Escola Secundária de Bocage Curso de Técnicos de Apoio à Infância Turma I do 10º ano Disciplina: Psicologia Professor/a: Rosa Duarte Aluno: Fábio Machuqueiro & Iolanda
Título do trabalho A Aprendizagem pela acção: como as crianças constroem o conhecimento
1 de Dezembro de 2008 Ano lectivo 2008/2008
Actividade 1. O que acontece quando um grupo de 3 crianças, ou até mesmo mais, fazem uma construção é uma aprendizagem continua e de várias formas. Se uma criança estiver num local apropriado ela vai
aprender
de
uma
forma
activa
utilizando a aprendizagem pela acção. Tudo o que toca, tudo o que mexe, tudo aquilo que pode fazer com os materiais que os adultos metem à sua disposição vai servir para aprender. Por exemplo se uma criança estiver a fazer uma construção ela vai usar a sua curiosidade e observação para conseguir obter as mais variadas formas. Desmonta e volta a montar vezes sem conta. Quando consegue acabar uma montagem, pensa que não é bem aquilo que queria, apesar de ser. Apenas uma desculpa para voltar a usar a imaginação e voltar a fazer as suas montagens. Já no caso de uma pintura, a sua imaginação difere sempre daquilo que nós consideramos o ideal. Ela pinta com imaginação e com a sua própria visão. Se um risco for um avião, então é um avião. Todas estas actividades despertam o interesse nas crianças em saber a opinião dos adultos. Perguntam “É assim?” “ Gostas?” ou até “Está bonito?” A opinião do adulto e a curiosidade delas faz com que exista uma certa forma de conversar e dialogar numa forma de expressão muito própria para que possam entender e aprender com o que dizemos.
Actividade 2 1
Um dos melhores exemplos, onde a criança testa e até chega a pôr à prova as suas ideias é o desenho ou a técnica de pintura. Quando uma criança pinta, ela utiliza a sua visão de ver as coisas e o mundo. Aos nossos olhos saem as mais diversas formas que não demonstram o que lhes pedimos ou propomos fazer. Se dissermos para desenhar uma casa, ela vai desenhá-la como a vê, mesmo que sejam riscos, traços, ou até pontos e linhas abstractas. A plasticina é outro bom exemplo porque as crianças brincam com ela mas utilizam a sua lógica de observação para fazer o que pensam estar correcto. Fazer um animal, um carro ou até a tradicional “Pizza” ( Bater na plasticina até ficar espalmada) para elas é simples porque utilizam uma lógica única das crianças. O que não pode acontecer é utilizarmos a nossa lógica adulta para apagarmos a lógica de uma criança dizendo que o objecto, desenho ou pintura não está bem feito. A sua acção, nestes termos, está sempre correcta porque ela vê o mundo de forma diferente. Actividade 3 De acordo com a actividade, uma criança dá as mais diversas formas aos materiais referidos. Elas brincam com o seu imaginário de forma a obter aquilo com que querem brincar. O normal às vezes é até nem sair nada de concreto. Elas brincam com estes materiais porque gostam de tocar. Por exemplo no caso da massa que é parecida à plasticina, as crianças ao início têm a curiosidade de saber que tipo de material é aquele, porque
difere
da
própria
plasticina.
Depois
de
apalparem, de sentirem, tocarem, amassarem ou até mesmo rejeitar a ideia de brincar com um bocado de massa, elas entram então no seu imaginário e começam a fazer as mais variadas formas. 2
Mas um bom exemplo, são também os puzzles didácticos. Ao dizermos para uma criança fazer um puzzle que esteja de acordo com as suas idades, ela vai colocar as peças no local que pensa ser correcto. Se a peça do puzzle não encaixa, existe a tendência de “martelar” a peça para fazê-la encaixar no local. A criança com a sua curiosidade vai desmontando e tentando montar, mas a verdade é que ela encontra a sua própria solução para completar o puzzle. O nosso papel é incentivar e tentar fazer percebê-la que a peça não pertence naquele local de maneira a que comece a perceber a montar o puzzle. Da próxima vez que tentar montar o mesmo puzzle, o seu sentido de observação que já foi utilizado da última vez, vai associar-se à sua lógica infantil e assim vai começando a montar o puzzle da forma correcta, até já não ser preciso ajuda. Actividade 4 Não só o exemplo do Lego, mas também puzzles didáticos, plasticinas, pinturas ou até brincadeiras entre colegas. Ao fazer uma construção com legos ou ao montar um puzzle, a criança vai repetindo vezes sem conta as montagens, até conseguir finalmente acabar o que está a fazer. O facto é que o adulto ao intervir, vai ensinar a criança a montar
e
a
fazer
melhor
e
ela
consequentemente vai aprendendo pela repetição da mesma experiencia vezes sem conta. Vejamos o exemplo da pintura. Quando pedimos, para uma criança para desenhar a familia, por exemplo, ela desenha-a como a vê. Ao ensinarmos que uma pessoa é desenhada com certos traços de maneira a assumir a forma de uma pessoa com braços, pernas etc. a criança vai desenhando e com a sua inteligencia, capacidade, curiosidade e observação aos poucos vai desenhando cada vez melhor. Se na primeira vez faz o pai em folha de papel, na segunda já pinta também a mãe. Se a incentivarmos dizendo “ Então não desenhas mais nada? Um sol? Ou umas nuvens?” , ela automaticamente, como por um insticto natural, vai completar ainda mais o 3
desenho, como que se apercebendo que aquele incentivo é mesmo a insinuar que ela é capaz de fazer mais e ainda melhor. Uma criança começa por desenhar da maneira que pensa e acaba a desenhar da mesma maneira, só que com uma pequena diferença, aprendeu a desenhar , errando nas primeiras pinturas por só saber fazer riscos e traços. A errar é que se aprende e com a criança não é diferente. As brincadeiras entre colegas torna-se mais dificil de explicar, mas acaba por ser da mesma forma que aprende. Se uma criança bate noutra, num infantário, ela percebe que um castigo ou apenas um olhar significa que não o pode fazer. Logo ela aprende que não pode proceder daquela forma e pagou pelo seu erro com o castigo. Da próxima vez, já não o fará. Actividade 5 O papel de um adulto é ser criança. Como diz o exemplo, nós somos os companheiros lúdicos das crianças.Brincamos com elas nunca retirando-lhes o seu espaço de manobra, a sua imaginação e a sua curiosidade.
Explicamos,
intervimos,
avisamos,
brincamos e ensinamos de modo a que ela possa crescer e aprender ao mesmo tempo. Sempre que uma criança estiver errada, nós, como adultos que somos e donos de um sentido lógico completamente diferente, nunca diremos bruscamente que está errada. A melhor maneira é ajudá-la a perceber onde errou. Deixar que seja ela a descobrir, sempre com a observação a incidir sobre ela, de forma a perceber se está a ir pelo caminho certo ou errado. A lógica de uma criança é diferente da de um adulto mas a sua inteligencia é igual, não estando ainda “solta” se assim se pode dizer. Nós só temos de segui-las ajudando, sempre com a noção de que é preciso saber e explicar o que está certo e errado. 4
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