AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DA ÁREA ALAGÁVEL NATURAL UTILIZADA COMO PÓS-TRATAMENTO DO CHORUME ADOTADO NO ATERRO SANITÁRIO DE GUARATUBA/PR. Karla Heloise Preussler*, Leila Teresinha Maranho, Marco Aurélio da Silva Carvalho Filho, Luis Antonio Bertussi Filho - *
[email protected] INTRODUÇÃO Um dos desafios nos projetos de aterros sanitários é o tratamento do chorume, uma vez que sua qualidade é influenciada pelas características dos resíduos dispostos no aterro, pelos fatores relativos à área, fatores climáticos e pela idade do aterro. A maioria dos aterros brasileiros não possui qualquer tipo de tratamento para o chorume ou o trata de maneira ineficiente. Desta forma, é relevante o desenvolvimento de tecnologias alternativas para o tratamento da carga poluidora do chorume e que sejam compatíveis com a realidade técnica e econômica dos municípios. Uma das alternativas emergentes que vem sendo utilizada mundialmente é a fitorremediação. Dentro desta perspectiva, o Aterro Sanitário de Guaratuba/PR utiliza uma área alagável natural como pós-tratamento do chorume. O presente estudo objetivou
Figura 4 - Foto de Brachiaria brizantha (Hochst. Ex A. Rich.) Stapf. na área alagável natural no Aterro Sanitário de Guaratuba/PR.
Figura 5 - Foto de Hedychium coronarium J. Konig na área alagável natural no Aterro Sanitário de Guaratuba/PR.
identificar as plantas presentes na área alagável, bem como avaliar a eficiência do tratamento do chorume em relação a DBO, DQO, Nitrogênio amoniacal, NTK e Fosfato. FITORREMEDIAÇÃO Consiste na descontaminação da água e do solo utilizando como agentes de despoluição as plantas e sua microbiota associada. VANTAGENS DA FITORREMEDIAÇÃO Baixo custo: aplicação em grandes áreas; Eficiente para poluentes orgânicos e inorgânicos; Utilizada com outras tecnologias tradicionais;
Figura 6 - Foto de Typha domingensis Pers., (Hochst. Ex A. Rich.) Stapf. na área alagável natural no Aterro Sanitário de Guaratuba/PR.
Figura 7 - Detalhe de Typha domingensis Pers., (Hochst. Ex A. Rich.) Stapf. na área alagável natural no Aterro Sanitário de Guaratuba/PR.
Socialmente e ecologicamente satisfatória. CARACTERIZAÇÃO DO CHORUME ATERRO SANITÁRIO DE GUARATUBA/PR Tabela 1 - Média, valor mínimo e valor máximo: pH; OD (mg.L-1 ); Condutividade elétrica (ms.cm-1 ); Turbidez (NTU); Temperatura (ºC); DBO (mg.L-1 ); DQO (mg.L-1 ); DBO/DQO; Nitrogênio Amoniacal (mg.L-1 ); Nitrogênio Total Kjeldahl (mg.L-1 ); Fosfato (mg.L-1 ); Zinco (mg.L-1 ); Chumbo (mg.L-1 ) do chorume no ponto 1 de coleta no período de maio de 2007 a abril de 2008. *ND – Não detectável pelo aparelho.
Figura 1 - Vista geral do Aterro Sanitário Sanitário
Figura 2 - Área alagável natural no Aterro
de Guaratuba/PR.
Sanitário de Guaratuba/PR.
TRATAMENTO DO CHORUME NO ATERRO SANITÁRIO DE GUARATUBA
Figura 3 - Desenho esquemático (fora de escala) do tratamento do chorume no Aterro Sanitário de Guaratuba e os pontos de coleta, sendo: Ponto 1 - entrada da lagoa anaeróbia; Ponto 2 - saída da lagoa facultativa; Ponto 3 - entrada da área alagável natural; Pontos 4 e 5 - pontos intermediário na área alagável natural; e Ponto 6 saída da área alagável natural.
Variáveis Méd pH 8,1 -1 Oxigênio dissolvido (mg.L ) 0,4 -1 Condutividade elétrica (ms.cm ) 10,0 Turbidez (NTU) 6,2 Temperatura (ºC) 25,0 -1 DBO (mg.L ) 541,3 -1 DQO (mg.L )CONSIDERAÇÕES FINAIS 3064, Dados da eficiência da área alagável natural utilizada como pós-tratamento do DBO/DQO 0,2 chorume: -1 Nitrogênio Amoniacal (mg.L ) 1734, Média de remoção dos parâmetros físico-químicos: -1 • 85% - DBO; Nitrogênio Total Kjeldahl (mg.L ) 1819, • 81% - DQO; -1 • 83% - Nitrogênio Amoniacal; Fosfato (mg.L ) 16,5 • 77% - Nitrogênio Total Kjedahl; -1 • 100% - Fosfato. Zinco (mg.L ) 0,7 -1 Estratégias fitorremediadoras pelas plantas: *ND Chumbo (mg.L apresentadas ) • Fitoextração – as plantas absorveram os nutrientes (nitrogênio e fósforo), incorporando-os na sua biomassa; • Rizodegradação, as plantas liberaram o oxigênio pelas raízes para a rizosfera, favorecendo a degradação da matéria orgânica. Metais pesados: Zn e Pb no chorume:
RESULTADOS As plantas presentes na área alagável natural foram: i) Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf (fig. 3), ii) Hedychium coronarium J. König (fig. 4) e iii) Typha dominguensis Pers. (fig. 4 e 5), sendo a primeira, com a maior cobertura na área em questão.
• Zn – baixa concentração; • Pb – não detectado (*ND). Manejo da área alagável natural – Monitoramento dos parâmetros físico-químicos e crescimento das plantas.