Trabalho Final Rafael Paulino E Maria José Brant.docx

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AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA ESTUDOS TEMÁTICOS DE LINGUÍSTICA TEÓRICA E DESCRITIVA Professora: Janayna Carvalho Alun@s: Maria José Brant Rafael Paulino Leite

1) Faça um pequeno texto resumindo as posições de Seki e Rodrigues sobre a influência do SIL na constituição do campo da Linguística no Brasil.

Em documento datado de 1961, Aryon D. Rodrigues já apontava a urgência de se proceder à documentação científica de idiomas sul-americanos. Neste contexto, o estabelecimento, no Brasil, do SUMMER INSTITUTE OF LINGUISTICS-SIL foi viabilizado pela parceria com o Museu Nacional do Rio de Janeiro. Segundo o autor, à época, mais de 70 investigadores preparados com os métodos da moderna linguística descritiva, mas também da linguística comparativa, passaram a estudar sistematicamente línguas indígenas do Brasil. Para o autor, a partir do trabalho do SIL, é que se inaugura a produção científica relacionada à linguística descritiva. Mais do que reconhecer essa contribuição técnica e científica imponderável, há uma preocupação com a formação de linguistas brasileiros para se romper com a relação de dependência com relação a linguistas estrangeiros. As contribuições de Rodrigues estão registradas em tempo real, enquanto o trabalho do SIL era, de fato, uma ação pioneira marcada de esperança e possibilidades de progresso na área. As considerações de LUCY SEKI, datada de 1999 já estão mais marcadas de uma ponderação mais crítica, feitas “a posteriori”. A autora destaca que a expectativa inicial com relação ao SIL se revestia na perspectiva de formação de linguistas brasileiros, para além da descrição de línguas indígenas. Relevada a segundo plano, a formação mais formal de linguistas ficou notadamente percebida a partir de trajetória institucional de afastamento da sua vertente acadêmica, enfatizando propósitos de proselitismo religioso que foram evidenciando-se. A autora problematiza também a falsa idéia de que a presença do SIL ensejava com relação aos estudos linguísticos competentes já em curso desestimulando a expansão deste campo de estudo. Ambos, a pesar de tônicas mais acentuadas e perceptivelmente diferenciadas, reconhecem o pioneirismo e a marca inaugural que o SIL trouxe para a Linguística Brasileira.

2) Faça um pequeno texto sobre a influência da Antropologia na constituição da Linguística no Brasil. A partir das leituras realizadas, em especial Rodrigues e Seki, podemos afirmar que: Embora no cenário mundial, na segunda metade do século XX, a Linguística passasse por grande fase de desenvolvimento no exterior, ela inexistia no Brasil. A Linguística no Brasil era incipiente e as línguas indígenas não tinham o devido espaço nessa ciência, apesar da variedade linguística que representavam. Apesar de precária, o trabalho de classificação inicial de missionários constitui em únicas informações de línguas já extintas, bem como permitiram análises comparativas que servira de base para classificações iniciais das nossas línguas. Embora não tenha se estabelecido uma Linguística Indígena no campo da Antropologia, as fases iniciais de implantação da Linguística, os estudos das línguas estavam ligados a museus, vinculados a setores da Antropologia. A primeira instituição especificamente linguística no Brasil foi o setor Linguístico do Museu Nacional. Linguistas pioneiros receberam apoio dos antropólogos, bem como por intermediação dos antropólogos, o SIL se estabeleceu no Brasil. Progressivamente, na medida em que a Linguística se institucionalizou nas Universidade, passou a se integrar à área de Letras e foi se desvinculando da Antropologia. Para se delinear um campo de estudo específico voltado para as línguas indígenas, a influência da Antropologia foi determinante, pois a ênfase do pouco que existia em termos de formação era relacionada às línguas clássicas e línguas literárias modernas. Línguas indígenas e minoritárias eram solenemente ignoradas, sob o mito do Brasil enquanto país monolinguista. Dado que no início do estabelecimento do SIL, houve grande apoio no meio antropológico, a expectativa é que fossem descritas as línguas indígenas, salvando-as para a posteridade, dado o cenário de pressão e impacto do crescente contato com a língua majoritária. De maneira geral esse distanciamento se dá no próprio âmbito da Linguística Brasileira, área onde a Linguística Indígena não se integra de modo satisfatório, nem nas iniciativas próprias na área da Antropologia De toda forma, podemos afirmar que apesar da percepção de distanciamento atual, a Antropologia foi determinante para o desenvolvimento da Linguística no Brasil

3) Com base em sua leitura de Seki e Rodrigues, aponte quais eram os principais métodos usados por linguistas em décadas passadas para obtenção de dados junto às comunidades indígenas. Isso tem mudado recentemente ou não? Justifique sua resposta.

Segundo Rodrigues, as gramáticas e descrições feitos por missionários no passado, precederam a uma atitude científica com relação às línguas. Seki destaca que a língua indígena era focalizada não pelo interesse na língua em si,, mas com vistas a se estabelecer um meio de comunicação com os nativos na perspectiva da promoção catequética. Os autores convergem opiniões quando destacam que as descrições e gramáticas realizadas pelos missionários foram relevantes, embora estivessem submetidas à habilidade de seus autores e feitas a partir das descrições clássicas do grego e do latim. Eram realizados exames da distribuição geográfica das línguas investigadas, bem como sua documentação e descrição. Considerando que as descrições existentes eram limitadas, também ficavam prejudicados os estudos linguísticos comparativos Só no fim do século XIX, as produções começaram a apresentar uma certa objetividade e uma relativa independência da tradição gramatical das línguas europeias. Foram realizadas descrições baseadas em textos nativos, mesmo que sem muita preocupação de se formular regras para eventual aprendizado prático. Realização de agrupamentos linguísticos baseado em aspectos geográficos dada a limitação da documentação linguística para suportar tais classificações Realização de listas de palavras é em muitos casos, a única informação disponível de línguas extintas na atualidade. Comparações e classificações linguísticas realizados com base em muita ousadia e habilidade pessoal. Pesquisadores do SIL estabeleciam o modo de trabalho linguístico associado a permanência prolongada em campo Do ponto de vista da linguística descritiva, além da busca pela objetividade do registro, da adoção de um informante determinado, prezava-se pela isenção, sem imposição de idéias contidas nas línguas ocidentais. Podemos afirmar que tal situação tem se modificado recentemente, mesmo considerando que também é recente a Linguística no Brasil. Já se aponta a necessidade de se aprofundar o parentesco das línguas, a diferenciação de dialetos, a história evolutiva da estrutura fonológica, dentre outros aspectos. Segundo SEKI, os estudos consistiam, via de regra, em listas lexicais, sendo raros outras descrições. Pode-se afirmar que há uma percepção de mudança nas ênfases metodológicas e intencionalidade da Linguística junto aos povos nativos. Atualmente, aspectos fonológicos e gramaticais, acrescidos de aspectos semânticos, pragmáticos ou discursivos, buscam superar a fragmentação e superficialidade.

Buscando superar a ênfase na dominação linguística e catequética na experiência relacionada a descrição de línguas indígenas, hoje a Linguística está centrada na Produção com e para Indígenas, no desenvolvimento de Programas de Formação de Professores Indígenas, além de Pesquisas de Cooperação Internacional sem viés missionário. Além de informante e mediador, os nativos são partícipes. Linhas de Pesquisa etnolinguísticas e trabalhos voltados para a educação escolar indígena, além de ações de Documentação, Descrição e Comparação de famílias linguísticas dizem da diversidade e da complexidade do alcance deste trabalho. Complexidade de abordagens que enfatizam além das ênfases descritivas de pesquisas, as investigações fonético-acústicas, histórico-comparativas, tipológicas, sócio e etnolinguistica, dentre outros. Para além da descrição em si, está colocada a importância da compreensão da cultura indígena e a pesquisa das línguas indígenas e possibilidade de intercâmbios envolvendo comunidades indígenas, universidades e escolas A elaboração de descrições de boa qualidade, demandam uma terminologia acessível, além de dados confiáveis e abrangentes das línguas indígenas. Para além do desenvolvimento da Linguística, há especial interesse em a atender as demandas de comunidades indígenas quanto à documentação de suas línguas e culturas, dando visibilidade a essa temática nos meios científicos, envolvendo os falantes na investigação de suas línguas.

4) Eleja um caso de variação fonética no português e explique por que os fones em variação são um exemplo de alofonia.

Dependendo da região brasileira o fonema /t/ realiza-se de formas distintas: [t] ou [tʃ] . Apesar disso, os fones em variação são um exemplo de alofonia pois não alteram o sentido de uma palavra. Exemplo disso está na escrita fonética da palavra “tia” : ['tʃiɐ] ou ['tiɐ]

5) Dê exemplos de cada um dos sintagmas abaixo. Justifique por que o exemplo dado corresponde ao sintagma em questão. a) um sintagma verbal; Ele chegou atrasado. O exemplo acima se trata de um sintagma verbal pois o núcleo do mesmo é um verbo, sendo este determinado pelo pronome Ele e modificado pelo advérbio atrasado.

b) um sintagma nominal; As aves de rapina. O sintagma acima é classificado como nominal devido seu núcleo ser constituído por um substantivo. c) um sintagma preposicional; Todos se conheceram pela brincandeira proposta. O exemplo acima é um sintagma preposicional pois é formado pela locução prepositiva “pela brincadeira proposta”. d) um sintagma adjetival A discussão foi intensa. Nesse exemplo o sintagma que representa o predicativo do sujeito – “intensa” – é adjetival pois seu núcleo é um adjetivo.

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