Paisagens De Outros Mundoo Oficial

  • November 2019
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  • Words: 2,570
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Paisagens de outros mundos O Sistema Solar é a região do espaço sob influência direta da força gravitacional da estrela que chamamos Sol. Nessa região, encontramse nove planetas e seus satélites. Também se encontram asteróides, cometas e meteoritos, além de gás e poeira espacial. Os palnetas do Sistema Solar podem ser divididos em dois grupos, segundo a distância do Sol --- os interiores ( Mercúrio, Vênus, Terra e Marte) e os exteriores (Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão). Os primeiros também são chamados de “planetas terrestres”, pois neles predomina material rochoso, como acontece na Terra. Os segundos são formafos principalmente de gases.

Esse desenho é imperfeito, pois não mostra corretamente os tamanhos dos planetas e as distâncias que os separam. No espaço dessa página não seria possível. O astrônomo Carlos Alberto Gebara explicou muito bem por quê: “Para termos uma idéia de como o Sistema Solar é vazio, espaçoso, imagine que o Sol seja uma esfera de um metro de diâmetro e 100 quilos. Os nove planetas que giram ao seu redor, presos pela ação da gravidade, teriam juntos, a massa de 130 gramas. A Terra seria do tamanho de uma bolinha de gude e estaria a 107 metros de distância do Sol. Também estaria a 40 metros do planeta mais próximo, Vênus, que seria pouco maior que uma ervilha. Plutão, o planeta mais distante, estaria a 3 quilômetros de nós, com o tamanho da metade de um grão de arroz.” (Ulysses, maio 1998, p.7) Conhecemos muito pouco sobre os planetas exteriores. Estão distantes e envoltos em nuvens espessas de gases. Os planetas interiores são mais conhecidos. Da Terra, foram fotografados por telescópios. O Hubble, um telescópio em órbita terrestre, envia

imagens de alta qualidade. Sondas espaciais não-tripuladas pousaram em Marte e em Vênus e passaram perto de Mercúrio. Dos três, sabemos mais sobre Marte. Mercúrio está longe de nós e perto demais do Sol. Vênus está escondido por uma atmosfera muito densa. Mas nada se compara ao que sabemos da Lua. Ela está tão “ pertinho” que a visitamos, diretamente, várias vezes.

Pegadas de Armstrong “

Homens caminham na Lua” foi a manchete principal do jornal The New York Times, no dia 21 de julho de 1969. Uma regra dos meios de comunicação consiste na objetividade. Os fatos devem ser noticiados de maneira neutra, os jornalistas não devem revelar envolvimento com a notícia. Mas como anunciar de forma objetiva um acontecimento tão envolvente como o desembarque lunar dos astronautas da Apolo- 11? Como ser neutro diante de algo tão especial para toda a humanidade? O The New York Times achou a resposta. Colocou-se num ponto de vista exterior, como se o jornal estivesse em outro planeta, em uma civilização extraterrena, comentando friamente um acontecimento que “só” envolvia os seres humanos. Neil Armstrong, o norte – americano que caminhou na Lua pela primeira vez, viu de perto uma paisagem conhecida havia tempo, através de fotografias tomados por telescópios. Ele viu planaltos pontilhados de crateras de impacto e mares lunarescom crateras mais espaçadas. Depois, cinco outras naves tripuladas pousaram na Lua. Todas retornaram com rochas do nosso satélite. Armstrong e os outros astronautas imprimiram a marca das suas botas na superfície lunar. Hoje, quando você lê estas linhas , as pegadas que esses terráqueos deixaram continuam lá.

(A LUA É O CORPO CELESTE QUE MELHOR CONHECEMOS. OS MAPAS LUNARES, PRODUZIDOS COM O USO DE TELESCÓPIOS E DE IMAGENS DE NAVES ESPACIAIS, REPRESENTAM DE MODO DETALHADO A MAIOR PARTE DA SUPERFÍCIE DO SATÉLITE NATURAL DA TERRA. AS CRATERAS DE IMPACTO SÃO AS FORMAÇÕES MAIS MARCANTES DO RELEVO LUNAR. Os pequenos buracos que escavaram para retirar rochas também estão lá. Provalvelmente, essas marcas das nossas visitas permanecerão intactas por centenas, talvez milhares de anos. A Lua é um mundo imóvel, silencioso. Ela não tem atmosfera ou água em estado líquido. Nela, não há ventos ou chuvas para apagar os vestígios da nossa curiosidade. Na Lua, não há atividade vulcânica ou terremotos superficiais. Apenas o bombardeio de meteoritos vindos do espaço modifica a sua superfície. Num passado distante, a Lua foi um mundo agitado. Ela surgiu como um corpo quente mas, por ser pequena, deixou escapar o calor para o espaço. Esse rápido resfriamento, acompanhado de terremotos e atividade vulcânica, deformou a superfície, produzindo os planaltos e os “mares”. Se a Lua tinha atmosfera, também perdeu a depressa, devido à fraca atração gravitacional. Na juventude da Lua, o Sistema Solar continha muito mais asteróides, cometas e aglomerados de poeira que hoje. Há uns 4 bilhões de anos, o bombardeio incessante de meteoritos formou a maior parte das crateras lunares.

Então, veio a tranquilidade. O resfriamento criou uma crosta espessa, que esconde o núcleo liquefeito. O calor desse núcleo provoca tremores a 900 quilômetros de profundidade, que não abalam a superfície. Os impactos de meteoritos reduziram-se bastante, mas não cessaram. Na ausência de atmosfera, mesmo os pequenos meteoritos alcançam a superfície lunar. A paisagem da Lua, tal como vemos em fotografias Armstrong viu de perto, revela um passado distante, congelado. Com exceção de algumas crateras mais recentes e claro, das pegadas recentíssimas dos astronautas, as formas das superfície do nosso satélite natural têm uns três bilhões de anos.

O planeta vermelho Marte é o “planeta vermelho”. Talvez por isso, foi batizado pelos antigos romanos com o nome de deus da guerra. Em tempos mais recentes, acreditou-se em vida inteligente em Marte e os marcianos, geralmente verdes, tornaram-se personagens comuns da ficção científica. As observações de sondas espaciais não-tripuladas jogaram água fria nessa fantasia. Várias sondas passaram perto do planeta vizinho. Em 1971, a Mariner-9 entrou na sua órbita. Em 1976, duas naves Viking pousaram delicadamente no solo marciano e enviaram informações sobre a atmosfera e a superfície. Em 1997, a Mars Pathfinder levou o robô Sojourner até Marte, conduzindo experiências inéditas e obtendo fotografias espetaculares. Marte é menor que a Terra, mas bem maior que a Lua. A sua força gravitacional foi capaz de conservar uma atmosfera, composta principalmente por dióxido de carbono (CO 2) . Por ser muito tênue, essa atmosfera retém pouco calor --- em geral, as temperaturam ficam muito abaixo de zero, embora possam atingir 27°C durante o dia, no verão. Esse mundo gelado é periodicamente agitado por tempestades de vento, que erguem e transportam a fina poeira avermelhada do solo, cobrindo por meses vastas áreas da superfície. Fotografias mostram campos de dunas que se deslocam quando sopram ventanias. Quando o primeiro astronauta imprimir as suas pegadas no solo marciano, elas serão logo apagadas. Marte tem muito mais calor interno que a Lua, pois corpos maiores demoram mais para se resfriar. A sua crosta sólida talvez tenha espessura de uns 200 quilômetros, quatro ou cinco vezes menos que a Lua. Entre a crosta e o núcleo, provalvenmente existe uma larga camada de material quente e pastoso.

( O PEQUENO ROBÔ SOJOURNER --- COM SEUS 63 CENTÍMETROS DE COMPRIMENTO POR 48 DE LARGURA E PESO DE 9 QUILOGRAMAS --- ESTUDANDO A GRANDE ROCHA YOGI, EM MARTE. O SOJOURNER UTILIZOU UM SOFISTICADO APARELHO DE RAIO X PARA COLHER INFORMAÇÕES SOBRE A ROCHA.) Os vulcões marcianos, hoje inativos, parecem ter vomitado lava num passado não tão remoto, comparando-se com a atividade vulcânica da Lua em sua juventude. Um desses vulcões , o Monte Olympus, tem 8 quilômetros de altura, uma cratera de 70 quilômetros de diâmetro e base de 500 quilômetros de largura. A superfície de Marte conta uma história complicada. Mais ou menos a metade da sua área é coberta pelas monótonas crateras típicas da Lua. Algumas dessas crateras, porém, exibem lóbulos nas suas bordas, que devem ter sido formadas pelo escorimento de lama. Isso pode indicar a existência de uma camada de água congelada, a pequena profundidade, que é liquefeita pelo impacto de meteoritos. No passado, Marte foi mais quente e teve água em estado líquido. Hoje, o planeta vermelho tem calotas polares formadas, principalmente, por gelo. O fluxo de calor interior de Marte, projetando-se para fora, criou paisagens impressionantes. O Vallis Marineris, perto do Monte Olympus, é um cânion com 6 quilômetros de profundidade, 120 quilômetros de largura e 5 mil quilômetros de comprimento. Não conhecemos coisa alguma com tais dimensões na Terra. A superfície lunar pode ser compara à face de um ancião, pois foi formada há bilhões de anos. A superfície marciana é estranha. Parte dela é muito

velha. Outra. Vulcânica e montanhosa, assemelha-se ao rosto de um homem na meia idade. E há também uma área jovem, que está se formando agora mesmo, pelos ventos que transportam poeira.

(A SUPERFÍCIE MARCIANA É

MUITO MAIS COMPLEXA QUE A LUNAR. OS VULCÕES MARCIANOS TORNARAM-SE INATIVOS MUITO DEPOIS DO FIM DAS ATIVIDADES VULCÂNICAS DA LUA. EM MARTE, HÁ FORMAÇÕES DE RELEVO QUE SUGEREM A PRESENÇA DE ÁGUA CONGELADA E PEQUENA PROFUNDIDADE.)

Paisagens do nosso mundo No estado norte-americano do Arizona existe uma cratera de impacto com 180 metros de profundidade e 1.1220 metros de diâmetro. Essa paisagem, tão comum na Lua e em Marte, é muito rara na superfície terrestre. No passado distante, a Terra foi tão bombardiada por meteoritos quanto os demais corpos do Sistema Solar. Mas as crateras geradas pelo seu impacto foram destruídas pelas águas correntes, pelos ventos, por terremotos e lava vulcânica, pelo movimento incessante da crosta terrestre. Daqui a muitos milhões de anos, um tempo curto para a idade da Terra e do Sistema Solar, a cratera do Arizona também desaparecerá. Atualmente, o bombardeio espacial de meteoritos é bem menor que no passado distante. Os grandes meteoritos são raros. Os pequenos, mais comuns, que continuam a bombardiar a Lua, não costumam atingir a superfície terrestre. Antes disso, eles se desintegram pelo atrito com a nossa densa atmosfera.

( AS CHAMADAS “ESTRELAS CADENTES”, QUE PODEM SER VISTAS NAS NOITES LIMPAS, SÃO METEORITOS EM DESINTEGRAÇÃO NA ATMOSFERA TERRESTRE. O ATRITO COM A ATMOSFERA AQUECE E ILUMINA ESSES PEQUENOS CORPOS. ANTES DE SE DESINTEGRAR, UM METEORITO COMUM TEM CERCA DE 1 CENTÍMETRO DE COMPRIMENTO.) Quase todas as paisagens lunares foram esculpidas por forças espaciais, ou seja, pelo impacto de corpos externos. Metade das paisagens marcianas, também. Na Terra, quase tudo foi criado por forças terrenas, ou seja, geradas no próprio planeta.

A face sempre rejuvenecida da Terra A Terra é tão velha quanto Marte e um pouca mais antiga que a Lua. Mas a sua superfície é bem mais jovem, pois as suas formas estão em permanente mudança. É como se ela sofresse operações plásticas periódicas, que apagam as rugas do passado, enquanto surgem novas rugas. A Terra conserva mais calor interno que Marte, pois é maior que ele. Comparada á do planeta vermelho, a crosta terrestre é delgada. Abaixo dela, ruge um motor interno --- o fluxo de energia e calor que pressiona e deforma a crosta, otigina montanhas, causa os terremotos e faz os vulcões cuspirem lava. Os vulcões adormecem na Lua desde a juventude do nosso satélite. Em Marte, eles adormeceram mais tarde. Na Terra, continuam vivos para nos aterrorizar e encantar. Para nos lembrar da força do motor interno do planeta.

Mas a Terra é uma máquina com dois meteoros. Há também o motor externo, que é a atmosfera. O seu combustível é a energia solar, que origina os ventos e as chuvas. A Lua não tem atmosfera. Marte tem uma, mas nela não acontecem chuvas. Lá, continuam a existir crateras de impacto muito antigas. Aqui, tudo que é velho demais foi varrido e moldado novamente pelo motor externo. Por isso, perdemos as cicatrizes da nossa juventude. Em compensação, ganhamos uma variedade de paisagens maravilhosas que não se encontram em nenhum outro lugar do Sistema Solar.

Esclarecendo os significados Força Gravitacional: Atração exercida por corpos quem têm massa. Quanto maior a massa de um corpo, maior a sua atração gravitacional. A força gravitacional do Sol é muito maior que a da Terra, que é muito maior que a da Lua.

Estrela: Corpo gasoso que possui luz própria e emite calor. Planetas: astro que gira em volta de uma estrela ou do Sol e que dele recebe luz.

Satélites: planeta secundário que gira em volta de um planeta principal, acompanhando-o no seu movimento de translação em torno do Sol.

Asteróides: pequeno planeta pequeno corpo que gira no espaço, como as estrelas cadentes e os aerólitos.

Cometas: astro que, tal como os planetas, gira à volta do Sol e que é

constituído por núcleo ou cabeça, cabeleira e cauda, sendo visível apenas a grandes intervalos de tempo.

Meteoritos: fragmento mineral caído dos espaços siderais. Crateras de impacto: depressões fechadas, de forma circular, formada pelo choque de meteoritos.

Mares Lunares: vastas planícies ou depressões na superfície lunar. Observadas da Terra, parecem mais escuras que os brilhantes planaltos. Os astrônomos antigos acreditavam que as áreas escuras eram oceanos. Até hoje usamos os nomes que eles deram a essas áreas lunares.

Vida inteligente em Marte: em 1877, o astrônomo italiano Giovanni Schiaparelli pensou ter enxergado canais cruzando a superfície marciana. O seu colega norte-americano Percival Lowell fez alarde em torno dos canais, explicando-os como meios de irrigação do árido planeta. Por quase cem anos, a miragem de uma civilização em Marte encantou e aterrorizou os terráqueos.

Dióxido de carbono: gás incolor expirado pelos mamíferos e absorvido pelas plantas na fotossíntese. A queima de matéria orgânica e carbono gera esse gás. Na atmosfera, ele permite a passagem da energia solar, mas absorve a energia irradiada pela superfície, retendo calor.

Vulcões: montanha ou abertura (cratera) na montanha, de onde saem, com maiores ou menores intervalos, gases, turbilhões de fogo, rochas no estado sólido e substâncias em fusão (lavas);

Calotas polares: em torno dos dois pólos da Terra, há massas imensas de águas congelada, chamadas calotas polares. A Lua não tem calotas polares pois não possui água (ou possui uma quantidades insignificantes.)

Cânion: vale profundo, em forma de “V”, limitado por escarpas íngrimes.

Atividades 1. Netuno foi descoberto em 1846, através de telescópio. Mas, um pouco antes, a sua existência foi prevista por meio de observações da órbita de Urano, que é alterada pela força gravitacional do planeta vizinho. Plutão foi descoberto bem mais tarde, apenas em 1930, e de maneira parecida com o que ocorreu com Netuno --- foi previsto antes de ser visto. a) Por que você acha que a descoberta de Plutão ocorreu tão tarde? _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ b) Como você imagina que foi prevista a existência desse nono planeta? _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ 2. “ A Terra é azul” foi a frase de um astronauta ao ver pela primeira vez o nosso planeta a partir do espaço. Explique as razões de a Terra ser vista com essa cor. ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ 3. Quais são os tipos de corpos celestes que orbitam em torno do Sol? ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ 4. Os planetas que orbitam em torno do Sol podem ser divididos em dois grupos. Quais são eles e o que os diferencia? ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ 5. Qual é a razão de os cientistas terem muito mais sobre a Lua que sobre os planetas interiores do Sistema Solar? ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________

6. Quais os principais problemas que os seres humanos enfrentariam caso quisessem se instalar: a) Em Marte? ___________________________________________________________________________ b) Na Lua?______________________________________________________________________________ 7. A Lua tem uma porção maior as sua superfície coberta por crateras de impacto que Marte. E Marte tem muito mais crateras de impacto que a Terra. Por quê? ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ 8. “ A variedade de paisagens existentes na Terra resulta, exclusivamente, das forças do interior do planeta.” Você concorda com essa afirmação? Justifique. ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________

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