Tema de Aula- Concepções, reflexões e algumas estratégias para tornar-se um leitor proficiente Profa. Nádia D F Biavati Duas concepções de leitura são mais usuais: Concepções implícitas: 1- A leitura como decodificação.- uma concepção em que a leitura é vista como mero deciframento, repetição de um saber já conhecido, que servia apenas para gerar automatismos. 2- A leitura como interação- A leitura enquanto atividade da linguagem é uma prática social de alcance político, constituindo-se de sujeitos capazes de interagir com o mundo e nele atuar como cidadãos. Ler equivale a ler compreensivamente (MARCUSCHI, 2008, p. 239) Em voga está a segunda concepção, cujo tratamento à leitura implica a reflexão sobre o objeto lido, significa a cooperação do leitor na interpretação e reconstrução do sentido das intenções pretendidas . É uma leitura como exercício e prática recorrente de reflexão, pois pretende formar cidadãos exige capacidade crítica, mobilização de conhecimentos prévios para preencher os vazios do texto, percebendo não só as intenções do autor, mas construindo a significação global do texto, atendendo as pistas indicadas por ele. Também é importante que esse processo de leitura contribua para uma melhor compreensão do mundo e do seu semelhante. EX; Ave Alegria (Sylvia Orthof) Ave Alegria Cheia de graça o amor é contigo, bendita é a risada e a gargalhada! Salve a justiça
E a liberdade! Salve a verdade, a delicadeza e o pão sobre a mesa! Abaixo a tristeza! Ave alegria! Aspectos importantes a serem destacados na leitura: intertextualidade (Ave maria e Pai Nosso), comparar com a oração original - Observar o gênero oração. _ Oração “o pão nosso de cada dia” - Campo semântico positivo das palavras da versão - Ressaltar o contexto extralinguístico (conhecimento de mundo e relações simbólicas). - Observar as regularidades dos substantivos (que só são apreendidos com a prática de leitura). É importante (Marcuschi, 2008): Leitura de Textos autênticos. Leitura do todo. Leitura motivada Leitura crítica. Leitura interativa. Leitura da reconstrução do texto. Leitura diversificada. Leitura para curtição. Leituara não só das palavras do texto. (Ex: “Turma do pão de queijo”, “Tucanos de alta plumagem”. O LEITOR -É um sujeito cognitivo, inteligente, faz hipóteses, inferências, mobiliza saberes em novas e imprevisíveis informações. - Deve ter desenvoltura e clareza na atividade de leitura: reconhece e percebe sentidos em textos multimodais; reconhece múltiplos domínios discursivos;
Se ler é ler compreensivamente, compreender significa não só decodificar, mas também inferir. Compreensão implica, portanto construir sentidos. - Ler implica um processo cognitivo. -Ler e interpretar são equivalentes. - Os conhecimentos prévios exercem influência na compreensão.
- Marcuschi cita que os conhecimentos são os partilhados, que são os linguísticos, de processos (lógicos), enciclopédicos, pessoais, de normas institucionais, culturais e sociais, Todos esses conhecimentos ajudam que autor e leitor entrem em um trabalho cooperativo . Por isso, os efeitos de sentido são produzidos na escrita e percebidos pelo leitor.
Usar o conhecimento de leitura como simples decodificação não é suficiente para que a compreensão e interpretação se efetivem. O primeiro e decisivo passo para a interpretação, a leitura, acontece como um momento através do qual se relacionam significativos elementos cotextuais (de dentro) e contextuais (de fora do texto). E, no processo de aprendizagem, é importante que o professor exercite com o aluno essas relações e que o ajude a ter consciência delas. Portanto, a interpretação liga-se ao conhecimento de mundo que se tem a respeito do assunto – que é dado ou já conhecido em uma realidade – e também ao como tratamos determinado tema, através do conhecimento textual (informações de itens ou elementos do texto). Em segundo lugar, há que se considerar como ponto importante na interpretação a habilidade no tratamento do gênero e o conhecimento pelo qual se permite reconhecer o vocabulário, as ligações entre as partes textuais (as estratégias linguísticas utilizadas na construção).
A interpretação de textos se dá com o tratamento da leitura que vai além da simples decodificação. Nesse sentido, ler é desencadear um processo criativo de relações em que autor, texto, leitor e contextos interagem permanentemente, tendo em vista que um texto nunca está acabado e deixa espaços a serem preenchidos.
Em uma perspectiva cognitiva, e ao considerar os elementos cotextuais e contextuais, autores como Fávero, Koch e Marcuschi apontaram na década de 90 a forma como processamos os textos, os quais relacionaram aos nossos conhecimentos. Para os autores, ao interpretar textos, utilizamos os chamados blocos de conhecimento armazenados no processo de comunicação, que representam de forma organizada nosso
conhecimento prévio armazenado na memória em sequências, modelos ou atividades já vivenciadas.
Podemos ler relacionando o todo com as partes ou as partes com o todo, ligando nossas experiências às experiências trazidas pelos textos. Os elementos para compreensão e interpretação se colocam de forma simultânea no processo de leitura, com a ressignificação da informação. Isso significa que:
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A partir de possibilidades inscritas no texto, é possível estabelecer relações entre
experiências, expectativas, necessidades e interesses individuais, que se confrontarão ou irão ao encontro do “posto” nos textos através da linguagem.
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Um texto pode admitir mais de uma leitura, mas as diferentes possibilidades
estão nele inscritas. Isso significa que nem toda leitura ou interpretação é admissível, e é o texto que trará elementos para possíveis interpretações.
●
Como unidade semântica (um todo repleto de sentidos), os vários elementos de
significação são materializados através de categorias lexicais, sintáticas, semânticas, estruturais. Por exemplo, a categoria “narrativa” pode ser reconhecida se a formação do cenário, do pano de fundo, for contrastada com os usos do pretérito, marcando as ações características da narrativa: situação inicial, complicação, ações, resoluções, situação final, avaliação.
Autores da corrente anglo-germânica que trabalham com processamento de leitura apresentam técnicas para o aprimoramento da interpretação. Para o momento, citam-se algumas dessas técnicas em um pequeno inventário, de que se tratará no próximo tópico.
5 .1 Inventário para o aprimoramento e prática de leitura de gêneros
Um inventário é um conjunto de práticas e atitudes que devem ser tomadas diante do gênero a ser lido e interpretado. Isso significa que há formas de exercitar a leitura – que são abordadas a seguir. Ao trabalhar com a leitura e compreensão de um gênero, os alunos, a princípio, associarão o gênero sempre a um texto que se resume a construções na superfície do papel. É necessário, portanto, ampliar essa noção de texto, atingindo a percepção da atividade sociocomunicativa como um gênero. A seguir, o inventário:
Após uma leitura inicial, verificar:
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O texto é sobre o quê? O que você sabe sobre isso? A pesquisa sobre a temática
geral poderá ajudá-lo na compreensão de fatos, práticas ou elementos acionados a partir de títulos e subtítulos. A experiência de leitor é muito importante: muito da compreensão do texto dependerá de crenças, opiniões e interesses.
-
Atenção aos aspectos enunciativos que nortearão a leitura, com a proposta de
que seja respondida ao menos parte das perguntas: Qual é o fato? (o que aconteceu?) Onde aconteceu? Quem são os participantes? (com quem aconteceu?) A que se referem as informações? Quais são as finalidades das informações? Quais são as causas? Quais são as consequências? Substituir os questionamentos conforme os gêneros lidos em sala de aula.
-
Ler o texto o número suficiente de vezes, até que seja possível responder a pelo
menos parte das perguntas acima (lembrando que nem sempre todas serão respondidas).
-
O texto é um processo interativo: há equilíbrio, na maioria das vezes, entre o
nosso conhecimento (que deverá ser acionado) e o que é transmitido no texto. Deve-se, assim, atentar para os dois lados, pois nenhum texto se basta sozinho. Tanto o professor quanto o aluno devem ter consciência disso.
-
O conhecimento de mundo será essencial: funciona como um dicionário ao qual
recorremos para preencher as lacunas no texto, de modo a lembrar de outros textos onde se viu a expressão lida. Para interpretar, nem sempre é necessário ter o conhecimento exato de todas as expressões usadas no texto.
-
Utilizar, sempre que necessário, dicionários, enciclopédias e informações
eletrônicas confiáveis para complementar as informações novas no exercício da leitura.
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Utilizar mais as chamadas previsões. Elas poderão ser úteis para:
o esclarecer um significado duvidoso de uma expressão (observar o todo para perceber o particular); e
o recuperar a ordem aceitável da informação, deixando-a mais “limpa”, por meio da percepção da estrutura convencional (dado/novo): o Quem fez? O quê? Como? o Qual é o fato? O que se afirma ou se nega a respeito? o Qual é o fato? O que sustenta tal afirmativa? o Algo aconteceu? O quê? Como?
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Não perder de vista a unidade temática. Anotar a tese defendida (como ponto de
vista), os argumentos contrários (caso se apresentem), atentando para o modo como os pontos são refutados ou reafirmados.
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Usar as inferências, mas sem abusar. A construção e a assimilação de uma
informação que não está presente no texto deve ter pelo menos uma identificação com as informações ali contidas. Treinar inferências com os alunos.
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Reconhecer se o texto é dissertativo/ argumentativo/ acadêmico, o que se nota
pelo conjunto de informações mais complexas; destacar o objetivo do texto e, se possível, anotá-la (ou ler em voz alta).
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Se houver um conjunto de ideias que mereçam destaque, sublinhar e anotá-las de
forma resumida ao lado.
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Para achar as “ideias principais” (ou os subtópicos), será importante a atenção ao
título: ele fornecerá pistas do que trata a informação contida no texto.
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Há textos cujas temáticas se desenvolvem em períodos complexos, em
parágrafos desenvolvidos de forma extensa. Captar a ideia principal de cada parágrafo, se necessário, confrontando-a com a temática abordada no título.
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Atenção às expressões: a marcação de concordância em número (plural/singular)
e em gênero (masculino/feminino) poderá ajudar a captar a referência textual (sobre o que se está falando), principalmente quando a informação se concentrar em períodos considerados extensos.
-
Perceber se há as chamadas nominalizações (verbos transformados em nome,
como, por exemplo, nacionalização , que implica em tornar algo patrimônio nacional) como índices que revelam a omissão de algo que não se quer destacar no texto, ou seja, o agente de uma ação.
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Anotar os elementos usados para nomear processos, ações e fatos/pessoas, pois,
a partir dessa avaliação, criam-se mecanismos de percepção de valores, práticas e crenças de quem expõe ao informar, narrar ou descrever.
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Observar se o texto se apresenta escrito em primeira pessoa: se há um “eu” a
dizer por meio de pronomes, de verbos flexionados, de expressões opinativas que o
explicitam, ou se se “esconde” em terceira pessoa, com um dizer aparentemente neutro, em que se diz a partir de um lugar que almeja não ser a voz da “presença” no texto.
-
Atenção às técnicas básicas de argumentação – uso de estereótipos em fórmulas
consagradas de nomeação, de avaliação, oposição a um tema, visando defender um outro tema. E atenção ao procedimento de citação, como na referência a uma autoridade, que, a partir do possível, do factível, do apoiado, ajuda a quem se põe no texto como proponente de ideias.
Leitura acadêmica:
Sintetizando e Exercitando 1-A ficha catalográfica é um gênero que informa os dados de uma produção bibliográfica: _____________________________________________________________________________________ Retratos da leitura no Brasil 4/ organização de Zoara Failla. Rio de Janeiro: Sextante, 2016. 296 p. : il.; 16 x 23 cm. Inclui gráficos, tabelas ISBN 978-85-431-0414-01. Livros e leitura – Brasil. 2. Interesses na leitura - Brasil. 3. Leitura - Brasil - Estatísticas. I. Failla, Zoara
Observe a ficha e responda rapidamente: ● a)Quantas páginas contém o livro? ● b)Qual é a data de publicação dele? ● c)O que é um livro organizado? ● d)O que é ISBN? Dicas para analisar, compreender e interpretar com mais proficiência:
1º - Crie o hábito da leitura e o gosto por ela. Não se deixe levar pela falsa impressão de que ler não faz diferença. 2º - Seja curioso, investigue as palavras que circulam em seu meio. 3º - Aumente seu vocabulário e conhecimentos culturais. Além da leitura, um bom exercício para ampliar o léxico é fazer palavras cruzadas. 4º - Faça exercícios de sinônimos e antônimos. 5º - Leia algumas vezes o texto, pois a primeira impressão pode ser falsa. É preciso paciência para ler outras vezes. Antes de responder as questões, retorne ao texto para sanar as dúvidas. 6º - Atenção ao que se pede. Às vezes a interpretação está voltada a uma linha do texto e por isso é importante voltar ao parágrafo para localizar o que se afirma. Outras vezes, a questão está voltada à ideia geral do texto. 8º - Fique atento a leituras de texto de todas as áreas do conhecimento, porque algumas perguntas extrapolam ao que está escrito. Veja um exemplo disso: 2 Ao ler, tome cuidado com as vírgulas. Veja por exemplo a diferença de sentido nas frases a seguir.
a) Só, o Diego da M110 fez o trabalho de artes. b) Só o Diego da M110 fez o trabalho de artes. c) Os alunos dedicados passaram no vestibular. D1) Os alunos, dedicados, passaram no vestibular. D2)Os alunos dedicados passaram no vestibular. e) Marcão, canta Garçom, de Reginaldo Rossi. f) Marcão canta Garçom, de Reginaldo Rossi. 1- Qual é alternativa que destaca a circunstância em que Diego realizou sozinho o trabalho de artes? 2- Qual é a diferença de sentido entre D1 e D2? 3- Qual é a alternativa que contém um vocativo?
3Leia o trecho a seguir e responda a respeito: “Sempre fez parte do desafio do magistério administrar adolescente com hormônios em ebulição e com o desejo natural da idade de desafiar as regras. A diferença é que, hoje, em muitos casos, a relação comercial entre a escola e os pais se sobrepõe à autoridade do professor.” (VEJA, p. 63, 11 maio 2005.) - Qual é o trecho que faz supor a escola mencionada seja particular? Pressuposto para análise. - A autoridade do professor acaba por subordinar-se a dos pais. Qual é o verbo que leva o leitor a inferir tal afirmativa? - Há uma fase da vida em que as regras podem ser desafiadas, qual é? - Há diferença entre o magistério antigamente e da atualidade. Cite os termos que provem essa diferença: 3 b Sobre o mesmo trecho, coloque V para alternativa verdadeira ou F para alternativa falsa: 1 – Não é mencionado explicitamente que a escola seja da rede privada. 2 – O desafio não é apenas do professor atual, mas sempre fez parte do desafio do magistério. 3Os desafios são dois: administrar os desafios às regras e os hormônios em ebulição que fazem parte do desafio do magistério. 4 Atenção ao uso da paráfrase (reescritura do texto sem prejuízo do sentido original). Veja o exemplo: Frase original: Estava eu hoje cedo, parado em um sinal de trânsito, quando olho na esquina, próxima a uma porta, uma loirona a me olhar e eu olhava também.(Concurso TRE/ SC – 2005) A frase parafraseada é:
a) Parado em um sinal de trânsito hoje cedo, numa esquina, próximo a uma porta, eu olhei para uma loira e ela também me olhou. b) Hoje cedo, eu estava parado em um sinal de trânsito na esquina, quando ao olhar para uma esquina, meus olhos deram com os olhos de uma loirona. c) Hoje cedo, estava eu parado em um sinal de trânsito quando olhei, numa esquina, próxima a uma porta, uma louraça a me olhar. d) Estava eu hoje cedo parado em um sinal de trânsito próximo a uma porta, quando olho na esquina, vejo uma loiraça a me olhar também.
CONCLUINDO -A paráfrase pode ser construída de várias formas, veja algumas delas. a) substituição de locuções por palavras; b) uso de sinônimos; c) mudança de discurso direto por indireto e vice-versa; d) converter a voz ativa para a passiva; e) emprego de antonomásias ou perífrases (Rui Barbosa = A águia de Haia; o povo lusitano = portugueses). Observe a mudança de posição de palavras ou de expressões nas frases. Exemplos a) Certos alunos no Brasil não convivem com a falta de professores. b) Alunos certos no Brasil não convivem com a falta de professores. c) Os alunos determinados pediram ajuda aos professores. d) Determinados alunos pediram ajuda aos professores. Marque a explicação que NÃO está correta, conforme o sentido da expressão: a) Certos alunos = alguns alunos específicos b) Alunos certos = alunos corretos c) Alunos determinados = alunos decididos d) Determinados alunos = qualquer aluno
Pesquise as diferenças entre analisar, compreender e interpretar. O que se pretende com uma justifique a escolha.
análise textual? Cite dois passos que utiliza e
- identificar o gênero; a tipologia textual (ou modo); as figuras de linguagem; - verificar o significado das palavras; - contextualizar a obra no espaço e tempo; - esclarecer fatos históricos pertinentes ao texto; - conhecer dados biográficos do autor; - relacionar o título ao texto; - levantar o problema abordado; - apreender a ideia central e as secundárias do texto; - reconhecer se há intertextualidade.
2. Qual o objetivo da análise? - levantar elementos para a compreensão e, posteriormente, fazer julgamento crítico. 3. Para compreender bem é necessário que o leitor: - conheça os recursos linguísticos Por exemplo, a regência verbal não compreendida pelo leitor pode levá-lo ao erro. Veja: Assisti o doente é diferente de assisti ao doente. No primeiro caso, a pessoa ajuda ao doente; no segundo, ela vê o doente. - perceba as referências geográficas, mitológicas, lendárias, econômicas, religiosas, políticas e históricas para que faça as possíveis associações. - esclareça as suas dúvidas de léxico. - esteja familiarizado com as circunstâncias históricas em que o texto foi escrito. Por exemplo, para entender que, no poema Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, o advérbio aqui e lá é, respectivamente, Portugal e Brasil, você tem que saber onde o poeta escreveu seu poema naquela época. - observe se há no texto intertextualidade por meio da paráfrase, paródia ou citação. 4. Afinal o que é interpretar? - Interpretar é concluir, deduzir a partir dos dados coletados. 5. Existe interpretação crítica? - Sim, a interpretação crítica consiste em concluir os dados e, em seguida, julgar, opinar a respeito das conclusões. Leia e guarde a lista de vários verbos para relato e que constarão em enunciados variados: Afirmar: certificar, comprovar, declarar. Explicar: expor, justificar, expressar, significar. Caracterizar: distinguir, destacar o caráter, as particularidades. Consistir: ser, equivaler, traduzir-se por (determinada coisa), ser feito, formado ou composto de. Associar: estabelecer uma correspondência entre duas coisas, unir-se, agregar. Comparar: relacionar (coisas animadas ou inanimadas, concretas ou abstratas, da mesma natureza ou que apresentem similitudes) para procurar as relações de semelhança ou de disparidade que entre elas existam; aproximar dois ou mais itens de espécie ou de natureza diferente, mostrando entre eles um ponto de analogia ou semelhança. Justificar: provar, demonstrar, argumentar, explicar. Relacionar: fazer comparação, conexão, ligação, adquirir relações. Definir: revelar, estabelecer limites, indicar a significação precisa de, retratar, conceituar, explicar o significado. Diferenciar: fazer ou estabelecer distinção entre, reconhecer as diferenças. Classificar: distribuir em classes e nos respectivos grupos, de acordo com um sistema ou método de classificação; determinar a classe, ordem, família, gênero e espécie; pôr em determinada ordem, arrumar (coleções, documentos etc.). Identificar: distinguir os traços característicos de; reconhecer; permitir a identificação, tornar conhecido. Referir-se: fazer menção, reportar-se, aludir-se. Determinar: precisar, indicar (algo) a partir de uma análise, de uma medida, de uma avaliação; definir.
Citar: transcrever, referir ou mencionar como autoridade ou exemplo ou em apoio do que se afirma. Indicar: fazer com que, por meio de gestos, sinais, símbolos, algo ou alguém seja visto; assinalar, designar, mostrar. Deduzir: concluir (algo) pelo raciocínio; inferir. Inferir-se: concluir, deduzir. Equivaler: ser idêntico no peso, na força, no valor etc. Propor: submeter (algo) à apreciação (de alguém); oferecer como opção; apresentar, sugerir. Depreender: alcançar clareza intelectual a respeito de; entender, perceber, compreender; tirar por conclusão, chegar à conclusão de; inferir, deduzir. Aludir: fazer rápida menção a; referir-se. (Fonte: dicionário Houaiss) Postado por Olavo Botelho às domingo, outubro 21, 2012 Fonte:http://apoioerevisao.com/2012/10/dicas-para-analisar-compreender-e.html – adaptado Escreva uma síntese, em 40 linhas relatando o texto Conclusão: A visão mais adequada para ser ter de leitura é a de Leitura como interpretação e esta acontece quando são acionados inúmeros mecanismos que poderão, sob um ponto de vista determinado, direcionar o leitor ao objeto utilizando tanto o trabalho cognitivo quanto as relações entre os dizeres produzidos e os possíveis efeitos de sentidos, relacionando, portanto texto e contexto. A leitura é, portanto um trabalho de cooperação entre quem produz, o próprio texto e a própria relação pessoal estabelecida com o objeto lido. Ler é uma atividade compreendida tanto para lazer quanto para realizar inúmeras tarefas, por isso é prática social. Um inventário de leitura com atividades de exercício de produção de exercícios constitui uma contribuição para essa tarefa, tanto voltada para os objetos de interação quanto para o mundo.