ISCTE LICENCIATURA EM ANTROPOLOGIA ANTROPOLOGIA MARÍTIMA 2008
A identidade dos Nazarenos: uma comunidade piscatória transformada pelo desenvolvimento turístico
Fonte: LABORINHO 2002, p. 63
ANA CANHOTO N.º 27685 TURMA AB2
A NAZARÉ Um monumento, uma paisagem humana, um verdadeiro museu, uma bela praia de pescadores, sem portos de abrigo ou quebra-mar.» Alves Redol1 A Nazaré, «uma paisagem humana» que o mar moldou. Elemento inseparável da Nazaré o mar é o seu recurso primordial. É o responsável pela forma como a representamos. Sem ele não haveria nem pesca nem turismo, duas indústrias determinantes na caracterização desta vila. À volta dele desenvolveu-se uma comunidade que culturalmente se moldou à sua imagem. Situada no distrito de Leiria, em plena Estremadura Atlântica, a designação de Nazaré foi atribuída em 1912, com a ligação das comunidades de Praia, Sítio e Pederneira. Hoje constitui-se de três freguesias – Nazaré, Famalicão e Valado dos Frades. Dadas as circunstâncias naturais do Sítio, bem como pela ocorrência do milagre da Nossa Senhora da Nazaré, crença que estava em franco crescimento, foi neste local que se terá estabelecido o primeiro grupo populacional. O difícil acesso foi, no entanto, preponderante para que somente no século XVII se tivesse verificado um considerável crescimento demográfico (Câmara Municipal da Nazaré 2008f). A Praia ter-se-á desenvolvido tardiamente, pelo facto do mar abranger todo o terreno até a Serra da Pederneira. As primeiras comunidades piscatórias residiam na Pederneira e no Sítio e só mais tarde, com o recuo do mar e o consequente assoreamento, a Praia se tornou habitável. «As primeiras referências sobre a pesca na Nazaré datam de 1643, no entanto, só no final de setecentos a população se começou a fixar no areal» (Câmara Municipal da Nazaré 2008d). Durante o século XVIII a Nazaré continuou em franco incremento populacional, com a chegada a esta zona de comunidades de pescadores «… oriundos de Ílhavo e da zona da Ria de Aveiro, que, com eles, trouxeram novas redes e técnicas de pesca (pesca de arrasto), dando um novo incremento populacional ao lugar e à actividade piscatória.» (Câmara Municipal da Nazaré 2008e). No século XIX várias obras edificadas terão contribuído para o crescimento da população, bem como para o acesso a esta praia. Destaca-se a ampliação da linha de caminho de ferro do Oeste. Em 1889, dada a dificuldade em aceder ao santuário, ocorre a inauguração do elevador mecânico de ligação entre a Praia e o Sítio. Considerado um grande impulsionador para o incremento da população local, é hoje um dos símbolos da Nazaré, referenciado pelo 1
Nabais, António 2002 «Contexto histórico e etnográfico» in: Lúcio, Álvaro J. Laborinho; David, Ana; Nabais,
António O Mar da Nazaré. Álvaro Laborinho. Nazaré: Câmara Municipal da Nazaré, IPM - Museu Etnográfico Arqueológico Dr. Joaquim Manso, Conluz SA, Miramar DA e Carpilux LDA. pp. 29-37.
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Município como um «“Ex-libris” da vila … referência obrigatória para todos os que visitam a Nazaré» (Câmara Municipal da Nazaré 2008b). Em 1895 foi erigida a primeira capitania do Porto da Nazaré e em 1903 foi inaugurado o farol no Forte de S. Miguel, no Sítio (Nabais 2002). No que concerne à vertente turística esta ocorreu após a segunda metade do século XIX. A parca importância que os pescadores atribuíam ao turismo ocasionou que esta praia, como espaço lúdico, tivesse sido alvo de um desenvolvimento tardio. Refere Jan Brogger que a construção de vinte casas para turistas ocorreu em 1875 e estas foram, essencialmente, um investimento da burguesia da Pederneira. Foi esta classe social, originária das cidades do interior, a instigadora do turismo e ao termo Praia foi adicionado o conceito de Banhos. Esta zona tornar-se-ia a Praia dos Banhos (Brogger 1989). Vivia-se a época do romantismo, em que o popular e o genuíno eram amplamente valorizados. Os pescadores eram uma das grandes atracções da Nazaré, «… considerados como espécimes vivos do “nobre selvagem”, que teriam desaparecido com o dealbar da civilização urbana.» (Brogger 1989: 16, tradução minha). Prevaleciam duas classes, denominadas localmente de pé calçado e gente da praia. Os primeiros simbolizavam a burguesia e os segundos estavam associados aos pescadores, que geralmente andavam descalços. Outro cunho de encantamento encontra-se atribuído ao estilo de edificação na Praia, com ruas estreitas e casas baixas e brancas, como se tratasse de uma aldeia da Idade Média (Brogger 1989). Durante o século XX a Nazaré foi sofrendo várias modificações nas actividades piscatórias e turísticas, primárias para a subsistência da população e para o modo como tem sido representada. Para esta figuração contribuíram as artes, como ferramenta de divulgação nas primeiras décadas deste século. Fotógrafos, escritores, cineastas, entre outros, foram alguns dos preconizadores da inserção da Nazaré nos roteiros turísticos. Vários escritores escreveram sobre ela. Destacamos Ramalho Ortigão, com uma alusão às águas sulfúreas desta praia, na obra As Praias de Portugal e Miguel Torga, que destaca a força do mar, da terra e dos pescadores da Nazaré no seu Diário II, de 1943. Assim como, o escritor neo-realista Alves Redol dedica o tema do romance Uma Fenda na Muralha à vida dos pescadores da Nazaré. Filmes dos anos 30, como «Nazaré, Praia de Pescadores» e «Maria do Mar», ambos de Leitão de Barros e, nos anos 50 a longa-metragem «Nazaré», de Manuel Guimarães, foram instrumentos de difusão da praia da Nazaré (Nabais, 2002: 30). Recriou-se desta forma uma identidade local na forma do herói pescador, aquele que desafia o mar tendo apenas como recurso um pequeno barco de madeira. Este foi um discurso que o tornou um herdeiro dos 3
grandes navegadores, atribuiu-lhe uma imagem positiva, a qual foi amplamente utilizada para o turismo. É de destacar o mito que envolve a vestimenta nazarena, mais concretamente as «sete saias», símbolo da mulher do pescador. Ao que conseguimos averiguar as «sete saias» estão intimamente relacionadas com o mar. A sua origem é ambígua e não existem opiniões conclusivas, mas o povo refere que são tradição da mulher do pescador, aquela que esperava, sentada na areia pelo seu marido que estava no mar. Afirmam estar ligada ao papel do número sete na religião e na mitologia; os sete dias da semana, as sete ondas do mar, as sete virtudes, entre outras referências. A sua introdução terá ocorrido, na opinião de alguns estudiosos, nos anos 30 e 40, pelo Rancho Folclórico Tá-mar. Para outros referem-na como utilizada pelas comerciantes locais para contar as sete ondas do mar. No entanto, qualquer que seja a sua proveniência e a razão do seu uso, a nazarena adoptou as «sete saias». Na actualidade ao seu uso são impostas regras costumeiras, destacando-se o facto de só poder ser usadas por mulheres ligadas à vida da pesca (Câmara Municipal da Nazaré 2008c). Não só artistas portugueses se sentiram conduzidos a descrever esta localidade. Encontramos, no livro O mar da Nazaré, a indicação que estrangeiros terão «… registado – fotografia, texto ou tela – as fortes sensações e imagens desta terra.» (Nabais 2002: 30). Este sentimento está bem patente na referência que um francês nos anos 30 demonstrou, referindo-a como «… voici la perle de l’Océan: Nazareth» (Gabrielle Reval in Nabais 2002: 31). De uma economia substancialmente assente na pesca, a Nazaré viu crescer o seu lado turístico. Nos anos 40 era destino por excelência dos ribatejanos e das localidades próximas. Vinte anos depois, na década de 60, a sua divulgação alastrou-se internacionalmente. Neste âmbito destacamos o predomínio da representação de uma Nazaré genuína, onde o turista se cruzava com o pescador. Segundo relatos de familiares próximos era frequente os turistas observarem a prática da arte xávega, tipo tradicional de pesca da Nazaré. Geralmente este ocorria numa zona do areal ligeiramente distante do espaço atribuído ao turismo, contudo as pessoas deslocavam-se para assistir ao alar das redes. Este é referido como “um momento alto da praia da Nazaré”, altura em que ao citadino ou o agrário assistia, não só ao puxar da rede, como também à distribuição do peixe para a lota e para o quinhão2. Este é, na actualidade, um produto turístico oferecido pela Câmara Municipal e pela Região de Turismo Leiria/ Fátima, em pareceria com a Associação Comercial, Industrial e Serviços locais. São reconstituídos os rituais da arte xávega por uma companha local, pelo lançamento das redes ao mar durante a manhã e o seu alar ao final da tarde por pescadores e peixeiras. É, ainda, recriado o ambiente 2
Uma parte dos peixes considerados menos nobres, como o carapau e a sardinha, era entregue ao pescador como
parte do pagamento da sua faina na jornada. Este acto ocorria geralmente na praia, antes do peixe chegar à lota.
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da lota, hoje totalmente inacessível ao turista, pela sua improvisação na praia. Sobressai a reconstituição do ambiente desta, bem como a demonstração de como eram realizados os processos de venda, com a inserção do termo «chui», hoje em desuso, como sinal de arrematação de uma venda. Desta forma procura-se defender uma memória colectiva transformando-a num dos «…principais cartazes turísticos da região…» (Câmara Municipal da Nazaré 2008g). Após os anos 70 e com a entrada na Comunidade Económica Europeia, os pescadores da Nazaré foram alvo de novas transformações. À sazonalidade e às adversidades características de quem depende do mar para sobrevivência, acrescentaram-se regras impostas por se pertencer a um espaço económico comum e o desenvolvimento da escolaridade obrigatória. Concretamente, e quanto a este último facto, é de referir que o acesso à escolaridade foi preponderante para que muitos filhos de pescadores abandonassem o modo de vida tradicional dos seus ascendentes. Estes acabaram por se dedicar a outras profissões, entre as quais se destaca a indústria turística (Trindade s.d.). Numa notícia publicada no «Jornal da Região Nazaré» online, data de 17 de Outubro de 2007, pode ler-se: A Nazaré “está a perder com o tempo a pesca, o turismo de pesca”, e cada vez mais o pescador está a tornar-se um “gestor hoteleiro”. Constata que “o turismo nazareno é muito mal vendido”, visto que não há divulgação de toda a riqueza nazarena. A Nazaré está a perder a sua identidade, cada vez mais os “pexins” estão a misturar-se com os “palecos”. (Rocha 2007) Menciona Marta Caeiro, a autora de um estudo académico realizado em 2004 e referido neste artigo, que os “pexins” eram os nazarenos, os quais se terão envolvido com os “palecos”, indivíduos de fora, portugueses ou estrangeiros que não pertenciam à comunidade nazarena. Com estes aprenderam a desenvolver as suas capacidades de negócio, afirmando esta autora que sabem vender bem o seu produto. Contudo, este tem sido e cada vez menos o peixe e sua indústria e mais o turismo hoteleiro (Rocha 2007). Ao que apurámos num documento da Câmara Municipal da Nazaré, designado de Plano Estratégico 2015, apresentado em Abril de 2004 e cujo objectivo visa o desenvolvimento da Nazaré, existe da parte deste organismo uma preocupação no que concerne ao investimento na vertente turística da Nazaré. No mesmo referem: …a Nazaré tem ao longo dos anos perdido algumas das suas características e tradições mais marcantes e peculiares, de que a actividade da pesca é um exemplo inquestionável … não tem conseguido afirmar-se como importante 5
centro piscatório … A sistemática política de fomento ao abate de embarcações e a ausência de recursos humanos com disponibilidade e vontade para ingressarem na actividade, vão deteriorando esta situação no concelho. (CEDRU s.d.)
Parece querer manter-se no presente a lembrança da miséria que a pesca originava no passado. Esta é uma situação detectável na elevada emigração e na escolha do turismo como meio de subsistência. Quanto à primeira destacamos o facto de que os emigrantes são, essencialmente, a juventude, cujo acesso ao ensino fomentou a procura de outras profissões, mas também os pescadores. Com a actual conjuntura económica estes tendem a procurar pescar noutras margens, em outros contextos onde o rendimento adquirido possa ser superior. E, tal como no passado muitos foram os nazarenos que se deslocavam na pesca do bacalhau, no Mar do Norte, o mesmo se constata hoje. Quem fica aspira a uma melhor vivência e acaba por mostrar optar por aquilo que o mar ainda lhe oferece – a exploração da vertente turística da praia. Citando Carlos Diogo Moreira quanto às estratégia adaptativas dos pescadores: Outras opções ocupacionais surgiram, entretanto, como alternativas simultaneamente mais desejadas e mais viáveis. Grande parte dessas novas alternativas surgiram ligadas, directa ou indirectamente, à expansão do turismo que reordenou os espaços litorais e transformou praticamente toda e qualquer comunidade marítima numa estância turística, alargando por esta via as possibilidade de trabalho e rendimento dos pescadores. (Moreira, 1987: 385) É neste contexto que o combate à massificação de um turismo considerado pouco qualificado mostra ser um dos objectivos dos programas do Município da Nazaré. Existe uma clara tentativa de ultrapassar a fragilidade de uma economia centrada no produto «Sol e Mar» dos meses de Julho e Agosto. É neste domínio que se destaca o papel da mulher, como promotora da hospedagem turística. A inconstância e risco das actividades piscatórias criaram na mulher nazarena a necessidade de lutar pela sobrevivência. Citando Jan Brogger quanto ao facto das mulheres dos pescadores não terem tempo para o repouso: «Elas representam o lar, quer quando se trata de questões privadas quer públicas, e frequentemente gerem um negócio; geralmente não têm tempo a perder.» (1989: 22). Com a expansão turística dos anos 70, concentrada nos dois meses do ano, os hotéis locais não conseguiram responder às necessidades da procura. Esta foi uma ocorrência aproveitada pelas mulheres dos pescadores, as quais viram aqui uma oportunidade de compensação das carências provocadas pela pesca. Criaram, desta forma, um «…verdadeiro mercado negro de 6
hospedagem turística…» (Escallier 1999: 301), oferecendo um quarto das suas casas ou a própria residência para aluguer durante estes meses. Sentadas nos degraus das portas ou na marginal, junto à praia, estas mulheres tornaram-se uma imagem da Nazaré. Predomina neste contexto o domínio da mulher, quer no âmbito da gestão do lar quer nos negócios, sendo a responsável pela gestão da economia familiar. Segundo o antropólogo norueguês Jan Brogger, a presente conjuntura poderá residir no facto de tradicionalmente o homem passar uma boa parte do ano no mar. Por esta razão verificava-se o casamento matrilocal, persistindo em algumas famílias da actualidade. E, muito embora a modernidade tenha trazido aos nazarenos o aburguesamento destes, o papel da mulher continua a ser preponderante (Brogger 1989). Distinguindo-se pelo uso de um lenço na cabeça, um xaile nos ombros e as «sete saias», seguram um cartaz no qual se encontram, geralmente, escritas as palavras «rooms, chambres, zimmer», concretamente quarto em inglês, francês e alemão. Esta é uma estratégia que parece ter adquirido identidade na Nazaré e sobre a qual a Câmara Municipal procura criar regras. Segundo o averiguado no Plano Estratégico 2015, nos anos 90 verificou-se um decréscimo no número de hóspedes e hospedagens convencionais. Este é indicado como «… consequência da proliferação de oferta paralela…» e do peso que esta tem na economia, considerada «… uma tradição fortemente enraizada…» (CEDRU s.d.). Refere Christine Escallier, no artigo «O papel das mulheres da Nazaré na economia haliêutica», que frequentemente alugam as suas casas a preços elevados e sem garantia das condições de salubridade mínimas. Com o intuito de recuperar o baixo orçamento anual das famílias, as mulheres dos pescadores recorrem a todos os meios como fonte de rendimento, circunstância reportada como preocupante para o Município, pois tem originado uma gradual depreciação da imagem da Vila, bem como do turismo praticado (CEDRU s.d.). Esta actividade das mulheres está, ainda, ligada a outro factor a contabilizar – a aquisição de bens. Com o desenvolvimento do turismo e o acesso à escolaridade as fronteiras entre pé calçado e gente da praia esfumaram-se. No entanto, esta separação de classes não se extinguiu, apenas adquiriu uma nova nuance. A estratificação deixou de ser definida pelo parentesco, mas sim pela quantidade de bens que se possui. Deixou de estar conectada com a função do homem na companha e está hoje relacionada com a posse bens materiais ou por funções associadas a níveis superiores de habilitações escolares (Trindade s.d.). Para esta possessão tornou-se fundamental a capacidade das mulheres venderem o seu produto – o aluguer das casas e o pequeno comércio. «Elas fazem da sua vila uma espécie de arena, onde 7
a competição enraivece.» (Escallier 1999: 304), transformando a procura de uma escapatória à miséria e à fome, que prevalece na memória de um passado, num desafio do presente. Quaisquer que sejam as estratégias, no seu seio sobrevive um discurso identitário ligado ao mar, quer pelo uso das tradicionais vestimentas por quem está ligado às actividades piscatórias quer pelas imagens transmitidas pelos meios de divulgação turística. Parece subsistir a ideia de resistência a um processo de globalização, a uma homogeneização das culturas, pela utilização de representações de uma tradição única associada ao mar. Este é um facto que ambos Município e pescadores procuram demonstrar. Quer no Plano Estratégico 2015, de 2004 quer no projecto Agenda 21 Local está bem patente a importância da manutenção dessa identidade. Este último programa, aprovado em 2007, consta da indispensabilidade de articular e integrar na comunidade local a noção e prática de um desenvolvimento sustentável. Destaca-se, no que concerne à sociedade nazarena, o objectivo operacional da recuperação de uma identidade urbana que «… está intrinsecamente ligada ao Mar, pela positiva ou pela negativa, continuando à espera de uma reconstrução conciliada e pacificada de imaginários.» (Câmara Municipal da Nazaré 2008a). Misturam-se neste concelho e nesta Vila da Nazaré vários discursos: o do pescador que mostra o seu barco colorido e da peixeira que usa as «sete saias»; o mesmo pescador que acaba por emigrar por não ter meios de sobrevivência e cuja mulher já não é peixeira, é comerciante e aluga a sua casa durante os meses de Verão. E por último uma geração mais nova que não se identifica com a indústria pesqueira e são funcionários públicos ou advogados ou médicos. Opõem-se aqui dois mundos: o do mar e da terra, à semelhança de um passado, entre pés-calçados e gentes da praia.
Bibliografia: BROGGER, Jan 1989 Pre-Bureaucratic Europeans: a study of a portuguese fishing community. Oslo: Norwegian University Press. 8
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