O Que Evitar Em Uma Fotografia

  • May 2020
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O que evitar em uma fotografia Existem muitos fatores que podem ser negativos para uma boa fotografia. Dentre esses fatores podemos citar fatores não tão técnicos, como o posicionamento dos componentes da imagem, enquadramento, etc., e fatores mais técnicos, como a exposição de luz, o foco, etc. Esses fatores podem agir de diversas formas, afetando o efeito desejado para a foto, trazendo significados diferentes, relevando aspectos que incomodam a percepção daquele que observa a foto e deixando a foto nada interessante, tornando-a previsível. 

Conteúdo da foto A informação que a foto pode passar é fundamental para determinar se uma fotografia é boa ou ruim. Dessa forma devemos evitar os extremos: algo completamente novo ou algo completamente banal. O conteúdo a ser fotografado não deve ser algo completamente desconhecido, pois caso a situação, ou objeto, ou pessoa a ser fotografado não dê possibilidades de entendimento, a foto não conseguirá trazer sentido nenhum para aquele que observar a foto posteriormente. Sem significado, a foto não tem importância, não comunica, não exprime e não gera empatia (principal objetivo de uma boa foto: gerar empatia). Por outro lado, o conteúdo a ser fotografado também não pode ser completamente previsível, ou representar o chamado clichê. Pois assim a foto não apresenta nada de novo, nem sobre o

contudo em si e nem sobre algum novo olhar sobre algo já conhecido. Por não apresentar uma nova idéia, a foto se torna desinteressante, não despertando nada em seu observador, e novamente não gerando empatia.

Mentiras mal contadas Uma coisa fundamental para uma boa foto é a verossimilhança, ou seja, a foto deve guardar semelhança com nossa realidade. Normalmente rejeitamos coisas completamente irreais, inimagináveis, pois elas parecem não pertencer ao nosso mundo, ao nosso contexto. Dessa forma, fotos que parecem uma completa mentira devem ser evitadas. O uso do Photoshop na fotografia possibilitou muito dessa irrealidade em fotos retocadas. Alguns desses retoques, que normalmente serviriam para “melhorar” uma imagem no aspecto estético podem acabar deixando pessoas, lugares e momentos com um aspecto artificial, tornando essas fotos em mentiras mal contadas. Portanto, a verossimilhança é essencial para que a foto seja bem aceita.

Simetria / Assimetria A simetria pode representar em nossa foto a obviedade, ou seja, torna o nosso conteúdo previsível. A partir de uma foto com todo seu conteúdo apresentado de forma simétrica, o seu observador não tem nenhum estímulo à sua visão. Isso pode acabar empobrecendo a foto,

tornando-a desinteressante, chata e descartável. O observador precisa de algo que o estimule, que o faça pensar. A questão da assimetria ajuda a foto a contar uma história, pois consegue, juntamente com o enquadramento e posicionamento, estabelecer hierarquias. Estas são responsáveis por revelar quais são os elementos mais importantes na foto. Existem algumas regras para evitar a simetria como a regra dos terços, que divide o plano da foto em 9 quadrantes iguais. Nessa regra tenta-se posicionar os elementos fora do quadrante central, dando importância para os terços externos e para os focos (intersecções entre as linhas que determinam os quadrantes). Ou seja, a regra dos terços é importante para o posicionamento que vamos conferir aos elementos de nossa fotografia.

Algo em você mesmo Ao fotografarmos, nós não dispomos apenas de recursos vindos da câmera em nossas mãos. Além de tudo que a máquina pode oferecer, dispomos primeiro de nosso próprio corpo. E o que isso quer dizer? Como possuímos diversas articulações em nosso corpo (cotovelos, ombros, joelhos, pescoço), nós temos inúmeras possibilidades de movimento. Por isso, não devemos nos restringir apenas à posição ereta (em pé) olhando apenas para frente, como robôs. Devemos utilizar todos os atributos que possuímos. Devemos nos desdobrar, nos agachar, nos torcer, explorar posições, explorar pontos de vista diferentes, tudo para conseguir

enquadramentos diferentes, para enxergarmos as coisas de um jeito diferente. Antes de podermos reclamar da máquina, devemos pelo menos saber que ela não poderia reclamar de nós.

Ih, tremeu! Ficou borrado... Em muitas vezes ao conferirmos a foto no computador, ou depois de ter a revelado, notamos que a foto saiu tremida, dando a sensação de que está borrada. Podendo até causar a impressão de que há fantasmas ou outros seres espirituais. Isso realmente pode acontecer por causa do movimento indesejado da mão do fotógrafo. Um movimento que não pôde ser evitado naquele momento, o que deixou a foto pouco nítida. A causa dessa falta de nitidez pelo movimento não é apenas a momentânea falta de controle sobre a mão. É também a velocidade do obturador que, no caso dessas tremidas, foi baixa o suficiente para captar todo o movimento, não congelando a imagem.

A velocidade do obturador controla o tempo que o obturador fica aberto, permitindo a entrada da luz e a captação do que está sendo fotografado. Dessa forma, se o obturador ficar bastante tempo aberto (velocidade baixa), a câmera consegue captar mais tempo do movimento e mais luz, nesse caso conseguindo captar a tremida de mão. Caso o obturador fique aberto por pouco tempo (velocidade alta), a imagem congela o movimento captado e permite uma entrada menor de luz. Cada uma das velocidades utilizadas (de muito rápida a muito lenta) podem ser bem vindas e bem utilizadas dependendo do objetivo da foto. Para que evitemos a foto tremida, podemos utilizar uma velocidade alta para congelar o momento fotografado, porém entrará menos luz na câmera e até mesmo todo o movimento na foto pode acabar sendo congelado (o que às vezes pode ser ruim). Outra opção é manter a velocidade média ou baixa, mas agora tentamos segurar mais firme a câmera segurando a de forma bem segura no momento de fotografar. Podemos também usar artifícios como o tripé, o que é o ideal, pois com a câmera presa a um objeto fixo não haverá movimentos não desejados. Vale até apoiar a câmera em algo que não se mova, ou nos apoiarmos em algo fixo, sempre a fim de que nosso próprio movimento não influencie de forma negativa a nossa foto.

ISO e grãos indesejados Muitas vezes quando tiramos uma fotografia, ela parece ficar granulada, como se na foto fosse feita de vários pequenos grãos. Em muitos casos esse efeito não é bem vindo, pois pode trazer a sensação de que a foto tenha ficado com algum defeito, com uma resolução não adequada. Esse é um efeito conseguido pela câmera a partir de um dos recursos dos quais a máquina dispõe. Esse recurso é o controle de ISO. A partir desse controle, podemos definir a sensibilidade da câmera em relação à luz. Quanto maior o ISO, mais sensível a captação da câmera fica, dessa forma conseguimos fotografar, por exemplo, em ambientes mais escuros, pois a máquina consegue ter uma maior sensibilidade à luz, e assim não precisaríamos utilizar o flash. Porém, devido a esse aumento de sensibilidade, o efeito dos grãos começa a aparecer. É como se forçássemos a capacidade da máquina em captar a luz, assim os grãos vão surgindo. Para evitar o aparecimento desses grãos, devemos utilizar o ISO no nível menor possível (de acordo com a quantidade de luz que há no ambiente a ser fotografado), pois quanto maior o ISO, mais grãos aparecerão. Outro artifício seria tentar adequar a quantidade de luz no ambiente ao nosso gosto. Por exemplo, poderíamos iluminar melhor o local onde iríamos fotografar, até o ponto desejável para fotografarmos, dessa forma, poderíamos manter o ISO bem baixo.

Porém o grão pode ser utilizado de uma boa maneira, como quando gostaríamos que a foto exibisse exatamente esse efeito. O grão não é exatamente algo feio, ou que incomode. Apenas há momentos em que ele é ou não bem vindo. ‘

Distorções ruins Através de recursos proporcionados por diversas lentes, conseguimos obter efeitos e distorções em nossas fotos. Algumas dessas distorções são bem vindas, outras em exagero não são tão bem vindas. Temos como exemplos de efeito o achatamento e o aumento de volume da imagem. Esses efeitos podem ser conseguidos com lentes normais, grandes-angulares e teleobjetivas. As grandes-angulares, como o próprio nome diz, dão uma maior sensação de ângulo na foto, parecendo até que a foto fica inflada, dando grande volume ao conteúdo da foto. Com esse efeito podemos deformar pessoas ou ambientes de forma negativa, dando aspectos estranhos a esses elementos. O efeito de achatamento pode ser obtido a partir do zoom de uma câmera com uma lente normal quando fotografamos objetos distantes. O achatamento proporcionado nessa situação é devido ao fato de que o objeto ou lugar a ser fotografado está muito longe da câmera, e quanto mais longe de uma câmera, os elementos vão perdendo a noção de profundidade, dificultando nossa percepção de tamanho e distâncias, pois quanto mais distantes de nós, maiores devem ser as distâncias focais, e assim menores são os ângulos. O zoom não nos permite a real aproximação do objeto, deixando a aparente perda de profundidade da imagem. Esse efeito de achatamento também é proporcionado pelas

lentes teleobjetivas, pois elas permitem o aumento da “sensação de aproximação”, mas mantendo os objetos bem distantes, perdendo as proporções de profundidade. Portanto, para se evitar esse achatamento, o ideal é realmente nos aproximarmos do objeto a ser fotografado, e não utilizarmos o zoom.

O que é importante? Um dos recursos disponíveis para nós ao fotografarmos é o controle da profundidade de campo, que representa o quão profundo é nosso foco, possibilitando a captação ou exclusão de objetos focalizados em certo ponto. Por exemplo, podemos colocar três objetos um na frente do outro (em relação a nós), porém próximos um do outro, então regularemos o foco de tal maneira que consigamos captar os três objetos focalizados. Com a regulagem da profundidade de campo (proporcionada pela abertura do diafragma) podemos definir que apenas um desses objetos fique focalizado. Essa seleção é proporcionada pela profundidade do campo que passou a ser pequena, dessa forma, uma área menor (na mesma distância focal) ficou focalizada. Essa pequena profundidade de campo foi proporcionada por uma grande abertura do diafragma.

Pelo contrário, se mantivermos uma abertura pequena, a profundidade de campo será bastante

profunda, assim, uma área maior será focada. Com isso, uma quantidade maior de elementos será focalizada e bem definida. É e esse aspecto que possivelmente deva ser evitado ao tirarmos uma foto em que há uma riqueza em elementos e detalhes que, em muitas vezes, são desnecessários e até mesmo atrapalham o entendimento de nossa foto. A grande profundidade de campo pode destacar todos esses elementos por igual (fundindo elementos do plano de fundo com elementos do plano frontal, às vezes tirando um pouco a “profundidade aparente” de nossa foto), destacando até os indesejados.

Portanto, quando desejamos destacar apenas uma certa quantidade de elementos, podemos utilizar uma pequena profundidade de campo (grande abertura) para focalizar apenas esses elementos.

Flash O flash não deve ser utilizado a qualquer momento, nem de qualquer jeito. Isso porque podemos ver inúmeras fotos nas quais as pessoas aparecem pálidas e doentes, como se tivessem tomado um susto ou algo assim, mesmo sem que essas pessoas tenham passado por alguma situação do tipo. A razão dessa palidez

nada natural pode ser a enorme exposição de luz proporcionada pelo flash.

Em outras palavras, é como jogar atirar um canhão de luz no rosto da pessoa. Assim, o exagero de luz esclarece demais a pessoa, deixando-a pálida. Portanto o recurso do flash deve ser muito bem pensando, apenas o utilizando em situações que realmente necessitemos dessa grande quantidade de luz. O flash também pode trazer outros aspectos negativos como os olhos vermelhos, que pode ser evitado fazendo com que a pessoa fotografada não olhe diretamente para a luz do flash, pois o olho vermelho nada mais é do que o reflexo da luz do flash na retina da pessoa. Hoje em dia muitas câmeras vêm com mecanismos de redução de olho vermelho. Esse problema do reflexo do flash também pode ser observado quando fotografamos pessoas que usam óculos. Para evitarmos esse reflexo, basta inclinar os óculos, de maneira que ele não mantenha um ângulo reto com a luz do flash. Além desses problemas, há também a sombra que é fica marcada atrás da pessoa fotografada com o flash. Para evitarmos isso, devemos posicionar a pessoa em uma boa distância de qualquer coisa que possa existir atrás. Quando fotografamos em ambientes com pouca luz, podemos evitar o uso do flash utilizando outros recursos da máquina. Nestes recursos podemos controlar a exposição de luz, velocidade, ISO, abertura, etc., de forma que podemos adequar as condições de captação de luz da câmera às condições do ambiente em que estamos fotografando.

Condições inapropriadas de luz Ao fotografarmos, devemos ter muito cuidado com a captação de luz, que é a tarefa mais importante de uma fotografia. A captação de luz envolve inúmeros fatores, tanto internos à própria máquina como externos a ela, ou seja, há fatores ambientais que envolvem o local onde fotografaremos. Nos fatores internos à máquina, temos os recursos proporcionados por ela mesma, como a abertura do diafragma, a velocidade do obturador, o foco, a exposição, o ISO, a resolução, etc. Nos fatores externos, temos toda a condição de luz que o ambiente já naturalmente nos proporciona, além daquela que podem ser controladas por nós. Exatamente com essas condições externas devemos ter muita atenção e cuidado. Dentre as condições sobre as quais temos pouco controle há o sol, mas especificamente em relação aos momentos do dia. Devemos evitar fotografar em horários que apresentam o sol muito acima de nossas cabeças (das 11 às 14 horas), pois com a luz incidindo com pouco ângulo, notamos que ela “achata” os objetos e pessoas a serem fotografadas, pois marcam pouca sombra no chão, marcando também sombras estranhas nos próprios rostos das pessoas. Além disso, nesse horário há muito contraste. Portanto, é melhor fotografar muito cedo de manhã e a tarde antes de anoitecer, pois nesses horários aparecem texturas porque a luz vem de lado, dando profundidade e contraste mais adequado. Dentre as condições sobre as quais temos controle, podemos citar a luz artificial, usando lâmpadas e sistemas de iluminação montados. Com esse controle de luz, devemos evitar criar

situações não verossímeis, em que apareçam luzes completamente estranhas e irreais. Também deve haver cuidado com a super e sub exposição de luz, que podem comprometer a foto, estourando-a com muita luz ou a deixando escura demais. Além disso, temos que nos preocuparmos com a marcação de sombras indesejadas. Esses problemas podem ser evitados e consertados com o controle da intensidade da luz, o posicionamento das fontes de luz, podemos também utilizar filtros na frente das fontes de luz e superfícies refletoras adequadas para direcionar a luz ao objeto ou pessoa a ser fotografado.

Exposição demais ou de menos Ao fotografarmos devemos ter cuidado com a quantidade de luz que permitiremos marcar nossa foto. Pois podemos acabar deixando luz demais entrar, e assim perder detalhes porque a luz pode acabar ofuscando objetos, ou então podemos deixar pouca luz entrar, assim os elementos de nossa foto podem ficar na sombra, não permitindo que possam ser vistos. Esse problema é o da superexposição ou subexposição, que pode ser controlado pela velocidade do obturador, pela abertura, pelo EV, e pelo controle que podemos ter sobre a luz no local que fotografaremos.

Temos aqui um caso de subexposição

Nesse caso é visível a superexposição na mão da

mulher Quanto maior a velocidade, menos luz entrará, pois deixaremos o obturador aberto por pouco tempo. Com menor velocidade, entra mais luz. Quanto maior a abertura, mais luz entra. Quanto maior o EV, maior a quantidade de luz. Devemos adequar a quantidade de luz captada à condição e ao objetivo de nossa foto.

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