Patologia

  • April 2020
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Aula 1 Linguagem básica de Patologia Saúde = Estado no qual o indivíduo vive em completa harmonia com o meio ambiente. Doença = Manifestação de inadaptação fisiológica que reflecte desvios do padrão normal do âmbito anatómico, fisiológico ou bioquímico. Lesão = Alteração da estrutura e morfologia associada a estado de doença num indivíduo macroscópica, microscópica ou ultraestrutural. Etiologia = Causa da doença. Sintomas clínicos = Evidência funcional da doença que pode ser determinada subjectivamente e/ou pelo próprio dono do doente. Sinais clínicos = Evidência funcional da doença que pode ser determinada objectivamente ou pelo observador. Prognóstico = Resultado final da doença num indivíduo vivo. Diagnóstico = Determinação da natureza da doença expressa de maneira concreta. Patogénese = Desenvolvimento progressivo (sequência de acontecimentos) de uma doença desde o seu ponto inicial até a conclusão final (recuperação ou morte). Necrópsia = Exame macroscópico do cadáver do animal através da dissecção sistemática de modo a avaliar qualquer alteração anormal (lesão) presente. Morte somática = Morte do corpo inteiro; paragem de todas as funções orgânicas. Alterações post mortem = Morte celular que acompanha ou ocorre após a morte somática. Alterações ante mortem = Alterações que ocorrem em células, tecidos e orgãos num indivíduo vivo antes da morte somática. Epizootologia = Ciência que estuda epidemias em animais (ocorrência e disseminação de doenças em relação ao local geográfico, estação do ano, espécie, raça, idade, sexo, etc.). Morbilidade = Ocorrência de doença em relação ao número de animais expostos (razão doente/saudável). Mortalidade = Número de animais mortos em resultado da doença.

Caracterização da doença Etiologia – causa Front_Line 1

Patogenia – mecanismo Manifestações – alterações patológicas e clínicas Complicações e sequelas – efeitos secundários Prognóstico – previsão Epidemiologia – incidência

Causa da doença Factores do hospedeiro ou genéticos - Polimorfismos, Sexo, Raça. Factores ambientais - Agentes infecciosos, Agentes químicos, Agentes físicos.

Patogenia da doença Mecanismo através do qual a causa opera para produzir as manifestações clínicas e patológicas. Inflamação = Resposta a agentes que causam lesão tecidular. Reacção auto-imune, efeitos indesejáveis do sistema imune contra o próprio. Degenerescência = Alteração de células ou tecidos em resposta a diversos agentes ou falha na sua adaptação. Neoplasia = Mecanismo pelo qual agente causadores de cancro levam ao desenvolvimento de neoplasias.

Manifestações patológicas e clínicas Através da via patogénica o agente etiológico actua produzindo manifestações de doença, que originam sinais e sintomas clínicos (ex. emagrecimento e dispneia) e as características patológicas ou lesão (ex. carcinoma do pulmão) que os originam.

Complicações e sequelas As doenças podem ter efeitos prolongados, secundários ou distantes.

Prognóstico Front_Line 2

Previsão da evolução provável da doença baseada em achados clínicos e patológicos.

Patogenia da doença Congénitas – Genéticas e Não genéticas. Adquiridas – Inflamatórias, Vasculares, Alterações do crescimento, Alterações metabólicas e degenerativas.

Postulado de Kock Causa de doença não é sempre óbvia e directa - Postulado de Kock 1882 1) A presença de um agente deve sempre ser comprovada e isolada em cultura pura. 2)

O agente não poderá ser encontrado em casos de outras doenças.

3)

Uma vez isolado, o agente deve ser capaz de reproduzir a doença (inoculação em animais experimentais).

4)

O mesmo agente deve poder ser recuperado desses animais experimentalmente infectados e de novo isolado em cultura pura.

Classes de doenças Hereditária, Vascular, Congénita, Metabólica, Traumática,Nutricional, Física, Psicológica, Química, Iatrogénica, Infecciosa, Tumoral, Inflamatória, Idiopática. Doenças congénitas o Nem todas anomalias do recém-nascido têm origem em alterações genéticas. •

Feto susceptível a factores vários.



Anomalias em resultado de: Doenças infecciosas, Má nutrição

Doenças Infecciosas Natureza do agente patogénico: Priões, Vírus e Bactérias, Nanobactérias, Clamidia, Rickettsia e Micoplasma, Fungos e Algas, Protozoários e Metazoários.  Priões “Proteinaceous infeccious particles” - Stanley Prusiner, Nobel 1997 •

Proteínas que afectam outras proteínas do hospedeiro alterando a sua função. Front_Line 3



Doenças neuro degenerativas ex. Scrapie, Kuru, BSE. o Fatais deprimem a resposta imune. o Método tradicional de combate a agentes patogénicos não aplicável. o Problema no que respeita a “Cross species transmission”.

 Vírus o Não se movem ou replicam fora do hospedeiro, utilizam maquinaria celular. o Mecanismos transmissão: aerossois, via feco/oral, insectos, transmissão vertical. o Mutam para escapar vigilância sistema imune. o Neoplasias. o Inclusões (Papiloma virus, esgana).  Bactérias o

Reconhecimento em exsudados e/ou tecidos

o

Cultura em meios especificos

o

PCR, sequenciação

 Nanobactérias o

Ligeiramente maiores que vírus.

o

Utilização de cálcio e fósforo para protecção.

o

Responsáveis pela formação de cálculos renais.

o

Presentes em 80% do soro de bovino.

 Clamidia, Rickettsia, Micoplasma o

Bactérias

o

Clamidia (ap. Respiratório e genital, intracelular, epitélios) – psitacose aviária.

o

Rickettsia (parasita intracelular, transmissão por artrópodes), zoonoses (Rickettsia rickettsii), febre equina.

o

Micoplasma (s/ parede celular, ap. Respiratório, genital, digestivo e gl. Mamária de bovinos) - Pleuropneumonia contagiosa bovina.

 Fungos o

Eucariotas, vivem livres no meio ambiente. Front_Line 4

o

Oportunistas (debilitação conteúdo em glucose elevado, antibioterapia – Candida).

o

Dermatrópico (ring worm) ou sistémico (Aspergillus).

o

Micose sistémica (doença geográfica – Blastomyces).

 Algas o

Oportunistas nos animais – Prototheca

o

Mamite bovina e infecção sistémica e/ou local em carnívoros.

 Protozoários e Metazoários o

Parasitas eucariotas intracelulares ou luminais

o

Transmissão por ingestão ou através de insectos

o

Resposta inflamatória forte a ligeira

o

Alguns são zoonóticos (Toxoplasma, Cryptosporidium, Echinoccocus)

 Toxinas o

Maioria entrada por via intestinal, algumas por inalação

o

Toxinas essenciais à disseminação bacteriana – exotoxinas

o

Fígado é o primeiro local de lesão - Algumas sofrem biotranformação neste orgão – citocromo P-450 e Aflotoxina na truta - hepatocarcinoma.

Doenças Físicas o Trauma – Atropelamento o Calor – Golpe de calor (Verão) o Frio – Hipotermia recém-nascidos o Radiações

Doenças metabólicas o

Metabolismo dos lípidos - Sindrome fígado gordo gatos - Lipidose Hepática gatos, carneiros, poldro Shetland e cavalo miniatura Front_Line 5

o

Desequilíbrio nutricional - Deficiência em vitamina A dos gatos - Deficiência em ferro dos leitões

o

Desequilíbrio hormonal e sindrome paraneoplásico

o

Deficiência em proteínas - Diminuição da produção de anticorpos - Depressão do complemento - Depressão do sistema imune

Doenças idiopáticas o

Doenças cuja causa não é conhecida e não foram reproduzidas experimentalmente são consideradas idiopáticas. •

Hepatite crónica progressiva no cão - No homem é induzida por vírus.



Pancreatite aguda necrosante - Sabe-se cadelas meia-idade, gordas, dieta elevada em gordura. - Desconhece-se porque é activada a tripsina pancreática.

Doenças iatrogénicas o

Doenças causadas na sequência de uma intervenção clínica. Injecção na jugular – inoculação bactérias. Cateter – lesão das válvulas, endocardite bacteriana, embolia sépticado rim (abcesso e/ou enfarte renal). Associação de ivermectina (desparasitante) e Clomicalm (ansiolítico) causa efeitos neurológicos adversos (ataxia e tremores) em cães. Baytril associado a casos de cegueira em gatos. Fibrossarcoma pós-vacinal do gato.

Front_Line 6

Aula 2 Adaptação celular Conceito de normalidade = célula normal e limites de adaptação importantes no estudo de outros desvios que ocorrem na doença ou morte celular. Princípio importante uma vez que a célula é o denominador de toda a matéria viva. Constituintes da célula = água, iões, proteínas, lípidos e carbohidratos. Função e estrutura célula normal = Membrana celular, Glicocálice, Núcleo, Mitocôndrias, Retículo endoplasmático, Aparelho de Golgi, Lisossomas, Peroxissoma, Citoesqueleto, Microtubulos, Filamentos citoplasmáticos . Homeostasia = Manutenção das condições essenciais e compatíveis com a função e sobrevivência da célula. Inclui: Resistência à mudança e Mecanismo que mantém condições constantes ou dentro dos valores limites de algumas das suas variáveis. Adaptação celular = A exposição prolongada das células a estímulos normais, adversos ou exacerbados induz vários tipos de adaptações ao nível das células, tecidos ou órgãos. •

A célula sofre adaptação dentro de limites fisiológicos.



A célula pode responder produzindo proteínas de “stress” protegendo-a da lesão e ajudando-a a recuperar.



Uma célula que sofreu lesão (doente) apresenta alterações associadas à sua morfologia e função atingindo: membrana celular, mitocôndrias, retículo endoplasmático e lisossomas. O núcleo sofre alterações imperceptíveis (alterações ultraestruturais).



É um processo normalmente reversível



Poderá ser irreversível, no caso de perda celular (Ex: osteoporose, enfarte)



Aumento de função – hiperplasia e hipertrofia.



Diminuição de função – atrofia.



Diferenciação celular - metaplasia

Alterações funcionais da célula

Alterações morfológicas

Homeostasia 2 = Capacidade da célula estabelecer novos níveis metabólicos e/ou actividade funcional, em face a um estimulo, sem pôr em causa a sua própria vida. •

Atrofia (cérebro, timo, músculo, supra-renal)



Hipertrofia (ventrículo esquerdo, músculo, fígado) Front_Line 7



Hiperplasia (endométrio, calo, glândula mamária)



Metaplasia (epitélio colunar brônquico, metaplasia escamosa da bexiga. )



Hipoplasia – crescimento incompleto ou parcial.



Agenesia – Falta completa do desenvolvimento de um órgão.

Célula em adaptação não está num estado normal nem apresenta sinais de lesão! •

Resposta adaptativa  Tecido (tipo celular e susceptibilidade)  Agente (dose, duração e mecanismo)

Doença = Incapacidade de adaptação. Níveis de detecção de doença = Animal no seu todo, A nível orgânico e Nível molecular.

Lesão Celular Lesão celular: 1os acontecimentos: Bioquímicos e Moleculares 2os acontecimentos: Morfológicos (lesão celular). Lesão não letal: •

Incapacidade normal).

funcional

temporária

(mecanismo

homeostático



Alteração estrutural com incapacidade funcional permanente (neurónios e miócitos cardíacos).



Alterações do DNA conduzindo a alteração hereditária do fenótipo celular (mutação)

O processo doença é composto por mecanismos que interactuam e evoluem continuamente. Alterações destrutivas: •

Incisão (corte)



Abrasivo (lesão de fricção)



Escoriação (lesão de fricção)



Laceração (lesão por extensão)



Contusão (lesão por extensão profunda) Front_Line 8



Fractura (lesão por extensão do osso)



Constrição ou dilatação



Ruptura

Alterações degenerativas: Degenerescência: Hidrópica, Gorda, Hialina, Fibrinóide. Necrose : Coagulação, Liquefacção, Caseosa, Gorda. Mineralização: Metastática e Distrófica Alterações inflamatórias: Aguda, Subaguda, Granulomatosa , Focal, Multifocal , Difusa.

Crónica,

Supurativa,

Non-supurativa,

Alterações vasculares: Hiperémia, Congestão, Edema, Trombose, Isquemia, Hemorragia. Alterações do crescimento e diferenciação: Atrofia, Hipertrofia, Aplasia, Hipoplasia, Hiperplasia, Metaplasia, Neoplasia. Alterações do desenvolvimento: Alterações congénitas.

Causas de lesão celular  Podem ser inúmeras e variadas. 

Agentes infecciosos: virus, bactérias, fungos, parasitas.



Agentes químicos e físicos: calor, frio, radiação, trauma.



Podem existir milhares de agentes etiológicos individuais e o organismo não reage independentemente a cada um deles.

Anomalias genéticas: Autossómicas, Ligadas ao sexo, Dominantes, Recessivas, Poligénicas. Lesões físicas: Trauma, Obstrução, Pressão, Radiações ionizantes, Vibrações ultrasónicas, Radiações UV. Lesões térmicas: Calor (> +5ºC) (Superficial, Profunda, Corrente eléctrica, Microondas) Frio (<-15ºC) etc. Lesões químicas: Exógenas (Toxinas, Venenos, Drogas, Substâncias alimentares) e Endógenas (Metabolitos, Citolitícas ou substâncias inibidoras (AgAb+complemento), Radicais livres, Oxidantes etc). Alterações metabólicas: Desequilibro hormonal, Alterações enzimáticas, Alterações membranares, Alterações de proteínas estruturais etc. Front_Line 9

Lesões infecciosas: Bacterianas, Fúngicas, Víricas, Protozoárias, Parasitárias, Micoplasmicas. Alterações nutricionais: Subnutrição, Sobrenutrição, Desequilibro nutricional, Deficiências nutricionais.

Alterações citoplasmáticas •

Alterações do volume (elementos da estrutura subcelular).



Alterações estruturais qualitativas (anormalidade morfológica dos organelos)



Inclusões anormais (nucleares ou citoplasmáticas, endógenas ou exógenas, composição especifica ou inespecífica)

Inclusões anormais •

Endógenas (Produto final do catabolismo celular; lípidos; proteínas; secreções; lisossomas) (ex: bilirrubina)



Exógenas (corpo estranho rico em minerais; agentes infecciosos; restos celulares)

Manifestações sistémicas de lesão celular Febre, Fadiga, Falta de bem-estar, Falta de apetite, Leucocitose, Dor, Ritmo cardíaco, Enzimas serológicas.

Front_Line 10

Aula 3 Acumulação intracelular A acumulação de montantes anormais de diversas substâncias é uma manifestação celular de alteração metabólica. •

Acumulação transitória ou permanente.



Sem consequência para a célula.



Causa diferentes graus de lesão.



Acumulação citoplasmática (lisossomas) ou nuclear.



Produção da própria célula ou externa.

Substância normal endógena (esteatose). Substância normal ou anormal endógena não metabolizada (alteração genética → doença de armazenamento). Substância exógena anormal que se deposita ou acumula devido à falta de maquinaria enzimática para transporte ou degradação (carvão e sílica). Lipídos (Esteatose, macrófagos) Glicogénio (glicose ou glicogénio - PAS) - Glicogenose Proteínas (Corpos de Russell) Pigmentos (endógenos ou exógenos) Lípidos - Alteração metabolismo •

Esteatose (toxinas, má nutrição, diabetes, obesidade e anoxia)



Colesterol ou esteres de colesterol (células fagocitárias – células espumosas, xantomas) Esteatose ou degenerescência gorda

Front_Line 11

Esteatose - rim

Esteatose - Fígado

Acumulação hepática triglicerídeos Causas: 

Alcoól – alteração da função da mitocondria e dos microssomas.



CCl4 e má nutrição proteica - ⇓ apoproteína.



Anoxia – inibição da oxidação dos ác. gordos.



Fome - ⇑ recrutamento das gorduras ⇓ síntese de triglicerideos

Lipidose hepática – aspecto macroscópico

Lipidose hepática – aspecto microscópico

Lipidose hepática – Salmonídeos Causa: Dieta à base de ácidos gordos poli-insaturados juntamente com montantes inadequados de anti-oxidantes (vit. E). Sinais clínicos: Apetite reduzido e aumento da mortalidade. Anemia (brânquias pálidas e ascite); perda de escamas e necrose das barbatanas. Aspecto macroscópico: fígado amarelo-alaranjado e friável.

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Lipomatose – acumulação estromal de gordura •

Mecanismo diferente acumulações descritas.

das



Acumulação de gordura no tecido conjuntivo estromal (coração e pâncreas).



Não interfere com a função dos órgãos.

Substituição do tecido muscular por tecido adiposo

Músculo esquelético - Lipomatose – acumulação estromal de gordura

Alteração metabolismo do colesterol •

Aterosclerose (cél. musculares e macrófagos).



Xantomas (hiperlipidémia adquirida ou herdada - tecido conjuntivo subepidérmico e tendões).



Inflamação e necrose (macrófagos).



Colesterolosis (macrófagos na lâmina própria da vesicula biliar).

Fendas de colesterol - Gl. Mamária 1

Fendas de colesterol - Gl. Mamária 2

Fendas de colesterol rodeadas por reacção inflamatória exuberante (células mononucleares, células gigantes tipo corpo estranho – Granuloma de colesterol ou colesterínico)

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Proteína - Alteração metabolismo Alterações microscópicas menos evidentes que as dos lípidos. •

Reabsorção nos tubúlos renais proximais (proteinúria , pinocitose. fagolisosoma).



Imunoglobulina nos plasmócitos (RER, Corpos de Russel).



Alfa1-antitripsina nos hepatócitos (RE).

Gotas hialinas Rim - Gotas hialinas – cilindros hialinos

Almofada Plantar - Corpos de Russel

Glicogénio Alterações no metabolismo da glucose ou glicogénio •

Diabetes (glucose) –rim, fígado, músculo cardíaco .



Glicogenoses –Incapacidade de metabolizar formas normais ou anormais de glicogénio

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Fígado - Coloração PAS positiva (material de cor magenta no citoplasma).Vacúolos negativos ao PAS – lípidos ou água

Glicogenose hepática armazenamento



doença

de

Acumulação intracelular pigmento Substâncias normais ou anormais que se depositam nas células. Pigmentações Exógenas: Silicose, asbesto, cortiça; Antracose; Parasitários. Pigmentações Endógenas: Melanina; Pigmentos hemáticos; Pigmentos lipogénicos.

Pulmão - Pigmentações exógenas – silicose: Severa condensação dos capilares e presença de grande quantidade de material cristalino (luz polarizada), refringente nos capilares aéreos.

Pulmão - Pigmentações exógenas – Corpos de asbestos: Corpos de asbesto revestidos de hemossiderina.

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Pulmão - Pigmentações exógenas – antracose:

Pigmentações exógenas – antracose

Agregados de macrófagos em posição peribronquiolar, com abundante pigmento granular, negro, refringente carvão

Pulmão e Medula espinhal Pigmentações endógenas – Melanina

Pulmão - Pigmentações endógenas – Melanina: MELANOSE MACULOSA – Células grandes (leanócitos e malanófagos) com pigmento granular castanho escuro (melanina) dispersas no tecido conjuntivo dos septos alveolares e em posição peribronquiolar

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Pigmentações endógenas – Melanina: aspecto macroscópico

Pigmentações endógenas – Melanina: Aspecto microscópico

Pigmentações endógenas – Pigmentos hemáticos •

Pigmentos derivados do metabolismo da hemoglobina.



Alguns são compostos fisiológicos (hemossiderina e bilirrubina) - acumulam por excesso.



Pigmentos hemáticos - meta-hemoglobina e hematinas (parasitas protozoários e metazoários) acumulação anormal.

Fígado - Intoxicação por cobre – pigmento citoplasmático, granular, castanho esverdeado. Cora de azul com o Azul da Prússia. – macrofágos Fígado Pigmentações hemáticas – hemossiderina – aspecto microscópico

Fígado - Pigmentações hemáticas – hemossiderina – aspecto macroscópico

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Pigmentações hemáticas biliares

Ovino - Pigmentações endógenas – ICTERÍCIA: Mucosa conjuntiva impregnada de pigmentos biliares de cor amarela característica de icterícia. Intoxicação por cobre

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Aula 4 MORTE CELULAR MECANISMOS DE LESÃO CELULAR

LESÃO IRREVERSÍVEL - NECROSE

NECROSE - ALTERAÇÕES NUCLEARES

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NECROSE ≠ AUTOLISE (POSTMORTEM) - Alterações que ocorrem, nos tecidos, após a morte do animal. NECROSE •

Morte de células ou tecidos, no organismo vivo, independentemente da causa.



O tipo de necrose é determinado pelo tecido afectado e natureza do agente causador.



Causas: Isquemia, Causas metabólicas, Traumatismos.



Mecanismos: Perda progressiva de fosfolípidos de membrana; Anomalias do citoesqueleto; Radicais tóxicos de oxigénio; Produtos resultantes da destruição dos lípidos.



Tipos de necrose: o

Necrose de coagulação

o

Necrose de liquefacção ou coliquação

o

Necrose caseosa

o

Necrose gangrenosa ou gangrena

o

Necrose gorda

o

Necrose fibrinóide

NECROSE ALTERAÇÕES CITOPLASMÁTICAS

Front_Line 20

TIPOS DE NECROSE 1. NECROSE DE COAGULAÇÃO - O tipo mais comum de necrose. As células retêm os seus contornos celulares (fantasmas celulares). Coagulação das proteínas. Paragem da actividade metabólica.

Rim - Necrose de coagulação

Gl. Supra-renal - Necrose de coagulação

2. NECROSE DE LIQUEFACÇÃO - No cérebro, por falta de estroma de sustentação. Reacção glial - formação de cisto.

Renal

Cerebral

Músculo

Fígado

Front_Line 21

Abcesso

Abcesso

Pulmão

3. NECROSE DE CASEIFICAÇÃO - Infecção bacteriana (M. Tuberculosis; Corynebacterium pseudotuberculosis). O tecido morto carece de qualquer estrutura. Coloração histológica revela área eosinofíla, amorfa e com restos nucleares hematoxifílicos.

Bovino - Gânglio linfático – aspecto macroscópico - Focos de necrose de cor amarela e aspecto caseoso, rodeados por áreas de tecido fibroso.

Bovino - Gânglio linfático - Aspecto microscópico - Necrose de caseificação c/ perda de arquitectura tecidular, acidófilia, c/ poucos detritos celulares.

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Fígado

4. NECROSE GANGRENOSA - Necrose isquémica das extremidades, dígitos, ponta das orelhas. Necrose com putrefacção dos tecidos (Clostridium). Tecidos negros - deposição de sulfato de ferro degradação de hemoglobina. Necrose de coagulação - Gangrena húmida (intestino). Necrose de liquefacção - Gangrena seca (extremidades - diabetes; aterosclerose). Gangrena gasosa - bactérias produtoras de gás.

Cão - Intestino delgado - Enfarte hemorrágico causado por volvo do pedículo mesentérico com consequente grangrena húmida ou necrose gangrenosa.Invasão de bactérias saprófitas e putrefactivas

5. NECROSE FIBRINÓIDE - Hipertensão maligna - necrose da parede muscular lisa e lâmina elástica. Extravasamento do plasma - deposição de fibrina.

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6. NECROSE GORDA - Causas: Traumatismo directo do tecido adiposo e libertação extracelular de gordura - resposta inflamatória. Lise enzimática da gordura, devido à libertação de lipases pancreáticas.

Gordura mesentérica - Aspecto macroscópico -

Gordura mesentérica - Aspecto microscópico -

Extensas áreas de cor branca e amarela, consistentes ao corte.

Áreas de calcificação distrófica ou saponificação

NECROSE Diagnóstico/Prognóstico • • •

Doseamento de enzimas celulares, no soro. Fígado – Alanina aminotransferase (ALT) ÷ Creatinaquinase (CK). Músculo - Creatinaquinase (CK),÷ Alanina aminotransferase (ALT).

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Aula 5 Inflamação Estímulos endógenos e exógenos podem causar lesão celular. Capacidade

de induzir

Uma reacção complexa a nível vascular chamada de inflamação. Resposta do hospedeiro (reacção de protecção), mediada por leucócitos, no sentido de eliminar a causa da lesão celular (microrganismos ou toxinas), assim como as células e tecidos necrosados, resultantes da lesão. O sistema imune pode também despoletar uma reacção inflamatória inapropriada na ausência de agente estranho (doença auto-imune). O sistema imune causa por si só lesão celular.

História da inflamação Cornelius Celsos John Hunter Rudolf Virchow

3000 AC 1793 1821-1902

Julius Cohnheim Elie Metchnikoff * Louis Pasteur Robert Koch Paul Ehrlich * Sir Thomas Lewis

1839-1884 1845-1916 1822-1895 1843-1910 1854-1915 Teoria humoral da defesa do hospedeiro (anticorpos) 1927 Substâncias químicas (histamina) produzidas no local são importantes mediadores das alterações vasculares na inflamação = MEDIADORES QUÍMICOS DA INFLAMAÇÃO.

Calor, rubor, tumor, dor Resposta não especifica c/ efeito salutar p/ o doente

Pai da patologia moderna Perda de função Fenómeno vascular Fagocitose Causa microbiana Postulado de Koch

* Prémio Nobel (1908) – factores serológicos (anticorpos) e factores celulares (fagocitose) Front_Line 25

Sinais da inflamação

CALOR

RUBOR

TUMOR

DOR

PERDA DE FUNÇÃO

Gato - Sinais da inflamação

O que é inflamação? • Reacção do tecido vivo vascularizado à agressão local (agente patogénio, célula necrosada, agente irritante); • envolvendo alterações na rede vascular terminal, no sangue e no tecido conjuntivo; • preparada para eliminar o agente causal e • reparar o tecido danificado Na ausência de inflamação, uma ferida ou infecção nunca curará e a destruição progressiva dos tecidos lesados comprometerão a sobrevida do organismo.

Front_Line 26

Inflamação/Mecanismo defesa • Doença granulomatosa crónica – pele, gânglios, pulmão, fígado, TGI, TGU e ossos - no metabolismo oxidativo dos leucócitos – radicais de oxigénio (radicais superoxido). • Sindrome de Chediak-Higashi - homem, morganho Hereford albino, baleia albina e gatos. Doença lisossómica autossómica recessiva – neutropenia e infecção piogénica recorrente, hipopigmentação – infecção bateriana • Deficiência na adesão leucocitária (LAD) – homem, bovinos (BLAD) e cão. Os leucócitos têm uma deficiência num grupo de moléculas de adesão (CD11/CD18 integrinas). Resposta do tecido à lesão

Aumento permeabilidade vascular

Front_Line 27

Formas de inflamação Aguda - Curta duração, exsudados fluídos e proteínas, acumulação redominantemente de neutrófilos. Crónica - Longa duração, influxo de linfócitos e macrófagos, destruição dos tecidos e reparação (proliferação vascular e fibrose). Patogénese da Inflamação

Inflamação aguda • Inflamação e cancro



Fenómenos celulares

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Inflamação aguda é marcada por um aumento de células inflamatórias.



Indicador simples de inflamação aguda é um aumento de linfócitos no sangue periférico.



Aumento de neutrofilos (PMN's).

Fases da inflamação aguda • • •

Alteração no calibre dos vasos (vasodilatação), alteração do fluxo.  Permeabilidade vascular formação de transudados e exsudados. Formação de exsudado celular migração de PMNs para o espaço extracelular

Nomenclatura inflamação Em geral, o processo é descrito através do sufixo -ite, precedido do nome do órgão ou dos tecidos afectados. Subclassificação das inflamações Nefrite intersticial Pielonefrite (A pielonefrite/infecção das vias urinárias superiores - processo infeccioso que envolve os rins, normalmente causada por bactérias que migram até eles, vindas da bexiga. Front_Line 29

• • •

Leptospirose. Nefrite intersticial multifocal e necrose tubular renal Aspecto ponteado do parenquima renal.

Cão - Rim

Classificação morfológica • DURAÇÃO • DISTRIBUIÇÃO • TIPO DE EXSUDADO • ORGÃO OU TECIDO o

Distribuição

o

Exsudado inflamatório

(Ex. Pleurite aguda fibrinosa difusa)

Seroso, Fibrinoso, Supurativo (purulento), Eosinófilo, Hemorrágico, Necrótico, Linfocítico, Proliferativo ou hiperplásico, Granulomatoso. o Classif. Orgão/Tecido • • • • • • •

Fígado - Hepatite Ovário - Ooforite Rim - Nefrite Útero - Metrite Intestino delgado - Enterite Testículo - Orquite Cólon - Colite

• • • • • • •

Olho - Oftalmite Cego - Tiflite Espinal medula - Mielite Pele - Dermatite Osso - Osteomielite Pulmão - Pneumonia, pneumonite Cérebro - Encefalite

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Edema da glote

Suíno - Enterite aguda hemorrágica difusa Infecção bacteriana por organismo semelhante a Campylobacter

Suíno - Pleurite fibrinosa - Aderência fibrinosa nos folhetos da pleura

Cão - Peritonite aguda fibrinopurulenta difusa

Cabra - Pleurite fibrinosa aguda localmente extensiva

Cão - Enterite hemorrágica aguda localmente extensiva

Bovino - Miosite necrosante aguda - Miosite por Clostridium

Cabra - Abomasite micótica aguda multifocal hemorrágica necrosante

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Bovino - Enterite fibronecrótica difusa Enterite por Salmonela

Bovino - Esofagite multifocal erosiva ulcerativa - Vírus da Diarreia Vírica Bovina

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