CIRURGIA – VOLUME 4 02.03.2016
Síndrome Álgica – Dor Abdominal CASO 1: Paciente com encefalopatia + alteração hematológica + linha gengival + fonte de exposição Intoxicação pelo chumbo. 1) Intoxicação pelo Chumbo. História ocupacional + Encefalopatia, Dor Abdominal, Linha Gengival de Burton, Anemia Microcítica/Hipocrômica e Pontilhados Basofílicos. 2) Interfere no metabolismo que acumula mediadores tóxicos causando DOR ABDOMINAL. Chumbo inibe enzimas da síntese do HEME, acumulando precursores desta via (protoporfiria). 3) Diagnóstico: Dosagem do Chumbo Sérico (>= 25 mcg/dl). Outros achados: Nefrite intersticial, HAS, Gota. 4) Interromper a exposição e quelantes do chumbo (dimercapol, DMSA e EDTA).
ABDOME AGUDO O abdome agudo pode ser clínico ou cirúrgico. A dificuldade NÃO está no diagnóstico, mas sim na conduta. CLÍNICO Febre Tifoide Intoxicação pelo Chumbo Porfiria
CIRÚRGICO Apendicite Diverticulite Pancreatite Isquemia Mesentérica Colecistite
INTOXICAÇÃO PELO CHUMBO É necessário que haja uma fonte de exposição: Mineradoras, produção de baterias, indústrias automobilísticas, tintas (não é mais comum, pois não há teor de chumbo na tinta), projéteis de arma de fogo, destilados clandestinos. o
Manifestações Clínicas: Gastrointestinais:
Principal manifestação clínica, que causa paralisação enzimática, causando acúmulo de substâncias tóxicas que irritam o abdome. Principais sintomas: Dor abdominal, náusea, vômitos, anorexia.
Hematológicas
Quando ocorre uma hemólise excessiva e acentuada, a medula inicia a liberação de reticulócitos que possuem restos nucleares Pontilhados Basofílicos (pela hematoscopia). Diminui a síntese de hemoglobina Anemia microcítica e hipocrômica (diagnóstico diferencial com Anemia Ferropriva, neste caso NÃO há reticulócitos). Pontilhados Basofílicos + Anemia Micro/Hipo = PENSAR em Intoxicação pelo Chumbo.
Renais
Causa uma Nefrite Intersticial Proximal, mais arrastada e crônica.
Neurológicas Contato AGUDO Encefalopatia. Contato for CRÔNICO Dificuldade de concentração.
Outras: HAS, Gota, Infertilidade, Linha Gengival (de Burton).
CASO 2: Encefalopatia + piora co fumo e barbitúricos + jovem + “surtos” + TC normal. 1) Porfiria Aguda. Dor abdominal com fumo e barbitúricos, convulsão, coma, fraqueza, HAS resistente, surtos psiquiátricos. 2) Dosagem de precursores da via do heme, do Porfobilinogênio (PBG) urinário. PBG > 50 mg/dia | ALA > 20 mg/dia (menos confiável). Quando a urina permanece na luz, a coloração vai se tornando escura, arroxeada. 3) Administrar Glicose Hipertônica ou Hematina/Arginato Heme.
PORFIRIA É um distúrbio na síntese há porfirina do heme que forma a hemoglobina. o
Fisiopatologia:
A hemoglobina é formada por HEME + GLOBINA (2 cadeias alfa e 2 cadeias beta). O Heme é formado pelo Ferro + Protoporfirina IX. O Succinil-CoA é o substrato da porfirina, que precisa passar por 7 reações até chegar em seu estágio final. A Doença Porfirina é um conjunto de doenças que podem ocorrer pela alteração das enzimas responsáveis por cada etapa de transformação. Dentre as Porfirinas, a MAIS comum é a Porfiria Cutânea Tarda, que evolui com malformações cutâneas IMPORTANTES associadas à exposição solar e é causada pela diminuição da uroporfirinogênio descarboxilase (responsável em transformar o Uroporfirinogênio III Coproporfirinogênio III). A Porfirina MAIS cobrada em prova é a: Porfiria Intermitente Aguda (PIA) Há alteração na HMB-Sintase. Ocorre acúmulo de Ácido aminolevulinico (ALA) e Porfobilinogênio (PBG), causando manifestações em surtos. Esses metabólitos acumulados causam irritação abdominal. Os principais sintomas são:
Dor Abdominal com hiperperistaltismo Hiperatividade Simpática Neuropatia Periférica: Paciente fica FRACO Crises convulsivas Surtos psiquiátricos
o
Fatores Precipitantes: Álcool Tabagismo Medicamentos: São VÁRIOS. Como ATB, Anticonvulsivante, hormônios. Infecções ou Cirurgias CHUMBO: Consegue alterar pelo menos 3 momentos da via de formação da porfiria.
o
Tratamento:
O importante é utilizar um inibidor na via, contra a primeira enzima da sequência. Para isso podemos utilizar administrar:
Hematina/Arginato Heme: O organismo pára de estimular a via. Glicose Hipertônica 500-400 gramas por dia: O aumento da oferta de calorias também é capaz de inibir a via.
CASO 3: Encefalopatia + Rash + Hemorragia + Perfuração + Febre + Baixa FC (Sinal de Faget) Febre Tifoide. 1) Febre Tifoide. Sinal de Faget, confusão mental, rash, dor abdominal. 2) Complicação: Sangramento digestivo e perfuração intestinal (sinal de Joubert). 3) Culturas: Hemo | Copro | Mielo. Opções: Biópsia (pele e delgado), sorologia (Widal, ELISA), PCR. 4) Ceftriaxone ou Ciprofloxacina (lembrar do cloranfenicol). Dexametasona: Grave + alteração da consciência.
FEBRE TIFOIDE Infecção por Salmonella Enterica (Sorotipo Typhi).
Transmissão: Por meio de água, alimentos, contato. Para a ocorrência da doença, é necessário o contato com carga elevada ou hipocloridria (idoso, uso crônico de IBP). o
Evolução:
Bactéria que gosta de invadir tecidos, principalmente no íleo nas Placas de Peyer. O macrófago fagocita, mas NÃO mata a bactéria que fica alojada em seu interior. O macrófago é capaz de disseminar o agente pelo organismo, através do sistema reticuloendotelial causando acometimento especialmente da Medula Óssea, e através do sangue, podendo acometer baço e fígado, sendo armazenado na vesícula e fezes. o Quadro Clínico: 1. 1ª – 2ª semana Bacteremia. Febre, sinal de Faget e dor abdominal. 2. 2ª – 3ª semana Hiperreatividade. Rash, hepatoesplenomegalia e torpor. As principais causas de morte são por sangramento (+ comum) e perfuração (ileal é mais grave).
3. 4ª semana Convalescência. Portador crônico (< 5%). Risco de colelitíase.
o Diagnóstico: Cultura: Hemocultura (1ª – 2ª semana) Coprocultura (3ª – 4ª semana) Mielocultura (é o método mais sensível para o diagnóstico, mesmo na vigência de ATB) Biópsia: Realizado nas roséolas ou nas placas de Peyer. Sorologia: NÃO é muito utilizado, pois não sabe se já teve ou tem a doença. Em segundo plano podemos utilizar PCR. o
Tratamento:
Ceftriaxone (preferível) ou Ciprofloxacina. Pelo Ministério da Saúde o tratamento de escolha é o Cloranfenicol, mas não é feito na prática pelo risco de aplasia de medula. Dexametasona está indicado nos casos graves em que o paciente está em Choque e Coma. o
Profilaxia:
EXISTE vacina para Febre Tifoide, mas é pouco imunogênica, sendo a capacidade de gerar uma resposta imune de apenas 30%, e efeito transitório, precisando de nova depois de 2-3 anos.
CASO 4: 1) USG: Massa de aspecto gorduroso, inflamada, junto ao cólon. TC: Tecido gorduroso com anel de atenuação característico representado por espessamento peritoneal. 2) Diagnóstico Apendicite epiploica (apendagite). 3) Analgesia e aguardar involução espontânea (1 – 2 semanas) 4) Apendicite aguda, Doença de Crohn, Cisto de voário roto, Salpingite, Linfadenite Mesentérica, Diverticulite à direita, Diverticulite de Meckel e Infarto omental.
APENDICITE AGUDA É a grande causa de abdome cirúrgico durante a prova. A sua localização é no Ponto de Mcburney (entre a crista ilíaca anterosuperior e o umbigo, é traçado uma linha imaginária e o ponto está presente entre o terço médio e o lateral). o
Fisiopatologia:
Ocorre obstrução da luz do apêndice por fecalito, causando aumento da produção de muco e bactérias levando a distensão do órgão e do peritônio visceral (fibras desmielinizadas), levando a dor de localização inespecífica. Depois de 12 – 24 horas, ocorrem isquemia e sofrimento intestinal, acometendo o peritônio parietal (fibras mielinizadas) levando a dor em localização específica. o
Quadro Clínico: Dor periumbilical (peritônio visceral)
Dor localizada em FID (peritônio parietal) Migração de periumbilical para FID Anorexia (alguns autores acreditam que o primeiro sintoma será a anorexia e se estiver ausente poderia ser EXCLUÍDO o diagnóstico), náuseas, vômitos e febre.
Sinais Clássicos: 1. Blumberg: Descompressão súbita dolorosa no ponto de McBurney. 2. Rovsing: Pressiona a FIE até a FID, como uma peristalse retrógrada. O paciente sente dor na FID por distensão pelos gases mobilizados. 3. Obturador: Flexão da coxa + Rotação interna do quadril. 4. Dunphy: Dor FID que piora com tosse. 5. Lenander: Temperatura retal > Temperatura axilar em pelo menos 1°C. o Diagnóstico: Alta probabilidade (história clássica) CLÍNICO Probabilidade intermediária ou dúvida (criança, idoso, mulher) IMAGEM Mulher em idade fértil ou criança USG Outros: TC. A tendência atual é considerar a TC como padrão-ouro.
Se após a imagem ainda existir dúvida diagnóstica LAPAROSCOPIA. Se o apêndice não estiver inflamado, a tendência atual é realizar apendicectomia e avaliar novo diagnóstico. Na suspeita de complicação, pela presença de massa ou diagnóstico tardio (> 48 horas) IMAGEM (obrigatoriamente).
o Tratamento: Simples (sem complicação e < 48 horas) ATB profilaxia + apendicectomia (a escolha se será aberta ou laparoscópica depende do cirurgião). Tardia (> 48 horas) ou complicada (massa) IMAGEM: Exame normal ATB profilaxia + apendicectomia = Simples. Abscesso > 4 – 6 cm ATB + drenagem abscesso + colonoscopia (após 2 – 4 semanas) + apendicectomia tardia (após 6 – 8 semanas). Na complicação é realizado colonoscopia para excluir outras causas.
A complicação MAIS comum após a apendicectomia é infecção do sítio cirúrgico. A contraindicação da videolaparoscopia é a instabilidade hemodinâmica. Nas complicações a via preferencial é a VIDEOLAPAROSCOPIA.
Apendicite Epiploica: O apêndice epiploico fica localizado na FID. A fisiopatologia é uma torção em torno do próprio eixo, causando isquemia e dor em FID, sendo diagnóstico diferencial de apendicite aguda. Após alguns dias (10 14), ocorre necrose e cai, melhorando a sintomatologia.
CASO 5: 1) Coleção organizada na FID compatível com abscesso periapendicular.
Diagnóstico Apendicite Aguda. 2) ATB + drenagem abscesso + colonoscopia (após 2 – 4 semanas) + apendicectomia tardia (após 6 – 8 semanas). CASO 6: 1) TC: Área hipodensa e bem delimitada, na topografia do sigmiode, compatível com abscesso pericólico. Diagnóstico Diverticulite Aguda. 2) Proximidade entre o divertículo inflamado e a bexiga. 3) Apendicite. 4) ATB + drenagem + colonoscopia + cirurgia após 6 semanas. 5) Urgência: Peritonite + obstrução. Eletiva: Após o 2º episódio, fístulas (+ homem), imunodeprimidos, < 50 anos, incapaz de excluir CA. 6) Urgência: Sigmoidectomia a Hartmann. Eletiva: Sigmoidectomia com anastomose primária.
DOENÇA DIVERTICULAR DOS CÓLONS Presença de divertículos nos cólons. O paciente apresenta aumento da pressão dos cólons e após anos, ocorre a formação do divertículo no local da penetração dos vasos para irrigar o cólon. É um divertículo falso, pois só extravasa mucosa e submucosa. Acomete principalmente pessoas ocidentais e idosas de forma ASSINTOMÁTICA. Está concentrada especialmente no SIGMOIDE. o
Complicações: Hemorragia (15%) Mais comum no cólon Direito. Diverticulite Mais comum no cólon Esquerdo.
DIVERTICULITE AGUDA Inicialmente, há penetração de fecalito no local no divertículo, com inicio de isquemia local. Ocorre microperfuração com formação de abscesso pericólico. o
Quadro Clínico: “Apendicite” do lado esquerdo Dor RECORRENTE
Geralmente, o quadro é um pouco mais arrastado evoluindo em 4 – 5 dias. o 1. 2. 3. 4.
Classificação de Hinchey: Estágio I: Abscesso pericólico Estágio II: Abscesso pélvico ou à distância Estágio III: Peritonite purulenta Estágio IV: Peritonite fecal
o
Diagnóstico:
CLÍNICO!
Em casos de dúvida, o PADRÃO-OURO é a TC de abdome.
Durante a DIVERTIVULITE, evita-se a realização de colonoscopia e enema, pois aumentam a pressão dentro do cólon, pelo gás ou pelo contraste. A colonoscopia é realizada após 4 – 6 semanas do quadro de diverticulite, para afastar neoplasia.
o Tratamento: SEM complicação Sintomas mínimos: Dieta em resíduos + ATB oral Estágio I Sintomas exuberantes: Dieta zero + Hidratação Venosa + ATB venoso Estágio I. COM complicação Abscesso (> 2 cm): Drenagem + ATB + colonoscopia + cirurgia eletiva Estágio II. Peritonite ou obstrução: Cirurgia de urgência (Sigmoidectomia a Hartmann) Estágio III e IV.
No paciente que não tem complicação, podemos operar de forma eletiva nos seguintes casos: Após o 2º episódio, fístulas (+ homem), imunodeprimidos, < 50 anos, incapaz de excluir CA.
CASO 7: 1) NÃO. Isquemia Mesentérica Aguda. Dor abdominal súbita (desproporcional ao exame físico), cardiopatia, FA, taquipneia (compensatória pela acidose metabólica). 2) Isquemia Mesentérica Aguda. 3) Angiografia mesentérica. Embolia (50%): Oclusão arterial sem colaterais. Isquemia não-oclusiva (20%): “Tubo estreitado”. Trombose Arterial (15%): Oclusão arterial com colaterais. Trombose Venosa (5%): “Tudo congesto”. 4) Embolia e Trombose Arterial ou Venosa: Heparinização + Laparotomia + Embolectomia/Trombectomia + Avaliar a alça intestinal + Pós-operatório: Papaverina (evitar vasoespasmo). Isquemia Não-oclusiva: Papaverina intra-arterial.
ISQUEMIA MESENTÉRICA AGUDA Causas:
Embolia (50%): É necessário um fator de risco, como FA ou IAM. A grande marca é a dor abdominal súbita, desproporcional ao exame físico. Vasoconstricção (20%): Isquemia não oclusiva ICC grave, sepse, vasoconstrictor, cocaína. Trombose Arterial (15%): Paciente vascular (aterosclerose), com insuficiência vascular periférica. Trombose Venosa (5%): Ocorre acúmulo de sangue e de forma retrógrada há aumento da pressão do sistema arterial que dificulta a vascularização arterial, gerando a isquemia. É necessário alguma trombofilia, como Policitemia Vera, Neoplasia, Hipertensão Porta.
A causa mais cobrada é a EMBOLIA. o
Quadro Clínico: Dor abdominal extremamente intensa causada pela isquemia Exame físico NORMAL (dor desproporcional): Não apresenta irritação peritoneal e há hiperperistaltismo. Temperatura retal < Temperatura axilar Metabolismo anaeróbico com acidose metabólica Compensa com taquipneia e ofegante Irritação peritoneal (TARDIO)
Há influxo de cálcio para o intestino que causa aumento da peristalse! A grande dificuldade é o diagnóstico do paciente, que pode evoluir com necrose.
o Diagnóstico: Primeiro exame a ser realizado: Angiotomografia. PADRÃO-OURO: Angiografia. o
Tratamento:
O principal objetivo é restaurar o fluxo vascular + avaliar a alça intestinal. 1. Êmbolo/trombo arterial ou Trombose Venosa: Heparinização + Laparotomia + Embolectomia/Trombectomia + Avaliar a alça intestinal Pós-operatório: Papaverina (evitar vasoespasmo) Nos casos MUITO extensos, podemos tentar tirar o trombo e reavaliar em 12 – 24 horas, para avaliar se a alça se tornou viável. 2. Vasoconstricção (não oclusiva): Papaverina intra-arterial. Se complicar = Laparotomia. CASO 8: 1) Sim. Pancreatite Aguda biliar. 2) Álcool, drogas, CPRE, idiopática, trauma. 3) 1º passo: Classificar + determinar causa. 2º passo: tratar conforme classificação. 3º passo: acompanhar complicações. 4º passo: CVL antes da alta hospitalar. 4) Necrose infectada. Podemos esperar um pouco se o paciente estiver bem com ATB para estabilizálo primeiro.
PANCREATITE AGUDA As principais causas são:
Biliar (30 – 60%): Mais comum, ocorre em cálculos menores que 5 mm. Álcool (15 – 30%): Segunda causa mais comum em AGUDA, e MAIS comum na CRÔNICA. Mais comum nos homens. Medicamentosa: Ácido Valproico, estrogênio, azatioprina...
Pós-CPRE (outras complicações são sangramento e infecção) Idiopática Escorpião: Causa menos comum de PA, pelo Tytius trinitatis
o
Diagnóstico:
É necessário 2 dos critérios abaixo: 1. Clínica: Dor abdominal em barra, no andar superior que irradia pro dorso, náusea e vômitos. 2. Laboratório: Amilase (pode estar aumentada na perfuração de víscera oca, obstrução intestinal, isquemia mesentérica) ou lípase (mais específica) tem que estar > 3 vezes o valor da normalidade NÃO guardam relação com o prognóstico. 3. Imagem: TC Solicitada após 48 – 72 horas. É importante para ver necrose. NÃO é solicitada em todos os pacientes, apenas nos que precisam deste critério para fechar o diagnóstico e mesmo quando solicitada no inicio do caso DEVEMOS repetir após 48 – 72 horas. USG Para avaliar se há colelitíase e diagnosticar a CAUSA da pancreatite.
Sinais Clássicos: Mas NÃO patognomônicos. Sinal de Cullen: Mancha equimótica na região periumbilical. Sinal de Grey-Turner: Mancha equimótica em flancos.
o Abordagem: 1. Causa e Gravidade: Definir a causa: É importante para auxiliar no tratamento. Biliar: CPRE? Alcoólica: Agudização?
Definir a gravidade: Através dos Critérios de Atlanta podemos definir se a PA é Leve ou Grave. Se presente algum das seguintes características é GRAVE: a. Disfunção orgânica (choque, IR, IRpA) b. Complicação local (necrose, abscesso) c. Complicação sistêmica (CIVD, Ca< 7,5 mg/dl)
Outros Marcadores Prognósticos de Gravidade:
Apache II >=8 (NÃO consegue fazer em todos os pacientes, apenas os que estão internados na terapia intensiva) GRAVE. Critérios de Ranson >= 3 (NÃO consegue de forma IMEDIATA dar o prognóstico, tem que esperar 48 horas para a definição) GRAVE. ADMISSÃO
Leucocitose AST (TGO) Glicose Idade (anos) LDH LEGAL
PRIMEIRAS 48 HORAS Déficit de Fluido Excesso de base (-) Cálcio sérico Queda de hematócrito PaO2 NÃO é levada em consideração na PA Biliar Ureia (BUN Ureia x 2,14) FECHOU
2. Tratamento LEVE (80 – 90 %): a. Repouso: TEM que ser internado na enfermaria. NÃO precisa de UTI. b. Dieta Zero c. Analgesia: Com opioide, meperidina. d. Hidratação venosa e. Eletrólitos f. Suporte g. NÃO faz antibiótico GRAVE: a. LEVE + Internação na UTI b. Hidratação Venosa: Reanimação volêmica (diurese 0,5 ml/kg/h) c. NÃO faz antibiótico: Apenas se > 30% de necrose podemos realizar ATB profilático com Imipenem. Atualmente esta conduta é QUESTIONÁVEL. d. Suporte nutricional: Enteral x NPT Sempre que possível tentamos realizar a nutrição enteral.
3. Complicações: Coleção Fluida Aguda (30 – 50%): Conduta expectante, se infectado fazemos punção + ATB. Necrose (grave): Estéril Considerar ATB se > 30%. Infectada Punção + Avaliar = NECROSECTOMIA (aumenta MUITO a mortalidade). Pseudocisto (15%): Ocorre após 4 – 6 semanas (aumento de amilase ou massa abdominal). É pseudo, pois é NÃO epitelizado. Tratamento: Sintomático ou na complicação Drenagem endoscópica transgástrica (EDA).
4. Alta: Sempre damos alta quando a dor está controlada e alimentação normal.
Colecistectomia: Realizado na mesma internação, caso a PA seja LEVE. Se GRAVE só operar após 6 semanas.
Revisão dos Critérios de Atlanta (2013): a. Pancreatite LEVE: Sem falência orgânica ou complicações. b. Pancreatite Moderadamente Grave: Falência orgânica transitória (< 48 horas) ou complicação local isolada. c. Pancreatite GRAVE: Falência orgânica persistente.