Limites E Potencialidades Do Uso Do Whatsapp Na Aula – Caso Daescola Secundária 29 De Setembro Da Maxixe..docx

  • Uploaded by: Paul Paulo
  • 0
  • 0
  • April 2020
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Limites E Potencialidades Do Uso Do Whatsapp Na Aula – Caso Daescola Secundária 29 De Setembro Da Maxixe..docx as PDF for free.

More details

  • Words: 4,797
  • Pages: 14
1

Limites e Potencialidades do uso do WhatsApp na aula – Caso da Escola Secundária 29 de Setembro da Maxixe. Elídio Joaquim Guilundo1 Resumo O artigo é uma tentativa de buscar respostas aos problemas actuais relacionados com a integração das TIC’s nos processos de ensino e aprendizagem, com especial destaque para o Whatsapp. Constatamos no local de estudo, que ao invés das TIC’s contribuírem para aprendizagem dos alunos, muitas vezes, atrapalham, o que culmina, por vezes, com sua proibição. Sendo assim, o nosso objectivo era reflectir sobre o modo como as TIC’s (em especial o Whatsapp) podem contribuir no PEA na escola em destaque. Baseamo-nos no estudo bibliográfico e de campo, através de uma pesquisa-acção, com auxílio de entrevistas e questionários como técnicas de recolha de dados e, análise de conteúdo e análise estatística (SPSS), como técnicas de análise de dados. A amostra foi de 347, entre professores (12), alunos (333) e direcção (2) da escola. Os resultados são bastante encorajadores, pois, percebemos que os alunos aprendiam mais, visto que, ficavam à vontade para colocação de dúvidas aos professores e estes aprofundavam mais as suas aulas, dada a sua elasticidade. Contudo, alguns limites se impõem, como a dificuldade de acompanhar a todos os alunos e a proliferação de informações não referentes a aula nos grupos de Whatsapp, o que desafia o professor a planificar adequadamente o uso. Palavras-chave: Whatsapp, Limites, Potencialidades, Ensino, Aprendizagem Abstrat The article is an attempt to find answers to current problems related to the integration of ICTs in teaching and learning processes, especially Whatsapp. We found out on the place of study, that instead of the ICTs contribute to the students' learning, they often disturb, which culminate, sometimes, with its prohibition. Therefore, our goal was to reflect on how ICTs (especially Whatsapp) can contribute to the TLP at the school in focus. Based on a bibliographic and field study, through an action research, with the aid of interviews and questionnaires as techniques of data collection and content analysis and statistical analysis (SPSS), as data analysis techniques. The sample was 347, among teachers, students and school management. The results are very encouraging, because we realized that the students learned more, since they were comfortable to put questions to the teachers and they deepened their classes more, given the elasticity of the strategy. However, some limits are imposed, such as the difficulty of keeping up with all students and the proliferation of non-class information in Whatsapp groups, which challenges the teacher to properly plan it’s use. Keywords: Whatsapp, Limits, Potentialities, Teaching, Learning

1

Mestrado em Educação/Formação de Formadores pela Universidade Pedagógica Maputo; Licenciado em Ciências da Educação pela UP-Maxixe, Docente e pesquisador da UP-Maxixe na área das tecnologias educativas. Email: [email protected]

2

Introdução Numa sociedade tecnológica, não será paradoxal considerar uma educação tecnológica opcional? (OLIVEIRA, 2002)

O surgimento, desenvolvimento e massificação das tecnologias de informação e comunicação aceleraram o fluxo das mudanças significativas no plano social e cultural dos povos, que desde já, tornaram-se digitais. No plano intelectual, com especial enfoque para a educação, essas mudanças são notórias mesmo a uma considerável distância, (RICCIERI, 2012). Neste contexto, as práticas lectivas dos professores, em especial nas escolas secundárias, demandam mudanças significativas, tendo em conta que o aluno a formar hoje, já se encontra profundamente influenciado por estas tecnologias. O Whatsapp é uma destas tecnologias que tem marcado profundamente a vida dos jovens actuais, deste modo, reflectir sobre o modo como esta plataforma pode contribuir para as suas aprendizagens, não é apenas uma tarefa necessária, mas oportuna, com vista a desvendar as suas potencialidades e limitações no campo educativo. Conforme sabemos, o governo introduziu o uso das TIC no ensino secundário em 2008 e o que se esperava, era que as TIC permitissem a melhoria da qualidade dos processos de ensino e aprendizagem e de gestão escolar e, promovessem o acesso à educação, (MINED, 2011: 10-11). Adicionalmente, INDE & MINED (2007: 50) referem que as TIC’s ao nível Secundário seriam usadas como meio de ensino das diferentes disciplinas, para encorajar os alunos a usá-las para resolução de problemas escolares,

buscar

e

sistematizar

informações

e

sua

utilização

interativa.

Contrariamente a isto, constatamos na escola em análise que ao invés de incentivarse os alunos ao uso das TIC’s (em especial o Whatsapp) para resolver seus assuntos escolares, muitos professores “proibiam” o seu uso na sala de aula, e por vezes, na escola. Esta constatação levou-nos a questionar “de que modo o Whatsapp pode contribuir para as aprendizagens dos alunos na escola” de modo a evitar-se o seu banimento no contexto educativo. O artigo buscou analisar o modo como o Whatsapp pode contribuir para o ensino e aprendizagem na escola secundária 29 de setembro da Maxixe. Como objectivos específicos destacam-se: (i) identificar experiências positivas por parte dos professores, do uso das TIC no campo educativo; (ii) indicar com base em uma experiência prática, estratégias que garantam a utilização do Whatsapp de forma crítica e criativa no processo de ensino e aprendizagem.

3

A metodologia aplicada foi bibliográfica e de campo, através de uma pesquisa-acção, com auxilio de entrevistas e questionários, como técnicas de recolha de dados. Como técnicas de análise de dados, empregamos a análise de conteúdo e análise estatística, através do programa SPSS. Através de uma amostragem probabilística estratificada (I parte) e não probabilística intencional ou por quotas (II Parte), a amostra foi de 347 elementos, entre professores (12), alunos (333) e membros (2) da direcção da escola. O artigo está organizado basicamente em: (i) a introdução; (ii) o enquadramento teórico; (iii) apresentação, análise e discussão de dados, onde esta, subdivide-se em duas partes: a primeira referente às experiências de uso das TIC na escola em análise e a segunda, referente à experiência prática efectuada do uso do Whatsapp nas aulas; (iii) considerações finais.

1.Enquadramento Teórico 1.1. Tecnologias de Informação e Comunicação e sua Relação com a Educação A palavra tecnologia provém do grego, tecnologia – téchne, arte+logos, tratado). É tida como a teoria geral e estudos especializados sobre os procedimentos, instrumentos e objetos próprios de qualquer técnica, arte ou ofício; técnica moderna e sofisticada (AA. VV, 2003:1412). De princípio tecnologia é tudo aquilo que foi criado pelo ser humano para satisfazer as suas necessidades, desde o ferro de engomar, eletricidade, comboio, até o simples alfinete. No campo das pesquisas sobre tecnologias no contexto educativo, termos como tecnologias de informação (TI), tecnologias de informação e comunicação (TIC) e tecnologias digitais (TD) perfazem os estudos de vários autores, como esclarece SALAVATI (2016: 7-8) De alguma forma as diferenças entre os termos mencionados não são muito notórias, contudo, tem se usado os termos TI e TIC como aquelas tecnologias tradicionais, que incluem livros impressos, quadros pretos e brancos, papel, caneta e giz. E as tecnologias digitais (de informação e comunicação) como sendo aquelas tecnologias mais avançadas, que englobam a internet, vídeo digital, sistemas operacionais, softwares, navegadores da Web, programas de email e processadores de texto, etc., (Idem). O uso do termo TIC neste artigo deve ser entendido como a menção aos últimos avanços tecnológicos, ou seja, como sinónimo de tecnologias digitais, tidas como os meios informáticos e os conhecimentos com eles relacionados, com vista a

4

recolher, tratar, armazenar, distribuir e utilizar informação (AZUL, 2010: 14). Existe uma relação muito profunda entre as Tecnologias de Informação (exemplo do computador) com a educação, na medida em que as TIC’s lidam com Informação e a educação também. Mas é importante perceber que tanto o computador (como uma ferramenta das TIC) como a educação não devem ser vistos como transmissores de informação. A educação para ser transformadora deve propiciar ao aluno, não simplesmente a recepção de informações acabadas, mas principalmente a manipulação da informação e construção do conhecimento significativo para si e para os outros. Da mesma forma, o computador, até ser considerado instrumento ou meio didático na sala de aula, deve passar de um simples transmissor de informação, para instrumento de interação colaborativa na construção de conhecimento; deve ser um instrumento que permite o aluno compreender o que faz. É mister recordar que, a educação e a tecnologia caminham e devem caminhar de mãos dadas, pois, não pode existir tecnologia sem a educação e nem esta sem a outra. A educação serve para transmitir todo património tecnológico (material e não material, crenças, hábitos, ideologias, etc.) produzido pelo Homem ao longo dos tempos, e sendo assim, esta tecnologia tem ajudado nessa missão da educação (KENSKI, 2007). Mas como se sabe, a educação não é a transmissão de informação nem a sua reprodução. Educação é colocar o estudante ao serviço da produção e comunicação da informação de forma reflexiva. Assim, para que as TIC sirvam de aliado neste processo é necessário que as pessoas envolvidas (professor, aluno e os demais intervenientes do PEA), não apenas saibam acessar e transmitir informações (na Web) com base nelas, mas produzir, criar e compor diversidade de informações usando essas tecnologias, o que chamam de fluência digital, PAPERT AND RESNICK (1995) Apud KIRKMAN et al (2002:33).2

2

To be truly fluent in a foreign language, you must be able to articulate a complex idea or tell an engaging story; in other words, you must be able to “make things” with language. Analogously, being digitally fluent involves not only knowing how to use technological tools, but also knowing how to construct things of significance with those tools,

5

1.2. Whatsapp e algumas experiências bem-sucedidas A motivação para a escolha deste aplicativo de troca de informações, reside fundamentalmente em este, constituir um dos maiores aplicativos de celulares mais usados a nível mundial. É definido, em mais de dez pesquisas, sintetizadas por RODRIGUES (2015), como sendo um aplicativo multiplataforma que permite trocar mensagens por dispositivos moveis sem custos elevados.

O aplicativo, desde

fevereiro de 2016 pode agregar mais de 200 usuários nos grupos, o que permite trabalhar mesmo com turmas numerosas, para além de se poder criar mais de um grupo no mesmo usuário. Com base no aplicativo os usuários podem enviar mensagens ilimitadas com textos, imagens, vídeos, áudios, localização e até fazer uma chama de áudio ou vídeo (Idem). Estes recursos multiplicam as potencialidades didácticas para o processo de ensino e aprendizagem, desde que as aulas com este aplicativo sejam devidamente planificadas e organizadas. As pesquisas sintetizadas por RODRIGUES (Ibid., p.6-9), dentre as quais: a de Wagner de Almeida Moreira Honorato e Regina Sallete Fernandes Reis, com o titulo WhatsApp – Uma nova ferramenta para o ensino; a de Patrício Câmara Araújo e João Batista Bottentuit Junior, com o titulo: O aplicativo de comunicação Whatsapp como estratégia no ensino de filosofia; Nádie Christina Ferreira Machado Spence: O WhatsApp como recurso no ensino superior: narrativa de uma experiência interdisciplinar; Estêvão Domingos Soares de Oliveira e outros: Proposta de um modelo de cursos baseado em mobile learning: um experimento com professores e tutores no WhatsApp, entre outras, mostraram resultados satisfatórios quanto á utilização deste aplicativo na sala de aulas. Destacam-se aspetos como a partilha de conteúdos e opiniões entre os alunos e professores, a criação de ambientes agradáveis que incentivam a comunicação e aprendizagem espontânea dos usuários além da ampliação da sala de aulas, não obstante o fluxo de mensagens que aparecem no grupo poder atrapalhar e distrair o aluno do foco (aspectos negativos). Também foram elencados como elementos negativos, a possibilidade de os alunos perderem tempo com futilidades, quando o grupo não é devidamente orientado, a indução a erros gramaticais ou má construção frásica, entre outros (Idem). No tocante a estes últimos aspectos negativos, em especial a indução a erros gramaticais e má construção frásica, entendemos que, seria este, o ponto de partida para os professores das línguas poderem vincar em conjunto, os aspectos linguísticos,

6

ou seja, vemos nesta fraqueza, uma potencialidade, na medida em que se pode partir dos erros cometidos pelos alunos no grupo, e introduzir lições correspondentes de aprendizagem sobre eles. Outra pesquisa no âmbito do uso do Whatsapp foi de Sansão Albino Timbane, Margarete Axt e Evandro Alves, cujo título da sua publicação consta como: o celular na escola: vilão ou aliado? Importa salientar que esta foi realizada no contexto moçambicano. Seus resultados mostram que (..) a utilização destes aplicativos pelos professores com os seus alunos em contexto de aprendizagem escolar possibilitou o acesso a um volume maior de informações o qual não seria possível em sala de aula convencional, promoveu o debate das dúvidas dos alunos através da comunicação instantânea individual e no grupo de bate-papo, favoreceu a socialização dos alunos e proporcionou um aumento significativo das suas aprendizagens cognitivas, técnicas e éticas. Aqui o uso do celular em contexto escolar revelou-se um aliado da aprendizagem, (TIMBANE, AXT & ALVES, 2015: 769).

Estas constatações de alguma forma demonstram que o uso racional (planificado e organizado) das tecnologias digitais pode trazer ganhos no processo de educação dos jovens actuais, muitos deles nativos digitais. Sendo assim, o maior desafio das escolas é a planificação curricular destes dispositivos de ensino do nosso século. Não podemos continuar a fazer a educação como ela foi feita a milhões de anos atrás.

1.3. Processo de Ensino e Aprendizagem Incumbe-nos neste subtítulo trazer uma reflexão ou tentar mostrar como o desenvolvimento das TIC’s impõe uma coerciva modificação dos modos de fazer os processos de ensino e aprendizagem, ou seja, estas tecnologias pressupõem uma profunda mudança do processo de fazer a educação, devido, à modificação das estruturas mentais dos sujeitos aprendentes, resultado da sua convivência com o mundo digital, (PRENSKEY, 2011). O processo de ensino e aprendizagem, a didática (métodos, conteúdos, avaliação, etc.) são desafiados a mudar, não como uma exigência em si, mas como pressuposto para fazer face aos desafios e filosofias actuais de educação do Homem (que agora se pretende global e ao mesmo tempo local). Sendo assim, as abordagens tradicionais do ensino e aprendizagem, (cujo conteúdo estava nas mãos do professor, os métodos punitivos, as avaliações repetitivas ou memorizadoras seu maior trunfo) são colocadas em causa, pois, actualmente, a

7

informação está ao alcance do aluno, cabendo ao professor, o papel de mediador. Como diz LIBÂNEO (2011: 91): (..) o núcleo do trabalho docente é a relação activa do aluno com a matéria de estudo, sob a direcção do professor. O processo de ensino consiste numa combinação adequada entre o papel de direção do professor e a actividade independente, autónoma e criativa do aluno. O papel do professor, portanto, é o de planificar, selecionar e organizar os conteúdos, programar tarefas, condições de estudo dentro da classe, incentivar alunos para o estudo, ou seja, o professor dirige as actividades de aprendizagem dos alunos a fim de que estes se tornem sujeitos activos da própria aprendizagem. Em suma, neste novo modelo de ensino a aprendizagem deve ser activa, resultado da

actividade cognitiva do aluno, sobre os aspectos mais relevantes da vida social, para que ela seja mais significativa possível. Diríamos mesmo, nas palavras de SANCHO & HERNANDEZ (2006), que a missão da escola e do ensino, é a de investir na capacidade do aluno de adquirir sua própria educação, o que significa fazer do aluno um ser independente, com capacidades de aprender a aprender, como requisito da aprendizagem ao longo de toda a vida, (DELORS et. al, 2003).

2. Apresentação e análise e discussão de dados (Parte I) Neste ponto trazemos de forma sintética, os resultados obtidos através das técnicas já apresentadas. Neste sentido, na entrevista com o Director da escola, este referiu que a escola era a favor do uso das TIC no processo de ensino, e ficamos sabendo dele, da existência de grupos de Whatsapp’s de algumas disciplinas como: Clube de biologia, de Química, Matemática; Comité de Olimpíadas; Grupo das ZIP (esta era usado para partilha de experiências e troca de informações entre escolas da mesma ZIP); Grupo do colectivo da Direção da Escola; Grupo de directores das Escolas Secundárias de Inhambane para além do grupo da Direcção Provincial da Educação. Estes últimos grupos, serviam mais para troca de informações ou partilha de novas disposições aprovadas inerentes ao funcionamento da organização escolar ao nível da província, distrito e cidade (TIC’s no âmbito de gestão). Em entrevista ao Delegado de disciplina das TIC, este referiu que a adesão dos colegas (professores) no uso das TIC verificava-se mais para a vertente administrativa do PEA (planificação, pautas, etc.) e que poucos usavam essas ferramentas na sala de aulas. 2.1 Formação de professores no uso das TIC

8

Questionados os professores sobre a sua participação em algum tipo de programa de formação ou capacitação, estes responderam da seguinte forma: Tabela 1:Participação dos professores em programas de formação para o uso das TIC Respostas Válido

Frequência

Sim Não Total

Percentagem 4 8 12

33.3 66.7 100.0

Fonte: O autor com base nos dados da pesquisa Conforme podemos perceber da tabela, mais de 66% dos professores não tiveram nenhum tipo de formação ou capacitação para o uso das TIC, o que de certa forma, pode não contribuir para o seu uso. Lembremos que, conforme sustenta DE PABLOS (2006: 73), a formação pedagógica dos professores se converte num dos factores-chave para o uso das TIC como uma oferta pedagógica útil. Sem esta formação, as tecnologias não passam de simples ferramentas sem proveito no PEA. 2.2. Experiências do uso das TIC no Processo de ensino e aprendizagem (professores e alunos) Neste ponto, pretendíamos reunir todas as experiências dos professores e alunos no tocante ao uso das TIC nas actividades lectivas. a) Professores De acordo com o gráfico abaixo, podemos destacar que muitos são os recursos tecnológicos usados pelos professores, com destaque para as redes sociais (Whatsapp/facebook) com 50% de votos, em seguida, o computador e a internet, o projector e o quadro interativo, aprecem como recursos auxiliares em segundo lugar, com uma média percentual de aproximadamente 42% e em terceiro lugar, aparecem as chamadas de conferências, com uma percentagem de 23%. Gráfico 1: Recursos tecnológicos usados pelos professores no PEA 8 6 4 2 0

5

6

5

5 3

41.67%

50.00%

41.67%

Nr. De casos

5

5

Redes sociais (whatsapp/Faceboo k) 6

percentagem

41.67%

41.67%

50.00%

Computador e internet

Projector

Fonte: o autor com base nos dados do SPSS

41.67% Quadro Interativo

25.00% Chamadas de conferência

5

3

41.67%

25.00%

9

a)

Alunos

Questionados os alunos se usavam as TIC com seus professores no PEA, 72.1% afirmou que usava e os restantes 27,9 % referiram que não usavam, conforme indicam os resultados da tabela a seguir. Tabela 2: uso das TIC no PEA entre alunos e professores Respostas Sim Não Total

Frequência

Percentagem

240 93 333

72.1 27.9 100.0

Fonte: o autor com base nos dados do campo (SPSS) Sobre os recursos mais privilegiados no processo de ensino e aprendizagem, os alunos destacaram em primeiro lugar o uso de projector e computadores, em segundo e terceiro lugar Whatsapp/Facebook e quadro interativo, respectivamente. Em quarto lugar, destacaram-se as chamadas de conferência, com aproximadamente 7% de votos, como se pode ver no gráfico abaixo: Gráfico 2: Recursos tecnológicos usados no PEA (segundo os alunos)

180 160 140 120 100 80 60 40 20 0

Nr de Casos %

161 128 93

88

23

21 48.3%

38.4%

26.4%

6.3%

6.9%

27.9%

Projectores e computador

Whatsapp ou Facebook

Quadro Interativo

Email

Chamadas de Conferência

N/A

161

128

88

21

23

93

48.3%

38.4%

26.4%

6.3%

6.9%

27.9%

Fonte: o autor com base nos dados do campo (análise SPSS) Conforme se pode perceber dos resultados, as redes sociais aprecem no topo da lista quando se trata de uso das TIC no PEA na escola em análise. Por esta razão, neste trabalho, escolhemos uma das plataformas dessas redes – Whatsapp, dada a sua popularidade e facilidade de uso, por um lado. Por outro, através de análise temática do conteúdo dos grupos já existentes na escola, percebemos que, os professores apenas usavam a plataforma para trocar informações com seus alunos, como livros, sebentas ou anúncios, o que minimizava as outras potencialidades desta ferramenta. Sendo assim, a seguir trazemos os resultados da experiência prática do uso do

10

Whatsapp com professores e alunos, num modelo blende-learnig3, DZIUBAN, HARTMAN AND MOSKAL (2004) apud DEPARTMENT OF EDUCATION AND EARLY CHILDHOOD DEVELOPMENT (2012: 6).

Parte II 2.3. Potencialidades e limites uso do Whatsapp no processo de ensino e aprendizagem Importa, pois, mencionar que foram inclusos para esta experiência, primeiramente, os professores de química (1), biologia (1), história (1), inglês (1) e filosofia (1). Com o desenrolar da pesquisa, fomos encarando dificuldades de acompanhamento pormenorizados dos grupos, o que nos fez reduzir a amostra para dois professores (biologia e inglês). A escolha desses professores teve como critérios, primeiro a predisposição de cada um de participar da pesquisa e de seguida, a necessidade de diversificação das disciplinas, para que pudéssemos colher de diferentes áreas disciplinares, possíveis especificidades a ter em conta na aplicação das ferramentas tecnológicas escolhidas. Para o alcance dos nossos objectivos, apostamos na sensibilização dos professores e alunos escolhidos, através de algumas sessões de debate (Infoalfabetização), sobre as potencialidades de algumas plataformas (Youtube, Google+, Whatsapp, Facebook, etc.) e alguns equipamentos tecnológicas (celular, computador, quadro interativo) no âmbito do processo de ensino e aprendizagem. Da experiência prática efectuada notamos, conforme o gráfico a seguir: Gráfico 3: alguns aspectos positivos do uso do Whatsapp nas aulas 40

35

30 16

20 10

78%

4

7 36%

9%

16%

0 Facilidade de troca de informações e opiniões entre colegas

Fortificação do espirito de Abertura para colocação de Maior interação da turma grupo dúvidas a turma no tratamento da matéria da aula Valor

%

Fonte: o autor com base nos dados do campo (SPSS)

3

como sendo uma abordagem pedagógica que combina as oportunidades de eficácia e socialização da sala de aulas com as possibilidades de aprendizagem online

11

Que uma grande percentagem dos alunos (78%) admite que a estratégia facilitou a troca de informações e de seguida, possibilitou a abertura para a colocação de dúvidas à turma (36%), para além de permitir maior interação dos alunos no tratamento da matéria da aula (16%). Estas constatações estão relacionadas ao que anteriormente referimos, ao facto de as redes sociais, em especial o Whatsapp possibilitar uma “liberdade” ao aluno, a sensação de não estar dentro das quatro paredes da escola (muitas vezes opressiva), deixa o aluno mais a vontade; essas são algumas características da aprendizagem digital, também chamada de conectivismo ou aprendizagem em rede (SANTOS, MOREIRA & PEIXINHO, 7-8). Relativamente aos professores, a esta pergunta, referiram que a estratégia permitiu o aprofundamento de vários assuntos, o esclarecimento de muitas dúvidas e o desenvolvimento das capacidades discursivas nos alunos, conforme constatou também, EKAHITANOND (2018). A estas potencialidades, acrescenta-se mais uma (ao nosso ver), a participação de muitos estudantes (pelo menos aqueles com smartphones) nos debates. Com base em análise de conteúdo dos grupos, notamos por exemplo, na disciplina de inglês, que o professor facilmente fazia retificações linguísticas dos discursos dos alunos. Portanto, os erros cometidos pelos alunos serviam de base para correções (no sentido positivo) ou recapitulações. Isto permite, na óptica de EKAHITANOND (2018), o aprimoramento da capacidade crítica dos alunos, através da leitura dos discursos dos colegas e dos feedbacks do professor. Já na disciplina de biologia notamos que os intervenientes se sentiam à vontade para a introdução de discursos multimídia (vídeo, voz, imagens e textos) nas suas explicações, o que eleva bastante a possibilidade de comunicação e de entendimento da matéria pelos intervenientes. No tocante às limitações da plataforma, há que destacar: a proliferação de informações pouco relevantes/desnecessárias para os interesses do grupo, ou seja, alguns alunos usavam essa plataforma simplesmente para conversas banais (71% de alunos); dificuldades de acompanhamento de todos os alunos, principalmente aqueles desprovidos de recursos eletrónicos compatíveis com Whatsapp, o que desafia o professor a planificar adequadamente o uso desta plataforma nas aulas. Nesta experiência optamos por criar pequenos grupos dentro de cada turma e cada grupo devia ter um representante com um aparelho compatível com a plataforma, e deste modo, o grupo seria responsável pelas interações no grupo maior da turma, e pouco individualmente. Isto permitiu, de certa forma, a fortificação do trabalho em

12

equipe e evitou a exclusão dos alunos sem equipamentos eletrónicos.

Considerações finais Terminamos nossa reflexão com a convicção de que vivemos numa fase de mudança de mentalidades com o consequente impacto nos processos de aprendizagem. Sendo assim, são necessárias metodologias novas, mentalidades abertas e práticas pedagógicas alternativas para aprender, ensinar e, mais importante, aprender a aprender (SANTOS, MOREIRA & PEIXINHO, 259). O Whatsapp é sem duvidas, uma das alternativas que podem contribuir para o sucesso do processo de ensino e aprendizagem, deste que as práticas e modelos de ensino também sejam repensados. Vivemos numa era da sociedade de informação/conhecimento e o grande desafio da escola do século XXI, não é muito ensinar o aluno a aprender, mas aprender a aprender (DELORS, 2003), o que significa doptar o aluno de independência, da capacidade de buscar, guardar, transformar e divulgar o conhecimento e não mais memoriza-lo. Ou seja, a função principal da escola neste seculo, é de ensinar o aluno a lidar com as tecnologias de informação e comunicação para sua aprendizagem, e o Whatsapp é sem dúvidas, a tecnologia mais presente na vida dos jovens. Da experiência que tivemos, notamos algumas potencialidades como é o caso da facilidade de troca de informações entre os intervenientes da práxis pedagógica, abertura na colocação de dúvidas e aprofundamento das matérias da aula (presencial). Com o Whatsapp, os limites temporais e espaciais já não fizeram muito sentido, pois, os alunos podiam interagir com o professor ou entre eles a qualquer hora que pudessem. No uso desta plataforma, há que ter em conta, a dificuldade de acompanhamento de todos, a incidência no grupo de assuntos desnecessários nos grupos. Isto, impõe aos professores, por um lado, um cuidado redobrado aos mais necessitados, uma planificação do uso dos recursos tecnológicos nas aulas será necessária, para garantir a participação de todos nos debates e/ou sessões de aprendizagem. Por outro, que a escola integre formalmente o uso destes tipos de plataformas nas aprendizagens dos alunos, de forma a evitar o seu uso esporádico por aqueles professores mais “ousados” e consequentemente a sua desvalorização pelos alunos, conforme constatou GASAYMEH (2017).

13

Referencias bibliográficas 1. A.VV. Dicionário Universal de Língua Portuguesa, 3a ed., Maputo: Moçambique Editora, Lda, 2003 2. AZUL, Artur Augusto. Sistemas de Informação: Técnico de Informática de Gestão, Portugal: Porto Editora, 2010 3. DE PABLOS, Juan. A visão disciplinar no espaço das tecnologias da informação e comunicação. In: SANCHO, Juana Maria & HERNÁNDEZ. Tecnologias para Transformar a Educação, Porto Alegre: Artmed, 2006. Cap.3, p.63-83

4. DELORS, Jacques, et. al. Educação: Um Tesouro a Descobrir – relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI, 8a ed., São Paulo: Cortez editora, 2003 5. DEPARTMENT OF EDUCATION AND EARLY CHILDHOOD DEVELOPMENT. Blended learning:A synthesis of research findings in Victorian education 2006-2011,NEALS, Melbourne,

March

2012.

Disponível

em:

https://www.education.vic.gov.au/documents/about/research/blendedlearning.pdf, consultado em 12/09/18

6. EKAHITANOND, Visara. The Impact of Feedback in Facebook on Students’ Language Proficiency, Bangkok University: Language Institute, TEM Journal. Volume 7, August, 2018:

disponível

em:

http://www.temjournal.com/content/73/TemJournalAugust2018_686_692.pdf, consultado em 09/11/18 7. GASAYMEH, Al-Mothana M. Students’ use of Whatsapp and their Perceptions Regarding its Possible Integration into their Education, Global Journal of Computer Science and Technology: G Interdisciplinary, Volume 17, Version 1.0, Year 2017. Disponível em

https://globaljournals.org/GJCST_Volume17/1-University-Students-use-ofWhatsapp.pdf, consultado em 12/9/18 8. INDE & MINED. Plano Curricular do Ensino Secundário Geral (PCESG) — Documento Orientador, Objectivos, Política, Estrutura, Plano de Estudos e Estratégias de Implementação, UEM: Imprensa universitária, Novembro de 2007

9. KENSKI, Vani Moreira. Educação e Tecnologias - O Novo Ritmo Da Informação, 2a ed., São Paulo: Papirus, 2007 10. KIRKMAN, Geoffrey S. Global Information Technology Report 2001–2002-Readiness for the Networked World, New York: Oxford University Press, 2002. Disponível em

http://unpan1.un.org/intradoc/groups/public/documents/un/report.pdf, consultado no

14

dia 14/04/2017

11. LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora? – Novas exigências educacionais e profissão docente, 13a ed., São Paulo: Cortez editora, 2011 12. MINED. Plano tecnológico da Educação: as tecnologias de informação e comunicação a potenciar o ensino em Moçambique, 1a versão, 2011. Disponível em:http://www.mined.gov.mz/Legislacao/Documents/Plano_Tecnologico_Educac ao_1a_versao.pdf, consultado em 17/08/2017 13. PRENSKY, Marc. Digital natives, Digital Immigrants, Part 1, NCB University Press, Vol.9, no

5,

September/October,

2001.

Disponível

em

http://www.emeraldinsight.com/doi/pdfplus/10.1108/10748120110424816 ,consulta do no dia 26/04/2017 14. RICCIERI, Pina. Formação ao Alcance de Um Clique: Comunicação Digital – Desafios e Oportunidades, 1a ed., São Paulo: Paulinas, 2012 15. SALAVATI, Sadaf. Use of digital Technologies in education – the complexity of teacher’s everyday

pratice,

Sweden:

Linnaeus

University

Press,

2016.

Disponível

em:

https://www.diva-portal.org/smash/get/diva2:1039657/FULLTEXT01.pdf, consultado em 03/10/2017 16. SANCHO, Juana Maria & HERNÁNDEZ, Fernando Tecnologias para Transformar a Educação, Porto Alegre: Artmed, 2006 17. SANTOS, Arnaldo; MOREIRA, Lúcia & PEIXINHO, Filipe. Projectos de e-learning – inovação, implementação e gestão, Lisboa: LIDEL-edições técnicas, dezembro de 2014 18. TIMBANE, Sansão Albino, AX, Margarete & ALVES Evandro. O Celular na Escola: Vilão ou Aliado! Nuevas Ideas en Informática Educativa TISE, 2015. Disponível em:

http://www.tise.cl/volumen11/TISE2015/768-773.pdf, consultado em 06/10/17

Related Documents


More Documents from "ramiromarques"

April 2020 2
Dissertacao Final.docx
April 2020 5
November 2019 18
June 2020 3
November 2019 13