdo as informações em forma de antes não vistos em uma versão 3D imagens totalmente interativas de da história, como é proposto em [8]. objetos 3D e às pessoas normais as A aplicação do livro virtual pode ser estendida ser humano, simbolizando e expressando em informações em formato multimídia. Com isso ao campo da aprendizagem que envolve vários tipos de situações a emoção humana em a ajuda oferecida pela RA tenderá a integrarformas tridimensionais de difícil visualização notas de melodias que transmitem mais que se ao ensino, como meio de a apoio a tutores e pelo fator extremamente relevante da limitação palavras. Utilizando técnicas de Visão alunos, buscando sempre o aperfeiçoamento visual, criando-se assim um incentivo ao Computacional e Realidade Aumentada, é no modo de lecionar, educar e desenvolver estudo. possível fazer com que a RA interaja com o novos cidadãos. Existem vários livros envolvendo RA usuário de forma atrativa [11] muito mais como o BlackMagic [7] que foi visto por mais eficiente e intuitiva. de 400 mil pessoas durante alguns meses na Dentre os vários problemas que a área REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Nova Zelândia. Com o auxilio de um óculos da educação enfrenta na atualidade, a falta de [1] ARToolKit Home Page, Acesso em 11 de Outubro de 2007. das Américas e tem por diferencial marcante determinado assunto é algo que revela atenção. [2] BRAGA, Isis Fernandes; LANDAU, em relação à um livro comum além da Em muitas situações observa-se que a falta de Luiz; CUNHA, Gerson Gomes. A Study on interesse surge Augmented Reality at the National Museum Figura 4. Cirurgia guiada por imagem (MIT/Brigham Hospital) [13] até mesmo nos of Fine Arts of Rio de Janeiro; AMS2006. COPPE/UFRJ, abril de 2006. professores pela [3] NUNES, Eunice P. dos Santos; grande escassez MARTINS, Claudia Ap.; BORGES, Luciana de recursos e C. L. F.; RIBEIRO, Rosa Lúcia R.; meios para FONSECA, Dannyel C. da; LEITE, Douglas S.; VIEIRA, Maria Ap.; NUNES, Clodoaldo; auxiliar no SISCOUTTO, Robson Augusto. Usando desenvolvimento técnicas de realidade aumentada no projeto do aluno. O de inclusão digital de crianças hospitalizadas. WCCSETE2006, março, grau de

2006.

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[4] How it works - ARToolKit, Disponível em: http://www.hitlabnz.org/route.php?r=pageview&page_name=projects_bm_howitworks. Acesso em 8 de Outubro de 2007.

[11] Zorzal, E. R.; Kirner, C. Jogos Educacionais em Ambiente de Realidade Aumentada. II Workshop sobre Realidade Aumentada. Unimep. Piracicaba, SP; 2005.

[5] Oliveira, F. C.; Recchia, R.; Kirner, C. Projeto Lira - Livro Interativo com Realidade Aumentada. Workshop de Aplicações de Realidade Virtual. Ufu. Uberlândia, MG; 2005.

[12] S.J.Yeo*, S.W.Yung*, C.K.Kwoh, T.S.Wong*, W.S.Ng*, M.Y.Teo*, Augmented Reality with X-ray Localization for Total Hip Replacement. SGH Proceedings, 2001, vol. 9, no. 4, pp. 2001 e no site, http://www.ntu.edu.sg/home/ asckkwoh/publications.htm.

[6] Magic Book Home Page, < http:// www.hitlabnz.org/route.php?r=prjview&prj_id=38 />. Acesso em 11 de Outubro de 2007.

* Jefferson Martins Ferreira Silva, aluno de graduação do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Uberlândia.

[7] BlackMagic Book Link,. Acesso em 15 de Outubro de 2005. [8] Nogueira, E. T.; Gomes, D. R. V.; Cunha, G. G. Realidade Aumentada Aplicada a Visualização de Histórias Infantis em 3D. III Workshop de Realidade Aumentada. UFRJ. Rio de Janeiro, RJ; 2006. [9] ZHOU, Z. et al. Interactive Entertainment Systems Using Tangible Cubes. Human Interface Technology Laboratory. Departament of Electrical & Computer Engineering. National University of Singapore. Singapore. Disponível em: http:/ /research.it.uts.edu.au/creative/ie/04/ proceedings/019%20zhou.pdf. Acesso em 10 de Outubro de 2007. [10] Zorzal, E. R.; Buccioli, A. A. B.; Kirner, C. O Uso da Realidade Aumentada no Aprendizado Musical. Workshop de Aplicações de Realidade Virtual. Ufu. Uberlândia, MG; 2005

[13] J. Braz: Realidade Aumentada na Engenharia Biomédica: um Estado da Arte; 5ª Workshop em Engenharia Biomédica, Instituto Superior Técnico/UTL, Lisboa, Portugal, 2000 e no site, http:// ltodi.est.ips.pt/jbraz/ficheiros/ AppRAnaEB.ppt

AUGMENTED REALITY: A PROPOSAL FOR TECHNOLOGY INTEGRATION TO EDUCATION. Abstract: the current days are marked by intense developments in technology. We find common electronics as a digital machine, a simple mp3 player, or a microcomputer which have features that could be even unimaginable, and shortly after, such features are obsolete by the continuous technological advancement. And that progress does not stop. Moved by the human fascination of having ever more tasks and obligations aided and developed by innovations increasingly surprising, the technologies are overcome day by day. In a world in which technological changes occur each time more quickly, and the access to such technologies are every day easier, it is necessary a possible integration to education. This work has the main focus submit a proposal of technological integration to education through the aid of computer and exploration of Augmented Reality through possibilities of virtual immersion in the real environment. Keywords: Education. Augmented Reality. Virtual Reality. ARToolKit.

SUPERVISÃO EDUCACIONAL

NOVAS DEMANDAS E UM NOVO PERFIL

Neusa Rosane Soares*

Resumo: as novas demandas com a mudança das políticas educacionais, têm feito com que o perfil do Supervisor Educacional se modifique. Hoje, não basta ele apenas controlar o processo pedagógico. Deve estar trabalhando, para que todos os que participam do processo de educação trabalhem e dêem sua contribuição. Precisa ser uma a pessoa dinâmica e preocupada em estar junto com o professor, dando auxílio e sendo parceiro. Mas o principal é ele ter o cuidado de saber pôr em prática suas técnicas e sabendo conduzir o processo ensino aprendizagem. Ele tem a tarefa de prestar atenção às necessidades que surgem no grupo e ter sensibilidade de saber utilizá-las para crescimento de todos mesmo quando tudo parecer difícil, sua tarefa é intervir e movimentar o grupo. Seu grande objetivo é tornar o currículo escolar dinâmico e que esse seja o reflexo da realidade escolar construído com a participação de todos. Palavras-chave: Política Educacional. Currículo. Parceria. Novas Alternativas.

A função do supervisor educacional sempre esteve atrelada às políticas educacionais, daí a constante modificação do seu fazer. Com as demandas que surgem no dia a dia da escola, percebemos necessidade a do supervisor educacional estar buscando a regulamentação da profissão, sem esquecer-se do espaço no grupo, sendo um profissional que transmita segurança, caminhando junto,sendo um parceiro no processo ensino aprendizagem. O supervisor precisa ter um novo

olhar, deve ser um articulador entre equipe diretiva professores e comunidade escolar, aquele que mobiliza o grupo a participar e construir um currículo dinâmico, que seja o reflexo da realidade. Deve ser um profissional pesquisador, estudioso das teorias educacionais, mas precisa principalmente estar envolvido no processo pedagógico e que seus meios e técnicas estejam de acordo com a realidade da escola.

SUA CAMINHADA...

Conhecer o histórico da caminhada do supervisor educacional e seu reflexo na prática pedagógica, nos faz perceber o grande avanço profissional que ocorreu nestes últimos tempos. O Supervisor não surgiu para trabalhar em escola, como nos coloca Rangel (2007): "A idéia da supervisão surgiu com a industrialização, tendo em vista a melhoria quantitativa e qualitativa da produção, antes

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de ser assumida pelo sistema educacional, em busca de um melhor desempenho da escola em sua tarefa educativa" (p.69) Inicialmente, o perfil do supervisor era de inspecionar, reprimir, checar e monitorar. Era o responsável pela produtividade, eficiência e qualidade do planejamento com sua execução. Mais tarde, foi relacionado com a educação,ainda assim com o objetivo de verificar as atividades docentes. Com tantas modificações que ocorreram no mundo do trabalho e nas relações sociais, de forma tão acelerada, houve a necessidade da mudança do perfil do supervisor, pois as políticas educacionais mudaram, estamos na era da "globalização". Nestes novos tempos, o perfil do trabalhador também deve ser outro, como diz Queiroz (2006): O bom profissional é aquele capaz de imaginar soluções com base em mecanismos inovadores de adaptar-se rapidamente a nova realidade e assumir posições eficientes e coerentes perante novos desafios. Para isto, mais do que adquirir conhecimento já elaborado é imprescindível ter habilidades e competências que lhe permitam aprender novos conhecimentos e principalmente acessálos.(p.81)

NOVO PERFIL ...

O novo ponto de partida do supervisor educacional necessita estar de acordo com os princípios a partir dos quais as políticas educacionais devem ser construídas e estabelecidas. O perfil do novo Supervisor Educacional deve ser de um profissional que seja um articulador dinâmico e ciente de sua importância na Educação. Uma das preocupações do Supervisor Educacional deve ser a de aprimoramento do currículo e sua atualização permanente. O dinamismo do mundo moderno e a conseqüente evolução acelerada do conhecimento e dos recursos disponíveis não permitem que as atividades docentes e conteúdos programáticos se eternizem. Essa revisão curricular deve ser de constante preocupação, pois este será o reflexo do fazer pedagógico da escola que tem como meta os princípios de liberdade e solidariedade. O Supervisor Educacional precisa estar na coordenação das práticas educacionais, que asseguram os princípios e as finalidades da educação nas práticas pedagógicas. A sua prática estará diretamente ligada à dinâmica 10

da escola, sendo o gestor que coordena toda a atividade de organização, pesquisa, busca de subsídios e avaliação das atividades para a construção de uma política mais comprometida com a realidade escolar.

e precisa ter em mente que o importante e começar novamente e buscar novas alternativas.

SENSIBILIDADE...

Przybylsku (1991) nos aponta que: "O supervisor que age em função de suas vivências, terá a vida como escola e seu trabalho dependerá de sua inteligência e da capacidade de sentir as situações propondo medidas para conseguir os melhores resultados no desempenho dos professores" (p.47). O Supervisor Educacional para desenvolver seu trabalho precisa buscar técnicas que dêem subsídio na busca de seus objetivos. Por isso precisa ter claro qual será sua linha de ação. É esta que servirá de base para toda a construção do seu trabalho. Após esta identificação, definirá seus objetivos,estabelecerá os procedimentos da equipe e determinará a área de ação. Só então fará uso das técnicas ou atividades a serem desenvolvidas. O importante é que ele domine muito bem a dinâmica que utiliza a fim de atingir seus objetivos e que se coloque em situação de igualdade com o professor, fazendo com que o próprio professor realize sua autoanálise e autocrítica. Pois o objetivo a ser atingido é a construção do projeto político pedagógico com a participação de todos, equipe, professores, funcionários, pais, alunos e comunidade escolar.

O Supervisor Educacional tem que cuidar para ser um parceiro do professor, ter atenção e ouvir seus anseios, pois estes, podem também ser o de outros colegas. Os educadores precisam saber de sua importância para o processo de construção de uma nova prática pedagógica, tendo o seu espaço para capacitarse, onde suas opiniões são escutadas, sem deixar a correria do dia a dia, fazer com que falas importantes deixem de ser ouvidas, e esta simples situação atrapalhe o trabalho e a relação dos profissionais. Com a pressa que todos têm, fica difícil ouvir uns aos outros, estamos muito mais preocupados em achar alguém que nos ouça, e é esta falta de atenção que gera desconfianças e inseguranças criando crises desnecessárias. TODOS RESPONSÁVEIS

Para a construção de uma nova prática pedagógica, é necessário que todos participem, Precisa ser um ato coletivo que reflita o trabalho que seja desenvolvido pelo grupo, tendo em vista a construção de um novo cidadão preparado para o trabalho, que é nosso foco. Quais situações de desafio que serão criadas, para que o aluno tenha o desejo de aprender e se motive? Com tantas mudanças no ensino, nos parece impossível, fazer o papel de educador. Esta nova postura exige pesquisa, vontade e audácia para buscar o novo e permitir-se uma nova caminhada. Esse também é o que se espera, ser o novo olhar do educador, mas, também do supervisor. Que será um pesquisador das teorias e métodos de aprendizagem. Godoy (apud Freire 2006) um dia disse: A melhor maneira que a gente tem de fazer possível amanhã alguma coisa que não é possível ser feita hoje é fazer hoje aquilo que hoje pode ser feito. Mas se eu não fizer hoje o que hoje pode ser feito e tentar fazer hoje o que não pode ser feito dificilmente eu farei amanhã o que hoje também não puder fazer (p.53).

Ainda hoje o supervisor Educacional encontra na sua caminhada vários obstáculos,

NOVAS ALTERNATIVAS...

CONCLUSÃO

Percebemos que com todas as mudanças ocorridas, o perfil do Supervisor Educacional mudou. As demandas que ele deve atingir mudaram de acordo com as novas políticas educacionais, que buscam atingir os novos princípios da Educação: de liberdade e solidariedade. Com esse enfoque estar-se-á, preparando o aluno para ser um cidadão apto para o mundo do trabalho. Mesmo que nos dias atuais a escola acabe recebendo funções que deveriam ser da família, cabe a escola dar conta deste novo aluno e ao supervisor educacional a busca de alternativas para dar-lhe suporte. O Supervisor Educacional precisa estar sempre atento às necessidades do professor, bem como, ser criativo e sempre ter novas alternativas e perceber as prioridades do momento. O importante é ser um articulador dentro da escola e sempre construir o currículo baseado na realidade

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REFERÊNCIAS Queiroz, T. GodoY, C. Avaliação nossa de cada dia:guia prático de avaliação,1ª ed. SP: Riddel, 2006. PRZYBYLSKI, EDY. O Supervisor Escolar em ação. Porto Alegre, 2 ed. Sagra,1991. RANGEL, MARY. Supervisão Pedagógica: Princípios e práticas. 7ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2007. OBRAS CONSULTADAS BRANDAÕ, Carlos Rodrigues. Educador: Vida e Morte. RJ. Edições Graal, 2002. DEMO,Pedro. Grandes Pensadores em Educação: o desafio da aprendizagem, da formação moral e da avaliação. Porto Alegre: Mediação, 2001. ENRICONE, Delcia. Ser Professor. 4 ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº. 9394/96.

RANGEL,Mary.Nove Olhares sobre a supervisão.9ed.Campinas,SP:Papirus,2003 RANGEL,MARY.Supervisão Pedagógica: Princípios e práticas. Campinas, SP: Papirus, 2001.

* Pedagoga, aluna do pós-graduação ASSERS/Portal. Atuando como supervisora educacional

EDUCATION SUPERVISION NEW DEMANDS AND A NEW PROFILE Abstract: the new demands with the change of the educational politics, have made with that the profile of the Educational Supervisor if modifies. Today it is not enough only to control the pedagogical process it must be working, so that all the ones that participate of the education process work and give its contribution. He must be the one dynamic and worried person in being together with the professor, giving aid being partner. But main and it to have the care to know for in practical its techniques and knowing to lead the process education learning. It has the task to give attention to the necessities that appear in the group and to have sensitivity to know to use them for growth of all exactly when everything to seem difficult, its task is to intervene and to put into motion the group. Its great objective and to become the dynamic pertaining to school resume and that this is the consequence of the constructed pertaining to school reality with the participation of all. Keywords: Education. Curriculum. Partner. New Alternatives.

CONSIDERACIONES SOBRE LA CONTRIBUCIÓN DE LA GESTIÓN DEL COLÉGIO MUNICIPAL PELOTENSE A LA PERMANENCIA DE ALUMNOS NEGROS EN SU ENSINO MÉDIO Leandro Haerter* NOCTURNO Resumen: este artículo aborda la contribución de la gestión escolar a la permanencia de alumnos negros en el Ensino Médio nocturno del Colégio Municipal Pelotense en el año lectivo de 2004. Tomando como preocupación la identificación de mecanismos utilizados por la gestión escolar con el fin de eliminar o reducir la evasión de alumnos negros, el proceso de pesquisa revelo una relación bastante próxima entre la categoría "color" y la categoría "pobreza" y también algunos factores que muestran la marginalización de la población negra brasileña en la educación formal y en el mercado de trabajo y, principalmente, la posibilidad de transformación de esta realidad excluyente. Palabras-llave: Gestión escolar. Población negra brasileña. Historia de la educación. Desafíos contemporáneos.

El presente artículo constituye una versión modificada de la Conclusión de la Tesis de Maestría intitulada "La contribución de la gestión escolar a la permanencia de alumnos negros en una escuela pública en la ciudad de Pelotas, Brasil (2004)" (HAERTER, 2006), defendida en el Curso de Maestría en Ciencias de la Educación del Rectorado y Facultad de Estudios de Postgrado de la Universidad Politécnica y Artística del Paraguay - UPAP en enero de 2006. En este sentido, apuntamos también la Introducción de la pesquisa, en especial, su justificativa, objeto, objetivos y metodología. El interés por la investigación cerca de la contribución de la gestión escolar a la permanencia de alumnos negros en una determinada escuela pública, surgió por el deseo de este investigador en abordar la gestión de la escuela pública brasileña dentro de una

temática muy específica: la exclusión social de la población negra de la educación formal en Brasil, específicamente en Pelotas, estado del Rio Grande do Sul. Además de esto, la pesquisa también fue motivada por el conocimiento de otras dos pesquisas realizadas en la misma ciudad, que tuvieron una grande repercusión en el espacio académico: la primera, con una amplitud nacional, sobre reprobación de niños negros (BARROS, 1996) y la segunda, de amplitud local, un estudio comparativo entre escuelas de red pública y privada sobre evasión escolar de niños negros (MUSSI, 2003), cuyas especificidades, instigaran la reflexión sobre la posición - si de inclusión o de exclusión que los alumnos negros han ocupado en la escuela, especialmente, en la tentativa de comprender las diferentes maneras con que la gestión escolar crea condiciones favorables a la permanencia de estos alumnos en la escuela.

Siendo así, la gestión de la educación tiene el compromiso de promover tiempos y espacios de formación y de ser instancia privilegiada de las luchas sociales en la escuela, donde diferencias e identidades se manifiestan. En este sentido, la minimización de las desigualdades socioeducativas como la evasión escolar es de extrema relevancia - pues esta cuestión constituye una significativa barrera para la construcción de un país más justo y menos desigual. Y, tratándose de la población negra - segmento social que más evade y también reprueba en Brasil - la repercusión social es todavía más crítica. Durante el proceso de colecta de datos para la pesquisa, se buscó responder al siguiente problema: "la gestión escolar crea condiciones favorables a la permanencia de alumnos negros en una escuela pública en la ciudad de Pelotas, en el año de 2004?".

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La preocupación de la investigación fue la de cumplir el objetivo principal de comprender los mecanismos utilizados por la gestión escolar para garantir la permanencia de alumnos negros del Ensino Médio nocturno en el Colégio Municipal Pelotense, a partir del enfoque en sus gestores. Es importante resaltar que, se entiende por permanencia, a la no evasión escolar. Por tanto, se juzgo pertinente, lanzar los siguientes objetivos específicos: - identificar los principales desafíos impuestos a la gestión escolar en la contemporaneidad; - estructurar un breve histórico de exclusión de negros en la educación formal brasileña; - reconocer las principales estrategias que la gestión del Colégio Municipal Pelotense utiliza para garantir la permanencia de alumnos negros. Para la realización de esta pesquisa, en un primer momento, se procedió a una revisión bibliográfica cerca de categorías de gestión escolar y exclusión del negro de la educación formal brasileña, con el fin de establecer parámetros suficientes para el engendramiento de la colecta de datos cualitativos que pudieron dar cuenta de contemplar los objetivos propuestos y favorecer el desvelamiento del objeto de pesquisa. En un segundo momento, se recurrió a los procedimientos de realización de Entrevista y Conversa Informal con los gestores - Directores de los Turnos de la Mañana, de la Tarde y de la Noche y Coordenadora Pedagógica - del Colégio Municipal Pelotense. Seguidamente, se utilizo del Análisis Documental del Projeto Político Pedagógico (COLÉGIO MUNICIPAL PELOTENSE, 2001) de la escuela investigada bien como de su Regimento Interno (COLÉGIO MUNICIPAL PELOTENSE, 2002). En este sentido, no se pretende agotar el tema presentado, por lo contrario, levantar elementos útiles para reflexiones posteriores, especialmente en el campo de gestión y de prejuicio y discriminación al negro en Brasil. Además, es importante introducir inquietudes como estas, para que gestores y también la sociedad más amplia se sientan instigados a la busca por modificaciones tanto en la práctica pedagógica como en la propia gestión escolar. LA CONTRIBUCIÓN DE LA GESTIÓN ESCOLAR A LA PERMANENCIA DE ALUMNOS NEGROS

Es mister definir que se defiende una educación efectivamente para todos, 12

independiente de etnia y condiciones particulares en que las personas se encuentran. Los negros ocupan destaque en esta análisis por su condición pasada y actual de población marginalizada del proceso educativo formal y, consecuentemente, distante de las porciones más ventajosas y privilegiadas en el mercado de trabajo formal brasileño. Se entiende que el lugar del negro, así como otras etnias, es en la escuela, en el mercado de trabajo y en la convivencia social estableciendo relaciones más amplias. Por eso, la escuela, el curriculum y otros espacios, solo podrían ser locales importantes de afirmación de la identidad negra, especialmente en la reivindicación y conquista de derechos. Entre tanto, se torna necesario señalar la poca producción académica sobre la exclusión de la población negra brasileña de la educación formal del punto de vista de la gestión escolar. El inexpresivo debate cerca de la educación del negro, en especial del acceso y permanencia en la escuela pública se debe, mucho probablemente, a su pasado esclavo. Silva (1989) explica que la formación social y económica del Brasil se baseó en un sistema de producción que minimizó el negro a la condición de esclavo, sobretodo, en función de tener un carácter agrarioexportador-dependiente de la metrópoli portuguesa, forjando así, la configuración de las condiciones actuales que el negro brasileño cruza en términos de educación formal, indicando que son advindas de las consecuencias de este pasado. La autora argumenta que en Brasil del período Colonial hasta la República, la educación del negro siempre fue negligenciada; el negro no frecuentaba la escuela porque su tiempo estaba todo comprometido con el trabajo forzado y contribuyó significativamente en el momento en que defiende que después de la abolición de la esclavitud en Brasil, el negro continuó siendo excluido de la educación formal, en especial del acceso y permanencia en la escuela, y esto se debe al contexto prejuicioso y descriminativo en relación al negro en Brasil. Más allá de su acceso y permanencia en la escuela caracterizaren la exclusión de la educación formal, esta situación es agravada cuando las diferencias son escamoteadas, cuando son escondidas la verdadera historia negra y prácticas escolares que refuerzan estereotipos y prejuicios. De esta forma, la condición de exclusión que el negro enfrenta en Brasil tanto en el acceso cuanto en la permanencia en la

educación formal, se torna albo de merecido destaque y la contribución de la gestión escolar para su permanencia en la escuela pública se configura en objeto de mayor interés para la educación brasileña. De acuerdo con la mirada histórica realizada en la pesquisa, se percibe que la población negra en Brasil ha ocupado los peores lugares en el mercado de trabajo y no tiene contingente significativo del punto de vista numérico - en tratándose de constituir aproximadamente mitad de la población brasileña - en la educación formal cuando comparada a la población blanca. Esta situación ocurre, sobretodo, por causa del racismo que hace parte del cotidiano de los negros brasileños, fruto de un pasado que los tornó "cosa" y que los confirió la representación del sujeto inferior a partir de un modo de producción y cultura que pasó a relacionar el desprestigio del trabajo manual a la actividad exclusiva de esclavos. Un tiempo cuyas relaciones sociales pautadas por la segregación todavía están presentes, haciendo del negro, un sujeto verdaderamente excluido. [...] a trajetória de vida da maioria dos jovens negros se realiza fora da escola. No mercado de trabalho formam o grande exército de subempregados, sem carteira assinada, situação que hoje se extende à grande parte da população brasileira. Quando estudam, os negros em sua maioria freqüentam escolas públicas localizadas na periferia, onde os índices de "reprovação e evasão" [...] ainda continuam os maiores. Nestas escolas, as desigualdades sociais e a reprodução dos fracassos caminham juntas (OLIVEIRA, 2002, p. 78).

Así, la necesidad de contextualización de la exclusión del elemento negro en la Historia y, sobretodo, de su exclusión educacional, enfatizan la importancia de se abordar gestión escolar y la exclusión del negro de la educación formal brasileña, en especial el reconocimiento de la realidad del elevado índice de evasión escolar entre la población negra brasileña y las posibilidades y límites de la gestión escolar en la minimización de esta realidad. En este sentido, se puede refletir cerca de una categoría que marca acentuadamente el proceso de exclusión: el hecho de que los niños negros evaden y reprueban más. É verdade que os maiores índices de reprovação e exclusão escolar ocorrem dentre os alunos de nível sócio-econômico baixo, onde se situa a maioria da população negra. Contudo, dentre estes reprovados, ainda são

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os alunos negros que mais lentamente são absorvidos pelo sistema educacional ou mais cedo são dele excluídos. A situação discriminatória é, portanto, mais forte do que a diferença sócio-econômica (BARROS, 1996, p. 48).

En la ciudad de Pelotas, estado del Rio Grande do Sul, fue realizada una pesquisa (BARROS, 1996), que comprueba que la discriminación contra el negro existe en el espacio escolar y que interfiere significativamente en la situación final del alumno, o sea, en su condición de aprobado o reprobado en el final del año lectivo, pudiendo manifestarse de manera explícita o velada. La discriminación está, segundo la pesquisa, atingindo de forma representativa niños y adolescentes negros, habiendo percibido que la variable color se encuentra directamente asociada a la renta o clase social. La exclusión, en esta perspectiva, ocurre en el ámbito del racismo y del aspecto socioeconómico. Los altos índices de evasión y reprobación escolar de niños negros en Pelotas (MUSSI, 2003), probablemente producirán adolescentes también excluidos del Ensino Médio regular que, por extensión, producirán efectos perversos al nivel social para la población negra. En este sentido, se cree que la exclusión escolar de niños negros, más tarde, adolescentes negros, más todavía, desempleados o en la economía informal o en profesiones menos privilegiadas socialmente, como históricamente se observa, es solamente un bies de la exclusión en su sentido social de los negros brasileños. Mussi (2003, p.25), también en la ciudad de Pelotas, contribuye expresivamente para la elucidación de la cuestión, a la medida que [...] podemos formar duas categorias de evadidos: aqueles grupos cujo contato com a escrita é insuficiente no ambiente familiar, onde seus pais são muitas vezes analfabetos funcionais ou iletrados e, talvez não sintam necessidade de os filhos permanecerem na escola, e aqueles cujo abandono da escola, muitas vezes, dá-se pela desestruturação familiar, alcoolismo, e o mais grave, o desemprego.

Entonces, los niños negros evaden y repiten más que los blancos. Son los negros el mayor contingente poblacional que se encuentra fuera de las salas de clase y también de las ocupaciones más privilegiadas y valorizadas socialmente.

Y más actualmente, en tratándose de educación brasileña, son muchas las políticas del sistema oficial de enseñanza como la Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) y los Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1999) y también por una mayor visibilidad de los movimientos sociales, que las escuelas brasileñas han reflexionado sobre la importancia en el trato de cuestiones étnicas en sala de clase. Esto favorece la posibilidad para que los "saberes" construidos en la cotidianidad de la población negra pasen a ser centrales en el proceso de construcción del conocimiento y de los "saberes" en la escuela pública brasileña y, probablemente, contemplados en el curriculum oficial. Estas consideraciones cerca de la marginalización de la población negra brasileña de los procesos formales, permiten identificarla inmediatamente con la población pobre brasileña, donde en su mayoría, está concentrada. Y para la superación del foso existente entre negros y blancos en especial a la permanencia en la escuela pública, cuyo camino no es tarea fácil, se torna necesaria la inserción de cuestiones raciales en la gestión de la escuela en diversas ruedas de discusión, en el curriculum, en la afirmación y reconocimiento que la convivencia entre las razas no es pacífico y si desigual, históricamente construido. La exclusión al negro se presenta sobre las más variadas formas en la sociedad brasileña y también en la escuela pública, inclusive, en la escuela pública investigada se percibe la exclusión escolar a través principalmente de la evasión de grupos pobres oriundos de clases populares, donde se sitúan parcelas significativas de la población negra brasileña. Los elevados índices de evasión escolar de la población negra brasileña demuestran que este segmento aproximadamente mitad de la población - no hace parte de una planificación educacional específica o al nivel de la gestión escolar, que posibilite una relación menos desigual entre aquellos que frecuentan la escuela pública en Brasil. Específicamente en Pelotas, en el año de 2004, la pesquisa reveló que el caso del Colégio Municipal Pelotense no es muy diferente de la realidad brasileña más amplia a la medida que se constató que los alumnos negros evaden más y, se sumándose a esto, existe una carencia de políticas públicas muy grande envueltas al entendimiento de esta población e su inclusión en la educación formal. Se indica así, que este hecho es

resultante de relaciones sociales construidas en la época de la esclavitud negra en Brasil que delinearon, de manera muy significativa, el pasado y el presente de la población negra brasileña, a través de la insuficiente articulación y implantación de políticas públicas de inserción de esta población en el mercado de trabajo y en la educación formal. CONCLUSIÓN

En este artículo en que se enfocó la contribución de la gestión escolar del Colégio Municipal Pelotense a la permanencia de alumnos negros en su Ensino Médio nocturno, en el año de 2004, a partir de la Revisión Bibliográfica y Análisis de Datos realizadas, se puede llegar a los siguientes indicativos, para dar una respuesta al problema principal. Los datos colectados y evaluados, confirman la hipótesis de que la gestión escolar de la escuela investigada convive con la realidad de las diferencias en su práctica, entre tanto, no existe una articulación específica e intencionalizada con relación a las experiencias significativas de los alumnos negros, sin embargo las cuestiones étnicas en la escuela sean contempladas a partir del sentido más amplio del entendimiento de las diferencias, contemplada en su PPP, Regimento Interno y prácticas institucionales. La gestión del Colégio Municipal Pelotense estimula la discusión y el debate cerca de las diferencias en un sentido más amplio, por tanto, el debate específico sobre el negro y su exclusión es abordado de forma todavía inicial, a través de la disciplina de Historia y de palestras que eventualmente ocurren en la escuela. En términos de los mecanismos que favorecen la permanencia de los alumnos negros en el Ensino Médio nocturno del Colégio Municipal Pelotense, se presenta los siguientes: - la modificación en los criterios de evaluación es un elemento motivador a la permanencia de los alumnos negros y no negros en la escuela, pues así, se espera que los mismos se comprometan e se integren más con su proceso de formación, haciendo posible la demistificación de categorías previamente elaboradas como "ya estoy reprobado" o "ya estoy aprobado"; - el acompañamiento procesal de la situación del alumno por parte de todos los segmentos que componen la escuela es un otro mecanismo utilizado por la gestión a la permanencia de

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alumnos negros y no negros en la escuela, a través de una práctica de aproximación entre los profesionales de la escuela y los alumnos con un número significativo de faltas, buscando tomar ciencia de la razón de la infrecuencia, lo que se configura en un desafío y una de las mayores frustraciones del Colégio Municipal Pelotense: las dificultades de tomar medidas eficientes para garantir la permanencia o por lo menos la disminución de evasión escolar; - la creación de condiciones favorables a la permanencia de los alumnos en la educación formal y en el mercado del trabajo, cuya conciliación se sucede a través de transferencia para turno inverso en función de la necesidad del alumno trabajar y, muchas veces, engrosar las estadísticas del ingreso precoz en el mercado de trabajo. La discriminación institucional expresa en la forma del racismo, es importante variable para el entendimiento del acceso estricto de la población negra a las oportunidades sociales. El acceso a la educación formal y el empleo talvez sean las más expresivas, pues alcanzan camada significativa de los brasileños, más allá se constituyen temas indisociables de los estudios cerca de la realidad negra. Así, los negros brasileños, en general, encuentran dificultades de inclusión en el mercado de trabajo formal pues el elemento "color" influye categóricamente en el alcance limitado de las oportunidades sociales. Se entiende, entonces, que sea tarea de la gestión escolar contemporánea relativizar nociones

preconcebidas y proponer alternativas de inclusión para los negros en la educación formal y, en consecuencia, en el mercado de trabajo formal. Por fin, muy posiblemente, el contexto educacional brasileño actual, exija, a lo que se refiere a la inserción del negro de manera irrestricta, la busca de otro paradigma epistemológico que espejee un curriculum más amplio y una práctica cotidiana más justa y con las diferencias. Se cree que, en cuanto gestores, se tiene papel importante en la contribución con el rompimiento de esta óptica etnocéntrica y fragmentada que tiene asolado el ambiente escolar con relación al negro, así como la discusión de elementos que posibiliten una nueva orientación curricular, menos excluyente y receptiva a la diversidad de los negros y de las diversas etnias y grupos que constituyen la heterogeneidad del espacio escolar brasileño.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COLÉGIO MUNICIPAL PELOTENSE. Projeto Político Pedagógico. 2001, (mimeo). ______. Regimento Interno. 2002, (mimeo). HAERTER, Leandro. La contribución de la gestión escolar a la permanencia de alumnos negros en una escuela pública en la ciudad de Pelotas, Brasil (2004). Asunción, 2006, 117h. Tesis (Maestría en Ciencias de la Educación). Rectorado y Facultad de Estudios de Postgrado. Universidad Politécnica y Artística del Paraguay. MUSSI, Márcia Silveira. Negro X escola: a exclusão ainda persiste em pleno século XXI. Pelotas, 2003, 39p. Monografia (Bacharel em Ciências Sociais). Instituto de Sociologia e Política. Universidade Federal de Pelotas. OLIVEIRA, Rachel. Educação de negros: escola, currículo escolar e currículo vitae. In: NÚCLEO DE ESTUDOS NEGROS. Negros e currículo. Florianópolis: Atilènde, 2002, p.73-86. SILVA, Jacira Reis. A educação do negro e o ensino dos Estudos Sociais na perspectiva das classes populares: uma análise a partir das 3ªs séries do currículo por atividades, em escolas de Pelotas. Pelotas, 1989, 108p. Monografia (Especialização em Educação). Faculdade de Educação. Universidade Federal de Pelotas.

BARROS, Fernando et al. A exclusão escamoteada: reprovação das crianças negras. In: Cadernos de Educação. Pelotas: UFPEL, 1996, p. 47-59. BRASIL. Lei n 9.394 de 20/12/1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, 23/12/1996. ______. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: Secretaria de Educação Média e Tecnológica (MEC/SEMTEC), 1999.

*Sociólogo e Mestre em Ciências da Educação. Técnico em Assuntos Educacionais do Centro Federal de Educação Tecnológica de Pelotas - CEFET - RS.

CONSIDERATIONS ON THE CONTRIBUTION OF THE MANAGEMENT OF COLÉGIO MUNICIPAL PELOTENSE TO THE PERMANENCE OF BLACK PUPILS IN HIS NIGHT ENSINO MÉDIO Abstract: this article treats of the school gestion contribution to the black studients permanency in the nocturnal period of Colégio Municipal Pelotense High School, in the year of 2004. Considering as general objective the identification of mecanisms used by that gestion practice wich intend to eliminate or to reduce the black studients school evasion, the research process showed that exists a close relationship between the "color" categorie and the "poor" categorie, and also, that exists any factors wich confirm that the Brazilian black population is marginalizated of the formal education and work market and, mainly, the possibility to transformate that excludent reality. Keywords: School gestion. Brazilian black population. Education history. Contemporaneous challenges.

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QUALIFICAÇÃO, DESQUALIFICAÇÃO E SUPERQUALIFICAÇÃO: O MERCADO DE TRABALHO PARA DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR EM SALVADOR Jaqueline Araújo* Resumo: este artigo realiza uma incursão nas transformações ocorridas na flexível sociedade capitalista neoliberal, problematizando a densa relação de privilégios e exploração entre profissionalização, educação e trabalho, através do processo de qualificação profissional como imperativo para inserção no mercado de trabalho, com repercussão no mercado dos docentes das Instituições de Ensino Superior privadas das capitais brasileiras e, de modo específico, no Município de Salvador, contribuindo desse modo para a compreensão da problemática em questão numa breve reflexão acerca da realidade local. Os docentes têm, portanto, o desafio simultâneo e duplo de qualificar a si mesmos e aos discentes para inserção no mercado. Palavras-chave: Qualificação. Desqualificação. Flexibilidade. Docência. Precarização.

A sociedade contemporânea tem presenciado no mundo do trabalho a constante busca por qualificação profissional na tentativa de ocupar melhores postos de trabalho, bem como usufruir melhores salários. As palavras na epígrafe acima destacam um período - que não difere muito do atual - no qual os postos de trabalho dos professores universitários eram ocupados por décadas apenas por aqueles que faziam parte (os incluídos) de uma rede de relações, privilegiados em dois sentidos: o primeiro diz respeito ao alcance da qualificação, pois a aquisição de diplomas que garantem títulos acadêmicos é algo extremamente restrito; o segundo ao exercício da docência remunerada nas instituições de ensino. O presente artigo tem por objetivo problematizar a densa relação entre profissionalização, educação e trabalho, para compreender em que medida esse movimento de constante qualificação profissional se reverte em melhores salários e melhores condições de trabalho para os docentes do Ensino Superior Privado em Salvador e, de modo geral, nas capitais brasileiras, buscando compreender a natureza das atuais formas de divisão do trabalho e sua relação com a incessante luta de desapropriaçãoreapropriação na relação empregadorempregado. Para tanto, elegeu-se como aporte teórico autores contemporâneos como Pierre Bourdieu, Marilena Chauí, Boaventura Santos, Zygmunt Bauman, Acácia Kuenzer, entre outros que desenvolvem análises acuradas e comprometidas contribuindo assim para a compreensão do problema apresentado. Do ponto de vista metodológico, o estudo pressupõe pesquisa bibliográfica, que exige o levantamento de pesquisas atualizadas sobre o tema, além de retorno aos conceitos clássicos da teoria que continuam a ter validade quando se trata de capitalismo.

Vale ressaltar que a crítica aqui realizada não se situa na existência de IES Instituições de Ensino Superior privadas, visto que estas são responsáveis pela absorção de uma grande quantidade de professores da educação superior em seus diversos níveis de graduação, mas o que se discute são as condições de precarização às quais estão submetidos os docentes da educação superior. CENÁRIO DO CAPITALISMO FLEXÍVEL E O DISCURSO DA QUALIFICAÇÃO E SUPERQUALIFICAÇÃO

Contemporaneidade maleável. Esta atualmente vem sendo considerada como uma das expressões que melhor define o período no qual estamos convivendo e participando como agentes das reestruturações nos diversos campos sociais. Onde cada vez mais se torna clara e imperativa a idéia de liquidez e fluidez, que se caracteriza pela mudança de organização e comportamento para adaptação às diversas situações. As mudanças ocorridas nas últimas três décadas, e ainda em curso, apontam para algo significativo no processo de reestruturação e reorganização das sociedades capitalistas, que é a introdução de novos modos de racionalização da vida social e do trabalho. Um período que, de acordo com a visão neoliberal, é um momento de hegemonia óbvia e aparentemente inevitável, da passagem dos discursos sólidos aos líquidos, marcado pelo desenvolvimento e consolidação do capitalismo e a contribuição deste para a acumulação flexível de capital apoiada na emersão de novos mercados e setores produtivos, na flexibilização dos processos e mercados de trabalho, com acentuado individualismo em detrimento da coletividade e estreitamento das relações tempo-espaço pautando-se na idéia de crescimento máximo, onde o fim único e último das ações é produtividade e competitividade por meio de

inovações tecnológicas e organizacionais. (CHAUÍ, 1999, p. 31) Um ritmo que não permite o exercício de reflexão das ações individuais ou coletivas (ausência de consciência), porque não se pode "perder tempo". Toda produção e trabalho se tornam atitudes presenteístas em virtude da instabilidade que se apresenta, com conseqüente precarização do trabalho e perda das mínimas vantagens que compensam os baixos salários. Bauman declara que Numa vida guiada pelo preceito da flexibilidade, as estratégias e planos de vida só podem ser de curto prazo [...] atos de trabalho se parecem mais com as estratégias de um jogador que se põe modestos objetivos de curto prazo, não antecipando mais que um ou dois movimentos. O que conta são os efeitos imediatos de cada movimento, os efeitos devem passiveis de ser consumidos no ato [...] E assim o trabalho mudou de caráter. (2001, p. 158-160)

A construção de uma carreira surge então como principal esperança de controle do presente permeado cotidianamente pela ansiedade, para conseguinte tentativa de controle do futuro - controle de um porvir caótico. Essas configurações fluidas retratam uma sociedade que é evolutiva no sentido de buscar novos caminhos quebrando paradigmas impostos por modelos que são característicos dos sistemas e discursos sólidos ou ortodoxos, que caminha a passos cada vez mais largos, velozes, opressivos e normalmente destrutivos para sua remontagem e remodelagem. Numa outra perspectiva, a utilização de termos para definir o momento atual tais como flexível, maleável, entre outros, é um intento neoliberal de fazer crer que sua mensagem "é uma mensagem universalista de libertação". Em linhas gerais, Bourdieu (1998), declara que é uma doutrinação simbólica disseminada com grande auxílio da mídia

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nas atuais relações entre trabalhadores e responsabilidade por estar empregado ou eletrônica e impressa, com a utilização de um empresários na grande empresa automatizada, desempregado, frente às novas exigências do jogo eufêmico para atenuar em nossas mentes nada mais é do que constrangimento e mercado, dentre estas a valorização de os impactos negativos das práticas neoliberais. subordinação sob a aparência de respeito e qualificações individuais, uma forma de Entre as principais palavras desse jogo está participação [...] Isto pode significar, no limite, exclusão social por via do trabalho. flexibilidade que conduz, em último caso, a a 'naturalização' da produção capitalista e a Dada sua natureza diversa, o conceito revoluções conservadoras carregando as ações negação, como 'atrasado', do embate político de qualificação é polissêmico, assumindo com forte tom de impotência ante os em torno de interesses divergentes. (2002, p. varias acepções de acordo com o contexto de acontecimentos nos diversos campos da 114,115) sua utilização, podendo ser analisada em sociedade, pois padroniza as práticas de acordo prismas e focos diferenciados tais como um com as leis do mercado adornado com signos Verifica-se, portanto, um movimento conjunto de procedimentos que sancionam a da modernidade. Nesse contexto, os dirigentes estatais agem de acordo com as convicções e contraditório no qual os trabalhadores são autonomia do trabalhador, sua experiência, seu posições políticas do momento incluídos segundo uma lógica de exclusão, que saber - a capacidade que tem de empregar a si (conveniências). O Estado, portanto, não se só se legitima mantendo a idéia da não próprio; ocupação de um posto de trabalho apresenta inteiramente a serviço da classe existência de excluídos. Uma correlação de onde o indivíduo que o ocupa se distingue dos dominante possuindo certa medida de forças e tensões onde os novos incluídos só o outros por habilidade, experiência, formação autonomia, mas também deixa de garantir a são à custa dos velhos excluídos, uma situação conferindo-lhe um status específico; ou, uma todos os cidadãos os direitos contratuais - um que na atual configuração não pode ser sanada, relação necessária entre a qualificação do posto processo de involução estatal que se torna um apenas administrada. De acordo com e a qualificação do trabalhador, que nem Antoniazzi (2005) a "qualificação profissional, sempre são coincidentes, gerando conflitos. solo fértil para conflitos de interesses. Atualmente, surge a polêmica em Os critérios de inclusão e exclusão em si e por si mesma, não gera trabalho, não torno da substituição do referente às relações conceito de qualificação trabalhistas estão Tabela 1 - Distribuição das IES Privadas por Organização Acadêmica em Salvador, 2003. pelo de competência. O baseados na educação em Organização Acadêmica Quantidade IES flexível capitalismo graus diferenciados de Universidade 2 neoliberal demanda do acesso, tendo como Centro Universitário 1 trabalhador algo mais do pilares o discurso da Faculdades Integradas 1 que qualificação, pois esta qualificação profissional Faculdade 41 tende a tornar-se sem efeito e a ideologia da Instituto Superior ou Escola Superior 7 à medida que se modificam competência - um Centro de Educação Tecnológica 1 as condições da divisão do conceito novo, surgido Total 53 trabalho social. Esta no âmbito empresarial Fonte: Inep/ME, acesso em 07/02/2007. ideologia neoliberal se focando características apresenta como "uma subjetivas que se espécie de neodarwinismo manifestam no dia a dia do ambiente de trabalho tais como liderança, eleva a renda, não faz justiça social", temos social" (BOURDIEU, 2001, p. 58), onde o pró-atividade, espírito de grupo, entre outras. assim que o desenvolvimento econômico não triunfo está para aqueles que são os melhores, As configurações flexíveis da política é mais sinônimo de desenvolvimento social. que possuem o dom do brilho e da inteligência. neoliberal que orientam a educação para o Boaventura Santos (1999) retrata bem esse Ao parafrasear Max Weber, Bourdieu (1998, trabalho, e demandam nova postura e quadro ao dizer que "a estabilidade de que fala p. 59) menciona que os dominantes necessitam pedagogia por parte do docente que, além de o consenso neoliberal é sempre a das sempre de uma "sociodicéia, algo que desenvolver as competências e habilidades que expectativas dos mercados e dos investimentos, teoricamente justifique o fato de serem privilegiados." Introjeta-se a idéia de que são exigidas pelo mercado de trabalho, precisa nunca é a das expectativas das pessoas." A instabilidade que acompanha a qualquer profissional que tenha por alvo sua estar capacitado para desenvolvê-las nos estudantes através da interação destes com o precarização referente aos docentes do Ensino sobrevivência no mercado de trabalho precisa conhecimento e a realidade que os cerca - Superior com a falta de vínculos empregatícios manter-se atualizado, quando o que na "professor de novo tipo" (KUENZER, 1999). exige que esses trabalhadores incrementem realidade observamos é um processo Um desafio simultâneo e duplo que exige o suas chances de empregabilidade por serem excludente e ascendente de precarização e a repensar da atuação do professor de ensino adaptáveis, flexíveis, criativos, destacando criação de um mito que destaca a qualificação superior quanto à docência e inserção no como imprescindível a existência de como solução real e possível para os problemas mercado de trabalho. Quanto à capacidade de profissionais fluidos que possam transitar e relacionados ao campo do trabalho. Sendo enfrentamento dos trabalhadores ante a "nova dialogar em áreas afins e/ou diferentes da sua assim, faz-se necessário trazer atenção a alguns contratualização", vale ressaltar as palavras de formação inicial. Sendo assim, ser flexível questionamentos, com a finalidade de refletir Ferretti ao tratar dessa "negociação" nas significa ter alta carga horária, trabalhar em sobre as configurações nas quais estão grandes empresas, mas que tem aplicação horários diversificados, submetendo-se na envolvidos os docentes do Ensino Superior, maior parte das vezes a trabalhar sem carteira tais como: qualificação é um privilégio? O válida em outras situações de trabalho assinada. Transfere-se para o trabalhador a trabalhador é qualificado porque ocupa uma [...] muito do que se denomina de negociação, 16

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função importante, ou ele é alocado preferencialmente a determinada função porque possui qualificação? A qualificação conduz mesmo à revalorização profissional? Abordaremos tais questionamentos a seguir.

verdadeira maratona de leituras superficiais dos últimos títulos lançados, participação em cursos simplificados e de curta duração, realização de pesquisas com resultados que num espaço mínimo de tempo são superados. Tal processo tem escravizado os indivíduos ao desejo de "vencer na vida", fazendo destes devedores de si próprio, capturando a subjetividade humana no mais profundo grau, numa busca desmedida pelo acúmulo de competências para adquirir e preservar as garantias da empregabilidade, envolvendo-os num véu que mistifica sua condição de "mão-de-obra manipulável a preços cada vez mais baixos" (LEDA, 2002, p. 5), naturalizando a cisão entre excluídos e integrados. Desse modo, são tragados pela ideologia da competência e do mérito que tem, entre outras implicações, ambientes com alta competitividade, favorecendo que se abra mão de valores éticos e morais, do convívio com a

graduado se rebela [...] Os intelectuais não entenderam que são explorados, crêem ser privilegiados, mas são os mais explorados de todos.

A submissão a essas condições incentiva os docentes do ensino superior ao consumismo acadêmico, ou seja, uma maratona de leituras superficiais dos últimos SALVADOR títulos lançados, participação em cursos simplificados e de curta duração, realização de Vivemos num estágio do modo de pesquisas com resultados que num espaço produção capitalista onde há uma grande mínimo de tempo são superados. demanda por "capital cultural", tornando o Verificamos a permanência da relação sistema de ensino uma instância dominante, entre os diplomas e os cargos. Os diplomas e pois este exerce a função de reprodutor da certificados tornaram-se 'certidões de posição dos agentes sociais e de seus grupos competência cultural' que podem ser na estrutura da sociedade. Desse modo, é de convertidas em capital econômico, suma importância que cada indivíduo invista estabelecendo o valor em dinheiro para seus em sua formação educacional a fim de possuidores. O processo de qualificação, assegurar melhor remuneração e inserção no desqualificação e requalificação é uma mercado de trabalho, tendo esse fato se dimensão oculta da luta de intensificado a partir das décadas classes, pois resulta da de 80 e 90 do século XX. Estar intensificação da Tabela 2 - Número de profissionais de Instituições de Ensino Superior - IES qualificado profissionalmente é concorrência pela aquisição Particulares nas Capitais Brasileiras em 2004. uma condição que poucos de títulos acadêmicos mais Tipo de Instituição Freqüência podem usufruir hoje em dia. elevados como Nº % Desloca-se a ênfase da escola especialização, mestrado, Universidade 13 2,6 enquanto lugar de formação para doutorado e pós-doutorado Centro Universitário 30 5,9 o emprego, e fortalecendo a - objetos privilegiados - na Faculdades Integradas 28 5,5 visão economicista da educação qual as elites econômicas e Faculdade 387 76,6 para a competitividade da sociais possuem maior Centro de Educação Tecnológica 47 9,3 mundialização econômica. A vantagem. As condições de Total de Instituições 505 100,0 conjuntura delineada ante nossos precarização às quais estão Fonte: Inep/ME, acesso em 02/02/2007. olhos ressalta um modelo de submetidos esses educação instrumental que atua trabalhadores é que são os de acordo com os interesses do alvos desta discussão, pois o valor pago pela família e com outros grupos salutares, além de capital privado, com a expansão excessiva de hora-aula é costumeiramente baixo sendo instituições de ensino superior privadas com o problemas de ordem psicossomática. Por viverem em um ambiente de alta necessário que ministrem muitas disciplinas e, apoio do Estado. na maioria dos casos, em instituições variadas A qualificação acadêmica se torna um competitividade e individualismo esses o que intensifica a rotina de deslocamentos, profissionais, em sua grande maioria, não espaço privilegiado para os que possuem além da dificuldade quanto aos recursos capital econômico e social, bem como uma percebem sua condição de explorados e, para materiais e didáticos. A atividade do docente rede de relações coesa - uma condições que sobreviverem, retroalimentam o sistema de ensino superior reduz-se a apenas dar aulas, capitalista neoliberal. Isto coaduna com o que poucos podem usufruir atualmente. No não podendo envolver-se de maneira adequada entanto, verifica-se o fato de que os docentes diz o sociólogo Domenico De Masi numa com a atividade docente, o que envolve do ensino superior, em sua grande maioria, entrevista concedida ao jornal Gazeta Mercantil preparar as aulas de modo criterioso, em 11 de maio de 2006: estão submetidos à condições precárias como desenvolver projetos de pesquisa e extensão. [...] O trabalho intelectual de massa é muito baixos salários, alta jornada de trabalho, rotina O histórico das instituições de ensino recente. É um trabalho muito individual, de constantes deslocamentos de uma instituição superior privado remonta ao início dos anos isolado, por isso os intelectuais não são capazes para outra, além de dificuldades quanto aos 1950, estendendo-se até os anos 1990, onde, a de lutar juntos, são pouco agressivos, tem recursos didáticos e materiais. Essa situação é pouca consciência de classe, portanto a partir de então, se verifica um período marcado agravada pela insegurança das contratações exploração é maior que do trabalho físico. É por enorme expansão no setor privado, temporárias , coadunando as atividades mais fácil aproveitar-se de um graduado do conforme dados do Inep /ME expostos na docentes com as demandas do capitalismo que de um operário, que é organizado, coeso, tabela 1. neoliberal. Os docentes da Educação Superior sindicalizado, enquanto o graduado não é nada O município de Salvador vem para estarem entre os qualificados, vivem uma disso. A exploração só termina quando o acompanhando o processo de expansão das PRIVILÉGIO, PRECARIZAÇÃO E DOCENCIA NO ENSINO SUPERIOR EM

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IES privadas nas capitais brasileiras, onde podemos observar o quantitativo correspondente a 10% do total nacional em 2004, conforme dados fornecidos pelo Inep na tabela 2. Analisando o número de instituições particulares de curso superior, verifica-se que as faculdades representam 76,6% das IES particulares das capitais brasileiras em 2004, entretanto, observa-se que as universidades respondem por apenas 2,6%. Quanto à distribuição dos profissionais docentes nas IES privadas em Salvador de acordo com o grau de formação, no ano de 2003, verifica-se a relevância no número de mestres e especialistas nas Faculdades, 796 e 695, respectivamente, e apenas 83 graduados, enquanto que nas Universidades observa-se um total de 368 mestres, 412 especialistas, sendo que a relevância está na existência de 499 graduados, de acordo com dados da SEI /Ba fornecidos na tabela 3. Vale ressaltar que a superqualificação também é excludente, isto se evidencia pelo fato da reduzida contratação daqueles que

acadêmicos está cada vez mais intensa, refletindo o processo de precarização ocorrido com outros setores socioeconômicos, sob o rótulo de "flexibilização". As IES particulares, para seu mínimo funcionamento de acordo com a legislação

mínimo de 50% das horas contratadas para funções extraclasse. Os contratos de horistas ficam a critério das Instituições de Ensino Superior - IES, e deve ter um regime definido com contrato exclusivo de docência em sala de aula. As horas/semana contratadas para as

vigente regulamentada pelo Ministério da Educação do Brasil - ME, devem manter seu quadro docente com as especificações a seguir (quadro 1). Os títulos de doutor, mestre e especialista devem ser reconhecidos pelo ME, por agências reguladoras das IES e pela comunidade acadêmica, por deliberação do colegiado superior da IES, nos termos da legislação.

possuem os títulos de pós-doutor e doutor. Em comparação com os dados das capitais brasileiras, quanto à distribuição dos profissionais docentes nas IES privadas de acordo com o grau de formação, no ano de 2004, o número de docentes no município de Salvador em 2003 corresponde a cerca de aproximadamente 10% do total nacional, conforme dados fornecidos pelo Inep na tabela 4. Ser professor de ensino superior sem dúvida é algo que confere status social, pois se presume que estes recebam salários avantajados e possuam excelentes condições de trabalho. É verdade que até em torno da oitava ou nona década do século XX, esta era uma classe que gozava de condições mais favoráveis, no entanto, a partir de então os salários e as condições de trabalho vem se deteriorando dia a dia, e a busca por qualificação profissional por meio de títulos

O regime de trabalho abrange duas modalidades de contrato: a primeira, a de tempo contínuo-integral e parcial contemplando, além das horas-aula, outras atividades de cunho acadêmico e administrativo; e a segunda, o regime de dedicação docente do professor horista. As contratações em tempo parcial de 10h/semana devem prever 20% das horas contratadas para funções extraclasse. Já as contratações de tempo parcial de 20h/semana devem prever um mínimo de 40% das horas contratadas para funções extraclasse. As contratações em tempo integral, de 40h/semana devem prever um

funções extraclasse podem ser distribuídas a critério da IES, nas áreas do ensino, pesquisa, extensão, atendimento de alunos, administração escolar e outras (ver quadro 2). No entanto, dados sistematizados pelo Inep na tabela 5 referentes à distribuição dos profissionais nas IES Particulares nas Capitais Brasileiras de acordo com o regime de trabalho e organização acadêmica, no ano de 2004, demonstram que a realidade que se apresenta revela um quadro muito diverso dos critérios estabelecidos. Verifica-se nas Faculdades o percentual de 58,9% trabalhadores horistas, enquanto que nas Universidades é de 20,5%. É notória nas Faculdades a concentração no percentual de horistas, indicando a crescente precarização que afeta esta classe trabalhadora. É importante considerar que o crescente aumento no número de diplomados tem gerado o crescente desemprego entre os trabalhadores escolarizados, visto que atualmente dispomos de mais de 45.000 profissionais entre especialistas, mestres e doutores nas IES privadas das capitais brasileiras, que vivem em busca de garantir suas condições de empregabilidade, balizando a atividade docente com as demandas capitalistas, e implicações psicossomáticas como ansiedade e estresse coadunando essas implicações com condições precárias de trabalho tais como a alta jornada, os deslocamentos contínuos e a desvalorização social do professor. Devido à competitividade acirrada no mercado de

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trabalho e ao individualismo que a cada instante se faz presente não percebem sua condição de explorados, o que torna claro que a educação instrumental estimulada pelo capital flexível não garante melhores salários nem melhores condições de trabalho. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As questões e fatos apontados nesse artigo mostram que a relação entre educação e trabalho não se expressa mecanicamente, mas sempre mediada. Não é a educação que cria postos de trabalho, mas decisões políticas que favorecem os anseios e necessidades de uma minoria elitista. Constatamos que as transformações ocorridas na atual sociedade em virtude das influências do capitalismo neoliberal - onde qualificação, competência e flexibilidade são palavras de ordem representam reveses para os professores, pois

da Educação estabelecer especificações do mínimo de contratações para o funcionamento das IES privadas no que tange à titulação acadêmica e ao regime de trabalho, de acordo com os quadros 1 e 2, a realidade revela um quadro muito diverso dos critérios estabelecidos. Nesse sentido, constatamos que a contratação de um pequeno número de pósdoutores e doutores, demonstra que a superqualificação também é excludente, abrindo-nos o precedente para dizer que os mestres estão a caminho da exclusão, pois o número de contratações destes é inferior a dos

momento, pois as dimensões do viver social não podem ser abarcadas pelas apenas pelas teorias, pois o conceito é sempre menor do que a vida.

NOTAS 1-Refere-se à insustentabilidade e ausência de garantias trabalhistas frente às turbulências dos mercados nacional e internacional, mesmo que os profissionais estejam qualificados. 2-O termo configurações fluidas é aqui utilizado para conceituar a dinâmica social contemporânea complexa e diversificada, apontando para a necessidade de constante adaptação ou transformação. 3- Apud (BRASIL, 2000, p. 7). 4- Profissionais que procuram rapidamente adaptar-se às condições do mercado de trabalho e da empresa na qual trabalha, qualificando-se por aumentar seu grau de escolaridade e acompanhar o desenvolvimento tecnológico.

são afetadas suas condições de vida e trabalho, sendo estes a responsabilizados pela permanência ou saída do mercado de trabalho. Apesar dos elevados índices de escolarização, vimos que a precarização é um processo social que atinge os docentes do ensino superior, destacam o fato de que o ingresso e permanência na vida acadêmica se tornam um espaço privilegiado aos que possuem, além de uma rede de relações coesa, títulos acadêmicos mais elevados. Por esse motivo, a concorrência pela aquisição titulações como especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado - objetos de desejo - a cada dia se intensifica, o que tem resultado na formação de tarefeiros desprovidos da identidade de pesquisador e cientista. Verificamos que a expansão excessiva das IES privadas, conforme tabelas 1 e 2, principalmente a partir de 1990, é devida a ações de estímulo por parte do Estado quanto à abertura de cursos de graduação, produzindo um crescente no número de diplomados. Também, pudemos observar que, apesar da regulamentação vigente por parte do Ministério

especialistas, evidenciando que a atenção dos donos das IES particulares está voltada para o valor pago pela hora-aula. Sendo evidenciada, conforme a tabela 5, a crescente precarização que tem afetado essa classe trabalhadora, que para complementar a renda mensal ministra aulas em diversas instituições. Tem-se a clareza de que este estudo não pretende esgotar o tema, tampouco oferecer verdades prontas e generalizantes. Exercitouse o uso das teorias sociológicas, sugerindo-se para estudos posteriores análises referentes ao aprofundamento do estudo da relação entre os critérios estabelecidos pelos órgãos reguladores do Estado e o que tem sido feito pelas IES particulares para atendê-los, à busca de alternativas para a convivência ou mudança dessas condições que desvalorizam o profissional da educação em sentido social e econômico, à questão de gênero, ao regime de trabalho no mercado de Salvador e Região Metropolitana - RMS, entre outras que o leitor considerar pertinentes. É importante que possamos analisar o exposto até o presente

5-Um recurso psicológico pelo qual o indivíduo, de modo inconsciente, apossase de um fato ou de uma característica alheia, tornado-o parte de si mesmo. 6-Existindo uma alternância entre contratação e dispensa de acordo com as disciplinas por semestre, tal circunstância leva o docente a exercer atividades profissionais paralelas para que possa dar conta de suas necessidades físicas, emocionais e materiais. 7-Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. 8-Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia.

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*Especialista em Metodologia do Ensino, Pesquisa e Extensão em Educação pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Socióloga e Cientista Social pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Professora dos Departamentos de Ciências Contábeis e de Administração da Faculdade São Tomás de Aquino em Salvador, Membro do GT de Ensino Superior da I Conferência Municipal de Educação de Salvador.

CALIFICACIÓN, DESCALIFICACIÓN Y SUPERQUALIFICAÇÃO: EL MERCADO DE TRABAJO PARA LOS PROFESORES DE LA ENSEÑANZA SUPERIOR EN SALVADOR Resumen: el presente artículo realiza breves reflexiones relativas a las condiciones de trabajo en el flexible sociedad capitalista neoliberal, problematizando la relación densa entre profesionalización, educación y trabajo, con el proceso de la calificación profesional como imperativo para la inserción en el mercado del trabajo, con la repercusión en el mercado de los profesores de las instituciones privadas de la educación superior de los capitales brasileños e, de la manera específica, en la ciudad del Salvador, contribuyendo de esta manera para la comprensión de la problemática en la pregunta en una breve reflexión referente a la realidad local. Los profesores tienen, por lo tanto, el desafío simultáneo y doble de cualificar a sí mismo y a los alumnos para inserción en el mercado de trabajo. Palabras llave: Calificación. Descalificación. Flexibilidad. Docencia. Condiciones de trabajo.

SUPERVISÃO EDUCACIONAL: QUAL É O SEU PAPEL? Adriana Armani Fiorini Martins* Resumo: este artigo aborda aspectos teóricos e práticos sobre a supervisão educacional. Pretende apresentar o papel do supervisor enfocando sua trajetória histórica e sua ação pedagógica no contexto atual em que as escolas estão inseridas. Contudo, não ambiciona esgotar este assunto, levando em consideração a permanente reflexão e busca de novas ações metodológicas para qualificar o fazer deste profissional, visando a melhoria da educação. Palavras-chave: Supervisão Educacional. Trajetória Histórica. Ação Educativa.

Atualmente vivemos em um mundo de constantes mudanças, onde o ser humano se supera na criação e reinvenção de novas técnicas e formas de comunicação. Enfim, vivemos num clima de transformações que interferem diretamente na maneira de falar, pensar, enxergar, aprender, agir e conhecer o mundo. Tendo em vista o contexto em que estamos, é preciso rever a educação desenvolvida nas escolas e atuar junto dela para 20

contribuir na construção desse "novo mundo" em que estamos inseridos. Para iniciar, é preciso rever o papel de cada integrante da escola, começando pela pessoa que está a frente da coordenação pedagógica, isto é, do supervisor educacional: "Quem é ele? Qual é o seu papel? Com quem trabalha? Qual sua identidade?", entre outras questões. Então, para que possamos entender a atual identidade deste supervisor educacional

é importante conhecer o histórico da trajetória da supervisão. Sobre o surgimento da supervisão, Lima (2001, p. 69) afirma: "A idéia de supervisão surgiu com a industrialização, tendo em vista a melhoria quantitativa e qualitativa da produção, antes de ser assumida pelo sistema educacional, em busca de um melhor desempenho da escola em sua tarefa educativa".

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A supervisão iniciou com a industrialização, tendo como objetivo fiscalizar e controlar. Por volta de 1841 passa a ser relacionada ao processo de ensino, voltada ao controle das atividades docentes. Já no início do século XX, volta-se para padrões de comportamento rigoroso, visando à eficiência do ensino. A partir de 1925, nota-se uma maior importância das ciências comportamentais na supervisão. Surge então a introdução de princípios democráticos nas organizações educacionais, aplicando-os ao papel do supervisor como líder democrático. Com a reforma de Francisco Campos, em 1931, muda sua concepção, passa de simples fiscalização para o caráter de supervisão do ensino. Em 1953 é criada a Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão de Ensino Secundário, visando melhorar a qualidade do ensino através do treinamento de recursos humanos, dando aos inspetores da época subsídios para o seu trabalho pedagógico ser desenvolvido nas escolas. Devido a uma aliança estabelecida entre Brasil e Estada Unidos, na década de 1950, um grupo de supervisores foi formado pelo Programa Americano-Brasileiro de Assistência ao Ensino Elementar (Pabaee) com o objetivo de modernizar o ensino e preparar professores leigos. O curso para os supervisores foi montado aos moldes de ensino americano, que priorizava o estudo dos métodos e das técnicas de ensino, o qual se tornou como uma grande inovação pedagógica no Brasil. Por volta de 1960, devido a diversas mudanças, a supervisão passa a desempenhar a função de controladora da qualidade de ensino, com a responsabilidade de promover momentos que visem a real melhoria. Em 1969 é regulamentada a Reforma Universitária e aprovado o parecer que reformula o Curso de Pedagogia, buscando especializar o educador em uma função, surge então os especialistas da educação. Nos anos 70, com a nova Lei de Diretrizes e Bases do Ensino de 1º e 2º Graus (Lei 5.692/71) a supervisão passa a agregar as atividades de assistência técnico-pedagógica e de inspeção administrativa, atuando não só na escola, mas em todo o sistema. Sobre a supervisão escolar nos anos 90, Lima (2001, p. 77 e 78) diz: E chega-se aos anos 90 reconhecendo-se que a supervisão pode fazer uso da técnica, sem a conotação de "tecnicismo". Trata-se, portanto, de uma função que contextualizada, insere-se

nos fundamentos e nos processos pedagógicos, auxiliando e promovendo a coordenação das atividades desse processo e sua atualização pelo estudo e pelas práticas coletivas dos professores. È com esse tipo de concepção e proposta que se iniciam os anos 2000.

De acordo com a trajetória histórica fica claro que, por diversos anos, o supervisor exerceu a função de fiscalizador e controlador, o que explica a ação de muitas práticas pedagógicas ainda exercidas por alguns supervisores nas escolas, as quais devem ser revistas, pensadas e repensadas, para que se garanta um ensino de qualidade e com significado para os educandos. Então, é necessário construir uma nova identidade para este profissional, visando atender as necessidades e os interesses da escola. E esta identidade deve ser construída no cotidiano escolar, nas relações junto aos educadores, através de ações vividas, pensadas e repensadas. Nesse sentido, Alonso (2000, p.175) afirma que: A mudança pretendida somente acontecerá se houver condições facilitadoras, entre as quais uma liderança efetiva, capaz de libertar uma energia latente e congregar os esforços individuais, articulando-os em torno de uma proposta comum.

O supervisor deve atuar junto aos professores e partilhar suas angústias e desafios, assumindo o papel de provocador, desinstalando certezas na busca de novas construções. Assim, professor e supervisor unem esforços para investigar, estudar, problematizar, discutir e acompanhar o trabalho docente que está sendo desenvolvido. Importante se torna avaliar a metodologia que está sendo utilizada, isto é, a maneira como foram trabalhados e estudados os conteúdos em sala de aula. Cabe então, ao supervisor, enfatizar a permanente ressignificação e contextualização que devem ser dadas aos conhecimentos para que estes possam agregar valores e significados à vida dos educandos. O supervisor precisa pautar suas ações, levando em consideração princípios que viabilizem o seu agir, tais como: Planejamento: o supervisor deve planejar suas ações e deixar claro ao grupo o que busca, para não haver dúvidas ou desvios de caminhos, fazendo com que todos sigam na mesma direção. Competência: suas ações devem ser

embasadas em fundamentação teórica, adquirida por competências construídas a partir de estudos e pesquisas. O supervisor tem como competência promover estudos sobre o Projeto Político Pedagógico da escola, favorecendo debates e questionamentos que conduzam a uma reflexão e a um fazer articulado e comprometido com a qualidade. Formação: sempre estar buscando atualização profissional e suportes teóricos que possam embasar o seu fazer pedagógico para poder enfrentar os desafios e corresponder as expectativas do grupo em que atua. O seu fazer pedagógico deve estar agregado em conhecimentos, valores éticos, políticos e humanísticos. Democracia: promover momentos, envolvendo toda comunidade escolar, para que juntos possam construir uma educação de qualidade e voltada às necessidades, interesses e realidade. Abre espaços para participação e crescimento através da partilha e colaboração de todos. Sedução: ao deixar explícitos os propósitos e metas, é necessário que a supervisora seduza o seu grupo de trabalho, estimulando-o, incentivando-o para todos acreditarem no trabalho, na proposta e caminharem em busca de idéias e opções em comum. Avaliação: através da constante avaliação, visando a reflexão-ação-reflexão, do processo na busca da melhoria do trabalho. Portanto, na medida em que o supervisor constrói uma ação em conjunto e flexível, ele propicia a construção de um planejamento voltado aos mesmos objetivos e interesses, fazendo com que cada membro se sinta responsável e integrante deste processo. Dessa forma, o supervisor ocupa a função de líder democrático de um grupo, na qual todos buscam construir e desenvolver um trabalho coletivo, visando uma ação transformadora. Nesse contexto, o supervisor torna sua ação pedagógica dinâmica e transforma-se em um técnico-político, o qual estimula a participação, encoraja o grupo, problematiza, questiona e faz com que todos se sintam envolvidos e comprometidos com o fazer pedagógico. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A escola convive com um novo contexto histórico, no qual a educação passa por mudanças e desafios, os quais requerem profissionais atualizados e capazes de lidar com estas transformações. Portanto, os papéis dos

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educadores que nessa "nova escola" atuam, necessitam serem revistos para poderem dar conta da diversidade que se apresenta. É o momento de buscar soluções, unir esforços coletivos e dar um ressignificado à atual educação. O supervisor educacional é uma peça fundamental neste novo processo, o qual também necessita de uma nova identidade, deixando de lado a função fiscalizadora, autoritária, burocrática, para transformar-se em um parceiro pedagógico do professor, atuando em conjunto, refletindo e articulando seu grupo de trabalho para que juntos possam buscar a qualidade do ensino. Assim fica claro que a nova identidade de ação do supervisor educacional deve ser pautada em processos construídos na prática, através das relações com as pessoas.

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* Formada em Magistério, Graduada em Pedagogia com Habilitação em Supervisão Educacional, Professora do Instituto de Educação São Francisco, Coordenadora do Projeto Educação Tecnológico da SMED de Alvorada. E-mail [email protected]

EDUCATION SUPERVISION: WHAT HIS PAPER IS? Abstract: this article approaches theoretical and practical aspects on the educational supervision. Its historical trajectory intends to present the paper of the supervisor focusing, its pedagogical action in the current context where the schools are inserted. However, ambiciona not to deplete this subject, leading in consideration the permanent reflection and searchs of new metodológicas actions to characterize making of this professional, aiming at the improvement of the education. Keywords: Educational supervision. Historical trajectory. Educative action.

A POLÍTICA DE INCLUSÃO E OS ATENDIMENTOS EDUCACIONAIS ESPECIALIZADOS

Gicelda Costa da Silva 1 Paulo Fraga Gomes 2 Rosangela Silva da Rosa 3

Resumo: o presente trabalho aborda a inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais nas classes comuns do ensino regular, enfatizando a importância do atendimento educacional especializado em salas de recursos multifuncionais, na qual o professor especializado deve trabalhar a parte diversificada do currículo, como o uso e ensino de códigos, linguagens, tecnologias e outros complementares a escolarização, buscando eliminar, principalmente, as barreiras pedagógicas. Aborda também, a necessidade de professores itinerantes e professores intérpretes, bem como o uso das tecnologias assistivas que é a expressão usada para identificar todo o arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e, conseqüentemente promover vida independente e inclusão. Palavras-chave: Inclusão. Atendimento Educacional Especializado. Deficiências.

A política de inclusão educacional está regulamentada pela Resolução CNE/CEB Nº. 02/2001, que instituiu as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, as quais orientam os sistemas de ensino para que matriculem todos os alunos, cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais. Com isso os espaços educacionais comuns devem alterar-se para que todas as crianças, jovens e adultos possam aprender juntos, independente da necessidade da utilização de diferentes alternativas metodológicas, linguagens e códigos específicos. O princípio fundamental da educação inclusiva é que a educação é um direito de todos. Partindo do pressuposto de que as 22

crianças com deficiência não conseguem aprender da mesma forma que as demais crianças, vale destacar o conhecimento produzido no campo da psicologia e das teorias da aprendizagem que tem demonstrado que todos são capazes de aprender, que a construção do conhecimento se dá na heterogeneidade e que a diferença se traduz em enriquecimento do processo educacional. O que define a inclusão não é a condição da pessoa, mas o direito à educação em seu sentido pleno, enquanto valor e principio. Portanto, todos os alunos devem ser matriculados nas classes comuns da rede regular de ensino com igualdade de oportunidade, respeitados os ritmos e estilos de aprendizagem, bem como ter garantido o acesso ao atendimento educacional especializado adequado quando dele

necessitarem. SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS

Conforme previsto no inciso V do artigo 8º da Resolução CNE/CEB nº. 2/2001, as salas de recursos multifuncionais têm por objetivo apoiar os sistemas de ensino na oferta do atendimento educacional especializado de forma complementar ou suplementar ao processo de escolarização. As salas de recursos multifuncionais são espaços da escola onde se realiza o atendimento especializado para alunos com necessidades educacionais especiais, por meio do desenvolvimento de estratégias de aprendizagem, centradas em um novo fazer

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pedagógico que favoreça a construção de conhecimentos pelos alunos, subsidiando-os para que desenvolvam o currículo e participem da vida escolar (ALVES, 2006, p. 13).

De acordo com as Diretrizes Nacionais de Educação Especial para a Educação Básica, o atendimento educacional especializado em salas de recursos constitui serviço de natureza pedagógica, conduzido por professor especializado, que suplementa (no caso dos superdotados) e complementa (para os demais alunos) o atendimento educacional realizado em classes comuns da rede regular de ensino. Esse serviço realiza-se em escolas, em local dotado de equipamentos e recursos pedagógicos adequado às necessidades educacionais dos alunos, podendo estender-se a alunos de escolas próximas, nas quais ainda não exista esse atendimento. Pode ser realizado individualmente ou em pequenos grupos, para alunos que apresentem necessidades educacionais especiais semelhantes, em horário diferente daquele em que freqüentam a classe comum. A denominação sala de recursos multifuncionais se refere ao entendimento de que esse espaço pode ser utilizado para o atendimento das diversas necessidades educacionais especiais e para desenvolvimento das diferentes complementações ou suplementações curriculares. Uma mesma sala de recursos, organizada com diferentes equipamentos e materiais pode atender, conforme cronograma e horários, alunos com deficiência, altas habilidades/superdotação, dislexia, hiperatividade, déficit de atenção ou outras necessidades educacionais especiais.

Além, do atendimento educacional especializado realizado em salas de recursos ou centros especializados, algumas atividades ou recursos devem ser disponibilizados dentro da própria classe comum, como por exemplo, os serviços de tradutor e intérprete de Libras e a disponibilidade das ajudas técnicas e tecnologias assistivas, entre outros (ALVES, 2006, p. 14-15). Assim sendo, o atendimento educacional especializado não pode ser interpretado como atividades de mera repetição de conteúdos desenvolvidos na sala de aula, mas constituir um conjunto de procedimentos que de suporte ao processo de apropriação e construção de conhecimentos pelos alunos. A sala de recursos multifuncionais é

um ambiente para a realização do atendimento educacional especializado de alunos que apresentam, ao longo de sua vida escolar, alguma necessidade educacional especial, temporária ou permanente, que de acordo com as Diretrizes Nacionais de Educação Especial para a Educação Básica, estão divididas em três grupos: a) alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de Fotos Recursos de TA - Materiais Escolares e

Fonte: Centro Especializado em Desenvolvimento

desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das atividades curriculares: aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica ou aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências; b) alunos com dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos; c) alunos que evidenciem altas habilidades/ superdotação e que apresentem uma grande facilidade ou interesse em relação a algum tema ou grande criatividade ou talento especifico. Nesses grupos, incluem-se alunos com dificuldades no processo de aprendizagem devido a condições, distúrbios, disfunções ou deficiências, tais como: autismo, hiperatividade, dislexia, déficit de atenção, deficiência física, paralisia cerebral e outros. É necessário que fique claro que é de responsabilidade e de autonomia dos sistemas de ensino, organizar seus atendimentos educacionais especializados, de acordo com as necessidades especiais de seus alunos. Considerando a diversidade dos alunos, os serviços especializados deverão ser complementados, quando necessário, por atendimento multiprofissional (Psicólogo, Assistente Social, Terapeuta Ocupacional, Fisioterapeuta, Fonoaudiólogo, Médico Neurologista, Psiquiatra, entre outros), visando atender às necessidades especiais do aluno e da família, do professor e da equipe pedagógica da escola. É importante aprender a conhecer cada

aluno na sua individualidade, respeitando seu tempo e formando vínculos afetivos. Faz-se necessária à discussão, sobre cada aluno, com a equipe técnico-pedagógica, professores e família, objetivando o levantamento de suas potencialidades, ritmos e estilos de aprendizagem, bem como das prioridades, a fim de se elaborar planejamento e intervenções, propondo-se adaptações e/ou flexibilizações curriculares, considerando aquilo que o aluno é capaz de realizar. A educação não se restringe somente à escolaridade, visto que muitas vezes esse aluno demanda questões na área sócio-emocional que, no pedagógico, fica insignificante. Devemos propor ações pedagógicas que estabeleçam o desenvolvimento de capacidades relacionadas à interação e integração social e ao equilíbrio emocional, atribuindo-lhes o mesmo nível de importância que é dado às mais tradicionais capacidades cognitivas e lingüísticas. Itinerância - serviço de orientação e supervisão pedagógica desenvolvida por professores especializados que fazem visitas periódicas às escolas para trabalhar com os alunos que apresentem necessidades educacionais especiais e com seus respectivos professores da classe comum da rede regular de ensino. Professores Intérpretes - são profissionais especializados para apoiar alunos surdos, surdo-cegos e outros que apresentem sérios comprometimentos de comunicação e sinalização. Tecnologias Assistivas (TA) - expressão usada para identificar todo o arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e, conseqüentemente promover vida independente e inclusão. O Ministério da Ciência e Tecnologia (2005) definiu as tecnologias assistivas como aquelas que reduzem ou eliminem as limitações decorrentes das deficiências física, mental, visual, auditiva, a fim de colaborar para a inclusão social das pessoas com deficiência e dos idosos. Tecnologia Assistiva, também chamada de Adaptativa ou Ajuda Técnica, é, portanto, toda aquela desenvolvida para permitir o aumento da autonomia e independência de idosos, de pessoas com deficiência ou de pessoas com mobilidade reduzida em suas atividades domésticas ou

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ocupacionais de vida diária. A obtenção de autonomia é com certeza um dos caminhos para a perfeita integração social desses grupos sociais e deve, portanto, constituir-se em premissa para as intervenções em matéria de reabilitação e de inclusão social.

motivos são os mais variados: falta de conhecimento do público usuário a respeito das tecnologias disponíveis; falta de orientação aos usuários pelos profissionais da área de reabilitação; alto custo; carência de produtos no mercado; falta de financiamento para pesquisa; dentre outros (NETO, 2005, p. 2-3).

MODALIDADES DA TA

CONCLUSÃO

A TA se organiza em modalidades, e essa forma de classificação varia conforme diferentes autores que trabalham com o tema. Podemos citar como modalidades importantes para a inclusão educacional de alunos com deficiência: - auxílios para a vida diária e vida prática materiais pedagógicos e escolares especiais; - comunicação aumentativa e alternativa; - recursos de acessibilidade ao computador; - adequação postural (mobiliário e posicionamento) e mobilidade; - recursos para cegos ou pessoas com visão subnormal; - recursos para surdos ou pessoas com déficits auditivos; - projetos arquitetônicos para acessibilidade; - adaptações em veículos escolares para acessibilidade. São exemplos de TA na escola os lápis, canetas e pincéis engrossados; adaptações que facilitam virar páginas; mobiliário adequado e personalizado; pranchas de comunicação alternativa; material pedagógico ampliado ou em relevo; textos em Braille; lupas; máquina braile; teclados especiais que facilitam acesso na deficiência física, mouses alternativos, softwares com acessibilidade, entre outros. Adaptações arquitetônicas como rampas e elevadores, sinalizações visuais e em braile, portas largas são importantes fatores de acessibilidade, bem como adaptações veiculares como plataformas de embarque para acesso autônomo de cadeirantes entre outras. É preciso que se trabalhe para a inclusão social, ou seja, trabalhar para a conquista e a prática da cidadania e, nesse sentido, as Tecnologias Assistivas são importantes instrumentos que não podem ser desconsiderado.

No contexto educacional brasileiro, apesar da existência de políticas públicas que garantam direitos igualitários na educação, ainda enfrentamos inúmeros desafios para desenvolvermos sistemas educacionais inclusivos. O atendimento educacional especializado tem como objetivo atender as peculiaridades de cada aluno com necessidades educacionais especiais e para que seja colocado em prática, deverá contar com salas de recursos multifuncionais e/ou centros especializados em turno diverso ao da escolarização, podendo estar presente em classe comum do ensino regular mediante as ajudas técnicas, atuação de profissionais especializados e disponibilização de outros apoios necessários à aprendizagem, à locomoção e a comunicação. Educar na diversidade em um país com dimensões territoriais e pluralidade cultural significativas, não é tarefa para poucos ou de curto prazo, mas é possível e precisamos investir nesse processo, aproveitando todo e qualquer incentivo para que a inclusão tornese uma realidade brasileira.

Infelizmente, o uso de Tecnologias Assistivas no Brasil ainda é restrito, tanto para instrumentos de alta tecnologia, como para os menos sofisticados, os que auxiliam a realização das atividades do dia-a-dia (higiene pessoal, alimentação, vestuário, manuseio de livros, manuseio de telefones, escrita, etc). Os 24

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OBRAS CONSULTADAS BATISTA, Cristina; MANTOAN, Maria Teresa. Educação Inclusiva: atendimento educacional especializado para a deficiência mental. 2.ed. Brasília: MEC, SEESP, 2006. 68p. il. BRASIL. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC, SEESP, 2001. ______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Senado Federal, 1996. BERSCH, Rita de Cássia; PELOSI, Myriam. Portal de ajudas técnicas para a educação: recursos de acessibilidade ao computador. Brasília: MEC, SEESP, 2007. 63p. il. EDLER CARVALHO, Rosita. Educação Inclusiva: com os pingos nos "is". Porto Alegre, Mediação, 2004. 176 p. MITTLER, Peter. Educação Inclusiva: contextos sociais. Porto Alegre, Artmed, 2003. 264p. PAULON, Simone; FREITAS, Lia Beatriz; PINHO, Gerson. Documento subsidiário à política de inclusão. Brasília: MEC, SEESP, 2005. 48p.

1- Aluna do Curso de Graduação em Pedagogia pela Uniasselvi e Assessora Comunitária da Secretaria Municipal de Educação de Viamão. 2 -Pedagogo. Supervisor Educacional. Pósgraduado em Pedagogia Gestora pela FACVEST/ASSERS e Orientador Educacional da rede pública municipal de Viamão. 3- Bióloga. Pós-graduada em Gestão Ambiental pela PUCRS. Especialista em Pedagogia Gestora pela FACVEST/ASSERS e Assessora de Projetos da Secretaria Municipal de Educação de Viamão.

THE POLITICS OF EDUCATION INCLUSION AND THE EDUCATION SPECIALIZED SERVICES Abstract: the present work approaches the pertaining to school inclusion of pupils with educational necessities special in the common classrooms of regular education, emphasizing the importance of the specialized educational attendance in rooms of multi-functional resources, in which the specialized professor must work the diversified part of the resume, as the use and education of codes, languages, technologies and complementary others the escolarização, searching to eliminate, mainly, the pedagogical barriers. It also approaches, the necessity of itinerantes professors and professors interpreters, as well as the use of the assistivas technologies that is the used expression to all identify the armory of resources and services that contribute to provide or to extend functional abilities of people with deficiency and, consequently to promote life and inclusion independent. Keywords: Inclusion. Specialized Educational attendance. Deficiencies.

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SUPERVISÃO EDUCACIONAL: TEORIA E PRÁTICA Luciana da Silva Vicente Saint´pierre* Resumo: este trabalho tem como objetivo lembrar a importância da supervisão educacional no âmbito escolar, fazendo um resgate histórico desta função, desde os tempos antigos até os dias de hoje. Função esta que vem sofrendo modificações ao longo dos tempos, pois nossos educandos e educadores também as sofreram. A supervisão educacional só acontece se tivermos bem claro que a teoria só terá sentido se a prática estiver dando resultados satisfatórios, tanto para educandos quanto para educadores. É de extrema importância que se façam reflexões de nossas ações educativas, pois estamos sempre nos deparando com os mais desafios ao longo da caminhada educativa. Palavras-chave: Supervisão educacional. Educandos. Educadores.

A escola surgiu da necessidade que a família sentiu para educar seus filhos, devido às mudanças que começavam a nortear a educação. A partir de então, jovens de idades variadas passaram a conviver em grupos, desenvolvendo hábitos que se tornaram necessários para a convivência na vida comunitária, favorecendo assim, a vida cultural. As grandes mudanças fizeram com que a escola fosse se aprimorando, tornandoa num lugar, onde o ato de educar deveria estar intrinsecamente ligado ao de amor, fazendo com que o papel da supervisão escolar se tornasse um processo abrangente o qual deveria estar agregado ao trabalho escolar, tornando-se assim numa tarefa técnicocientífica. Diante disso, faz-se necessário, num primeiro, momento entender o conceito do termo supervisão. Conforme Cegalla (2005, p.804 ) é possível verificar que "Supervisão s.f. Ato ou efeito de supervisionar; orientação; fiscalização". Houaiss (2001, p.699 ) define o termo supervisão como "1. Ato de supervisionar ou o seu efeito. 2. Função de supervisor". Considerando os significados que o termo supervisão possui, é possível afirmar que estes variam de acordo com a interpretação que o termo sofre. Se para um significa supervisar, para outro significa orientar. E foram estas interpretações que ao longo dos anos fizeram com que o termo e suas ações fossem se modificando. Sabe-se que a supervisão educacional tem por função supervisionar, articular, juntamente com o diretor, a construção, o desenvolvimento e a avaliação do Projeto Político Pedagógico-PPP da escola. Deve também articulá-lo organizando reflexões, entre educadores, educandos e as famílias para que ocorra a concretização efetiva de ações que estão previstas, propiciando-lhes um ensino e aprendizagem voltada para o desenvolvimento e compromisso da cidadania.

Este compromisso com o desenvolvimento da cidadania é tarefa fundamental da escola que está realmente comprometida com uma educação transformadora, cujo objetivo é propiciar momentos de ensino e aprendizagem relacionados e articulados com o cotidiano dos educandos, preparando-os para desempenhar suas habilidades, competências de aprender, apreendendo o conhecimento e colocando-as em prática na sociedade na qual estão inseridos. Para isso, é importante salientar que o ensino e aprendizagem de qualquer área do conhecimento, devem ter como embasamento legal, o Regimento Escolar, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN, nos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, entre outros. Faz parte da função da supervisão se interessar pelas necessidades educacionais e sociais dos educandos e do grupo de docentes inseridos na instituição escolar. Se hoje a supervisão busca trabalhar as diferenças, sendo problematizadora, possibilitando a construção e reconstrução de idéias, resgatando valores e expressando-se com clareza; no passado conforme Rangel (2003) buscava somente a igualdade, facilitando e aproveitando-se das oportunidades para reforçar ainda mais o modismo. Diante disso, a escola foi buscando novas configurações a fim de redimensionar a visão de conceber o homem, o conhecimento e o mundo que, na história da educação brasileira, perdurou durante séculos. Enganase quem pensa que a escola serve como "depósito", como se pudéssemos nos livrar de alguém por alguns instantes. Educar é muito mais do que se imagina. É necessário uma "parceria" entre escola, educadores, educandos e a sua família. No Brasil, há rastros da função supervisora desde o século XVI, devido à influência dos jesuítas. Sabe-se, porém, que a supervisão foi criada num contexto de ditadura, que trouxe para dentro da escola uma divisão

social do trabalho: há quem pensa quem decide quem manda e quem executa; o educador é expropriado do seu saber, sendo meramente considerado como uma figura técnica do trabalho, sendo assim, o supervisor passou a exercer o papel de fiscal, de ajudante da direção, que "quebra-galho", de "traça de gabinete", de substituto, enfim, algo qualquer para fazer qualquer coisa e coisa nenhuma feita; o que faz tudo que não faz nada, algo negativo que "desempenha" todas as funções e nenhuma ao mesmo tempo. Se para Freire (1992), não há prática educativa neutra, abstrata. A educação é sempre um ato político e faz parte da vida do homem como ser histórico, ser de relações e ser cultural, faz sentido salientar que a supervisão tem uma função muito importante na consecução de melhor qualidade na prestação de serviços educacionais, desde as instâncias mais amplas e abrangentes até a atividade básica. Enquanto a escola forma cidadãos, o supervisor deve ter claro em mente, que a figura Supervisor é diferente da função. Neste sentido, ter como função é ter consciência da integração que um trabalho em conjunto merece , é saber que antes de mais nada, supervisor é um educador e que está auxiliando o outro a desenvolver sua tarefa. E, profissionalmente sua função na escola, tendo como foco a explicitação da contribuição intelectual de cada segmento escolar, pois conforme Freire (2002), todo o discurso referente à teoria deve ser exemplificada de maneira concreta. Se teoria e prática devem estar articuladas, precisamos da teoria para fundamentar nossas práticas pedagógicas, sendo assim, sentimos várias vezes a necessidade de relacioná-las no contexto pedagógico, pois ambas servem como uma espécie de bússola norteadora do nosso ofício de mestre que deseja fazer da escola um espaço de possíveis mudanças. Estas mudanças dizem respeito à abertura para as indagações, curiosidades e às perguntas dos educandos,

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educadores e as famílias. Tecnicamente, a supervisão, desenvolve-se em etapas distintas: planejamento, acompanhamento e controle. Cientificamente, ela pesquisa fatos, estabelece hipóteses, determina prioridades e avalia os resultados. A supervisão interfere amplamente de maneira direta no trabalho educativo, resgatando valores que são focalizados, tendo uma grande importância para a compreensão da prática e consciência cidadã, fazendo com que o trabalho pedagógico garanta a aprendizagem de todos, indiscriminadamente. É importante que o supervisor torne acolhedora sua relação com o grupo de educadores, para que o processo de envolvimento seja compreendido como um divisor de águas promovendo a ruptura de rótulos, que o supervisor não é superior a ninguém. Que o grupo saiba acreditar que pode mudar que pode confiar neste profissional, buscando uma mudança em relação à prática pedagógica, tornando-a uma relação envolvente, fazendo com que a escola não se torne apenas um lugar onde os educandos e educadores estão sendo avaliados por notas ou conceitos. A supervisão não tem apenas o objetivo de avaliar, mas oferecer e possibilitar diversas formas de se atingir um ensino e aprendizagem que proporcione o prazer de ver, ser e agir de todas as pessoas comprometidas com a formação cidadã. Para que isso ocorra, é necessário que haja uma colaboração entre todos os segmentos da escola, para que a supervisão possa cumprir o que seja proposto e seguido sem formalidades. Vale lembrar que a supervisão não muda de lado por ser mais conveniente, ela vê outros lados e acaba percebendo o que ainda não havia percebido: que também é sua função: proporcionar seu grupo a ver outros lados e juntos encontrarem soluções ou caminhos para facilitarem o trabalho a ser realizado. A história nos aponta que todo esse confronto com o supervisor não "nasceu" junto com seu profissionalismo, há fatores que influenciaram para que isto ocorresse: desvalorização salarial; uso do livro didático como imposição ao grupo de docentes, aqui nos deparamos com uma grande alienação, pois alguns educadores deveriam seguir o que o livro dizia sem fazer contestações, muitas mudanças durante o planejamento do Projeto Político Pedagógico, onde a cada governo que entra resolve mudar algo e que no final das contas, ninguém acaba lendo. Assim, vimos 26

que Freire (1980, p. 35) nos diz que: O que mais custa a um homem saber, de maneira clara, é a sua própria vida, tal como está feita por tradição e rotina de atos inconscientes. Para vencer a tradição e a rotina, o melhor procedimento prático não se encontra nas idéias e conhecimentos exteriores e distantes, mas no questionamento da tradição por aqueles que se confrontam com ela, no questionamento da rotina em que vivem.

Para pensar numa educação voltada para a formação crítica se faz necessário, porém, salientar que: A educação é um processo contínuo que dura toda a vida, e que faz a comunidade onde vivemos um mundo espontaneamente conservador, ao qual o educar se refere. Isso não significa, é claro, que o mundo do educar não mude, mas sim que a educação, como sistema de formação da criança e do adulto tem efeitos de longa duração que não mudam facilmente. (Maturana, 1999, p. 35).

Enquanto que para Freire (2002), a educação não é interferida pelas idéias e pelos conhecimentos exteriores e distantes, Maturana nos afirma que a educação é um processo contínuo que dura por toda vida. Então a supervisão seria um confronto entre o que vivemos e o que somos? Eis então, uma pergunta que norteia o trabalho do supervisor. Ser supervisor é entender-se como ser e entender o outro como si, pois "[...] Sem aceitação e respeito por si mesmo não se pode aceitar e respeitar o outro, e sem aceitar o outro como legítimo outro na convivência, não há fenômeno social". (MATURANA,1999, p. 36). Em Cury (2003, p.72), temos que: "Este hábito dos professores fascinantes contribui para desenvolver: sabedoria, serenidade, amor pela vida, capacidade de falar ao coração, de influenciar pessoas". E aqui se encontra o grande desafio da supervisão educacional: ter a sensibilidade de perceber o potencial do grupo entendendo o outro como ser inacabado, tendo compaixão e colocando-se no lugar do outro, pois somente por sermos seres inacabados é que somos capazes de compreendermos a realidade em que vivemos, poderemos argumentar e tentar solucionar problemas que encontraremos ao longo da trajetória que estaremos percorrendo em "missão" de Supervisor. Não educamos ninguém, somos sujeito de nossa própria educação. Sabemos que não sabemos tudo,

justamente pelo fato de sermos seres inacabados. Portanto, o compromisso da supervisão está na ação da educação, no constante aprimoramento de nossos conhecimentos através de nossas experiências, desenvolvendo nossa ação-reflexão, e não deixando que elas atrofiem, pois não é possível refletir sobre educação sem refletir sobre nós mesmos. Isso significa que conforme Maturana ( 1999 , p. 35) "Num sentido estrito, nós seres humanos nos originamos nos amor e somos dependentes dele. Na vida humana, a maior parte do sofrimento vem da negação do amor: os seres humanos somos filhos do amor". No momento que entendemos o mais importante na educação: é necessário respeitar a diversidade de pessoas que estão em uma escola e que é importante tentar compreendêlos, a sensibilidade é um recurso primordial para que o Supervisor atinja sua fundamental função.

REFERÊNCIAS CEGALA, Domingos Paschoal. Dicionário escolar da língua portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005. CURY, Augusto Jorge. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextane, 2003. DEMO, Pedro. Grandes pensadores em educação: o desafio da aprendizagem, da formação e da avaliação. Porto Alegre: Mediação, 2001. ____________. Ser professor é cuidar que o aluno aprenda. Porto Alegre: Mediação, 2004. ENRICONE, Délcia (org.). Ser professor. 4.ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. GRINSPUNN, Miriam Paura S. Zippin(org.). Supervisão e orientação educacional: perspectivas de integração na escola. São Paulo: Cortez, 2003. HOUAISS, Instituto de lexicografia e banco de dados da língua portuguesa S/C Ltda. 2.ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004. LUFT, Celso Pedro et al (org.). 21.ed. São Paulo: Ática, 2005. MATURANA, Humberto. Emoções e linguagens na educação e na política. Belo Horizonte: UFMG, 199. RANGEL, Mary. Nove olhares sobre a supervisão. 9.ed. Campinas. São Paulo: Papirus, 2003. REDIN, Marita Martins. Entrando pela janela: o encantamento do aluno pela escola. Porto Alegre: Mediação, 2002.

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SARAMAGO, José. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. VASCONCELLOS, Celso dos S. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2002.

* Pós-graduanda em Supervisão Educacional - ASSERS/PORTAL

EDUCATION SUPERVISION: THEORY AND PRATICE Abstract: this work has as objective to remember the importance of the pertaining to school supervision in the pertaining to school scope, making a historical rescue of the function, since the old times until the present. Function this that comes suffering modifications throughout the times, therefore our educandos and educators had also suffered them. The pertaining to school supervision only happens if we will have well clearly that the theory alone will have felt if the practical one will be giving resulted satisfactory in such a way for educandos how much for educators. It is of extreme importance that if makes reflections of our educative actions, therefore we are always in coming across with challenges found throughout the educative walked one. Keywords: Supervision scholar. Pupil. Educator.

Histórias Inesquecíveis Nesta seção da Revista, você pode encaminhar histórias da sua vida, aquelas que marcaram de algum modo as vivências na trajetória educacional.

MEUS MOMENTOS INESQUECÍVEIS: NOS GALHOS DA LARANJEIRA Rosalina dos Santos Fontela *

Lendo a obra de Paulo Freire, "Na sombra da Mangueira", me reportei ao passado. Lembranças e mais lembranças da minha infância retornaram na memória. Nasci e cresci numa cidade pequena, no interior do Rio Grande do Sul, onde todos os moradores se conheciam e se chamavam pelo nome. A casa em que nasci e me criei era grande, cercada por muitas árvores frutíferas: laranjeiras, bergamoteiras, pessegueiros, macieiras, pereiras, parreiras e mangueiras. Também havia uma horta enorme de onde saia o sustento de toda a família, que não era pequena. Fui a criança de número seis a nascer nessa família, depois de mim ainda nasceram dois meninos. A única menina, num universo de meninos, por isso a minha imaginação era a única forma de brincar. Desde pequena gostava de mostrar o que eu aprendia, mas nem sempre meus irmãos estavam dispostos a me ouvir, então elegi um galho de uma laranjeira para conversar e dividir minhas ansiedades de criança. Tudo o que eu sabia repassava para meu confidente, o "meu galho de laranjeira". Com ele tracei meu futuro,

meus planos de vida, e contei para o meu amigo e para as laranjas o que eu ia ser quando crescesse. Queria ser ensinadora, era o nome que eu achava que quem ensina devia ter. O tempo passou e por linhas tortas cheguei a ser ensinadora. Digo por linhas tortas porque quando fiz o Ensino Médio foi na área técnica, isto é, primeiro fui técnica contábil, ganhei uma bolsa de estudos para fazer o curso que era pago. Depois que conclui o curso consegui me sustentar e seguir meu caminho, sem esquecer o que na realidade eu queria ser, ensinadora. Chegou o momento, então, de dar uma guinada na minha vida, cansei de lidar com papéis e decidi fazer vestibular para letras. Quando dei por mim estava me inscrevendo no contrato emergencial do estado no governo Collares. Fui chamada e lá estava eu numa sala de aula, ansiosa, mas convicta de que aquela era a vida que eu sempre quis. Vesti a camiseta e saí a mil buscando aprender para propagar o que já tinha aprendido, pois acredito que aprendizado só acontece quando compartilhamos com o outro o que conhecemos.

Os dias, os meses e os anos foram passando e com o tempo eu fui me educando e reeducando, acomodando e desacomodando as pessoas ao meu redor. Acomodação, desacomodação, transformação, é o meu lema. Já não tenho mais um galho de laranjeira no concreto, mas continuo a tê-lo no abstrato, pois para fazer planos não importa a idade, o que importa é querer modificar o nosso meio e consequentemente o mundo em que vivemos. Sei que tenho muito que aprender e ensinar, a mostrar que nada é estanque, pois diz um velho ditado "que água parada não move moinho". Não se vive de passado, mas devemos olhá-lo sempre para buscar nele os nossos anseios e desejos, para transformá-los em realidade. Quem não sonha e não muda, não vive.

* Professora das Redes Municipal e Estadual no Município de Alvorada/RS. Pósgraduanda em Supervisão Educacional ASSERS/PORTAL.

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Legislação Educacional Esta seção da Revista é o espaço de divulgação de questões vigentes da legislação. A partir desse número apresentaremos também perguntas dos associados e as respostas contempladas na legislação, de acordo com um parecer jurídico.

O cargo público de supervisor escolar deve ser função de confiança da autoridade competente (Prefeito, Governador, por exemplo) ou deve ser cargo efetivo, provido somente através de concurso público? A Constituição Federal, em seu art. 37, inc. V, determina que "as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento". Constata-se, portanto, que os cargos e funções de confiança têm sua criação restrita

às atividades de chefia, direção e assessoramento. Assim, não poderia a Administração Pública atribuir atividades eminentemente efetivas e permanentes à condição de confiança. Nesta hipótese, estaria caracterizada a criação de cargos e funções de confiança em moldes artificiais, situação que contraria a Constituição Federal e é passível de apontamento por parte da Corte de Contas, e também de ser objeto de Ação Direta de Inconstitucionalidade. Sabe-se que as atividades de apoio pedagógico, isto é, aquelas que oferecem suporte direto à docência, como é o caso da supervisão, possuem caráter efetivo e permanente. Por isso, inadmissível seu provimento por função de confiança.

Patrícia Collat Bento Feijó Advogada

Supervisor escolar ocupar uma FG, denota, sem dúvida, situação de irregularidade, uma vez que a Constituição Federal restringe os cargos e funções de confiança apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. Tendo em vista as disposições constitucionais já indicadas, e pelo fato de que as atividades deste profissional possuem caráter efetivo e permanente, não se caracterizando como de chefia direção ou assessoramento, o entendimento que parece mais adequado é o de que o cargo seja criado em sua modalidade efetiva, sendo o seu provimento precedido do devido concurso público.

Livros Se você não encontrar os livros divulgados nesta seção da revista, nas livrarias de sua cidade, entre em contato com a ASSERS. AS RELAÇÕES E A SUPERVISÃO

Fazer uma escola funcionar de maneira que garanta o interesse da maioria da comunidade, educandos, educadores, especialistas, gestores passa por diversas instâncias, mas a capacidade de organização e coordenação talvez represente o primeiro passo ( e muitas vezes decisivo) dessa longa e complexa caminhada do projeto pedagógico. A beleza (e a dificuldade) desse caminho é que não existe um ponto exato de chegada.Transitamos entre o objetivo e subjetivo; o espírito e a matéria; o burocrático (projeto) e o que não se reduz ao papel (sonhos, anseios, fantasias, desejos). As Relações e a Supervisão vem, sem dúvida, contribuir para que a escola possa constituir-se dentro do seu projeto político pedagógico de forma efetiva e afetiva, com a contribuição rica e espontânea de todos que colaboram nesse processo educativo que, quando objetivo, se deixa transir pelo subjetivo; uma vez subjetivo, deixa-se, em parte, materializar-se no objetivo . É um livro não só para supervisores, coordenadores, administradores, professores, mas para todos que, direta ou indiretamente, transitam pelos caminhos da educação. Autora: Iná Sanzi Souza Editora: SVB/ISIS Valor: R$15,00 28

BRUXAS E FADAS POEMAS EM FLOR

A ASSERS tem como um de seus objetivos é estimular e incentivar a cultura do Estado. A poesia é a essência das histórias e desejos de nosso povo. Através dela, falamos do dia-a-dia das pessoas, de suas idéias e desejos, por vezes os mais secretos. Esperamos que os leitores se deliciem com suas bruxas e fadas e seus poemas em flor e pensem...pensem muito sobre os seus destinos nesse "mundão de Deus"! Organizadoras: Angelita Vargas Brazil eLilian Zieger Editora: ASSERS e Evangraf Valor: R$ 10,00 SUPERVISÃO PEDAGÓGICA: PRINCÍPIOS E PRÁTICAS

O livro apresenta princípios e práticas de supervisão pedagógica e traz autores de reconhecimento nesse campo. Seu objetivo é acrescentar perspectivas para o planejamento da função supervisora na escola, “num tempo de (re) construção de seu projeto pedagógico”. Organizadora: Mary Rangel Editora: Papirus Valor: R$ 26,50

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Retratando Poetas GESTOR EDUCACIONAL

QUISERA

Iara de Menezes Bandeira

Rosa Marlene de Souza e Silva Quisera ver o mundo De forma diferente. Quisera olhar a todos Sorrir e cantar alegremente. Quisera que todo ser Que se diz humano, Somente praticasse o bem, Olhasse o próximo, não importando a quem Com sentimentos sublimes do coração... Não com egoísmo, ódio, Ganância ou ambição! Quisera tanto que o bem superasse o mal. Que houvesse o desamor, o ódio, a ingratidão. Quisera que a luz do bem, da felicidade e do amor iluminasse todo e qualquer coração, principalmente daqueles que seguem por caminhos obscuros, tristes, perdidos na desilusão. Quisera tanto, ó meu Deus, que o mundo em que vivemos se tornasse melhor, onde imperasse a paz, o amor, a alegria, a solidariedade e a gratidão. Quisera tanto que nossos semelhantes Tivessem a sensibilidade E se deixassem tocar Pela suave magia da música alegre do amor... Pois só assim, teriam a capacidade de olhar o mundo com os olhos do coração e sentir o que é felicidade.

Buscar a excelência É o nosso desafio Gestão com liderança Pontas de um mesmo fio.

CAMINHANDO... Angelita Vargas Brazil Caminhando vejo... homens, mulheres, crianças, adolescentes. Faces cobertas, rostos intrigantes, olhares brilhantes. Vejo... Uma nuvem de gente, que caminha, que pensa, que sente.

Formar cidadãos conscientes, Críticos transformadores Pra mudar realidades Qualidade na aprendizagem. Com princípios democráticos E gestão com parceria Tudo tem prioridades Família, professores,comunidade. Partilhar é o que precisa Um verdadeiro líder ter Ousadia para inovar no Ambiente escolar E nunca se esquecer ... Muito amor se deve ter.

Vejo... Histórias estampadas Sonhos de fadas, Feitiços de bruxas. Vejo... Nos passos descompassados, Embora apressados, Nos olhos retratam, Tudo que vejo... Entrando nas almas, Como fadas em sonhos, Desvendando mistérios, Com feitiço de bruxa. Vejo... E tudo que vejo, Me mostra o mundo... No passar do instante, Através do olhar...

Poemas, sonhos e fantasias fazem parte do nosso dia- a- dia. Envie suas produções para este espaço Espaço Inovação - Revista Pedagógica - Ano 4 - n o 8, dezembro, 2007

MAPAS DA CIDADE Lilian Zieger Expressão de idéias, No registro da história, Que conta e canta, Verdades e mentiras... Caminhos que se cruzam, Ou estradas paralelas, Nos mapas da cidade, Retratando andanças, Lendas e canções. Burburim do mercado, Compra e venda de sonhos, No dia que se acende, Da cidade que acorda. Mapas da cidade, Linhas ocupadas, Vazios que se agigantam, Na solidão da história.

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