Teníase
Comum nas regiões do oeste catarinense. É transmitido através da carne do porco (T. solium) e da carne bovina (T. saginata).
Existe a tênia solium e a tênia saginata.
Escólex
T. saginata escólex com rostelos sem ganchos. Quadrangular. Sem rostro.
T. solium escólex com rostelos com ganchos. Globoso. Com rostro
Escólex é cabeça. Dividido em cabeça ou pescoço, segmentos e anéis proglotes.
Proglotes
A T. solium tem cerca de 800-1000 proglotes 3 metros de comprimento.
A T. saginata é com mais de 1000 proglotes 8 metros de comprimento.
Na T. solium é ramificada, tendo até 12 ramificações uterinas tipo dendríticas.
Na T. saginata existem até 24 ramificações uterinas do tipo dicotômico.
É através do numero de ramificações que podemos distinguir a T. solium da T. saginata. Os ovos são idênticos.
O parasito libera proglotes nas fezes.
Cisticercos
Apresenta acúleos no cisticerco T. solium
Não apresenta acúleos T. saginata.
Vesícula opaca contendo liquido transparente (poder de genicidade) com colo e escólex invaginados.
Quando ingerido pelo homem acontece a desenvaginação (pelo suco gástrico) do escólex, no intestino delgado.
Se eu ingerir o ovo, eu fico com cisticercose (meu organismo vai transformar o ovo em larva). Se eu ingerir a larva eu terei teníase (a larva vai se transformar em verme adulto).
Quando o ovo vira larva dentro do corpo essa larva não vai virar verme adulto, e essa larva fica na corrente sanguínea.
Cirticerccus cellulosae (T. solium). Cisticerccus bovis (T. saginata).
Ovos
Ovo com embrióforo (casca proterora)
Embrião hexacanto ou oncosfera (contem 6 acúleos).
Açules = ganchos.
Possui uma coroa radiada, forma de roda de bicicleta.
Biologia do parasito
A nutrição ocorre através do tegumento do parasito.
Carboidratos, lipídeos, proteínas e vitaminas entram por difusão simples.
Sempre a pessoa tem uma tênia só.
Transmissão
Teníase: ingestão de carne bovina (T. saginata) ou suína (T. solium) crua ou mal cozida contendo cisticercos.
Auto-infecção externa: ocorre em portadores de T. solium eliminam proglotes e ovos de sua própria tênia, levando à boca pelas mãos ovos e proglotes contaminados.
Auto-infecção interna: ocorre durante vômitos ou movimentos retroperistálticos do intestino, que possibilita a presença de proglotes grávidas ou ovos de T. solium no estomago, por ação do suco gástrico tem-se à ativação das oncosferas que voltariam ao intestino delgado, desenvolvendo o ciclo auto-infectante.
Heteroinfecção: ocorre quando os humanos ingerem alimentos ou água contaminados com os ovos da T. solium disseminados no ambiente através das dejeções de outro paciente.
A T. saginata não causa cisticercose, apenas teníase.
Ciclo biológico
Ao comer carne crua ou mal passada de porco ou boi eu ingiro os cisticercos.
Esses cisticercos vão até o estomago, onde por ação do suco gástrico ele desinvagina o espólex.
Esse espólex migra para o intestino delgado, onde haverá o desenvolvimento da tênia.
O homem contaminado libera ovos e proglotes nas fezes. O porco que meche nas fezes se contamina.
O porco ingere os ovos que se transformam em embrião hexacanto (oncosfera).
O embrião hexacanto vira cisticerco que se ingeridos causará teníase.
80% das manifestações dará no sistema nervoso e o restante nos olhos e músculos.
Imunidade em relação ao cisticerco
Presença de LB e LT, eosinófilo no sangue e no líquor.
Os antígenos (paramiosina) dos cisticercos induz a presença de IgM e IgG.
Desenvolvimento de mecanismos de escape pelo cisticerco que inibem a ação da via clássica e alternativa do sistema complemento.
Sintoma da teníase
Permanência do parasito no hospedeiro pode causar fenômenos tóxicos alérgicos como: inflamação, hemorragia, destruição do epitélio e hipersecreção de muco.
Requerimento da suplementação nutricional.
Dor abdominal, tonturas, astenias, náuseas, vomito, anorexia, apetite excessivo, alargamento do abdome e obstrução intestinal.
Sintomas da cisticercose
A maioria é assintomática (depende do numero e local de implantação do cisticercos e da resposta imune);
Neurocisticercose: náuseas, vômitos, cefaléia, convulsão, encefalite, meningite, epilepsia, hidrocefalia, hipertensão craniana, sinais neurológicos focais e distúrbios psiquiátricos.
Os cisticercos parenquimatosos podem ser responsáveis por processo compressivo, irritativos, vasculares e obstrutivos.
As conseqüências da cisticercose ocular são: reações inflamatórias exsudativos que promoverão opacificação do humor vítreo, posteriores da íris, uveítes ou até pantoftalmias.
Essas alterações dependendo da extensão promovem a perda parcial ou total da visão e as vezes até desorganização intra-ocular e perda do olho.
O parasito não atinge o cristalino, mas pode levar a sua opacificação (catarata).
Diagnóstico - Teníase
Pesquisa de ovos nas fezes exame direto, métodos de concentração ou fita gomada (swab anal).
Pesquisa de proglotes tamisação – clarificação com ácido acético.
Observação da eliminação de proglotes T. saginata é ativa e da T. solium é passiva.
Diagnóstico - Cisticercose
Imagem – RX, TC e RNM
Imunológico – Elisa, Westerns bot, fixação de complemento.
Para a detecção de coproantígenos desenvolvidas com base em anticorpos de T. solium e T. saginata, têm demonstrado serem específicos.
Molecular – líquor PCR
Diagnóstico por imagem
A tomografia axial computadorizada (TAC) permite visualizar a dilatação ventricular e determinar o estágio dos cistos. É um recurso válido para diagnóstico da neurocisticercose calcificada.
É melhor usá-la conjuntamente com alguma prova sorológica.
A RM permite visualizar o escólex e a inflamação perivascular.
PCR para o diagnóstico da teníase e da cisticercose humana são gene cox1 do acido desoxirribose (DNA) mitocondrial (subunidade 1 do citocromo).
Tratamento
Teníase: niclosamida ou praziquantel + leite de magnésio. Facilita a eliminação do parasito inteiro e evitando a auto-infecção.
A niclosamida atua no sistema nervoso do parasito, levando a imobilização da mesma, facilitando a sua eliminação das fexes.
O praziquantes atua aumentando a permeabilidade da membrana de cálcio, o que causa contrações e paralisia da musculatura dos parasitos.
Neurocisticercose: albendazol. Para calcificar o cisticerco + albendazol. Remoção cirúrgica só em casos extremos.
Profilaxia
Saneamento, educação sanitária.
Melhoria das condições sócio-econômicas.
Assistência aos manipuladores de alimentos.
Filtração/ fervura da água.
Criação do gado e suíno em condições adequadas. Controle dos matadouros.