PEIXES. Os peixes são animais vertebrados aquáticos que vivem nos rios, oceanos e lagos. Apareceram em nosso planeta há milhões de anos, muito antes da espécie humana. Atualmente, existem mais de 28 mil espécies catalogadas. A respiração dos peixes é bem diferente da humana. Eles respiram fazendo a água passar pela boca e, em seguida, até as guelras (brânquias), onde o oxigênio é retirado da água. Os peixes possuem uma visão de curta distância, embora enxerguem em todas as direções. Não conseguem ouvir muito bem, porém possuem partes sensíveis no corpo que lhes permitem perceber o que está ocorrendo nas proximidades. O sangue dos peixes, ao contrário do nosso, é frio. O corpo da maioria dos peixes é coberto por escamas e, para se movimentarem, utilizam as barbatanas (nadadeiras). De acordo com a estrutura física, podemos classificar os peixes em dois tipos: - Ósseos: é a grande parte dos peixes. Possuem ossos e sistema esquelético. Fazem parte desta categoria a sardinha, a garoupa, o bacalhau, o atum, etc. - Cartilaginosos: não possuem ossos, apenas cartilagens que dão sustentação ao corpo. É a minoria dos peixes. Os tubarões e arraias fazem parte desta categoria de peixes. A reprodução dos peixes acontece com a desova. A fêmea põe ovos em grande quantidade. Estes ovos ficam agrupados formando uma espécie de gelatina. Eles são abandonados e, caso não sejam devorados por outros peixes, irão se desenvolver sozinhos. Os peixes costumam se alimentar de plantas aquáticas, ovos de peixes, peixes menores, pequenos crustáceos e, até mesmo, de restos de alimentos que encontram na água. Curiosidade: os peixes-elétricos conseguem produzir corrente elétrica através de músculos especiais que possuem no corpo. A maioria produz uma corrente elétrica de baixa potência, porém, existem espécies que a eletricidade gerada pode afetar um homem. Existem, aproximadamente, vinte espécies de peixeselétricos no mundo. ANFIBIOS
Anfíbios são animais de pele fina e úmida, na qual não ocorrem pêlos ou escamas externas. São animais que não incapazes de manter a temperatura de seu corpo constante por mecanismos externos, por isso são chamados animais de sangue frio ou pecilotérmicos. A pele fina, rica em vasos sanguíneos e glândulas que possuem permite-lhes que a utilizem na respiração, absorção de água e defesa. Quando estão com "sede", os anfíbios encostam a região ventral de seu corpo na água e a absorvem pela pele. As glândulas em sua pele são de dois tipos: mucosas, que produzem muco e serosas, que produzem veneno. Todo o anfíbio produz substâncias tóxicas, mas existem espécies mais (foto) e menos tóxicas e os acidentes com humanos somente acontecerão se tais substâncias entrarem em contato com nossas mucosas ou sangue. Podem ser aquáticos ou terrestres. As formas aquáticas respiram através de brânquias, através da pele ou através de pulmões. As terrestres respiram geralmente tanto através dos pulmões quanto pela pele. Alimentam-se de minhocas, insetos, aranhas, e de outros vertebrados como anfíbios e pequenos mamíferos. Reproduzem-se através de ovos que originam uma larva e posteriormente um adulto através do processo de metamorfose. Seus ovos são depositados em locais úmidos ou na água, pois não possuem casca para protegê-los da dessecação. Existem exceções a essa regra, com ocorrência de muitos animais vivíparos. Em geral, não existe cuidado à prole dentre os anfíbios. Atualmente são divididos em três grupos: os sapos, rãs e pererecas (Anura), as salamandras (Caudata) e as cecílias (Apoda). RÉPTEIS O conjunto dos répteis é constituído por tartarugas, cobras, lagartos, jacarés. A origem do nome réptil (do latim, reptare = rastejar) deve-se ao modo de locomoção desses animais: possuem quatro pernas (exceto as cobras), cinco dedos com unhas e suportam o corpo de forma mais eficiente que os anfíbios. Algumas cobras peçonhentas podem ser fatais ao ser humano. Outras cobras e lagartos caçam roedores que causam dano à agricultura. Apesar dos répteis viverem na água, onde obtém alimento, eles são descendentes de animais com várias adaptações à vida terrestre. A pele impermeável e seca além de permitir a sobrevivência em lugares muito secos, evita a desidratação. O esqueleto ósseo e os músculos são mais fortes que os dos anfíbios. As cobras, os crocodilos e os jacarés possuem dentes, glândulas salivares, fígado, pâncreas e intestino.
O pulmão e a ventilação dos répteis são mais eficientes que os dos anfíbios. Possuem pulmões parenquimatosos. A musculatura que puxa as costelas dilata e contrai o tórax fazendo com que o ar circule mais rápido, tornando a respiração pulmonar mais eficiente. A circulação dos anfíbios é dupla e incompleta. Possuem um coração com três cavidades. A excreção é feita através dos rins, representando economia de água. A reprodução é essencial para o sucesso dos répteis, a fecundação é interna, há um órgão (pênis) para impelir gametas no interior da fêmea. O desenvolvimento embrionário ocorre em um ovo com casca. Os anexos embrionários são: o âmnio, a alantóide e o córion.
AVES As aves são animais vertebrados que podem ser facilmente distinguidos pela presença de penas. A pena é uma característica exclusiva desses animais, ou seja, está presente em todas as espécies do grupo. Além disso, as aves não possuem dentes, são endotérmicas e apresentam um metabolismo elevado. As aves podem ser encontradas em todos os continentes e, atualmente, já foram descritas cerca de 12.000 espécies. Entre as espécies desse grupo há uma grande variedade de formas, tamanhos e hábitos. Existem desde espécies com poucos centímetros de altura até espécies como o avestruz, que pode atingir mais de dois metros de altura. Embora a maioria das aves esteja adaptada ao vôo, existem algumas exceções. O pingüim, por exemplo, não voa, mas pode nadar e mergulhar. Já o avestruz pode caminhar e correr. As aves surgiram durante a Era Mesozóica, cerca de 150 milhões de anos atrás. Acredita-se que elas evoluíram a partir de répteis bípedes, próximos aos dinossauros. O registro mais antigo de uma ave é o fóssil da espécie Archaeopteryx lithografica. Embora o Archaeopteryx possuísse penas, ele também apresentava outras características, como uma longa cauda e ossos compactos, mais semelhantes aos répteis do que às aves atuais. Adaptações para o vôo As aves possuem diversas adaptações para o vôo que estão relacionadas ao formato aerodinâmico e à redução do peso do corpo. A presença de membros anteriores, transformados em asas, e de penas são algumas dessas adaptações. A pena é uma estrutura leve, mas ao mesmo tempo flexível e resistente. Além de atuar no vôo, é também um importante isolante térmico. O isolamento térmico fornecido pelas penas foi essencial para o surgimento da
endotermia nas aves. Isso permitiu que o calor produzido pela alta taxa metabólica desses animais não se dissipasse para o ambiente externo. Esse isolamento também protege as aves da perda de calor gerada pela passagem do ar pelo corpo durante o vôo. Muitos dos ossos das aves são pneumatizados. Isso significa que o seu interior é oco, o que os torna mais leves. No interior dos ossos pneumáticos existem extensões do pulmão chamadas de sacos aéreos. Os saco aéreos contribuem para a redução da densidade das aves, além de promover a refrigeração interna e servir como reserva de oxigênio. Outras características que contribuem para a redução do peso são: ausência de dentes, ausência de bexiga urinária e atrofia das gônadas fora da época reprodutiva. Além disso, as fêmeas geralmente só possuem um ovário. O osso que une as costelas na região ventral, o esterno, apresenta uma projeção chamada de quilha. A quilha é o ponto de inserção dos fortes músculos peitorais, responsáveis pelo batimento das asas. Digestão e excreção A ausência de dentes impede que as aves triturem o alimento na boca, antes de engolir. Esta função é assumida pela moela, uma região do estômago cujas paredes são dotadas de músculos fortes. Na moela os alimentos são triturados e esmagados, ou seja, é realizada a digestão mecânica. Algumas espécies armazenam pedrinhas na moela, que aumentam o atrito e auxiliam na trituração do alimento. Muitas espécies possuem um papo. O papo corresponde a uma dilatação da porção posterior do esôfago e serve para armazenar, temporariamente, o alimento coletado. Quando estão com filhotes, as aves podem armazenar alimento no papo para transportá-lo até o ninho e alimentar a prole. As aves, assim como a maioria dos répteis, excretam ácido úrico, uma substância nitrogenada que é insolúvel em água. As excretas são eliminadas na forma de uma pasta branca junto com as fezes, que possuem coloração escura. Reprodução A fecundação das aves é interna e, assim como os répteis, elas possuem um ovo terrestre com uma casca protetora externa. Internamente, encontram-se os anexos embrionários. As aves são animais ovíparos, ou seja, botam ovos que completam seu desenvolvimento fora do corpo materno. Isso contribui para a redução do peso da fêmea, pois ela não carrega o ovo ou o embrião dentro de seu corpo, como na ovoviviparidade e na viviparidade.
As aves chocam os ovos e cuidam dos filhotes após o nascimento. Este comportamento de cuidado com a prole é chamado de cuidado parental. Em muitas espécies tanto a fêmea quanto o macho realizam esta atividade. Órgãos dos sentidos As aves possuem a visão e a audição bem desenvolvidas. Esses sentidos são essenciais para um deslocamento eficiente no ar, durante o vôo. Já o olfato é pouco desenvolvido na maioria das espécies.
MAMIFEROS São os animais mais evoluídos e também originam-se a partir dos répteis primitivos. A característica principal desta classe é a presença de glândulas mamárias desenvolvidas, nas fêmeas, para a nutrição de seus filhotes. Pelo fato de apresentarem, em sua maioria, desenvolvimento embrionário no interior no útero da mãe, o risco de serem devorados por predadores nessa fase é o mínimo possível. São também homeotermos e vivem em todos os tipos de habitat: regiões frias, quentes, secas, úmidas, aquáticas, etc. Sistema Tegumentário Os mamíferos são revestidos por uma pele que apresenta pêlos e glândulas (mamárias, sebáceas e sudoríparas), além de alguns anexos como: chifres, garras, unhas, cascos, espinhos, etc. Sistema Digestivo O sistema digestivo é completo. Na boca, além da língua, há diferentes tipos de dentes (incisivos, caninos, pré-molares e molares). O estômago é simples, porém nos ruminantes possui quatro câmaras (pança, barrete, folhoso e coagulador). Só os monotremos possuem cloaca; os demais possuem ânus anexos do sistema digestivo: fígado, pâncreas e glândulas salivares. Os ruminantes apresentam um estômago denominado poligástrico, isto é, com quatro câmaras separadas. O trajeto do alimento inicia-se na boca onde é mastigado e misturado com saliva; após a deglutição, desce pelo esôfago e dirige-se à primeira câmara, o rumem ou pança. Em seguida, vai para o retículo ou barrete, onde é transformado em bolinhas que serão regurgitadas. Após a ruminação, o alimento é novamente deglutido, dirigindo-se, agora ao omaso ou folhoso, onde ocorre a absorção de água. Em seguida, vai para o único compartilhamento semelhante ao dos outros mamíferos, o abomaso ou coagulador. Saindo do estômago, o bolo alimentar agora segue um trajeto igual ao dos demais mamíferos. São ruminantes: boi, girafa, camelo, lhama, veado, etc. Sistema Excretor São urotélicos, ou seja, excretam principalmente uréia através dos rins metanefros, os ureteres desembocam na bexiga urinária, da qual sai à
uretra, que conduz os produtos de excreção (principalmente a uréia) ao exterior, em geral, por uma abertura independente do aparelho digestivo. Sistema Respiratório Respiração pulmonar (pulmões com alvéolos); laringe com cordas vocais (exceto nas girafas); diafragma separando os pulmões e o coração da cavidade abdominal, sendo o principal músculo dos movimentos respiratórios. Sistema Circulatório A circulação é dupla e completa. Coração (revestido pelo pericárdio) completamente dividido em quatro câmaras (dois trios, dois ventrículos); persiste apenas o arco esquerdo; glóbulos vermelhos anucleados, geralmente em forma de discos bicôncavos. A circulação é fechada, dupla e completa. Sistema Esquelético Crânio com dois côndilos occipitais, três ossículos auditivos (martelo, bigorna e estribo); boca com dentes (raramente ausentes) em alvéolos nos dois maxilares e diferenciados em relação aos hábitos alimentares. Coluna vertebral com cinco regiões bem diferenciadas: cervical, torácica, lombar, sacral e caudal. Quatro membros (cetáceos e sirênios sem membros posteriores); cada pé com cinco (ou menos) artelhos e variadamente adaptados para andar, correr, trepar, cavar, nadar ou voar; artelhos com garras, unhas ou cascos córneos e freqüentemente almofadas carnosas. - Plantígrados - apóiam toda a planta dos pés (homem, urso). - Digitígrafos - apóiam apenas os dedos (gato, cão). - Ungulígrados - apóiam o casco (são os Ungalata cavalo). Sistema Nervoso O SNC é constituído pelo encéfalo e pela medula espinhal. O encéfalo é bem desenvolvido e possui dois hemisférios subdividos em lobos. O sistema nervoso periférico apresenta doze pares de nervos cranianos e nervos radiquianos que saem da medula espinhal. Possuem ouvido interno, médio e externo, este com pavilhão auditivo (orelha). Olhos, em muitas espécies, com visão de cores. Possuem o olfato e o gosto vem desenvolvidos e, ainda, a superfície do corpo com inúmeras estruturas sensoriais. Reprodução Os machos apresentam pênis, testículos protegidos por uma bolsa escrotal para manutenção da temperatura um pouco abaixo da corpórea; fecundação interna e ovos oligolécitos, ou seja, com pouco vitelo. Possuem, ainda, todos os anexos embrionários anteriores, mais o aparecimento de uma placenta com cordão umbilical, permitindo a ligação entre mãe e filho. Após o nascimento, o filhote é alimentado pelo leite produzido nas glândulas mamárias. Sistemática Na classe Mammalia, encontramos cerca de 6000 espécies, enquadradas em:
Subclasse PROTOTHERIA (ADELPHIA) Aplacentados ovíparos (sem útero e sem vagina). Ordem Monotremata, exemplo: ornitorrinco e équidna. São muito primitivos e vivem na Austrália. O ornitorrinco possui um bico semelhante ao do pato, patas com membrana natatória e cloaca. A fêmea não possui tetas: o leite sai das glândulas com o suor, empanando os pêlos do peito, que são lambidos pelos filhotes. A fêmea põe de um a três ovos com cerca de 1,3 por 2,0 cm. A équidna possui bico alongado, cilíndrico, língua protátil, corpo coberto com pêlos grossos e espinhos, pernas curtas. Tem hábitos noturnos e alimenta-se de formigas encontradas embaixo de pedras. A fêmea põe um ovo, provavelmente carregado na bolsa (marsúpio) do abdome. Subclasse THERIA - Infraclasse METATHERIA (DIDELPHIA). Ordem Marsupialia Placentados com útero e vagina duplos. (A placenta é pouco desenvolvida ou ausente). Fêmea geralmente com bolsa ventral (marsúpio) ou dobras marsupiais circundando tetas no abdome. Fecundação interna; começo do desenvolvimento no útero, mas, após alguns dias, os embriões "nascem" e rastejam até o marsúpio, onde se prendem, pela boca, às tetas, e aí permanecem até estarem completamente formados, exemplos: canguru, gambá, cuíca, coala. - Infraclasse EUTHERIA (MONODELPHIA) Verdadeiros placentados, com um útero e vagina única; vivíparos; sem cloaca. As principais ordens são: Chiroptera (quirópteros) mamíferos voadores: morcegos. Edentata (edentados) dentes reduzidos aos molares ou ausentes: tamanduás, preguiças, tatus. Lagomorpha (lagomorfos) três pares de dentes incisivos que crescem continuamente: lebres e coelhos. Rodentia (roedores) dois pares de dentes incisivos que crescem continuamente: ratos, camundongos, esquilos, castores. Cetácea (cetáceos) - mamíferos aquáticos: baleias, golfinhos e botos. Carnívora (carnívoros) - dentes caninos muito desenvolvidos: cão, gato, leão, lobo, hiena, coiote, urso, tigre, quati, lontra, foca, jaguatirica. Perissodactyla - mamíferos ungulados de dedos ímpares: cavalo, rinoceronte, anta, asno, zebra. Artiodactyla - mamíferos ungulados de dedos pares: boi, porco, camelo, girafa, hipopótamo, búfalo, alce, cabra. Proboscidea (proboscídeos) - nariz e l bio superior formam uma proboscide muscular longa e flexível, a tromba: elefantes. Sirenia (sirênios) - corpo fusiforme, aquáticos: peixe-boi.
Primata (primatas) - cabeça formando ângulo reto com o pescoço; ossos das pernas separados; olhos dirigidos para frente; onívoros: lêmures, macacos, homem. Observações: Dá-se o nome de ungulados aos animais portadores de cascos. Os unguiculados são os portadores de garras (quirópteros, edentados, carnívoros, roedores e lagomorfos).