Introdução O que dizer quando nos deparamos com alunos do sétimo ano do ensino médio com sérias dificuldades para ler e escrever? Foi esta triste realidade que encontramos na E.E Professora Maria Aparecida de Castro Masiero e nosso trabalho desenvolveu-se sob a necessidade de alunos, que já tão jovens são obrigados a carregar o peso de uma política educacional de aparências e não de conteúdo. Avaliação E.E Professora Maria Aparecida de Castro Masiero, sala 07, corredor 01, este foi o local escolhido pela diretora da escola, Sr.ª Denise para a efetivação do Projeto “Oportunidade”. O Projeto surgiu de uma necessidade apontada pela Direção e Coordenação de auxiliar alunos com grandes deficiências de aprendizado, sobre tudo no que dizia respeito à dificuldade de realizar tarefas simples. Observou-se que a grande maioria não conseguia entender as atividades propostas, e sem acompanhar o grupo, acabavam por não realizar suas tarefas. Identificado o problema a direção disponibilizou material escolar, uma vez que muitos alunos não tinham nem mesmo o básico, e selecionaram os melhores alunos do período da manhã como voluntários para acompanhar individualmente os alunos, contando com o nosso apoio para a compreensão das matérias. Em dias alternados, de acordo com suas respectivas séries (alunos de 5º, 6º e 7º série), os alunos se dirigiam às salas do Projeto. Muitos, estimulados por seus pais e professores conseguiam enxergar uma possibilidade de melhorias, outros o faziam por imposição e uma minoria se negava a deixar sua sala para receber auxílio dos voluntários. Aos poucos, a grande maioria abraçou a proposta e percebeu a importância de melhorar seu desempenho para acompanhar o grupo. O Projeto “Oportunidade” seguiu de Setembro ao início de Novembro, ao final de cada mês realizávamos, inclusive a pedido da direção, que cuidou pessoalmente do desenvolvimento do Projeto e reteve em suas mãos todo o material produzido pelos alunos alegando que uma vez que se trata de documentos de uma atividade desenvolvida dentro da escola, com alunos menores de idade, sob sua direção, nada poderia sair das dependências do local e a nossa participação seria notificada por meio de uma declaração emitida em 03/12/2008. Todos os participantes do grupo auxiliaram na elaboração do trabalho, mas uma integrante, a aluna Mariselma Rodrigues Desidério, que no período esta afastada de seu trabalho por problemas de saúde, acompanhou durante dois meses o desenvolvimento do Projeto. De acordo com seus relatos, os exercícios seguiam realmente do processo de alfabetização, uma vez que os alunos eram analfabetos secundários. Frases simples, ditados e sobre tudo a efetivação de atividades propostas pelos professores em sala eram
trabalhada em parceria entre alunos, voluntários e estagiários da escola, sempre com o acompanhamento da Coordenação e da Direção. Dentre aos resultados observados, levantamos entre os Inspetores de alunos que o índice de atos violentos teve uma redução muito significativa, uma vez que sob um acompanhamento individual, os alunos do projeto que tinham um histórico de brigas e vandalismo, acabaram por se comportar melhor também durante as aulas e o intervalo. A realidade encontrada foi ao encontro das estimativas atuais que nos revelam que grande parte das crianças não tem um acompanhamento educacional rígido, seja opor parte de seus pais ou responsáveis ou até mesmo dos próprios professores, que entre dezenas de alunos com progressão continuada não conseguem suprir a necessidades daqueles que tem mais dificuldade em acompanhar o grupo. Mediante a dificuldade de citar todos os casos, elegemos um caso crítico. Um pequeno garoto de 12 anos, magro, pálido que trazia em seu rosto o sofrimento de quem tinha dificuldade para escrever o próprio nome com letras legíveis. Seu nome é “Wilson”, suas roupas sujas e rasgadas destacavam-se entre o grupo uniformizado. Um aluno respeitado pelos demais, não por sua inteligência, mas por sua violência e agressividade. Sempre aos berros, o aluno distribuía ofensas e praticava freqüentes atos de vandalismo o passo que se negava a realizar as tarefas em casa. O que ninguém levava em conta era a grande dificuldade que possuía para realizar tarefas simples, até mesmo as aulas de arte eram difíceis para ele. Problemas, provavelmente ocasionados por dificuldades locomotoras que deveriam ter sido sanadas ao início de sua vida acadêmica, mas que foi passando, despercebido ou até mesmo ignorados por todos, que viam nele apenar um menino “mal educado”. Mas, aquele garoto que de início corria na sala e se negava a fazer os exercícios, em duas semanas revelou ser nada além de mais uma criança carente, criada sem os pais, moradora de uma favela próxima da escola, a “Favela Master” ,que sentiu naquele projeto a oportunidade de receber uma ajuda que nunca teve . Suas palavras, soltas em suas redações, ainda não tinham o sentido de uma dissertação, suas palavras ainda eram ríspidas e cercadas de gírias, mas sua vontade por aprender nos admira ao relar que ele apontava na porta e perguntava se podia ficar no Projeto, mesmo fora dos dias da sua turma.
Conclusão
E notório afirmar que sem uma grande mobilização em prol da capacidade de desenvolvimento de nossas crianças e sem a motivação necessária, continuaremos tendo casos de mau desempenho no campo educacional e nunca chegaremos ao nosso objetivo, à formação de alunos reflexivos,
aptos para a vida em sociedade e com possibilidades de construir um futuro mais digno e de qualidade. Assim ficamos na expectativa de novos Projetos, já traçados pela direção da escola, para melhorar a convivência no ambiente estudantil e melhora o desempenho dos alunos.