Profissoes Da Psicologia

  • April 2020
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Pedro Alexandre Silva Santos

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Nº 19

. Profissões da Psicologia .Psicologia Educacional .Psicologia do Trabalho .Psicologia Criminal .Psicologia Clínica .Psicologia Profissional .Psicologia Desportiva

1.Psicologia Educacional

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Psicologia educacional ou psicologia escolar é o ramo da psicologia que estuda o processo de ensino/aprendizagem em diversas vertentes: os mecanismos de aprendizagem nas crianças e adultos (o que está estreitamente relacionado com a psicologia do desenvolvimento); a eficiência e eficácia das tácticas e estratégias educacionais; bem como o estudo do funcionamento da própria instituição escolar enquanto organização (onde se cruza com a psicologia social). Os psicólogos educacionais desenvolvem o seu trabalho em conjunto com os educadores de forma a tornar o processo de aprendizagem mais efectivo e significativo para o educando, principalmente no que diz respeito à motivação e às dificuldades de aprendizagem. Focam a sua acção não apenas nas necessidades da criança na escola como, também, noutras áreas onde as experiências escolares têm impacto. Alguns psicólogos escolares centram o seu trabalho no desenvolvimento das capacidades e necessidades das crianças com dificuldades de aprendizagem, como no caso da Desordem por défice de atenção com hiperactividade, problemas emocionais ou problemas comportamentais. O psicopedagogo pode actuar em diversas áreas, de forma preventiva e terapêutica, para compreender os processos de desenvolvimento e das aprendizagens humanas, recorrendo a várias estratégias objectivando se ocupar dos problemas que podem surgir. Numa linha preventiva, o psicopedagogo pode desempenhar uma prática docente, envolvendo a preparação de profissionais da educação, ou actuar dentro da própria escola. Na sua função preventiva, cabe ao psicopedagogo detectar possíveis perturbações no processo de aprendizagem; participar da dinâmica das relações da comunidade educativa a fim de favorecer o processo de integração e troca; promover orientações metodológicas de acordo com as características dos indivíduos e grupos; realizar processo de orientação educacional, vocacional e ocupacional, tanto na forma individual quanto em grupo. Numa linha terapêutica, o psicopedagogo trata das dificuldades de aprendizagem, diagnosticando, desenvolvendo técnicas remediativas, orientando pais e professores, estabelecendo contacto com outros profissionais das áreas psicológica, psicomotora. fonoaudiológica e educacional, pois tais dificuldades são multifactoriais em sua origem e, muitas vezes, no seu tratamento. Esse profissional deve ser um mediador em todo esse processo, indo além da simples junção dos conhecimentos da psicologia e da pedagogia. O psicopedagogo pode actuar tanto na Saúde como na Educação, já que o seu saber visa compreender as variadas dimensões da aprendizagem

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Nº 19 humana. Da mesma forma, pode trabalhar com crianças hospitalizadas e seu processo de aprendizagem em parceria com a equipe multidisciplinar da instituição hospitalar, tais como psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e médicos. No campo empresarial, o psicopedagogo pode contribuir com as relações, ou seja, com a melhoria da qualidade das relações inter e intrapessoais dos indivíduos que trabalham na empresa.

2.Psicologia do Trabalho Psicologia do trabalho é um ramo da psicologia que abrange as áreas de Psicologia Organizacional, Psicologia do Trabalho e da Empresa e Gestão de Recursos Humanos.

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Nº 19 A Psicologia do Trabalho destaca-se porque era uma área que lida com a prevenção e promoção da saúde do trabalhador no ambiente em que está inserido. A função do Psicólogo Organizacional, é actuar como facilitador e de conscientização do papel dos diversos grupos que compõem a instituição, considerando a subjetividade dos indivíduos, sem perder de vista a sua inserção no contexto mais amplo da organização. Objectivos Recrutamento de Pessoal O objectivo desta actividade é manter o arquivo atualizado currículos em consonância com a política de pessoal aprovado pela instituição, além de recrutar os candidatos que possuem requisitos para uma tarefa específica para que eles possam participar em um processo seletivo, quando necessário. Selecção Ao seleccionar o objetivo é mostrar entre os candidatos recrutados aquele que melhor atende o perfil para o cargo em questão. Qualquer candidato escolhido para participar de um treinamento denominado Boas-vindas, na qual, além de inserir e integrar os novos contribuintes para a organização, apresentamos o Planejamento Estratégico, Estrutura Organizacional e de assistência Programa de primordial importância para o conhecimento de todos. Acompanhamento do trabalhador durante o período de experiência No período de experiência a Psicologia do Trabalho tem a missão de integrar o novo trabalhador na instituição, acompanhar a sua adaptação ao setor, gestores e colegas. Mapeamento Visa satisfazer as necessidades existentes e elevar as unidades do hospital, e detectar as dificuldades enfrentadas pelas equipes dos setores mapeados, dando um discurso às necessidades emergentes, assim, obter uma melhor qualidade de vida no trabalho e também um melhor serviço ao cliente interno e externos. Treinamento Visa melhorar o desempenho operacional da equipe técnica da instituição. Anualmente, é elaborado um cronograma para a formação exigida em sectores como detectado através de um inquérito no início de cada ano. A responsabilidade de conduzir a formação e educação permanente em parceria com a Psicologia do Trabalho. Desenvolvimento de Pessoal Para um melhor desenvolvimento interpessoal e profissional dos nossos colaboradores do hospital está a levar a cabo um programa de ouvidoria e de dinâmica de grupo, junto com sectores, a equipe da Psicologia do Trabalho.

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Nº 19 Esta actividade, e abrir um canal de comunicação individual e / ou sector, com psicologia, prevê a melhoria das relações interpessoais no e para o desenvolvimento de equipes, resultando assim uma melhor qualidade de vida no trabalho.

O que pode um Psicólogo fazer pela sua empresa? Este ramo da Psicologia é, sem sombra de dúvidas e como o nome indica, o mais virado para as empresas. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, nós não tratamos as pessoas que estão “doentes” nas empresas. Os Psicólogos do Trabalho e das Organizações diagnosticam e “curam” as próprias empresas. Fazemos trabalhos diversificados e tão diferentes como análises às forças e fraquezas da sua empresa, oportunidades e ameaças, conjugando, sempre, esta análise com factores do meio, tais como, a conjuntura económica, as políticas e as leis vigentes. Estes diagnósticos podem aliar-se à intervenção directa no local e aí, não só detectamos falhas na sua empresa como implementamos, acções de correcção. Pretende contratar a pessoa certa para uma determinada função? Nós encarregamo-nos de todo o processo de Recrutamento e Selecção. Desde o anúncio até à selecção final. Estamos habilitados a elaborar uma análise e descrição detalhada e concreta das funções e postos de trabalho, porque só assim poderemos, de uma forma mais eficaz, seleccionar os candidatos. Fazemos também o acompanhamento e integração desse novo colaborador, bem como o planeamento e a gestão da sua carreira. Sem descurar o desenvolvimento e contínua melhoria dos seus recursos humanos, podemos, ainda, fazer avaliações de desempenho, diagnóstico de necessidades de formação, (acrescendo ainda a mais valia

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Nº 19 de que poderemos, nós mesmos ser os formadores), e intervenções no Marketing, com ênfase no interno. Cabe-nos, também, fazer a gestão de conflitos e a gestão da mudança. Para tal aplicamos os factores críticos de sucesso à gestão das pessoas, encarando-as, já, como um destes factores.

Um Psicólogo do Trabalho e das Organizações vai para lá da simples gestão dos Recursos Humanos. Para além de tudo isto, podemos ajudar a construir coisas que parecem, à partida simples, como um organigrama. Muitas empresas que deviam saber de onde vêm, para onde vão e onde estão (Missão, Visão & Valores), podem sentir-se com dificuldades para balizar essas diferenças ou até mesmo para se saberem enquadrar e mais uma vez, cá está o Psicólogo das Organizações auxiliar. Definimos, ainda, o seu negócio, a sua missão e a sua visão a concretizar. Incutimos, também, a Cultura Organizacional e analisamos também o Clima. Temos conhecimentos de Estratégia e Intervenção organizacional o que nos torna numa “arma” ao serviço das empresas competitivas e de futuro. Sabemos motivar, cativar e conquistar os seus colaboradores e, em conjunto, fazer uma organização funcionar de forma mais eficiente em busca da, tão desejada excelência. Conhecemos os modelos de liderança e conseguimos gerir emoções, cognições e comportamentos.

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Quem, nos dias de hoje, não sente stress? Quem é que não sente que o stress é um problema com o qual, cada vez mais, temos de lidar? Nós fazemos a Gestão do Stress. Trazemos satisfação aos trabalhadores, criamos, dinamizamos e motivamos equipas de trabalho. Melhoramos os processos de comunicação, conhecemos as aptidões individuais, as atitudes face ao trabalho, a vinculação dos indivíduos à organização e, ainda, como os seus trabalhadores se poderão comportar individualmente ou em grupo. Inovamos, melhoramos e continuamos a melhorar. Somos proactivos e assertivos. Somos profissionais altamente qualificados e desejamos percorrer o caminho da vitória e do sucesso, em conjunto com as empresas e pessoas com quem trabalhamos. Somos conhecedores das realidades: portuguesa, europeia, mundial, o que faz de nós peritos nos mais variados assuntos e modelos de gestão. Nunca deixamos de acompanhar a vanguarda e o progresso.

Sabemos analisar se as condições dos postos de trabalho são ou não adequadas e ergonomicamente satisfatórias para os operadores. Temos também conhecimentos nas áreas de Marketing, Mercado e Publicidade. A nossa profissão obriga-nos a conhecer as pessoas e o que delas se pode esperar. Obriga-nos a trabalhar de forma consciente, coerente e ética.

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Nº 19 Conhecemos os processos cognitivos dos seres humanos e temos, para além de formação em Psicologia do Trabalho e das Organizações, uma sólida base que nos permite ir além do óbvio.

3.Psicologia Criminal A Psicologia Criminal, também conhecida po Psicologia Forense ou Psicologia Judiciaria, consiste na aplicação dos conhecimentos psicológicos ao serviço do direito. Dedica-se à protecção da sociedade e à defesa dos direitos do cidadão, através da perspectiva psicológica. Este ramo da psicologia restringe-se às situações que se apresentam

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Nº 19 nos tribunais. Deste modo, a psicologia criminal, são todos os casos psicológicos que podem surgir em contexto de tribunal. Dedica-se ao estudo do comportamento criminoso. Clinicamente, tenta construir o percurso de vida do indivíduo criminoso e todos os processos psicológicos que o possam ter conduzido à criminalidade, tentando descobrir a raiz do problema, uma vez que só assim se pode partir à descoberta da solução. Descobrindo as causas das desordens tanto mentais como comportamentais (criminosas, neste caso), também se pode determinar uma pena justa, tendo em conta que estes casos são muito particulares e assim devem ser tratados em Tribunal. Esta ciência nasceu da necessidade de legislação apropriada para os casos dos indivíduos considerados doentes mentais e que tenham cometido actos criminosos, pequenos ou graves delitos. A doença mental tem de ser encarada a partir de uma perspectiva clínica mas também do ponto de vista jurídico. Um psicólogo formado nesta área tem que dominar os conhecimentos que dizem respeito à psicologia em si, mas também tem que dominar os conhecimentos referentes às leis civis e às leis criminais. Deve ser um bom clínico e possuir um conhecimento pormenorizado da psicopatologia. Podem-se encontrar peritos nesta área em instituições hospitalares, especialmente do tipo psiquiátrico. A psicologia criminal realiza estudos psicológicos de alguns dos tipos mais comuns de delinquentes e dos criminosos em geral, como por exemplo, dos psicopatas que ficaram na história. De facto, a investigação psicológica desta área da psicologia apresenta, sobretudo, trabalhos sobre homicídios e crimes sexuais, talvez devido à sua índole grave e fascinante.

Formação do psicólogo na área da psicologia criminal

O curso de Psicologia Criminal te um futuro extremamente promissor no sec. XX, com perspectivas de excelentes saídas profissionais, dadas as enormes transformações sociais que diariamente se observam e que incluem o incremento da violência, dos delitos e dos actos criminosos. As perspectivas psicológicas do comportamento criminal começaram a ser estudadas no inicio do sec XX, mas só depois de 1960, com o desenvolvimento progressivo do treino

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Nº 19 interdisciplinar e especializado, se tornou evidente que a ciência e a aplicação inteligente da psicologia a problemas legais não podem ser ignorados pela sociedade, pela lei e pelos juristas. A psicologia criminal está já bem estabelecida e teve uma enorme e rápida expansão nas duas ultimas décadas particularmente na Europa e na Austrália, e o crescimento do numero de psicólogos criminais faz parte dos desenvolvimentos mais proeminentes na aplicação da psicologia à lei. A própria evolução da sociedade portuguesa e as perturbações sociais a que diariamente assistimos justificam, claramente, pelas suas enormes potencialidades, um curso de Psicologia Criminal em Portugal. O Instituto Superior de Ciências da Saúde –Sul criou-o com o objectivo de responder ás necessidades formativas nesta área e assegurar uma formação rigorosa e abrangente dos temas específicos do curso. Nele serão transmitidos os principais conceitos e teorias psicológicas e neuropsicológicas sobre o acto criminoso, a criminalidade e o criminoso, bem como a metodologia actual para a descodificação do discurso em criminologia, as representações psicossociais da justiça e dos operadores judiciários, e alguns aspectos formais do controlo da justiça penal. O aluno conhecerá adequadamente a psicologia criminal e os enfoques que deram à delinquência diversos autores dentro das ciências auxiliares do Direito Penal, reconhecerá as causas do atraso mental e tudo o que o relaciona com o direito, bem como os transtornos mentais não orgânicos e as causas de produção dos mesmos, as relações entre a psicologia e do Direito Penal, as questões metodológicas e as técnicas sobre a investigação psicossocial na área legal, a relação entre os transtornos psíquicos, os aspectos da prevenção e tratamento das condutas delituosas, e os efeitos psicológicos do encarceramento.

O trabalho do psicólogo criminal O trabalho do psicólogo criminal é multifacetado, porque é chamado a intervir em contextos e situações muito diversificadas. Algumas competências do psicólogo criminal: - Apoiar outros técnicos na selecção e formação de pessoal da polícia e guardas prisionais. Ao nível da formação especifica, apoiem estes agentes a gerirem incidentes e conflitos no contexto dos

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Nº 19 estabelecimentos prisionais, bem como a desenvolverem competências que facilitem as interacções com e entre os reclusos; - Fazer o diagnóstico de reclusos que apresentem perturbações comportamentais, como agressividade e isolamento, e perturbações psicológicas, como depressão, insónias, crises de identidade, sentimentos de culpa, etc. Poderão aplicar terapias individuais ou de grupo adequadas as situações; -Acompanhar os reclusos em situações de liberdade condicional e, quando libertados, no processo de inserção na vida activa; prestar apoio na análise de penas alternativas ao encarceramento (prestação de serviço à comunidade). - Avaliar a forma como os reclusos são tratados no interior dos estabelecimentos prisionais; - Participar com outros agentes de saúde mental, no diagnóstico de imputabilidade de um acusado. Se se provar que uma pessoa que esta a ser julgada sofre de uma doença ou perturbação mental que a torne incapaz de compreender o que é um acto ilícito, é considerada criminalmente inimputável e, por isso, isenta de pena; - Testemunhar, se necessário, em tribunal como especialista; - Avaliar, com outros técnicos, as falsas memórias em depoimentos de testemunhas; - Avaliar a situação de stress dos agentes da polícia e dos guardas prisionais; - Prestar apoio a vítimas de violência doméstica, de abusos sexuais e de outras formas de coacção e violência; - Apoiar a polícia na definição de perfis psicológicos que ajudem à identificação e captura de criminosos, bem como na investigação de crimes.

A motivação para o crime do ponto de vista do criminoso Não é possível definir causas isoladas que seriam responsáveis pelo surgimento da motivação para o comportamento criminoso. A verdade é que os factores relacionados com a escolha individual operam em conjunto e em interacção com as características

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Nº 19 singulares de cada indivíduo em particular. As pesquisas que utilizam dados quantitativos apresentam resultados contraditórios. Uma das explicações para essa indefinição está na própria natureza dos dados. No caso do Brasil, por exemplo, temos apenas os dados oficiais, produzidos pelas organizações policiais. Esses dados dizem muito mais sobre o tipo de actuação da policia do que sobre aspectos da criminalidade em si. Quando os dados oficiais mostram, por exemplo, a existência de uma relação entre pobreza e criminalidade, podem estar a revelar, de facto, a desigualdade que marca o funcionamento da justiça criminal no Brasil. Para fugirmos a estes problemas e procurar uma nova abordagem da questão da motivação para o crime, vamos confrontar as explicações teóricas apresentadas pela sociologia do crime não com os dados estatísticos oficiais, mas com as explicações que os próprios criminosos oferecem para i seu envolvimento com o crime. Isto é, quando os criminosos contam as historias do seu envolvimento, quais os argumentos que utilizam com maior frequência? Aqueles relacionados com a influencia dos factores socioculturais ou aqueles relacionados com a escolha individual?

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