UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
O MOVIMENTO HIP HOP E A CULTURA AFRODESCENDENTE NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA: UMA PROPOSTA NA PERSPECTIVA DE MULTILETRAMENTOS
ILHÉUS - BA 2018
RAFAEL ANDRADE DOS SANTOS
O MOVIMENTO HIP HOP E A CULTURA AFRODESCENDENTE NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA: UMA PROPOSTA NA PERSPECTIVA DE MULTILETRAMENTOS
Projeto de Pesquisa em desenvolvimento para a disciplina LTA 579 - Trabalho de conclusão de curso I, ministrado pela Prof.ª Eliuse Sousa Silva, como método avaliativo para o IV crédito do curso de Letras, VI semestre, turma II, noturno Área
de
concentração:
Trabalho
de
conclusão de curso I. Orientadora: Frossard
ILHÉUS - BA 2018
Elaine
Cristina
Medeiros
Commented [E1]: ministrada
RESUMO A cultura é parte indissociável do aprendizado de uma língua e os adventos tecnológicos são ferramentas facilitadoras fundamentais para os indivíduos na era digital, desta maneira, conhecer culturas e dominar tecnologias digitais é essencial para o processo de aprendizagem de línguas e para uma profícua participação social. Deste modo, este projeto se objetiva em propor uma sequência didática que vise a inclusão cultural, digital e social do aprendiz de língua estrangeira, buscando isso, por meio do movimento hip hop e de suas representações na cultura afrodescendente para o ensino-aprendizagem de língua inglesa, diante a perspectiva dos multiletramentos. Salientamos que esta é uma pesquisa de cunho bibliográfico, que tem como base teórica os estudos de Souza (2009), Hall (2006), Freire (1999), Mendes (2015), Fanon (2008), Aragão e Borba (2013) dentre outros autores que contribuem para a compreensão do tema e para a elaboração desta proposta de ensino. Palavras-Chave: Multiletramentos.
Língua
Inglesa.
Cultura
Afrodescendente.
Hip
Hop.
Commented [E2]: a Commented [E3]: à Commented [E4]: Retirar a vírgula
Commented [E5]: É bom acrescentar mais uma frase ao resumo, dizendo que espera-se que esta pesquisa contribua para a conscientização acerca da necessidade de se trabalhar questões interculturais nas aulas de língua estrangeira.
SUMÁRIO
TEMA, PROBLEMA E HIPÓTESES..............................................................5 OBJETIVOS E JUSTIFICAVA.......................................................................6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.....................................................................8 METODOLOGIA..........................................................................................14 REFERÊNCIAS...........................................................................................16
Orientadora: Profª. Elaine Cristina Medeiros Frossard Orientando: Rafael Andrade dos Santos Projeto de Pesquisa 1. Tema O movimento hip hop e a cultura afrodescendente no ensino de Língua Inglesa: uma proposta na perspectiva de multiletramentos 2. Problema Como o movimento hip hop contribui para evidenciar as representações da cultura afrodescendente no ensino-aprendizagem de Língua Inglesa na perspectiva de multiletramentos? 3. Hipóteses Neste item, procuraremos apresentar as possíveis hipóteses da presente pesquisa, em torno do tema em questão, isto é, o movimento hip hop e a cultura afrodescendente no ensino de Língua Inglesa: uma proposta na perspectiva de multiletramentos. Na presente pesquisa, entendemos que o movimento hip hop se constitui como elemento essencial para a autoafirmação das identidades negras. Devido a sua projeção e relevância no cenário mundial, o movimento influenciou toda uma geração, de grande maioria negra, a reafirmarem suas identidades, se identificando com o movimento e o ressignificando. Similarmente o Brasil aderiu ao movimento e também o ressignificou. Além disso, observamos que os elementos constituintes do movimento hip hop (RAP, Grafite e o Breakdance) auxiliam, além do desenvolvimento da competência
linguística,
como
também
possibilitam
o
conhecimento
de
características culturais e sociais envoltas em especificidades da linguagem desses grupos, sendo então, em nosso posicionamento por um ensino intercultural, importantes para elaboração da proposta de ensino. Ademais, por meio do contexto de surgimento do movimento hip hop e dos seus ecos no Brasil, poderemos discorrer, na elaboração do material didático, sobre os acontecimentos políticos e históricos, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, e para além, sobre as reverberações desse movimento na contemporaneidade. 5
Commented [E6]: Retirar esta parte.
De outra forma, entendemos que o uso de tecnologias digitais e textos multimodais facilita o ensino de língua estrangeira ao se distanciar de um ensino tradicional e se pautar em um ensino mais próximo da realidade do estudante, tornando a aprendizagem da língua mais atraente para o educando. Colocamo-nos, então, em defesa do uso de tecnologias digitais e de gêneros multimodais para a proposta de composição do material de ensino que resultará esta pesquisa. Em suma, apresentamos neste item as hipóteses em torno da problematização da presente pesquisa, isto é, como o movimento hip hop contribui para evidenciar as representações da cultura afrodescendente no ensinoaprendizagem de Língua Inglesa na perspectiva de multiletramentos. Com isso, espera-se que tenham sido estabelecidas respostas provisórias à problematização do presente trabalho. 4. Objetivos 4.1 Geral Propor uma sequência didática baseada em uma perspectiva de multiletramentos para o ensino-aprendizagem de Língua Inglesa focada nas representações da cultura afrodescendente por intermédio do movimento hip hop 4.2 Específicos a) Dissertar
sobre
a
influência
do
movimento
hip
hop
para
a
autoafirmação das identidades negras b) Discutir a relevância do ensino de língua estrangeira baseado em uma perspectiva intercultural c) Argumentar sobre a importância do uso de tecnologias digitais e multimodalidade para o ensino-aprendizagem de língua estrangeira 5. Justificativa Nesta continuação, procuraremos apresentar as contribuições sociais e pedagógicas em torno do tema da presente pesquisa, isto é, o movimento hip hop e a cultura afrodescendente no ensino de Língua Inglesa: uma proposta na perspectiva de multiletramentos. Na presente pesquisa, ressaltamos a pertinência em evidenciar a cultura afrodescendente por intermédio do movimento hip hop no ensino-aprendizagem de 6
Língua Inglesa. Entendemos que debater esta temática é de suma importância para um ensino inclusivo em Língua Estrangeira, pois compreendemos que a cultura afrodescendente é negligenciada e marginalizada nas escolas, com maior ocorrência nas aulas de língua estrangeira, mesmo com a existência da Lei nº 11.645, de 10 março de 2008, que torna obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena nos estabelecimentos de ensino fundamental e ensino médio, públicos e privados. Além desta lei, salientamos também os dados estatísticos fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que estão inclusos no livro da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (PNAD), que foi realizada entre os anos de 2012 a 2016: “Em 2016, a população branca representava 44,2% da população residente, ao passo que 8,2% são pretas, e 46,7% são pardas”. (BRASIL, 2017, p.3) Desta forma, os afro-brasileiros representados por pardos e pretos somam 54,9% da população. Portanto, a partir desses dados informativos que mostram que a população afro-brasileira é soberana em números populacionais, observamos que a cultura e história desse povo são marginalizadas no âmbito escolar, defendendo então, a partir desses dados, um ensino voltado para a cultura e história afro-brasileira, como meio de inclusão social e cultural desta população. Do mesmo modo, as Orientações Curriculares do Ensino Médio versam sobre a importância de práticas de letramentos voltadas para a inclusão social dos indivíduos, visto que “[...] a lógica de uma proposta de ensino-aprendizagem que busque promover letramentos múltiplos pressupõe conceber a leitura e a escrita como ferramentas de empoderamento e inclusão social.” (BRASIL, 2006, p.87). Em vista disso, compreendemos que o ensino de Língua Estrangeira por meio dos gêneros do movimento hip hop contribui para a inclusão social de indivíduos antes marginalizados. Diante disso, entendemos que é relevante discutir sobre o surgimento do movimento hip hop e os seus ecos no Brasil, visto que esse movimento que foi iniciado no condado de Bronx (Estados Unidos) com protagonismo negro, surgindo como forma de expressão artística de povos oriundos das periferias e criou uma diversidade de gêneros como o RAP, o grafitti e o breakdance, que foram disseminados junto ao movimento e resultaram em uma influência direta na cultura
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afrodescendente mundial. Ademais, defendemos que aprender língua é também conhecer cultura(s) e que o aprendizado não deve estar ligado somente a apreensão de normas gramaticais. Para esclarecer sobre essa assertiva, trazemos o que cita Mendes (2015, p.1) “[...] ensinar e aprender uma língua é um processo muito mais amplo e complexo do que a simples transmissão e apreensão de estruturas formais e de regras de utilização dessas estruturas”. A pesquisadora Mendes (2015) ainda argumenta que o ensino de uma língua deve estar vinculado à cultura ou às culturas que a abrigam. Assim, nos posicionamos em prol de um ensino antirracista, que visa ao letramento crítico do educando, por intermédio de uma proposta didática que objetiva a inclusão cultural, social e digital dos indivíduos no ensino-aprendizagem, defendendo a presença da cultura afrodescendente e afro-brasileira nas aulas de Língua Inglesa e destacando a importância do uso das tecnologias digitais para a formação cidadã. Em síntese, apresentamos neste item os argumentos que justificam a colaboração da presente pesquisa em torno do tema em questão. Com isso, esperamos que esses argumentos, aqui delineados, possam ser devidamente compreendidos, em torno da contribuição desse trabalho de pesquisa para a área do ensino de Língua Inglesa. 6. Fundamentação teórica Neste seguimento, procuraremos apresentar os textos que vão dar sustentação à discussão teórica em torno do tema da presente pesquisa, isto é, o movimento hip hop e a cultura afrodescendente no ensino de Língua Inglesa: uma proposta na perspectiva de multiletramentos. Em vista disso, salientamos os ilustres autores que fazem parte do processo de conhecimento deste trabalho. Assim, buscaremos compreender a partir da tese de doutorado da autora Souza (2009), com título Letramentos de reexistência: culturas e identidades no movimento hip hop, a primeira meta da presente pesquisa, ou seja, dissertar sobre a influência do movimento hip hop para a autoafirmação das identidades negras. Para isto, cabe citar as motivações em torno do surgimento do movimento hip hop, que de acordo com Souza (2009), teve início entre as décadas de 60-70 na cidade de Nova
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Iorque nos Estados Unidos. Esse período foi marcado por constantes lutas do povo negro americano em prol da garantia de direitos civis, por meio de protestos, comícios e até enfrentamentos físicos. Neste viés, a estudiosa ainda discorre que: O forte racismo e as manifestações explícitas de preconceito e discriminação racial alimentaram a pauta de reivindicações por formulação de políticas públicas capazes de responder às necessidades específicas da população negra norte-americana [...]. (2009, p.66)
Desta maneira, o movimento hip hop surge envolto em diversas inquietações da comunidade negra americana, como forma de enfrentamento a essas adversidades impostas e de representação da cultura negra. Diante desta afirmativa, a pesquisadora Souza (2009) cita que não existe apenas uma história a respeito do movimento hip hop, que como um movimento cultural se transformou dado os contextos em que atingia, assumindo formas distintas e sendo ressignificado de maneiras diferentes pelo mundo. Portanto, este movimento cultural que ecoou no mundo, e da mesma forma no Brasil, foi muito popularizado a partir do seu surgimento no estado de São Paulo entre os anos de 1970-1980 e também teve o intuito de dar voz às reivindicações sociais do povo negro, durante um importante período histórico. Em torno disso, Souza (2009) defende que se torna fundamental situar a conjuntura singular em que ocorre o surgimento do movimento no Brasil, já que acontece após um período de quase vinte anos de ditadura, em uma fase de forte desemprego, hiperinflação e de transição política, onde se fez necessária à tomada das ruas pelas classes populares, e diante disso, as organizações e entidades coletivas buscavam meios de Commented [E7]: Ortografia: reivindicações
suas vozes serem ouvidas e suas reinvidicações serem atendidas. Em outro viés, evocamos o livro de Hall (2006), com o título, Identidade cultural na pós-modernidade, para discorrer sobre a primeira meta da presente pesquisa em outra perspectiva, visando estabelecer as concepções de identidades social e cultural. Neste sentido, Hall (2006) destaca que as mudanças sociais afetam o sujeito previamente vivido, tornando a sua identidade, que antes era unificada e estável, fragmentada, sendo composta de várias identidades que se interligam. Nesta perspectiva, argumenta que o processo de identificação do qual projetamos as identidades culturais, se tornou provisório, variável e problemático, sendo então, a identidade unificada uma fantasia.
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Desta maneira, a adesão do movimento hip hop pelos indivíduos que se identificaram com o movimento no Brasil serviu para que os negro(a)s brasileiro(a)s, além de reivindicarem seus direitos, também reafirmassem as suas identidades, reverberando junto ao movimento uma nova forma de representação através da cultura afro-brasileira. Desta forma, tomamos posição teórica no que tange às identidades sociais e a perspectiva dos sistemas de significação e representação cultural segundo Hall: A identidade torna-se uma "celebração móvel”: formada e transformada continuamente em relação às formas pelas quais somos representados [...] à medida que os sistemas de significação e representação cultural se multiplicam, somos confrontados por uma multiplicidade desconcertante e cambiante de identidades possíveis, com cada uma das quais poderíamos nos identificar. (2006, p.13)
Em consequência disto, entendemos que seja necessária uma educação intercultural, com a presença e participação dos estudantes de Língua Inglesa durante o processo de aprendizagem, possibilitando a (re)construção de suas identidades ao conhecer outra(s) cultura(s). Nesta perspectiva, visamos oferecer a estes aprendizes um ensino intercultural, por meio da cultura afrodescendente e das representações do movimento hip hop. Desta maneira, observamos que o professor de línguas não deve se sujeitar a um ensino engessado ao tradicional, mas sim, a um ensino corajoso que possibilite o contato com outras culturas, estimulando a capacidade crítica do educando enquanto estabelece práticas linguísticas contextualizadas. Assim como cita Freire (1999) no livro Educação como prática da liberdade: [...] por uma educação que, por ser educação, haveria de ser corajosa, propondo ao povo a reflexão sobre si mesmo, sobre seu tempo, sobre suas responsabilidades, sobre seu papel no novo clima cultural da época de transição. Uma educação, que lhe propiciasse a reflexão sobre seu próprio poder de refletir e que tivesse sua instrumentalidade, por isso mesmo, no desenvolvimento desse poder, na explicitação de suas potencialidades, de que decorreria sua capacidade de opção. (1999, p.56)
Por conseguinte, utilizaremos os pressupostos do texto, A ideia de cultura e sua atualidade para o ensino-aprendizagem de LE/L2 (MENDES, 2015), baseado no qual falaremos de cultura no ensino de línguas e buscaremos estabelecer discussões teóricas em torno da segunda meta da presente pesquisa, ou seja, a relevância do ensino de língua estrangeira baseado em uma perspectiva 10
intercultural. Desta forma, damos foco à concepção de cultura que, de acordo com Mendes (2015), é definida como a completude de características de um determinado grupo social. A cultura de um grupo ou classe é a representação de uma maneira de vida única, que inclui significados e valores distintos e os consequentes reflexos nas instituições, relações, sistemas, tradições e crenças sociais. Em consequência, ao compreender o hip hop como um movimento cultural, não só entendemos aquilo que antes era estranho (cultura do outro), mas nos aproximamos do que parecia distante. Neste viés, de acordo com Mendes (2015, p.9) sobre a cultura do outro “[...] quando se compreende a cultura do outro, o que antes era opacidade se transforma em entendimento; o que era ‘estranho’ passa a ser compreensível”. Assim, o processo de aprendizagem é facilitado quando se entende que língua é cultura, e, portanto, que aprender uma língua é mergulhar na cultura em que ela habita. Desse modo, a cultura neste viés, nos ajuda a reconhecer a função do professor de línguas estrangeiras em torno de um ensino intercultural, e ao aprendiz de língua estrangeira, possibilita um conhecimento além do conhecimento linguístico, tal como, que o aprendiz de LE possa viver e dialogar com outra(s) cultura(s). Neste contexto, de acordo com a autora: [...] dissociar a língua da vida, do que as pessoas fazem e pensam de toda a dimensão cultural e histórica que as abriga é torna-la sem vida, sem sentido, sem função. Por isso importa para o professor compreender a cultura em sua dimensão simbólica, história e complexa, sempre atravessada pela mudança e pelo movimento e contato com outras línguas e culturas. (MENDES, 2015, p.10)
Nesta perspectiva, damos ênfase ao texto Letramento crítico e ensino intercultural: um diálogo possível, de autoria de Santos (2016), para dar prosseguimento à discussão da segunda meta desta pesquisa, ou seja, a necessidade de novas práticas em torno de um ensino intercultural. Diante disso, cita a autora sobre a intenção de elaborar novas práticas de ensino (2016, p.43) “a intenção não é que a escola descarte o conteúdo disciplinar, mas sim valorizar um saber relacional, no qual as experiências multidisciplinares e transversais sejam valorizadas”. Em vista disso, é necessário que ocorram mudanças no ensino de línguas, já que, são exigidas novas práticas na sociedade contemporânea e se faz necessário o letramento crítico do educando, ou seja, um ensino voltado a práticas 11
Commented [E8]: Acrescentar às referências. Não encontrei.
sociais contextualizadas. Por conseguinte, Santos (2016) destaca a importância de um ensino em
Commented [E9]: Não vi nas referências.
que o aprendizado e o conhecimento da cultura são partes essenciais para uma educação com práticas contextualizadas e transformadoras, desta forma, a pesquisadora salienta que a cultura está conectada a um sistema social, ligada, então, à prática ativa do estado de espírito, sendo definida como os costumes, comportamento e modo de viver de um povo. De outra forma, trazemos ao foco desta discussão sobre cultura e linguagem o livro do estudioso Fanon (2008), Pele negra máscaras brancas, no qual destacamos o que o autor disserta sobre a relação entre cultura e linguagem. Para Fanon (2008, p.33), “Falar é estar em condições de empregar certa sintaxe, possuir a morfologia de tal ou qual língua, mas é sobretudo assumir uma cultura, suportar o peso de uma civilização”. Deste modo, para o autor (2008), quem possui a linguagem tem, em contrapartida, o mundo que essa linguagem se manifesta e suas especificidades, desta forma, há na posse da linguagem uma extraordinária potência. De outra forma, para discorrer sobre a terceira meta do presente trabalho, ou seja, argumentar sobre a importância do uso de tecnologias digitais e
Commented [E10]: Você já utilizou ‘de outra forma’ no parágrafo anterior. Não precisa iniciar com nenhum conectivo aqui. Ao dizer que vai falar sobre a terceira meta, você já situa o leitor e mostra que mudou de assunto.
multimodalidade para o ensino-aprendizagem de língua estrangeira antes daremos
Commented [E11]: Não vejo necessidade desse ‘antes’
destaque ao texto da autora Soares (1999), Letramento: um tema em três gêneros,
Commented [E12]: Substituir por ‘de’
para conceituar alfabetização e letramento. Neste viés, segundo a autora (1999, p.18), alfabetização é “[...] o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever”. Nesta continuação, para a pesquisadora, letramento é “o estado ou a condição que adquire um grupo social ou indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita”. (1999, p.18). Desta forma, de acordo com os conceitos anteriormente levantados, o sujeito alfabetizado decodifica as letras e tem domínio da escrita. De outra forma, o sujeito letrado se utiliza das práticas da leitura e da escrita para se adequar e atender às demandas sociais. Em consequência, tomamos posição teórica no que tange a concepção de multiletramento(s), segundo o texto dos autores Aragão e Borba (2012) Multiletramentos: novos desafios e práticas de linguagem na formação de professores de inglês, definindo multiletramento como um estado ou condição que assume aquele que faz uso da leitura e da escrita, nos suportes impressos e digitais,
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e neste viés, levando em consideração a diversidade dos usos da linguagem na construção de sentidos. Desta maneira, segundo os autores (ARAGÃO; BORBA, 2012), a inclusão e a cidadania são parte do desenvolvimento de habilidades que visem à formação de integrantes sociais ativos, com consciência crítica da heterogeneidade, diversidade sociocultural e linguística, além da permanente necessidade de uma formação para o letramento digital, diante dos crescentes avanços destas tecnologias. Em consequência disso, observamos que um ensino por meio da perspectiva dos multiletramentos é de grande importância quando visa capacitar adequadamente os aprendizes de Línguas Estrangeiras para lidar com as novas linguagens e tecnologias da contemporaneidade, para que estes, não só estejam inseridos nessas demandas sociais, mas também possam interferir criticamente diante dessas realidades, desenvolvendo a partir dessas práticas uma postura crítica diante do mundo. Por fim, apresentamos neste item, os textos teóricos que vão sustentar o presente trabalho em torno do tema de pesquisa em questão. Com isso, esperamos que os textos teóricos do presente projeto, delineados aqui, possam ser devidamente compreendidos para posterior aplicação desse trabalho de pesquisa na área do ensino de Língua Inglesa. 7. Procedimentos metodológicos No presente item, procuraremos adotar uma metodologia para o ensino de língua estrangeira, em torno da temática o movimento hip hop e a cultura afrodescendente no ensino de Língua Inglesa: uma proposta na perspectiva de multiletramentos, a fim de estabelecer caminhos satisfatórios para a posterior aplicação deste projeto de pesquisa para a área do ensino de Língua Inglesa. Desta forma, assumimos a pesquisa bibliográfica como um dos métodos a serem utilizados, já que neste viés, essa pesquisa se utiliza de textos teóricos a fins que concretizam os conteúdos levantados na presente pesquisa, neste sentido para maiores esclarecimentos ao leitor sobre a pesquisa bibliográfica, trazemos o que cita Gil (2008, p.44) “[...] a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Desta maneira, o presente trabalho tratará de uma pesquisa exploratória, 13
de cunho bibliográfico e caráter qualitativo. Em vista disso, o mesmo autor ainda cita a importância da pesquisa de cunho bibliográfico: A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. Essa vantagem torna-se particularmente importante quando o problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço. (GIL, 2008, p.45)
Ademais, tratando-se de uma pesquisa de caráter qualitativo, cabe esclarecer acerca da sua finalidade. A pesquisa qualitativa de acordo com Minayo (2002, p.21), “[...] se preocupa, nas ciências sociais com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha o universo dos significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações”. Assim, pretendemos desenvolver uma sequencia didática para o ensino de língua estrangeira e entendemos que esta é uma criação metódica que não pode ser quantificada, e para isso cabe citar o que disserta sobre o assunto Almeida (2013, p.13) no trabalho intitulado Codificar conteúdos, processo, e reflexão formadora do material didático para ensino e aprendizagem de línguas. Isto posto, para o autor “[...] produzir um material de ensino equivale metaforicamente a escrever uma partitura para ser interpretada em execuções na materialidade da aula e suas extensões”. Em vista disso, o processo metodológico de desenvolvimento deste material busca propiciar uma interpretação que seja prática e fluida para que o professor possa desempenhar a plena atividade de construção e difusão do conhecimento. Por conseguinte, assim como escrever uma partitura, Almeida (2013, p. 13) afirma que “escrever material didático implica em ações premeditadas ao redor de conteúdos previstos [...] sendo este, o cerne da produção de um material didático”. Diante dessa afirmativa, tratemos adiante da metodologia para o alcance das metas estabelecidas neste projeto de pesquisa. Deste modo, dissertaremos sobre a primeira meta, isto é, a influência do movimento hip hop para a autoafirmação das identidades negras, também por intermédio de artigos e livros científicos que debatam a temática em torno das identidades negras e sociais, utilizando-nos desses conceitos e concepções para estabelecer conexões entre língua e cultura, na posterior composição do material 14
didático. Da mesma maneira, investigaremos a segunda meta, ou seja, discutir a relevância do ensino de língua estrangeira baseado em uma perspectiva intercultural, por meio de um estudo bibliográfico de obras que perfazem o estudo da temática, utilizando-nos desses conceitos para posterior composição da sequência didática. Diante disso, buscaremos argumentos em pesquisas científicas sobre a importância do uso de tecnologias digitais e multimodalidade para o ensinoaprendizagem de língua estrangeira, e seguidamente utilizaremos tecnologias digitais trabalhando-as em uma perspectiva de multiletramentos na posterior composição da sequência didática. Para tanto, este projeto de pesquisa prevê-se as seguintes etapas: a) Pesquisa, levantamento bibliográfico e fichamento de livros e artigos para a ampliação da fundamentação teórica. b) Seleção dos materiais (livros e artigos fichados) e dos principais conceitos dos mesmos que serão de fato usados na fundamentação teórica. c) Após os processos citados acima, será feita a elaboração da proposta de ensino e a escrita do TCC II. d) Possíveis correções e finalização do TCC II que serão avaliados pelos orientadores. CRONOGRAMA ATIVIDADE
MÊS 1
Levantamento bibliográfico
X
Leitura e fichamento
X
Seleção do material Escrita do TCC II
MÊS 2
MÊS 3
MÊS 4
X
X
MÊS 5
X X
Possíveis correções e ajustes
X
Finalização do TCC II
X
Em conclusão, apresentamos os procedimentos metodológicos que vão
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sustentar o presente trabalho em torno do tema em questão. Desta maneira, esperamos que os procedimentos descritos e argumentos para a metodologia do desta pesquisa sejam compreendidos, pensando na sua posterior sua aplicação na área do ensino de Língua Inglesa. 8. Referências bibliográficas: ALMEIDA, José Carlos Paes. In: Materiais didáticos para o ensino de língua estrangeira: processos de criação e contextos de uso. Codificar conteúdos, processo, e reflexão formadora no material didático para o ensino aprendizagem de línguas. São Paulo: Mercado de Letras, 2013, 1 v. ARAGÃO; BORBA. Multiletramentos: novos desafios e práticas de linguagem na formação de professores de inglês. Cuiabá, MG, n.25, p.223-240, 2012. BRASIL, IBGE. PNAD, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 2017. Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 15 set. 2018.
Commented [E13]: A referência não está correta. Primeiro, logo após o nome do autor do capítulo, vem o título do capítulo; depois, coloca-se In e insere-se o sobrenome do autor ou autores do livro e o nome do livro com o restante da referência. Verifique como fazer referência de capítulo de livro no link abaixo: http://www.leffa.pro.br/textos/abnt.htm Commented [E14]: Falta o nome do periódico – acho que é Polifonia - verifique. Verifique como fazer referência de artigo de periódico. O nome do periódico é que fica em itálico. Verifique em: http://www.leffa.pro.br/textos/abnt.htm
BRASIL. Lei nº 11.645 de 10 março de 2008 – Institui as diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena. BRASIL. Orientações Curriculares para o Ensino Médio: linguagens, códigos e suas tecnologias. Língua Estrangeira. Secretaria de Educação Básica. Brasília: Ministério da Educação, 2006. FANON, Frantz. Pele negra máscaras brancas. Trad. Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA, 2008. FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 23ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999. GIL, Antônio. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. Rio de Janeiro: Editora Atlas S.A, 2008. HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Trad. Tomaz Tadeu da Silva, Guaracira Lopes Louro. 11. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006. MENDES, Edleise. A ideia de cultura e sua atualidade para o ensino-aprendizagem de LE/L2. In: EntreLínguas. Araraquara, São Paulo, n.2, p.203-221, 2015. MINAYO, Maria Cecília. Teoria, método e criatividade. 21. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2002. SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. São Paulo: Autêntica 1999. SOUZA, Ana Lúcia Silva. Letramentos de reexistência: culturas e identidades no movimento hip hop. 2009. 206 f. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada) – Unicamp, São Paulo, 2009. 16
Commented [E15]: 23. ed