Ppm Comu Gela 2008

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Universidade de Mogi das Cruzes Camila Francini Mariana Rocha dos Santos Diego da Cunha Santos

Guaraná Antarctica Ice: Diversidade Cultural Brasileira, Biodiversidade e Propaganda.

Mogi das Cruzes, SP 2008 1

Universidade de Mogi das Cruzes Camila Francini – 52666 Mariana Rocha dos Santos – 54007 Diego da Cunha Santos – 54058

Guaraná Antarctica Ice: Diversidade Cultural Brasileira, Biodiversidade e Propaganda.

Relatório de pesquisa da disciplina Projetos Produtos e Processos Midiáticos apresentado ao curso de Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda da Universidade de Mogi das Cruzes como parte dos requisitos para a conclusão do primeiro ano, sob orientação dos Professores Doutores: Luci Bonini e Sersi Bardari.

Mogi das Cruzes, SP 2008 2

Sumário 1. Introdução................................................................................................................ 4 2. Propaganda, Biodiversidade e Diversidade Cultural .............................................. 6 2.1 Propaganda ...................................................................................................... 6 2.2 Biodiversidade: o guaraná e sua descoberta ................................................... 7 2.3 O Guaraná Antarctica ..................................................................................... 10 2.4 O Histórico da Agência DM9DDB ................................................................... 13 2.5 Globalização, Biodiversidade e Diversidade Cultural ..................................... 15 3. Análise do Filme Publicitário ................................................................................ 18 4. Referências........................................................................................................... 25

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1.Introdução O comercial do novo Guaraná lançado pela Antarctica, o Guaraná Antarctica Ice, se passa na Amazônia, em uma aldeia típica da região, onde seus habitantes, nocaso os índios estão fazendo a dança da chuva. Enquanto dançam, batendo fortemente os pés e exagerando um pouco na coreografia, eles gritam fortemente “Éoqueé, éoqueé...”, como se fossem as palavras do ritual, então o cacique olha para o céu e as nuvens se fecham e de repente começam a cair flocos de neve e o chefe da tribo fala ao curandeiro “Xiii, acho que a gente exagerou”. Depois disso a cena corta para a aldeia coberta de neve, então entra a locução “Nevou na Amazônia. Chegou Guaraná Antarctica Ice. O Guaraná que gela a goela”. Ao final, aparece a vinheta do coração congelado pulsando. Este trabalho tem como tema analisar dentro do comercial a diversidade cultural brasileira, a biodiversidade e a propaganda, já que há no comercial um pouco desses três temas: a diversidade cultural brasileira denotada pela presença dos índios no comercial, a biodiversidade, uma vez que é na floresta Amazônica o berço do guaraná, e por último a propaganda, que é o anúncio do lançamento de um novo produto no mercado. Esta pesquisa utilizou-se da fundamentação teórica contida em Ribeiro (2007), Lewinsohn (2002), Oliveira (2002), Bonini (2008), César (2002), Vestergaard (2000), Mattelart (2000) Compreender o motivo que leva a Ambev, empresa produtora do Guaraná Antarctica Ice, a usar o índio em sua campanha publicitária poderá ajudar os estudantes de comunicação a ver o índio não apenas como mais um elemento na grande diversidade cultural brasileira, mas sim como um povo que merece ser respeitado por ser nativo da terra brasileira. Acreditamos ser importante mostrar a diversidade cultural, assim como a biodiversidade brasileira, pois ambos precisam ser alvos de discussões não só no meio acadêmico, mas também no meio social. Essa pesquisa se identifica como acadêmica, uma vez que o curso de Comunicação Social da Universidade de Mogi das Cruzes é articulado por projetos de pesquisas e com o tema pretende-se gerar conhecimento a partir do objeto acima citado.

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Como finalidade desta pesquisa, a discussão da Diversidade Cultural e Biodiversidade Brasileira que aparecem no comercial do “Guaraná Antarctica Ice”, pois esses dois temas são muito abordados nos dias de hoje. Compreender a biodiversidade brasileira, analisar a campanha do “Guaraná Antarctica Ice” levandose em consideração os fenômenos da diversidade cultural e a biodiversidade brasileira. Já a metodologia utilizada será o Estudo de Caso, usando o método dedutivo, pois iremos compreender como o comercial do Guaraná Antarctica Ice influência os consumidores. Também iremos pesquisar como a diversidade cultural e a biodiversidade brasileira são utilizadas nessa campanha da Antarctica. As técnicas utilizadas serão a pesquisa bibliográfica, pesquisa telematizada, utilizando sites como os da Ambev, anunciante do produto, a produtora DM9DDB, entre outros, pesquisa exploratória e análise da propaganda do Guaraná Antarctica Ice.

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2. Propaganda, Biodiversidade e Diversidade Cultural 2.1 Propaganda A propaganda é uma divulgação de um produto e se prestarmos a atenção, ela não nos abandona nunca: sempre que ligamos a TV ou olhamos para cartazes nas ruas, nos deparamos com anúncios de todos os tipos. A propaganda utiliza meios como televisão, rádio, internet para se difundir. Harris e Seldon (1962) definem a propaganda como uma notícia pública “destinada a divulgar informações com vistas à promoção de vendas e bens e serviços negociáveis”. A propaganda é persuasiva e capitalista, pois ela faz consumidores comprarem produtos, esses produtos muitas vezes são desnecessários. A propaganda não só vende produtos, mas também status. Por exemplo, se o consumidor comprar produto x, ele fará parte de um grupo especial de consumidores do produto x. Ela também é capitalista, como no comercial do Guaraná Antarctica Ice, o intuito do comercial é fazer com que os consumidores comprem o produto anunciado, que eles consumam, pois assim a empresa anunciante estará ganhando. Segundo Shroder (1988), a propaganda constrói um universo imaginário em que o leitor consegue materializar os desejos insatisfeitos da sua vida diária e também que a propaganda se fundamenta no desejo subconsciente de um mundo melhor. A função da propaganda vai muito além da venda de um produto – ela opera por caminhos sutis no sentido de nos levar a adotar um determinado modo de vida ou incorporar determinados padrões de necessidades.

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2.2 Biodiversidade: O Guaraná e sua Descoberta O guaranazeiro (Paullinia cupana, variedade sorbilis (Martius) Duke) é uma planta nativa da Amazônia, produz o fruto conhecido como guaraná. É uma espécie vegetal arbustiva e trepadeira da família das sapindáceas, cujo nome provém do termo indígena "varana", que significa árvore que sobe apoiada em outra. Cultivado inicialmente, na Amazônia pelos índios maués. A propagação do guaranazeiro por sementes é dificultada devido às suas características de perda rápida da viabilidade, não suportando desidratação acentuada nem baixa temperatura, enquadrando-se no grupo de sementes recalcitrantes. Além disso, a constituição genética altamente heterozigótica do guaranazeiro faz com que as características desejáveis sejam perdidas imediatamente, se forem propagadas por sementes, devido à segregação dos genes. As fotos abaixo revelam a grande variabilidade genética da espécie.

Imagem 1

Imagem 3

Imagem 2

Imagem 4

Imagens de 1 à 4 mostram frutos de guaraná maduros.

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O guaraná é usado na indústria farmacêutica e na fabricação de refrigerantes, xaropes, sucos, pó e bastões. São atribuídos ao guaraná, entre outras, as seguintes propriedades: estimulante, afrodisíaco, ação tônica cardiovascular, combate a cólicas, nevralgias e enxaquecas e ação diurética e febrífuga. O uso terapêutico da cafeína pode causar dependência psíquica e síndrome da abstinência; cosmético, no tratamento de pele oleosa e celulite (USP, 2004). O guaraná contém: cafeína, proteína, açúcares, amido, tanino, potássio, fósforo, ferro, cálcio, tiamina e vitamina A. O teor da cafeína na semente do guaraná pode variar de 2,0 a 5,0 % (do peso seco), maiores que os do café (1 a 2%), mate (1%) e cacau (0,7%).

Imagem 5

Imagem 6

Imagens 5 e 6 mostram frutos de guaraná maduros e secos.

A colheita é manual, retirando-se os frutos maduros (abertos) ou os cachos. Após a colheita, os frutos devem ser amontoados num galpão por dois a três dias, para uma leve fermentação. Em seguida, são despolpados, manualmente ou por meio de máquinas despolpadeiras, secados ao sol ou com auxílio de secador artificial. A secagem artificial deve lenta e durar em torno de quatro a cinco horas até atingir em torno de 9% de umidade. Temos, assim, o grão de guaraná torrado, conhecido como guaraná em rama.

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Imagem 7 – Senhor fazendo a colheita do guaraná.

Os indígenas criaram várias lendas para a origem do Guaraná, em uma dessas lendas, sua origem provém da morte do filho de uma índia e que retirando o olho direito do menino morto e enterrando-o na terra nasceu o guaranazeiro, uma outra lenda, o filho do Pajé da aldeia, uma criança muito bonita, ao ser assustada por um espírito em forma de serpente, cai da árvore e no local de sua sepultura nasce um pé de guaraná, já outra mostra um amor impossível entre uma índia e um índio de tribos inimigas que vendo que nunca poderiam ficar juntos se mataram aos pés de uma árvore, Jaci, a deusa protetora dessa índia fez brotar de sua sepultura uma árvore, onde seus frutos já maduros lembravam dois olhos negros, como os da índia. O predomínio da morte e sofrimento nessas lendas indígenas mostra o amor e devoção pela natureza e suas maravilhas.

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2.3 O Guaraná Antarctica A Ambev Companhia foi criada em 1º de julho de 1999, com a associação das cervejarias Brahma e Antarctica. A fusão foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em 30 de março de 2000. Líder no mercado brasileiro de cervejas, a AmBev está presente em 14 países, é referência mundial em gestão, crescimento e rentabilidade. Com a aliança global firmada com a InBev, em 3 de março de 2004, a Companhia passou a ter operações na América do Norte com a incorporação da Labatt canandense, tornando-se a Cervejaria das Américas, referência mundial entre as indústrias de bebidas. A Ambev trabalha com produtos como: Antarctica, Pepsi, Gatorade, entre outros.

Imagem 8 – Alguns produtos da Ambev Companhia

Um dos principais produtos da Ambev, no Brasil, é o Guaraná Antarctica, lançado no mercado brasileiro em 1921, como Guaraná Champagne Antarctica. Além do sabor único, uma de suas principais características é a de ser um refrigerante natural. Desde a criação do refrigerante, a Antarctica já comprava o fruto do guaraná diretamente de fornecedores da região de Maués (AM), para produzir o extrato em sua unidade em São Paulo. Com o sucesso do produto e o aumento do consumo, a Antarctica detectou, no final da década de 1940, a necessidade de estabelecer um escritório na região uma filial da companhia para facilitar o comércio do fruto, realizado diretamente em Maués. O extrato do guaraná, porém, continuou

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sendo produzido em São Paulo até 1962, quando entrou em atividade uma unidade industrial para extração do fruto na cidade de Maués.

Imagem 9

Imagem 10

Imagem 11

Imagens de 9 à 11 mostram propagandas antigas do Guaraná Antarctica

Mas foi no início da década de 1970, com a preocupação de garantir a qualidade da matéria-prima, que a Antarctica passou a produzir parte dos frutos para produção do Guaraná Antarctica. O início do plantio, em 1971, na Fazenda Santa Helena permitiu à empresa aprofundar os estudos sobre a cultura do guaraná e repassar a tecnologia e os conhecimentos desenvolvidos no local para os demais fornecedores. Assim, a Antarctica garantiria a melhor qualidade e preços menores das sementes compradas de terceiros, como diz o site do Guaraná Antarctica. O Guaraná Antarctica já teve vários slogans como: “Este é o sabor”, “O Original do Brasil”, “O único que conseguiu imitar o sabor do Guaraná Antarctica. (1995, linha Diet)”, “Guaraná Antarctica e você. Ninguém Faz Igual” (2005), “É o que é” (2007), “O Guaraná que gela a goela” (2007, GUARANÁ ANTARCTICA ICE), entre outros, como mostra o Blog Mundo das Marcas.

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Imagem 12

Imagem 13

Imagens 12 e 13 mostram alguns layouts da lata de Guaraná Antarctica

Em setembro 2007, a Ambev lançou seu mais novo produto no mercado, o Guaraná Antarctica Ice, o primeiro refrigerante com efeito “cooling”, que garante aquela refrescância que gela a garganta após a ingestão. Adrianne Elias, gerente de marketing de refrigerantes e não-alcoólicos da Ambev diz: “Com essa novidade, Guaraná Antarctica sai na frente e mostra a busca constante da marca por inovação e dinamismo. A sensação de frescor, sem descaracterizar o sabor único do Guaraná Antarctica, é o grande diferencial”.

Imagem 14

Imagem 15

Imagens 14 e 15 mostram logo do Guaraná Antarctica Ice e lata de 350 ml.

Nesse novo produto, a fórmula original à base de guaraná ganha um toque de ingredientes especiais que proporcionam o efeito “cooling”. A bebida chegou ao mercado na versão regular, e pode encontrada nas seguintes embalagens: lata de 350 ml ou PET de 2 litros. A lata, com ícones que remetem à refrescância do produto, foi desenvolvida pela agência Narita Design, assim como o rótulo da PET, que leva a assinatura da Coverplast. 12

2.4 Histórico da Agência DM9DDB DM9DDB é uma agência de publicidade brasileira, fundada em São Paulo (a origem é baiana) em setembro de 1989. "História que foi iniciada e construída por Nizan Guanaes e Guga Valente repleta de inovações e ineditismos e que é continuada por Sérgio Valente desde 2005", diz a agência , em nota à imprensa. Nizan Guanaes e João Augusto Guga Valente compraram a marca DM9 antes usada regionalmente na Bahia.

Imagem 16 – Logo da agênica DM9DDB

Segundo o site o Portal da Propaganda, a DM9 se tornou a agência brasileira mais premiada internacionalmente sob o comando de Guanaes. Associou-se à DDB Worldwide, uma das maiores rede de agências do mundo, em 1997, passando a se chamar DM9DDB. A DM9 foi a agência que mais conquistou prêmios de 1999 pra cá, “Nestes 19 anos, a DM9 reuniu trabalhos memoráveis. Campanhas que fizeram e fazem parte da história da propaganda e do processo de construção de grandes marcas brasileiras ”, diz o presidente da agência, Sérgio Valente.

Imagem 17

Imagem 18

Imagens 17 e 18 mostram alguns cases eitos pela agência DM9DDB

¹O estilo criativo que sempre marcou a história da agência transborda para todos os departamentos. Na mídia, essa característica é visível. Quando se fala em 13

trabalho de mídia diferenciado, muitas pessoas do mercado lembram do Super 15 andando de bicicleta pela cidade para anunciar o DDD e DDI da Telefônica, ou então os

projetos

para

a

Honda

nas

concessionárias.

Porém, na DM9 não existe a intenção de ousar apenas para os grandes clientes. Paulo César Queiroz, vice-presidente de mídia da DM9DDB diz “Não importa se a marca é grandiosa ou menor; a gente procura um local de domínio para que ela seja perceptível", e diz também “independentemente da verba, o objetivo da agência é fazer com que cada cliente tenha uma marca registrada e que esta se fixe na mente dos consumidores, para que eles passem a ligá-la diretamente ao anunciante”. (¹ Dados retirados da revista online “revista propagada”).

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2.5 Globalização, Biodiversidade e Diversidade Cultural Quando se fala sobre biodiversidade, logo se lembra da Amazônia, tanto pela sua importância cultural quanto vital para a manutenção do planeta, especialmente a porção brasileira dessa floresta tropical, pois a mesma esta ainda presente em outros países. Esse termo, biodiversidade, teve várias ênfases, em um primeiro estágio era usado para preservar espécies ameaçadas pela caça predatória, já em um segundo momento estava, ligada a espécies que tinham um certo carisma como baleias, urso panda e o boto rosa, a importância destas espécies era basicamente pelo seu carisma e não por suas funções na manutenção do sistema biológico. Biodiversidade ou diversidade biológica foi um termo proposto por biólogos em meados dos anos 80, a definição mais precisa foi a adotada pela Convenção sobre diversidade Biológica que a define como: a variabilidade dos organismos vivos de toda origem, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas.

A preservação da biodiversidade está diretamente ligada às fontes alimentares, pois o homem sempre utilizou e utilizará as plantas e os animais como fonte alimentar. A biodiversidade não consiste somente em um conjunto de seres vivos, mas em um sistema cujos integrantes são interdependentes e o desequilíbrio das partes afeta o todo. Segundo o Primeiro Relatório Nacional para Convenção sobre Diversidade Biológica, de 1998, o Brasil detém de 10 a 20% de toda a diversidade mundial, reunindo em seu território cerca de 70 % das espécies de vegetais e animais do planeta, o que lhe garante o primeiro lugar entre os países. A sua flora compreende de 20 a 22% do total mundial, a fauna corresponde a 27% do total planetário e ocupa o primeiro lugar na diversidade de peixes de água doce e mamíferos, está em segundo lugar na concentração de anfíbios e vertebrados, em terceiro na de aves e em quinto na de répteis. Toda essa diversidade biológica esta distribuída em seus principais biomas, são eles: a Floresta Amazônica, a maior floresta tropical remanescente, com 3.700.000 km² em território nacional, a Caatinga que possui vastas extensões semiáridas, e uma área de 1.000.000km², o Cerrado, incluindo os campos rupestres, é a 15

maior área de savana em um único país, com 2.000.000km², a Mata Atlântica, um dos mais importantes biomas do país que se estende de norte a sul, incluindo campos de altitude, restingas, mangues, floresta de araucária e campos sulinos, com uma área de 1.000.000km² e o Pantanal, uma importante área úmida, com 140.000km². Além da biodiversidade, o Brasil possui uma relevante diversidade cultural, que se manifesta pela diversidade de linguagem, crenças religiosas, práticas no trato com a terra, na arte, na estrutura social. Em todo território vivem descendentes de europeus, africanos, asiáticos além de mais de 200 grupos indígenas, e cada um desses grupos indígenas ainda se subdivide em outros, com línguas e formatos culturais distintos. Essa diversidade cultural e biológica contribui para a solução de alguns problemas: o conhecimento indígena é utilizado na fabricação de remédios, mas isso não ajuda em questões relativas ao uso da natureza como fonte de matéria prima de uma forma ordenada e que respeite a todos e não favoreça somente a um ou outro grupo. Segundo, Hassan Zaoual durante os últimos vinte anos, em resposta ao agravamento das crises financeiras dos países pobres, cresceu o interesse atribuído ás relações entre as culturas,até mesmo as religiões e por último o desenvolvimento. Hassan Zaoual acredita que essa evolução coincide perfeitamente com o questionamento das concepções mecanicistas e exclusivamente quantitativas da gestão de empresas nos países globalmente ricos. Essa concepção transversal e local em matéria de mudança fez com brechas se abrissem no mercado.Essas brechas ilustram a busca de uma articulação mais afetiva entre o econômico e o social, e no mesmo movimento,um deslocamento do global em direção ao local. A verdade segundo Hassan é que tudo acontece como se a globalização criasse um impulso planetário.Empurrando as populações, excluídas ou não,a buscar demarcações cognitivas. Segundo os critérios do progresso tal como definidos no Ocidente, os países pobres já experimentaram tudo: marxismo, nacionalismo e liberalismo.Assim podemos ver que o Ocidente é tão ambíguo quanto o Oriente! Cada vez que um país torna-se mais semelhante ao Oriente passa a ser então um concorrente a ser destruído. O país que mais se diferenciar e se afastar do paradigma de definições 16

ocidentais terá conseqüentemente restrições do mercado e recursos a menos para sua economia. Assim concluímos que cada sistema econômico possui seu capital cultural no qual é preciso integrar as motivações de sentido. Hassan Zaoual nos mostra que o dialogo entre as culturas e as religiões antecede o da cooperação econômico e tecnológica. O autor diz que “ A cultura do domínio esta abalada por quedas de confiança com que o mundo atual se defronta.Provando assim que a lógica do crescimento econômico é incompatível com a ecologia e a preservação da diversidade de culturas. Segundo Bonini (2008) A revolução digital é baseada no desenvolvimento de hardwares, na expansão das telecomunicações e no crescente aparecimento de novas soluções em softwares e teve como conseqüência uma internacionalização de idéias . Bonini acredita também que os mecanismos de acumulação de capital, a concorrência nos mercados, o desenvolvimento científico e tecnológico que proporcionam o trânsito internacional de bens materiais e simbólicos numa velocidade vertiginosa, levou a uma tendência de uniformização do sujeito. Enquanto a arte contemporânea foi em busca da subjetividade, a partir dos movimentos de vanguarda no início do século passado.

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3. Análise do filme publicitário A seguir faremos uma análise do filme publicitário “Amazônia”, duração 30 segundos, que foi produzido pela agência DM9DDB em São Paulo. Este filme anuncia o lançamento de uma nova bebida no mercado, o Guaraná Antarctica Ice, lançado pela Ambev.

Nas primeiras cenas do comercial, é mostrada a aldeia de um ângulo superior. Como vemos na imagem, há a floresta amazônica em volta. A terra seca no chão e a poeira levantada que ela está causando, dá a idéia de um clima seco. Já no segundo quadro, aparece a imagem do índio, já preparado para o ritual da dança da chuva. Depois é mostrada a cena onde o pajé pega um punhado da terra seca e logo após ele joga essa terra, em um movimento rápido, dando assim início ao ritual. A partir deste 4º quadro o restante dos índios da aldeia já entram em cena. Assim que a terra é jogada, o ritual da dança da chuva começa.

No começo do comercial, há um som de pássaros cantando, pois a aldeia é cercada por floresta, é um som tranqüilo, a aldeia está em silêncio. A biodiversidade brasileira nos dá diferentes paisagens como vemos neste caso. Embora o comercial queira passar ao espectador que foi gravado na Amazônia, o mesmo foi gravado no próprio estado de São Paulo, conforme informações da a produtora Killers. Os diretores e produtores do comercial reproduziram um ambiente típico amazônico, matas, verde, representado por um vilarejo, onde dezenas de indígenas passam por um momento de seca. Este ar de seco ficou por conta da terra seca, da poeira, do céu azul sem nenhuma nuvem e do sol forte. Podemos ver também as ocas, que são as casas dos índios e segundo o site portal da propaganda, para dar mais realismo ao filme essas ocas foram construídas seguindo os preceitos das tribos amazônicas, que usam piaçava, madeira e cipó. Se prestarmos a atenção escutaremos até o barulho da terra sendo jogada.

Então, depois que o ritual é 18

Nestes próximos quadros são mostrados os pés dos índios que estão em um grande círculo, e as pontas dos cajados no chão. Os índios começam a bater fortemente os pés e os cajados no chão, essa ação dará ênfase no ritual ao longo do comercial.

No 7º quadro, temos a imagem do pajé e poeira, isso se deve ao fato de que faz parte da dança que o pajé fique jogando terra para o ar. Neste mesmo quadro, também vemos uma pequena parte da floresta amazônica ao fundo e o céu está azul, dando a impressão de clima quente, que é típico da floreta amazônica, já que esta é uma floresta tropical.

iniciado, os índios começam a dizer as palavras “mágicas”, que no caso é “Éoqueé, éoqueé, éoque oqueé oqueé...”, essa frase É o que é, é o slogan do Guaraná Antarctica. A repetição da frase lembra os sons da língua tupi-guarani, como por exemplo manidoca, tacacá, tucupi, Iguaçu, Pindamonhangaba entre outras utilizadas em nosso dia-a-dia. No momento em que o pajé olha para o céu a espera da chuva, há um silêncio de expectativa, e bem ao fundo escutamos novamente o barulho que vem da mata, que são pássaros. Pajés, no Brasil, são conhecidos como pessoas de destaque em uma tribo indígenas. Em muitas tribos são considerados Curandeiros, tidos por muitos como portadores de poderes ocultos ou orientadores espirituais. Assim como os Xamãs, podem assumir o papel de médicos, sacerdotes ou fazem o uso de plantas para fins medicinais ou invocação de entidades. Normalmente o conhecimento da utilização da planta correta para cada caso ou situação, é passado de geração em geração, trazendo assim uma responsabilidade para o último Pajé da tribo. Os índios acreditam que os Pajés têm ligacões diretas com os Deuses, é um representante escolhido pelos Deuses para passar a profecia ao povo. As falas é “Éoqueé, éoqueé, éoqueé, éoqueé, éoqueé...” voltam a ser repetidas todas as vezes em que eles começam a dançar a dança da chuva, porém a cada tentativa, muda a entonação com que isso é dito.

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Aqui temos a cena da primeira tentativa do pajé de fazer chover, todos em volta param de dançar e dizer, e se estabelece um silêncio em toda a aldeia. O pajé abre os braços e olha para o céu esperando que caíssem as primeiras gotas da chuva. Porém, não acontece nada, o céu continua do mesmo jeito que estava antes, azul e com um sol que parece estar esquentando muito as coisas por lá. Como nada acontece na primeira tentativa, todos voltam com o ritual, só que dessa vez, um pouco mais forte. Eles dançam, cantam novamente, fazem tudo de novo.

Novamente, o pajé para, olha para o céu, um silêncio na aldeia e o som dos pássaros de fundo e rapidamente os índios começam é “Éoqueé, éoqueé, éoque oqueé oqueé...”, muito mais forte do que da outra vez. Não há uma música de fundo.

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4. Referências CESAR, Newton. Direção de arte em propaganda. 4. ed. São Paulo: Futura, 2002 255 p. LEWINSOHN, Thomas M.; PRADO, Paulo Inácio. Biodiversidade brasileira: síntese do estado atual do conhecimento. São Paulo: Contexto, 2002. 176 p. OLIVEIRA, Liziane Paixão Silva. Globalização e soberania: o Brasil e a biodiversidade na Amazônia. Brasília: Fundação Milton Campos, 2002. 137 p. RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia de Bolso, 2007 435 p. VESTERGAARD, Torben. A linguagem da propaganda. 3. ed São Paulo: Martins Fontes, 2000. 197 p. AmBev 2008  - Companhia de Bebidas das Américas disponível em . Acesso em 07 mar 2008. Blog da Luci disponível em . Acesso em 27 set 2008. Blog

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disponível

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. Acesso em 27 set 2008. Ceplac – Guaraná disponível em . Acesso em 27 set 2008. DM9DDB disponível em . Acesso em 08 mar 2008. Guaraná

Antarctica

Ice

disponível

em

. Acesso em 08 mar 2008.

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