Pharmacological management of mild or moderate persistent asthma Gisele Queiroz – R2 CMG UNESP – Botucatu-SP Orientador: Prof. Dr. Leonardo Zornoff
Lancet 2006, Aug 26; 368 794-804
Pharmacological management of mild or moderate persistent asthma Revisão da literatura dos últimos 10 anos. Objetivo discutir a efetividade da terapêutica atualmente disponível para a asma leve e moderada.
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Classificação da gravidade da Asma
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Tratamento farmacológico da asma Objetivos do tratamento da asma Minimizar/eliminar sintomas Melhorar ao máximo a função pulmonar Prevenir as exacerbações Usar o menor número/dose de drogas possível Mínimos efeitos colaterais a curto e longo prazo Educar o paciente sobre a sua doença e os objetivos do tratamento.
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Tratamento farmacológico da asma Arsenal terapêutico para o manejo da asma Broncodilatadores β2-agonistas Corticóides inalatórios Corticóides sistêmicos Anticolinérgicos Xantinas Cromonas Antagonistas dos leucotrienos
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Broncodilatadores β2agonistas Curta ação salbutamol, fenoterol e terbutalina Indicações: uso como medicações de resgate para crises
Longa ação salmeterol e formoterol Indicações: asma persistente moderada e grave
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Corticóides Inalatórios (CI) Drogas de primeira linha para todos os casos de asma persistente Melhor relação custo/risco/benefício Beclometasona, Budesonida, Flunisolida, Fluticasona, Triancinolona Doses: consideram-se doses baixas < 800 mcg beclometasona ao dia.
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Anticolinérgicos Brometo de Ipratrópio Utilizados para tratamento da crise, em adição aos β2-agonistas.
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Xantinas Teofilina, aminofilina e bamifilina Broncodilatadores menos potentes que os β2-agonistas, e com mais efeitos colaterais. As teofilinas de liberação lenta podem ser consideradas para fármacos de manutenção, como drogas de segunda linha, em casos refratários. Podem ser usadas nas crises (evidência A), embora sejam menos eficazes.
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Cromonas Nedocromil e cromoglicato Estabilizadores de membrana de mastócitos e eosinófilos Drogas anti-inflamatórias, com efeito na hiper-responsividade brônquica modesto Drogas de segunda linha, indicadas apenas na asma persistente leve.
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Anti-leucotrienos
Montelucaste e Zafirlucaste Bloqueadores da síntese e ligação de receptores de leucotrienos Efeito broncodilatador modesto, porém aditivo ao dos β2-agonistas (podem ser associados) Efeito anti-inflamatório e, com uso prolongado, reduzem a hiperresponsividade das vias aéreas Podem ser associados aos outros fármacos em casos mais graves, Pharmacological management of mild or moderate persistent asthma. The Lan
Tratamento farmacológico da asma
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Asma Persistente Leve
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Asma Persistente Leve 70% do total de casos de asma persistente “Maioria silenciosa” até pouco tempo atrás – trabalhos englobavam apenas pacientes com asma moderada a grave. Nos últimos 5 anos: OPTIMA, IMPACT, START, CAMP trials demonstraram a eficácia do uso de CI em baixas doses.
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Asma Persistente Leve
OPTIMA trial (grupo A) Budesonisda versus placebo versus budesonida+ β2-agonistas de longa ação. Desfecho primário: taxa de exacerbações graves por paciente/ano.
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OPTIMA trial (grupo A) Resultados (taxa de exacerbações graves):
0,77 por paciente/ano no grupo placebo 0,29 por paciente/ano no grupo budesonida em baixa dose Não houve benefício adicional Pharmacological management of mild or moderate persistent asthma. The Lan com a adição do
OPTIMA trial Conclusão:
Em pacientes com asma persistente leve, CI em baixas doses são a opção de tratamento preferida. A melhora no VEF1 vista no grupo budesonida+ β2agonistas não justifica o seu uso rotineiro nesse Pharmacological management of mild or moderate persistent asthma. The Lan
Asma Persistente Leve
START trial Budesonisda versus placebo. Desfecho primário: taxa de declínio no VEF1 ao fim do tratamento e taxa de exacerbações graves.
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START trial Resultados (VEF1 pré e pós-BD )
após 1 ano: diferença no VEF1 pré 2,24% e pós 1,41% após 3 anos: diferença no VEF1 pré 1,71% e pós 0,88% Tendência de menor taxa de Pharmacological management of mild or moderate persistent asthma. The Lan declínio em adultos.
OPTIMA trial Conclusão: Em pacientes com asma persistente leve o uso de CI diminui consideravelmente a taxa de exacerbações/ano. Há diminuição estatisticamente significante (p<0,0001), embora pequena, na taxa de declínio doVEF1 em pacientes em uso de CI comparado ao placebo.
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Asma Persistente Leve
CAMP trial Budesonisda versus placebo versus nedocromil em crianças de 5-12 anos. Desfecho primário: VEF1 pós-BD após 4 anos de estudo. Desfechos secundários: taxa de exacerbações, taxa de declínio VEF1/CVF, uso de medicações de resgate.
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START trial Resultados (após 4 anos):
Houve melhora entre o grupo budesonida e placebo em todos os desfechos. Não houve diferença entre o grupo nedocromil e placebo. Os melhores resultados foram quanto à Pharmacological management of mild or moderate persistent asthma. The Lan hiperreatividade
CAMP trial Conclusão:
Não houve diferença estatisticamente significante quanto ao VEF 1 entre budesonida e nedocromil (desfecho primário). Houve diferença estatisticamente significante (p<0,0001) em todos os desfechos secundários entre budesonida e nedocromil, especialmente melhora da hiperreatividade, menor taxa de exacerbações, menos uso de corticóide Pharmacological management of mild or moderate persistent asthma. The Lan oral.
Outros tratamentos Anti-leucotrienos Dois grandes trials que o compararam ao CI agente broncodilatador e antiinflamatório eficaz, porém com menor eficácia que o CI. Há um subgrupo de pacientes que responde melhor aos anti-leucotrienos difícil identificação clinicamente. Recomendação: o uso de CI em baixas doses permanece como o mais efetivo para asma persistente leve.
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Asma Persistente Leve – Conclusões O uso de CI em baixas doses para pacientes com asma persistente leve, recomendado em Guidelines, é suportado por evidências de trials duplo-cego randomizados e com N razoável.
Potenciais efeitos colaterais:
Mínimos em adultos Em crianças, houve redução na velocidade de crescimento de 1,0-1,5 cm durante o período de uso (CAMP e START); contudo, após a interrupção do tratamento, a Pharmacological management of mild or moderate persistent asthma. The Lan estatura final foi alcançada.
Asma Persistente Moderada
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Asma Persistente Moderada
Definida como aquela não responsiva a CI em baixas doses - < 500 mcg/dia beclometasona (< 800 mcg/dia no Consenso Brasileiro). Recomendação atual em Guidelines associar β2-agonistas de longa ação ao CI e/ou ↑ dose CI. Estudos como OPTIMA, FACET, GOAL e STAY demonstraram a eficácia destes tratamentos. Pharmacological management of mild or moderate persistent asthma. The Lan
Asma Persistente Moderada
OPTIMA trial (grupo B) Budesonida versus placebo versus budesonida+ β2-agonistas de longa ação. Desfecho primário: taxa de exacerbações graves por paciente/ano. Subgrupo B: já em uso de CI em baixas doses e sem controle dos sintomas.
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OPTIMA trial (grupo B) Resultados:
Diminuição significativa no nº de exacerbações /ano em comparação ao grupo CI isolado. As exacerbações foram menos frequentes com a adição do β2 tanto a doses baixas quanto altas Pharmacological de CI. management of mild or moderate persistent asthma. The Lan Proportion (%) of poorly controlled asthma days in Group B (corticosteroid-treated patients). BUD 200 and 400 budesonide 100 g and 200 g twice daily; F formoterol 4.5 g twice daily.
OPTIMA trial (grupo B) Resultados: Aumento no VEF1 com a adição do β2 tanto a doses baixas quanto altas de CI. Mudanças VEF1: • • • •
BUD200= 2,78 BUD400= 1,73 BUD200+F= 12,89 BUD400+F= 18,5
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OPTIMA trial B Conclusão:
A adição de β2agonistas é eficaz e necessária para pacientes em que CI isolado não controla sintomas. Esta associação diminui a dose necessária de CI. A melhora no VEF1 com budesonida + β2agonistas é desejável, Pharmacological management of mild or moderate persistent asthma. The Lan com melhora na
Asma Persistente Moderada
FACET trial Comparou budesonida em baixas doses, budesonida em altas doses (4x) e a adição de β2-agonistas aos CI. Desfecho primário: taxa de exacerbações graves por paciente/ano. Primeiro grande trial (1997), que embasou a terapêutica atual para a asma moderada e grave.
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FACET trial Resultados: Diminuição significativa no nº de exacerbações /ano em comparação ao grupo CI isolado. A adição do β2 a doses baixas de CI foi mais eficaz que doses altas isoladas de CI.
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Asma Persistente Moderada
STAY trial Comparação entre a combinação formoterol + budesonida como terapia de manutenção e resgate versus outros tratamentos. Formoterol combina propriedades de ação rápida e prolongada uso como droga de resgate.
Defecho primário: taxa de Pharmacological management of mild or moderate persistent asthma. The Lan exacerbações.
STAY trial (grupo B) Resultados:
Diminuição importante no nº de exacerbações no grupo budesonida +formoterol como manutenção e resgate versus budesonida em dose máxima e budesonida+formot erol + β2 de curta ação para resgate Pharmacological management of mild or moderate persistent asthma. The Lan
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STAY trial Conclusões: O uso dessa combinação como manutenção e resgate diminui consideravelmente o nº e a gravidade das exacerbações. Provável mecanismo: o uso do CI precocemente, como parte do tratamento de resgate no momento da piora do controle da asma. Terapia promissora. Faltam estudos custo/benefício.
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Uso de biomarcadores no manejo da Asma Persistente Moderada
Asma Persistente Moderada Biomarcadores: 2 testes atualmente disponíveis Contagem total e diferencial de células no escarro Fração de Óxido Nítrico no ar exalado
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Asma Persistente Moderada Contagem total e diferencial de células no escarro Considerado o método mais direto, não-invasivo e confiável para a avaliação da inflamação nas vias aéreas. Identifica se a exacerbação está associada com bronquite eosinofílica, neutrofílica ou padrão misto.
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Asma Persistente Moderada Eosinofílico: responsivo a corticóides. P.ex.: exposição a alérgenos. Não-eosinofílico: desnecessário ↑ corticóide. Tratamento voltado para causa de base. P.ex.: infecção bacteriana.
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Contagem total e diferencial de células no escarro Jayaran et al (Eur Resp J, 2006), randomizaram 107 pacientes em 2 grupos: tratamento com base em critérios clínicos convencionais Tratamento objetivando contagem de eosinófilos < 2% no escarro.
Desfechos primários: redução do RR para a primeira exacerbação e tempo livre até a primeira exacerbação.
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Contagem total e diferencial de células no escarro Resultados (grupo de estudo): maior tempo até a primeira exacerbação (213 dias) maior redução do risco relativo (49%) menor nº de exacerbações que necessitaram de prednisona (5 vs 15)
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Contagem total e diferencial de células no escarro Conclusões: Método eficaz de monitorização de pacientes com asma persistente moderada a grave, com exacerbações frequentes. Diminui o uso desnecessário de drogas em pacientes que já usam terapia otimizada. Esta estratégia não foi superior à estratégia clínica em pacientes com asma persistente leve.
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Asma Persistente Moderada Fração expirada de Óxido Nítrico Correlaciona-se moderadamente com a bronquite eosinofílica marcador de exacerbação. Menor acurácia em diferenciar bronquite eosinofílica de não-eosinofílica em pacientes em uso de CI. Resultados conflitantes entre trabalhos – parece permitir uma diminuição da dose de CI.
Seu papel no seguimento destes pacientes ainda Pharmacological management of mild or moderate persistent asthma. The Lan
Outros tratamentos para Asma Persistente Moderada
Anti-leucotrienos Metanálise recente (Ducharme, 2002): A adição destes aos CI leva a modesto aumento no controle da asma. Não recomendados como substitutos ao aumento da dose do CI. Menos eficazes para associação com CI que os β2 de longa ação.
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Anti-IgE Omalizumab Formam complexos com a IgE circulante bloqueio da interação com células efetoras diminui a resposta imune precoce e tardia na asma. Comparados ao placebo permitiram diminuição da dose do CI em pacientes com asma moderada a grave. Terapia cara, e ainda faltam comparações
com outras de eficácia comprovada, como os β Pharmacological management of mild or moderate persistent asthma. The Lan
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Revisão Bibliográfica
III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma (2004)
British Guideline on the management of asthma (updated nov, 2005) GINA – Global Iniciative for Asthma – Global Strategy for asthma management and prevention (updated 2005) Canadian Asthma Consensus Guidelines (update dec, 2004)
Asthma: Guidelines for diagnosis and Pharmacological management of mild or moderate persistent management. American Lung Association of asthma. The Lan