A demanda corporativa por agilidade, o fim da obsolescência tecnológica e a necessidade de estreita integração têm criado um novo desafio para a função de planejamento de TI. A maioria dos CIOs admite que suas equipes são incapazes de dedicar tempo suficiente para o planejamento de longo prazo, mas é a hora de uma "convocação para a luta", para que toda a equipe de TI coloque o planejamento estratégico da modernização no coração de seus objetivos para 2008. Descobertas Chave
• A combinação de baixa consolidação de sistemas, obsolescência tecnológica e disponibilidade reduzida de habilidades para mexer com tecnologias legadas cria uma situação potencialmente perigosa para as equipes de TI. Isso porque muitos ativos correm o risco de perder viabilidade, particularmente tendo em vista as crescentes demandas por agilidade nos negócios. • O foco em iniciativas de curto prazo fez com que muitas equipes de gestão de TI perdessem a capacidade de realizar o planejamento de TI de longo prazo. • A modernização demandará um audacioso planejamento estratégico. Assim, o primeiro ato de uma empresa deve ser o de modernizar seus recursos de planejamento estratégico e dirigir imediatamente essas competências para a modernização dos ativos de TI. • Aconselhamos adotar ações urgentes para avaliar o problema e adquirir ou desenvolver novas habilidades de planejamento para impulsionar a agenda da TI no futuro. Recomendações
• Avalie se a lenta resposta aos impulsionadores de negócios é causada pela falta de agilidade nos sistemas de TI já usados. • Faça uma avaliação franca de seus investimentos atuais e foque o planejamento de longo prazo. • Para grupos de ativos chave, como aplicações corporativas, gere alguns planos com ciclos de vida de sete anos, incluindo retirada e substituição, e então identifique em que medida esses planos modificariam a carteira de projetos ativos. • Identifique o melhor planejador individual do setor de TI e o nomeie para a tarefa de impulsionar a transição para o planejamento de longo prazo. O que você precisa saber
Tudo no universo da TI está se tornando progressivamente mais conectado com todo o resto. Mas, ao mesmo tempo, nota-se que as empresas estão perdendo agilidade frente à demanda corporativa. Falta à maioria das equipes de TI foco para desenvolver e administrar um plano integrado para todos os ativos de tecnologia, confinando-se ao "planejamento em silos". Isso é prejudicial para a gestão eficaz da TI. Os CIOs precisam avaliar seus recursos de planejamento estratégico e devem desenvolver e cultivar o planejamento integrado como uma competência chave de seu ofício. Pressupostos do Planejamento Estratégico
Até o final de 2010, mais de um terço de todos os projetos de aplicações serão impulsionados pela necessidade de lidar com a obsolescência de tecnologias ou qualificações. Análise
O que é a modernização da TI?
A modernização da TI é um movimento que inclui forças de mercado, estratégias e abordagens para administrar a evolução contínua e coordenada das carteiras de processos, aplicações e tecnologias de suporte corporativos. Isso tudo para obter um objetivo de valor, com custo e
risco otimizados. O elemento chave aqui é "administrar a evolução contínua e coordenada". Não se trata de um evento único; é uma substantiva mudança de foco. A competência fundamental necessária para a modernização da TI é planejamento estratégico profissional e holístico. A modernização deve primeiro focar a re-engenharia do planejamento estratégico como uma função central chave da gestão da equipe de TI. Essa encarnação do planejamento estratégico da TI não é um exercício único, mas um sistema de valores contínuo e persistente que informará e sustentará todas as decisões sobre TI. Aviso: Tome cuidado
Para entregar serviços eficazes para a empresa, os CIOs devem coordenar os investimentos ao longo de um amplo conjunto de carteiras de ativos. Essas carteiras de ativos incluem redes, telefonia, hardware para servidores, armazenagem, ferramentas para administração de sistemas, mapas de processos e fluxos de trabalho, aplicações e qualificações. Cada uma dessas carteiras inclui um certo número de artefatos individuais, cada uma em um ponto particular em seu ciclo de vida. Em qualquer carteira individual, podemos esperar encontrar alguns artefatos comparativamente novos, alguns artefatos maduros e alguns que estão prontos para seres aposentados. Assim, em um mundo ideal, podemos esperar que cada carteira conterá um equilíbrio entre o velho e o novo, e que o conjunto de todas as carteiras terá, em qualquer ponto do tempo, aproximadamente o mesmo equilíbrio entre o velho e o novo. Porém, o mundo não é ideal. Pesquisas do Gartner com milhares de clientes em muitos pontos geográficos e indústrias mostram que a maioria dos CIOs está lutando para lidar com um conjunto de carteiras nas quais uma extraordinária percentagem dos artefatos precisa ser aposentada e substituída em um período comparativamente curto de tempo (entre 2008 e 2015). A escala de obsolescência no conjunto de todas as carteiras é um grande problema por si só, mas é agravada pela falta de capacidade de planejamento integrado em muitas das equipes de gestão de TI. Assim, é comum encontrar o silo do data center planejando renovar a carteira de sistemas operacionais pela eliminar versões mais antigas do Unix que estão perdendo suporte, mas deixando de integrar o plano às equipes de gestão responsáveis pelas aplicações corporativas que rodam nesses antigos sistemas — ou gerentes de aplicação que estão planejando migrar uma aplicação para uma versão mais recente ou um sistema diferente, sem sincronizar seus planos com a infra-estrutura de rede ou os proprietários de processos corporativos. Por que modernizar é importante agora?
Há três principais fatores que contribuem para essa ação: • O primeiro fator a impulsionar os CIOs para a modernização da TI é, na maioria dos casos, o fator da força — a falta de agilidade dos sistemas e serviços de TI em responder às solicitações corporativas por mudanças. Na medida em que o ambiente da TI se torna mais populoso e mais complexo, ele simultaneamente se torna menos capaz de responder de forma pontual à demanda corporativa por mudança. A natureza volátil da economia global, as crescentes demandas de reguladores e a natureza altamente competitiva do ambiente corporativo combinam-se a um implacável foco na eficiência de custos para gerar milhares de demandas de gerentes corporativos. Eles estão sob intensa pressão para adaptar os serviços já estabelecidos e introduzir serviços novos ou atualizados. Todo CIO luta contra esse acúmulo de demanda, que não pode ser enfrentado simplesmente com os artefatos que constituem o ambiente de TI. A arquitetura de TI não foi projetada ou construída para proporcionar agilidade. Assim, trabalhar arduamente não vai eliminar a necessidade de agilidade. O que é necessário é um plano para aumentar a agilidade dos sistemas de entrega de TI — um plano que vai requer uma abordagem de modernização. Isso não é algo fácil e rápido. • O segundo fator a colocar a modernização das tecnologias na consciência da gestão de TI é a crescente integração entre carteiras. A integração é boa e valiosa — ela é capaz de entregar valor real para a empresa, reduzir a latência e aumentar a capacidade produtiva. Porém, esses benefícios têm seu preço, como uma maior complexidade na administração da entrega de serviços e na manutenção das carteiras de ativos necessárias para apoiar a empresa integrada. Assim, o motivo que leva a modernização a mover-se para o topo da agenda dos CIOs é simplesmente a conseqüência do sucesso de entregar mais integração de serviços durante os últimos anos.
• O terceiro fator que torna a modernização da TI um imperativo atual para o CIO é a obsolescência dos ativos implementados. Embora sempre tenha havido tecnologias que caminham para a obsolescência, isso está se tornando um fenômeno cada vez mais comum. Ocorre em parte como conseqüência do ritmo da mudança tecnológica. A recessão em 2000 e 2001 levou muitas empresas a adotar um hiato de um ano ou dois na modernização da TI. As atualizações e upgrades foram adiados. As equipes de TI aprenderam as disciplinas para colocar os sistemas na UTI, espremendo o último valor possível dos custos em queda. Essa redução na inovação e no investimento gerou uma grande consolidação em muitos setores do mercado de TI, enfraquecendo revendedores ao ponto de serem adquiridos por concorrentes ou simplesmente incapazes de entregar soluções eficazes. O efeito dessas consolidações do mercado é que muitas empresas estão rodando soluções que não são mais negócios dominantes de desenvolvimento para seus proprietários. Embora as equipes de gestão de TI possam ser muito capazes de manter tais sistemas na UTI por algum tempo, há um limite finito para a determinação dos usuários corporativos em continuar a usar soluções que deixem de entregar padrões modernos de funcionalidade e agilidade. É perfeitamente aceitável manter os sistemas vivos o maior tempo possível. É inaceitável não ter nenhum plano com potenciais alternativas para os ativos decadentes. Considerando todas as carteiras de ativos implementados, uma que é a mais frequentemente citada pelos CIOs como sendo uma grande impulsionadora da modernização da TI é a carteira de pessoal qualificado. A geração de “baby boomers”, de crianças nascidas após a Segunda Guerra Mundial, está chegando à idade da aposentadoria. As pessoas que projetaram, desenvolveram, cultivaram e mantiveram as aplicações fundadoras da Era da Informação, explorando linguagens de programação, como Assembler, COBOL e PL1, usando modos de armazenagem pré-DBMS, como arquivos IS e base de dados hierárquica, estão se preparando para a aposentadoria. As equipes de gestão de TI que acreditavam que seriam capazes de continuar a oferecer suporte e manter essas aplicações com a terceirização dessas tarefas costumam descobrir que os provedores de serviços de TI são incapazes de prover tais atividades porque suas cabeças pensantes "mais antigas e sábias" também estão se aposentando, e a atual geração de especialistas em tecnologia não está disposta a se comprometer com a aquisição de qualificações ultrapassadas. A questão da obsolescência é tão onipresente que o Gartner prevê com confiança que, até o final de 2010, mais de um terço de todos os projetos de aplicações serão impulsionados pela necessidade de lidar com a obsolescência tecnológica ou de qualificações. Mas lembre-se: Só porque um sistema é novo, ele não é necessariamente "bom"; só porque um sistema está amadurecido, ele não é necessariamente "ruim". Um sistema amadurecido pode estar entregando grande valor para a empresa e pode ser capaz de entregar grande valor por um longo tempo. Um novo sistema pode ser um caso perdido desde seu primeiro dia. A boa prática implementa um processo contínuo de monitoração do valor e antecipa o valor futuro. A má prática espera que algo dê errado antes de avaliar os ativos. Como você mede sua exposição a essas forças?
Pesquisas com CIOs em uma ampla gama de indústrias mostram claramente que uma substancial maioria admite livremente, quando perguntada, que não dedica tempo suficiente para o planejamento integrado de longo prazo. Para a maioria dos CIOs, o motivo é claro — há pressões de curto prazo demais sobre o precioso tempo da equipe de gestão de TI para permitir que se dediquem a exercícios mais holísticos de planejamento. Mas, é claro, os gerentes sabem que deixar de investir no planejamento de mais longo prazo leva à uma proliferação das situações de crise no curto prazo. A despeito desse conhecimento, os gerentes admitem que ainda é difícil planejar. Há muitas maneiras para um CIO pode começar a construir um modelo empírico de modernização da TI. Por exemplo: ter um amplo inventário de ativos seria útil; identificar quais ativos não têm planos para além do atual horizonte de planejamento orçamentário seria bom. Mas o problema com essas medidas é que todas elas requerem tempo para serem reunidas e conferidas — tempo que não será alocado a menos que haja uma crença na validade do problema em primeiro lugar. Assim, uma regra básica simples que os CIOs e as equipes de gestão de TI podem usar para determinar a exposição aos imperativos da modernização da TI é dada abaixo: "A necessidade de ações urgentes para a modernização da TI está na proporção inversa do foco no planejamento de longo prazo da TI durante os últimos cinco anos." Em outras palavras, se a equipe de gestão de TI tiver fortes processos associados ao
planejamento de longo prazo e tiver exercitado esses processos durante os últimos cinco anos, então não deveria haver nenhuma necessidade de novas ações. Por outro lado, se a equipe de gestão de TI tiver processos fracos ou não existentes associados ao planejamento de longo prazo, a necessidade de ações urgentes será maior. Como reduzir sua exposição
O que o CIO poderia fazer? A modernização da TI não pode ser enfrentada como um projeto de curto prazo de resposta ao pânico, porque é um processo amplo e complexo, e requer o compromisso integral de toda a equipe de gestão de TI e também de muitos dos clientes corporativos. • Primeiro, seja claro: A escala e a complexidade das questões envolvidas significa que a modernização da TI é um item da agenda atual do CIO e continuará a ser no futuro próximo. Isso significa que, como um CIO, espera-se que você impulsione diretamente a agenda de modernização da TI, usando todos os recursos da equipe de gestão de TI. Essa questão é importante e onipresente demais para ser delegada a um cargo secundário. • Segundo: Colete informações. Identifique as carteiras de ativos chave em todo o domínio da TI, e atribua responsabilidade administrativa para toda a equipe de gestão de TI sobre cada carteira de ativos. Faça com que cada proprietário de carteira crie um inventário de ativos, e faça-os criar esboços de modelos para o provável ciclo de vida de cada ativo, incluindo a disponibilidade das qualificações necessárias para apoiar e manter os ativos. Como CIO, é necessário que você assegure a consistência da abordagem. Seu pessoal deve estar absolutamente certo de que você os considerará mútua e individualmente responsáveis pela participação incondicional na atividade. • Terceiro: Identifique o melhor indivíduo disponível para que ele assuma a responsabilidade pelo amplo planejamento da TI em todas as carteiras, e faça desse indivíduo um subordinado direto. O planejamento de TI é muito importante e deve estar sempre ao alcance direto do CIO. • Quarto: Organize uma sessão de planejamento externa, de poucos dias, onde todos os proprietários de ativos possam explicar as questões sobre maturidade e modernização em suas próprias carteiras para todos os outros proprietários de ativos. Isso gerará centenas de oportunidades ou para sinergia ou para confusão em todas as interações entre cada uma das estratégias. Use essa atividade para lançar o processo de planejamento estratégico como uma preocupação central da equipe de gestão de TI. Assim é possível reunir os recursos necessários para mudar comportamentos e desenvolver novas maneiras de trabalhar que migrem do inadequado planejamento em silos para o planejamento integrado de ativos. A experiência dos analistas do Gartner com clientes que estão realizando análises amplas diz que o CIO e toda a equipe de gestão de TI saem desses exercícios com uma compreensão muito mais clara da necessidade de planejamento integrado em todas as carteiras de ativos. A modernização da TI não é assim tanto uma viagem quanto uma mudança no sistema de valores de gestão de TI. Uma vez que os gerentes tenham percebido plenamente o valor das carteiras que administram e a inter-conectividade de todas as carteiras, mudarão suas agendas para que gastem muito mais tempo dedicando-se a atividades chave de planejamento do ciclo de vida de ativos, assegurando que o máximo valor poderá ser obtido com cada investimento.