História e Geografia em 90 minutos
Onde fica? Localiza-se no extremo ocidental da Península Ibérica, uma península rodeada de água por todos os lados menos por um - o istmo (os Pirenéus). Tem uma longa linha de costa mas pouco recortada. Os seus limites naturais são: • Oceano Atlântico - a norte, oeste e sul; • Mar Mediterrâneo - a sul e a este; • os Pirenéus - a nordeste, que constituem o seu istmo. A sul aproxima-se de África através do estreito de Gibraltar.
Relevo O território é dividido no continente pelo rio principal, o Tejo. Ao norte, a paisagem é montanhosa nas zonas do interior com planaltos, intercalados por áreas que permitem o desenvolvimento da agricultura. A sul, até ao Algarve, o relevo é caracterizado por planícies, sendo as serras esporádicas. Outros rios principais são o Douro, o Minho e o Guadiana, que tal como o Tejo nascem em Espanha. Outro rio importante, o Mondego, nasce na Serra da Estrela (das mais altas montanhas de Portugal Continental – 1993 m de altitude máxima).
•Algumas das ilhas tiveram actividade vulcânica recente: São Miguel em 1563, e Capelinhos em 1957, que aumentou a área ocidental da Ilha do Faial. • O Banco D. João de Castro é um grande vulcão submarino que se situa entre as ilhas Terceira e São Miguel e está 14 m abaixo da superfície do mar. Entrou em erupção em 1720 e formou uma ilha, que permaneceu acima da tona de água durante vários anos. Uma nova ilha poderá surgir num futuro não muito distante. • O ponto mais alto de Portugal é o Monte Pico na Ilha do Pico, um antigo vulcão que atinge 2351 m de altitude.
•Pela latitude e situação, a Ilha da Madeira apresenta todas as características de ilha subtropical •As ilhas da Madeira, estão situadas no interior da placa africana •Esta situação de estabilidade e localização no interior da placa tectónica leva a que este seja o território do país menos sujeito a sismos. •O ponto mais alto do território é o Pico Ruivo com 1862 m de altitude.
O território onde hoje fica Portugal é habitado desde há muito tempo. Mesmo antes da sua formação, viveram cá vários povos: Comunidades Recolectoras, Comunidades Agro Pastoris, Celtas, Iberos, Lusitanos, Romanos, Árabes, etc...
Entre 20 000 a.C. e 10 000 a.C., a Península Ibérica começou a ser colonizada por grupos humanos que deixaram vestígios no território. ANTAS ou DOLMENS – Monumentos funerários muito frequentes no Alto Alentejo
“Anta da Mitra” - Évora
Menir MENIRES - são grandes pedras, com tamanho e forma variados, fincados no solo. São muito abundantes no Algarve e em Reguengos de Monsaraz, Évora. Tinham funções várias, rituais de fecundidade, comemorativos, sinalizadores de uma sepultura ou marcas de ocupação. Menir dos Almendres - Évora
Pedra dos Namorados - Monsaraz
No século VII a.C., a região passou a ser habitada por povos indoeuropeus, sendo estes tribos proto-célticas e celtas. As tribos iberas e algumas vagas celtas misturaram-se, dando origem aos celtiberos, aos lusitanos, aos vetões (ou Vettones) e aos galaicos (ou Gallaeci), entre outras menos significativas, tais como os brácaros, célticos, coelernos, equesos, gróvios, interamici, leunos, luancos, límicos, narbasos, nemetatos, pésures, quaquernos, seurbos, tamagani, taporos, zoelas, turodos). Influências menores foram os gregos e os fenícios-cartagineses (com pequenas feitorias comerciais costeiras semi-permanentes).
Ponte Celta Citânia de Briteiros – Castro - Guimarães Laboreiro
Lúnula lusitana de prata - século II a.C. - Chão de Lamas - Miranda do Corvo
No século III a.C. os Romanos penetraram na Península Ibérica. Entre 209 e 169 a.C., o exercito romano levou para Roma cerca de 4 toneladas de ouro e 800 toneladas de prata que obtiveram como espólio de guerra retirado dos tesouros das tribos nativas.
Viriato, o líder lusitano, conseguiu conter a expansão romana durante alguns anos, fazendo com que fosse dos últimos territórios a resistir à ocupação romana da Península Ibérica. Proclamando-se chefe dos Lusitanos uniu à sua volta um número crescente de tribos e travou uma guerra incansável contra os invasores. Perito em tácticas de guerrilha e em iludir o adversário, derrotou sucessivamente os vários generais romanos enviados contra ele. Acabou morto por traição.
A conquista total da península pelos Romanos só ocorreu no tempo do imperador Augusto. No século I, consegue-se a Pax Augusta: a Hispânia é dividida em três províncias.
1ª Divisão provincial da Hispânia, 197 a.C..
2ª Divisão provincial da Hispânia, de Augusto, 69 d.C..
3ª Divisão provincial da Hispânia, de Diocleciano, 298 d.C..
Viseu - Portugal
Zamora - Espanha
Os Romanos deixaram um importante legado cultural naquilo que é hoje Portugal: • nos costumes • no direito • na indústria – olarias, forjas, salga de peixe… • no comercio – intensificou-se • na agricultura – vinha, trigo, oliveira e árvores de fruto • na arte • na habitação – introdução da telha • na arquitectura • na rede viária e nas pontes, algumas das quais servem até aos nossos dias • na língua, uma variante do Latim (Latim Vulgar) passou a ser o idioma dominante da região • surgiram novas cidades e desenvolveram-se outras, segundo o modelo habitual de colonização romana • na matemática – numeração romana
Chaves
Moimenta da Beira Orjais - Covilhã
Conímbriga Ranhados - Viseu
Em 409 d.C., os chamados povos bárbaros, compostos principalmente por Suevos, Vândalos e Visigodos, todos de origem germânica, além dos Alanos, de origem persa, fixam-se na Hispânia. Esta invasão provocou a queda do império Romano no Ocidente. Em 411 estes povos dividem entre si o território
– igreja visigoda Os Visigodos acabaram por dominar todaIdanha-a-Velha a Península, converteramse ao cristianismo e adoptaram a língua, os costumes e as leis.
Cantaria visigoda
Igreja de São Gião - Nazaré
Em 711 a Península Ibérica foi invadida pelos muçulmanos do Norte de África (basicamente Berberes com alguma componente de Árabes).
Estes dominaram partes da península por mais de cinco séculos: inicialmente sobre o controlo do Califado de Damasco, como uma província do império omíada, o Al-Andalus, mais tarde sob a forma de um emirado e califado e, devido ao colapso deste, em pequenos reinos (taifas) com autonomias características.
Durante estes séculos, nas Astúrias, a única região que resistiu à invasão árabe, desenvolvia-se um movimento de reconquista da Península, culminando no fim do poder político islâmico nesta com a tomada de Granada pelos Reis Católicos (1492).
Os muçulmanos que não foram expulsos ou mortos durante o processo de reconquista, tiveram de aderir aos costumes locais (incluindo o Cristianismo).
A herança Muçulmana está bem presente no país, ao nível arquitectónico principalmente a Sul: Agricultura: novos processos de rega: nora, picota, azenha, açude e levada novas plantas: laranjeira, limoeiro, alfarrobeira e amendoeira
Artesanato: tapeçaria, cerâmica, couro e cobre
Ciência: Astronomia, Medicina, Geografia e Matemática(1,2,3,4…)
Construção: casas adaptadas ao clima, com terraços, taipa e caiadas. Uso de azulejos.
Língua: Al…. (Algarve, Alforge…)
Arquitectura: Arco em ferradura
Mouraria - Évora
Antiga mesquita de Mértola
Às suas investidas escapou, porém, uma parte das Astúrias, no Norte, onde se refugiou um grupo de visigodos sob o comando de Pelágio.
Uma caverna nas montanhas servia simultaneamente de paço ao rei e de templo de Cristo.
Por vezes, Pelágio e seus companheiros desciam das montanhas em surtidas para atacar os acampamentos islâmicos ou as aldeias despovoadas de cristãos.
Um desses ataques, historiograficamente designado de batalha de Covadonga (722), marcou, segundo muitos historiadores, o início do longo processo de retomada dos territórios ocupados, ao qual se deu o nome de Reconquista.
A partir do pequeno território, que Pelágio designou como Reino das Astúrias, os cristãos (hispano-godos e lusitano-suevos), foram gradativamente formando novos reinos, que se estenderam para o Sul. Surgiram os reinos de Castela, Leão (de onde derivou mais tarde o Condado Portucalense e, subsequentemente, Portugal), Navarra e Aragão.
Castelo de Guimarães
Acudindo aos apelos de Afonso VI, entre os cavaleiros de além-Pirenéus, vem Raimundo, que casaria com D. Urraca, filha do rei de Leão e recebe deste (1093) o governo de toda a Galiza até ao Tejo. No ano seguinte chega à Península D. Henrique, primo de Raimundo, que por mérito recebe a mão de D. Teresa, filha ilegítima de Afonso VI e recebe, depois (1096), o governo do Condado Portucalense. Cabia ao conde defender e alargar o território que lhe tinha sido entregue. O Condado Portucalense situava-se entre os rios Minho e Mondego e tinha a sua sede no Castelo de Guimarães. Deste condado, que fazia ainda parte do reino de Leão, mas que dele tinha grande independência, nasceria o reino de Portugal.
D. Henrique, guerreiro valente e bom governante, sempre desejou tornar o Condado Portucalense independente do reino de Leão. Mas morreu muito novo, ficando a governar a viúva, D. Teresa, uma vez que o seu filho, D. Afonso Henriques, era ainda muito novo.
D. Teresa, que também pretendia a independência do Condado, pediu para tal ajuda à nobreza da Galiza.
Os nobres portugueses, não concordando, convenceram D. Afonso Henriques a revoltar-se contra a mãe. Aos catorze anos de idade (1125), o jovem arma-se a si próprio cavaleiro
Os dois confrontaram-se na Batalha de S. Mamede (em 24 de Junho de 1128), próximo de Guimarães, tendo D. Afonso Henriques saído vencedor e passando a assumir o governo do Condado e iniciando a reconquista portuguesa autonomamente.
São Torcato - Guimarães
A D. Afonso Henriques não bastava a autonomia do Condado Portucalense; ele queria a sua total independência. Para tal, teve de lutar em várias frentes: • contra o rei de Leão e Castela, para obter a independência • contra os muçulmanos, para alargar o território • difíceis negociações com o Papa para que este reconhecesse Portugal como reino independente. A sua luta veio a ter sucesso: • o rei de Leão e Castela reconheceu a independência de Portugal: Tratado de Zamora, assinado em 1143; • o território português foi alargado até à linha do rio Tejo; • o Papa reconhece o reino de Portugal em 1179, através da Bula Manifestis Probatum.
A Reconquista durou por toda a Idade Média e só terminou no início da Idade Moderna, em 1492, quando os invasores foram definitivamente expulsos pelos reis Fernando e Isabel, conhecidos como "os reis católicos". Em 1492, com a conquista do reino de Granada, a Reconquista chegava ao fim. Já os reinos da Galiza, Leão, Castela, Navarra e Aragão iniciavam uma relativa unificação ao possuir um único rei que, posteriormente recebeu o nome de reino de Espanha. Juntamente com o reino independente de Portugal, debatiam-se estes dois Estados pelas conquistas marítimas. Ambos os reis estavam agora de olhos postos no Norte de África, nas praças comerciais de renome, como Ceuta e Tânger, sob o pretexto da cristianização. Caminhava-se, paralelamente, para a fase inicial dos Descobrimentos.
Os descobrimentos portugueses foram o conjunto de viagens e explorações marítimas realizadas pelos portugueses entre 1415 e 1543.
Os descobrimentos resultaram na expansão portuguesa e deram um contributo essencial para delinear o mapa do mundo.
Com estas descobertas os portugueses iniciaram a Era dos Descobrimentos europeus que durou do século XV até ao XVII, e foram responsáveis por importantes avanços da tecnologia e ciência náutica, cartografia e astronomia, desenvolvendo os primeiros navios capazes de navegar em segurança em mar aberto no Atlântico, a Caravela.
Cronologia dos descobrimentos portugueses 1415 - conquistam Ceuta. 1419 - João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira descobrem a Ilha de Porto Santo. 1420 - Os mesmos navegadores, com Bartolomeu Perestrelo, descobrem a Ilha da Madeira. 1427 - Diogo de Silves descobre as ilhas açorianas ocidentais e centrais 1434 - Gil Eanes dobra o Cabo Bojador, dissipando o terror que este promontório inspirava. 1435 - Gil Eanes e Afonso Gonçalves Baldaia descobrem Angra de Ruivos e este último chega ao Rio de Ouro, no Saara Ocidental. 1444 - Dinis Dias descobre o Cabo Verde e a ilha de Palma. 1445 - Álvaro Fernandes passa além do cabo Cabo Verde e chega ao Cabo dos Mastros. 1446 - Álvaro Fernandes chega ao norte da Guiné-Bissau. 1452 - Diogo de Teive descobre as ilhas Flores e Corvo nos Açores. 1456 - 1460 - Alvise Cadamosto e Diogo Gomes descobrem as primeiras ilhas do arquipélago de Cabo Verde. 1461 - Diogo Gomes e Antonio da Noli descobrem mais ilhas de Cabo Verde. 1461 - Diogo Afonso descobre as ilhas ocidentais do arquipélago de Cabo Verde. 1470 - João de Santarém e Pêro Escobar descobrem as ilhas de São Tomé e Príncipe.
1482 - 1486 - Diogo Cão chegou ao estuário do rio Zaire (Congo) 1485 - Diogo Cão chegou ao Cabo da Cruz, na actual Namíbia. 1487 - Afonso de Paiva e Pêro da Covilhã partem de Lisboa, viajando por terra em busca do reino do Preste João, na Etiópia. 1488 - Bartolomeu Dias dobra o Cabo das Tormentas, futuro cabo da Boa Esperança, coroando 50 anos de esforço e numerosas expedições, entrando pela primeira vez no Oceano Índico. 1489 - 1492- São feitas várias expedições ao Atlântico Sul para mapear os ventos. 1494 - Portugal e Espanha assinam o Tratado de Tordesilhas, dividindo o mundo por descobrir entre si. 1497 - 1499 - Vasco da Gama comanda a primeira frota a contornar África e chegar a Calecute na Índia, e regressa. 1498 - Duarte Pacheco Pereira explorou o Atlântico Sul (e terá alcançado a foz do rio Amazonas e a ilha do Marajó no que terá sido uma expedição secreta.) 1500 - A frota comandada por Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil, aportando em Porto Seguro. 1500 - 1501 - Gaspar Corte Real atinge a Terra Nova, que nomeia Terras de Corte Real (Canadá). 1500 - A 10 de Agosto Diogo Dias, navegador da frota de Pedro Álvares Cabral na segunda armada à Índia, descobriu uma ilha a que deu o nome de São Lourenço, mais tarde designada Madagáscar.
1505 - Lourenço de Almeida chega a Ceilão (Sri Lanka). 1509 - Diogo Lopes de Sequeira atravessa o golfo de Bengala e chega a Malaca (Malásia), com ele viaja Fernão de Magalhães, que viria a fazer a primeira viagem de circum-navegação ao globo, ao serviço de Espanha em 1519-22. 1512 - António de Abreu chega à ilha de Timor e às ilhas Banda, Ambão e Seram. 1513 - Primeiro navio comercial aporta em Cantão, na China, sob o comando de Jorge Álvares e Rafael Perestrello. 1517 - Primeiros contactos oficiais com a China. Fernão Pires de Andrade e Tomé Pires são enviados de D. Manuel I para estabelecer relações oficiais entre o Império Português e a Dinastia Ming, no reinado do imperador Zhengde. 1525 - Gomes de Sequeira e Diogo da Rocha são enviados pelo governador Jorge de Meneses, à descoberta de territórios a norte das Molucas, foram os primeiros europeus a chegar às Ilhas Carolinas, a nordeste da Nova Guiné, que então nomearam "Ilhas de Sequeira".[3] (A Austrália teria sido descoberta por Cristóvão de Mendonça e Gomes de Sequeira em 1525 - descoberta não reconhecida oficialmente) 1526 — Jorge de Meneses aporta na ilha Waigeo na Papua-Nova Guiné 1542 - Fernão Mendes Pinto, Diogo Zeimoto e Cristovão Borralho chegam ao Japão.
O Império Português foi o primeiro e o mais duradouro dos Impérios coloniais (1415-1999)
Descobrimentos portugueses de 1415-1543, principais rotas no Oceano Índico (azul), territórios portugueses no reinado de D. João III (verde)
No entanto, logo após a Segunda Guerra Mundial começou a ruptura das dominações coloniais, a que Portugal não escapou.
Após a perda do Estado Português da Índia, a situação manteve-se relativamente controlada até que, em 1961, estalavam os primeiros confrontos armados em Angola, a que se sucederiam intensos combates.
Em 1580, com a morte do rei D. Sebastião na batalha Batalha de Alcácer-Quibir, Portugal enfrentou uma crise dinástica e o trono caiu nas mãos dos reis de Espanha, sob a forma de monarquia dual - dois reinos, um rei. Face ao ocorrido, e à instabilidade social provocada pela quebra de promessas pelos reis castelhanos, Portugal vive um período de guerra interna pela restauração da Independência, até conseguir a Paz que elevaria D. João IV ao trono português. 1 de Dezembro de 1640 - fim da dinastia filipina – restauração da independência
No princípio do século XVIII, Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal assume o cargo de primeiro-ministro, e torna-se responsável por reformas em várias áreas. Revelou-se um déspota esclarecido ao serviço de um apagado rei absoluto, D. José I.
•Expulsou os Jesuítas • Nunca reuniu cortes • Retirou muitos poderes à Nobreza • Reconstruiu da baixa de Lisboa, após o Terramoto de 1755, expressando os conceitos urbanos e estéticos do Iluminismo
1807-1808, 1809 e 1810-1811 - Incursões militares de tropas francesas sobre o território português levadas a cabo sob a direcção, respectivamente, dos marechais Junot, Soult e Massena. A razão imediata das invasões relacionou-se com a recusa portuguesa em aderir ao Bloqueio Continental decretado por Napoleão em relação à Inglaterra, no ano de 1806. Para agravar a situação, em Agosto do ano seguinte, França apresentou um ultimato ao governo português: ou este declarava guerra à Inglaterra até dia 1 de Setembro ou as fronteiras nacionais seriam cruzadas pelos soldados franceses. Na medida em que a aliança anglo-lusa não foi quebrada, a ameaça foi cumprida. A resistência armada à ocupação teve o apoio de um contingente militar inglês
Portugal sofreu grandes danos materiais causados pela luta armada e pelos saques franceses, bem como pela táctica de terra queimada que ingleses e portugueses recorreram com o objectivo de evitar maiores proveitos aos invasores. No plano económico, a agricultura e, em particular, a criação de gado ressentiram-se a ponto de a subsistência alimentar não ter sido assegurada nos anos que seguiram a 1811 Diminuiu a produção industrial, acarretando a redução de remessas para as colónias. No plano politico a Família Real mudou-se para o Brasil, ficando a administração do reino em mão de Ingleses - 1808 -1821
Nos inícios do século XIX Portugal vivia uma crise motivada: •pela partida da família real para o Brasil • pelas consequências destrutivas das Invasões Napoleónicas • pelo domínio dos ingleses sobre Portugal • pela abertura dos portos do Brasil ao comércio mundial, o que tinha provocado a ruína de muitos comerciantes portugueses
No dia 24 de Agosto de 1820 eclodiu no Porto uma revolução cujo objectivo imediato era convocar Cortes que dotassem Portugal de um texto constitucional – REVOLUÇÃO LIBERAL DE 1820. • O rei D. João VI foi intimado pelas Cortes a regressar a Portugal. • Volta e deixa seu filho D. Pedro como regente do Brasil. Em 1822 proclama a independência do Brasil – Grito do Ipiranga • Elaborada a 1ª constituição Portuguesa - 1822
Com a morte de D. João VI, levantava-se um problema de sucessão.
D. Pedro I do Brasil abdica do Trono para D.ª Maria, sua filha.
Entretanto, D. Miguel, que já se revoltara pelo menos duas vezes e estava exilado, foi nomeado regente do Reino, e o casamento com D. Maria (sua sobrinha) seria arranjado.
Na tentativa de impor o seu regime absolutista, depôs o regime monárquicoconstitucional de D. Maria dando início a seis anos de conflitos armados – guerra civil entre liberais e absolutistas.
Para resolver a situação, D. Pedro abdica do trono para o seu filho Pedro II do Brasil, e impõe-se, pela força.
As derrotas sucessivas de D. Miguel iriam forçá-lo a desistir da luta no compromisso de Évora-Monte, e permitir a restauração da Carta Constitucional de 1826 e do trono de D. Maria II.
Portugal vive então numa monarquia constitucional até 1910, ano em que é Implantada a 1ª República (1910 – 1926): O Republicanismo acentuou-se de tal forma na primeira década do século XX que em 1 de Fevereiro de 1908 se dá o regicídio. Quando regressavam de Vila Viçosa, o Rei D. Carlos e o seu filho mais velho, o príncipe herdeiro D. Luis Filipe, foram assassinados no Terreiro do Paço (Praça do Comércio), em Lisboa. A 3 de Outubro de 1910 estalava uma revolta que provocaria a deposição de D. Manuel II e a criação da República Portuguesa.
1910 a 1926... neste período de 16 anos houve sete Parlamentos, oito Presidentes da República e cerca de cinquenta governos Foi um período de grande instabilidade política, governativa e social o que facilitou a instauração de uma ditadura. Para agravar toda esta situação Portugal entra na 1ª grande Guerra Mundial.
Por volta de 1928 a situação financeira do Estado português é péssima. Nesse ano foi chamado ao governo um professor de Finanças da Universidade de Coimbra, António de Oliveira Salazar. • rejeitava o comunismo • mas também as tradições do liberalismo político e económico • profundamente conservador e nacionalista • alimentava uma nostalgia pelo meio rural Em 1932 Salazar passa a acumular o cargo de ministro das Finanças, com o de presidente do Conselho de Ministros para o qual é nomeado.
Em 1933, entrou em vigor a nova Constituição Portuguesa. De cariz presidencialista, revelando-se porém o presidente uma figura apagada
Os antigos partidos políticos portugueses desaparecem, com excepção do Partido Comunista Português (fundado em 1921), cujos dirigentes foram duramente perseguidos pela polícia política (PVDE e depois, PIDE). A censura, restabelecida em 1926, foi consolidada e todas as greves proibidas. Em 1936 o regime cria a Mocidade Portuguesa, cujo propósito era incutir à juventude do país as ideias do regime. Durante a Segunda Guerra Mundial Portugal manteve-se neutro no conflito, tendo beneficiado com a venda de volfrâmio, usado para o fabrico de material bélico. Em 1949 Portugal ingressa na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN/NATO) e em 1955 na Organização das Nações Unidas.
Nos anos sessenta Portugal registou um forte fenómeno de emigração. Os destinos principais dos portugueses, motivados pelo desejo por melhores condições de vida, foram a França e a Alemanha Ocidental.
No contexto político-social do pós-Segunda Guerra Mundial, em que subsistiam os princípios de autodeterminação e independência, as colónias em todo o Mundo revoltavam-se contra os colonizadores
As possessões portuguesas, agora designadas províncias ultramarinas não foram excepção, e entre 1961 e 1964 estalam uma série de tumultos violentos contra as forças coloniais portuguesas exigindo a libertação dos povos.
Primeiro em Angola, depois na Guiné Portuguesa e Cabo Verde, e em 1964 em Moçambique, dava-se início ao um conflito armado que ficou conhecido na historiografia portuguesa como Guerra do Ultramar, e na historiografia das antigas colónias como Guerra de Libertação (1061-1964).
Numa conspiração militar, o Exército Português consegue ser bem sucedido num golpe de estado que, por não ser violento, se tratou de designar historiograficamente de Revolução dos Cravos e que ocorreu no dia 25 de Abril de 1974.
Pôs fim ao Estado Novo e à Guerra Colonial
No dia 25 de Abril de 1975, passado justamente um ano sobre a revolução, realizaram-se as primeiras eleições democráticas.
No dia 2 de Abril de 1976 seria promulgada a constituição e é a mesma que rege Portugal até hoje, apesar de ter sido revista em várias ocasiões.