A IMPORTÂNCIA DO CICLO FINANCEIRO PARA A SUSTENTABILIDADE DAS EMPRESAS Carlos Roberto Danker Prof.Carlo Enrico Bressiani Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Processos Gerenciais (EMD1271) – Gestão Financeira 05/09/08 RESUMO A administração financeira de uma empresa, como todos os departamentos empresariais existentes, é exercida por pessoas ou grupos de pessoas que podem ter diferentes denominações, como: vicepresidente de finanças, diretor financeiro, controller e gerente financeiro. O administrador financeiro contribui consideravelmente com os conhecimentos técnicos que conduzem de forma harmônica as atividades e operações existentes em função do negocio da empresa. O mesmo apenas contribui, visto não ser de sua competência determinar como tais atividades e operações devem ser conduzidas. Diz ainda que, há muitas áreas de estudos e um grande número de oportunidades de carreira nesse campo. Pode ser também definida como um conjunto de conceitos que ajudam a organizar o pensamento das pessoas e organizações assim como também poderá ser um conjunto de modelos quantitativos para ajudar as famílias e as empresas a tomarem decisões, avaliar alternativas e implementá-las. Palavras-chave: Financeiro; Conjunto; Atividades.
1 INTRODUÇÃO
A função financeira nas empresas resume-se em transformação dos dados financeiros, de forma que possam ser utilizados para monitorar a situação financeira da empresa; avaliação da necessidade de se aumentar ou reduzir a capacidade produtiva e; determinação de aumentos ou reduções dos financiamentos requeridos (ARTHUR, 1994). Neste trabalho abordarei a gestão financeira, que é um complexo conjunto de ações e procedimentos administrativos que envolvem o planejamento, a análise e o controle das atividades financeiras da empresa. O objetivo da gestão financeira é melhorar os resultados apresentados pela empresa e aumentar o valor do patrimônio por meio da geração de lucro líquido proveniente das atividades operacionais. Uma correta administração financeira permite que se visualize a atual situação da empresa. Registros adequados permitem análises e colaboram com o planejamento para otimizar resultados. A falta da administração financeira adequada, segundo GITMAN, 2002, pode causar os
2 seguintes problemas: •
Não ter as informações corretas sobre saldo do caixa, valor dos estoques das mercadorias, valor das contas a receber e das contas a pagar, volume das despesas fixas e financeiras. Isso ocorre porque não é feito o registro adequado das transações realizadas;
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Não saber se a empresa está tendo lucro ou prejuízo em suas atividades operacionais, porque não é elaborado o demonstrativo de resultados;
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Não calcular corretamente o preço de venda, porque não são conhecidos seus custos e despesas;
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Não conhecer corretamente o volume e a origem dos recebimentos, bem como o volume e o destino dos pagamentos, porque não é elaborado um fluxo de caixa, um controle do movimento diário do caixa;
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Não saber o valor patrimonial da empresa, porque não é elaborado o balanço patrimonial;
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Não saber quanto os sócios retira de pró-labore, porque não é estabelecido um valor fixo para a remuneração dos sócios;
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Não saber administrar corretamente o capital de giro da empresa, porque o ciclo financeiro de suas operações não é conhecido;
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Não fazer análise e planejamento financeiro da empresa, porque não existe um sistema de informações gerenciais (fluxo de caixa, demonstrativo de resultados e balanço patrimonial).
2 DECISÕES DE INVESTIMENTO E FINANCIAMENTO
As decisões de investimentos do administrador financeiro determinam a combinação e o tipo de ativos constantes do balanço patrimonial da empresa. Essa atividade diz respeito ao ativo da empresa. A combinação refere-se ao total de recursos aplicados em ativos circulantes e em ativos permanentes. Estabelecidas essas metas, o administrador financeiro deve fixar e procurar manter alguns níveis de qualidade para cada tipo de ativo circulante. Deve também decidir quais são os melhores ativos permanentes a adquirir, e saber quando os ativos existentes precisam ser modificados, substituídos ou liquidados. A decisão de financiamento relaciona-se com o passivo da empresa e abrange duas áreas.
3 Primeiro, a harmonia entre financiamentos a curto e a longo prazo deve ser estabelecida. Um segundo ponto é que fontes individuais de financiamento, a curto ou longo prazo, são as melhores, em um dado instante. Muitas dessas decisões são ditadas pela necessidade, mas algumas requerem uma profunda análise dos financiamentos que estão acessíveis à empresa, seus custos e suas implicações a longo prazo. O administrador financeiro contribui consideravelmente com os conhecimentos técnicos que conduzem de forma harmônica as atividades e operações existentes em função do negocio da empresa. O mesmo apenas "contribui", visto não ser de sua competência determinar como tais atividades e operações devem ser conduzidas. Pois, como qualquer outro profissional da área financeira, possui um suporte técnico de profissionais altamente qualificados em tesouraria e controladoria. Os responsáveis por essas duas áreas, denominados tesoureiro ou gerente financeiro e controller ou contador, são de extrema importância ao administrador financeiro, visto que são os responsáveis em fornecer relatórios periódicos necessários ao desenvolvimento das atividades financeiras da empresa. O tesoureiro é responsável pelo planejamento, controle e movimentação de recursos financeiros e o controller é responsável pelo planejamento, controle e analise das operações e investimentos. Ambos fornecem ao administrador financeiro o suporte necessário para a tomada de decisões. O administrador financeiro, como já vimos anteriormente, possui três atribuições básicas, que são a análise e planejamento financeiro; tomada de decisões de investimentos e a tomada de decisões de financiamentos. Não só como atribuições podem se caracterizar pontos acima mencionados, mas também podem ser considerados como áreas de decisões do administrador financeiro. As atividades financeiras e contábeis de uma empresa estão, geralmente, sob o comando do vice-presidente financeiro. Essas funções estão relacionadas e em geral se superpõem. A administração financeira e a contabilidade nem sempre se distinguem facilmente. Em pequenas empresas, o controller freqüentemente assume a função financeira e em grandes empresas. No entanto, há duas diferenças básicas entre finanças e contabilidade: a ênfase no fluxo de caixa e na tomada de decisões.
Existem métodos que definem a margem de lucro, o capital de giro necessário e outras informações
essenciais
para
uma
boa
administração.
Muitos empreendedores dedicam grande energia às atividades cotidianas da empresa, relacionadas à compra, à venda, à logística e à reposição de estoques. Porém, não têm as informações necessárias para analisar o desempenho do negócio. O texto tem fórmulas simples que auxiliam no correto dimensionamento financeiro, evidenciando se a empresa é ou não rentável, qual o prazo necessário para a recuperação do investimento e outras informações de importância gerencial. Muitos empreendedores têm dúvidas quanto à rentabilidade de sua empresa, isso é, se ela é ou não lucrativa. Para que uma empresa seja considerada lucrativa, é preciso que apresente uma rentabilidade
4 compatível com o risco inerente ao negócio, e que seu lucro líquido remunere o capital investido Investimento é todo o capital aplicado na empresa, como o capital social inicial, os aumentos (aportes) de capital e os lucros reinvestidos no empreendimento. Para saber a taxa de rentabilidade do investimento, basta dividir o lucro líquido pelo investimento. Assim, se uma empresa tem um lucro líquido mensal de R$ 2.000,00 e contou com investimento de R$ 80.000,00, sua taxa de rentabilidade é de 2,5 % ao mês.
2.1 Ênfases no Fluxo de Caixa A principal função do contador é captar e oferecer informações para a medição do desempenho empresarial, avaliar sua posição financeira e pagar impostos. Tendo como base alguns princípio e convenções contábeis padronizados e geralmente aceitos, o contador prepara as demonstrações financeiras, que reconhecem as receitas no momento da venda e as despesas, quando incorridas. Esta forma de reconhecimento das despesas e receitas denomina-se princípio da competência. O administrador financeiro, por outro lado, enfatiza o fluxo de caixa, ou seja, entradas e saídas de dinheiro. As despesas são enfatizadas quando pagas (o numerário sai da empresa) e as receitas quando recebidas (o numerário entra na empresa). Ele mantém o grau de solvência da empresa, analisando e planejando o fluxo de caixa para satisfazer as obrigações e adquirir os ativos necessários ao cumprimento das obrigações e dos objetivos empresariais. O contador se dedica basicamente à coleta e apresentação de dados financeiros, com o intuito de prover o administrador com dados consistentes que sejam desenvolvidos e interpretados com facilidade sobre operações passadas, presentes e futuras da empresa. O Administrador Financeiro, por sua vez, avalia as demonstrações do contador, desenvolve dados adicionais e toma decisões com base em análises subseqüentes.
3 BALANCED SCORECARD O BSC é uma abordagem que suporta a implementação da estratégia e a monitorizarão da sua execução a todos os níveis da organização. O BSC garante o alinhamento das ações das diferentes áreas organizacionais em torno do entendimento comum dos objetivos estratégicos e das metas a atingir, integrando indicadores financeiros e não financeiros - Cliente, Processos Internos e Inovação, garantem também uma perspectiva abrangente do desempenho das áreas críticas do negócio. Através do BSC, a alta direção dispõe de uma visão compreensiva e integrada do desempenho
5 e de um processo contínuo de avaliação e atualização da estratégia da empresa. Para KAPLAN e NORTON (1997), O Balance Scorecard é basicamente um mecanismo para a implementação da estratégia, não para sua formulação [...] ele oferecerá um mecanismo valioso para a tradução dessa estratégia em objetivos, medidas e metas específicas. O BSC, a partir de uma visão integrada e balanceada da organização, tem por objetivo descrever, implementar e gerenciar estratégia em todos os níveis de uma empresa através do alinhamento de objetivos, iniciativas e indicadores da estratégia da organização (KAPLAN; NORTON; 1997; p. 8) Os objetivos estratégicos de uma empresa são atingidos quando a diretoria é capaz de difundir uma visão comum e induzir ações relevantes para se atingir o sucesso empresarial. O BSC integra os três grupos de ações que conduzem a este fim: Estratégicas, Operacionais e Organizacionais, estabelecendo um processo estruturado para a criação de medidas adequada e objetiva em todos os níveis, possibilitando a integração entre os grupos de ações e garantindo o alinhamento de toda a organização. Segundo KARPLAN, NORTON (1997; p. 8), este sistema deixa claro que não basta apenas medir a empresa sob uma única ótica, mas, por um conjunto adequado de indicadores que reflitam a empresa de forma dinâmica e principalmente integralizada com suas metas, objetivos e estratégias.
Quadro I: Agentes Contribuintes para se alcançar a Gestão Financeira
6 Fonte: http://wisefin.com.br/home2/uploads/img46fd939017145.jpg 3.1Os benefícios decorrentes da implementação do BSC •
Traduz a estratégia em objetivos e ações concretas;
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Promove o alinhamento dos indicadores com os objetivos estratégicos a todos os níveis organizacionais;
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Proporciona à gestão uma visão sistematizada do desempenho operacional;
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Constitui um processo de avaliação e atualização da estratégia;
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Facilita a comunicação dos objetivos estratégicos
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Permite desenvolver uma cultura de aprendizagem e melhoria contínua;
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Fornece à gerência um controle de dimensões estratégicas;
3.2 Perspectivas Para se criar um BSC que efetivamente traduza as estratégias e missão da empresa em metas e indicadores específicos os gerentes converteram esses elementos da estratégia em quatro perspectivas distintas: financeira, dos clientes, dos processos internos, e do aprendizado e crescimento. Na defesa do modelo por eles proposto, KAPLAN e NORTON (1997), sugerem que, as quatro perspectivas do Balanced Scorecard têm-se revelado adequadas em diversas empresas e setores de mercado. Mas elas devem ser consideradas como um modelo e não como uma camisa de força. Não existe um teorema matemático segundo o qual as quatro perspectivas sejam necessárias e suficientes.
3.3 Perspectiva Financeira As medidas financeiras demonstram as conseqüências econômicas imediatas de ações consumadas. KAPLAN; NORTON (2000; p.128), Os indicadores de desempenho financeiro mostram se a implementação e a execução da estratégia da empresa estão contribuindo para a melhoria dos resultados. Os objetivos financeiros podem diferir consideravelmente em cada fase do ciclo de vida de uma empresa. Estes ciclos citados por KAPLAN; NORTON (1997) e que, depois de fazerem um tratamento especial nos ciclos, vieram a simplificá-los em apenas três fases são: Crescimento, Sustentação e Colheita. Entender esta classificação é fundamental para concepção responsável de um BSC adequado e que venham a estabelecer metas e indicadores coerentes e alinhados com as
7 estratégias.
3.4 Perspectiva dos Clientes É sabido, e muito preconizado, que a missão de muitas empresas hoje é se concentrar nos clientes. Um desejo comum entre as empresas está apontado na declaração da missão, que é: “Ser considerada como a primeira no fornecimento, ou capacidade de agregar valor aos clientes” esta é uma declaração de missão típica. O enquadramento do interesse dos clientes para KAPLAN; NORTON (1997), tende a ser em quatro categorias: prazo, qualidade, desempenho e serviços, e custo. Com medidas distintas para cada uma delas. Assim, para KAPLAN; NORTON (1997), a dependência em relação aos clientes para a elaboração e definição de alguns indicadores de desempenho obriga a empresa a encarar com muita seriedade o seu desempenho através dos olhos dos clientes.
3.5 Perspectiva Interna da Empresa: em que devemos ser excelentes As atividades internas devem estar direcionadas para o atendimento voltado para os clientes. Afinal, o desempenho excelente do ponto de vista do cliente decorre de processos, decisões e ações em todo o âmbito da organização. A afirmação de Kaplan; NORTON (1997; p. 98), de que “No Balanced Scorecard, os objetivos e medidas para a perspectiva; dos processos internos derivam de estratégias explícitas voltadas para o atendimento às expectativas dos acionistas e clientes-alvo”
3.6 Perspectiva de Inovação e Aprendizado A quarta e última perspectiva do BSC está relacionada com o desenvolvimento dos objetivos e medidas para orientar o aprendizado e o crescimento organizacional. A capacidade de lançar novos produtos, agregar mais valor para os clientes e melhorar continuamente a sua eficiência operacional faz com que a empresa seja capaz de ingressar em novos mercados e de aumentar suas receitas e margens - em suma, crescer e então aumentar o valor para os acionistas. A inter-relação entre as perspectivas não é determinada de forma aleatória, mas sim com base em relações de causa-e-efeito. A importância dessas relações é enfatizada por KARPLAN e NORTON (1997), ao relatarem que:
8 “A ênfase na construção de relações de causa e efeito no Scorecard gera um raciocínio sistêmico dinâmico, permitindo que os indivíduos nos diversos setores da organização compreendam como as peças se encaixam como o seu papel influencia o papel de outras pessoas, além de facilitar a definição dos vetores de desempenho e as iniciativas correlatas que não apenas medem a mudança, como também a alimentam”.
8 CONCLUSÃO
Pudemos ver com esse trabalho que, a função financeira nas empresas resume-se em transformação dos dados financeiros, de forma que possam ser utilizados para monitorar a situação financeira da empresa; avaliação da necessidade de se aumentar ou reduzir a capacidade produtiva e; determinação de aumentos ou reduções dos financiamentos requeridos. O administrador financeiro contribui consideravelmente com os conhecimentos técnicos que conduzem de forma harmônica as atividades e operações existentes em função do negocio da empresa. O administrador financeiro enfatiza o fluxo de caixa, ou seja, entradas e saídas de dinheiro. As despesas são enfatizadas quando pagas (o numerário sai da empresa) e as receitas quando recebidas (o numerário entra na empresa). Ele mantém o grau de solvência da empresa, analisando e planejando o fluxo de caixa para satisfazer as obrigações e adquirir os ativos necessários ao cumprimento das obrigações e dos objetivos empresariais. Pudemos ver também que, O BALANCED SCORECARD é uma abordagem que suporta a implementação da estratégia e a monitorizarão da sua execução a todos os níveis da organização. O BSC garante o alinhamento das ações das diferentes áreas organizacionais em torno do entendimento comum dos objetivos estratégicos e das metas a atingir, integrando indicadores financeiros e não financeiros - Cliente, Processos Internos e Inovação, garantem também uma perspectiva abrangente do desempenho das áreas críticas do negócio.
9 REFERÊNCIAS
ARTHUR, Andersen. Normas e Práticas Contábeis no Brasil. 2ª Edição. São Paulo: Editora Atlas, 1994. CHIAVENATO, Idalberto – Introdução à Teoria da Administração – 6ª ed., São Paulo, Campus: 2000;
9 GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 7ª Edição. Editora Harbra. São Paulo, 2002. HOJI, Masakazu. Administração Financeira – Uma Abordagem Prática. 5ª Edição. São Paulo: Editora Atlas, 2004. KAPLAN, Robert S.; NORTON, David P. A estratégia em ação: Balanced Scorecard. 7.ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997. KAPLAN, Robert S.; NORTON, David P. Organização orientada para a estratégia: como as empresas que adotam o balanced scorecard prosperam no novo ambiente de negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2000.