PLANO INDIVIDUAL DE TRABALHA CONCURSO PÚBLICO PARA PROFESSOR DE MUSICA
FUNDAÇÃO CARLO GOMES INSTITUTO ESTADUAL CARLOS GOMES PLANO DE TRABALHO INDIVIDUAL CURSO TÉCNICO DE CANTO LÍRICO PROFESSOR: Eduardo Mário Da Silva Nascimento PUBLICO ALVO: alunos de canto lírico - 3º e 4º anos Nível Técnico MONITORIAS: Alunos Do Curso De Composição Do IECG PUBLICO ABRANGENTE: Instituições Comunitárias De Prestação Serviços Sociais. C.H 20H MENSAL TEMA: Utilização das representações míticas do cenário da música acadêmica brasileira. TÍTULO: No cantar da Mãe D’Água: o Resgate da Voz Lendária dos Mitos Brasileiros.
Belém (PA), 23 de outubro de 2018
Apresentação: A proposta deste Projeto é promover intercambio intelectual, acadêmico e artístico, através de monitorias, entre alunos do 2º e 3º anos do nível Técnico do Curso de Canto Lírico com os alunos do 3º e 4º anos do Bacharelado em Composição Musical. Neste sentindo, deseja-se que o aluno de Canto Lírico tenha uma maior aproximação e intimidade com mecanismos e recursos na elaboração do discurso musical favorecendo o exercício continuado dos processos de criação, de improvisação, de leitura e releitura e de entendimento artístico-musical que serão possibilitados por atividades acadêmicas de ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO. Utiliza-se da temática “mítica” e lendária neste projeto por essa fazer parte do imaginário, porém palpável folclore nacional e também, do Inconsciente Coletivo regional que pode sugerir uma explosão de energia criativa e promover, desta feita, o resgate do universo lendário e mítico da cultura musical nacional e local. Este projeto deseja despertar e direcionar a escuta, a produção e a releitura musical do universo simbólico-sonoro da musica elaborada por várias gerações de compositores que trabalharam com esta temática identificando suas fontes inspiradoras, suas formas de representação musical, seus elementos estéticos, seus recursos formais e timbrísticos e, outros estendendo este conhecimento e produção musical a comunidades especiais afastadas dos meios de produção e ou de fruição musical por questões geográficas, sociais ou situações excludentes como o caso dos portadores de necessidades especiais. Justificativa Os Direitos Culturais, além de serem direitos humanos previstos expressamente na Declaração Universal de Direitos Humanos (1948), no Brasil encontram-se devidamente normatizados na Constituição Federal de 1988 devido à sua relevância como fator de singularizarão da pessoa humana. Como afirma Bernardo Novais da Mata Machado, “os direitos culturais são parte integrante dos direitos humanos, cuja história remonta à Revolução Francesa e à sua Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789), que sustentou serem os indivíduos portadores de direitos inerentes à pessoa humana, tais como direito à vida e à liberdade.” (MACHADO, 2007). Fato é que a cultura reflete o modo de vida de uma sociedade, além de interferir em seu modo de pensar e agir, sendo fator de fortalecimento da identidade de um povo e indubitavelmente de desenvolvimento humano. Conforme afirma José Márcio Barros, a “cultura refere-se tanto ao modo de vida total de um povo – isso inclui tudo aquilo que é socialmente aprendido e transmitido, quanto ao processo de cultivo e desenvolvimento mental, subjetivo e espiritual, através de práticas e subjetividades específicas, comumente chamadas de manifestações artísticas” (BARROS, 2007, pag.). Nesse sentido, com o intuito de garantir o direito à cultura, assim diz a Constituição:
“Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. § 1.º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional. § 2.º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.” Conforme se verifica, o constituinte mostrou-se preocupado em garantir a todos os cidadãos brasileiros o efetivo exercício dos direitos culturais, o acesso às fontes da cultura nacional e a liberdade das manifestações culturais. Além destes artigos da Carta Magna que são reflexos da Declaração Universal de Direitos Humanos (1948), Declaração dos Direitos da Criança e do Adolescente (1959) e de outros apostes legais como a Convenção Internacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (1989) outros aportes legais garantem o acesso a educação e cultura como a LDB, o ECA. Na outra ponta deste elo estão as leis federais e estaduais e os programas de incentivo ao ensino, a pesquisa, e manutenção da vida acadêmica dos alunos de Instituições de Ensino Superior - Decreto Federal nº. 7.416/2010 - trata da concessão de bolsas para desenvolvimento de atividades de ensino e extensão universitária e Decreto Federal nº. 7.234/2010 - Dispõe sobre o Programa Nacional de Assistência Estudantil PNAES. Objetivo Geral: Promover intercâmbio intelectual, acadêmico e artísitico, através de Monitorias, entre alunos do 2º e 3º anos do nível Técnico do Curso de Canto Lírico com os alunos do 3º e 4º anos do Bacharelado em Composição Musical. Objetivos Específicos: Despertar e direcionar a escuta, a produção e a releitura musical do universo simbólico-sonoro da musica elaborada por várias gerações de compositores que trabalharam com a temática em questão; Inserir o Cantor Lírico no processo de criação musical para uma atuação mais consciente e eficaz através de aulas, laboratórios e oficinas de composição; Refletir sobre as fontes inspiradoras destas composições através de rodas de conversa; Diferenciar as formas destas representações no discurso musical através de escuta reflexiva; Fundamentar seus elementos estéticos analisando a contextualidade da obra e do compositor;
Analisar seus recursos formais e timbrísticos através de escuta e analise das obras; Levar essas produções, interpretações, leituras e releituras musicais a comunidades diferentes do interior do Estado, a Instituições que trabalham com Educação Especial promovendo integração e inclusão; Utilizar recursos visuais, cênicos e de outras linguagens para ilustrar essas produções. Apresentação de Atividades de Ensino Para atividades interdisciplinares, inter-seiral e inter-nivelar que envolvem processos de ensino/aprendizagem se faz necessária uma grande e fundamentada tarefa de elaboração, planejamento e programação para o cumprimento de todos esses objetivos. Nesta proposta de trabalho entre alunos dos níveis técnico de Canto Lírico e, superior de Composição serão necessários ajustes programáticos, ideológicos, conceituais, atitudinais, metodológicos e de conteúdos recorrendo à necessidade de um plano de ação mais abrangente interacionado entre as coordenações pedagógicas destes níveis. Como proposta de ação integrativa e interativa entre eles, oficinas, laboratórios, círculos de conversa, aulas expositivas e práticas com noções básicas e fundamentais da área da composição como: oratória e discurso musical, melodia e fraseologia, ritmo e métrica, harmonia básica para identificação das tensões e resoluções cadenciais, poética musical, análise e interpretação textual, noções básicas de arranjo, de criação e improvisação aliadas as disciplinas teóricas e prática de seu curso regular. Tudo isso em uma linguagem acessível ao nível técnico promovendo a desmistificação e os entraves da educação musical tradicional que não privilegia os processos de composição, de criatividade e de improvisação necessários a todos os níveis de educação musical. Apresentação de Atividades de Pesquisa Os desafios para a pesquisa envolvendo diferentes categorias de alunos e de grades curriculares tão distintas, também requerem programação e planejamentos prévios e diferenciados. Para os níveis mais avançados (bacharelandos em composição) se devem direcionar os planejamentos para as atividades de pesquisa voltadas para as formas do ensino dos elementos de composição: planos de aulas, de oficinas, laboratórios e aulas práticas e expositivas mirando-se nos conteúdos a serem desenvolvidos com o nível técnico além dos processos e elementos ativos de elaboração de práticas da criatividade, da composição e da improvisação. Para os níveis técnicos, atividades que favoreçam a aprendizagem como: pesquisa de repertório e de histórias das lendas, do universo mítico, de compositores, de
contextualidade histórica, conceitos e teorias que venham alicerçar a base de conhecimento necessária para o desenvolvimento das atividades práticas. Apresentação de Atividades de Extensão Fechando o tripé da educação será necessário que todo o conhecimento adquirido e produzido nesta interrelação entre esses alunos chegue à comunidade proposta. Neste caso seria necessário fazer uma pesquisa por instituições que tivessem interesse e fossem beneficiadas culturalmente por esse trabalho e montar um cronograma de atividades extensivas a estas instituições. A sugestão é que montassem recitais públicos com o repertório temático, com oficinas de fabricação de instrumentos, laboratórios de sensibilização auditiva, brincadeiras lúdicas, contação de história utilizando-se de outras linguagens e recursos áudio-visuais para tornar essas apresentações interessantes e atrativas desenvolvendo neste público o desejo e satisfação da escuta musical. Formas de Avaliação A Lei de Diretrizes e Bases vem ampliando a forma de avaliação do aluno mediante os paradigmas e problemáticas da educação contemporânea. Mesmo um projeto extracurricular, mas que se desenvolve dentro e fora de uma contextualidade acadêmica e se propõe a extensão comunitária com responsabilidade na construção de identidade sociocultural precisa de uma avaliação continuada e cumulativa para verificar se seus objetivos principais estão sendo alcançados. Almeja-se com isso, a implantação de um método de Avaliação Formativa. Neste caso o instrumento de auto avaliação é bem recomendado e pode ser feita de forma escrita e oral com os alunos reunidos em grupo de forma a promover a socialização destas autocriticas. Também é muito importante para este tipo de avaliação a variedade de um instrumental avaliador: Participação nos recitais, nas pesquisas, na elaboração do programas, na criação e recriação musical, na contação de histórias e outras atividades propostas pelo projeto. A participação e envolvimento dos alunos nas atividades (de classe ou extraclasse) propostas pelo projeto será objeto de avaliação qualitativa sendo observados os níveis de envolvimento, participação e produção que deverão constar na ficha de avaliação ou relatório deste aluno. Promover uma avaliação significativa relacionando o conteúdo programático a atividades cotidianas destes alunos. Conhecendo um pouco da realidade familiar ou contextual de cada aluno será possível relacionar esses conteúdos com a forma de avaliação buscando também as relações interdisciplinares neste processo.
Cronograma de Atividades: As atividades serão desenvolvidas ao longo de dois anos com encontros semanais de 50 minutos, com algumas exceções nas mesas de discussões contando com a participação simultânea e incialmente com alunos de 2º ano Técnico de Canto Lírico e 2º ano do Bacharelado em Composição e Arranjo na elaboração e organização, no formato de gestão democrática, das atividades teóricas e práticas. ETAPAS PARA O 1º ANO DE PROJETO 1º E 2º BIMESTRE ETAPAS DE PLANEJAMENTO Reunião Inaugural: Exposição sobre o projeto. Reunião para pesquisa de entidades parceiras e entrega dos resultados Reunião para elaboração de cronograma de atividades, plano de ação e entrega dos resultados. Reunião para determinação de pautas e espaços de apresentações e entrega dos resultados. Reunião para elaboração de oficinas e laboratórios e entrega dos resultados Reunião para elaborar roteiro de pesquisas e entrega resultados Inicio das atividades acadêmicas práticas
REUNIÕES SEMANAIS 1 SEMANA 1 SEMANAS 1 SEMANAS
1 SEMANAS
2 SEMANAS 2 SEMANAS
3º E 4º SEMESTRE ETAPAS DE ENSINO E PESQUISA MESA REDONDA: A música folclórica e suas manifestações. ATIVIDADE COLETIVA DE LEITURA MUSICAL DO REPERTÓRIO ESPECIFICO. ANALISE DO TEXTO NA PARTITURA: INTRODUÇÃO A PROSÓDIA MESA REDONDA: Desmistificando e simplificando o ato criativo musical. OFICINA DE CRIAÇÃO MUSICAL UTILIZANDO-SE DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIA E CRIAÇÃO DE INSTRUMENTOS ANALISE MELODICA E INTERVALAR DE PARTITURAS:
DURAÇÃO EM SEMANAS 1 SEMANA – 2 HORAS DE DURAÇÃO
2 SEMANAS
2 SEMANAS 1 SEMANA – 2 HORAS DE DURAÇÃO
2 SEMANAS
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MELODIA E DO FRASEADO LABORATÓRIO DE CRIAÇÃO MUSICAL: INTRODUZIR ELEMENTOS SONOROS DE EFEITOS DRAMÁTICOS NAS HISTÓTIAS. INTRODUZIR A IMAGEM CORPORAL NAS AÇOES DRAMATICAS: UTILIZAÇÃO DO CORPO COMO RECURSO MUSICAL LEVAR O MATERIAL PRODUZIDO EM SALA PARA AS COMUNIDADES ALVO DESTE PROJETO.
2 SEMANAS
2 SEMANAS
2 SEMANAS
4 SEMANAS
ETAPAS PARA O 2º ANO DE PROJETO 1º BIMESTRE ETAPAS DE PLANEJAMENTO Reunião Inaugural: Exposição sobre o projeto. Reunião para pesquisa de entidades parceiras e entrega dos resultados Reunião para elaboração de cronograma de atividades, plano de ação e entrega dos resultados. Reunião para determinação de pautas e espaços de apresentações e entrega dos resultados. Reunião para elaboração de oficinas e laboratórios e entrega dos resultados Reunião para elaborar roteiro de pesquisas e entrega resultados Inicio das atividades acadêmicas práticas
REUNIÕES SEMANAIS 1 SEMANA 1 SEMANAS 1 SEMANAS
1 SEMANAS
2 SEMANAS 2 SEMANAS 1 SEMANA
2º E 3º BIMESTRE ETAPAS DE ENSINO E PESQUISA 1ª MESA REDONDA: O mito e suas funções na sociedade moderna ATIVIDADE DE PESQUISA DE REPERTÓRIO ENCONTRO PARA ADEQUAÇÃO DE REPERTÓRIO DE ACORDO COM TESSITURA VOCAL ATIVIDADES DE LEITURA MUSICAL TEMÁTICA EM CONJUNTO: já
DURAÇÃO EM SEMANAS 1 SEMANA – Com duração de 2 horas 1 SEMANAS
1 SEMANAS
iniciando o trabalhando de conceituação dos elementos de composição musical citados acima. ATIVIDADE DE PESQUISA ENVOLVENDO CONTEUDOS MUSICAIS: elementos musicais estudados anteriormente. OFICINA DE CRIATIVIDADE MUSICAL TEMÁTICA: utilizando as composições como modelos e inspiração para intervenção criativa destes alunos. LABORATÓRIO DE CRIAÇÃO MUSICAL: prática dos conteúdos musicais apreendidos para criação de um universo sonoro que possa ilustrar o universo lendário.
2 SEMANAS
2 SEMANAS
4 SEMANAS
4 SEMANAS
4º BIMESTRE ETAPAS DE EXTENSÃO DE ACORDO COM CALENDÁRIO ENSAIOS E PREPARAÇÃO PARA AS 4 SEMANAS ATIVIDADES DE CULMINANCIA ANUAL DO PROJETO
Bibliografia: ALVES, Januária Cristina – Abecedário de personagens do folclore brasileiro – Edição Sesc e FTD. BARROS, Maria de Fátima Estelita. Waldemar Henrique: Folclore, Texto e Música num único projeto – a Canção. Dissertação de Mestrado – Instituto de Artes da Unicamp, São Paulo. 2005. BJORKVOLD, Joan-Roar – Musica, Inspiração e Criatividade: uma linguagem universal – Summus Editorial. CAMPOS, Ana Maria Antunes de – Contação de História: uma contribuição a Neuroeducação – 1ª edição – Editora Wak. CARRASCO, Walcy – Lenda e fabulas do folclore brasileiro vol. 1, 2 e 3 – 1ª edição – Editora Manole. DAY Holly , JARRETT Scott - Composição Musical Para Leigos - 1ª Edição – Alta Books Editora. FRANCHINNI, A, S. – As 100 melhores lendas. HENRIQUE, Waldemar – Canções – 2ª edição ampliada. ____________________ - Waldemar Inédito e raro Henrique – Secult/Pa - 2005
IBANEZ, Célia Ruiz – Folclore brasileiro infantil – Editora Girassol. ILARI, Beatriz Senoi e MATEIRO, Teresa – Pedagogias em Educação Musical – 1ª edição – Editora Saraiva. MELLON, Nancy – A arte de contar histórias – 1ª edição – Editora Rocco. PRIETO, Heloisa – Mata: Contos do folclore Brasileiro – editora: Companhia das Letrinhas. SANTOS, Isabela de Figueiredo. Lendas amazônicas de Waldemar Henrique: um estudo interpretativo. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2009. SCHAFER, R. Murray – O Ouvido Pensante – 2ª edição – Editora Unesp ___________________ - A afinação do Mundo – 2ª edição – Editora Unesp SCHOENBERG, Arnold – Fundamentos da Composição – 1ª edição – Editora Edusp ____________________ - Funções estruturais da Harmonia – 1ª edição - Editora Via Leterra. ____________________ - Harmonia – 2ª edição – Editora Unesp SISTO, Celso – Texto e pretexto sobre a arte de contar história – 3ª edição – Editora Aletria.