O_estado_de_s._paulo_-_a_rentabilidade_das_seguradoras_deve_cair

t: SEGUNDA-FEJRA, 13 DE ABRIL DE 2009 o ESTADO DE S_PAULO

i ECONOMIA :B7

re tabilidade das seguradoras deve cair 0 longodeste ano a rentabUidade .das -', segu radoras em 1 operacao no Brasil .1 deve ser menor que le:n 2008. As razOes para isso ~ao previsfveis e passarnpor re­ as ap licaveis em qua lquer arte do mundo. Uma segura dora teroas des­ sas distribufdas en tre sinis­ ros, cus tos comer ciais, adrni­ histr at ivos e carga tributaria, Hue no Br asil pesa bastante. De outro lado, eIa tern tres grandes grupos de r eceita s. 0 prirneiro e a entr ada dos pre­ mios, 0 segundo e 0 resul tado da aplicacao destes recursos e ~ tere eiro e0 resultado da rent a­ bilidade do patrimonio e das re­ servas de capital. Em 20080 seto r experirnen­ :ou uma piora no resultado dos legu r os de autom6veis, [r uto ~rincipalmente da reduc;a o do o

•

A

I

_

.

:

preco das ap6li ces. 0 porque disso esta, basicamente, na ten­ tativa de algumas segur ador as ganh ar em me rcado, enquanto do outro lado acontecia 0 movi­ mente de defesa das empresas que se sentiram ameacadas pe ­ la polftica agressiva pr atica da pela concorrencia , o resultado foi a pior a do de­ se mpenho da carteira, ja qu e nao havia nenhum fato quejusti­ ficasse tec l'iic am ente a redueao do preeo do segur o. Nao houve diminuicao nos indices de ro u­ bo e furto, nao houve queda no preco das peeas de reposicao, nao houve queda de preeo, nem sobra de veicules novos no mer ­ cado. Como 0 seguro de auto mo­ veis e um dos grandes r esponsa­ veis pela geraeao de caixa de boa parte das seguradoras, uma piora no seu desempenho signifi ca tambern uma diminui­ ~ao novol u me de recu rsos para

ser apl icado pol' elas, reduzin­ do sua rentabilidade, porque monos dinheiro significa me­ nos renda parasomar ao desem­ penho industrial, ou ao fat.ura ­ mento com a venda de seguros.

No fim de 2008 0 setal' 50­ freu mais dois irnpactos: a que­ da vertigin osa da Bolsa de Valo­ res e a queda dos juros . Como a maiorparte dos recursos dasBe­ guradoras ecomposta por ti tu­ los publicos, ao contrario do que acontece para a ma ior ia das empresas, a queda dos ju­ ros eruim para elas,

Queda nos juros e na Bolsa afetam 0 desempenho das se~adoras De outro lado, urn born por­ cen tu al das reservas nao vi ncu­ iadas e, normalmente, apl icado em a~6e s. Assim, tambem a que­ da da bolsa contribuiu para afe­ ta r negativamente 0 de sempe­ nho das eompanhias de segu­ ros no ana passado. Como em 2009 a tendencia dos juros e da balsa pareee se r manter a trajet6ria de queda ini­ ciada no quarto t rimestr e de 2008, nao M razao para 0 de­ sempenho das aplica C;6es finan­

ceiras , tanto dos premios, co­ mo do patr imonio, contribui­ rem com alguma coisa para me­ lhorar os resultad os finals das segurador as, A par elisso, nao e em epocs de crise que os prec;os sao rea­ justados para cima, Pelo contra­ rio, e nela que os precos costu­ roamcair ainda mais, na tentati­ va de preserver a cliente. En~o , pol' esse lado, M pou­ co qu e pode ser feito, ainda moos se levarmos em conta que a situaeao brasileira esta lange da marolinha inicialmente anunciada. 0 desemprego ja atingiu centenas de milhares de pessoas, a inadimplencia, de forma geral, esta em alta, 0 ere­ dito es ta mais caro e 0 dinheiro mais escasso. Na sequencia desse proces­ so, os pianos de saude devem sentir dois problemas: a nao re­ novaeao dos pIanos ernpresa­ rials, que sao os grandescontra­ tantes desses produtos, e a luta dos que nao tern rnais condi­ 'foes de perrnanecerem neles par a nao perderem 0 beneffcio, Ah~ m diss o, a previdencia pri vad a aberta re cebera, ao lon­

go de 2009, menos recursos do que no ana passado, tanto por­ que M menos dinheiro sobran­ do, como pelo fato de que quem tern alguma sobra, neste mo­ mento, preferir aplica-la em produtos de curto prazo, para a eventualidade de urn resgate imecliato . Importante salientar que nao ha no horizonte a perspecti­ va de alguma quebra ou mesmo de dificuldades que possam afe­ tar 0 dia a dia do setor, 0 que hli de certo e que em 2009 as segu­ radoras ganharao menos, 0 que nao quer dizer, sequer, que MO

vao ganhar. De qualquer forma, descon­ fie de quem lhe oferecer seguro por preco muito menor do que 0 da concorrencia, Nesse nego­ cio MO existemagica eo cena­ rio ecomplexo 0 suficiente para nao permitir premios em valo­ res bem mais baixos que a me­ dia.• *Antonlo Penteado Mendon~ e advogado, soclo de Penteado Mendonc;:a Advocacia, professor da FIA-FEA/USP e do PEC da Fundacao Getulio Vargas e co­ mentarista da Radio Eldorado.