1
INSTITUTO RHEMA EDUCAÇÃO Pós-Graduação “lato sensu” em Psicopedagogia Clínica e Institucional Disciplina: Atuação Psicopedagógica na Instituição e Princípios Metodológicos do Estágio Institucional Profª Me. Márcia A. Marussi Silva Psicopedagogia – Um pouco de história Há muito se tem estudado sobre a origem das dificuldades de aprendizagem, busca na qual contou com a dedicação de médicos, psicólogos e educadores, dispostos a entender e atender pessoas com necessidades educacionais especiais que comprometiam o ato de aprender. Nesta busca constante, diversas teorias e experimentos foram realizados, e com o aprimoramento dos estudos surge então a Psicopedagogia. A Psicopedagogia é um campo de atuação em Saúde e Educação que lida com o processo de aprendizagem humana: seus padrões normais e patológicos considerando a influência do meio - família, escola e sociedade – no seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da Psicopedagogia. (Associação Brasileira de Psicopedagogia). Encontramos na literatura, no de 1920, como o surgimento do primeiro centro de psicopedagogia, ligado ao pensamento psicanalítico de Lacan. Mas há também registros que datam o surgimento dos primeiros centros psicopedagógicos, na década de 40, após a Segunda Guerra Mundial, sob a influência dos psicanalistas franceses Juliette Boutonier e George Mauco, os quais buscavam utilizar conhecimentos da psicologia, psicanálise e pedagogia para auxiliar no desenvolvimento de crianças com dificuldades de comportamento e para aprender. Esses centros contavam com o trabalho de vários profissionais, entre eles psicólogos, psicanalistas e pedagogos, porém era o médico que através das informações fornecidas por toda a equipe quem realizava o diagnóstico e orientava o tratamento, visando corrigir as dificuldades apresentadas pelo sujeito. A partir da união das áreas citadas acima, surgiram grupos que se dedicaram a conhecer a criança e todo seu contexto, na tentativa de entender a dificuldade de aprendizagem, de forma a planejar ações reeducadoras mediante intervenções. Iniciava-se um olhar diferenciado para com aqueles que não aprendiam, apesar de serem inteligentes e os que apresentavam algum tipo de deficiência. Com o passar do tempo por influência européia, surge na Argentina, mais especificamente em Buenos Aires, centros com equipes formadas por psicopedagogos que atuavam no diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. O Brasil teve a Argentina como maior influência no surgimento da Psicopedagogia, e na década de 70 iniciou seu desenvolvimento sob o mesmo enfoque médico-pedagógico desempenhado pelos argentinos. Os problemas de aprendizagem eram identificados pela medicina como disfunção cerebral mínima (DCM), não sendo consideradas questões sociopedagógicas. Ainda hoje há a influência da medicina, na maioria das vezes quando o sujeito apresenta dificuldades para aprender a família busca ajuda médica primeiramente. Os diagnósticos patologizantes ainda contribuem para camuflar as mazelas educacionais, sendo depositada no sujeito toda a responsabilidade do fracasso escolar. Se por um lado esses diagnósticos permitem à família a busca de atendimento acadêmico especializado, por outro pode servir como desestímulo a família e aos profissionais da educação, quanto ao investimento na aprendizagem, através de diferentes intervenções que possibilitem a aquisição de conhecimentos. A Psicopedagogia vem ganhando destaque nos estudos que tem desenvolvido sobre a prevenção, diagnóstico e intervenção nos casos de dificuldades de aprendizagem. Desta forma ao longo dos anos foram se instaurando cursos de especializações nesta área em instituições universitárias. A formação do Psicopedagogo foi regulamentada pelo MEC em cursos de pós-graduação e especializações, com carga horária mínima de 360 horas. O objetivo destes cursos é formar especialistas no processo de ensinoaprendizagem, para que atuem nas áreas clínica, institucional e de pesquisa.
1
2 Buscando a compreensão e possíveis intervenções acerca dos problemas de aprendizagem, a Psicopedagogia conta com a contribuição de diversas áreas do conhecimento como a Pedagogia, Psicanálise, Psicologia, Antropologia, Filosofia, entre outras. No decorrer destes anos, mais especificamente em meados da década de 80, foi fundada a Associação Brasileira de Psicopedagogia, a qual através do cadastro de associados luta pela consolidação da identidade legal da profissão do psicopedagogo, conquista que permitirá a normatização da formação e do exercício profissional, podendo ser estendido o atendimento à população de baixa renda, por meio dos sistemas públicos de saúde e educação. A ABPp atua também na elaboração, publicação e revisão de conhecimentos e tendências na área e a organização de eventos. Assim desde de 1997, tramita em Brasília o Projeto de Lei no 3.124/97 do Deputado Barbosa Neto, projeto este que regulamenta a profissão do Psicopedagogo e cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Psicopedagogia. Há também o Projeto de Lei no 3.512/08 da Deputada Raquel Teixeira, o qual “Dispõe sobre a regulamentação do exercício da atividade de Psicopedagogia.” Enquanto é aguardada a regulamentação da profissão, a Associação Brasileira de Psicopedagogia, orienta sobre a atuação do Psicopedagogo através de um Código de Ética,que visa os princípios, as responsabilidades do Psicopedagogo, a relação com outras profissões, o sigilo profissional, as publicações científicas, a publicidade profissional, os honorários, as relações com saúde e educação, a observância e o cumprimento do Código de Ética e as disposições gerais. No ano 2000, o Conselho Nacional da ABPp, aprovou as Diretrizes básicas da Formação de Psicopedagogos no Brasil e os Eixos Temáticos para Cursos de Formação em Psicopedagogia, visando a consolidação e identidade da formação do Psicopedagogo em âmbito nacional. Em 2009, no VIII congresso Brasileiro de Psicopedagogia, realizado em São Paulo, foi escolhido o Símbolo da Psicopedagogia, o qual representa a atividade profissional desta área, traduzindo toda a grandeza da Psicopedagogia, através da simbologia da Fita de Möbius. A fita recebeu este nome porque em 1858 o alemão Auguste Ferdinand Möbius, matemático e astrônomo, ao realizar um estudo sobre os Poliedros, descobriu uma curiosa superfície, que ficou conhecida como Fita de Möbius. É uma fita simples que tem duas dimensões com um lado apenas, uma simplicidade aliada à complexidade, que transforma o finito em infinito. Assim é possível descrever o significado deste símbolo para a Psicopedagogia, segundo Bombonatto como: “Fita de Möbius com 3 voltas. Representa o olhar do Psicopedagogo. As voltas estão dispostas de forma a representar a aprendizagem do indivíduo. O círculo central representa o indivíduo em processo para a aquisição de conhecimento, chegando ao fim com mudanças perceptíveis (círculo vermelho)”.
E é desta forma que ao longo do tempo a Psicopedagogia vem ganhando experiência e firmandose como especialista nos problemas de aprendizagem. A Psicopedagogia atua em duas grandes áreas, a clínica e a institucional. Na clínica, o Psicopedagogo realiza o diagnóstico clínico, através de diferentes instrumentos que permitirão identificar a causa das dificuldades de aprendizagem. Essa avaliação busca conhecer o contexto em que o aprendiz está inserido, ou seja, a escola, a família e o grupo social. A partir do diagnóstico, é proposto o tratamento psicopedagógico, que se dá mediante diferentes instrumentos, como jogos, desenhos, brincadeira, etc. Com a finalidade de ajudar o sujeito a organizar o seu modelo de aprendizagem. Na instituição, o papel do psicopedagogo é o de auxiliar na elaboração do Projeto Político Pedagógico, planejamentos e planos de aula, orientar os professores no desenvolvimento do trabalho com os alunos que apresentam problemas de aprendizagem, diagnosticar e intervir nas questões relacionadas ao processo de ensino-aprendizagem, identificar alunos com dificuldades de aprendizagem e realizar os encaminhamentos necessários, orientar os pais, alunos e professores.
2
3 E neste contexto destacamos a contribuição valiosa de estudiosos brasileiros nesta área, entre eles podemos citar: Beatriz Scoz, Edith Rubinstein, Maria Lúcia Weiss, Nadia Bossa, Simaia Sampaio, Laura Monte Serrat Barbosa entre outros. Edith Rubinstein destaca a importância do Psicopedagogo estar preparado para “ler nas entrelinhas”, ou seja, que ele possa compreender as questões do sujeito e a sua relação com a aprendizagem, a partir de seu próprio discurso. Como a Psicopedagogia no Brasil foi fortemente influenciada pelos argentinos, podemos destacar as contribuições de Alícia Fernandez, Sara Pain e Jorge Visca. É preciso destacar que a Psicopedagogia na Argentina, tem algumas situações legais diferentes do Brasil, como o uso de testes psicométricos, dentre os quais, alguns na legislação brasileira são considerados de uso exclusivo do psicólogo. E falando sobre a influência argentina na Psicopedagogia brasileira, é preciso destacar a contribuição de Jorge Visca, na difusão da psicopedagogia brasileira. A seguir um pouco da história deste mestre: Jorge Pedro Luiz Visca, nasceu em 14 de maio de 1935, na cidade de Baradero, província de Buenos Aires. Cursou bacharelado no Colégio Nacional de San Pedro, Província de Buenos Aires e o magistério na Escuela Normal de Profesores Mariano Acosta da Capital Federal. Graduou-se em Ciências da Educação, na Facultad de Filosofia Y Letras da Universidad Nacional de Buenos Aires e Psicologia Social Escuela Privada de Psicologia Social de Enrique Pichon Rivière. Fundou os Centros de Estudos Psicopedagógicos de Buenos Aires, Rio de Janeiro, Curitiba, São Paulo e Salvador no Brasil. Foi docente de cursos de pós-graduação na Universidade de Buenos Aires e na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Brasil, em especializações de Psicopedagogia. Realizou numerosas publicações em seu país e no estrangeiro e participou de congressos internacionais representando a Argentina. Foi membro de jurados para eleição de docentes nas Universidades de Buenos Aires, Lomas de Zamora e Comahue. Foi membro do corpo editor de: Aprendizaje Hoy (Argentina) e Publicações especializadas de Brasil: revista Brasileira de Pesquisa em Psicologia, Revista Psicologia – USP e Revista Grupal da Federação Latinoamericana de Psicoterapia Analítica de Grupo. Publicou seu primeiro livro - Clínica psicopedagógica - em 1985, traduzido para o português em 1987. Criador da Epistemologia Convergente linha que propõe um trabalho clínico utilizandose da integração de três linhas da Psicologia: Escola de Genebra (Psicogenética de Piaget), Escola Psicanalítica (Freud) e Psicologia Social (Enrique Pichon Rivière). Faleceu em 2000. VISCA, Jorge. El diagnostico operatório em la pratica psicopedagogica. Buenos Aires, 1995. Visca criou a Epistemologia Convergente, a qual partindo da contribuição das três linhas da psicologia é possível entender e intervir nas dificuldades de aprendizagem. Essa união permite ao psicopedagogo olhar o aprendiz em situação de aprender, considerando suas condições para raciocinar, para desejar aprender, o vínculo afetivo despendido para situações de aprendizagem, a forma de aprender e a comunicação com o outro. O autor criou a EOCA (Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem), instrumento que visa colocar o sujeito em situação de aprendizagem e intervenções que possibilitam o levantamento de hipóteses sobre as ansiedades, a competência cognitiva e o funcionamento para proceder à aprendizagem. As hipóteses levantadas é que permitiram a elaboração dos instrumentos para a investigação, possibilitando uma avaliação psicopedagógica personalizada. A Psicopedagogia estuda a aprendizagem. Mas afinal o que é aprender? 3
4 Aprender hoje é mais que ser capaz de ler, escrever e contar, é aprender com entendimento, é desenvolver capacidades para pensar e resolver problemas, o que requer um rico corpo de conhecimentos acerca de determinado assunto. Neste contexto o trabalho psicopedagógico precisa estar voltado a auxiliar as instituições escolares a se reorganizarem para que a aprendizagem seja entendida para além da retenção de conteúdos, mas que entendam sobre o desenvolvimento competente e humano de seus aprendizes. Barbosa fala sobre o aprender a aprender para continuar o movimento de apropriação e de construção do conhecimento. O sujeito aprende na interação com o outro. A Psicopedagogia não trabalha com o sujeito isolado, mas com todo o seu meio, ou seja, o sujeito aprendiz, o professor aprendiz, a escola aprendiz e a família aprendiz. Aprender a aprender significa aprender a pensar, a construir conhecimento a partir dos conhecimentos já construídos, a usar a aprendizagem como uma ferramenta para outras aprendizagens. Aprendizagem que só é possibilitada somente com a interação deste aprendiz com o mundo no qual está inserido e com o conhecimento já estruturado. Tornando-o um aprendiz problematizador. Fernandez diz que para aprender é preciso haver dois personagens o ensinante e o aprendente e um vínculo que se estabelece entre ambos. E quando a aprendizagem não acontece? Atualmente é muito comum ouvirmos da escola ou da família, a queixa de desmotivação para aprender. Muitas podem ser as causas para não ter despertado o desejo de aprender. A Psicopedagogia tem muito a contribuir nesta identificação, como dito anteriormente, uma avaliação psicopedagógica precisa compreender o processo de aprendizagem do sujeito e os obstáculos postos frente ao aprender. Visca (1993), identifica três tipos de obstáculos da aprendizagem, são eles: Obstáculo Epistêmico – estrutura cognitiva defasada em relação à idade cronológica. Obstáculo Epistemofílico – aparece frente ao novo conhecimento, caracterizando-se pela falta de amor ao conhecimento e pode ser agrupado em três categorias medo à confusão, medo ao ataque e medo à perda. Obstáculo Funcional – Conjunto de obstáculos de causas emocionais e/ou causas estruturais, por exemplo – dificuldade para discriminação visual, mesmo quando não há problemas na visão. Geralmente os problemas de aprendizagem se manifestam na fase escolar, mas como estamos em processo contínua aprendizagem, as dificuldades podem surgir a qualquer tempo, assim a Psicopedagogia atua não só com crianças e adolescentes, mas também com adultos. Conhecer a causa do problema de aprendizagem requer do Psicopedagogo um amplo conhecimento acerca do aprender e do desenvolvimento do ser humano. Pois as dificuldades de aprendizagem podem não estar no sujeito e sim no meio em que ele vive, quer na escola ou no contexto social. Mas vale lembrar que tão importante quanto conhecer as causas do não aprender é traçar estratégias de superação para as dificuldades. Na maioria das vezes a intervenção requer a participação ativa da família, da escola, além do aprendiz. Um dos maiores desafios da Psicopedagogia na atualidade é fazer da sala de aula um espaço de aprendizagem. “Mesmo sabendo que a Psicopedagogia nasceu como uma prática clínica individual que serviu de base para este setor do conhecimento, também se sabe que a tendência contemporânea orienta-se para a assistência de grandes unidades, como as instituições e a comunidade, nas quais, se não é óbvia a atenção individual e grupal, criam-se melhores condições que beneficiam o indivíduo e o grupo”. (Jorge Visca). Texto da profª Renata Adriana de Oliveira Campo, reelaborado pela profª Márcia Marussi. Conceito da Psicopedagogia A Psicopedagogia é uma área de conhecimento e pesquisa na atuação interdisciplinar, voltada para os processos de ensino-aprendizagem, que integra o diagnóstico e a intervenção em situações que envolvam esses processos no plano individual, grupal, institucional e clínico. Aplica-se à compreensão dos processos,
4
5 analisando-os e respeitando o Código de Ética da Psicopedagogia, garantindo uma postura socialmente comprometida com a realidade brasileira. Contextos da Psicopedagogia Psicopedagogia Familiar, Empresarial, Hospitalar e Institucional. Seja qual for o contexto, a psicopedagogia está voltada para a manutenção de um ambiente harmônico e à identificação e prevenção de insucessos interpessoais e de aprendizagem (Schroeder, 2002). Psicopedagogia Familiar: Ampliando a percepção sobre os processos de aprendizagem de seus filhos, resgatando a família no papel educacional, complementar à escola, diferenciando as múltiplas formas de aprender, respeitando as diferenças dos filhos. Psicopedagogia Empresarial: Ampliando formas de treinamento, resgatando a visão do todo, as múltiplas inteligências, trabalhando a criatividade e os diferentes caminhos para buscar saídas, a função humanística e dos sentimentos na empresa, ao construir projetos e dialogar sobre eles. Psicopedagogia Hospitalar: Possibilita a aprendizagem, de forma lúdica e as oficinas pedagógicas com os pacientes. Psicopedagogia Institucional: Prioriza diferentes projetos educacionais, realiza o diagnóstico da escola; busca as definições de papéis na dinâmica relacional em busca de funções e identidades, diante do aprender; instrumentalização de professores, da equipe diretiva (coordenadores, supervisores e diretores) sobre reflexões e análise a respeito das práticas pedagógicas e diante das diversas formas de aprender; reprogramação curricular, implantação de programas e sistemas avaliativos; oficinas para vivências de novas formas de aprender; análise de conteúdo e reconstrução conceitual; releitura, ressignificando a reintegração do aluno no processo; o papel da escola no diálogo com a família. Psicopedagogia Institucional e Clínica São muito parecidas, no entanto, agem em diferentes âmbitos. Pp Clínica: Relação direta com a criança que apresenta uma dificuldade de aprendizagem (metodologia – Jorge Visca). Pp Institucional: Relação com grupos; observa, entrevista e analisa. A Psicopedagogia Institucional O psicopedagogo institucional que atua na área terapêutica entra na instituição por meio de uma queixa – sintoma da instituição e seu olhar estará voltado para a resolução do problema e a eliminação da queixa. O psicopedagogo institucional que atua na área preventiva está presente de forma sistematizada, por vezes, diariamente na instituição. Ao atuar de forma preventiva e terapêutica, posiciona-se para a compreensão dos processos do desenvolvimento e aprendizagem, recorrendo a várias estratégias pedagógicas, objetivando se ocupar do processo de apropriação do conhecimento. Contribui para a formação de relação saudável dos alunos com o conhecimento, de modo a facilitar a sua apropriação e evitar que o processo de ensino e de aprendizagem seja obstaculizado e cria planos de intervenção baseados no diagnóstico. A Psicopedagogia na Instituição pode contribuir, desenvolvendo trabalhos que possibilitem a integração entre o que se sabe e o que se faz; entre o que se sabe e o que se sente; entre o que se sente e o que se faz. Pensa no trabalho coletivo, o sujeito cognitivo, afetivo, social e biológico, em movimento, relacionando-os com os sujeitos, com sua história e com a história dos outros, aproveitando as experiências do próprio grupo auxiliando- os em direção ao avanço. Papel do Psicopedagogo na Instituição Análise do Discurso; Análise de Atitudes; Intervenção; Avaliação das Intervenções; Implantação de Projetos Preventivos ou de Intervenção. Atribuições do Psicopedagogo
5
6 Explicação da origem do sintoma; Análise do distanciamento dos parâmetros considerados aceitáveis; Levantamento de hipóteses sobre os acontecimentos; Encaminhamentos. Objetivo do Estágio Institucional Fazer com que o aluno vivencie uma amostragem da prática psicopedagógica, a fim de visualizar seu campo de atuação profissional, e, ainda, sanar algumas dúvidas relacionadas à intervenção psicopedagógica institucional propriamente dita. Objetivos Específicos Planejar as etapas para o diagnóstico institucional; Planejar a ação de intervenção psicopedagógica; Aplicar os instrumentos psicopedagógicos na instituição, a fim de atender às demandas iniciais da instituição: queixa; Conhecer uma realidade educacional e as possíveis intervenções de melhores adaptações à aprendizagem; Elaborar propostas mais eficientes no que diz respeito ao ato de ensinar; Promover uma reflexão para os profissionais da instituição, na perspectiva de repensar sua prática e realizar constantemente o exercício de ação-reflexão- ação.
OBSERVAÇÃO A observação sistematizada tem como objetivo pesquisar o modelo de aprendizagem do aluno, não o quanto ele sabe, mas sim como ele aprende. Ela pode acontecer em diversos momentos: sala de aula; intervalo no pátio; aula de educação física; entrada e saída da escola; em atividades individuais; no momento da aplicação dos instrumentos. A análise da documentação do aluno (produções acadêmicas) é outra forma de investigação. Além de documentos existentes, podem ser solicitados outros pelo entrevistador (laudos/diagnósticos médicos, psicológicos, exames e testes externos, entre outros). A observação deve ser feita de forma direta e focada no aluno que apresenta deficiência, transtornos funcionais, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades/superdotação e/ou dificuldade de aprendizagem. Isso porque é importante que não analisemos inicialmente o sintoma que o aluno apresenta, partindo da percepção do outro, e sim observemos o sintoma acontecendo, “ao vivo e em cores”, o que facilita a organização das primeiras hipóteses que nortearão a escolha dos instrumentos de investigação. Esta forma de iniciar o processo diagnóstico possibilita ao profissional uma aproximação do seu objeto de estudos de maneira pouco contaminada. Contribui ainda para a análise de todos os aspectos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, e para a clareza sobre as potencialidades e as dificuldades do aluno, a forma que o aluno se apropria do conhecimento, podendo pensar de maneira mais clara sobre as causas do problema para planejar as intervenções posteriores na prática pedagógica (tomada de decisões). DIAGNÓSTICO Segundo Bassedas e Col (1996) existem sujeitos e sistemas envolvidos no diagnóstico psicopedagógico. A escola é uma instituição social, podendo ser considerada de forma ampla, como um sistema aberto que compartilha funções e que se inter-relaciona com outros sistemas. O termo diagnóstico origina-se do grego e significa discernimento, faculdade de conhecer, de ver através de, utilizando para isso observações e diferentes avaliações para somente após este processo procedermos às interpretações. Essas se baseiam em nossas percepções, experiências, informações adquiridas e formas de pensamento. Portanto, pode-se afirmar que é um processo no qual analisa-se a situação do aluno com dificuldades de aprendizagem no contexto da escola, da sala de aula, sua família, sua produção acadêmica. Dentro de uma perspectiva psicopedagógica, o trabalho com as famílias pode ser considerado fundamental e indispensável para modificar as atitudes de alguns alunos, mas, mesmo assim, esse trabalho somente se constituirá em uma das partes do diagnóstico, já que ele estará centralizado, principalmente, no conhecimento e na modificação da situação escolar (BASSEDAS E COL 1996, p25).
6
7 ENTREVISTA A entrevista com a família é essencialmente um instrumento de coleta de informações. É uma das etapas de pesquisa e estudo de caso, juntamente com a observação e a análise da documentação do aluno (cadernos, avaliações, trabalhos - produções acadêmicas). Durante a entrevista, quando esta se caracteriza por ser aberta, o entrevistador deve realizar observações sobre a temática da conversa, a dinâmica dos participantes e o resultado obtido neste momento. A observação da temática, segundo PICHON-RIVIÈRE (1988), está ligada a tudo que é falado durante a entrevista e aos significados latentes que podem ser percebidos através do tipo de comunicação utilizada, do que não é dito mas fica nas entrelinhas, das coerências e incoerências que aparecem no discurso, dos atos falhos que podem surgir, da objetividade ou subjetividade do discurso e do conteúdo abordado. Sabedores de que o sucesso do entrevistador depende da habilidade com que ouve o entrevistado, elencamos alguns itens que o entrevistador deverá se lembrar para que desenvolva uma postura adequada durante a ananmese: Ouvir, não discutir; Estabelecer associações agradáveis (empatia); Estabelecer relação de confiabilidade; Usar a entrevista com discrição; Mostrar interesse para o que o entrevistado está dizendo; Informar ao entrevistado que o que está dizendo nunca será divulgado; Uma vez dada a garantia de que a entrevista será mantida confidencial, ela não poderá ser violada; Avisar que as informações serão anotadas com o objetivo de coleta de dados para análises posteriores; mas que as informações sigilosas serão preservadas; Criar condições físicas que permitam uma boa entrevista; Receber cordialmente o entrevistado; Manter suas opiniões à parte; Fazer perguntas para dirigir a atenção a fatos relevantes; Não embaraçar desnecessariamente o entrevistado; Raramente das conselhos; Evitar esteriótipos mentais sobre o entrevistado; Permitir que a pessoa exponha os fatos a seu modo, com liberdade de expressão.
É importante a realização de uma anamnese fiel e clara para um encaminhamento correto, seja ele para a escola especial, sala de recursos ou outro programa de apoio pedagógico, acompanhamento psicológico, entre outros, sendo também imprescindível para que ocorra uma intervenção adequada. Uma anamnese abrange várias etapas, dentre elas: identificação e história acadêmica/ escolaridade. A identificação compreende: nome, idade, data do nascimento, sexo, escola, residência, nome do pai, idade, profissão, escolarização, nome da mãe, idade, profissão e escolarização. A história acadêmica é o percurso acadêmico do(a) aluno(a), desde a educação infantil até a série em que freqüenta, narrado pelos pais ou responsáveis pelo(a) aluno (a). Os dados poderão ser colhidos de dois modos: anamnese livre, quando a pessoa conta por si mesmo a história e a anamnese dirigida, quando são dirigidas perguntas específicas. Outras etapas devem constar também no roteiro de anamnese: Queixa; Antecedentes Familiares; Condições de Nascimento; Desenvolvimento; Alimentação; Desenvolvimento Neuropsicomotor; Sociabilidade; Saúde; Ambiente Familiar e Social; Outras informações (espaço aberto para os pais). O entrevistador poderá ajudar o(s) pai(s), se necessário, perguntando-lhe(s) ainda se seu filho (a): Já fez exames oftalmológicos e audiométricos?Apresenta déficits de visão e audição? Faz uso de prótese auditiva e/ou óculos? Precisa de óculos mas não usa? Como foi a alfabetização?Gosta da escola atual? O que os pais esperam da escola? O que os pais esperam de seu filho com relação à escola? A escola vem correspondendo às expectativas dos pais? A criança é assídua às
7
8 aulas? Como é a conduta da criança na escola? A criança apresenta dificuldades e/ ou distúrbios de aprendizagem? Quais são? Em que série começaram a surgir? Após a entrevista com a família e/ou o responsável pelo aluno(a), o entrevistador sistematizará os dados levantados no que diz respeito ao desenvolvimento e a aprendizagem do aluno, incluindo tais dados no corpo da Avaliação Psicopedagógica no Contexto Escolar. ANEXO 2 ENTREVISTA COM OS PAIS OU RESPONSÁVEIS I – IDENTIFICAÇÃO DO ALUNO Nome: Escola: Data de nascimento: / / Naturalidade: Nome do pai: Profissão: Nome da mãe: Profissão: Endereço residencial: II – COMPOSIÇÃO FAMILIAR NOME
IDADE
Idade:
SEXO
Idade: Idade: Fone: ESTADO
GRAU DE
CIVIL
PARENTESCO
INSTRUÇÃO
LOCAL DE TRABALHO
Religião/credo? Observações: OBS: Anexar cópias dos laudos, exames, receitas médicas de uso contínuo, avaliações anteriores que eventualmente o aluno tenha realizado. III – QUEIXA OU MOTIVO DE ENCAMINHAMENTO
IV – ANTECEDENTES PESSOAIS olidar um relacionamento, posição da criança na ordem das gestações e dos nascimentos, abortos...)
MÃE:
PAI:
exposição a Raio-X duração da gestação, medicamentos que fez uso, alguma intercorrência orgânica ou emocional no transcorrer da gestação, traumatismos abdominais, trabalho de parto prematuro, necessidade de fazer repouso e/ou usar medicação uterolítica, contato
8
9 com doenças infecciosas, uso de medicamentos sem saber que estava grávida, entre outras).
- indicação da mãe ou fetal, muito rápido ou demorado, se a criança chorou logo, se nasceu roxa, se necessitou de oxigênio, de incubadeira, houve incompatibilidade sangüínea, peso e tamanho ao nascer, reflexos de sucção. Fez Teste do Pezinho, Apgar, icterícia, entre outros). V – DESENVOLVIMENTO respiração enquanto dorme...)
outros tipos de alimentação, falta de apetite, alimenta-se em excesso, normal...)
quando formou frases, defeitos de linguagem, gagueira...)
apoio, quando engatinhou, quando ficou em pé com e sem apoio, quando caminhou com e sem apoio, idade em que controlou os esfíncteres – vesical e anal diurno e noturno, preferência manual).
VI – SOCIABILIDADE (Faz amigos (as) com facilidade, mantém os relacionamentos, brinca – como, quando e com quem, atividade de lazer, comportamento nos ambientes em geral...) VII – DOENÇAS, ATENDIMENTOS MÉDICOS E COMPLEMENTARES (Quais doenças foram contraídas pela criança, convulsões, em que idade ocorreu, qual a intensidade – leve/moderada/severa, acidentes, cirurgia, tratamento médico, usa medicação, vacinas, exames, laudos, pareceres, encontra-se em acompanhamento dentário, psicológico, fonoaudiológico, fisioterápico...) VIII – MANIPULAÇÃO E HÁBITOS (Fez uso de chupeta, chupa o dedo, algum tique, morde os lábios, rói unhas, auto-agressão, quando e por quanto tempo...) IX – ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA nho sozinho, se veste, calça meia, amarra o sapato, se penteia, escova os dentes regularmente (sozinho ou com ajuda), têm cuidados com sua aparência pessoal e vestuário...)
9
1
X – DINÂMICA FAMILIAR
eral entre os familiares: XI – ANTECEDENTES FAMILIARES (doenças, deficiências, vícios, grau de parentesco, idade em que ocorreu, situação atual...) XII – RENDIMENTO ESCOLAR (necessita de auxílio na execução de tarefas escolares, em casa, quais as disciplinas que apresenta facilidades, quais apresenta dificuldades, quais as áreas de maior habilidade,...)
XIII – RELACIONAMENTO NA ESCOLA s:
: -classe: XIV – SEXUALIDADE
XV – OBSERVAÇÕES
Responsável pelas informações prestadas (pai, mãe, tia, avó...)? Local e Data: , Psicopedagogo(a)/Pedagogo(a): Nome:
1
1 Exemplos de transcrição da Ananmese no Relatório de Avaliação Psicopedagógica no Contexto Escolar: Aluno A Data de Nascimento: 14/10/198 Idade: 12 anos Série: 4ª série Em entrevista realizada no dia 10/10/2010, a mãe informou que fez o pré natal desde o início da gravidez e que sua gestação foi bastante conturbada, passou por problemas nos rins e muita febre, muito nervoso. O aluno foi o primeiro de uma prole de quatro filhos, nasceu de parto cezariana, chorou ao nascer. Nasceu com aproximadamente 3.500 gramas. A mãe o amamentou até aproximadamente 10 meses de idade. Aceitou bem alimentos sólidos e outro leite. Engatinhou aproximadamente aos 8 meses e andou por volta de 1 ano e 3 meses. Segundo a mãe, controlou seus esfíncteres por volta dos 2 anos e meio, mas tem incontinência urinária à noite. Aos 5 anos começou a apresentar problemas de comportamento, manifestando-se agitado. Ainda segundo o relato da mãe, nunca apresentou problemas para dormir. Por volta dos 8 anos, começou a apresentar dores de cabeça com freqüência e iniciou tratamento com neurologista. Passou a fazer uso de Ritalina diariamente. Sempre teve amigos, mas constantemente briga e/ou deixa de brincar saindo chorando. Desde pequeno machuca-se com freqüência, derruba pratos, sucos, tromba nas coisas. Quanto ao relacionamento com seu irmão de sete anos, constantemente bate nele. Com o pai mantém um relacionamento distante, entretanto tem bom relacionamento com o padrasto. Na escola... Aluno B Data de Nascimento: 05/05/1999 Idade: 11 anos Série: 4ª série Este relatório foi elaborado a partir de entrevista realizada com a mãe do aluno, informações dos professores e registros da pedagoga da escola. Segundo a mãe, seu filho é bastante agitado em casa e apresenta problemas psicológicos devido a traumas sofridos. Disse que o filho é difícil, violento. Informou que no ano passado ele não aprendeu quase nada, que tem acompanhamento do conselho tutelar e de psicólogo. Aluna C Data de Nascimento: 04/05/2001 Idade: 9 anos Série: 2ª série Os dados foram obtidos em entrevista realizada com o tio da aluna, uma vez que esta reside com ele e com os avós. Não foi possível obter dados da mãe sobre a gestação, amamentação, sono, doenças na infância, entre outros; pois a mãe não reside com a aluna. Segundo o tio, a menina apresenta comportamento agressivo. Informou que o pai da menina a visita com pouca freqüência, mas quando a vê, dá atenção e até mesmo a leva para a casa dele, onde mora com outra família, para que passem um tempo juntos.O tio disse que a avó faz todas as vontades da menina e que ele se preocupa com sua educação, que somente agora ela está reconhecendo o alfabeto completo e que sempre que possível tira um tempo para orienta-la em suas tarefas escolares. Após a realização da entrevista com a família, os outros anexos deverão ser preenchidos, partindo para a análise das informações contidas na ficha preenchida pelos professores; análise das informações contidas na anamnese; dos exames médicos e psicológicos (se houver); solicitação de triagens auditiva e visual; análise do material escolar investigando o nível em que o aluno se encontra no momento atual, a metodologia e as intervenções utilizadas pelo professor; análise junto à equipe pedagógica, os professores, família e o aluno de quais são as reais interferências que estão prejudicando o processo de ensino e aprendizagem; redefinir o problema e levantar hipóteses; realizar (se necessário) outras observações sistemáticas e/ou aplicação de outros tipos de instrumentos. ESTUDO DO PROCESSO AVALIATIVO É fundamental a análise do trabalho pedagógico do(s) professor(es) em sala de aula e do material escolar do aluno, fomentando em seguida uma discussão sobre o processo de ensino e de aprendizagem com o professor e também, em um outro momento, com o aluno, para a elaboração de medidas de intervenção quanto a organização do ensino, as estratégias e metodologias, enfim para decidir e traçar as futuras adequações pedagógicas. Dentre essa medidas, poderá ocorrer a indicação
1
1 de exames complementares em caso de necessidade (oftalmológico, audiométrico, clínico geral, pediátrico, dentista, entre outros). ALGUNS ASPECTOS RELEVANTES A SEREM OBSERVADOS NO PROCESSO DA AVALIAÇÃO PSICOEDUCACIONAL 1Quanto ao Aluno: Descobrir suas verdadeiras necessidades; Observar que variáveis permitem que aprenda melhor; Em que situação de sala de aula rende melhor; Suas atitudes durante as atividades escolares (quais estratégias utiliza); Que tipo de ajuda necessita e quando; Que período do dia é mais adequado para aprender novos conteúdos; Como é a relação professor-aluno; Com que colegas ou grupos se relaciona melhor; Como estão as áreas do desenvolvimento (sensorial, sócio-afetiva, cognitiva, psicomotora, linguística, acadêmica); Se entende os comandos e os atende; Analisa as atividades antes de inicia-las; Que tarefas faz com ajuda e quais faz sem ajuda; Se resolve situações-problemas; Como é seu ritmo de trabalho; De que tipo de material de apoio necessita; Se precisa de um tempo maior que o determinado para finalizar as tarefas; Se seu nível de vocabulário é compatível com o esperado para sua faixa etária, entre outros. 2Quanto ao Professor: Qual a fundamentação teórica e o método de ensino utilizado; Que material de apoio costuma utilizar; Qual a linguagem utiliza para explicar os conteúdos; Que critérios e instrumentos utiliza para avaliar os conteúdos aprendidos pelos alunos; Como realiza a retomada de conteúdos não apropriados pelo aluno; Realiza a recuperação paralela de forma concomitante em sala de aula; Planeja de forma diversificada atendendo as diferentes necessidades pedagógicas dos alunos; Realiza periodicamente uma avaliação de sua prática pedagógica no contexto da sala de aula. O PROCESSO DE AVALIAÇÃO NA ESCOLA: REVENDO CONCEITOS E POSIÇÕES O termo Avaliação aparece no Dicionário como “determinar o valor de” por meio de um processo de apreciação, de ajuizamento ou de análise das características observáveis em pessoas, objetos, fatos ou fenômenos. Com propriedade, Luckesi (1996) substitui a expressão “juízo de valor” por “juízo de qualidade”. O termo valor acrescenta o aspecto quantitativo. Tal observação reveste-se da maior importância, principalmente porque, tratando-se da avaliação que se realiza na escola, constata-se que a maior parte da literatura diz respeito à aprendizagem do aluno e às técnicas usadas, com o objetivo de aferir (medir) seu rendimento escolar. A avaliação tem sido utilizada como aferição, como julgamento do aluno, atribuindo-se „valores‟ que, supostamente, „medem‟ o que ele aprendeu, ou não, e que o promovem ou que o reprovam. Esta prática tem sido veementemente criticadas por inúmeros autores (Demo,1988; Luckesi,1996 e 2000; Giné, 1998; Melchior,1999; Hoffmann,1999 e 2001; Fonseca, 1999; Hadji, 2001; dentre outros) que entendem a avaliação como parte integrante do projeto pedagógico da escola, como um de seus elementos constitutivos e não como procedimento técnico referente aos desempenhos dos aprendizes, apenas. Os referidos autores não defendem a idéia de abolir as práticas avaliativas, nem desconsiderar nelas a importância das apreciações significativas para o sucesso do processo educacional. Mas, vale lembrar que de um modo geral os professores preparam os exames (verificações) sob pressão: há que apresentar, de tempos em tempos, as notas dos alunos (ou os conceitos), preenchendo-se fichas com os resultados das medidas que, supostamente, informam sobre a aprendizagem.
1
1 A avaliação diferentemente da verificação, envolve um ato que ultrapassa a obtenção da configuração do objeto, exigindo decisão do que fazer ante ou com ele. A verificação é uma ação que “congela” o objeto; a avaliação por sua vez, direciona o objeto numa trilha dinâmica de ação. Com essa linha de raciocínio Luckesi sustenta que a escola brasileira opera com a verificação e não com a avaliação da aprendizagem, o que precisa ser revisto em prol de uma pedagogia transformadora (Melchior,1999). Esta autora também ressalta esse viés, pois, em nossa cultura, os professores mostram-se mais preocupados em atribuir notas ao desempenho dos alunos, como se a medida que expressa os resultados fosse o mais importante aspecto da avaliação em vez de seu significado e, principalmente, sua função. Enfatiza que a avaliação é elemento do processo de ensino e de aprendizagem e sugere que tenha características que a tornem importante para melhorar a qualidade do referido processo. As justas críticas aos procedimentos de avaliação como „determinar a valia de‟ por meio de notas ou conceitos, têm gerado interpretações equivocadas, como a de se eliminar a avaliação das escolas e promover, automaticamente, os alunos. Por esse procedimento deixam-se de analisar o que os educandos desenvolveram, os conhecimentos que puderam construir e as necessidades que eles apresentam para aprender, efetivamente. Quando os autores citados, dentre outros que ressaltam que avaliar é preciso, mas com um outro enfoque, que não o de seleção, o que pretendem sinalizar é a importância de mudarmos o entendimento acerca das funções da avaliação. Faz-se urgente ampliar sua abrangência envolvendo, além dos alunos, os demais integrantes do processo de ensino e de aprendizagem. Igualmente importante conhecer aspectos dos contextos: social, familiar e escolar, pela influência que exercem no referido processo. Para tanto, além de ampliar o recorte do que deve ser avaliado, é fundamental a ressignificação dos procedimentos de análise e, principalmente, a utilização das informações obtidas. Sob esse enfoque a avaliação deve ser diagnóstica, contínua e formativa, colocando-se a serviço do fim que lhe dá sentido, inscrevendo-se na continuidade da ação pedagógica. Em outras palavras, avalia-se para conhecer e compreender a dinâmica existente entre todas as variáveis em que circunscrevem o aluno, objetivando-se a melhoria das respostas educativas, de modo a que atendam ao compromisso de contribuir com o desenvolvimento humano de todos os alunos. AVALIAÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR A avaliação da criança com dificuldades de aprendizagem no contexto escolar é representada por um processo complexo e detalhado, muitas vezes, polêmico. Complexo e detalhado por envolver vários fatores a serem considerados. Polêmico porque cada profissional pode realizar este processo de acordo com seu próprio enfoque. A nossa abordagem inclui observação, anamnese, testes, análise da produção do aluno e indicadores diagnósticos como parte integrante da avaliação. É necessário que relembremos as características principais da criança com dificuldades de aprendizagem: Estas crianças têm inteligência normal; As dificuldades de aprendizagem constituem um transtorno de desenvolvimento; Tais dificuldades não são decorrentes de comprometimentos visuais ou auditivos não corrigidos; Todas as crianças apresentam capacidade para aprender, necessitando desenvolver seu potencial. Em geral, todas as crianças que apresentam insucesso escolar são classificadas como portadoras de dificuldades de aprendizagem. Em relação à avaliação, Myklebustt, (1987) enfatiza que o(s) avaliador(es) não deve se ater apenas ao fato da criança poder estar emocionalmente perturbada, qual o seu déficit intelectual, etc.É preciso considerar também à possibilidade de que os processos de aprendizagem estejam alterados devido a uma disfunção cerebral que pode ser sutil, afetando somente um determinado processo de aprendizagem sem reduzir ou modificar a capacidade intelectual. Faz-se necessário colher todas as informações que estiverem ao nosso alcance no que se refere à criança em relação a ela mesma, à sua família, à escola e ao seu ambiente sócio-cultural. O objetivo fundamental é, portanto, compreender a criança que nos é trazida, valorizando cada informação colhida e transformando-a em componente significativo, dinâmico e inter-relacionado com os demais dados obtidos. Para que o processo de avaliação no contexto escolar, que tem como finalidade a Intervenção Pedagógica seja constituído em bases sólidas, esta deve investigar a criança com suas facilidades e dificuldades, verificando assim que tipo de apoio ela necessita. Utilizamos os seguintes instrumentos de avaliação: anamnese com os pais (história familiar, história da criança, história escolar da criança); anamnese com a criança (conversas e relatos da criança e familiares); visita à residência; observação informal;
1
1
contato com outros profissionais; testes e indicadores diagnósticos; contribuição de outra opinião (equipe multiprofissional); Depois de obtidos os dados é imprescindível uma leitura cuidadosa da(s) fala(s) (criança/pais/escola/profissionais), com o objetivo de estudo e discussão do caso. Poderemos então planejar uma nova postura metodológica na classe comum do ensino regular, ou um encaminhamento para um dos programas da educação especial, com planejamento individual para cada aluno, intervenções pedagógicas coerentes e com as flexibilizações (adaptações se necessário), sempre com vistas à aprendizagem do aluno. ANAMNESE COM A CRIANÇA. Conversar com a criança sobre o que mais gosta e o que menos gosta de fazer. Conversar com a própria criança acerca de suas facilidades e dificuldades. Por exemplo: Quais são as facilidades e dificuldades que apresenta com relação às coisas de uma maneira geral e com relação à escola? Como se sente em relação a essas facilidades e dificuldades? Como se sente em casa e na escola? Como é seu relacionamento com os demais colegas? E com seus pais? Como é sua rotina fora da escola?Possui hábito de estudo? Costuma ler em casa? O que mais gosta de fazer? Qual o seu lazer preferido? POSTURA DE UM ENTREVISTADOR/ AVALIADOR Um item bastante interessante a ser observado diz respeito à postura do avaliador ao colher tais informações e, dentre estas, citamos algumas: Receber cordialmente o entrevistado; Usar a entrevista com discrição; Estabelecer associações agradáveis (empatia); Estabelecer uma relação de confiabilidade; Ouvir, não discutir; Mostrar interesse frente ao que o entrevistado está dizendo; Informar ao entrevistado que o que ele está dizendo nunca será divulgado; Uma vez dada à garantia de que a entrevista será mantida confidencial, ela não poderá ser violada; Avisar que as informações serão anotadas com o objetivo de coleta de dados para análise posterior; Criar condições físicas que permitam uma boa entrevista; Manter suas opiniões à parte; Não julgar a didática utilizada pelo profissional da educação que atua com este aluno (a); Fazer perguntas para dirigir a atenção a fatos relevantes; Não embaraçar desnecessariamente o entrevistado; Raramente dar conselhos; Permitir que a pessoa exponha os fatos a seu modo, com liberdade de expressão; Atender as pessoas como gostariaque você, ou qualquer pessoa que ame, fosse atendido. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO Existe, no mercado, uma série de instrumentos de avaliação já padronizados e que têm sua importância e utilidade. Não se pretende desconsiderá-los, mas questionar o que permitem oferecer como subsídios à prática pedagógica. Sugere-se que as equipes de avaliação das escolas construam seus próprios instrumentos, como, aliás, e felizmente, já ocorre em algumas redes de educação. Sob a forma de diários de classe, relatórios, fichas ou similares contendo indicadores, os avaliadores registram suas observações para analisá-las em equipe pela qual os professores devem fazer parte, sempre. Os questionários também têm sido usados como instrumento de coleta de dados. Devem ser rigorosamente construídos, estruturados ou semi-estruturados. Quanto aos procedimentos de avaliação, pode-se considerar a observação, como o mais recomendado para a coleta de informação e de análise dos dados do contexto educacional escolar. As observações (sistemáticas ou ocasionais) devem envolver outros espaços de aprendizagem, além da sala de aula: o recreio, a merenda, a chegada e saída da escola. Devem ser seguidas de registros, recomendando-se que sejam feitos fora do contexto de observação mas, imediatamente após. É importante ressaltar a importância dos registros e anotações diárias do professor, os chamados portfólios e demais arquivos de atividades dos alunos e os diários de classe, em que vão sendo colecionadas as impressões sobre o cotidiano do ensino e da aprendizagem. Além das observações de comportamentos relacionais entre pessoas, cabem como procedimentos para análise da trajetória acadêmica dos alunos: - a análise da produção escolar dos alunos (seus cadernos, folhas de exercícios, desenhos e outros trabalhos que realiza em sala de aula); a análise de documentos; entrevistas. As provas também constituem opções de avaliação desejáveis, desde que haja o objetivo de analisar, junto aos alunos e os seus pais, os sucessos e as dificuldades escolares. É importante também que os alunos se auto-avaliem e nesse sentido o professor precisa criar instrumentos que os exercitem/auxiliem a adquirir o hábito de refletir sobre as ações que realizam na escola e como estão vivenciando a experiência de aprender. A auto-avaliação deve levar o aluno a perceber o que conseguiu acrescentar ao que já sabia e conhece
1
1 as suas dificuldades no sentido de assimilar novos dados e o que é preciso superar para ultrapassá-las. É consensual a necessidade de rever e atualizar os conceitos e as práticas avaliativas tradicionais, normativas, padronizadas e classificatórias, em uso nos sistemas educacionais, substituindo-as por outras mais voltadas para a dimensão política e social da avaliação (Hoffmann, 2001). No caso das necessidades educacionais especiais, os rumos da avaliação devem estar a serviço da implementação dos apoios necessários ao progresso e ao sucesso de todos os alunos, bem como para a melhoria das respostas educativas oferecidas no contexto educacional escolar e, se possível, no familiar. Existe a necessidade de se levar em consideração às diferenças individuais, particularmente em se tratando de pessoas com deficiências e com limitações decorrentes de transtornos globais do desenvolvimento, transtornos funcionais específicos, além daquelas pessoas que apresentam altas habilidades/superdotação. Na perspectiva da educação inclusiva, temos como princípios básicos e norteadores que: (a) a avaliação é um processo compartilhado, a ser desenvolvido, preferencialmente, na escola, envolvendo os agentes educacionais. Tem como finalidade conhecer para intervir, de modo preventivo e/ou remediativo, sobre as variáveis identificadas como barreiras para a aprendizagem e para a participação, contribuindo para o desenvolvimento global do aluno e para o aprimoramento das instituições de ensino; (b) a avaliação constitui-se em processo contínuo e permanente de análise das variáveis que interferem no processo de ensino e de aprendizagem, objetivando identificar potencialidades e necessidades educacionais dos alunos e das condições da escola e da família. A proposta, decorrente dos princípios acima, insere-se num novo paradigma para a avaliação, e que está concretizado no trecho que se segue, extraído das Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica: No decorrer do processo educativo deverá ser realizada uma avaliação pedagógica dos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais, objetivando identificar barreiras que estejam impedindo ou dificultando o processo educativo em suas múltiplas dimensões. Essa avaliação deverá levar em consideração todas as variáveis: as que incidem na aprendizagem com cunho individual; as que incidem no ensino, como as condições da escola e da prática docente, etc. Ao contrário do modelo clínico tradicional e classificatório, a ênfase recai no desenvolvimento e na aprendizagem do aluno, bem como na melhoria da instituição escolar. Com base nessas recomendações que ressaltam as dinâmicas interativas e sua natureza contextual, deduz-se que o processo avaliativo servirá para a tomada de decisões acerca do que é preciso fazer para atender às necessidades identificadas, isto é, para construir caminhos que permitam a remoção de barreiras para a aprendizagem e para a participação de todos os que compõem a comunidade escolar. Ou, em outras palavras, a avaliação torna-se inclusiva, na medida em que permite identificar necessidades dos alunos, de suas famílias, das escolas e dos professores. Mas, identificá-las, apenas, não basta. Os dados levantados nas avaliações, além de servirem para a identificação das necessidades educacionais especiais, devem oferecer subsídios para a indicação dos apoios e recursos pedagógicos, que contribuam para a remoção das barreiras de aprendizagem e participação de todos os alunos. ANEXO 1 FICHA DE REFERÊNCIA PEDAGÓGICA (Profissionais da Escola) I – Identificação do aluno: Estabelecimento de Ensino: Aluno: D.N.: / / Idade : anos Filiação: Pai Mãe II- Dados de Observação: 1. Queixa Principal (Relato do(s) Professor(es): fatores que têm contribuído para as dificuldades do aluno):
2. Identificação das necessidades educacionais especiais do aluno, descrevê-las: (Apontar os encaminhamentos realizados na área da saúde)
1
III – Descrição cronológica (ano a ano) da vida escolar do aluno, observando-se possíveis retenções e/ou desistências: Ano Série Escola que frequentou
1
IV - Áreas a serem avaliadas: (descrever no espaço ao lado, dados relevantes a cada item mencionado)
COMPORTAMENTO Relacionamento com os professores (descrever):
Relacionamento com os colegas (descrever): 1. Faz uso de hábitos de polidez 2. Comporta-se devidamente na hora da entrada e saída 3. Sabe esperar sua vez de falar 4 .Realiza as tarefas de casa, entregando-as nos prazos determinados 5. É disciplinado e interessado na aprendizagem 6. É participativo 7. Demonstra segurança 8. Demonstra agressividade 9. Respeita regras e ordens. 10. É solidário com os colegas 11. É aceito pelos colegas.
Sim ( Sim ( Sim ( Sim (
) ) ) )
não ( não ( não ( não (
) ) ) )
Obs.: Obs.: Obs.: Obs.:
Sim ( Sim ( Sim ( Sim ( Sim ( Sim ( Sim (
) ) ) ) ) ) )
não ( não ( não ( não ( não ( não ( não (
) ) ) ) ) ) )
Obs.: Obs.: Obs.: Obs.: Obs.: Obs.: Obs.:
HABILIDADES 1. Consciência corporal (esquema corporal e conceito) Sim ( 2. Memória e seqüência lógica – retenção de conteúdo Sim ( 3. Organização de idéias e pensamentos. Sim ( 4. Coordenação motora global Sim ( 5. Orientação espaço temporal Sim ( 6. Demonstra perseverança nas atividades propostas Sim ( 7. É criativo Sim ( 8. Realiza as atividades com ritmo adequado (inicia e Sim ( termina no tempo previsto). 9. Comunica-se com clareza e seqüência lógica Sim ( 10. Seu vocabulário e linguagem estão apropriados para sua Sim ( idade 11. Necessita de ajuda na execução das atividades Sim ( 12. Concentra-se nas atividades por tempo razoável Sim ( 13. É organizado quanto ao material escolar Sim (
) ) ) ) ) ) ) )
não ( não ( não ( não ( não ( não ( não ( não (
) ) ) ) ) ) ) )
Obs.: Obs.: Obs.: Obs.: Obs.: Obs.: Obs.: Obs.:
) )
não ( ) não ( )
Obs.: Obs.:
) ) )
não ( ) não ( ) não ( )
Obs.: Obs.: Obs.:
não ( )
Obs.:
não ( )
Obs.:
não ( )
Obs.:
ÁREA ACADÊMICA - LINGUAGEM : 1. É capaz de expor suas idéias verbalmente, de forma clara Sim ( ) argumentando em defesa das mesmas. 2. Procura adequar sua fala a diferentes interlocutores em Sim ( ) diferentes situações sociais 3. Interpreta histórias lidas e ouvidas, buscando as idéias Sim ( ) principais dos textos.
1
1 4. Emprega estruturas gramaticais variadas para expressar- Sim ( ) se com razoável fluência
ÁREA ACADÊMICA - ESCRITA: 1. Sabe para que serve a escrita (orientar, informar, divertir, instruir, registrar, etc...) 2. Percebe a relação entre escrita e a fala 3. Reconhece as letras do alfabeto utilizando-as na escrita 4. Escreve de forma que possa ler, ainda que não escreva ortograficamente 5. Escreve textos com pontuação ou ortografia convencional utilizando os recursos do sistema de pontuação. 6. Escreve corretamente seu nome completo, utilizando-o como identificador de seus trabalhos e pertences. 7. Utiliza o dicionário adequadamente quando solicitado, para melhor compreensão de textos lidos. 8. Utiliza letra maiúscula no início de períodos e em nomes próprios 9. Produz texto coerente com o tema, seqüência lógica, paragrafação ÁREA ACADÊMICA - LEITURA: 1. Fluidez 1.1 Lê palavra por palavra 1.2 Lê de forma monótona, sem inflexões 1.3 Ignora pontuação 1.4 Articula mal as frases 1.5 Lê devagar ou de forma rápida 1.6 “Se perde” no texto ao ler 2. Reconhecimento de palavrras 2.1 Tem dificuldades para reconhecer palavras comuns à primeira vista 2.2 comete erros em palavras comuns 2.3 Decodifica com dificuldade palavras desconhecidas 2.4 Acrescenta ou omite palavras 2.5 Salta linhas 2.6 Substitui palavras por outras conhecidas ou inventadas 2.7 Inverte sílabas ou palavras 3. Palavras desconhecidas 3.1 Soletra-as 3.2 Tenta sonorizá-las fonema por fonema ou sílabas por sílaba 3.3 Não reconhece palavras por sua forma 4. Utilização do contexto 4.1 Advinha a partir do contexto 4.2 Não utiliza o contexto como chave de reconhecimento 4.3 Comete equívocos que alteram o significado ou que produzem coisas sem sentido 5. Uso da voz 5.1 Lê de modo atropelado 5.2 Pronuncia com dificuldade 5.3 Omite os finais das palavras 5.4 Substitui sons 5.5 Gagueja ao ler 5.6 A voz parece tensa 5.7 O volume da voz é muito alto ou muito baixo
não ( )
Obs.:
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( ) Sim ( ) Sim ( )
não ( ) não ( ) não ( )
Obs.: Obs.: Obs.:
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( Sim ( Sim ( Sim ( Sim ( Sim (
não ( não ( não ( não ( não ( não (
) ) ) ) ) )
Obs.: Obs.: Obs.: Obs.: Obs.: Obs.:
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( Sim ( Sim ( Sim ( Sim ( Sim (
não ( não ( não ( não ( não ( não (
) ) ) ) ) )
Obs.: Obs.: Obs.: Obs.: Obs.: Obs.:
Sim ( ) Sim ( )
não ( ) não ( )
Obs.: Obs.:
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( ) Sim ( ) Sim ( )
não ( ) não ( ) não ( )
Obs.: Obs.: Obs.:
Sim ( Sim ( Sim ( Sim ( Sim ( Sim ( Sim (
não ( não ( não ( não ( não ( não ( não (
Obs.: Obs.: Obs.: Obs.: Obs.: Obs.: Obs.:
) ) ) ) ) )
) ) ) ) ) )
) ) ) ) ) ) )
) ) ) ) ) ) )
1
1 5.8 Emprega 'muletas' ao ler 6. Hábitos posturais 6.1 Segura o livro muito perto dos olhos 6.2 Move a cabeça ao longo da linha 6.3 Segue a linha com o dedo 6.4 Revela excessiva tensão muscular
MATEMÁTICA - Números e operações 1. Lê, escreve números naturais, ordena e relaciona à quantidade 2. Faz seriação numérica, contagem de 1 em 1, de 2 em 2, etc... 3. Tem noção de antecessor/ sucessor, par/ ímpar, igualdade/ desigualdade, ordem crescente/ decrescente. 4. Realiza operações de adição e subtração, com reservas e recursos 5. Realiza operações de divisão e multiplicação simples e complexas 6. Faz cálculo mental 7. Elabora e resolve situações problemas, utilizando diferentes processos 8. Interpreta dados apresentados por meio de tabelas e gráficos 9. Constrói gráficos e tabelas a partir de informações coletadas 10. Produz textos escritos, para comunicar a interpretação dos gráficos e tabelas 11. Interpreta e constrói média aritmética 12.Compreende e utiliza as regras do S.N.D. para leitura, escrita, comparação e ordenação de números naturais. 13. Compreende, lê e representa número racional na forma decimal 14. Compreende o significado de fração 15.Representa frações de diferentes modos (lendo, escrevendo, desenhando) 16. Relaciona porcentagem com número decimal e com a escrita fracionária 17. Efetua as quatro operações envolvendo números naturais 18. Faz cálculos e subtração de números racionais 19. Elabora e resolve situações-problema envolvendo números naturais e racionais 20.Faz cálculo simples de porcentagem MATEMÁTICA - Grandezas e medidas 1. Compreende e utilizam o sistema monetário brasileiro em situações problemas 2. Reconhece e descreve as formas geométricas (círculo, quadrado, triângulo, retângulo) 3. Interpreta e utiliza o calendário anual (dia da semana, dia do mês, meses do ano, ano e estações do ano). 4. Lê horas no relógio de ponteiros e no relógio digital 5. Reconhece semelhanças e diferenças entre os objetos 6. Reconhece e utiliza as unidades de medida (metro/ centímetro/ quilômetro, grama/ miligrama/ quilograma, litro/ mililitro, etc...)
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( Sim ( Sim ( Sim (
não ( não ( não ( não (
) ) ) )
Obs.: Obs.: Obs.: Obs.:
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( ) Sim ( )
não ( ) não ( )
Obs.: Obs.:
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( ) Sim ( )
não ( ) não ( )
Obs.: Obs.:
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( ) Sim ( )
não ( ) não ( )
Obs.: Obs.:
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( ) Sim ( ) Sim ( )
não ( ) não ( ) não ( )
Obs.: Obs.: Obs.:
) ) ) )
1
1 7. Tem noção de conceitos básicos (grande/ pequeno, maior/ menor, igual/diferente, grosso/fino, alto/baixo, em cima/ embaixo, dentro/fora, curto/comprido, perto/ longe, frente/atrás ). 8. Consegue diferenciar perímetro de área 9. Faz cálculo de perímetro e área (sem uso de fórmulas)
Sim ( )
não ( )
Obs.:
Sim ( ) Sim ( )
não ( ) não ( )
Obs.: Obs.:
MATEMÁTICA – Espaço e Forma Sim ( ) não ( ) Obs.: 1. Descreve, interpreta e representa a posição de uma pessoa ou objeto no espaço, de diferentes pontos de referência 2. Representa por desenhos as figuras planas Sim ( ) não ( ) Obs.: 3.Classifica figuras planas em polígonos e não-polígonos Sim ( ) não ( ) Obs.: 4. Classifica polígonos em quadriláteros, triângulos e outros Sim ( ) não ( ) Obs.: 5. Faz composição de figuras tridimensionais Sim ( ) não ( ) Obs.: 6. Reconhece semelhanças e diferenças entre poliedros Sim ( ) não ( ) Obs.: (prismas, pirâmides e outros) e identifica as faces, arestas e vértices 3. Descreva as estratégias utilizadas para sanar as dificuldades acadêmicas e defasagens encontradas (intervenções realizadas pelo(s) professor(es) e equipe pedagógica ):
4. Está fazendo ou já fez algum atendimento específico (Neurológico, fonoaudiológico, psicológico, oftalmológico, uso de óculos, entre outros)? OBS.: Anexar laudos médicos e avaliações realizadas anteriormente.
Local e Data: ,
.
Equipe Pedagógica: Nome:
Função/Cargo:
ANEXO 3 INFORMAÇÃO SOCIAL 1. Qual é o seu nome? 2. Quantos anos você tem? 3. Qual a data do seu aniversário? 4. Como é o nome do seu pai? Idade? Trabalho? 5. Como é o nome de sua mãe? Idade? Trabalho? 6. Quantos irmãos você tem? (irmãs e irmãos)? 7. Onde você mora?
1
2 8. O que você faz quando não está na escola? 9. Qual teu esporte favorito? 10. Qual é o programa de televisão que você mais gosta? 11. Você gosta de música? (cantor, música) 12.Você costuma passear ?Onde? 13. Qual a sua comida preferida? 14.Você ajuda em casa? Que tipo de ajuda? 15. Qual o nome de seu colégio e a série que você freqüenta? 16. Você gosta de estudar? Porque?
17. O que você gosta de estudar e o que não gosta? 18. Qual é o nome do professor (a) de sua preferência 19. Qual é a matéria dele(a)? 20. Qual a profissão que você pretende seguir? 21. Qual é seu maior desejo? 22. Na sua opinião, o que o (mundo, país, estado, cidade,) está precisando fazer para se tornar ainda melhor ANEXO 4 OBSERVAÇÃO DO MATERIAL ESCOLAR Identificação do aluno Nome Data de nascimento: / / Caderno Organização 2. Separa atividades de forma organizada? (com sinal, pula linha, traço, cores,...) ( ) sim ( ) não 3. Coloca títulos nos diferentes conteúdos ? ( ) sim ( ) não 4. Respeita margens? ( ) sim ( ) não b) Limpeza Faz uso da borracha? ( ) sim ( ) não Cancela as atividades rabiscando? ( ) sim ( ) não Mancha a folha quando apaga? ( ) sim ( ) não Rasga a folha com a borracha? ( ) sim ( ) não
2
2
Dobra as pontas da folha do caderno? ( ) sim ( ) não Faz riscos indevidos no caderno durante as atividades? ( ) sim ( ) não c) Letra A letra é: ( ) angulosa ( ) redonda Tamanho da letra: ( ) pequena ( ) média ( ) grande Separa adequadamente as palavras? ( ) sim ( ) não Os espaços entre as letras na constituição das palavras são proporcionais? ( ) sim ( ) não Usa letras caixa alta e manuscritas conjuntamente? ( )sim ( ) não A pressão do lápis é adequada? ( ) sim ( ) não Português a) Ortografia Letras: ( ) inversão ( ) troca de letras ( ) acréscimos ( ) omissão Sílabas: ( ) inversão ( ) troca de letras ( ) acréscimos ( ) omissão Palavras: ( ) inversão ( ) troca de letras ( ) acréscimos ( ) omissão b) Gramática Emprega adequadamente: pontuação ( )sim ( ) não acentuação ( )sim ( ) não concordância gênero ( )sim ( ) não concordância número ( )sim ( ) não concordância grau ( )sim ( ) não c) Produção escrita Estrutura logicamente as idéias (introdução, desenvolvimento e conclusão)? ( ) sim ( ) não Utiliza-se de vocabulário adequado a idade/série ? ( ) sim ( ) não Apresenta idéias criativas, de acordo com o tema proposto? ( ) sim ( ) não Matemática a) Número Faz inversão na escrita dos numerais? ( ) sim ( ) não Estabelece relação número e quantidade? 2
2 ( ) sim ( ) não b) Operações Resolve adição sem reagrupamento? ( ) sim ( ) não Resolve adição com reagrupamento? ( ) sim ( ) não Resolve subtração sem reagrupamento? ( ) sim ( ) não Resolve subtração com reagrupamento? ( ) sim ( ) não Resolve multiplicação? ( ) sim ( ) não Resolve divisão? ( ) sim ( ) não c) Resolução de problemas Compreende a idéia principal do problema? ( ) sim ( ) não Utiliza-se de estratégias para resolução do problema? ( ) sim ( ) não Na resolução de problemas constrói o significado das quatro operações? ( ) sim ( ) não Observações Complementares: Local e Data: , Equipe Avaliadora: Nome:
Função/Cargo:
ANEXO 5 ÁREAS DO DESENVOLVIMENTO Identificação do aluno: Nome Data de nascimento: /
/
Área Cognitiva: (Presta atenção nas aulas ou é dispersivo; realiza atividades de sala de aula de forma independente ou necessita de ajuda do professor ou colegas; persiste na realização das tarefas ou desiste diante da primeira dificuldade; necessita de explicações complementares para realização das atividades propostas com vistas a assimilação/compreensão dos conteúdos; demonstra atitude positiva ou negativa em relação aos conteúdos acadêmicas; apresenta facilidade na expressão verbal; demonstra criatividade de pensamento; sensibilidade artística; demonstra preferência por algumas atividades específicas; resolve problemas do seu cotidiano; entre outros.)
2
2
Área Afetiva: (Demonstra interesse e iniciativa para realização as atividades acadêmicas; reações diante as frustrações; controla suas emoções; auto-imagem - positiva ou negativa, cuidados pessoais, aparência, entre outros -; características de humor; ajusta-se as normas escolares; manifestações afetivas carinhoso, agressivo -entre outros)
Relacionamento Interpessoal: (Tem facilidade para fazer amigos; respeita os colegas e os professores; é cooperativo; respeita as regras e normas estabelecidas; entre outros.)
Relacionamento Intrapessoal: (Mantém em ordem seus pertences - cadernos e materiais em geral -; higiene pessoal, auto-cuidado; executa as tarefas solicitadas; atitudes diante das diferentes situações vivenciadas; assume responsabilidade delegadas; entre outros.)
Área Motora: (Coordenação global dinâmica e estática; coordenação motora fina; andar, entre outros -; apresenta agitação motora; tiques motores; entre outros).
postura - sentar,
Local e Data: , Equipe Avaliadora: Nome:
Função/Cargo:
2
2 _ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSÃO EDUCACIONAL ANEXO 6
ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR
Dados de Identificação
NRE:
Município:
Estabelecimento de Ensino: Nome do Aluno: Data de nascimento: / / Data de início da avaliação: /
/
Série: Turno: Professor (es): Motivo do Encaminhamento
Idade: Data final da avaliação:
/
/
Repetência(s):
Colocar o motivo do encaminhamento, podendo a queixa ser da família ou da escola (entrevista com os pais e/ou ficha da escola), Ex. “Dificuldade de aprendizagem e no comportamento”. A equipe de avaliação (aluno/estgiário) não deverá acrescentar nenhum dado que não esteja nas fichas.
Síntese das Áreas Avaliadas Deverá seguir os seguintes passos: - Sintetizar os dados relevantes da historia de vida do aluno, no que se refere ao desenvolvimento da linguagem, motor, socio-afetivo, acadêmico, etc. Estes dados serão colhidos das fichas de entrevista com os pais e da ficha preenchida pela escola, não colocar dados sigilos ou que comprometam a conduta do aluno. COLOCAR APENAS OS DADOS QUE CONTRIBUIRÃO PARA A SUA APRENDIZAGEM. - Descrever o comportamento do aluno durante todo o processo avaliativo, incluindo as observações realizadas. Levando-se em conta os comportamentos mais freqüentes, tanto no aspecto positivo como negativo. - Sintetizar o desempenho deste aluno apresentado em todas as áreas avaliadas:
Área Sócio-Emocional
Área Visomotora
Área Psicomotora
Conceitos
Linguagem receptiva e expressiva
2
2
Português
Matemática
Aspectos Psicológicos (a ser realizada pelo psicólogo)
Os dados descritos aqui darão a idéia geral deste aluno no que se refere ao desempenho apresentado durante o processo avaliativo. SEMPRE INICIAR PELOS PONTOS POSITIVOS
E
PELAS
POTENCIALIDADES;
depois
descrever
as
dificuldades
apresentadas.
Procurar usar de uma linguagem clara e objetiva, não deixando margem para dúvidas ou duplas interpretações.
Não usar siglas, terminologias técnicas ou de difícil compreensão, caso se faça necessário, colocar o significado entre parênteses.
TODOS OS INSTRUMENTOS que foram utilizados, deverão ser descritos no seu aspecto qualitativo. No caso dos testes formais não especificar o nome do teste, apenas as características destes.
Todos os aspectos a serem descritos deverão fazer parte de um mesmo corpo deste item (síntese das áreas avaliadas) e não separando por sub itens.
Medidas de Intervenção Este tópico diz respeito às ações a serem desenvolvidas pelo professor, para tanto é imprescindível apresentar uma linguagem clara, precisa e objetiva. Considerando que aqui se estabelecerá as diretrizes para a ação do professor em relação ao trabalho pedagógico a ser desenvolvido com este aluno, após a avaliação. Todas as dificuldades levantadas no processo avaliativo deverão conter sugestões/orientações de trabalho/atividades a serem desenvolvidas pelo professor. Estas orientações deverão estar dentro das possibilidades de realização do trabalho do professor, da escola e da família.
Encaminhamentos Sugerir os atendimentos e recursos que se fizerem necessários para atendimento do avaliando:
Pedagógico (classe comum com orientação para o professor; classe comum com apoio pedagógico; classe comum com sala de recursos; classe especial; escola especial).
Outros (clínicos: médicos; psicólogo, fonoaudiólogo; fisioterapeuta...), conselho tutelar, cursos profissionalizantes (oferecidos na comunidade), guarda mirim...).
Observações Complementares Descrever neste campo as considerações que ainda se fizerem necessárias.
Local e Data: ,
.
Equipe Avaliadora: Nome: 2
2 LEMBRETE IMPORTANTE: Estudo de caso: Estudo de um ou de poucos objetos, que possibilitará o conhecimento do fenômeno escolhido. Os resultados serão apresentados como hipóteses e não como conclusões. ALGUMAS SUGESTÕES PSICOPEDAGÓGICAS PARA INTERVENÇÃO NA SALA DE AULA Solicitar triagens auditiva e visual caso não tenha sido realizado anteriormente; Orientar o tipo de ajuda que o aluno necessita para compreender e executar as tarefas; Indicar os tipos de materiais de apoio pedagógico que necessita; Orientar na graduação dos conteúdos; Modificar a organização da sala de aula; Contribuir para a formação de hábitos de estudo; Modificar ou adequar a metodologia de ensino do professor; Solicitar avaliações complementares de outros profissionais (psicólogo, psiquiatra, neurologista, etc) em caso de necessidade; Orientar a formação de uma rede de apoio a aprendizagem do aluno (família, saúde, conselho tutelar, assistente social, promotoria,etc); Realizar junto com o pedagogo e o professor a adaptação curricular. SUGESTÕES DE INTERVENÇÕES QUE FAVORECEM O ACESSO AO CURRÍCULO • agrupar os alunos de uma maneira que facilite a realização de atividades em grupo e incentive a comunicação e as relações interpessoais; • propiciar ambientes com adequada luminosidade, sonoridade e movimentação; • encorajar, estimular e reforçar a comunicação, a participação, o sucesso, a iniciativa e o desempenho do aluno; • adaptar materiais escritos de uso comum: destacar alguns aspectos que necessitam ser apreendidos com cores, desenhos, traços; cobrir partes que podem desviar a atenção do aluno; incluir desenhos, gráficos que ajudem na compreensão; destacar imagens; modificar conteúdos de material escrito de modo a torná-lo mais acessível à compreensão etc.; • providenciar adaptação de instrumentos de avaliação e de ensino-aprendizagem; • favorecer o processo comunicativo entre aluno-professor, aluno-aluno, • providenciar softwares educativos específicos; • despertar a motivação, a atenção e o interesse do aluno; • apoiar o uso dos materiais de ensino-aprendizagem de uso comum; • atuar para eliminar sentimentos de inferioridade, menos valia e fracasso. SUGESTÕES DE INTERVENÇÕES - RECURSOS DE ACESSO AO CURRÍCULO PARA ALUNOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS, SEGUNDO NECESSIDADES ESPECÍFICAS: Para alunos com deficiência visual • materiais desportivos adaptados: bola de guizo e outros; • sistema alternativo de comunicação adaptado às possibilidades do aluno: sistema braille, tipos escritos ampliados; • textos escritos com outros elementos (ilustrações táteis) para melhorar a compreensão; • posicionamento do aluno na sala de aula de modo que favoreça sua possibilidade de ouvir o professor; • deslocamento do aluno na sala de aula para obter materiais ou informações, facilitado pela disposição do mobiliário; • explicações verbais sobre todo o material apresentado em aula, de maneira visual; 2
2
• boa postura do aluno, evitando-se os maneirismos comumente exibidos pelos que são cegos; • adaptação de materiais escritos de uso comum: tamanho das letras, relevo, softwares educativos em tipo ampliado, textura modificada etc.; • máquina braille, reglete, sorobã, bengala longa, livro falado etc.; • organização espacial para facilitar a mobilidade e evitar acidentes: colocação de extintores de incêndio em posição mais alta, pistas olfativas para orientar na localização de ambientes, espaço entre as carteiras para facilitar o deslocamento, corrimão nas escadas etc.; • material didático e de avaliação em tipo ampliado para os alunos com baixa visão e em braille e relevo para os cegos; • braille para alunos e professores videntes que desejarem conhecer o referido sistema; • materiais de ensino-aprendizagem de uso comum: pranchas ou presilhas para não deslizar o papel, lupas, computador com sintetizador de vozes e periféricos adaptados etc.; • recursos ópticos; • apoio físico, verbal e instrucional para viabilizar a orientação e mobilidade, visando à locomoção independente do aluno. Para alunos com deficiência auditiva • materiais e equipamentos específicos: prótese auditiva, treinadores de fala, tablado, softwares educativos específicos etc.; • textos escritos complementados com elementos que favoreçam a sua compreensão: linguagem gestual, língua de sinais e outros; • sistema alternativo de comunicação adaptado às possibilidades do aluno: leitura orofacial, linguagem gestual e de sinais; • salas-ambiente para treinamento auditivo, de fala, rítmico etc.; • posicionamento do aluno na sala de tal modo que possa ver os movimentos orofaciais do professor e dos colegas; • material visual e outros de apoio, para favorecer a apreensão das informações expostas verbalmente; Para alunos com deficiência mental/intelectual • ambientes de aula que favoreçam a aprendizagem, tais como: atelier, cantinhos, oficinas etc.; • desenvolvimento de habilidades adaptativas: sociais, de comunicação, cuidado pessoal e autonomia. Para alunos com deficiência física • sistemas aumentativos ou alternativos de comunicação adaptado às possibilidades do aluno impedido de falar: sistemas de símbolos (baseados em elementos representativos, em desenhos lineares, sistemas que combinam símbolos pictográficos, ideográficos e arbitrários, sistemas baseados na ortografia tradicional, linguagem codificada), auxílios físicos ou técnicos (tabuleiros de comunicação ou sinalizadores mecânicos, tecnologia microeletrônica), comunicação total e outros; • adaptação dos elementos materiais: edifício escolar (rampa deslizante, elevador, banheiro, pátio de recreio, barras de apoio, alargamento de portas etc.); mobiliário (cadeiras, mesas e carteiras); materiais de apoio (andador, coletes, abdutor de pernas, faixas restringidoras etc.); materiais de apoio pedagógico (tesoura, ponteiras, computadores que funcionam por contato, por pressão ou outros tipos de adaptação etc.); • deslocamento de alunos que usam cadeira de rodas ou outros equipamentos, facilitado pela remoção de barreiras arquitetônicas; • utilização de pranchas ou presilhas para não deslizar o papel, suporte para lápis, presilha de braço, cobertura de teclado etc.; • textos escritos complementados com elementos de outras linguagens e sistemas de comunicação. 2
2 Para alunos com altas habilidades/superdotação • evitar sentimentos de superioridade, rejeição dos demais colegas, sentimentos de isolamento etc.; • pesquisa, de persistência na tarefa e o engajamento em atividades cooperativas; • materiais, equipamentos e mobiliários que facilitem os trabalhos educativos; • ambientes favoráveis de aprendizagem como: ateliê, laboratórios, bibliotecas etc.; • materiais escritos de modo que estimule a criatividade: lâminas, pôsteres, murais; inclusão de figuras, gráficos, imagens etc., e de elementos que despertam novas possibilidades.
REFERÊNCIAS COLL, C.; PALACIOS, J. & MARCHESI, A. Desenvolvimento psicológico e educação–necessidades educativas especiais e aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. COLL, C. Psicologia e currículo - uma aproximação psicopedagógica à elaboração do currículo escolar. São Paulo: Ática, 1996. MANTOAN, M. T. E. (org.) A integração de pessoas com deficiência – contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon, 1997. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria de Educação Especial. Estratégias para a educação de alunos com necessidades educacionais especiais. Coordenação geral: SEESP/MEC; organização: Maria Salete Fábio Aranha. Brasília: MEC, SEESP, 2003. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial. Brasília: MEC, 1994. . Desafios para a educação especial frente à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1997. Material mimeografado. . Secretaria de Educação Fundamental. Programa toda criança na escola. Brasília: MEC, 1997. . Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC, 1997. Livro 1. MINISTÉRIO DA AÇÃO SOCIAL. Coordenadoria Nacional Para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. Declaração de Salamanca e linha de ação – sobre necessidades educativas especiais. Brasília: MAS/CORDE, 1994. NUNES, L. & FERREIRA, J. Deficiência mental: o que as pesquisas brasileiras têm revelado. In: SORIANO, E. M. L. de A. Tendências e desafios da educação especial. Brasília: MEC, 1994. PATTO, M. H. S. A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia. São Paulo: T. A. Queiroz, 1990. SCOZ, B. J. L.; RUBINSTEIN, E.; ROSSA, E. M. M. & BARONE, L. M. C. Psicopedagogia – o caráter interdisciplinar na formação e atuação profissional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.
2