Olá, Desejamos as boas-vindas à disciplina Higiene do Trabalho - Riscos Biológicos no ambiente de Trabalho! Informe-se do conteúdo a ser estudado nas próximas semanas, conheça os objetivos da disciplina, a organização dos temas e o número aproximado de horas de estudo que devem ser dedicadas a cada unidade. O período de duração é compreendido em 4 semanas. Cabe a você administrar o tempo conforme a disponibilidade. Contudo, lembre-se de que há um prazo para a conclusão da disciplina; inclui a realização das atividades avaliativas (tarefas) de cada uma das unidades. Os conteúdos estão organizados em Unidades de estudo, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles são abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão. São indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares. Lembre-se de que, não obstante o caráter virtual, estamos muito próximos. EMENTA/CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: Gerar capacitação para colaborar na elaboração e implementação de um programa de prevenção de riscos biológicos, visando à preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores, por meio da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência dos riscos existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. UNIDADE I - FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS FATORES TRABALHO
DE
RISCOS
BIOLÓGICOS
NO
LOCAL
DE
MICROORGANISMOS AMBIENTES DE TRABALHO COM RISCOS BIOLÓGICOS COBRAS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA PICADA DE COBRA TIPOS DE MORDIDA OFTALMIA "CUSPIDORES"
VENENOSA
CAUSADA
SAURIA ( LAGARTOS ) ANIMAIS AQUÁTICOS ANIMAIS TERRESTRES VENENOSOS ARACNÍDEOS (ARANHAS-ARANEA)
POR
ELÁPIDOS
ESCORPIÕES ( ESCORPIÓNIDOS ) ARANHAS DO DESERTO (SOLPÚGIDAS) PERCEVEJOS E CARRAPATOS (ACORINAS) CENTOPÉIAS (QUILÓPODOS) INSETOS (HEXÁPODOS) UNIDADE II – NOÇÕES DE VENTILAÇÃO SISTEMAS DE VENTILAÇÃO COMPOSIÇÃO DO AR NECESSIDADES HUMANAS DE VENTILAÇÃO PRÉ-REQUISITOS NECESSÁRIOS: CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE VENTILAÇÃO TIPOS DE VENTILAÇÃO AR CONDICIONADO VENTILAÇÃO NATURAL - CONSIDERAÇÕES GERAIS VENTILAÇÃO GERAL DEFINIÇÕES DE VARIÁVEIS VENTILAÇÃO GERAL DILUIDORA UTILIZAÇÃO DA VENTILAÇÃO GERAL DILUÍDORA VENTILAÇÃO LOCAL EXAUSTORA VENTILADORES UNIDADE III - CONTROLE DO AR SÍNDROME DO EDIFÍCIO DOENTE DOENÇAS RELACIONADAS AO EDIFÍCIO FALHAS NA QUALIDADE DO AR INTERIOR DOENÇAS ASSOCIADAS À QUALIDADE DO AR INTERIOR REQUISITOS PARA A QUALIDADE DO AR INTERIOR CONFORTO TÉRMICO LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE QUALIDADE DO AR RESOLUÇÃO Nº / (ANVISA) PORTARIA MS - PLANO DE MANUTENÇÃO, OPERAÇÃO E CONTROLE - PMOC
UNIDADE IV – BIOSSEGURANÇA, APOSENTADORIA ESPECIAL E INSALUBRIDADE BIOSSEGURANÇA CONTROLE DE INFECÇÃO BLOQUEIO INFECÇÕES
EPIDEMIOLÓGICO
DA
TRANSMISSÃO
DE
LAVAGEM E ANTISSEPSIA DAS MÃOS PROTEÇÃO DOS PROFISSIONAIS E PREPARO DO PACIENTE - EPI TRATAMENTO DE EQUIPAMENTOS E AMBIENTE
MATERIAIS,
INSTRUMENTOS,
ETAPAS DA ESTERILIZAÇÃO, LIMPEZA DE MATERIAIS E DESINFECÇÃO DE MATERIAIS
OBJETIVO GERAL: Reconhecer, avaliar e controlar riscos à saúde decorrentes dos fatores de risco biológicos, bem como antecipar e discutir questões relacionadas ao meio ambiente interno e externo. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Compreender e aplicar conhecimentos relacionados às interações dos microorganismos ao meio ambiente do trabalho; Iniciar-se em ventilação industrial; Compreender o controle dos fatores biológicos a partir da Qualidade de Ar Interior e Programa de Manutenção, Controle e Operação; Capacitar-se para emissão de documentos técnicos relacionados à insalubridade, financiamento da aposentadoria especial e biossegurança; Compreender fundamentos básicos biológicos relacionados ao meio ambiente do trabalho; Compreender fundamentos básicos biológicos relacionados ao meio ambiente do trabalho; Apropriar-se dos mecanismos de controle para interação ambiental; e Exposição e Medidas de Controle.
METODOLOGIA: A disciplina será oferecida a distância, acompanhada por um tutor, acessível pela internet, por meio do Portal do Aluno, e disponibilizada em uma sala de aula virtual em que você encontrará 2 pilares: Conteúdos e Tarefas (avaliativas).
Conteúdos: organizados em Unidades de estudo, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão e ícones que auxiliarão você a compreender os temas. Podem ser indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares. Na maioria dos casos você terá dentro do conteúdo alguns vídeos. Tarefas: para cada Unidade de estudo haverá no mínimo uma tarefa avaliativa que pode ser, normalmente: o Questionário: composto por questões objetivas (verdadeiro ou falso, múltipla escolha ou associação) com ou sem comentários; o Fórum: atividade colaborativa visando a construção coletiva do conhecimento. Seu tutor apresentará o comando do debate e você deverá responder ao questionamento inicial e dialogar com seus colegas para “esgotar” o tema proposto; o Envio de arquivo: atividade individual em que você deverá desenvolver o comando da tarefa em um arquivo do editor de textos de sua preferência, salvar e fazer o upload (anexar) no link indicado.
Além disso, poderão ser oferecidas atividades complementares (não avaliativas) e Fóruns de Dúvidas para interação.
Atividades complementares: não são avaliativas e podem ser indicação de leitura complementar, fórum livre, chat, vídeos, etc. Fórum de Dúvidas: é o espaço de interação entre você, seus colegas e o tutor do curso. Suas dúvidas devem ser postadas neste espaço para que tanto o tutor quanto os outros alunos possam dialogar.
CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES: A cada Unidade avaliou-se as horas que você dedica ao trabalho destinado às atividades educativas bem como às práticas desenvolvidas no cotidiano de uma pósgraduação. Lembrando sempre de que você é protagonista da história que se está construindo a partir de agora. Para o aluno que estuda a distância, algumas ações são importantes, como o cumprimento do seu planejamento, um bom desenvolvimento do processo de aprendizagem e a interação com o tutor e colegas. Portanto, elabore um cronograma para que você possa participar de todas as atividades, conforme a seguir: Prazo Unidade 1 Unidade 2
Semana Semana 2
Atividade 1 Leitura Tarefa 1 Leitura Tarefa 2
Tipo Conteúdo Questionário Conteúdo Questionário
Valor 10 10
Leitura Tarefa 3 Leitura Unidade 4 Semana 4 Tarefa 4.1 Tarefa 4.2 TOTAL 4 semanas CRITÉRIO DE APROVAÇÃO NA DISCIPLINA: Unidade 3
Semana 3
Conteúdo Questionário Conteúdo Fórum Envio de arquivo -
5 5 10 40
O curso está dividido em duas fases: a primeira, a virtual, o aluno concorre a 40% da média final (máximo que pode obter); a segunda, a presencial, o aluno concorre a 60%. A avaliação da primeira fase (a virtual) requer o desenvolvimento das tarefas propostas (veja o cronograma). Aqui, sempre à sua disposição.
HIGIENE DO TRABALHO – RISCOS BIOLÓGICOS NO AMBIENTE DE TRABALHO
1 APRESENTAÇÃO
Caro(a) aluno(a), Bem-vindo ao estudo da disciplina HIGIENE DO TRABALHO - RISCOS BIOLÓGICOS NO AMBIENTE DE TRABALHO. A proposta editorial deste Material de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se o presente material com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Bons Estudos!
2 INTRODUÇÃO
Bem-vindo à disciplina Higiene do Trabalho – HT. Este é o nosso Caderno de Estudos e Pesquisa, material básico aos conhecimentos exigidos da Engenharia de Segurança do Trabalho – EST. Esta disciplina, em razão do programa, foi dividida em três tomos: Higiene do Trabalho - Riscos Físicos no Ambiente de Trabalho; Higiene do Trabalho - Riscos Químicos no Ambiente de Trabalho e Higiene do Trabalho - Riscos Biológicos no Ambiente de Trabalho. A HT- Físico introduz a matéria no contexto da EST, para na sequência discutir de forma minuciosa fenômenos físicos e seus desdobramentos para saúde do trabalhador. A HT-Químicos aborda os fatores de riscos químicos, definições básicas, gestão do meio ambiente do trabalho, estratégias de amostragem, limites de tolerância e intervenção ambiental. A HT-Biológicos aborda os fatores de riscos biológicos, bem como princípios de ventilação industrial e PMOC e seus desdobramentos para saúde do trabalhador. Há uma iniciação em ventilação industrial suficiente para posicionar o EST quanto à capacidade crítica em HT, pois uma das formas de controlar o fator de risco biológico (e os fatores químicos em forma de aerossóis, bem como os fatores físicos, temperatura, umidade e velocidade do ar) é manipulando variáveis ambientais relacionadas ao ar respirável via pólen dos vegetais (5 a 150 µm), esporos dos fungos (1 a 10 µm) e bactérias (0,2 a 5 µm). Os conteúdos foram organizados em unidades de estudo, subdivididas em capítulos. Os ícones servirão de recursos de aprendizagem. Desejamos a você um trabalho proveitoso sobre os temas abordados! Lembre-se de que, apesar de distantes, estamos muito próximos.
3 OBJETIVOS
» Compreender e aplicar conhecimentos relacionados às interações dos micro-organismos ao meio ambiente do trabalho. » Iniciar-se em ventilação industrial. » Compreender o controle dos fatores biológicos a partir da Qualidade de Ar Interior e Programa de Manutenção, Controle e Operação. » Capacitar-se para emissão de documentos técnicos relacionados a insalubridade, financiamento da aposentadoria especial e biossegurança.
COBRAS E SAUROS
1 INTRODUÇÃO
Considera-se Risco Biológico a probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos, que por sua vez são microrganismos, geneticamente modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons. A classificação dos agentes biológicos encontra-se no anexo I da NR 32 do MTE, que deve no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPR, conter:
01 A identificação dos riscos biológicos mais prováveis, em função da localização geográfica e da característica do serviço de saúde e seus setores, considerando: a) fontes de exposição e reservatórios; b) vias de transmissão e de entrada; c) transmissibilidade, patogenicidade e virulência do agente; d) persistência do agente biológico no ambiente; e) estudos epidemiológicos ou dados estatísticos; f) outras informações .
02 Avaliação do local de trabalho e do trabalhador, considerando: a) a finalidade e descrição do local de trabalho; b) a organização e procedimentos de trabalho; c) a possibilidade de exposição; d) a descrição das atividades e funções de cada local de trabalho; e) as medidas preventivas aplicáveis e seu acompanhamento.
A avaliação dos riscos biológicos no local de trabalho tem se concentrado até agora sobre os agricultores, trabalhadores de saneamento e pessoal de laboratório, os quais apresentam um risco significativo de efeitos adversos à saúde. A coleção de riscos biológicos detalhada por Dutkiewicz et al. (1988) mostra que os trabalhadores em muitas outras profissões também são expostos (Figura 1). Dutkiewicz et al. (1988) realizaram uma classificação taxonômica de microrganismos e plantas (Figura 2) , bem como os animais (Figura 3), que podem representar um perigo biológico no local de trabalho. Figura 1. Ambientes de trabalho com exposição potencial dos trabalhadores aos agentes biológicos. INDÚSTRIA
Agricultura
EXEMPLOS Cultivo e Colheita. Pecuária. Silvicultura. Pesca. Matadouros, fábricas de embalagens de alimentos. Armazenamento: silos de grãos, rapé e outros processamentos.
Processamento de pelo e couro de animais. Fábricas têxteis. Carpintaria: serrarias, fábricas de papel, cortiça.
Produtos Agrícolas Cuidado com os animais de laboratório Assistência à saúde Produtos farmacêuticos e de origem vegetal Cuidados pessoais Laboratórios Clínicos e de Pesquisa Biotecnologia Centros Ambulatoriais Manutenção Predial Tratamento de esgotos resíduos e fertilizantes Sistemas industriais para tratamento de resíduos
Cuidados de Pacientes: Médicos, dentários. Cabelereiro e podologia. Centros de produção. Edifícios “doentes”.
Fonte: Dutkiewicz et ai, 1988.
Figura 2. Os vírus, bactérias, fungos e plantas: riscos biológicos conhecidos no local de trabalho. Vírus Bactérias Rickettsia Clamídias Espiroquetas Bactérias Gramnegativas Cocos Grampositivos Bacilos Formadores de Esporas Bacilos grampositivos sem esporas e corinebactérias Microbactérias Actinomicetos Cogumelos Mohos Dermatofitos Fungos geofílicos semelhante à levedura Leveduras endógenas Parasitas do Trigo
INFECÇÃO INFECÇÃOZOONOSIS x x
RESPOSTA ALÉRGICATOXINA INALÁVELTOXINACANCERÍGENO
x x x X
x
x
x
x
x
x
x
x x
x
x(e)²
x
x x x
x
x
x
x x
x x
x(m)³
x
INFECÇÃO INFECÇÃOZOONOSIS
RESPOSTA ALÉRGICATOXINA INALÁVELTOXINACANCERÍGENO Cogumelos x Outras plantas Inferiores Líquenes x Hepáticas x Samambaias x Plantas Superiores Pólen x Óleos Voláteis x x Em pó x x x Infecção zoonoses: a infecção normalmente transmitida por animais vertebrados (zoonoses). Endotoxina. Micotoxina.
Figura 3. Animais com grande risco profissional. INFECÇÃO INFECÇÃO ZOONOSIS RESPOSTA ALÉRGICA TOXINA INVERTEBRADOS NÃO ARTRÓPODES x x x x x x x x x x x
Protozoários Esponjas Celentéreos Platelmintos Lombrigas Briozoários Tunicados Artrópodes Crustáceos x Aracnídeos Aranhas x(B)³ Percevejos x x x(B) Carrapatos x(B) Insetos Baratas x Besouros x Traças x x Moscas x(B) Abelhas x x(B) Vertebrados Peixes x x(B) Anfíbios x Répteis x(B) Aves x Mamíferos x Infecção zoonoses: a infecção normalmente transmitida por animais vertebrados (zoonoses). Vírus vetor, bactérias ou parasitas patogênicos. Os toxicos B produzem a toxina do veneno transmitida por mordida ou picada.
Fonte: Dutkiewicz et ai. 1988.
VECTOR
x x
x
2 MICRO-ORGANISMOS
Os micro-organismos são um grupo grande e diversificado de organismos que existem como células, isoladas ou agrupadas (BROCK e MADIGAN, 1988). Neste aspecto, as células microbianas se diferenciam das células dos animais e das plantas, uma vez que eles são incapazes de viver sozinhos na natureza e apenas podem existir como parte de organismos pluricelulares. São poucas as regiões do nosso planeta que têm falta de vida microbiana, pois os microrganismos têm uma incrível gama de capacidades metabólicas e energia que lhes permitem sobreviver em condições letais para outras formas de vida. As quatro classes principais de microrganismos que podem interagir com os seres humanos são bactérias, fungos, vírus e protozoários. Representam um perigo para os trabalhadores por sua ampla distribuição no ambiente de trabalho. Os microrganismos mais importantes em termos de riscos profissionais estão relacionados nas Tabelas 2 e 3. Existem três fontes principais de tais micróbios:
01 Aqueles que aparecem como resultado da decomposição biológica de substratos associados a determinadas profissões (por exemplo, terra de feno pode causar pneumonite de hipersensibilidade);
02 Aqueles que estão associados com certos tipos de habitats (por exemplo, bactérias nas redes de abastecimento de água);
03 Aqueles que procedem de indivíduos que hospedam um patógeno (por exemplo, tuberculose).
O ar do ambiente pode ser contaminado ou transportar níveis significativos de microrganismos potencialmente nocivos (BURRELL, 1991). Os edifícios modernos, especialmente aqueles projetados para fins comerciais e administrativos, são um nicho ecológico único, com um ambiente, fauna e flora próprios (STERLING y COLS, 1991). A água é um importante veículo para a transmissão de infecções intestinais. Através do contato com a água, seja por razões profissionais ou de lazer, mesmo terapêutico, é possivel obter um número de patógenos (PITLIK y COLS. 1987). A natureza das doenças não entéricas transmitidas por meio da água, muitas vezes depende da ecologia de patógenos aquáticos. Existem dois tipos básicos de infecções: infecções superficiais, que afetam as membranas mucosas e as áreas de pele previamente danificadas, e infecções sistêmicas, que muitas vezes são infecções graves que podem ocorrer quando o sistema imunitário está fragilizado. Uma variedade de organismos aquáticos, incluindo os vírus, bactérias, fungos, algas e parasitas podem invadir o hospedeiro através do trato intestinal, tal como a conjuntiva, mucosa respiratória, a pele e os órgãos genitais. Embora a propagação zoonótica de doenças infecciosas continue a ocorrer em animais de laboratório usados para investigação biomédica, o número de focos foi reduzido devido à adoção de procedimentos veterinários e de produção animal mais rigoroso, o uso de animais criados para fins comerciais e instituição de programas adequados para proteger a saúde do pessoal (FOX e LIPMAN, 1991).
Também é importante para prevenir doenças zoonóticas de pessoal, que os animais tenham modernas instalações estando devidamente protegidos para evitar a entrada de pragas e vetores biológicos. No entanto, nesses lugares podem ser encontrados agentes zoonóticos conhecidos, microorganismos recém-descobertas ou novas espécies de animais até então desconhecidos como portadores de micro-organismos zoonóticos, e ainda há a possibilidade de transmissão de doenças infecciosas de animais para humanos. O Diálogo ativo entre veterinários e médicos sobre o risco de doenças zoonóticas, espécies animais envolvidos e métodos de diagnóstico são essenciais para o sucesso de qualquer programa de prevenção.
3 AMBIENTES DE TRABALHO COM RISCOS BIOLÓGICOS
Os trabalhadores dos serviços de saúde, médicos e laboratoriais e outros, bem como profissões relacionadas com tais atividades estão expostos à infecção por micro-organismos se não adotarem as medidas preventivas adequadas. Entre os muitos riscos biológicos para os trabalhadores expostos em hospitais são o vírus da imunodeficiência humana (HIV), a hepatite B, a herpes, a rubéola e a tuberculose (HEWITT, 1993). O trabalho no setor agrícola está associado a uma ampla variedade de riscos ocupacionais. A exposição à poeira orgânica de micro-organismos no ar e suas toxinas, pode causar doenças respiratórias (ZEJDA y COLS. 1993), incluindo bronquite crônica, asma, pneumonite por hipersensibilidade, síndrome tóxica de poeira orgânica e doença pulmonar obstrutiva crônica. Dutkiewicz y Cols (1988) analisaram amostras de material dos silos para identificar potenciais agentes que causam os sintomas da síndrome tóxica e orgânica. Eles encontraram níveis muito elevados de contagem total de bactérias aeróbias e fungos. O fungo Aspergillus fumigatus foi predominante, enquanto bacilos, organismos gram-negativos (Pseudomonas, Alcaligenes, Citrobacter e Klebsiella) e actinomicetos foram as bactérias mais comuns. Estes resultados mostram que a exposição a material de aerosolizado dos silos acarretam um risco de exposição a concentrações elevadas de microrganismos, dos quais A. fumigatus e bactérias produtoras de endotoxinas são patógenos mais prováveis. A exposição durante períodos curtos de tempo para certos pós de madeira pode levar à asma, conjuntivite, rinite alérgica ou dermatite. Alguns microrganismos termofílicos presentes na madeira são patogênicos para os seres humanos, e por inalação de esporos de actinomicetos presentes em aparas de madeira armazenados tem sido associada a doenças humanas (JACJELS, 1985). Aqui estão alguns exemplos de doenças ocupacionais específicos:
01 O fungo Penicillium camemberti var. candidum é usado para fazer certos tipos de queijo. A elevada concentração deste fungo precipitando anticorpos em amostras de sangue dos trabalhadores, em conjunto com as causas dos sintomas clínicos respiratórios indicam relação etiológica entre sintomas respiratórios e alta exposição ao fungo (DAHL y Cols, 1994).
02 Os micro-organismos (bactérias e fungos) e as endotoxinas são agentes potenciais de risco para os profissionais nas unidades de processamento da batata (DUTKIEWICZ, 1994). Ele estabeleceu uma correlação significativa entre a presença de precipitinas contra antígenos microbianos e sintomas gerais e respiratórios relacionados com o trabalho, que tinha 45,9 % dos trabalhadores examinados.
03 Pessoas que trabalham ou visitam museus e bibliotecas são expostos a fungos (por exemplo, Aspergillus, Penicillium) que, em certas condições, poluem os livros (Kolmodin - Hedman y cols. 1986). Os sintomas mais comuns consistem em convulsões febris, calafrios, náuseas e tosse.
04 O uso de microscópios com as mesmas lentes em diferentes turnos de trabalho podem causar infecções oftalmológicas. Entre os microrganismos responsáveis foi identificado Staphylococcus aureus (OLCERST, 1987).
Prevenção O conhecimento dos princípios da epidemiologia e transmissão de doenças infecciosas é essencial para os métodos utilizados no controle do organismo causador da doença. Os trabalhadores devem ser submetidos a exames médicos periódicos para detectar doenças ocupacionais de origem biológica. Existe uma série de princípios gerais para realizar exames médicos e detectar efeitos adversos para a saúde devido à exposição no local de trabalho, incluindo o caso de riscos biológicos. Em outros capítulos desta apostila são descritos alguns procedimentos específicos. Por exemplo, na Suécia, a Federação Agricultores iniciou um programa de serviços médicos preventivos no trabalho dos agricultores (HOGLUND, 1990). O principal objetivo deste programa era evitar doenças e lesões relacionadas ao trabalho e prestar assistência médica aos agricultores que sofreram problemas de saúde ocupacional. Quando há surtos de doenças infecciosas não se pode tomar as devidas precauções, se não identificar a doença previamente. Um exemplo disso foi o surto de febre viral hemorrágica da Crimeia e do Congo (FHCC) entre os funcionários do hospital dos Emirados Árabes Unidos (Dubai), Paquistão e África do Sul (VAN EEDEN Y COLS. 1985).
4 COBRAS
Nas regiões quentes e temperadas, picadas de cobras representam um perigo mortal para certas categorias de trabalhadores, fazendeiros, madeireiros florestais, trabalhadores da construção civil e obras públicas, pesca, colheita de cogumelos, encantadores de serpentes, os funcionários do jardim zoológico e pessoal de laboratório responsáveis pela preparação de soros antiveneno. A grande maioria das cobras é inofensiva para os seres humanos, mas outras podem causar lesões graves por suas picadas venenosas. As espécies perigosas são encontradas tanto entre as cobras terrestres (Cobras e víboras) quanto entre as aquáticas (hidrofidios) (RIOUX e JUMINER 1983). De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS 1995), picadas de cobra causam 30 mil mortes por ano na Ásia, cerca de 1.000 mortes na África e vários na América do Sul. Em alguns países, existem estatísticas mais detalhadas. No México, a cada ano, há mais de 63 mil picadas de serpentes e picadas de escorpião, que juntos originam mais de 300 mortes. No Brasil são constatadas anualmente cerca de 20 mil picadas de cobra e entre 7000 e 8000 picadas de escorpião, com uma taxa de mortalidade de 1,5% para picadas de cobra e entre 0,3% e 1% para picadas de escorpião.
De acordo com um estudo realizado em Ouagadougou, Burkina Faso, na periferia de cidades ocorrem 7,5 acidentes ofídicos por 100.000 habitantes e em áreas rurais, mais de 69 por 100.000 habitantes, chegando aqui a taxa de mortalidade de 3%. Picadas de cobra também são um problema em países desenvolvidos. Nos Estados Unidos a cada ano são registrados 45 mil acidentes ofídicos, embora, devido à facilidade de acesso aos cuidados de saúde, o número de mortes anuais estão entre 9 e 15. Na Austrália, onde existem algumas das cobras mais venenosas do mundo, estima-se que o número anual de ataques de cobra varia entre 300 e 500, com uma média de duas mortes. Mudanças ambientais, principalmente o desmatamento, pode ter causado o desaparecimento de muitas espécies de serpentes no Brasil. No entanto, o número de casos de picadas de cobra não foi reduzido, pois em algumas áreas desmatadas têm proliferado outras espécies, às vezes mais perigosa. (OMS 1995).
5 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA PICADA DE COBRA
Dependendo da espécie, certa proporção de pacientes picados por serpentes venenosas (entre 10% e 60%) não desenvolveram sintomas tóxicos (veneno), ou estes são mínimos, quanto às marcas que indicam a penetração na pele de presas da serpente. O medo e os efeitos do tratamento, bem como o veneno de cobra, contribuem para a produção dos sintomas. Mesmo pacientes que não estão envenenados podem sofrer ondas de calor, tonturas e dispneia, com constrição no peito, palpitações, sudorese e acroparestesia. Os torniquetes apertados podem causar congestão e isquemia das extremidades; as incisões locais (local da mordida) podem originar sangramentos e dessensibilização, e os medicamentos à base de plantas, vômitos. Os primeiros sintomas que podem ser atribuídos diretamente à picada é dor local e hemorragia no local da penetração dos dentes, seguido por dor, sensibilidade, inchaço e inchaço do membro, linfangite e dilatação dolorosa dos gânglios linfáticos regionais. Pacientes com picadas de cobras Europeias, Daboia russelii, espécies de Bothrops, elapidos Australianos e Atractaspis engaddensis podem ter síncope precoce, vômitos, cólicas, diarreia, angioedema e chiado no peito. Náuseas e vômitos são sintomas comuns de intoxicação grave.
6 TIPOS DE MORDIDA
Cobras com presas traseiras tais como o Dispholidus tipo e espécie de Thelotornis, Rhabdophis e Philodryas. Produz inflamação local, sangramento nas marcas de presas e, às vezes (Rhabophis tigrinus), desmaios. Mais tarde podem aparecer vômitos, cólicas abdominais, dores de cabeça e hemorragia sistêmica generalizada com inchaço extenso (Cardinals), coagulopatia, hemólise intravascular e insuficiência hepática. Envenenamento pode desenvolver-se lentamente ao longo de vários dias.
7 ATRACTASPIDIDAE (COBRAS TOUPEIRA, SERPENTE NEGRA DE NATAL)
Efeitos locais incluem dor, inchaço, hematomas, necrose e dilatação dos gânglios linfáticos dolorosos. Os pacientes envenenados por A. engaddensis descrevem sintomas intestinais violentos
(náuseas, vômitos e diarreia), anafilaxia (dispneia, insuficiência respiratória, choque) e alterações de ECG (bloco a-v, ST, onda T).
8 ELAPÍDIOS (COBRAS, BÚNGAROS, MAMBAS, COBRAS CORAIS E COBRAS VENENOSAS AUSTRALIANAS)
As picadas Búngaros, mambas, cobras corais e algumas cobras (por exemplo, a Naja e a N. nivea) produzem efeitos locais mínimos, enquanto as picadas de cobras cuspidoras africanas (N. nigricollis, N.mossambica etc.) e as cobras asiáticas (N. naja, N. kaouthia, N. sumatrana etc.) causam inflamação local dolorosa que pode ser extensa, formar cardeais ou produzir necrose superficial. Entre os sintomas neurotóxicos iniciais, antes que se apresentem sintomas neurológicos objetivos, figuram: vômitos, “peso” das pálpebras, visão turva, contração muscular, parestesia ao redor da boca, hiperacusia, dor de cabeça, vertigens, tonturas, salivação, congestão conjuntiva e pele de galinha. A paralisia começa por ptose palpebral e oftalmoplegia externa, que já aparece em 15 minutos da picada, embora às vezes levasse dez ou mais horas para aparecer. Posteriormente, a face, boca, mandíbula, língua, cordas vocais, músculos do pescoço e os músculos da deglutição sofrem paralisia progressiva. A obstrução das vias aéreas pode causar insuficiência respiratória nesta fase, ou mais tarde, com paralisia dos músculos intercostais, o diafragma e os músculos respiratórios acessórios. Os efeitos neurotóxicos são totalmente reversíveis se o antídoto ou o anticolinesterase forem administrados imediatamente (por exemplo, após a picada de cobra asiática, de algumas cobras corais da América Latina (Micrurus) e cobras da morte australianas (Acanthophis)) ou por remissão espontânea dentro de um a sete dias. O envenenamento causado por serpentes australianas produzem vômitos, cefaleia, síncope, neurotoxicidade, distúrbios hemostáticos e, com algumas espécies, mudanças no ECG, rabdomiólise generalizada e insuficiência renal. A dilatação dolorosa dos gânglios linfáticos regionais indica que a intoxicação sistêmica é iminente, mas os sintomas locais geralmente não existem ou são leves, exceto depois de picada pelas espécies Pseudechis.
9 OFTALMIA VENENOSA CAUSADA POR ELAPÍDEOS “CUSPIDORES”
Os pacientes “cuspidos” por este tipo de elapídeo experimenta uma dor intensa nos olhos, conjuntivite, blefaroespasmo, edema das pálpebras e secreção. Em mais da metade dos pacientes cuspidos por N. nigricollis observaram erosões na córnea. Raramente, o veneno é absorvido dentro da câmara anterior, causando hypopyon e uveíte anterior. A infecção secundária das erosões da córnea pode produzir opacidades permanentes que dificultam a visão ou panoftalmitis.
10 VIPÉRIDOS (VÍBORAS, COBRAS CASCAVÉIS, VÍBORAS COM CABEÇA DE LANÇA, MOCASSINS E JARARACAS)
O envenanamento local é relativamente grave. A inflamação pode ser detectada em 15 minutos, embora, em algumas ocasiões, leva horas a aparecer. Ele se espalha rapidamente e pode afetar
todo o membro e tronco adjacente. Ocorre dor associada e ternura nos gânglios linfáticos. No dia seguinte pode aparecer cardeal, equimose e necrose. A frequência e gravidade desta última são notáveis após a picada de algumas cascavéis, víboras com cabeça de lança (gênero Bothrops) jararacas asiáticas e víboras africanas (gêneros Echis e Bitis). Quando o tecido é envenenado dentro de uma zona estreita, como o espaço da polpa dos dedos das mãos ou dedos dos pés, ou no músculo tibial anterior, pode ocorrer a isquemia. Caso não ocorra ou se perceba a inflamação durante as duas horas que se seguem a picada de uma cobra, existe uma possibilidade de que não houve envenenamento. No entanto, com algumas espécies o envenenamento fatal ocorre mesmo sem manifestação de sintomas locais (por exemplo, Crotalus durissus terrificus, C. scutulatus e víbora birmana de Russel). Tratamento Primeiros Socorros Os doentes devem ser transportados para o hospital mais próximo tão rapidamente quanto possível e confortavelmente, impedindo o movimento do membro no qual a mordida ocorreu por meio da utilização de uma tala. Os métodos tradicionais de primeiros socorros podem ser prejudiciais e não devem ser usados. As incisões locais e de sucção podem apresentar infecção, danificar os tecidos e causar sangramento persistente, eles não são susceptíveis de extrair a maior parte do veneno da ferida. Os benefícios potenciais de método de extracção de pó não foram testados em pacientes humanos e podem danificar os tecidos moles. O permanganato de potássio e a crioterapia podem intensificar a necrose local. Choques elétricos podem ser perigosos, e não foram provados seus benefícios. Os torniquetes e as ligaduras de compressão podem causar gangrena, fibrinólise, paralisia de nervos periféricos e o aumento do envenenamento local na extremidade ocluída. O método de imobilização por pressão consiste em aplicar uma ligadura de compressão firme, mas não apertada, no membro que ocorreu a picada, com uma faixa de entre 4 e 5 m de comprimento e 10 cm de largura, a partir do lugar da picada e incorporando a tala. Em animais, é um método eficaz para prevenir a absorção sistêmica no caso de elápidos australianos, e outros venenos, mas em seres humanos ainda não foi submetido a testes clínicos. A imobilização de pressão é recomendada para picadas de cobras com venenos neurotóxicos (por exemplo, Elapidae, Hydrophiidae), mas quando a inflamação e necrose forem locais pode ser um problema (por exemplo, Viperidae). Em nenhum caso, recomendamos a caça, captura ou abate da cobra, mas se ela já está morta, deve ser levada junto com o paciente para o hospital. Não se deve tocar com as mãos desprotegidas, pois ela pode atacar com picadas de reflexos, apesar de estar aparentemente morta. Os pacientes levados para o hospital devem ficar de lado para evitar aspiração de vômito. Os vômitos persistentes se tratam com clorpromazina (25-50 mg em adultos, de 1 mg / kg de peso corporal em crianças). Se o paciente apresentar síncope, choque, angioedema ou outros sintomas anafiláticos (autofarmacológicos) se administra adrenalina a 0,1% por via subcutânea (0,5 ml para adultos e de 0,01 ml / kg de peso corporal para as crianças) e um antihistamínico como a clorfeniramina por injecção intravenosa lenta (10 mg para adultos , 0,2 mg / kg de peso corporal para crianças).
Os pacientes com coagulopatias podem desenvolver hematomas graves após injeções intramusculares ou subcutâneas, razão pela qual a intravenosa deve ser usada sempre que possível. Pacientes com insuficiência respiratória ou cianose se tratam estabelecendo uma via aérea, administrando o oxigênio e, se necessário, com respiração assistida. Se o paciente estiver inconsciente e sem pulso detectado ou o femoral ou carótida, deve-se proceder de imediato a uma ressuscitação cardiopulmonar (RCP).
11 SAURIA (LAGARTOS)
Há apenas duas espécies de lagartos venenosos, ambos pertencentes ao gênero Heloderma: H. suspectum (monstro de Gila) e H. horridum. Um veneno similar ao das víboras penetra nas mordidas produzidas pelas presas curvadas desses lagartos, se bem que as mordidas em seres humanos são pouco frequentes e a recuperação é normalmente rápida. (RIOUX e JUMINER 1983). Prevenção para Cobras e Lagartos As serpentes não costumam atacar seres humanos, a menos que se sintam ameaçadas, se forem perturbadas ou pisadas. Em áreas infestadas com cobras venenosas, os trabalhadores devem proteger as extremidades inferiores e levar soro antiveneno monovalente ou polivalente. Pessoas que trabalham em uma zona de perigo, a mais de meia hora de carro do posto mais próximo de primeiros socorros, são aconselhadas a levar um equipamento antiveneno que contenha uma seringa esterilizada. Em todo caso, os trabalhadores devem saber que as mordidas, incluindo as produzidas pelas cobras mais venenosas, raramente são fatais, porque a quantidade de veneno injetado é geralmente pequena. Alguns encantadores de serpentes conseguem se imunizar mediante repetidas injeções de veneno, mas ainda não foi desenvolvido nenhum método científico para a imunização humana. (RIOUX e JUMINER 1983). Normas internacionais e riscos biológicos A Regulamentação do trabalho em muitos países inclui os riscos biológicos em sua definição de substâncias nocivas ou tóxicas. No entanto, na maioria dos regulamentos os riscos biológicos são limitados principalmente aos micro-organismos ou agentes infecciosos. Alguns regulamentos da Occupational Safety and Health Administration (OSHA), nos Estados Unidos contêm disposições relativas aos riscos biológicos, o mais específico são os que estão relacionados com a vacina da hepatite B e patógenos transmitidos pelo sangue. Os riscos biológicos também são mencionados em dispositivos de aplicação mais amplos (por exemplo, os relacionados com a comunicação de risco, as especificações para sinalética de segurança e diretrizes para o desenvolvimento de planos de desenvolvimento pessoal). Apesar de não ser sujeito a qualquer regulamentação específica, a identificação e a prevenção dos riscos associados aos animais, insetos ou plantas são mencionadas em outros regulamentos da
OSHA pertencentes a ambientes de trabalho específicos: por exemplo, as telecomunicações, em campos de trabalho temporários sobre o transporte de polpa de madeira (este último inclui orientações sobre equipamentos de primeiros socorros para picadas de cobra). Uma das normas mais detalhadas para o controle de riscos biológicos no local de trabalho é a Directiva Europeia no 90/679. Ela define agentes biológicos como “micro-organismos, incluindo os geneticamente modificados, as culturas de células e os endoparasitas humanos, tudo o que pode causar alguma infecção, alergia ou toxicidade” e classifica os agentes e biológicos em quatro grupos, dependendo do seu nível do risco de infecção. A Directiva abrange a identificação e avaliação dos riscos e obrigações dos empregadores em termos de substituição ou redução do risco (através de controles de engenharia, higiene industrial, a proteção individual e coletiva etc.), informação (dos trabalhadores, os seus representantes e autoridades competentes), vigilância sanitária, vacinação e manutenção de registros. Os anexos contêm informações detalhadas sobre as medidas de controle para os diferentes “níveis de contenção”, dependendo da natureza das atividades, a avaliação do risco para os trabalhadores e a natureza do agente biológico em questão. UNIDADE 1 | CAPÍTULO 2 ANIMAIS AQUÁTICOS
1 ANIMAIS AQUÁTICOS
Em quase todas as divisões taxonômicas (filos) existem animais aquáticos perigosos para os seres humanos. Os trabalhadores entram em contato com esses animais no curso de várias atividades, como a pesca submarina e de superfície, a instalação e operação de equipamentos para extração de petróleo sob a água, construção submarina e pesquisa científica, e assim por diante, se expondo a riscos para a saúde. As espécies mais perigosas habitam as águas quentes e temperadas.
2 PORÍFEROS
A esponja comum pertence a esse filo. Os pescadores que tocam as esponjas (incluindo mergulhadores, mergulhadores com equipamento entre outros), podem contrair a dermatite de contato, o que provoca irritação na pele e caroços ou bolhas. A “doença dos mergulhadores de esponja” na região do Mediterrâneo é causada pelos tentáculos de um pequeno celentéreo (Sagartia rosea), que parasitam a esponja. Dermatite conhecida como “musgo vermelho” ocorre em pescadores de ostras na América do Norte pelo contato com escarlate esponja, encontradas em conchas de ostras. Houve casos de alergia tipo 4. O veneno liberado pela esponja contém a histamina e as substâncias antibióticas Suberitus ficus.
3 CELENTÉREOS
Eles são representados por numerosas famílias da classe conhecida como hydrozoan, que inclui corais Millepora (coral ardor, fogo coral), o Physalia (Physalia physalis, vespa do mar, o homem Português), o Scyphozoa (água-viva) e Actiniaria (anemone picadas), estes são encontrados em todas as partes do oceano. A característica comum destes animais é a sua capacidade para produzir urticária por injecção de um veneno potente armazenado em uma célula especial (nidoblasto) com um filamento oco que se rompe quando se encosta o braço e penetra na pele da vítima. As várias substâncias presentes no veneno podem originar sintomas como coceira intensa, congestão hepática, dor e depressão do sistema nervoso central. Entre estas substâncias foram identificadas thalassius, congestina, equinotoxina (contendo 5- hidroxitriptamina e tetramina) e hipnotoxina respectivamente. Os efeitos sobre o indivíduo dependerá do grau de contato com os tentáculos e, consequentemente, o número de agulhas microscópicas que podem atingir vários milhares, e até mesmo causar a morte da vítima em minutos. Dada a ampla distribuição destes animais em todo o mundo, ocorrem muitos incidentes, embora o número de mortes seja relativamente baixo. Os efeitos sobre a pele são caracterizados por prurido intenso e a formação de pápulas vermelhas brilhantes e aparência mosqueada, que se tornam pústulas e ulcerações. A pessoa sente uma dor aguda como um choque elétrico. Outros sintomas incluem falta de ar, ansiedade generalizada, distúrbios cardíacos, colapso, náuseas, vômitos, perda de consciência e choque primário.
4 EQUINODERMOS
Este grupo inclui as estrelas e ouriços do mar. Ambos têm órgãos venenosos (pedicelos), mas eles não são perigosos para os seres humanos. Os espinhos do ouriço do mar penetram na pele e deixam um fragmento profundo, produzindo uma infecção secundária, seguida pela formação de pústulas e granuloma persistente, muito irritante se as feridas estiverem perto de tendões ou ligamentos. Entre os ouriços do mar, só a Acanthaster planci parece ter espinhos venenosos que podem causar distúrbios gerais, tais como vômitos, paralisia e dormência.
5 MOLUSCOS
Entre os animais desse filo se encontram os conivalvos, que são os que podem ser perigosos. Vivem em fundos arenosos do mar e parecem ter uma estrutura formada por uma rádula venenosa com dentes em forma de agulha, os quais se projetam para fora da boca e podem atacar a vítima quando a concha é tocada diretamente com as mãos de forma imprudente. O veneno age sobre os sistemas nervosos centrais e neuromusculares. A penetração desse dente na pele produz isquemia temporária, cianose, embaciamento, dor e parestesia à medida que o veneno se espalha pelo o corpo. Outros efeitos posteriores são: paralisia dos músculos voluntários, falta de coordenação, visão dupla e confusão geral. A morte pode ocorrer a partir de paralisia respiratória e colapso circulatório. Foram registrados cerca de 30 casos, dos quais 8 foram fatais.
6 PLATELMINTOS
Para esta classe pertencem a Hermodice carunculata e a Eurythoe complanata conhecidos como “vermes espinhosos”. Eles são cobertos por inúmeros apêndices em forma de espinhos contendo um veneno (nereistotoxina) com efeito neurotóxico e irritante.
7 POLYZOOS (BRYOZOOS)
Este grupo é composto por animais que formam colônias com aspecto de plantas, semelhantes a musgos gelatinosos que se encrostam em rochas e conchas. A variedade conhecida como Alcyonidium, produz uma dermatite irritativa nos braços e no rosto dos pescadores ao retirar este “musgo” de suas redes. Ele pode também causar um eczema alérgico.
8 SELÁCEOS (CHONDRICHTHYES)
Entre os animais desse filo estão os tubarões, raias e mantas. Os tubarões vivem em águas rasas, onde eles buscam suas presas e podem atacar as pessoas. Muitas variedades de Seláceos têm um ou dois espinhos largos venenosos na frente da nadadeira dorsal, que contêm um veneno fraco ainda não identificado. Os espinhos produzem uma ferida que causa dor imediata e intensa irritação, inflamação e edema. Outro grande perigo desses animais é a sua mordida, pois a disposição dos seus dentes afiados em várias linhas pode causar graves lacerações que produzem choque imediato, hemorragia aguda e afogamento da vítima. O perigo representado por tubarões tem sido objeto de intenso debate e
todas as variedades parecem ser particularmente agressivas. É muito difícil prever o seu comportamento, mas acredita-se que eles são atraídos pelo movimento e a cor da luz dos nadadores, bem como sangue e as vibrações que produzem peixes ou outra presa depois de terem sido presas. As raias e as mantas são corpos grandes, planas com uma longa cauda coberta com um ou mais espinhos ou serras que podem ser venenosos. O veneno contém serotonina, 5nucleotidase e fosfodiesterase, e pode causar vasoconstrição generalizada e paragem cardíaca. As raias e as mantas vivem em regiões arenosas e águas costeiras, onde podem se esconder bem, sendo fácil de banhistas pisarem sem se dar conta. A raia reage levantando a cauda e projetando o espinho contra a vítima. Isto pode causar feridas profundas em um membro ou órgão interno, como o peritônio, pulmão, coração ou fígado, especialmente no caso das crianças. A lesão também pode causar dor, inflamação, edema linfático e de outros sintomas, tais como choque primário e colapso circulatório. Lesões de órgãos internos pode causar a morte em poucas horas. Incidentes com raias e mantas estão entre os mais frequentes, ocorrendo cerca de 750 a cada ano nos Estados Unidos. Estes animais também são perigosos para os pescadores, recomenda-se que cortem a linha, logo que o venham a bordo. Algumas espécies de raias, como o torpedo e narcine possuem órgãos elétricos na parte traseira que, quando eles são estimulados por simples contato, descargas elétricas ocorrem entre 8 e 220 volts, o suficiente para temporariamente atordoar e imobilizar a vítima, embora esta geralmente se recupere sem complicações.
9 OSTEÍCTIOS
Muitos peixes deste filo possuem espinhos peitorais, caudais e anais, ligados a um corpo venenoso, cujo objetivo principal é a defesa. Se o peixe é perturbado, ou pisado, ele eriça os espinhos que podem penetrar a pele e injetar veneno. Eles costumam atacar os mergulhadores que estão à procura de peixe por contato acidental. Foram registrados inúmeros incidentes deste tipo, porque os peixes deste filo são generalizados, dentre eles pertencem o peixe-gato, presente tanto em àguas salgadas quanto doces (América do Sul, África Ocidental e dos Grandes Lagos), o peixe Scorpion (Scorpaenidae), o peixe Traquino (Trachinus), o peixe-sapo, peixe cirurgião e outros. Os ferimentos produzidos por estes peixes são geralmente dolorosos, especialmente no caso do peixe-gato e peixe Traquino que causam vermelhidão ou palidez, inchaço, cianose, embaciamento, edema linfático e propagação hemorrágica em tecidos circundantes. Pode ocorrer gangrena ou infecção e neurite periférica com a ferida. Outros sintomas são: tonturas, náuseas, queda, choque primário, asma e perda de consciência. Eles representam um sério risco para os trabalhadores subaquáticos. No peixe-gato foi identificado veneno neurotóxico hemotóxico, e, no caso de traquino várias substâncias foram isoladas, tal como 5-hidroxitriptamina, histamina e catecolaminas. Alguns peixes-gato e peixes astrônomos, bem como a enguia elétrica (Electrophorus), possuem órgãos elétricos (ver Seláceos seção).
10 HIDROFIDIOS
Este é um grupo (serpentes do mar) localizado principalmente nos mares da Indonésia e Malásia, onde foram identificadas cerca de 50 espécies, incluindo Pelaniis platurus, Enhydrina platurus
schistosa e Hydrus. O veneno de serpentes é muito semelhante ao da cobra, embora seja entre 20 e 50 vezes mais tóxica, é formada por uma proteína básica, de baixo peso molecular (eurobotoxina), afetando conexões neuromusculares, bloqueando acetilcolina e causando miólise. Felizmente, serpentes marinhas geralmente não atacam e mordem, apenas quando alguém pisa, irrita ou quando recebe um golpe, também pouco ou nenhum veneno é injetado com suas presas. Os pescadores são os mais expostos a este risco, respondendo por 90% de todos os incidentes relatados, a maioria deles produzidos por pisar a serpente no fundo do mar ou que estão presas nas redes. As cobras são, provavelmente, responsáveis por milhares de acidentes de trabalho atribuídos a animais aquáticos, mas raramente têm consequências graves e apenas uma pequena percentagem de acidentes são fatais. Os sintomas são geralmente ligeiros e pouco dolorosos. Os efeitos são muitas vezes sentidos depois de duas horas e começa com dor muscular, rigidez do pescoço, desorientação e tétano, e por vezes, náuseas e vômitos. Dentro de algumas horas aparece mioglubinúria (presença de proteínas complexas na urina). A morte pode ocorrer a partir de paralisia dos músculos respiratórios, necrose tubular renal e parada cardíaca devido à hipercalemia. Prevenção Devem ser feitos todos os esforços para evitar o contato com os espinhos desses animais quando eles são manuseados, a não ser usando luvas grossas. Além disso, muito cuidado deve ter a percorrer ou caminhar na areia do fundo do mar. Diversos equipamentos oferecem proteção contra medusas e outros celenterados e contra picadas de cobra. Nunca se deve tocar nesses animais perigosos e agressivos que devem ser evitados e onde há áreas de água-viva também, já que elas são difíceis de ver. Se uma serpente do mar está presa no lugar, ele deve ser cortado deixando a cobra ir. Na presença de tubarões, há uma série de princípios a serem observados: as pessoas devem manter os pés e as pernas para fora da água e, lentamente, trazer o barco para a praia e deixa-lo imóvel, os banhistas não devem permanecer na água com um peixe morrendo ou sangrando, e também atrair a atenção do tubarão, tanto com cores brilhantes ou jóias, ruídos ou explosões, luzes brilhantes ou movimentos da mão. Um mergulhador nunca deve mergulhar sozinho.
UNIDADE 1 | CAPÍTULO 3Partes
1 ANIMAIS TERRESTRES VENENOSOS
Todo ano milhares de pessoas morrem por causa de picadas de escorpião e reações anafiláticas a insetos. Na Tunísia são registrados anualmente entre 30.000 e 45.000 casos de picadas de escorpião que causam entre 35 e 100 mortes, a maioria delas crianças. O envenenamento (toxicidade) é um risco ocupacional para as populações que trabalham na agricultura e silvicultura nessas regiões. Entre os animais que podem causar danos aos seres humanos devido ao seu veneno estão os invertebrados, como os aracnídeos (aranhas, escorpiões, aranhas do deserto), ácaros (insetos e carrapatos), quilópodos (centopeias) e hexápodos (abelhas, vespas, borboletas e mosquitos).
2 ARACNÍDEOS (ARANHAS-ARANEA)
Todas as espécies são venenosas, mas, na prática, apenas um pequeno número delas atacam seres humanos. O envenenamento por picada de aranha pode ser de dois tipos: 1. Envenenamento pela pele, que ocorre quando a picada produz depois de algumas horas um edema ao redor da marca cianótica e, posteriormente, forma uma bolha; também pode aparecer uma extensa necrose local. A cura de picadas de aranha como o género Lycosa (por exemplo, a tarântula) pode ser um processo lento e difícil. 2. Intoxicação neurológica causada por veneno neurotóxico exclusivamente de tarântulas (Ctenus Latrodectus), que causa lesão grave e de início rápido, tétano, tremores, paralisia dos membros e por vezes choque mortal, este tipo de intoxicação é relativamente comum entre trabalhadores da silvicultura e agricultura e particularmente grave em crianças. Na Amazônia, o veneno de aranha “viúva negra” (Latrodectus) é usado para flechas envenenadas. Prevenção
Em áreas onde há perigo de aranhas venenosas, o lugar onde as pessoas dormem deve ser forrado com mosquiteiros e os trabalhadores devem usar calçados e vestuário de trabalho que lhes dão a proteção adequada.
3 ESCORPIÕES (ESCORIÓNIDOS)
Eles são aracnídeos que têm um acentuado ferrão venenoso no final do abdómen que acarreta numa picada dolorosa, cuja gravidade varia de acordo com as espécies, a quantidade de veneno injetado e da estação (o mais perigoso é o final do período de hibernação dos escorpiões). Na região do Mediterrâneo, América do Sul e México, existem mais vítimas de escorpiões do que de cobras venenosas. Muitas espécies são noturnas e menos agressivas durante o dia. As espécies mais perigosas (Buthidae) são encontradas no neurotrópico árido e tropical, e seu veneno é altamente tóxico. Em todos os casos, a picada de escorpião produz imediatamente sintomas locais intensos (dor aguda, inflamação), seguidos por manifestações sistêmicas como tendência ao desfalecimento, salivação, espirros, lacrimejamento e diarréia. O resultado é fatal em crianças pequenas. As espécies mais perigosas do gênero são Androctonus (Africa subsahariana), Centrurus (México) e Tituus (Brasil). O escorpião não ataca o homem espontaneamente, ataca apenas quando detecta o perigo, quando encurralado ou quando alguém o aperta ao colocar botas ou roupas que lhe servem de abrigo. Os escorpiões são altamente sensíveis a pesticidas halogenados (por exemplo, o DDT).
4 ARANHAS DO DESERTO (SOLPÚGIDAS)
Esta ordem de aracnídeos é encontrada principalmente nas estepes e áreas semidesérticas do Saara, a Cordilheira dos Andes, na Ásia Menor, México e Texas, e não é venenosa. No entanto, as aranhas do deserto são extremamente agressivas, podem chegar ao tamanho de até 10 cm de diâmetro e seu aspecto é terrível. Em casos excepcionais, se forem muitas, as feridas produzidas por estes animais podem ser graves. As aranhas do deserto são predadores noturnos e podem atacar uma pessoa durante o sono.
5 PERCEVEJOS E CARRAPATOS (ACORINAS)
Os carrapatos são aracnídeos que chupam sangue em todas as fases de sua vida e sua saliva injetada através de seus órgãos de alimentação podem ter efeitos tóxicos. O envenenamento é por vezes grave especialmente em crianças (paralisia do carrapato), e às vezes acompanhado pela supressão dos reflexos. Em casos excepcionais, a morte ocorre por paralisia bulbar (particularmente quando o carrapato se agarra ao couro cabeludo). Percevejos chupam sangue apenas na fase larval e sua picada provoca inflamação pruriginosa da pele. A incidência de picadas de percevejos é elevada em regiões tropicais. Tratamento e prevenção: os carrapatos devem arrancados depois de serem anestesiados com uma gota de benzeno, éter etílico ou o xileno. A prevenção baseia-se na utilização de pesticidas ou repelentes.
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CENTOPÉIAS (QUILÓPODOS)
As centopéias se distinguem dos milípedes (Diplopoda), por terem apenas um par de pernas em cada segmento do corpo e os apêndices do primeiro segmento de dentes são venenosos. As espécies mais perigosas são encontradas nas Filipinas. O veneno das centopéias tem apenas um efeito localizado (edema doloroso). Tratamento: as picadas e as mordidas devem ser tratadas com aplições tópicas de loções à base de amoníaco diluído, hipoclorito ou permanganato. Podem também ser administrados os anti-histamínicos.
7 INSETOS (HEXÁPODOS)
Os insetos podem injetar veneno por meio de suas extremidades bucais (Simuliidos, borrachudos, mosquitos, moscas Phlebotomo de areia) ou através da picada (abelhas, vespas, marimbondos, formigas carnívoras). Eles podem causar urticária com seus cabelos (lagartas, borboletas) ou produzir feridas com sua hemolinfa (castaridae, mosca vesicante, besouro bum). As picadas de moscas pretas podem produzir lesões necróticas, algumas vezes com distúrbios gerais; picadas de mosquito produzem lesões pruriginosas difusas. Picadas de Hymenoptera (abelhas etc.) produzem dor intensa local, eritema, edema e às vezes necrose. Acidentes gerais podem ocorrer como resultado da sensibilização ou múltiplas picadas (calafrios, náusea, dispneia, extremidades frias). As mordidas no rosto ou língua são particularmente graves e podem causar a morte por asfixia quando ocorre edema de glote. As lagartas e borboletas podem causar lesões pruriginosas generalizadas na pele (angioedema), algumas vezes acompanhada de conjuntivite. Não é incomum surgir uma infecção sobreposta. O veneno das cantharides produzem lesões vesiculares ou bolhosas na pele (hoederus). Existe também o perigo de leishmaniose visceral (nefrite tóxica). Alguns insetos, tais como as lagartas e as Hymenoptera são encontrados em todas as regiões do mundo, ao passo que outros são subordens mais localizados. As borboletas são em sua maioria perigosas na Guiana e na República Centro-Africana; as cantharides se encontram no Japão, América do Sul e no Quênia; as moscas negras que vivem em regiões tropicais e na Europa Central e as moscas da areia estão no Oriente Médio. Prevenção A primeira medida preventiva é o uso de mosquiteiros e aplicação de repelente e inseticida. Os trabalhadores com um alto risco de exposição a picadas de insectos podem ser imunizados nos casos de alergia mediante a aplicação de doses crescentes de extrato do corpo do inseto.