Revista Brasileira de Terapias Cognitivas versão On-line ISSN 1982-3746
Rev. bras.ter. cogn. v.2 n.2 Rio de Janeiro dez. 2006
O trabalho com sonhos na terapia cognitiva
The work with dreams in cognitive therapy
Helene Shinohara Mestre e especialista em psicologia clínica, professora e supervisora do departamento de psicologia da PUC-Rio
RESUMO Desde o início do desenvolvimento da terapia cognitiva como abordagem psicoterápica, muitas inclusões teóricas e técnicas têm sido feitas aos parâmetros propostos inicialmente. Explorar temas deixados em aberto, como o trabalho com os sonhos, tem sido um desafio importante para os terapeutas. Pesquisas sugerem que o conteúdo de alguns sonhos pode ter relação com a personalidade do sonhador, contém temas e expectativas de desfechos semelhantes com os pensamentos dele quando acordado, e que as mesmas preocupações conscientes são expressas na experiência do sonho. Pode-se então considerar alguns sonhos como rico material terapêutico, onde padrões cognitivos e afetivos são expressados e esquemas podem estar exercendo sua máxima influência. Uma vez que o processo de lembrança e discussão do sonho ocorre em estado de vigília, o “modo” usado pelo cliente para lembrar detalhes e interpretar as memórias do sonho conterá as mesmas distorções características de suas interpretações da realidade. O objetivo do artigo é apresentar, de forma sucinta, algumas elaborações teóricas sobre o modelo cognitivo dos sonhos, assim como propostas de intervenção cognitiva com posterior descrição de um caso clínico, onde o sonho do paciente foi utilizado como principal indício de mudança de crença. Palavras-chave: Sonhos, Terapia cognitiva, Intervenção terapêutica.
ABSTRACT Several new theoretical aspects and techniques have been added to cognitive therapy since its beginning as a therapeutic approach. The need to expand the limits came from the clinical work, especially with challenging clients. The work with dreams in psychotherapy is one of these issues. Research suggests that some dreams may have relation to the dreamer's personality, contain the same themes and expectations of the awaken life, and express similar worries. Therefore some dreams could be considered important therapeutic material, where cognitive and emotional patterns are expressed and when schemas are fully activated. As the access to the dream memories and its discussion occur in the awaken state, the mode to remember details and the organization of the material will be influenced by the same characteristic distortions one uses to interpret reality. The objective of this article is to present some considerations about the cognitive model of dreams, including the description of an intervention that used a dream as a sign of change in the client's core belief. Keywords: Dreams, Cognitive therapy, Therapeutic intervention.
Introdução Vários assuntos são pouco explorados na literatura sobre terapia cognitiva, por diferentes razões. Apesar de fronteiras terem sido ampliadas e problemas antes considerados de difícil prognóstico já poderem ser analisados e tratados, outros temas relativos a aspectos clínicos relevantes acabaram por ficar fora do âmbito dos estudos da mais promissora abordagem psicoterapêutica. Até bem pouco tempo atrás, os principais livros sobre terapia cognitiva para profissionais, recomendados pelo site do Beck Institute, enfatizavam teoria e técnica, e quase nada tinha sido publicado sobre relação terapêutica, resistência, transferência e contra-transferência, inconsciente e sonhos. É importante que artigos existentes sobre estes assuntos sejam compartilhados e novos sejam escritos, por mais que pareça difícil ou pretensioso. Perguntas sobre estes assuntos são freqüentemente feitas por alunos nas salas de aula. Em conversas entre colegas (terapeutas experientes), discutem-se dificuldades e peculiaridades dos casos que não respondem aos procedimentos básicos da terapia cognitiva. Os clientes também nos colocam em situações para as quais nem sempre estamos preparados tecnicamente. Portanto, são estes os desafios que nos forçam, cada vez mais, a buscar novos horizontes. Especificamente a respeito dos sonhos, pouquíssima literatura foi produzida. Em revisão bibliográfica realizada por Rosner (1994, citado por Rosner, 2004), não foi encontrado material significativo ou manuais produzidos pelos principais autores cognitivistas, mas sim, alguns poucos textos escritos por construtivistas. Este artigo pretende divulgar o escasso material sobre o assunto, tomando como base um livro editado por Rosner, Lyddon e Freeman em 2004. Complementariamente, será apresentado o trabalho com um sonho trazido por um cliente para a terapia. Parece estranho que Beck tenha escrito a teoria cognitiva dos sonhos em 1971 e quase ninguém tenha ouvido falar disto. Na época, Beck estava fazendo uma série de estudos sobre os aspectos cognitivos dos sonhos, enquanto ainda ligado, de certo modo, à psicanálise. Ele apresentou este trabalho em um artigo publicado em revista daquela abordagem, mas não houve boa recepção às suas idéias e nem à sua tentativa de encontrar pontos em comum. Talvez, este momento tenha sido um marco para o desenvolvimento da terapia cognitiva como abordagem independente. Por outro lado, a comunidade de terapeutas comportamentais recebeu seus outros trabalhos de pesquisa entusiasticamente. Em primeiro lugar, por causa dos aspectos empíricos de sua teoria, da metodologia experimental utilizada e da sua decisão de trazer a ciência para mais perto da psicoterapia. Uma das análises relacionadas a esta receptividade aponta para a priorização de determinados temas mais confortáveis para ambos os grupos e a eliminação, temporária, daqueles que pudessem ser confundidos com a psicanálise (Rosner, 2004). Na medida em que a terapia cognitiva foi-se ampliando enquanto abordagem, os assuntos inerentes ao processo terapêutico, e que não são exclusivos de uma abordagem psicodinâmica, foram sendo estudados e incorporados dentro de uma perspectiva cognitivista. O trabalho com sonhos é um destes exemplos.
Os sonhos Sonhar é uma experiência humana que, desde sempre, intriga, confunde e encanta tanto o homem comum quanto o cientista. A sabedoria popular encontra relações causais entre um determinado tipo de sonho e certo acontecimento; ou credita-lhe poderes de revelação sobre o futuro ou sobre enigmas; ou ainda de cura. Há explicações que enfatizam a necessidade de reencontros com entes queridos que se foram, ou até que os exploram como oportunidade para experiências extracorporais importantes, para insights e para soluções de problemas do dia-a-dia. Há, portanto, uma série de crenças a respeito dos sonhos, seus poderes e significados. Para a psicologia, qual seu valor? Terá o sonho relação com a personalidade daquele que o sonha? Terá alguma colaboração a dar? Estas perguntas têm sido respondidas de forma diferente em cada uma das abordagens. Freud (1976), destaca a interpretação do sonho como técnica importante para acesso e entendimento do Inconsciente. Para Jung (1996), os sonhos têm função compensatória, ao apresentar ao ego pontos de vista que são complementares às atitudes dominantes quando acordados, além de revelar o inconsciente coletivo. A Gestalt entende os sonhos como produto pessoal do sonhador, e todos os elementos introduzidos nele como projeções dos aspectos da sua personalidade (Perls, 1977). Para os behavioristas radicais, os sonhos são comportamentos discriminativos que trazem informação relevante sobre a história passada e as contingências de reforçamento atuais (Skinner, 1976). Concorda-se, então, que é uma atividade do ser humano que pode ser valorizada em psicoterapia. Estudos recentes sobre neurofisiologia estabelecem 3 estados de existência do ser humano: a vigília, o sono, e a parte do sono onde ocorre o sonho. Experiências diferentes são vivenciadas em cada uma destas fases. As pessoas sonham em torno de 1/12 de suas vidas, o que corresponde a 50.000 horas. Nenhuma atividade que consome este tempo do indivíduo pode ser desconsiderada, assim como deve ter função importante para a sobrevivência da espécie (Doweiko, 2002). É no estágio do sono chamado de REM, que está associado a movimentos rápidos dos olhos, que ocorrem os sonhos. Neste momento, observa-se uma alta atividade cerebral; níveis de acetilcolina altos e de serotonina e noradrenalina baixos; sonhos vívidos, bizarros e com imagens complexas. As imagens são claras e nítidas, apesar de ausência de crítica, quando se aceita, por exemplo, como natural, estar sonhando com uma pessoa que se transforma em outra no meio da conversa; quando se está em um local e, de repente, em outro; ou quando coisas impossíveis ocorrem naturalmente naquele contexto. A experiência do sonho é resultado de um processo extremamente complexo de ativação e supressão neuronais no córtex cerebral. A neurobiologia moderna entende que os sonhos podem ser somente uma forma de “barulho” criada por esta atividade cerebral em certos estágios do sono (Hobson, 1999, citado por Doweiko, 2002). De qualquer forma, os sonhos fazem parte da experiência humana e têm sido foco central nas psicoterapias psicodinâmicas. Por isso, discute-se a utilidade de uma teoria dos sonhos que não esteja estabelecida em princípios psicanalíticos. Terapeutas cognitivo-comportamentais podem construir uma compreensão dos sonhos baseada em teorias contemporâneas e encontrar utilidade na análise de alguns sonhos, de alguns clientes, em algum momento do trabalho clínico.
O modelo cognitivo dos sonhos O terapeuta com formação em terapia cognitivo-comportamental não é preparado ou treinado para o trabalho com sonhos e pode perder uma oportunidade valiosa de entrar em contato com a riqueza de imagens oferecida pelos sonhos. O modelo cognitivo vê o sonhador como ser idiossincrático e o sonho como uma dramatização de suas crenças sobre si, sobre o mundo e sobre o futuro, sujeitas às mesmas distorções de quando acordado. Beck (1971) afirma que o conteúdo de alguns sonhos tem relação com a personalidade do sonhador, que este contém temas e expectativas de desfechos semelhantes com os pensamentos dele enquanto acordado, e que as mesmas preocupações conscientes são expressas na experiência do sonho. Deve ser entendido como temático em vez de simbólico. A compreensão do conteúdo e dos temas dos sonhos oferece oportunidade para o cliente entender suas cognições e questionar os pensamentos ansiogênicos ou depressores, podendo ter, como resultado, uma mudança afetiva. Os fatores cognitivos dominantes exercem influência máxima sobre os sonhos, já que outros processos ativados durante a vigília não estão presentes. A recordação e interpretação do sonho ocorre no estado normal de vigília, e estas memórias relatadas estão sujeitas às mesmas distorções aparentes nas outras dimensões de sua vida. Os pensamentos, sentimentos e comportamentos que aparecem nos sonhos estão intimamente relacionados. O conteúdo e tema do sonho podem ser identificados, questionados e reestruturados (Freeman & White, 2004). Um Registro de Pensamentos Disfuncionais (RPD) preenchido pelo cliente entre as sessões relata o que ele pensou, sentiu e fez em determinadas situações, clinicamente relevantes. O sonho também é uma história que pode ser relatada, ou registrada, e discutida com objetivos e forma semelhantes. Muitas vezes, crenças significativas podem ser identificadas a partir dos registros de lembranças dos sonhos. É, portanto, inquestionável seu valor terapêutico. Em revisão de pesquisas realizada por Beck (1971), conclui-se que os temas dos sonhos estão correlacionados com categorias diagnósticas. Por exemplo, depressivos relatam sonhos de derrota e coerção; paranóides, de perseguição ou abuso; ansiosos, de perigo; e maníacos, com temas expansivos e de grandeza. É sugerido que o trabalho com sonhos pode também servir ao propósito de confirmação ou refutação de hipóteses diagnósticas. A narrativa imposta pelo sonhador ao seu sonho quando o conta pode servir como uma tentativa de interpretar e estabelecer alguma ordem à experiência sensorial caótica vivenciada durante o sono. Este “barulho” refletido da atividade cerebral durante o sono, quando lembrado em partes ao acordar, será arranjado numa seqüência coerente para ser relatado. Esta narrativa será construída de um jeito personalizado, isto é, alguma forma de estrutura será dada aos fragmentos de lembrança do sonho. Este sonho contado também conterá as mesmas distorções características da interpretação da realidade feitas pelo sonhador. Já que o processo de lembrança e discussão do sonho ocorre em estado de vigília, o “modo” usado pelo cliente para lembrar detalhes e interpretar as memórias do sonho será peculiar e característico (Gonçalves & Barbosa, 2004)
O trabalho terapêutico Muitas vezes, os sonhos são trazidos espontaneamente pelo cliente e podem ser parte da agenda daquela sessão como qualquer outro assunto. Terapeutas cognitivo-comportamentais têm dificuldade e se sentem pouco à vontade nestes momentos, já que não estão familiarizados com esta perspectiva por não encontrarem referências claras na bibliografia regular. A história do sonho nada mais é do que uma oportunidade extra para identificação, questionamento e reformulação de crenças. O trabalho terapêutico com os sonhos do cliente pode ser escolhido como estratégia em momentos em que a terapia parece estar estagnada, por exemplo, ou quando emoções fortes são vivenciadas neles. Para tanto, deve fazer parte da agenda da sessão como qualquer outro assunto, como sugerido por Freeman e White (2004). Registros de sonhos, fragmentos ou imagens devem ser pedidos de forma análoga aos registros de pensamentos disfuncionais. Quando ocorreu o sonho, qual era a cena, o que pensou, o que sentiu e o que fez. Os personagens envolvidos também serão explorados, pois podem trazer diferentes perspectivas sobre o tema. Técnicas de reestruturação cognitiva, compreensão e questionamento das crenças, criação de finais alternativos ou solução de problemas, e auto-instruções podem resultar na mudança de humor e no desenvolvimento de habilidades de controlar e interferir em sonhos aflitivos ou repetitivos. O conteúdo e as imagens dos sonhos são sujeitos à mesma reestruturação cognitiva que os pensamentos automáticos. Colocando de maneira mais geral, o trabalho terapêutico compreende acesso, experienciação, modificação e ação sobre os sonhos (Gonçalves & Barbosa, 2004). Através de uma série de perguntas, como as relacionadas abaixo, o cliente será guiado na recordação e exploração deste material. Por exemplo: 1. O que acontece no sonho? Qual o cenário? 2. O que você e os outros personagens estão pensando, sentindo, fazendo? Você percebe estas relações? 3. Qual o título desta história? Qual a relação deste título com a história? 4. Como esta história pode ser vista por outras perspectivas? 5. Que conexões tem com a sua vida acordada? 6. Qual a “moral” do sonho? 7. Como poderia construir sonhos diferentes sobre este tema? 8. Que outros finais poderiam acontecer?
Caso clínico Este é um exemplo de um sonho relatado por um cliente após alguns meses de terapia. Trata-se de um rapaz de 20 anos, com diagnóstico de ansiedade generalizada com alguns ataques de pânico. Sua história clínica começa por volta dos 11 anos de idade quando passa a ter episódios de ansiedade alta e comportamentos evitativos, principalmente ao ir para a escola e se separar da mãe. Tem um pai exigente, batalhador, independente desde cedo e que, profissionalmente, se fez sozinho. A mãe é muito responsável, ansiosa e controladora. O quadro de ansiedade dele volta a aparecer acentuadamente neste momento em que se encontra mais vulnerável devido a demandas e estresses do início da vida adulta. Suas crenças mais negativas sobre si mesmo e sobre o mundo são novamente ativadas. As crenças nucleares identificadas são: “eu sou inseguro e incapaz de lidar com a vida” e “o mundo só reconhece os vencedores”. Os principais temas das suas preocupações se concentravam nos estudos, no estágio, nos relacionamentos, nas doenças e no futuro. Apresentava medo acentuado de fracassar e decepcionar principalmente o pai, um modelo de sucesso a ser seguido. As preocupações tinham como principal objetivo evitar que isto acontecesse. Além da preocupação, desenvolveu outras estratégias que lhe pareceram eficientes para não correr riscos, como estudar todas as matérias de Direito diariamente; adiar começar estágio; interagir pouco socialmente; seguir uma rotina “segura”. No entanto, estas mesmas estratégias impediam que ele desconfirmasse suas crenças mais negativas. Após alguns meses de terapia, nenhum novo ataque de ansiedade tinha sido relatado, e o cliente demonstrava habilidade em identificar disparadores das preocupações e trabalhar com seus pensamentos disfuncionais. Conseguiu começar um estágio em sua área, estabelecer algumas novas amizades e sair pelo menos em alguns dos fins de semana. Em uma das sessões subseqüentes, o cliente chegou relatando um sonho que considerava significativo, tanto por ser bastante freqüente e aflitivo, como por ter sido um pouco diferente naquela noite. Ele sonha que está andando na rua e, de repente, é preso, levado para uma delegacia e colocado em uma cela onde fica sozinho e aterrorizado. A cena principal, por ele relatada, é dele chorando desesperado e se sentindo completamente desamparado. Começa a ficar cada vez mais desesperado quando o tempo passa, achando que o pior vai acontecer. Geralmente acorda nesta hora, apesar de dizer que desta vez o sonho continuou. Trabalhou-se vários aspectos da história contada, sendo os seguintes alguns dos pontos principais desta discussão. A primeira parte do sonho foi explorada para acessar detalhes da cena e identificar seus pensamentos: T: “O que está passando na sua cabeça, quando você está naquele canto da prisão?” C: “Está passando que estou sozinho, impotente, sem ninguém para me ajudar, que eu vou ficar ali para sempre e, principalmente, que ninguém vai entender plenamente o que estou sentindo. É um sentimento terrível e é só meu, eu estou existencialmente sozinho na minha vida, eu não sei como lidar comigo mesmo e com a situação, preciso que alguém me ajude e não tenho a quem recorrer, estou despreparado para enfrentar o mundo.”
T: “Este fluxo de pensamentos reproduzem claramente as mesmas crenças que você tem a seu respeito e sobre a vida, como em outras situações do seu dia a dia em vigília, não é?” C: “É, e quando penso assim, sei que sinto muito medo, como no sonho.” Após alguma discussão sobre isto, continuamos a explorar a segunda parte do sonho: T: “O que teve de diferente nesse sonho?” C: “Em um dado momento, um advogado bem jovem apareceu e perguntou o que tinha acontecido. Contei para ele que não sabia porque estava ali, que não tinha motivo. Ele ficou parado na grade olhando para mim, sorrindo e com uma cara que me tranqüilizou, e aí eu acordei.” Resolvemos explorar os aspectos relacionados a este novo personagem. T: “O que este advogado estaria querendo dizer?” C: “Acho que algo do tipo: Não se preocupe, tudo tem jeito, você pode contar comigo.” T: “Porque será que ele aparece neste sonho e não nos anteriores?” C: “Talvez para me dar alguma esperança.” T: “Mas você disse que ele era jovem, pouco experiente...” C: “É, mas ele já devia saber o suficiente de leis, da profissão ou da vida.” T: “E você conseguiu acreditar nele?” C: “Consegui e fiquei mais calmo, confiante.” T: “Você vê alguma relação entre você e o advogado?” C: “Me parece que tem alguma mudança no sonho e que essa mudança tem a ver com o que a gente vem discutindo nas sessões.” T: “Como assim?” C: “Eu sempre tenho pensamentos negativos a respeito da minha capacidade para me virar sozinho ou para dar conta da vida, mas eu venho percebendo que posso mais do que acredito e que sei mais do que imagino.” T: “Por que será que apareceu no sonho um jovem advogado e não outra pessoa qualquer, seus pais, por exemplo?” C: “Talvez porque eu já esteja quase me formando e possa me ver como aquele advogado, mais fortalecido, mais adulto, mais capaz de resolver as coisas por mim.”
Foi interessante discutir, a partir deste ponto, as mudanças em suas crenças, ao longo da terapia. Ele concluiu a sessão refletindo sobre como estava aos poucos se sentindo menos menino, menos despreparado. Para o terapeuta e para o cliente, este sonho foi importante no sentido de permitir perceber que antigas crenças estavam sendo reformuladas e novas crenças estavam, sim, sendo formadas. Portanto, para alguns clientes, o trabalho com sonhos pode ajudar a identificar crenças, pode explicitar melhor o funcionamento cognitivo, ou pode evidenciar mudanças. Assim sendo, o terapeuta cognitivo deve enriquecer seu arsenal de possibilidades terapêuticas, ao incluir os sonhos como mais um meio para o entendimento da perspectiva particular de seu cliente sobre si, sobre o mundo e sobre seu futuro. Beck (2007) afirma que alterar o “tratamento-padrão” é necessário para abranger a multiplicidade de dificuldades apresentadas pelos clientes. Como qualquer procedimento, é essencial que o terapeuta esteja seguro de seu conhecimento teórico e técnico sobre o assunto e que realize o trabalho em clima colaborativo e afetivamente significativo.
Conclusão Apesar de, até recentemente, assuntos como transferência, contra-transferência, resistência, inconsciente e sonhos terem sido pouco enfatizados na literatura especializada, e falados com um certo cuidado nos meios acadêmicos, mudanças são evidentes entre terapeutas e pesquisadores. O caso apresentado ilustra como a decisão de fazer uso dos sonhos pôde complementar os procedimentos cognitivos anteriores. Observamos que a descrição e a compreensão destes fenômenos dentro de uma perspectiva cognitivista têm propiciado referencial teórico e condições para ampliar o raio de interesses e intervenções terapêuticas. E isto é essencial para expansão das fronteiras da terapia cognitiva.
Referências Bibliográficas Beck, A. T. (1971). Cognitive patterns in dreams and daydreams. Em: R. I. Rosner; W. J. Lyddon & A. Freeman. (Orgs.). Cognitive therapy and dreams (pp.27-32). New York: Springer. Beck, J. (2007). Terapia cognitiva para desafios clínicos. Porto Alegre: Artmed. Doweiko, H. E. (2002). Dreams as an unappreciated therapeutic avenue for cognitive-behavioral therapists. Journal of Cognitive Psychotherapy, 16 (1) 29-38. Freeman, A. & White, B. (2004). Dreams and the dream image: using dreams in cognitve therapy. Em: R. I. Rosner; W. J. Lyddon & A. Freeman (Orgs.). Cognitive therapy and dreams (pp.69-87). New York: Springer. Freud, S. (1976). Obras completas. Vol. 4 e 5. Rio de Janeiro: Imago. Gonçalves, O. F. & Barbosa, J. G. (2004). From reactive to proactive dreaming. Em: R. I. Rosner; W. J. Lyddon & A. Freeman (Orgs.). Cognitive therapy and dreams (pp.125-136). New York: Springer. Jung, C. G. (1996). O homem e seus símbolos. 14ª. Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. Perls, F. (1977). Gestalt terapia explicada. São Paulo: Sumus. Rosner, R. I. (2004). Aaron T. Beck's dream theory in context: an introduction to his 1971 article on cognitive patterns in dreams and daydreams. Em: R. I. Rosner; W. J. Lyddon & A. Freeman (Orgs.). Cognitive therapy and dreams (pp. 9-26). New York: Springer. Rosner, R. I.; Lyddon, W. J. & Freeman, A. (Orgs.) (2004). Cognitive therapy and dreams. New York: Springer. Skinner, B. F. (1976). About behaviorism. New York: Vintage Books.
Como a terapia cognitiva pode mudar seu cérebro
Já não é de hoje que sabemos a respeito da importância de se fazer uma "boa" psicoterapia em certas fases ou momentos de vida. Muito embora exista atualmente um número bastante expressivo de abordagens disponíveis no mercado (mais de 850 em uma última contagem), algumas delas frequentemente são mais estudadas e, por isso, amplamente testadas em relação à sua eficácia terapêutica. Nesse sentido, algumas linhas são consideradas mais indicadas em função de sua eficácia (capacidade de mudança), efetividade (duração da mudança) e, finalmente, por sua rapidez. Segundo uma publicação internacional intitulada "Evidências Clínicas" – um manual comparativo das variadas intervenções, – a ter...
Os vírus mais perigosos "As Idéias" "Uma ideia é como um vírus, é resistente e altamente contagiosa." A menor ideia pode crescer, pode definir você ou destruir você ... " Uma ideia pode mudar o mundo e reescrever as regras.
Quais são os parasitas mais resistentes? "Uma idéia, uma única idéia da mente humana pode construir cidades, uma idéia para mudar o mundo e reescrever as regras." Então eu tenho que roubá-lo. Inception
O vírus Idéias são o vírus mais perigoso que existe. Uma vez que uma ideia tenha sido internalizada e absorvida, ela toma conta de sua mente. Transforme sua própria realidade e como você percebe o mundo. As ideias mataram mais pessoas do que qualquer droga ou doença. A idéia de Colombo de que a Terra era redonda mudou o mundo, levando o seu caminho para milhões de pessoas, europeus e indianos, por causa da guerra e das doenças que levaram ao Novo Mundo.
"Uma ideia da mente humana pode construir cidades Uma ideia pode mudar o mundo e reescrever todas as regras" Inception
A infecção Uma vez que você tenha percebido uma ideia em uma pessoa, ela pode ser transmitida para outras pessoas. Na política, isso é baseado na ideia de que um político pode ter um mundo melhor. Um discurso é um lugar apropriado para espalhar essas idéias (muitas vezes chamado de propaganda). Idéias nascem mas, quando transmitidas e se tornam fortes o suficiente, você não pode matá-las.
"O que é que os parasitas mais resistentes? A bactéria? Um vírus? Qualquer verme intestinal? Não. Uma idéia. Resistente e altamente contagiosa. Uma vez que uma idéia para ganhos de força no cérebro, é quase impossível de erradicar. Uma noção de que é totalmente, totalmente entendido, permanece ". Inception
Doença Terrorismo parte de uma ideia, a ideia de que uma pessoa pode conseguir o que quer através da violência. O fim justifica os meios. O universo é dividido em dois: um que ajuda o seu amigo, o resto são inimigos. Não é uma ideia nova, mas a ideia mais simples é a mais provável de entrar na sua cabeça. Dizem-nos para lembrar as ideias, não os homens, porque um homem pode terminar. Pode parar, pode matar, pode ser esquecido, mas 400 anos depois, as idéias ainda podem continuar a mudar o mundo.
"Eu vi com meus próprios olhos o poder das idéias. Eu vi pessoas matando-as e morrendo defendendo-as ..." V de vingança
A ideia de sair do trabalho ou do seu parceiro é lenta, mas inexorável. Se você está apenas em sua mente, seu trabalho vai melhorar à medida que a outra pessoa atenda às suas expectativas. A ideia já está aí e é tarde demais. Quando um casal quebra um grupo de amigos, a ideia já foi e é fácil de espalhar.
Consequências
Uma idéia pode colocar sua saúde em risco: um músico que toca para deixar seu sangue no instrumento, um cientista que joga com sua saúde para completar experimentos, um corredor que quer superar limitações humanas, o artista que não dorme dominado por sua próxima criação. Morra, mate, sofra. Mas sucesso, esperança, progresso impensável . Um novo mundo de possibilidades.
Eu não fui. Foi uma ideia. Autor: Chris Stevens Fonte: http://radiokbhr.com/es/filosofia/el-virus-mas-peligroso-sobre-la-tierra/
Dan Dennett sobre memes perigosos (o que é um meme?) 08/05/2011 23:49:16 | Notícias , inglês , involução
Comentário 0 Reblog 0
Wassily Kandinsky e sinestesia Eu ouço as cores, vejo a música
Em neurofisiologia, sinestesia (grego συν- [syn], 'juntos', e αἰσθησία [aisthesía], 'feeling') é a assimilação conjunta ou interferência de vários tipos de sensações de diferentes sentidos no mesmo ato perceptivo. Dentro de distúrbios da percepção distingue entre os que afectam a intensidade (aumento da percepção de um objecto ou diminuir -hiperestesias- mesmos -hipoestesias-), a fidelidade (deformação de um objecto real -ilusión-, deformação que aparece sem estímulo externo-alucinação-) ou integridade (distorção do objeto percebido -dismorfopsia-, transformação do objeto -metamorfopsia-). Entre os distúrbios de percepção que afetam a integridade da percepção são aqueles em que, em vez de distorcer o objeto percebido, perdendo um ou mais dos seus componentes, as percepções se aglutinam: são a sinestesia, uma doença rara da percepção que o estímulo através de um dos sentidos simultaneamente causa a sensação em outro. As sinestesias mais frequentes combinam percepções visuais e auditivas, de modo que sons, palavras ou música evocam simultaneamente a visão das cores. Para a exploração desses assuntos, o mais usual é que ao ensinar-lhes números e letras evocam uma determinada cor, ou certos sons também são acompanhados pela visão das cores. Outras sinestesias mais raras incluem sensações táteis ao ouvir sons, percepção de sabores ao ver certos objetos ou percepção de cheiros em relação ao toque. Uma de suas principais características é que elas são involuntárias. Estima-se que as sinestesias tenham uma frequência de um por 2.000 pessoas. A causa do tratorno é desconhecida. Acredita-se que possa haver algum fator genético associado, uma vez que há agregação familiar. É mais comum em mulheres que em homens. Os sujeitos sinestésicos têm a mesma prevalência de processos psicopatológicos que a população geral. Não há evidências de que esse transtorno perceptivo acarrete maior inclinação para as artes, embora se conheça muitos artistas - principalmente músicos e compositores - que viam cores ao ouvir música. A sinestesia é um efeito comum de algumas drogas psicodélicas, como o LSD, mescalina ou fungos psilocíbicos.
Os sinestetas muitas vezes percebem correspondências entre tons de cores, tons de sons e intensidades dos sabores involuntariamente. Por exemplo, tocar uma superfície mais macia pode fazer com que se sintam doces. Essas experiências não são meras associações, mas percepções e depressão tendem a aumentar sua força. Outro exemplo, associa a cor amarela com o número 7. Alguns vêem cores quando ouvem música, outros podem sentir o gosto das palavras. Outras pessoas podem perceber a letra A em vermelho, o S em amarelo e o Z em preto. Cientistas da Universidade da Califórnia argumentam que suas descobertas apóiam a ideia de que a sinestesia se deve a uma ativação cruzada de áreas adjacentes do cérebro que processam informações sensoriais diferentes. Esse cruzamento pode ser explicado por uma falha na conexão dos nervos entre as diferentes áreas quando o cérebro se desenvolve dentro do útero. A sinestesia pode ocorrer mesmo quando um dos sentidos está danificado. Por exemplo, uma pessoa que pode ver cores quando ouve palavras ainda pode perceber essas cores, mesmo que ele perca a visão durante a sua vida. Este fenômeno é também chamado de "cores de Marte", um termo que se originou após um caso de um cinestésico nascido parcialmente daltônico, mas afirmou ter visto cores 'Alien', que era incapaz de ver no sentido comum e realmente percebida devido a sua sinestesia. A primeira descrição desse fenômeno foi feita pelo Dr. GTL Sachs em 1812. Ocorre com mais frequência entre os autistas. Alguns tipos de epilepsia também causam percepções sinestésicas. Como fenômeno subjetivo, já visto pela comunidade científica, é necessária uma explicação científica e objetiva da sinestesia. A estabilidade das associações sinestésicas é mantida mesmo quando é avaliada após períodos prolongados de até um ano.
Explicação biológica Pesquisa de incidência familiar sugere que é uma característica dominante ligada ao cromossomo X.3 Muitos pesquisadores, como Daphne Maurer, da Macmaster University (Canadá), mostram que todos os bebês com menos de quatro meses de idade têm um cérebro sinestésico ou sentem a fusão. Isso porque, nessa idade precoce, o cérebro ainda não fez a especialização das diferentes áreas antes dos estímulos sensoriais. As conexões sinápticas entre as áreas permanecem unidas. Desta forma, os bebês respondem de maneira semelhante aos estímulos de diferentes tipos (som de uma nota musical, uma luz brilhante).
No processo de desenvolvimento de um 'poda neuronal "devido ao elevado crescimento das conexões sinápticas, que cada conexão sináptica é formando a estímulos de diferentes tipos. Ocorre no cérebro de uma pessoa sináptica synesthetic poda é ou não menos ocorre, os sinestésicos podem permanecer intactas as ligações sensoriais para as tarefas envolvidas sensoriais, conduzindo a esse tipo de activação simultânea com os vários estímulos sensoriais, o que explica que cinestesia durar a vida inteira.
Wassily Kandinsky (em russo Василий Васильевич Кандинский, tr:.. Vasili Vasilievich Kandinski Moscou, 4 diciembrejul./ 16 dez 1866 greg - Neuilly-sur-Seine, 13 de dezembro, 1944) foi um pintor russo, precursor a abstração em pintura e teórico da arte, considera-se que com ela começa a abstração lírica. "Os violinos, os tons profundos dos baixos, e especialmente os instrumentos de sopro, incorporaram para mim toda a força das horas crepusculares. Eu vi todas as minhas cores em minha mente, elas estavam diante dos meus olhos. Linhas selvagens e quase loucas foram desenhadas à minha frente "(Kandinsky, 1913 / ed. 1982, p.364). Estas foram as palavras do pintor russo Wassily Kandinsky (1866-1944), um precursor do expressionismo abstrato, para expressar sua primeira experiência sinestésica. Tudo aconteceu depois de assistir à representação em Moscou da ópera colossal Lohengrin de Wagner. A descoberta de estar na posse da faculdade de ter múltiplas percepções causou uma profunda transformação em sua maneira de conceber suas criações. Como nas teorias de ensaios Der Blaue Reiter Almanac e indicações do compositor Arnold Schoenberg, Kandinsky também expressou a comunhão entre artista e espectador como sendo disponibilizado para ambos os sentidos e da mente (sinestesia). Ouvir tons e acordes enquanto a pintura, Kandinsky afirma que, por exemplo, o amarelo é a cor do centro C em uma trombeta de bronze, o preto é a cor do encerramento e o fim das coisas, e as combinações de cores produzem freqüências vibratórias , semelhante aos acordes tocados em um piano. Kandinsky também desenvolveu uma teoria das figuras geométricas e suas relações, afirmando, por exemplo, que o círculo é a forma mais pacífica e representa a alma humana. Durante os estudos de Kandinsky, ele se preparou para a Composição IV, se sentiu exausto enquanto trabalhava em uma pintura e foi dar uma volta. Enquanto ele estava fora, Gabriele Münter organizou seu estudo e acidentalmente lhe deu a tela do seu lado. Ao retornar e ver o pano (mas ainda não o reconhece), Kandinsky caiu de joelhos e chorou, dizendo que era a pintura mais bonita que já vira. Ele havia sido liberado do apego a um objeto. Como a primeira vez que ele viu Monet Haystacks, a experiência que mudaria sua vida.
Em outro episódio com Münter durante os anos do expressionista abstrato da Baviera, Kandinsky estava trabalhando em sua composição VI. Após quase seis meses de estudo e preparação, o trabalho tinha a intenção de evocar uma inundação, batismo, destruição e renascimento ao mesmo tempo. Depois de descrever o trabalho em um painel de madeira do tamanho de uma parede, ele foi bloqueado e não pôde continuar. Münter disse a ele que ele foi pego em seu intelecto e não alcançou o verdadeiro assunto da fotografia. Ele sugeriu que ele simplesmente repetisse a palavra uberflut ("inundação" ou "inundação") e focalizasse seu som e não seu significado. Repetindo esta palavra como um mantra, Kandinsky pintou e completou o trabalho monumental em um período de três dias. A análise das formas e cores de Kandinsky resulta, não de associações simples e arbitrárias com idéias, mas da experiência interna do pintor. Ele passou anos criando pinturas abstratas, sensorialmente ricas, trabalhando com formas e cores implacavelmente, observando suas pinturas e as de outros artistas, levando em conta seus efeitos em seu senso de cor. Essa experiência subjetiva é algo que o filósofo francês Michel Henry chama de "subjetividade absoluta" ou "vida fenomenológica absoluta".
Uma versão de salada da pintura número 201 pelo artista russo Wassily Kandinsky
Do espiritual na arte Publicado em 1911, o livro de Kandinsky compara a vida espiritual da humanidade a uma pirâmide, o artista tem a missão de guiar os outros ao topo com o seu trabalho. A ponta da pirâmide são esses poucos artistas, ótimo. É uma pirâmide espiritual, avançando e ascendendo lentamente, mesmo que às vezes pareça imóvel. Durante os períodos decadentes, a alma afunda até o fundo da pirâmide, a humanidade busca apenas sucesso externo, ignorando as forças espirituais.
As cores na paleta do pintor evocam um efeito duplo: um efeito puramente físico no olho que é encantado pela beleza das cores, semelhante à impressão alegre quando comemos uma iguaria. Esse efeito pode ser muito mais profundo, no entanto, que causa uma vibração da alma ou uma "ressonância interna", um efeito espiritual no qual a cor toca a própria alma. "Necessidade interior" é, para Kandinsky, o princípio da arte e o fundamento das formas e a harmonia das cores. Ele define como o princípio do contato efetivo da forma com a alma humana. Cada forma é a delimitação de uma superfície por outra, mas tem um conteúdo interno, o efeito que produz naqueles que olham para ela com atenção. Essa necessidade interna é o direito do artista à liberdade ilimitada, mas essa liberdade se torna uma licença se não for baseada na necessidade. A arte surge da necessidade interior do artista de um modo enigmático, místico, através do qual ele adquire uma vida autônoma, torna-se um sujeito independente, animado por um sopro espiritual.
As propriedades óbvias que podemos ver quando olhamos para um isolado colorido e o deixamos agir sozinho, por um lado, é o calor ou a frieza do tom da cor, e, do outro lado, a clareza ou a escuridão desse tom. O calor é uma tendência para o amarelo, e a frieza de uma tendência para o azul, o amarelo e o azul formam o primeiro grande contraste e dinâmica. O amarelo tem um movimento excêntrico e o azul um movimento concêntrico, uma superfície amarela parece se aproximar de nós, enquanto uma superfície azul parece se afastar. O amarelo é uma cor tipicamente terrestre, cuja violência pode ser dolorosa e agressiva. Azul é uma cor azul clara, que evoca uma profunda calma. A combinação dos rendimentos de imobilidade total e calma azul e amarelo, que é verde. Clareza é uma tendência para o branco, e a escuridão é uma tendência para o negro. Preto e branco formam o segundo grande contraste, que é estático. O branco é um silêncio profundo e absoluto, cheio de possibilidades. O preto não é nada sem possibilidade, um silêncio eterno sem esperança e corresponde à morte. Qualquer outra cor ressoa fortemente nos seus vizinhos. A mistura de branco com preto para cinza, que não tem força ativa e cujo tom é próximo ao verde. O cinza corresponde à imobilidade sem esperança, mas tende a se desesperar quando escurece, recuperando pouca esperança quando é iluminado. O vermelho é uma cor quente, alegre e agitada, é forte, um movimento em si mesmo. Misturado com preto, fica marrom, uma cor forte. Misturado com amarelo, ganha calor e fica laranja, o que dá um movimento radiante em seus arredores. Quando misturado com o vermelho azul que se afasta do homem para se tornar roxo, é um vermelho fresco. Vermelho e verde formam o grande terceiro contraste, e laranja e roxo do quarto. As seguintes palavras do artista resumem de maneira muito poética e clara a essência de seu pensamento: "A cor é um meio de exercer uma influência direta sobre a alma. A cor é o teclado. A alma é o piano com muitas cordas. O artista é a mão que, por essa ou aquela chave, faz a alma humana vibrar adequadamente ". Fonte: Wikipedia
Experimento de Young Podemos mudar a maneira como a realidade se comporta apenas olhando para ela?
O experimento de Young, também chamado de experimento de dupla fenda, foi conduzido em 1801 por Thomas Young , na tentativa de discernir a natureza corpuscular ou ondulatória da luz. Young encontrou um padrão de interferência na luz de uma fonte distante à medida que difratava na passagem por duas grades, um resultado que contribuiu para a teoria da natureza ondulatória da luz. Posteriormente, a experiência tem sido considerada fundamental quando se trata de demonstrar a dualidade da onda corpuscular, característica da mecânica quântica. O experimento também pode ser realizado com elétrons, prótons ou nêutrons, produzindo padrões de interferência semelhantes aos obtidos quando realizados com luz. Embora esta experiência é geralmente no contexto da mecânica quântica, foi desenhado muito antes da chegada desta teoria para responder à questão de saber se a luz tinha uma natureza corpuscular, ou melhor, que consistia de ondas que viajam através do éter , análogo às ondas sonoras que viajam no ar. A natureza corpuscular da luz foi baseada principalmente nas obras de Newton. A natureza ondulatória, nas obras clássicas de Hooke e Huygens. Os padrões de interferência observados prejudicaram a teoria corpuscular. A teoria das ondas era muito robusta até o início do século XX, quando novos experimentos começaram a mostrar um comportamento que só poderia ser explicado por uma natureza corpuscular da luz. Desta forma, o experimento da dupla fenda e suas múltiplas variantes tornou-se um experimento clássico por sua clareza ao apresentar uma das principais características da mecânica quântica. A maneira na qual geralmente se apresenta o experimento foi não realizado até 1961 usando electrões e mostrando onda-partícula de partículas subatómicas (Noel Jonsson, Zeitschrift für Physik, 161, 454 dualidade de difracção de electrões em múltiplas fendas, American Journal of Física, 42, 4-11, 1974). Em 1974 ele era possível para realizar a experiência em sua forma mais ambiciosa, o elétron a elétron mecânica quântica verificar a hipótese prevista por Richard Feynman. Este experimento foi realizado por um grupo italiano liderado por Pier Giorgio Merli e repetido mais conclusivamente em 1989 por uma equipe japonesa liderada por Akira Tonomura.e que ele trabalhou para a empresa Hitachi. O experimento do duplo elétron para a fenda eletrônica é explicado a partir da interpretação probabilística da trajetória seguida pelas partículas.
Formulação clássica A formulação original de Young é muito diferente da formulação moderna do experimento e usa uma dupla fenda. Na experiência original, um estreito feixe de luz, proveniente de um pequeno orifício na entrada da câmara, é dividido em dois por um cartão com uma largura de cerca de 0,2 mm. A carta permanece paralela ao feixe que penetra horizontalmente e é orientada por um simples espelho. O feixe de luz tinha uma largura ligeiramente maior que a largura do cartão divisório, de modo que, quando era posicionado corretamente, o feixe era dividido em dois, cada um passando por um lado diferente da parede divisória. O resultado pode ser visto projetado em uma parede em uma sala escura. Young conduziu o experimento na mesma reunião da Royal Societymostrando o padrão de interferência produzido pela demonstração da natureza ondulatória da luz.
Formulação moderna A formulação moderna permite mostrar tanto a natureza ondulatória da luz quanto a dualidade onda-corpúsculo da matéria. Em uma câmara escura, um feixe de luz é permitido entrar através de uma fenda estreita. A luz atinge uma parede intermediária com duas fendas. Do outro lado dessa parede há uma tela de projeção ou uma chapa fotográfica. Quando uma das grades é coberta, um único pico aparece correspondendo à luz que vem do slot aberto. No entanto, quando ambos estão abertos em vez de formar uma imagem sobrepondo os obtidos com as fendas abertas individualmente, como aconteceria se a luz fosse feita de partículas, é obtida uma figura de interferência com as faixas escuras e outras brilhantes. Este padrão de interferência é facilmente explicada pela interferência de ondas de luz através da combinação da luz de fendas, muito semelhante ao das ondas na superfície da água combinam-se para criar picos e regiões planas maneira. Nas linhas brilhantes, a interferência é de um tipo "construtivo". O maior brilho é devido à superposição de ondas de luz que coincidem em fase na superfície de projeção. Em linhas escuras, a interferência é "destrutiva", praticamente sem luz, como resultado da chegada de ondas de luz de fase oposta (a crista de uma onda se sobrepõe ao vale de outra).
O paradoxo do experimento de Young Esse paradoxo lida com um experimento mental, um experimento fictício não viável na prática, que foi proposto por Richard Feynman, examinando teoricamente os resultados do experimento de Young analisando o movimento de cada fóton. Para a década de 1920, inúmeras experiências (como o efeito fotoelétrico, o efeito Compton, ea produção de x - ray entre outros) tinha mostrado que a luz interage com a matéria somente em quantidades discretas, em embalagens "quantizadas" ou "quantum" chamados fótons. Se a fonte de luz pudesse ser substituída por uma fonte capaz de produzir fótons individualmente e a tela fosse sensível o suficiente para detectar um único fóton, a experiência de Young poderia, em princípio, ser produzida com fótons individuais com o mesmo resultado. Se uma das fendas estiver coberta, os fótons individuais se acumularão na tela no tempo, criando um padrão com um único pico. No entanto, se ambas as fendas estiverem abertas, os padrões de fótons que atingem a tela novamente se tornarão um padrão de linhas claras e escuras. Este resultado parece confirmar e contradizer a teoria ondulatória da luz. Por um lado, o padrão de interferência confirma que a luz se comporta como uma onda, mesmo que as partículas sejam enviadas uma de cada vez. Por outro lado, cada vez que um fóton de uma certa energia passa por uma das fendas, o detector da tela detecta a chegada da mesma quantidade de energia. Como os fótons são emitidos um a um, eles não podem interferir globalmente, por isso não é fácil entender a origem da "interferência". A teoria quântica resolve esses problemas postulando ondas de probabilidade que determinam a probabilidade de encontrar uma partícula em um dado ponto, essas ondas de probabilidade interferem umas nas outras como qualquer outra onda. Um experimento mais refinado é organizar um detector em cada uma das duas fendas para determinar por que uma fenda passa por cada fóton antes de chegar à tela. No entanto, quando o experimento é organizado dessa maneira, as franjas desaparecem devido à natureza indeterminista da mecânica quântica e ao colapso da função de onda.
Condições para interferência Ondas causando interferência para ser "coerente", ou seja as vigas a partir de cada uma das fendas têm de manter uma fase relativamente constante no tempo, além de ter a mesma frequência, embora isto não seja estritamente necessário, uma vez que o experimento pode ser feito com luz branca. Além disso, ambos devem ter polarizações não perpendiculares. No experimento de Young, isso é conseguido passando o feixe através da primeira fenda, produzindo a mutilação da frente de onda em duas frentes coerentes. Também é possível observar franjas de interferência com luz natural. Neste caso, um máximo central branco é observado junto com outros máximos laterais de cores diferentes. Além, um fundo branco uniforme é observado. Este fundo não é realmente formado por luz branca, uma vez que se uma posição é fixada na tela, um espectrômetro é colocado paralelo à faixa através da qual a luz é passada, listras escuras e brilhantes são observadas alternadamente. Isso foi chamado de espectro com nervuras. As duas fendas devem estar próximas (cerca de 1000 vezes o comprimento de onda da luz usada) ou, em outro caso, o padrão de interferência é formado apenas muito próximo das fendas. A largura das fendas é normalmente um pouco menor que o comprimento de onda da luz usada, permitindo o uso das ondas como fontes pontuais esféricas e reduzindo os efeitos de difração por uma única fenda. Fonte: Wikipedia
Capítulo 3. The Young Experiment 2012 03 28 por diego-alejandro-chertoff-4266
Psicodrama Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa Psicodrama é uma psicoterapia em grupo ou individual em que a ação representação dramática improvisada é usada como núcleo de abordagem e exploração da psique humana e seus vínculos emocionais, visando à catarse e ao desenvolvimento da espontaneidade do indivíduo.[1]
Índice
1A Dramatização de uma cena 2Técnicas dramáticas 3Elementos da cena psicodramática 4Jacob Levy Moreno 5Teoria do Psicodrama 6A teoria da espontaneidade 7Teoria dos papéis 8A psicoterapia grupal 9Psicodrama psicanalítico 10Referências 11Ligações externas 12Ver também 13Notas e referências
A Dramatização de uma cena[editar |
editar código-fonte]
Distinguem-se, no desenvolvimento da ação psicodramática, três momentos que possuem, cada um, uma importância singular. 1. A primeira fase, aquecimento, é quando o grupo se prepara. Os participantes desenvolvem um tema. Aflora um protagonista grupal; 2. Dá-se início a um segundo momento ou fase, que é a dramatização propriamente dita, a cena dramática. Aqui, ganham, importância, os ego-auxiliares, que serão os encarregados de encenar os personagens, contracenando, com o protagonista, os personagens reais ou fantasiosos, aspectos do paciente, símbolos do seu mundo; 3. O terceiro momento ou fase é o compartilhamento, é o retorno do protagonista ao grupo, momento em que o grupo compartilha seus sentimentos e vivências, tudo o que lhes foi acontecendo durante a cena, as ressonâncias que ela produziu.
Técnicas dramáticas[editar |
editar código-fonte]
As diversas técnicas dramáticas utilizadas durante a representação foram pensadas por Moreno em relação com sua Teoria do Desenvolvimento dos Papéis. Cada uma delas cumpre uma função que corresponde também a uma etapa do desenvolvimento psíquico. O diretor do Psicodrama instrumentará, em cada situação, as técnicas que lhe pareçam mais adequadas e correspondentes ao momento do drama, segundo o tipo de vinculação que nele se expressa. A primeira etapa, em que há a indiferenciação do Eu e do Tu, corresponde à técnica do duplo. A segunda, do Reconhecimento do Eu, à técnica do espelho. A terceira etapa, do Reconhecimento do Tu, à técnica da inversão de papéis.
Mediante a técnica do duplo, um ego-auxiliar desempenha o papel do protagonista, no palco, ao lado dele. Verbal e gestualmente complementa aquilo que, a partir desse desempenho, intui que o protagonista não pode expressar completamente, ou que não se dá conta de que está expressando. Podemos considerar a semelhança desta técnica com a mãe junto ao bebê, a qual tenta apreender a necessidade dele para atendê-lo. Na técnica do espelho, o protagonista sai do palco e assume a posição de platéia na representação que um ego-auxiliar faz dele. Busca-se, com isso, que o paciente se reconheça em determinada representação, assim como na sua infância reconheceu sua imagem no espelho. Proporciona visão de si próprio sob a ótica do outro, agindo como fator de percepção de sua identidade. Já na técnica da inversão de papéis, o protagonista inverte papéis com os personagens do enredo psicodramático, contracenando com os egos-auxiliares que tomam seu próprio papel. É a técnica mais importante no Psicodrama, pois é a que investiga e desenvolve a possibilidade de estar em relação, privilegiando a percepção do protagonista (e, secundariamente, do grupo) dos significados afetivos e simbólicos que este tem para o outro e, reciprocamente, o outro tem para este. Para Jacob Levy Moreno, a relação pode atingir tal grau de intimidade que levaria ao estado existencial do "Encontro".
Elementos da cena psicodramática[editar |
editar código-fonte]
Moreno, tomando, do modelo teatral, seus elementos, distingue, ainda, para a cena psicodramática, cinco elementos: 1. Cenário: neste continente, desdobra-se a produção e, nele, podem-se representar fatos simples da vida cotidiana, sonhos, delírios, alucinações. 2. Protagonista: o protagonista pode ser um indivíduo, uma dupla ou um grupo. É quem, em psicodrama, protagoniza seu próprio drama. Representa a si mesmo e seus personagens são parte dele. Palavra e ação se integram, ampliando as vias de abordagem. 3. Diretor: o psicoterapeuta do grupo é também o diretor psicodramático. Sua função é propiciar e facilitar o bom desenvolvimento da cena dramática. 4. Egos-auxiliares: São as pessoas que contracenam com o protagonista, podendo ser profissionais ou participantes do público que são convidados a subir no palco terapêutico. 5. Público ou plateia: são os membros do grupo que participam assistindo à cena dramática.
Jacob Levy Moreno[editar |
editar código-fonte]
Ver artigo principal: Jacob Levy Moreno O médico romeno Jacob Levy Moreno, o criador do psicodrama e do sociodrama, é um exemplo de criatividade e dedicação à investigação psicológica e social. Este nasceu na Romênia em 1892 e faleceu nos Estados Unidos em 1974. Foi um homem de ampla cultura e fortes ideias religiosas e filosóficas, amante do teatro e incansável investigador do homem e seus vínculos. Deixou-nos uma obra escrita e um movimento psicodramático que abrange a América, Europa e Ásia. Em 1925, indo morar no Estados Unidos, desenvolveu e sistematizou sua descoberta: a socionomia. A socionomia se divide em sociometria, sociodinâmica e a sociatria. A socionomia é o estudo do grupo e suas relações. A sociometria visa a medir as relações entre os membros do grupo, evidenciando as preferências e evitações presentes nas relações grupais. Utiliza, como método, o teste sociométrico. A sociodinâmica se interessa pela dinâmica de grupo e utiliza, como método, o role playing ou jogo de papéis. Já a sociatria busca tratar as relações grupais e utiliza três métodos: o sociodrama, a psicoterapia de grupo e o famoso psicodrama.
Com a leitura de suas obras, muitos autores declaram que o psicodrama possui um grande conteúdo emocional e uma audácia renovadora, pois surgiu como uma nova e dinâmica linha de investigação para o conhecimento e terapia dos conflitos psicológicos. Para o surgimento desta teoria, Moreno desafiou críticas, rompeu com o movimento médico da sua época, atacando os valores oficiais caducos, vazios e falsos, conseguindo desenvolver uma teoria baseada numa concepção do homem e da saúde que tem, como núcleo, a espontaneidade, o otimismo sobre a vida, o amor, a catarse e os papéis que o Eu do indivíduo vai formando. Esta busca pelo reencontro dos verdadeiros valores éticos, religiosos e culturais em uma forma dramática espontânea (mais tarde, denominado como desenvolvimento do axiodrama) foi o primeiro conteúdo do psicodrama. O lugar do nascimento do psicodrama foi um teatro dramático de Viena. Moreno declarou que não possuía nenhuma equipe de atores, nenhuma peça e que, neste dia, apresentouse sozinho, sem nenhuma preparação, ante um público de mais de mil pessoas. Segundo ele, no palco, havia somente uma poltrona de espaldar alto, como o trono de um rei; no assento, uma coroa dourada. Surgiu com um intento de tratar e curar o público de uma enfermidade, uma síndrome cultural e patológica que os participantes compartilhavam no momento (Viena encontrava-se em pós-guerra, não havia governo... a Áustria estava inquieta em busca de uma nova alma). Mas, psicodramaticamente, Moreno possuía um elenco e uma obra. Uma vez que o público era seu elenco, e a obra era retratada pela trama demonstrada pelos acontecimentos históricos, no qual cada um representava seu papel real. Cada representante de um papel foi, então, convidado a subir ao palco, e encenar o papel de um rei, sem preparação e diante de um público desprevenido, que funcionava como jurado. Mas, neste primeiro momento, nada se passou. Ninguém foi achado digno de ser rei e o mundo permaneceu sem líder. Apesar do aparente fracasso desta primeira representação, este foi o marco do nascimento de uma nova modalidade de expressão catártica que, instrumentada pelo exercício da espontaneidade e sustentada na teoria dos papéis, viria a se constituir o método psicodramático de abordagem dos conflitos interpessoais, cujo âmbito natural é o grupo. Surge, então, a expressão "psicoterapia de grupo". O psicodrama desde seus primórdios estabeleceu um ambiente basicamente grupal, com a presença do terapeuta (diretor de cena), seus egos auxiliares e os pacientes (tanto como protagonistas como público). Aliás, a expressão, "psicoterapia de grupo" foi pela primeira vez utilizada por Moreno.
Teoria do Psicodrama[editar |
editar código-fonte]
Moreno foi capaz de dar importância à improvisação dramática e retomou o conceito de catarse. Pois, ao ocorrer uma identificação do espectador com os atores, ocorre uma catarse e, também, certa conscientização. Para que ocorra esta catarse, têm que existir uma espontaneidade e criatividade, pois do contrário, é uma mera repetição que não trará nada de novo nem aos protagonistas nem ao público. É na criação espontânea que se consegue o vínculo do homem com o mundo. O psicodrama possui o conceito de espontaneidade-criatividade, a teoria dos papéis, a psicoterapia grupal como pontos básicos da sua teoria, além de outros como: tele (capacidade de se perceber de forma objetiva o que ocorre nas situações e o que se passa entre as pessoas), empatia (tendência para se sentir o que se sentiria caso se estivesse na situação e circunstâncias experimentadas pela outra pessoa.), coinconsciente (vivências, sentimentos, desejos e até fantasias comuns a duas ou mais pessoas, e que se dão em "estado inconsciente".) e matriz de identidade (lugar do nascimento).
A teoria da espontaneidade[editar |
editar código-fonte]
Está ligada dialeticamente à criatividade, compreendendo uma fenomenologia, uma metapsicologia, uma psicotécnica, uma psicopatologia e uma psicologia genética. A
psicotécnica, ou treinamento da espontaneidade, procura resgatar a espontaneidade perdida pelo homem ao longo da sua existência. Segundo a psicologia genética, a criança, ao nascer, realiza seu primeiro ato criativo: é o primeiro ato de catarse de integração. Ela nasce com uma capacidade criadora própria do ser humano que irá completando-se com a maturidade e com a ajuda dos outros. O primeiro eu-auxiliar é a sua própria mãe. Ao longo de sua infância, à medida em que vai vivendo os diversos papéis e em contato com os agentes sociais, desenvolve essa capacidade criadora ou a atrofia em maior ou menor medida, de acordo com o tipo de relações e na medida em que as "tradições culturais" lhe sejam impostas pelos mais velhos. Esses agentes da sociedade lhe submetem, durante o desenvolvimento, condutas estereotipadas, repetitivas, ritualistas, muitas delas, para ela e para os demais, vazias de significado. Por outro lado, os agentes sociais também podem ajudar no desenvolvimento da espontaneidade. Depende de cada caso e do meio em que vive a criança em um determinado momento histórico-social. O ato do espontâneo está intimamente ligado ao instante: dali, surge a noção do aqui e agora. A filosofia do momento prega os benefícios do instante, do presente em constante mudança. É lugar (lócus) onde se dá o crescimento. Segundo Moreno, esta experiência primitiva da identidade configura o destino da criança. Em toda essa primeira etapa, os papéis são psicossomáticos. A segunda etapa é a do reconhecimento do Eu. A criança observa o outro (mãe) como algo diferente dela. Integra as diferentes partes do seu corpo numa unidade e é a partir dali que se diferencia. É na segunda etapa que aparecem os papéis psicodramáticos. Moreno faz uma pormenorizada descrição da evolução da imagem do mundo da criança, distinguindo: 1. Matriz de identidade total: primeiro universo: tudo é um. As configurações estão configuradas pelos atos. 2. Matriz de identidade total diferenciada: no segundo tempo do primeiro universo, diferenciam-se as unidades, porém mantêm, o mesmo grau de realidade, os indivíduos, os objetos imaginários e os reais. 3. Matriz da lacuna entre fantasia e realidade: começam a se organizar dois mundos, o da realidade e o da fantasia. Isto, na linguagem moreniana, marca o começo do segundo universo. O ideal é que o indivíduo possa dominar a situação e que não desenvolva um mundo real em detrimento da fantasia, nem vice-versa.
Teoria dos papéis[editar |
editar código-fonte]
Ver artigo principal: Teoria dos papéis organizacionais O termo "papel" é um conjunto das várias possibilidades identificatórias do ser humano. Os papéis psicodramáticos expressariam, as distintas dimensões psicológicas do eu (self) e a versatilidade potencial de nossas representações mentais. Nesta teoria, tomam-se os papéis como núcleo do desenvolvimento egoico e, à medida em que a criança cresce e se diferencia, esta vai podendo ampliar seu leque de papéis. Alguns papéis ficarão inibidos, necessitando, posteriormente, ser resgatados (função do psicodrama).
A psicoterapia grupal[editar |
editar código-fonte]
Ver artigo principal: Terapia em grupo Moreno assim a define: "a psicoterapia de grupo é um método para tratar, conscientemente, na fronteira de uma ciência empírica, as relações interpessoais e os problemas psíquicos dos indivíduos de um grupo." Na sua concepção, todos no grupo são agentes terapêuticos, e todo o grupo também o pode ser em relação a outro grupo. Este método aspira a alcançar o melhor agrupamento de seus membros para os fins que persegue. Não trata somente dos indivíduos, mas de todo o grupo e dos indivíduos que
estão em relação com ele. Em sua relação sociológica, vê a sociedade humana total como o verdadeiro paciente. O conceito de encontro está no centro da psicoterapia de grupo, comunicação mútua que não se esgota no intelectual, mas que abrange a totalidade de seu ser. O encontro vive no "aqui e agora". Vai mais além da empatia e da transferência. Forma um "nós". Moreno enumera os métodos a serem utilizados, entre os quais, destacam-se: método de clube ou associação, de assessoramento, de conferência, de classes, psicanalítico, visuais, discussão livre, sociométricos, de histórias clínicas, da bibliografia, magnetofônico (sessões gravadas), da música e da dança, ocupacionais, laboratoriais e, especialmente, o método psicodramático.
Psicodrama psicanalítico[editar |
editar código-fonte]
O psicodrama psicanalítico nasceu na França em 1944. Hoje, é uma corrente que define que a cena dramática tem a função de concentrar o drama e permitir que apareçam novos significantes. Ela diz que "o psicodrama não é a busca de um certo sentido nem tampouco de um significante fundamental. Por isso, deve-se evitar a interpretação que proporcione o sentido e a perda do sentido." Conforme Didier Anzieu: "o psicodrama analítico favorece a expressão dos conflitos por intermédio de imagens simbólicas." Didier caracteriza quatro aspectos importantes no psicodrama: dramatização dos conflitos, comunicação simbólica, efeito catártico e natureza lúdica. Na América Latina, a Argentina é o país pioneiro em psicodrama. Atualmente, Brasil, México e outros fizeram um importante desenvolvimento, sendo pertinente destacar o psicodrama no Brasil, que, inicialmente foi desenvolvido por docentes argentinos e que, atualmente, é desenvolvido por seus próprios docentes. Para Osório,[2] a teoria moreniana, que se torna pouco sólida se a compararmos com a teoria psicanalítica, tem, entretanto, alguns aspectos que não são excludentes, mas que se complementam e, em alguns casos, são parcialidades de conceitos psicanalíticos não reconhecidos e rebatizados com outros nomes ou trabalhados sob outros ângulos, como acontece com os conceitos de regressão e fixação. A regressão em psicodrama não se obtém através da transferência, mas através de cena dramática, que torna, presente, o passado. A transferência em Moreno é um conceito herdado da transferência freudiana. A espontaneidade, essencialmente, está relacionada com o conceito de libido de Freud. Se nos fixamos na cena dramática, esta, desde o ponto de vista moreniano, fundamenta seu valor da seguinte maneira: a representação dramática é liberadora, é uma segunda vez, é a forma que adquirem, o passado e o futuro, no presente. O encontro, o compartilhar, a criatividade e o ato espontâneo possibilitam novos papéis e resgatam energias perdidas. Isto levará a uma catarse de integração e a uma catarse do público. A cena é a representação do passado, um lugar simbólico onde se revela o imaginário através das cenas atuais ou manifestas, podendo explorar e elaborar situações conflitivas do mundo externo, encontrando sua conexão com o mundo interno dos indivíduos, em sucessivas ações dramáticas com cenas antigas e inconscientes. Sintetizando, a cena dramática é, basicamente, a presentificação e corporização dos vínculos intrapsíquicos e interpessoais.
Referências 1. 2.
↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 411. ↑ Osório
Ligações externas[editar |
editar código-fonte]
Associação Brasileira de Psicodrama e Sociodrama
FEBRAP - Federação Brasileira de Psicodrama [1] Psicodrama.com.br
Ver também[editar |
editar código-fonte]
Terapia em grupo Jacob Levy Moreno Terapia familiar Psicologia de Grupo e a Análise do Ego
Notas e referências[editar |
editar código-fonte]
OSÓRIO, Luiz Carlos. Grupos : teoria e prática : acessando a era da grupalidade. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. 210p. GRUPOTERAPIA hoje. Porto Alegre: Artes Medicas, 1986. 358p. Este artigo sobre psicologia é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.
Sándor Ferenczi Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa
Ferenczi, mais à direita na fileira posterior, com Freud, Carl Jung e outros em 1909.
Sándor Ferenczi (Miskolc, 16 de julho de 1873 — Budapeste, 22 de maio de 1933) foi um psicanalista húngaro, um dos mais íntimos colaboradores de Freud Tornou-se famoso pelas experiências psicanalíticas.[1] Nasceu em Miskolc e formou-se em medicina aos 21 anos pela Universidade de Viena. Conheceu Freud em 1908 e já se especializava em neurologia e neuropatologia e depois estudou hipnose. Pertencente à primeira geração da psicanálise, foi um dos organizadores e defensores do movimento psicanalítico, tendo sido dele a idéia de que um pequeno grupo de homens pudesse ser analisado por Freud pessoalmente, para depois transmitir a psicanálise em suas cidades de origem. Essa prática acabou por dar origem à análise didática e, mais tarde, à institucionalização da psicanálise, com a fundação da International Psychonalytical Association – IPA, criada por ele a pedido de Freud. Conhecido por ser um analista eminentemente clínico, se ocupou da teoria do espaço analítico e do lugar do analista, distinguindo-se de Freud, que tratou mais especificamente da estruturação do aparelho psíquico.[2]
Índice
1Psicanálise e Teoria 2Cronologia 3Referências 4Bibliografia
Psicanálise e Teoria[editar | editar código-fonte] Sua produção teórica teve início logo após seu contato com Freud em 1908. Dedicou toda sua obra a questionar a psicanálise, procurando ampliar seus limites terapêuticos e, em suas preocupações, privilegiou o tratamento de psicóticos, de pacientes psicossomáticos e casos-limites, sendo que muitas de suas idéias encontram-se na origem da teoria psicanalítica das escolas inglesa e francesa. Dentre seus interesses teóricos destacam-se: os temas da introjeção e projeção, a ênfase sobre o papel estruturante do objeto externo no desenvolvimento psíquico, a regressão na cura analítica, a importância dos vínculos – relação mãe e bebê, o impacto do trauma infantil na constituição do sujeito, a distinção do trauma, do traumático e do traumatismo, bem como a clivagem corpo e psiquismo. No desenvolvimento das questões técnicas, propôs a necessidade de contato emocional entre analista e analisando para a efetiva realização de um processo de mudança psíquica;
ressaltou a importância da empatia e da contratransferência como paradigma técnico, e a defesa da psicanálise para não médicos. Cada vez mais, a importância de sua obra tem sido reconhecida pela atualidade das questões abordadas, que se revela no debate do tratamento de vítimas de abuso sexual infantil, em sua proposta de integração do biológico com a psicanálise e na investigação de transtornos graves de caráter, estruturas narcisistas e pacientes limítrofes.
Cronologia[editar | editar código-fonte] 1899 Publica numerosíssimos artigos pré-analíticos até 1908, dentre eles, “Espiritismo”, dedicado à transmissão de pensamento. 1904 Chefe do serviço de neurologia. Torna-se companheiro de Gizella Palos, casada e oito anos mais velha do que ele. Essa ligação era tolerada pelo marido de Gizella, que, entretanto, se recusava a lhe conceder o divórcio. Gizella vivia com suas duas filhas, Magda, casada com o irmão mais novo de Sándor, e Elma, nascida em 1887. Não só Ferenczi tornou-se, analista de sua amante, como também não hesitou em tratar de Elma, quando esta apresentou sintomas de depressão, três anos depois. 1906 Sempre pronto a ajudar os oprimidos, a escutar os problemas das mulheres e a socorrer os excluídos e marginais, tomou, em 1906, a defesa dos homossexuais em um texto corajoso apresentado à Associação Médica de Budapeste. 1908 Em 1908 Ferenczi já participou do I Congresso de Psicanálise em Salzburgo e fez uma conferência sobre "Psicanálise e pedagogia". Depois de ler com entusiasmo “A interpretação dos sonhos”, visitou Freud em um domingo, 2 de fevereiro de 1908, acompanhado de seu colega e amigo Fulop Stein (1867-1917). É o começo de uma longa relação com aquele que se tornaria seu analista, mestre e amigo. Durante um quarto de século, Ferenczi trocaria com o mestre de Viena 1.200 cartas. Freud e Ferenczi compartilharam várias férias de verão. Ferenczi começa a praticar a psicanálise em Budapeste. Realiza conferências de divulgação da psicanálise para médicos. Descobre a existência da contratransferência, explicando a seu interlocutor sua tendência em considerar os assuntos do paciente como seus próprios. Dois anos depois, Freud conceituaria essa noção, fazendo dela um elemento essencial na situação analítica. 1909 Acompanha Freud em sua célebre viagem aos Estados Unidos, juntamente com Jung, e publica seu primeiro grande trabalho teórico, “Transferência e introjeção”. Nele, introduz o termo introjeção, que Freud retomaria e aprofundaria. 1910 Congresso de Nuremberg. Fundação da Associação Internacional de Psicanálise (IPA). Jung é o primeiro presidente. 1911 Tratamento de Elma, filha de sua futura mulher, Gizella. No final de 1911, Ferenczi faz algumas semanas de análise com Freud. 1912 Publica: “O conceito de introjeção”. 1913
Publica um caso clínico: “O Pequeno Homem-Galo”. Novas sessões de análise com Freud. Mobilização como médico militar. Esboço de uma teoria do coito e do desenvolvimento genital, que seria posteriormente exposta no livro “Thalassa”. Cria com Sandor Rado, Istvan Hollos, Lajos Levy e Hugo Ignotus a Sociedade Psicanalítica de Budapeste. Publica vários artigos importantes, entre os quais “Ontogênese dos símbolos”, “Desenvolvimento do sentido das realidades e seus estágios”. Redige também uma crítica de Metamorfoses e símbolos da libido, de Jung, expondo publicamente sua posição no tocante ao conflito Jung-Freud. Sem ambiguidade, Ferenczi toma o partido deste último. Membro do Comitê Secreto de Psicanálise a partir de 1913, participa de todas as atividades de direção do movimento freudiano. 1914 Ferenczi analisa duas grandes figuras do movimento psicanalítico: Geza Roheim e Melanie Klein. Analisa também Ernest Jones, cuja atitude em relação a seu analista seria marcada pela ambivalência. Fez análise em três ocasiões com Freud, entre 1914 e 1916. 1918 Eleito presidente da Associação Internacional de Psicanálise. 1919 Casamento com Gizella. O casal não teve filhos. Criada pela primeira vez no mundo, uma cátedra de ensino (a primeira cadeira de psicanálise), na Universidade de Budapeste. Publicação de “A técnica psicanalítica”, ponto de partida de uma reflexão aventurosa, original e que conduziu a uma ruptura com Freud e o movimento psicanalítico. 1921 Publicação de “Prolongamentos da técnica ativa em psicanálise”. Em agosto, Ferenczi vai a “Baden-Baden conhecer Groddeck, que seria seu amigo por toda a vida”. 1922 Apresentação de “Thalassa: teoria da genitalidade”, no Congresso de Berlim. 1923 Publicação de uma série de observações clínicas, entre elas o “Sonho do bebê sábio”. Freud é afetado por um câncer da mandíbula. Groddeck publica o “Livro do isso”. 1924 Primeira edição de “Thalassa, ensaio sobre a teoria da genitalidade” . Co-autor, com Otto Rank, de “Perspectivas da psicanálise”. 1926 70° aniversário de Freud. Primeiro encontro com analistas de língua francesa. Publicação de “Contra-indicações da técnica ativa”. Abandono da “técnica ativa” em prol da “técnica de indulgência e relaxamento”. Publicação de “Fantasias gulliverianas”. Viagem de conferências pelos Estados Unidos, onde alguns terapeutas, como Clara Thompson (18931958), grande amiga de Harry Stack Sullivan, o reconheceram logo como um clínico genial. 1927 Volta dos Estados Unidos por Londres. Ano da fundação da Sociedade Psicanalítica de Paris.
1928 Conferência pública em Budapeste sobre “Elasticidade da técnica psicanalítica”. Ferenczi reviu sua técnica ativa e elaborou uma nova, dita de relaxamento e indulgência: “Elasticidade da técnica ativa”. 1929 Publicação de “O filho mal recebido e sua pulsão de morte.” Apresentação da conferência “Princípio de relaxamento e neocatarse”, no Congresso de Oxford. 1930 Publicação de “Princípio de relaxamento e neocatarse”. Redação da primeira parte das “Notas e fragmentos”. 1931 Publicação do artigo "Análises de crianças com adultos". Inauguração de uma policlínica psicanalítica em Budapeste. Redação das Reflexões sobre o trauma. 1932 Começo do Diário clínico, onde conduziu a conceber a possibilidade de uma análise mútua. Redação de Confusão de língua entre os adultos e a criança. 1933 Queima de livros "antialemães" nas fogueiras em Berlim. Recusa a publicar Confusão de língua entre os adultos e a criança. Aos 60 anos de idade, em 24 de maio, acontece o falecimento repentino de Sándor Ferenczi, em conseqüência de problemas respiratórios provocados por uma anemia perniciosa.
Referências 1. 2.
↑ «Sándor Ferenczi (1873 – 1933)» ↑ Resenha elaborada por Maria Nilza Mendes Campos, do Instituto de Psicanálise Virgínia Leone Bicudo, da Sociedade de Psicanálise de Brasília. «Sándor Ferenczi». FEBRAPSI
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
KAUFMANN, Pierre, Primeiro Grande Dicionário Lacaniano, Jorge Zahar Editor, RJ – 1996. LAPLANCHE e PONTALIS, Vocabulário de Psicanálise, Ed. Martins Fontes, SP- 2000. NASIO, J. D., Introdução às Obras de Freud, Ferenczi, Groddeck, Klein, Winnicott, Dolto, Lacan, Jorge Zahar Editor, RJ – 1995. ROUDINESCO, Élisabeth, Dicionário de Psicanálise, Jorge Zahar Editor, RJ – 1997.
Fritz Perls Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa Fritz Perls
Friederich Perls Nome completo
Friederich Salomon Perls
Conhecido(a) por
fundar a Gestalt-terapia
Nascimento
8 de julho de 1893 Berlim Império Alemão
Morte
14 de março de 1970 Chicago,
Estados Unidos
Nacionalidade
alemã
Cônjuge
Laura Perls
Filho(s)
Renate, Steve[1]
Ocupação
psiquiatra, professor universitário, psicólogo
Influências Lista[Expandir] Principais
Escarafunchando Fritz, Ego, fome
trabalhos
e agressão, Isto é Gestalt
Escola/tradição
Gestalt-terapia
Friederich Salomon Perls, mais conhecido como Fritz Perls (Berlim, 8 de julho de 1893 – Chicago, 14 de maio de 1970) foi um psicoterapeuta e psiquiatra de origem judaica que,
junto com sua esposa Laura Perls, desenvolveu uma abordagem de psicoterapiaque chamou de Gestalt-terapia.
Índice
1Teorias 2Vida 3Referências 4Ligações Externas}
Teorias[editar |
editar código-fonte]
Fritz propôs o conceito de que o desenvolvimento psicológico e biológico de um organismo se processa de acordo com as tendências inatas desse organismo, que tentam adaptá-lo harmoniosamente ao ambiente[2] e também criticava a psicanálise antes mesmo do surgimento da Gestalt-Terapia, podendo ser observado em sua primeira publicação: "The Ego, Hunger and Aggression"(1942), no qual critica a teoria psicanalítica com base em pesquisas sobre percepção e motivação. Neste livro Fritz lança uma importante discordância teórica com relação à psicanálise: a idéia de que a base da agressão e do sadismo está na fase oral e não na fase anal do desenvolvimento infantil. É também neste livro que Perls lança alguns conceitos básicos do que seria, mais tarde, a Gestalt-terapia: a realidade do aqui e agora, o organismo como totalidade, a unidade organismo/meio, a dominância da necessidade emergente e uma reflexão sobre o conceito de agressão, que é entendida como uma força biológica importante para o crescimento.[3] Um ano após sua publicação foi fundado o Gestalt Institute of New York centro especializado no desenvolvimento da Gestalt-Terapia. É importante salientar que Gestalt e Gestalt-terapia são conceitos diferentes.
Vida[editar |
editar código-fonte]
Nascido em um gueto judeu de Berlim, foi o terceiro e último filho depois de duas meninas, Else e Grete. Seu pai, Nathan, foi vendedor de fraccionamento de vinhos, e passou muito tempo longe de casa e sempre teve uma relação muito ruim com seu único filho. Sua mãe, Amalia, judia, advinda de uma pequena burguesia, decisivamente influenciaria seu filho em relação às paixões pela ópera e teatro. Em relação aos seus pais, Fritz escreveu em sua autobiografia: "Meus pais eram judeus, identificados, especialmente o meu pai. Isso significa que, primeiro vivi a vergonha do meu passado e, por outro, mantive alguns de meus costumes tradicionais; como ir à igreja aos feriados. Pensei que no caso em que Deus estava em algum lugar, do qual eu não poderia estar presente, isso e outras hipocrisia, me fez ateu desde cedo... meu pai odiava minha mãe e outras mulheres, além de seu tempo livre dedicar-se a jogos. Embora em público, parecia ser amigável". Era um estudante brilhante, mas pouco esforçado na escola. Ele foi expulso por mau comportamento com 13 anos de idade. Seu pai, então, força-o a trabalhar em uma loja como um aprendiz. Suas relações foram sendo cada vez mais ressentidas. Na morte de seu pai, Perls não compareceu à seu funeral. Ele retomou seus estudos, mas a escola liberal, o Ginásio Askanischer com um professor de humanidades, onde começou a fazer contato com o mundo do teatro de forma mais participativa, uma vocação que mais tarde iria aumentar. Um dos eventos importantes de sua adolescência veio com o diretor teatral Max Reinhardt, diretor do Deutsches Theater, com quem teve aulas. Iniciou seus estudos de medicina, e quando a guerra foi declarada, um problema cardiovascular o isentou do serviço militar. No entanto, Perls se alistou como voluntário da Cruz Vermelha, servindo na frente belga em 1915. No ano seguinte, estava na frente,
como um médico de um batalhão de sapadores. Sua experiência da guerra será registrada como uma das piores da sua vida: "A vida de agonia das trincheiras: horror, horror de viver e morrer". Em 1920, formou-se em medicina na Universidade Humboldt de Berlim. Em seguida, foi contratado na mesma instituição como neuropsiquiatra, passando a ter estreita ligação com os círculos da esquerda política e da boemia artística, principalmente teatro. (Brücke, Bauhaus) Ele também foi profundamente influenciado e fascinado pelo filósofo Salomom Friedlander: "A filosofia era para mim uma palavra mágica, um algo tinha que entender, a compreender a si mesmo e do mundo, um antídoto para a confusão existencial e embaraçoso". Em 1925, com trinta e dois anos ainda vivia com sua mãe. Período de incerteza e sofrimento. Encontrou-se com Lucy, seu primeiro grande relacionamento romântico. Em 1926 começou a ser analisado por Karen Horney, com quem estabelece um vínculo que vai sustentar-se toda a sua vida. Fascinado pela psicanálise, considerou a possibilidade de se tornar um analista. Ele então mudou-se para Frankfurt, um ano mais tarde, onde passou um ano como assistente de Kurt Goldstein, um médico pesquisador da Gestalt em traumas cerebrais. Lá ele conheceu sua futura esposa e colaboradora, Lore Posner (Laura), com quem estabeleceu uma relação longa, ininterrupta e sentimental. Continuou a sua análise com um segundo psicanalista: Clara Happel em Viena, e estabeleceu-se para acolher os seus primeiros pacientes, supervisionados por Helen Deutsch e Hirschman. Ele também tomou um assistente em um hospital com Wagner-Jauregg e Paul Schilder. Ao voltar para Berlim em 1928, foi estabelecido como psicanalista, continuando a sua análise com Eugen Harnik, psicanalista ortodoxo húngaro. Em 23 de Agosto do ano seguinte, Perls casou-se com Laura (Lore), tendo ele 36 e ela 24 anos. Seguindo o conselho de K. Horney, começou a sua quarta análise, desta vez com Wilhelm Reich, com quem manterá uma relação de admiração e amizade por toda a vida, a dizer: "De Reich tenho vesícula, Horney, o empenho humano sem terminologia complicada." Os anos 30 marcaram a ascensão de Hitler ao poder. No ano seguinte teve sua primeira filha, Renate. Ele continuou a trabalhar sob a supervisão de Otto Fenichel. Em 1933 e para evitar prisão pelos nazistas, cruza a fronteira com a Holanda, deixando sua família no sul da Alemanha, em casa de autoridades por um tempo. Desde a reunião em Amsterdã, vivem inúmeras vezes dificuldades econômicas. Perls supervisiona Landanner Karl, outro refugiado, a quem ele lembra como "um homem de grande esforço para tornar possível o sistema freudiano mais compreensível". Outro amigo, Ernest Jones, como alguém que fez muito nesse tempo em favor dos psicanalistas judeus que foram perseguidos, aconselhou-o ir para a África do Sul em 1934, e então Perls saiu para um trabalho como psiquiatra em Joanesburgo, onde, como em sua autobiografia, contou como suas melhores lembranças. Juntamente com Laura fundou o Instituto Sul-Africano de Psicanálise. Vêem tempos de prosperidade econômica e reconhecimento profissional, longe do caos da guerra. Em 1935, teve seu segundo filho, Steve. O ano de 1936 é crucial em termos de decepção, ao invés de antes da psicanálise , para os psicanalistas da época, diria mais tarde, "Durante anos eu era um pouco exagerado na minha oposição. Perdi a avaliação por Freud e suas descobertas." No mesmo ano parte para a Checoslováquia para o Congresso Internacional de Psicanálise em Marienbad e apresenta um trabalho sobre "Resistência oral", que não foi bem recebido. Perls encontra-se com Freud, mas é tratado com frieza e descrédito ao apresentar suas teorias. Em 1942, publicou seu primeiro livro "Ego, fome e agressão", em Durban, em que Laura teve participação ativa, embora não tenha participado como co-autora. No início da II Guerra Mundial, alistou-se como médico na Marinha, onde atendeu como psiquiatra por quatro anos. Isto levou-o a uma mudança gradual longe de Laura e seus filhos. Com cinqüenta e três, entediado com sua vida burguesa, em 1946, decidiu
abandonar tudo e se instala com a família nos Estados Unidos. Karen Horney ajuda Perls a se estabelecer em Nova Yorke garante sua entrada no Allanson William White Institute como professor. Foi bem recebido pelos psicanalistas americanos. Contracultural e reservado de ambientes freqüentados, onde conheceu Paul Goodman, Merce Cunningham, John Cage e Living Theater. No ano seguinte, Laura e seus filhos vieram morar com ele. Em 1950, era conhecido como o "Grupo dos Sete": Fritz Perls, Laura Perls, Paul Goodman, Paul Weisz, Elliot Shapiro e Sylvester Eastman Isadore. Mais tarde entraram para o grupo os psicólogos Hefferline Ralph e Jim Simkin. Em 1951, publicou "Gestalt-terapia (Gestalt-terapia), escrito por Paul Goodman (Parte II) e Hefferline (Parte I), em notas manuscritas de Fritz e, como resultado das conversações e reuniões em sua casa. Um ano depois Perls fundou o Instituto Gestalt de Nova York e no ano seguinte, outro Instituto em Cleveland. Fritz delegava a gestão de ambos, junto com Laura e seus colegas, enquanto percorria os Estados Unidos fazendo demonstrações de grupos e gestalt-terapia. Os desacordos começam com Laura e seus discípulos sobre a ortodoxia da gestaltterapia. O Instituto de Cleveland passa à segunda geração de Gestalt-terapeutas: Joseph Zinker, Erving e Miriam Polster. Em 1956 Fritz deixa Laura (nunca se separaram judicialmente) e retirou-se para Miami. Com sessenta e três anos, a doença cardíaca o debilita e proíbe-o de viajar. No ano seguinte conheceu Marty Fromm, "a terceira mulher mais importante na sua vida", com quem viveu por três anos. Ao separar-se de Marty, em 1959, se mudou para a Califórnia. Colabore com Van Dusen em San Francisco e Jim Simkin, em Los Angeles. Em 1962, Perls passa um ano viajando pelo mundo. Estave em Israel (Ein Hod, comuna um dos artistas) e Japão (ficando dois meses de ensino Mosteiro Zen, em Quioto Daitokuji). A estadia em Israel significou uma transformação profunda, através do trabalho sistemático sobre si mesmo sob a influência de LSD. Em 1965, Fritz tem setenta e dois anos e é severamente afetada a sua saúde. Rolf vai ajudá-lo a melhorá-lo através dos seus exercícios. Vem para ele o reconhecimento e a fama, com vários convites de filme em suas oficinas. Em 1966 Perls construiu a sua própria casa: a casa do Crescente Vermelho. Em 1968, Fritz escreve as introuduções de vários dicípulos. Em 1969 publicou Gestalt Therapy Verbatim (Sonhos e existência) e, pouco depois de sua autobiografia "Dentro e fora da lata de lixo." Em Esalen, o ensino da Gestalt-terapia foi deixada nas mãos de quatro de seus discípulos, Dick Price, Claudio Naranjo, Bob Hall e Jack Downing, e Perls passa a morar no canadá. Em 1969 cria o Instituto Gestalt do Lago Cowichan (Vancouver Island), a que chama "Gestalt Kibbutz' para onde veio cerca de trinta discípulos de Esalen (Teddy Lyons, Barry Stevens, Janet Lederman e outros). Em dezembro, viaja para a Europa já muito doente. Ao voltar à América, em fevereiro do próximo ano, Perls encontra-se com uma saúde muito debilitada. Dá entrada no Weiss Memorial Hospital, em Chicago. Laura vem visitá-lo e libera a cirurgia. Perls morre de ataque cardíaco em 14 de março de 1970. A autópsia revelou câncer pancreático.
Referências 1. 2.
↑ Patricia Wallerstein Gomes (2001). «Gestalt-terapia: "herança em revista"». Mestrado em Psicologia Clinica. Consultado em 5 de dezembro de 2014 ↑ Gestalt Portal das Curiosidades - Gestaltoterapia
3.
↑ «Alguns aspectos da história e da fundamentação da Gestalt-terapia - Ênio Brito Pinto -». www.gestaltsp.com.br
Terapia gestalt Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa Esta página ou secção não cita fontes confiáveis e independentes, o que compromete sua credibilidade (desde agosto de 2018). Por favor, adicione referências e insira-as corretamente no texto ou no rodapé. Conteúdo sem fontes poderá ser removido. —Encontre fontes: Google (notícias, livros e acadêmico)
A Gestalt-terapia é um modelo psicoterápico com ênfase na responsabilidade de si mesmo, na experiência individual do momento atual (chamado também de aqui e agora), no relacionamento terapeuta-consulente e na autorregulação e ajustamento criativos do indivíduo, levando em conta sempre o meio ambiente e o contexto social, que constituem o ser de um modo geral. A teoria foi desenvolvida pelos teóricos Fritz Perls, Laura Perls e Paul Goodman entre as décadas de 1940 e 1950.
Índice
1Visão Geral do Gestalt
5Conceitos o 5.1Contato o 5.2O Ciclo do Contato o 5.3A Neurose
6Ver também
2Enfoque 3Histórico 4Influências da gestalt-terapia o 4.1Psicologia da Gestalt o 4.2Teoria Organísmica de Kurt Goldstein o 4.3Humanismo o 4.4Fenomenologia o 4.5Existencialismo
7Ligações externas
Visão Geral do Gestalt[editar | editar código-fonte] A Gestalt-Terapia desenvolveu-se da síntese de várias tendências filosóficas, psicológicas e culturais. Como bases filosóficas. a teoria lança mão do existencialismo, humanismo e da fenomenologia, colocando a abordagem no grupo da psicologia humanista considerada como a terceira via, ao lado da psicanálise e da terapia comportamental. Foi influenciada pela cultura do pós-guerra, que levantou novos paradigmas epistemológicos, filosóficos e culturais. A cultura hippie foi bastante presente na vida de Perls, assim como também as filosofias orientais e o cristianismo. Depois da desvinculação de Perls em relação à psicanálise, ele passou a utilizar-se de vários conceitos de psicologia para construir o corpo teórico da Gestalt-terapia, e de teorias como a psicologia da Gestalt de Wertheimer, Köhler e Koffka, teoria de campo de Lewin e a teoria organísmica de Kurt Goldstein. A psicanálise também teve seu grau de influência, além da própria experiência pessoal de Perls.
Enfoque[editar | editar código-fonte] Dadas as suas bases filosóficas, a Gestalt-terapia tem seu enfoque clínico no conceito de aqui e agora. Não confundir com a ideia de que a abordagem nega o histórico do
cliente. O conceito refere-se à ideia de que o que se apresenta como fenômeno no momento atual deve ser levado em consideração. Esta abordagem no aqui-agora pretende promover o contato e a awareness, também conceitos da teoria. O modo de abordar o aqui e agora expressa-se na relação terapeuta-consulente, já que é a relação que está ocorrendo no momento da terapia. O trabalho focado nesta relação sugere ao cliente que tome consciência do aqui-e-agora e lide com o que emerge desta relação. Estes elementos que emergem são chamados de figura, conceito da Gestalt conhecido como figura e fundo. Este enfoque no aqui-e-agora da relação terapeuta-consulente pretende servir de modelo vivencial das experiências do consulente, acreditando-se que toda a tomada de consciência advinda desta vivência afetará a relação do consulente consigo mesmo de modo geral, holístico.
Histórico[editar | editar código-fonte] Foi cofundada pelos então conhecidos como o "grupo dos sete" (Paul Weisz, Elliot Shapiro, Isadore Sylvester Eastman, Ralph Hefferline e Jim Simkin), tendo mais destaque entre eles Fritz Perls, Laura Perls e Paul Goodman dentre os anos de 1940 a 1950. Está relacionada com a psicologia da gestalt, mas não é a mesma coisa, como também a Gestalt-Terapia não é a mesma coisa da Psicologia fenomenológica-existencial. Quando criada, havia uma divergência quanto ao nome que esta abordagem deveria ter. Entre muitos nomes, foram propostos: Terapia da Concentração, Terapia Integrativa, Psicanálise Existencial, até proporem Gestalt-Terapia, que, de início, causou certo debate, mas que logo foi aceito. Inicialmente baseada nas ideias da psicologia da gestalt, a Gestalt-Terapia foi desenvolvida como modelo psicoterapêutico, sendo considerada uma teoria bem desenvolvida que combina abordagens Fenomenológicas, Existenciais, Dialógicas e da Teoria do Campo aliadas ao processo de transformação e crescimento humano. Perls sempre frisou que a gestalt-terapia não era uma criação original sua, mas, pelo contrário, uma união de vários acontecimentos que nos leva aos conhecimentos da área de psicologia, que ainda não haviam sido experimentados por ninguém. Cabe, à GestaltTerapia, a configuração destes conhecimentos, dando, a eles, uma abordagem própria. Uma das grandes inovações da Gestalt-Terapia é o fato de compreender o ser humano como uma totalidade. Rompendo com as psicoterapias tradicionais, a Gestalt vê o homem nos seus aspectos físico, mental e psíquico. Estas são esferas indivisíveis e interrelacionadas. Corpo e psiquismo são inseparáveis. A Gestalt-Terapia pode ser utilizada no atendimento individual, de grupos, familiar, de casais, infantil e até em organizações. A visão holística que permeia o pensamento gestáltico possibilita a sua utilização em grupos. Fritz Perls costumava realizar workshops com grupos e casais. O próprio Perls, certa vez, declarou preferir o atendimento em grupos ao atendimento individual, pela sua eficiência, e principalmente por poder colocar os clientes diante de situações onde estes poderiam ser mais espontâneos. Os métodos e objetivos variam de acordo com os autores. Para Perls, o objetivo da terapia é saltar do apoio ambiental para o autoapoio (self-suport). Em outro momento, encontramos, como objetivo da Gestalt-Terapia, a Awareness. Awareness é uma palavra sem conceituação exata para o português, mas que pode convenientemente ser traduzida para "dar-se conta", também sendo utilizada para conceituar o que muitos chamam continuum de consciência. Para outros, seria uma transcendência da consciência de si. Essa consciência refere-se à capacidade de aperceber-se do que se passa dentro de si e fora de si no momento presente, em nível corporal, mental e emocional.
Influências da gestalt-terapia[editar | editar código-fonte]
A Gestalt-terapia, tem como base, várias teorias do conhecimento humano. Entre elas, as mais utilizadas por Fritz Perls, de acordo com Tellegen (1984, p. 34), são: análise do caráter de Reich, o Holismo de Jan Smuts, a fenomenologia, a psicologia da Gestalt, a teoria organísmica de Kurt Goldstein, a filosofia existencial, zen budismo, a teoria do campo de Kurt Lewin e a psicanálise. Esta realação a esta última, é interessante que seja ressaltado que Perls era psicanalista. Em determinado momento, admite o valor da pesquisa psicanalítica, afirmando: "Quase não existe uma esfera da atividade humana onde a investigação de Freud não tenha sido criativa, ou, pelo menos, estimuladora" (1969, p. 13). Contudo, a fundamentação com a psicanálise deve ser vista com cuidado, pois Perls manteve ásperas relações com a psicanálise. Em certos momentos, faz comentários sobre Freud e sua teoria. "[...] Freud, suas teorias, sua influência são por demais importantes para mim. [...] Fico profundamente abismado diante do que praticamente sozinho realizou, com instrumentos mentais inadequados de uma psicologia associacionista e uma filosofia de orientação mecanicista. Sou profundamente grato por tudo que aprendi justamente ao me opor a ele." (PERLS, 1979) Nos escritos de Perls, é comum encontrarmos referências a Alfred Adler e Harry Stack Sullivan. Ambos influenciaram o pensamento de Fritz, principalmente no que toca às questões referentes à autoestima e autoconceito.
Psicologia da Gestalt[editar | editar código-fonte] Ver artigo principal: Gestalt Gestalt é uma palavra alemã. Existem diversas interpretações para o termo: uma diz que pode ser considerada a psicologia da forma; outra a associa ao processo de surgimento de figura-fundo. A palavra adequada para designar a Gestalt seria dizer: Gestaltung, palavra que indica "dar forma", ou seja, um processo, uma formação. A concepção da psicologia da Gestalt, até então antiga, é a teoria sobre como o nosso campo perceptivo segue determinadas tendências sob a forma de conjuntos estruturados. A percepção estruturada se daria seguindo a tendência das linhas e das formas, destacando as figuras de seus fundos. Porém, não se pode reduzir os fenômenos somente ao que é percebido (ao campo perceptivo), pois deve-se levar em conta o todo sendo diferente da soma das partes. Ex: H2O. Sabemos que a fórmula da água é de duas partículas de Hidrogênio e uma de Oxigênio; no entanto não se consegue "fazer água" apenas juntando essas duas moléculas. Assim, "o todo é diferente da soma de suas partes"; influência também herdada das psicologias de Kurt Lewin (teoria de campo) e Kurt Goldstein (teoria organísmica). A principal queixa dos criadores da Gestalt, em relação, às psicoterapias tradicionais, é o fato de elas não compreenderem o ser como um todo. Quando se analisa um comportamento, é preciso considerar o contexto, o que poderíamos chamar de espaçotempo. Segundo GINGER: "uma parte num todo é algo bem diferente desta mesma parte isolada ou incluída num outro todo [...] num jogo, um grito é diferente de um grito numa rua deserta [...]" (1995, p14). A psicologia da Gestalt possibilitou, a Perls, estudar a hierarquia de necessidades. Ele dizia que uma Gestalt seria o processo de formação de uma necessidade em busca de sua satisfação. Então, todo o organismo seria colocado a favor da Gestalt emergente (a figura que emerge de seu fundo). Um organismo sadio estaria atento ao surgimento de Gestalten e iria rumo à satisfação. Um exemplo utilizado por Perls diz respeito a uma mãe com seu bebê recém-nascido, que, em meio a uma multidão de sons, sono e cansaço (fundo), acorda ao ouvir seu filho chorando (figura). Para alguns teóricos, uma das maiores inovações da Gestalt-Terapia em relação à Psicologia da Gestalt, é o fato de ampliar o conceito de figura-fundo, antes visto apenas
como parte do processo perceptivo, mas que passa a fazer parte da motivação, esta associado ao processo de emergência das necessidades do organismo.
Teoria Organísmica de Kurt Goldstein[editar | editar código-fonte] Uma das influências mais incisivas sobre a Gestalt-terapia é a teoria organísmica de Goldstein. Essa teoria deu base para que Fritz não fosse mecanicista ou associacionista. A teoria organísmica é contrária às teorias associacionistas, que buscavam causa-efeito. Ela constituía-se basicamente pela busca entre as inter-relações existenciais entre os fenômenos, além de analisar as funções psicológicas, mas considerando o organismo como um todo. "[...] 'como' um dado fenômeno é constituído, de que forma se tecem as inter-relações entre suas partes, 'em função do quê' se estrutura o todo de uma determinada maneira e não de outra. Como ocorrem mudanças nesta estruturação? Existe uma tendência direcional nestas mudanças?"' Tellegen (1984, p. 38) O modelo biológico utilizado por Goldstein, concebia um organismo como um sistema em equilíbrio, e que qualquer necessidade causava um desequilíbrio que precisava ser corrigido. Perls associou a teoria organísmica junto às leis da psicologia da Gestalt: entre elas, a lei da "boa forma" (afirma que sempre predominará aquela configuração que mantiver estados mais harmoniosos). Sendo assim, diante de todo fato que altere esse equilíbrio, tornar-se-á evidente a tendência das partes em se reorganizarem e da energia em se redistribuir de acordo com o campo. Para Goldstein, todo organismo tem uma tendência natural ao equilíbrio, ou seja, todo organismo possui, em si, a capacidade de se autorregular e se autorrealizar. Há uma "sabedoria organísmica": o organismo, por si só, pode atingir a saúde. Todo organismo autorregulado busca sua satisfação, quando lhe é privada a satisfação o organismo busca outras formas para compensá-la. A "patologia" aparece como uma forma de regulação, uma tentativa do organismo de se recuperar. O organismo age de acordo com as demandas ambientais. De acordo com Lima "[...] o processo de busca de autoatualização como um processo holisticamente natural do organismo, como uma potencialidade intrínseca do ser humano, Goldstein afirmava que quando o indivíduo apresentava respostas antagônicas ou desarmônicas a este princípio é por que este estava submetido a condições inadequadas de funcionamento."
Humanismo[editar | editar código-fonte] Ver artigo principal: humanismo A Gestalt se encontra dentro de uma das grandes correntes teóricas da psicologia. O humanismo é definido pela volta da psicologia ao homem e às questões realmente humanas (amor, ódio, medo, solidão, saúde, beleza, virtude). O humanismo busca trazer o homem e a sua história para o centro do debate, o homem torna-se senhor do seu tempo e do seu mundo. Aqui, é o homem é capaz de autogerir-se, autogovernar-se, busca sua autorrealização. O homem pode tomar posse do seu destino. O homem é um completo vir-a-ser, nunca é algo estático ou estagnado, antes é um ser em constante transformação e mudança. Conceber o homem como um ser estático é não compreender o homem em sua essência.
Fenomenologia[editar | editar código-fonte] Ver artigo principal: fenomenologia
O pensamento fenomenológico é essencial à compreensão da abordagem. Ela é, antes de tudo, é uma terapia focada no óbvio, na única coisa que temos, o aqui-agora. Isso possibilita, à Gestalt-terapia, a qualidade de terapia experiencial. A fenomenologia propõe um modelo de compreensão do mundo. Na fenomenologia, estudam-se os fenômenos. Fenômenos estes relacionados com o que aparece, com manifestar-se. Uma característica essencial do pensamento fenomenológico é o fato de as coisas terem um apelo interno para revelação, descoberta. Então, partimos das coisas às coisas mesmas. A fenomenologia é o estudo das essências. Também encontramos, no pensamento fenomenológico, a noção de intencionalidade: para tudo que existe, há uma consciência para lhe atribuir significado. E faz-se necessária a redução fenomenológica, onde o terapeuta precisa se livrar de todas as suas preconcepções, apenas para observar o fenômeno que ocorre diante de seus olhos. Seu foco é a descrição fenomenológica. Na redução fenomenológica, é preciso abandonar de antemão teorias e explicações universais sobre o ser humano. Para o terapeuta, o que lhe resta é a sua intuição, seu tato. Torna-se uma terapia onde o terapeuta é seu maior instrumento de trabalho. A intencionalidade da consciência e a intuição fenomênica nos fazem questionar, aos clientes, a totalidade do que surge e como surge a sua consciência, "o quê", "como", "para quê", "qual o significado" compõem seu instrumental de perguntas, abandona-se o "por quê" e toda uma gama de explicações e interpretações. A preponderância do "como" sobre os "porquês" nos permite compreender a estrutura subjacente aos fenômenos, e relata a necessidade de se descrever o que acontece com o cliente no aqui-agora tendo, como objetivo principal, ampliar constantemente a consciência, na maneira como o cliente se comporta, e não a razão pelo qual ele age.
Existencialismo[editar | editar código-fonte] Ver artigo principal: Existencialismo A Gestalt-Terapia tem, dentre suas características, recuperar o homem de sua alienação existencial. O existencialismo incide sobre o pensamento gestáltico, trazendo o homem para o centro da sua singularidade. Sua subjetividade é o ponto de equilíbrio, e é na intersubjetividade que se faz humano. Ao longo de suas obras, Perls demonstrou que o objetivo da terapia era fazer com que o cliente se tornasse mais responsável, consciente, capaz de realizar um bom contato, e que, a cada sessão, o cliente se tornasse mais ele-mesmo. A espécie humana é a única capaz de existir. Existência, que pode ser traduzida por: pôr para fora, projetar-se. Essa capacidade é caracteristicamente humana, só o ser humano transcende toda barreira. Enquanto outros seres seguem sua programação biológica, o homem se faz homem, se constrói com base na cultura, na história, e na sua própria individualidade. O homem passa a ter objetivos, sua condição de existência passa a ser o seu potencial, este então passa a dar sentido para si. É o único que vive num constante devir (vir-a-ser). Tudo que este é ainda está por se fazer. O homem é, por si só, uma obra inacabada, tendo seu projeto em suas próprias mãos. Antes de tudo, existência é possibilidade de se projetar, se construir. Durante sua vida, o homem, perpassa por um meio social massacrante, avassalador, que destrói e corrompe suas potencialidades genuínas. O caminho da existência é áspero e cheio de pedras, para muitos a existência perde seu maior significado, perde-se o sentido, a sua realização passa a estar cada vez mais distante. O homem sem sentido de vida é incapaz de viver plenamente. Na existência humana, mergulhar nas trevas é parte da caminhada. No entanto, para sair das trevas, é preciso encontrar o verdadeiro sentido de vida. Diante de sua capacidade de autorrealização, mesmo no deserto, a mais bela flor consegue florescer.
Conceitos[editar | editar código-fonte] Contato[editar | editar código-fonte] Em Gestalt-Terapia, o contato é uma das maiores necessidades psicológicas do ser humano. Para definir contato, precisamos compreender o conceito de fronteira. O homem vive em íntima e constante relação com o mundo que o cerca, existe uma fronteira entre o homem e o seu meio. Por mais que nós estejamos ligados ao mundo, temos uma separação, assim como nossas células em meio ao tecido se separam umas das outras por meio das membranas citoplasmáticas. O ser humano necessita do contato para obter elementos para sua satisfação. Sem contato, não obtemos nutrientes para sobrevivermos. O surgimento de uma gestalt e a sua realização dependem de um contato satisfatório com o mundo. Senão, a gestalt pode ser interrompida ou não satisfeita. Costuma-se utilizar o exemplo de uma célula e sua membrana. Sabe-se que a célula realiza trocas constantes de moléculas com o seu meio externo e que é através da membrana e sua permeabilidade que a célula recebe nutrientes e expele substâncias. Sabemos que a célula vive em sucessivas e incessantes trocas, pois delas depende sua existência. Graças à permeabilidade da membrana a célula mantém-se em equilíbrio com seu meio externo. A fronteira surge como algo dinâmico, fluido, e que se faz a medida que estamos em contato com as pessoas e o mundo. A fronteira é permeável e na medida em que estamos abertos ao mundo, ela tende a ser expandir e se tornar mais fluida, mas à medida que estamos com medo ou inibidos ela tende a se retrair, a se encolher. Perls faz alusão às fronteiras geográficas dos países: os países que estão em paz, vivem com suas fronteiras abertas, onde o comércio, as pessoas podem entrar e sair livremente. Já os países em guerra costumam manter suas fronteiras fechadas, guarnecidas, cercadas rigidamente. À fronteira e o contato, segue um ciclo de contato-retração. Há momentos de abertura e há momentos de retração. Isso se faz graças a própria homeostase, a capacidade natural do organismo em entrar em contato em busca de satisfação, e se retirar quando satisfeito. É na fronteira de contato que nos fazemos existir, manifestamos nossos pensamentos, nossas emoções. Nós agimos na fronteira de contato. Para o homem, o contato é a passagem entre união e separação, a relação entre homemmundo, que se dá através da fronteira, por onde obtemos o alimento psicológico, e também doamos de nós mesmos ao mundo, numa relação de troca vital onde ambos (homem-mundo) se transformam. Várias teorias são utilizadas para fundamentar o conceito teórico de contato. Uma das mais aceitas no meio gestáltico é a Teoria Dialógica de Martin Buber. A teoria buberiana é pautada nas palavras-conceito EU-TU e EU-ISSO. Essas são formas de o homem vivenciar os relacionamentos, compondo, assim, uma intersubjetividade. Nos relacionamento EU-TU, há uma relação dialógica que necessita de elementos existenciais: reciprocidade (pressupõe uma relação humana recíproca, onde ambos os sujeitos envolvidos no diálogo se reconhecem enquanto sujeitos), presença (o momento em que ambos estejam presentes na sua totalidade e na sua individualidade, reconhecendo o outro da relação), imediatez (é o aqui-e-agora da relação, não há nada para depois) e responsabilidade (como a habilidade de responder, ser capaz de assumir, estar presente). Jorge Ponciano Ribeiro, teórico da Gestalt-Terapia no Brasil, cita um exemplo interessante em sua obra O Ciclo do Contato: na chuva, a água cai sobre o asfalto, ambos se tocam, não há contato, se houvesse contato, cita ele, ambos seriam transformados em sua natureza, o asfalto transformaria a água e, reciprocamente, a água transformaria o asfalto.
O contato por si só é transformador, a sua natureza possibilita a espontaneidade. A abertura a um contato satisfatório é elemento de cura na Gestalt-Terapia.
O Ciclo do Contato[editar | editar código-fonte] O contato possui um funcionamento cíclico, que parte do contato à retração. No livro, Perls, Goodman e Hefferline foram os primeiros a elaborar a forma como a energia do organismo se distribui ao longo do processo de satisfação de necessidades. Uma teoria bastante aceita entre os gestaltistas é a de J. Zinker (1979). Este define o processo da seguinte forma:
Awareness (sensação): é o surgimento de impressões vagas, inquietude: o paciente começa a se dar conta, passa a ter consciência. Se a awareness se dá por completo, o sujeito é capaz de identificar a sua necessidade dominante.
Energização/Ação: nesta etapa, o organismo convida seus músculos para a ação, há uma sensação crescente de energia, a awareness passa a ser organizada em prol de sua satisfação.
Contato: É nesse momento que se entra em contato com o que satisfará a necessidade, é o momento do encontro com a diferença (eu e não eu), a transformação se dá, as figuras emergem de forma nítida.
Retirada/Conclusão: A necessidade foi satisfeita e o organismo se retira. Neste momento, há a resolução e o alívio, a energia começa a se retrair.
Retraimento: Aqui, há o fechamento da gestalt, a energia se retrai totalmente, tem-se a sensação de dever cumprido.
O Ciclo Gestáltico reflete o funcionamento saudável do organismo. Durante o ciclo, podem ocorrer interrupções e a energia pode ficar estagnada ou ser prolongada. Logo, começam a surgir os distúrbios do contato. Um grande avanço da Gestalt-Terapia, é o fato de compreender o indivíduo observando a forma como este se satisfaz. O estabelecimento do contato, seja com o meio, seja com pessoas, é de suma importância no pensamento gestáltico.
A Neurose[editar | editar código-fonte] Para a Gestalt-Terapia, o indivíduo é uma totalidade, seu funcionamento básico gira em torno da sua autorregulação organísmica. No pensamento gestáltico, o indivíduo é um sistema em equilíbrio homeostático que está em contato com um mundo circundante e que constantemente realiza trocas com o meio, ou seja, faz contato para satisfazer suas necessidades dominantes. A doença surge quando o sujeito não mais consegue identificar as necessidades dominantes e o seu organismo, mesmo assim, tenta restabelecer o equilíbrio perdido. As gestalts não resolvidas ficam pendentes e o equilíbrio fica prejudicado. Os sintomas surgem como uma tentativa de reorganizar e assimilar as gestalts abertas, ou não satisfeitas. De acordo com Ángeles Martín (2008), "o neurótico está continuamente interrompendo o processo de formação e de eliminação de gestalts. Ele não percebe claramente quais e como são suas necessidades e suas emoções [...]. Essa forma de agir o faz perder a oportunidade de completar suas gestalts e, portanto, satisfazer suas necessidades. Isto cria um contínuo estado de insatisfação. [...] O neurótico nem toma do ambiente aquilo de que precisa para manter seu equilíbrio e uma sobrevivência sadia, nem contribui para dar ao ambiente aquilo que dele reclama e que serviria para conformá-lo." Para que nós satisfaçamos nossas necessidades, é necessário que tenhamos consciência das necessidades que surgem (processo de surgimento de gestalts). Para a Gestalt-
Terapia, o neurótico é um indivíduo repleto de interrupções, que interrompe a si mesmo no processo de satisfação das próprias necessidades. O indivíduo neurótico é, antes de tudo, fóbico: tem medo da dor e da frustração, interrompe a si mesmo no processo de crescimento, as gestalts não resolvidas se acumulam e o protegem de estabelecer novos contatos com o mundo e as pessoas. Ele costuma estar confuso quanto ao que sente ou ao que faz, não reconhece quais são as suas reais necessidades. Perls aponta que o neurótico possui um autoconceito e uma autoestima frágeis e, para sustentar-se, busca, constantemente, apoio ambiental, utilizando-se de manipulação e defesas estereotipadas para atingir sua satisfação. Falta, ao neurótico, a assimilação das questões mal resolvidas, o indivíduo passa a ser cheio de pontos cegos.
Ver também[editar | editar código-fonte]
Gestalt Psicoterapia gestaltista
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
Identidades de gênero na perspectiva da teoria do self: uma leitura gestáltica acerca da sexualidade na contemporaneidade Diez Metáforas para la Gestalt del Siglo XXI Este artigo sobre psicologia é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.
Franz Alexander Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa
Franz Alexander
Nascimento 22 de janeiro de 1891 Budapeste Morte
8 de março de 1964 (73 anos) Palm Springs
Cidadania
Hungria, Estados Unidos
Progenitores Pai:Bernhard Alexander Ocupação
professor universitário, psiquiatra, psicanalista
Empregador Universidade de Chicago [edite no Wikidata]
Franz Alexander, nascido Ferenc Gábor Alexander (Budapeste, 22 de janeiro de 1891 — Palm Springs, 8 de março de 1964) foi um médico e psicanalista húngaro judeu radicado nos Estados Unidos.[1] Ele é considerado o fundador da medicina psicossomática de base analítica e da criminologia psicanalítica.
Obras[editar | editar código-fonte]
1931, The Criminal, the judge and the public: A psychological analysis. (Together with Hugo Staub. Orig. ed. transl. by Gregory Zilboorg). 1960, The Western mind in transition : an eyewitness story. New York: Random House. 1961, The Scope of psychoanalysis 1921 - 1961: selected papers. 2. pr. New York: Basic Books.
1966, Psychoanalytic Pioneers de Franz Alexander (autor), Samuel Eisenstein (autor), Martin Grotjahn (editor), New York; London: Basic Books. También Transaction Publishers,U.S. (April 1995), ISBN 1-56000-815-6 (10), ISBN 978-1-56000-815-6 (13)
Extracto online (en inglés)
The corrective emotional experience (1946) (capítulos 2, 4 y 17 del libro de Franz Alexander 1968, The history of psychiatry; An evaluation of psychiatric thought and practice from prehistoric times to the present. By Franz G. Alexander and Sheldon T. Selesnick. New York [etc.]: New American Libr. 1969 [c1935] (with William Healy) Roots of crime: psychoanalytic studies, Montclair NJ: Patterson Smith. 1980, Psychoanalytic therapy. Principles and application. Franz Alexander and Thomas Morton French. 1984, The medical value of psychoanalysis. New York: Internat. Universities Pr., 1984. ISBN 0-8236-3285-7. 1987, Psychosomatic Medicine: Its Principles and Applications. 2nd. ed., New York; London: Norton. ISBN 0-393-70036-4.
Referências
Categoria:Psicoterapia Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa
O Commons possui uma categoriacontendo imagens e outros ficheiros sobre Psicoterapia
Subcategorias Esta categoria contém as seguintes 9 subcategorias (de um total de 9).
A
► Análise transacional (2 P)
D
► Daseinsanalyse (9 P)
F
► Psicoterapia na ficção (16 P)
H
► Hipnose (1 C, 15 P)
P
► PNL (1 C) ► Psicoterapeutas (2 C)
T
► Terapia familiar (1 C, 1 P) ► Terapia gestalt (4 P) ► Trabalho social (4 P)
Páginas na categoria "Psicoterapia" Esta categoria contém as seguintes 53 páginas (de um total de 53).
Psicoterapia
A
Abordagem centrada na pessoa Apoio comportamental positivo Arteterapia Assertividade Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental Associação Nacional de Pesquisa e Terapia da Homossexualidade Atenção plena
Autoeficácia Autossugestão
D
Dançaterapia Daseinsanalyse LSD
E
EMDR Entrevista motivacional Escola de Milão (psicoterapia) Experiência psicodélica Êxtase
F
Focusing
J
Jon Kabat-Zinn
L
Logoterapia
M
Massagem biodinâmica Método Catártico Método socrático Modelo de medo e evitação Movimento Autêntico
O
Onironauta
P
Psicoeducação familiar Psicologia individual Psicologia processual Psicoterapia analítica funcional Psicoterapia corporal Psicoterapia gestaltista Psicoterapia Positiva Transcultural Psicoterapia psicodélica Psilocibina
R
Recurso (psicologia) Redução de danos Reestruturação cognitiva
Resistência (psicologia)
T
Tanque de isolamento Terapia de aceitação e compromisso Terapia analítico-comportamental Terapia cognitiva Terapia cognitivo-comportamental Terapia comportamental Terapia comportamental dialética Terapia de exposição Terapia de vidas passadas Terapia em grupo Terapia do esquema Terapia interpessoal Treino de habilidades sociais
1. Joias do Netflix
(Divulgação)
São Paulo -- Alguns filmes são sucesso de crítica, outros estão aqui porque emocionam demais. E, ó, para assistir não precisa desbloquear nenhum código secreto, não, é só clicar! Bora?
2. 1. Os Excêntricos Tenenbaum Quem conhece o trabalho de Wes Anderson, o diretor do filme, pode esperar por duas coisas: personagens encantadores e figurinos fabulosos. Em "Os Excêntricos Tenenbaum" não é diferente, e aí que reside toda a magia do longa, já que a história não é lá um poço de originalidade. Royal (Gene Hackman) é um vigarista e só causa problemas para sua família, até o dia que é expulso de casa. Anos depois, arrependido, inventa estar morrendo para se aproximar dos filhos, todos
eles gênios, diga-se. Humor refinado e um monte de ator bacana, não perca essa joia!
3. 2. Um Conto Chinês O que acontece quando um imigrante chinês sem falar uma palavra sequer de espanhol acaba em Buenos Aires, na Argentina, e cruza o caminho de um mau humorado comerciante? O resultado dessa incomum amizade pode ser visto no delicado "Um Conto Chinês"! É cinema argentino da melhor qualidade e mais uma performance muito boa de Ricardo Darín!
4. 3. Thelma & Louise Clássico dos anos 1990, "Thelma & Louise" é um daqueles filmes que não tem como ficar indiferente, principalmente quando conhecemos o drama de Thelma (Geena Davis). Vítima de um relacionamento abusivo, ela topa fugir de seu opressor ao lado da amiga Louise (Susan Sarandon). O problema é que no meio do caminho elas acabam se envolvendo no meio de um assassinato e começa uma busca alucinante da polícia por essas duas. Uma história incrível sobre amizade que, veja só, traz como bônus o jovem Brad Pitt. Longa obrigatório para cinéfilos!
5. 4. Kramer vs. Kramer Joanna Kramer (Meryl Streep) não verbalizava, mas estava em depressão e exausta. Exausta de ser a esposa-troféu com uma existência baseada em cuidar do filho e esperar o marido voltar de seu emprego. Até que um dia ela cansa e, simplesmente, vai embora. E é aí que começa o filme, já que Ted (Dustin Hoffman) se vê obrigado a cuidar sozinho do pequeno Billy (Justin Henry), algo antes impensável. Ele vai ter que aprender a cozinhar, ajustar seus horários, enfim, tudo o que implica criar uma criança. Até o dia que Joanna volta - trabalhando e ganhando muito mais dinheiro do que ele - e entra na Justiça pela guarda do garotinho. Pelo papel, Meryl ganhou seu primeiro Oscar.
6. 5. Sentidos do Amor Como seria viver num mundo onde as pessoas perderam os sentidos? Tato, olfato, audição, visão... O fim dos tempos, parece, está próximo e essa curiosa - e terrível - doença não para de avançar e acometer mais e mais pessoas. No meio do furacão está o casal Susan (Eva Green) e Michael (Ewan McGregor), que tenta equilibrar a relação com a iminente (será?) destruição da raça humana.
7. 6. Manhattan Um dos melhores filmes de Woody Allen, "Manhattan" invoca os pontos fortes do diretor: diálogos maravilhosos, humor ácido, crítica da sociedade afiada e, claro, Nova York. Para quem quer se aprofundar no trabalho do diretor e entender o legado dele, o longa é fundamental.
8. 7. Loucamente Apaixonados O título em português é muito ruim, mas vai pela gente: o filme é ótimo. E bem fácil de se relacionar. Anna (Felicity Jones), uma inglesa em intercâmbio nos Estados Unidos, conhece Jacob (Anton Yelchin) e logo se apaixona, ela fica tão "louca de amor" que ignora a validade do seu visto e é deportada do país. Longe do amado, ela tenta fazer durar essa relação à distância. J. Law está no elenco também.
9. 8. Paris, Texas Dirigido pelo aclamado diretor alemão Win Wenders, "Paris, Texas", a gente já avisa, é um filme lento, muito lento! Mas nem por isso deixa de ser genial. Aliás, é essa lentidão o seu charme. Parece que o longa consegue captar toda a melancolia e culpa do protagonista, Travis (Harry Dean Stanton), que, quatro anos após abandonar esposa e filho, é encontrado sem memória num hospital. Apenas assistam essa joia!
10. 9. Oranges and Sunshine Baseado em ~fatos reais~, "Oranges and Sunshine" emociona demais. E só de ler a sinopse dá para entender! Margaret Humphreys (Emily Watson) é uma assistente social e descobre um dos maiores escândalos do Reino Unido, o tráfico de crianças pobres para trabalhar em países como a Austrália. Prepare o lencinho, tá?
11. 10. Perdidos na Noite O grande vencedor do Oscar de 1970 (Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado), "Perdidos na Noite" é tudo isso aí mesmo. O jovem Joe Buck (John Voight) vai embora do Texas para tentar a vida na cidade grande. Em Nova York, vestido como cowboy, ele começa a ganhar dinheiro como garoto de programa. Já desiludido, encontra "nos braços" de Ratso (Dustin Hoffman), um "mendigo" coxo e mau humorado, alguém para lhe fazer companhia na big apple. E, bem, a relação criada pelos dois é nada menos do que apaixonante. Reflexo da sociedade da época, o longa é bastante competente em captar o espírito de seu tempo e, principalmente, abrir espaço em hollywood para temas mais polêmicos.
12. 11. O Abrigo Eles eram uma família feliz e tranquila até Curtis (Michael Shannon), o patriarca, começar a ter perturbadores pesadelos com uma tempestade apocalíptica. Obssessivo, o cara constrói um abrigo dentro de casa e o espectador não sabe se
ele está falando a verdade ou, se devido seu histórico familiar, está sofrendo de esquizofrenia. E essa a graça do filme, tentar desvendar esse "mistério", já que o final é, digamos, controverso. Jessica Chastain está no elenco também.
13. 12. Uma Boa Mentira Choque cultural é o que define esse longa! Emocionante, conta a história dos três sudaneses Mamere (Arnold Oceng), Jeremiah (Ger Duany) e Paul (Emmanuel Jal) que, após sofrer horrores em seu país de origem, conseguem a oportunidade de ter uma vida melhor nos Estados Unidos. E é quando conhecem Carrie (Reese Witherspoon), uma assistente social, que eles se deparam com um novo universo.
14. 13. Deus da Carnificina Baseado na peça homônima da francesa Yasmina Reza, "Deus da Carnificina" é um filme baseado em diálogos. Por isso, não espere grandes efeitos especiais ou reviravoltas malucas. Agora, espere por excelentes atuações de Jodie Foster, Kate Winslet, Christoph Waltz e John C. Reilly.
15. 14. White Elephant Quando dois padres resolvem comprar briga para ajudar os mais pobres na periferia de Buenos Aires. Se à primeira vista a história do longa pode parecer clichê, não se engane: o olhar do diretor Pablo Trapero faz toda a diferença. Ah, e Ricardo Darín, como sempre, dá um show.
16. 15. Depois de Lúcia "Depois de Lucia", dirigido pelo mexicano Michel Franco, é violento, muito violento. Acompanha a vida de Roberto (Gonzalo Vega Jr.) que, após a morte da esposa, ao lado de sua filha Alejandra (Tessa Ia), decide mudar para a Cidade do México. E é lá onde toda a ação do filme acontece. Espere para sentir muito ódio por todas situações de abusos físicos e emocionais pelos quais a garota irá sofrer em seu colégio. Um filme contundente, crítico e de extrema importância.
17. 16. Ginger & Rosa São os anos 1960, a revolução sexual está aí, assim como a ameaça de uma bomba nuclear. E é nesse cenário, de uma efervescente Londres, que o espectador é convidado a conhecer a fascinante amizade de Ginger (Elle Fanning) e Rosa (Alice Englert), duas garotas muito espertas que desejam ardentemente não "acabar" como as mães. Mas, né, sempre tem uma pedra no caminho e a relação das duas vai passar por uma grande prova. Talvez ela acabe...
18. 17. Um Santo Vizinho Vincent (Bill Murray) não é exemplo para ninguém. Fumante, alcoolatra, viciado em corridas de cavalo e sem dinheiro, ele é o retrato de uma pessoa decadente. Mas, né, o destino, esse danado que adora aparecer pelos lados de Hollywood, resolve
colocar Maggie (Melissa McCarthy), acompanhada de seu filho Oliver (Jaeden Lieberher), em seu caminho. O resultado é uma incomum amizade e um festival de lágrimas. É clichê, mas não tem como não se emocionar. Sério.
19. O ano dos super-heróis
(Reprodução/YouTube)
Veja 9 filmes de super-heróis que chegam aos cinemas neste ano