Psicofarmaco.docx

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE PSICOLOGIA

TRABALHO DE PSICOFARMACOLOGIA CASO CLÍNICO DE THB

RIO DE JANEIRO Novembro/2018

SUELEN LIMA DE MATOS – 201307318444

TRABALHO DE PSICOFARMACOLOGIA CASO CLÍNICO DE THB

Trabalho apresentado ao curso de Psicologia da Universidade Estácio de Sá, para a disciplina Psicofarmacologia. Prof. º: Daniele Pedrosa

RIO DE JANEIRO Novembro/2018

SUMÁRIO

1. Introdução ................................................................................................. 4 2. Caso clinico de THB ................................................................................. 5 3. Proposta de algoritmo ............................................................................... 6 4. Proposta de abordagem psicoterápica ..................................................... 8 5. Considerações Finais ............................................................................. 10 6. Referências............................................................................................. 11

4 1. INTRODUÇÃO Neste trabalho será apresentado um resumo do caso clinico “3.9 Ansiedade” retirado do livro “Casos Clínicos do DSM-5”. Em seguida será apresentado uma proposta de algoritmo e de abordagem psicoterápica para tratamento.

5 2. CASO 3.9 - ANSIEDADE

Este caso clinico trata-se de uma organizadora de eventos de 58 anos. Buscou ajuda psiquiatra para tratar ansiedade. Na consulta explicou que seus sintomas depressivos haviam começado há dois anos quando se divorciou do seu quarto marido. Ela descreveu humor baixo, preocupação incapacitante com o futuro e má concentração. Além desses sintomas apresentava diminuição da energia, hipersônia com interrupção do sono, ideação suicida passiva e aumento do apetite por carboidratos. (HOLLY A. Swartz, 2015). O médico receitou 0,25 mg de alprazolam. Essa medicação diminuiu a preocupação, mas surtiu pouco efeito sobre seu humor. Seu médico então receitou 50mg de sertralina por dia. Durante dois meses seu sono melhorou e os pensamentos suicidas pararam. (HOLLY A. Swartz, 2015). Porém, ela ficou mais ansiosa, irritável, agitada e enérgica, e percebeu que seus pensamentos se moviam rapidamente. Não apresentava impulsividade e sintomas psicóticos. (HOLLY A. Swartz, 2015). Ela

apresenta histórico

de episódios

depressivos anteriores

semelhantes com duração de vários meses, mas não tratados. Também descreveram que havia apresentado em varios períodos de sua vida humor elevado, pensamentos rápidos e aumento de energia. (HOLLY A. Swartz, 2015). Como organizadora de festa ela escondia de seus clientes as oscilações de humor, tirando vantagem de seus estados de humor elevado para projetar uma imagem cheia de energia, mas depois se retraia, evitando trabalhar quando o seu humor estava baixo. (HOLLY A. Swartz, 2015). Portanto, seu diagnostico é de transtorno bipolar e transtorno relacionado especifico.

6 3. PROPOSTA DE ALGORITMO

O objetivo do tratamento do THB convencional é a estabilização aguda buscando a recuperação sindrômica do paciente com mania ou depressão e também identificar fatores desestabilizadores. Na manutenção o objetivo é prevenir recaídas, reduzir sintomas subliminares e recuperar o funcionamento social e ocupacional. O algoritmo para tratamento do THB consiste em primeiro lugar: 

Avaliar riscos, funcionamento e capacidade de adesão ao tratamento.



Realizar exames físico e laboratorial.



Avaliar a terapia atual.

No segundo passo utilização de medicamentos de primeira linha: 

LAM

Adicionar ou trocar por LIT ou QUE



LIT

Adicionar ISRS, BUP ou adicionar/trocar por

LAM ou QUE 

QUE

Adicionar ISRS, LIT ou LAM ou trocar por LIT,

LAM ou OLZ+ISRS 

OLZ+ISRS

Trocar para QUE+ISRS, LIT+ISRS/BUP ou

LAM 

LIT ou AV+ISRS/BUP

Trocar para QUE, QUE+ISRS,

LIT=ISRS/BUP ou LAM. 

LIT+AV

Adicionar ISRS/BUP ou trocar LIT ou AV para

LAM ou QUE. No terceiro passo associar ou trocar um ou ambos medicamentos por agentes de segunda linha ou outros agentes de primeira linha. No quarto passo associação ou troca utilizando medicamentos de terceira linha ou agentes novos/experimentais. Considerar ECT.

7 No caso clinico apresentado, temos episódios com características mistas. No tratamento desses pacientes a olanzapina e risperidona tem apresentado eficácia no tratamento. Estudos também sugerem que o lítio não tem apresentado eficácia no tratamento com características mistas, enquanto o AVP parece ser igualmente eficaz na mania pura ou na com características mistas.

8 4. PROPOSTA TERAPEUTICA

O papel da Terapia comportamental cognitiva (TCC) no tratamento possui enorme potencial e tem o objetivo de educar pacientes e seus familiares e amigos sobre o transtorno bipolar, seu tratamento e dificuldades associadas à doença; ajudar o paciente a ter um papel mais ativo no seu tratamento; ensinar métodos de monitoração da ocorrência, gravidade e curso dos sintomas maníaco-depressivos; facilitar a cooperação com o tratamento; oferecer técnicas não farmacológicas para lidar com pensamentos, emoções e comportamentos problemáticos; ajudar a controlar sintomas leves sem necessidade de modificar medicação; ajudar a enfrentar fatores de estresse que podem interferir no tratamento ou precipitar episódios de mania ou depressão; estimular o aceitar a doença; diminuir trauma e estigma associados; aumentar o efeito protetor da família; ensinar habilidades para lidar com problemas, sintomas e dificuldades. Há diferenças com a psicoterapia tradicional, pois os pacientes em geral não estão na fase aguda da doença. Durante a mania, é muito difícil fazer terapia. A TCC tem uma forma mais didática, algumas técnicas somente são ensinadas e a agenda de cada sessão pode ser ou não determinada por um protocolo. De modo algum se exclui a terapia tradicional. A TCC para o portador de TB possui sempre algumas fases. Por ser um transtorno crônico, o elemento educacional é importante, para que a cooperação fique mais fácil. Estimula-se o paciente a perguntar sobre seu transtorno, causas e tratamento. Como em toda terapia cognitiva, o modelo cognitivo é apresentado e se ensina a pessoa a identificar e a analisar as mudanças cognitivas que ocorrem na depressão e mania, seus pensamentos automáticos e as distorções do pensamento. Os problemas psicossociais e interpessoais são discutidos e são ensinadas técnicas para que sejam melhor manejados. Por exemplo: solução de problemas e treino de habilidades sociais.2 Para criar a aliança terapêutica e a participação ativa do cliente no tratamento é importante compartilhar a filosofia ou racional que está na base do tratamento instituído, solicitar opinião sobre o tratamento, discutir preocupações sobre o mesmo, negociar planos terapêuticos e instituir o tratamento preferido pelo

9 paciente. Elemento importante da aliança terapêutica é a atenção à família. Deve-se, com ela, discutir sintomas, formas de tratamento e o que esperar do futuro. É importante lembrar que a família precisa também lidar com dor e sofrimento e é necessário criar o clima propício a isso. Olhar sempre as crianças pequenas, que num momento de crise podem ser esquecidas, e geralmente estão muito assustadas ou até negligenciadas. Sempre discutir com o paciente quem ele quer envolver no tratamento. Isto facilitará muito, no futuro, conduzir uma eventual internação, ou administrar com quem deverá ficar cartão de crédito, talão de cheques e outros detalhes importantes. Descobrir-se portador de um transtorno crônico pode ter diversos significado para a pessoa.

10 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Transtorno bipolar (TB) possui forte componente biológico e sua principal forma de tratamento é com medicamentos estabilizadores do humor. Entretanto, o papel da psicoterapia para o seu tratamento é enorme e com potencial ainda pouco explorado. Estamos diante de uma doença crônica, que necessita de acompanhamento e controle por toda a vida. Assim, cooperação é importante e para isto a terapia pode ajudar

11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CORDIOLI, Aristides Volpato et al. Psicofármacos: consulta rápida. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015..

Juruena MF. Terapia cognitiva: abordagem para o transtorno afetivo bipolar. Rev Psiquiatr Clín (São Paulo). 2001;28(6):322-30

BARNHILL, John W. Casos clínicos do DSM-5. Rio Grande do Sul- UFRGS. Artmed. 2015

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