Patologia do cérebro e sistema nervoso
Exame neurológico • História clínica • Avaliação do estado mental • Exame objectivo – Reflexos – Coordenação – Postura – Equilíbrio
Exames complementares de Diagnóstico • • • • •
Punção lombar TAC RM Angiografia cerebral Eco Doppler – Carótidas
• Mielografia • EEG (Electroencefalografia) • Electromiografia
Dor • Receptores especiais por todo o corpo • “Dor reflexa” • Percepção a dor • Tolerância à dor
Avaliação da dor • Tipo de dor – Picada, pressão… – Constante, intermitente
• Intensidade – Escala ou “Régua” da dor
• Aguda ou crónica
Tratamento da dor: Fármacos • Analgésicos opiáceos – Morfina, etc…
• Analgésicos não opiáceos – AINEs • Aspirina, ibuprofeno, diclofenac, etc…
– Paracetamol
• Analgésicos adjuvantes – antidepressivos
Tratamento não farmacológico • Calor ou frio • Ultra-sons • TENS (estimulação eléctrica nervosa transcutânea) • Acupunctura • Técnicas cognitivas
Enxaqueca • Dor de cabeça recidivante, pulsátil e intensa que habitualmente afecta um lado da cabeça, embora possa afectar ambos. • A dor começa de repente e pode ser precedida ou acompanhada de sintomas visuais, neurológicos ou gastrointestinais. • Há actualmente fármacos específicos para tratamento – – – –
Bloqueadores dos canais de cálcio Betabloqueantes Anticonvulsivante (valproato) …
Vertigem • Falsa sensação de movimento ou de rotação ou na impressão de que os objectos se movem ou giram • Acompanha-se, habitualmente, de náuseas e de perda do equilíbrio. • Causas frequentes: – – – –
Fármacos, álcool AIT Anomalias do ouvido (doença de Ménière) Doenças neurológicas (EM, tumores, …)
Sono • Não se sabe porque se necessita do sono nem exactamente como nos beneficia. • As necessidades individuais de sono variam amplamente e nos adultos saudáveis vão de apenas 4 horas diárias de sono até 9 horas. • Geralmente, as pessoas dormem de noite, embora muitas o façam durante o dia devido aos seus horários de trabalho, situação que muitas vezes provoca perturbações do sono.
Fases do sono
Insónia • Dificuldade em conciliar o sono ou permanecer adormecido, ou uma alteração no padrão do sono que, ao despertar, leva à percepção de que o sono foi insuficiente. • Não é uma doença, mas um sintoma • Abuso de fármacos, especialmente benzodiazepinas – podem provocar tolerância e dependência
Outros distúrbios do sono • Hipersónia • Narcolepsia • Parassónias (sonhos e actividades físicas durante o sono) – Terrores nocturnos – Sonambulismo – Pesadelos
Apneia do sono • Obstrutiva – Obstrução na garganta ou vias aéreas superiores – Tipicamente homens obesos que tentam dormir de costas – Factores de risco: tabagismo, abuso de bebidas alcoólicas, doença pulmonar (enfisema)
• Central – Consequência de uma disfunção na zona do cérebro que controla a respiração – Consequência da apneia obstrutiva por diminuição do O2 e aumento do CO2
Perturbações do movimento • Um movimento tão simples como levantar uma perna requer um sistema complexo de comunicação no qual intervêm o cérebro, os nervos e os músculos. • Se uma área do sistema nervoso que controla o movimento se lesiona ou funciona de forma anormal, pode aparecer qualquer variedade das múltiplas perturbações do
Tremor • movimento involuntário, rítmico, alternante e oscilante que se verifica quando os músculos se contraem e se relaxam de forma repetida. • Tremor de acção – músculos em actividade • Tremor de repouso • Tremor essencial – causa desconhecida • Tremor senil – idade avançada • Tremores de intenção – quando a pessoa efectua movimentos
Doença de Parkinson
• Perturbação degenerativa e lentamente progressiva do sistema nervoso que apresenta várias características particulares: tremor em repouso, lentidão na iniciação de movimentos e rigidez muscular • Afecta cerca de 1 % da população com mais de 65 anos e 0,4 % da população com mais de 40 anos • Causa: – degenerescência nas células dos gânglios basais que ocasiona uma perda ou uma interferência na acção da dopamina e leva a menos conexões com outras células nervosas e músculos. – A causa da degenerescência das células
Sintomas • Inicia-se, frequentemente, de forma insidiosa e avança de forma gradual. • Em muitas pessoas inicia-se como um tremor da mão quando está em repouso. • O tremor é máximo em repouso, diminui com o movimento voluntário da mão e desaparece durante o sono. • O tremor, leve e rítmico, intensifica-se com a tensão emocional ou o cansaço. • Embora o tremor apareça numa mão, no final pode passar para a outra e afectar braços e pernas. • Podem ser afectadas também a mandíbula, a língua, a fronte e as pálpebras. • O tremor não constitui o primeiro sintoma num terço das pessoas com a doença de Parkinson; noutras, torna-se menos visível à medida que a doença progride e muitos nunca chegam a manifestar tremor.
Sintomas • A dificuldade para iniciar o movimento é particularmente importante e a rigidez muscular dificulta ainda mais a mobilidade. • Quando o antebraço é flectido ou estendido por outra pessoa, pode perceber-se a rigidez e uma espécie de rangido. • A rigidez e a imobilidade podem contribuir para produzir dores musculares e sensação de cansaço. • A combinação de todos estes sintomas causa muitas dificuldades. • A deterioração no controlo da musculatura das mãos provoca uma dificuldade crescente para as actividades diárias, como abotoar os botões da camisa ou atar os atacadores.
Sintomas • Para a pessoa com doença de Parkinson dar um passo implica um esforço e a marcha, muitas vezes, é a passos curtos arrastando os pés e sem o compasso do balanceamento habitual dos braços. • Ao iniciarem a marcha, algumas pessoas experimentam dificuldades para parar ou virar. • O passo pode acelerar-se inadvertidamente, o que obriga a pessoa a encurtar o percurso para evitar a queda. • A postura curva-se e é-lhe difícil manter o equilíbrio, o que cria uma tendência para cair para a frente ou para trás.
Sintomas • As feições são menos expressivas devido à imobilidade dos músculos da cara responsáveis pela expressão. • Às vezes, esta falta de expressão confunde-se com uma depressão, embora muitas pessoas com a doença de Parkinson se tornem efectivamente depressivas. • Com o tempo a cara adquire um olhar perdido, com a boca aberta e uma diminuição do pestanejar. • É frequente que estas pessoas se babem ou se engasguem como consequência da rigidez muscular na cara e na garganta, o que dificulta a deglutição. • Os doentes que sofrem de Parkinson costumam falar sussurrando com voz monótona e podem
Tratamento • Fármacos, incluindo a levodopa, que no cérebro se transforma em dopamina (reduz o tremor) • Nenhum fármaco cura ou suprime a evolução da doença, apenas facilitam o movimento e mantêm o doente funcionalmente activo.
Doenças desmielinizantes • As fibras nervosas que entram e saem do cérebro estão envolvidas por uma membrana isoladora de múltiplas camadas denominada bainha de mielina. • De forma semelhante ao isolante de um cabo eléctrico, a bainha de mielina permite a condução dos impulsos eléctricos ao longo da fibra nervosa com velocidade e precisão. • Quando se verificam lesões da mielina, os nervos não conduzem os impulsos
Doenças desmielinizantes • Ao nascer, muitos dos nervos dos bebés carecem de bainhas de mielina maduras, o que explica que os seus movimentos sejam inábeis e com falta de coordenação. • O desenvolvimento normal das bainhas de mielina é insuficiente em crianças nascidas com certas doenças congénitas, este desenvolvimento anormal pode dar lugar a defeitos neurológicos permanentes e, frequentemente, extensos. • Os AVCs, a inflamação, as doenças autoimunes e as alterações metabólicas figuram entre os processos que destroem a bainha de mielina no adulto, o que se conhece como desmielinização.
Doenças desmielinizantes • O abuso de substâncias tóxicas (como as bebidas alcoólicas) costuma danificar ou destruir as bainhas de mielina. • Quando a bainha de mielina é capaz de se reparar e regenerar por si mesma, a função nervosa pode restabelecer-se completamente. • Mas se se tratar de uma desmielinização extensa, o nervo que está no seu interior costuma morrer, o que causa um dano irreversível. • A desmielinização no sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal) apresenta-se sob a forma de perturbações diversas de etiologia desconhecida (doenças desmielinizantes primárias). • A esclerose múltipla é a mais conhecida.
Esclerose Múltipla • A esclerose múltipla é uma doença caracterizada por zonas isoladas de desmielinização nos nervos do olho, no cérebro e na medula espinhal. • O termo esclerose múltipla é dado pelas múltiplas áreas de cicatrização (esclerose) que representam os diversos focos de desmielinização no sistema nervoso. • Os sintomas e sinais neurológicos da esclerose múltipla são tão diversos que os médicos podem falhar o diagnóstico quando aparecem os primeiros sintomas. • Dado que o curso da doença costuma piorar lentamente com o tempo, as pessoas afectadas têm períodos de saúde
Esclerose Múltipla • Causa desconhecida • O organismo produz anticorpos que destroem a mielina • Sintomas surgem entre os 20 e os 40 anos • Sintomas dependem da área afectada
EM – Sintomas • Os sintomas mais frequentes de manifestação inicial são o formigueiro, os entorpecimentos ou outras sensações nos membros, no tronco ou na cara. • A pessoa pode perder a força ou destreza de uma perna ou de uma mão. • Algumas desenvolvem só sintomas nos olhos e podem experimentar perturbações visuais como visão dupla, cegueira parcial e dor num olho, visão esfumada ou perda da visão central (nevrite óptica). • Os sintomas iniciais da desmielinização podem consistir em leves alterações emocionais ou mentais, cujo aparecimento ocorre, muitas vezes, meses ou anos antes de se ter identificado a doença.
EM – sintomas • A esclerose múltipla segue um curso variado e imprevisível. • A doença inicia-se em muitos casos com sintomas isolados seguidos de meses ou de anos sem a manifestação de mais sintomas. • Noutros, os sintomas pioram e generalizam-se ao fim de semanas ou de meses. • Os sintomas podem acentuar-se devido ao excesso de calor (por um clima muito quente ou por banhos ou duches quentes) ou inclusive por uma febre. • Uma recidiva da doença pode aparecer espontaneamente ou pode ser provocada por uma infecção como a gripe. • À medida que os surtos se tornam mais frequentes, a incapacidade piora e pode tornar-
Tratamento • Os sintomas agudos podem controlar-se com a administração, durante breves períodos, de corticosteróides como a prednisona, administrada por via oral, ou a metilprednisolona, por via endovenosa; durante décadas, estes medicamentos constituíram a terapêutica de eleição. • Embora os corticosteróides possam reduzir a duração das crises, não atrasam a debilidade progressiva a longo prazo. • Os benefícios dos corticosteróides podem ser contrariados pelos muitos efeitos secundários potenciais que eles produzem quando se tomam durante períodos prolongados. • Os corticosteróides aumentam a predisposição para as infecções, ocasionam diabetes, aumento de peso, cansaço, osteoporose (fragilidade óssea) e úlceras. • Outras terapias imunodepressoras, como a azatioprina, ciclofosfamida, ciclosporina e a irradiação
• As pessoas com esclerose múltipla costumam levar uma vida activa, embora possam cansar-se com facilidade, e é possível que não consigam cumprir demasiadas obrigações. • Os exercícios praticados com regularidade, como a equitação, a bicicleta estática, os passeios, a natação ou os alongamentos, reduzem a espasticidade e contribuem para manter a saúde cardiovascular, muscular e psicológica. • A fisioterapia pode contribuir para a manutenção do equilíbrio, da capacidade de deambulação e do grau de mobilidade, ao mesmo tempo que pode reduzir a
• Costumam ser afectados os nervos que controlam a micção e a defecação, produzindo incontinência ou retenção urinária ou fecal. • Muitas pessoas aprendem a colocar a si próprias uma sonda vesical para manter um baixo volume residual na bexiga urinária e iniciam também um programa de tratamento com laxantes para regularizar a sua função intestinal. • As pessoas que se debilitam e que manifestam dificuldades para se mover com certa facilidade podem desenvolver úlceras causadas pela permanência prolongada na cama; por isso, as pessoas que lhes
Outras • Miastenia grave • Nevralgia do trigémio