Plano do Grupo I A mais importante singularidade dos romances de José Saramago reside na exposição e concretização narrativa de uma ideia-força que alimenta a totalidade de cada romance. Filomena Oliveira e Miguel Real
Introdução: (Um parágrafo) – Apresentar tempo de escrita e tempo de acção, sugerindo uma possível relação entre elas, ou seja, evocar a história portuguesa no reinado de D. João V, procurando uma ponte com as situações políticas do século XX.
Desenvolvimento: (Três parágrafos) – Explicar que Saramago, partindo de personagens e organizações reais, reinventa a história para despertar os leitores para situações reais que devem ser analisadas; – mostrar que a ideia-força do Memorial do Convento, enquanto romance consiste na criação de uma história ficcional, a história de Baltasar e Blimunda, que ajuda a expor e analisar uma história verídica, a da construção do Convento de Mafra; – megalomania da classe política; sublinhar a implícita critica ao Rei, clero e nobreza, fazendo uma caricatura da sociedade, e exaltar o povo estagnado, tomando como centro deste o amor e as virtudes de Baltasar e Blimunda (amor real vs relação estritamente conjugal); luta política contra o progresso (auto-de-fé).
Conclusão: (Um parágrafo) – A própria construção do Convento é uma alegoria à construção do romance. Assim, sendo a construção do Convento a ideia-força, essa estrutura a evolução do próprio romance.
GRUPO: Francisco Cartuxo, Ana Ferraz, Mário Martins (ausente a 25% das aulas destinadas à elaboração), Pedro Mourão-Ferreira, João Paulo Santana nº1978 (ausente a 50% das aulas destinadas à elaboração) e Rita Saraiva
Plano do Grupo II (3º lugar, 11% dos votos) Na comemoração dos vinte e cinco anos da publicação da obra Memorial do Convento urge universalizar José Saramago. JM • Introdução (1 Parágrafo) - Breve descrição da Vida e Obra de José Saramago: - nasceu em Portugal; - ganhou o prémio Nobel da Literatura em 1998, a escrita da obra Memorial do Convento, publicado em 1982. - Saramago possui uma forma única e original de escrever e de criticar os hábitos de uma sociedade; - transgressão de várias regras da Gramática, narrador crítico e omnisciente (julga os outros). • Desenvolvimento (2 a 3 Parágrafos) - Saramago escreve de forma original: - por várias vezes transgride várias normas de Gramática e Pontuação; - originalidade no tratamento do espaço, do tempo, da exploração dos mais protegidos e algum desrespeito pelas instituições. - Esta forma original de escrever, também se estende à estrutura interna da obra Memorial do Convento: - interligação entre a narrativa principal – a construção do Convento - e a secundária - história de Blimunda e Baltasar; - a própria História de Portugal acaba por ser divulgada embora de forma ficcional; - com tudo isto, não só o povo português, como a História de Portugal e a própria Língua Portuguesa ficaram mais enriquecidas desde que o autor ganhou o Prémio Nobel da Literatura. - Saramago alerta, pelo estilo de narração, para vários aspectos da vida urbana, criticando-os: - por exemplo, a comparação entre o que os mais ricos comem em oposição à parca alimentação dos mais pobres e a própria vivência do povo em oposição à ostentação real. • Conclusão (1 Parágrafo) - Por ter uma escrita original, diferente, crítica e também moralista, toda e qualquer atenção dada à obra de Saramago, Memorial do Convento, é urgentemente necessária, para o desenvolvimento do espírito crítico do leitor. GRUPO: Ana Filipa Afonso, Miguel Soares, Pedro Biscaia (ausente a 50% das aulas destinadas à elaboração), Francisco Azevedo e José Oliveira
Plano do Grupo III Os Lusíadas funcionam como intertexto principal da obra Memorial do Convento. Filomena Oliveira e Miguel Real Introdução (1 parágrafo) Os Lusíadas e Memorial do Convento: pontes de contacto estão espalhadas ao longo de toda a obra. •
Desenvolvimento (4 parágrafos) Definição de intertextualidade - relação implícita ou explícita que se estabelece entre duas obras. Influencia decisivamente a compreensão dos textos. Reconhecer textos ou excerto destes noutra obra. •
1º Argumento: oposição entre data da sagração e dedicatória Memorial do Convento - capacidade de obedecer sem limites e a subserviência total que elevam o rei a quem todas as vontades são sempre satisfeitas. Os Lusíadas -grandeza, a coragem e a determinação de um povo que orgulhava e engrandecia o seu rei. Exemplo – “vós me direis qual é mais excelente, se ser rei do mundo, se desta gente” 2º Argumento: semelhança entre epopeia marítima e viagem da passarola A viagem da passarola de Lisboa até Mafra reúne em si uma descrição focalizada na conexão desta viagem com a epopeia marítima portuguesa retratada em Os Lusíadas. Adversidades, perigos, o desconhecido, a incerteza, a descoberta e o fascínio, associam-se aos “marinheiros” e aos “Adamastores” que, soprados pelo vento que enche as velas quer no mar quer no ar, convergem para pontos semelhantes destes dois episódios, aparentemente distintos. 3º Argumento: Recrutamento Descrição da "caça" aos homens para trabalhar nas obras do convento de Mafra análoga com o episódio de Os Lusíadas nas despedidas em Belém e na fala do Velho do Restelo. Exemplo - "Ó doce e amado esposo e outra protestando” (Os Lusíadas) "Ó glória de mandar, ó vã cobiça, ó rei infame, ó pátria sem justiça" (Memorial do Convento) Conclusão (1 parágrafo) Semelhanças entre episódios de Os Lusíadas e Memorial do Convento mostram até que ponto a História é circular e se repete ao longo do tempo. Através dos episódios passados podemos aprender e melhorar o futuro. •
GRUPO: Soraia Carvalheiro, José Pedro Fonseca, Pedro Mota, Tiago Gomes (ausente a 50% das aulas destinadas à elaboração) e Henrique Abranches (ausente a 50% das aulas destinadas à elaboração).
Plano do Grupo IV (1º lugar, 41% dos votos) “Foi a ímpar arte da palavra, que não seguiu as modas em vigor, uma das razões que presidiu à atribuição do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago.” Filomena Oliveira e Miguel Real Introdução (um parágrafo) ⇒ A enorme dimensão do Prémio Nobel; ⇒ Importância do Prémio Nobel da Literatura atribuído a José Saramago para o país; ⇒ Distinção do Memorial do Convento, marcado pelo estilo de escrita de José Saramago. (apenas referência) Desenvolvimento (dois parágrafos) ⇒ Primeiro parágrafo: O estilo único de José Saramago (a ímpar arte da palavra) • Uso de pontuação insólita: -- imprime fluidez ao discurso; -- aproximação da forma de escrita à oralidade; “Há mais relação com a música dentro de uma obra do que aquilo que tem a ver com as referências explícitas à música. (...) Pode acontecer que eu acrescente mais duas palavrinhas ou três, que não fazem falta nenhuma (à frase). Não fazem falta ao sentido, mas o tempo do compasso não pode ficar no ar.” José Saramago • Utilização de provérbios, ditados ou pensamentos populares: -- mostrar ao leitor que a obra se refere também à realidade e não é uma mera ficção: - intertextualidade; • Uso e abuso da polissemia da palavra (jogo de palavras). ⇒ Segundo parágrafo: A dimensão da obra. • Posição do narrador (polifónico, homodiegético e omnisciente): «“nos meus romances, há pelo menos um homem dentro: eu.” É ele que através da narrativa procura documentar o tempo, reconstituir a História e fazer os seus juízos de valor.» Projecto Escola Virtual, Porto Editora -- dimensão histórica; -- dimensão social: - olhar critico; -- dimensão individual: - consciencialização; “Aquilo que eu quero no fundo é passar para o papel as coisas que me preocupam. Não escrever histórias por contar histórias, o que seria perfeitamente legítimo.” José Saramago Conclusão (um parágrafo) ⇒ Razões pelas quais o Prémio Nobel da Literatura foi atribuído a José Saramago: • Originalidade da escrita; • Enorme dimensão da obra, o que nos conduz a genialidade de José Saramago como escritor. GRUPO: Duarte Ramos, Inês Carvalho, Madalena Soares, Nuno Mancelos e Pedro Carrelha (ausente a 50% das aulas destinadas à elaboração)
Plano do Grupo V (2º lugar, 35% dos votos) “A obra Memorial do Convento joga com um tempo histórico muitas vezes ficcionado em prol de objectivos bem definidos.” JM
1. Introdução (1 Parágrafo): Autor entrelaça dados históricos com ficcionais. Ex: - dados históricos: voto do rei na construção do Convento de Mafra em troca de descendência, Inquisição, autos-de-fé (1711 e 1739), existência da passarola. - dados fictícios: personagens Baltasar, Blimunda e Sebastiana Maria de Jesus, operários A-Z envolvidos na construção do Convento.
2. Desenvolvimento (3 Parágrafos): •
1º Parágrafo: contraste da relação amorosa Blimunda/Baltasar com Rainha / Rei. - Relação Baltasar/Blimunda desafia princípios da época; amor natural, espontâneo e instintivo; personagens do povo (únicos que atingem uma união feliz). Ex: Cap. XX, pág. 281, “Ali se deitaram, numa cama de folhagem (…)”. - Contraste com amor convencional e estereotipado entre Rainha/Rei: relacionamento formal e cerimonioso. Cap. I, pág.17, “D. Maria estende ao Rei (…)”.
•
2º Parágrafo: referência aos trabalhadores de A-Z. Ex: Manuel Milho e José Pequeno. - Autor procura individualizar o maior número de elementos pertencentes ao povo para também os imortalizar. Cap. XIX, pág 250, “Daqueles homens que conhecemos no outro dia (...)”.
•
3º Parágrafo: alusão à mãe de Blimunda (Sebastiana Maria de Jesus) e ao padre Bartolomeu enquanto vítimas das repressões da Inquisição. - Figuras representativas de muitas das vítimas das perseguições levadas a cabo pela Inquisição. Cap. V, pág.53, “(…) para onde foi degradada para toda a sua vida.”
3. Conclusão (1 Parágrafo): • •
Memorial do Convento é uma ucronia; através do jogo realidade/ficção procura recuperar e explicar a História, valorizando a classe preterida – Povo (que contribui anonimamente para a construção do convento); É um romance histórico que se apresenta como uma crítica cheia de ironia.
GRUPO: Inês Santos, Inês Guerreiro, Joana Revez, Paula Silva, Ricardo Vicente, Francisco Ayala (ausente a 50% das aulas destinadas à elaboração).