MUDANÇAS CLIMÁTICAS NO NORDESTE O clima semiárido, a baixa disponibilidade hídrica para a população e o bioma caatinga, fazem do Nordeste brasileiro a região com maior vulnerabilidade às mudanças climáticas decorrentes de fenômenos naturais, com o el niño e la niña, que atuam nessa localidade desde antes das primeira emissões de gases na atmosfera, e da atuação da antropogênica. Os dados sobre as mudanças climáticas no nordeste são alarmantes, segundo estudos, o clima no semiárido está cada vez mais seco, a temperatura máxima da região tem apresentado aumento significativo e as áreas sofrem com chuvas mais intensas, mas com intervalos maiores que a média histórica. De acordo relatórios do Programa de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos na América do Sul, realizado por um instituto ligado a OEA (Organização dos Estados Americanos) vários estados do nordeste brasileiro já passam por um processo de desertificação e alguns como é o caso dos municípios de Gilbués (PI), Irauçuba (CE) , Cabobó (PE) e da região de Seridó (RN) já são núcleos de desertificação em expansão. Segundo o PAN (Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca, ligado Ministério do Meio Ambiente), 1.482 municípios estão em áreas suscetíveis à desertificação em nove Estados (Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e norte de Minas Gerais). Essa área corresponde à 15,7% do território brasileiro, onde moram 31,6 milhões de pessoas.Em 40 anos, por exemplo, cidades como Vitória de Santo Antão, na zona da mata pernambucana, registrou um aumento de 3,5°C (31,5ºC para 35ºC) na temperatura máxima diária. IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NO NORDESTE BRASILEIRO MORTE E AUMENTO DE DESABRIGADOS: Aquecimento global, com a elevação do nível dos oceanos, aumento da intensidade e da frequência das ressacas nos últimos anos, a ocupação irregular da orla e mudanças provocadas pelo homem nos rios que deságuam no mar são apontados, por especialistas em climatologia e fenômenos marinhos, como causas mais prováveis da redução das praias. Uma elevação de 50 cm no nível do Atlântico poderia consumir 100 metros de praia no Norte e no Nordeste. Em Recife, por exemplo, a linha costeira retrocedeu 80 metros de 1915 a 1950, e mais de 25 metros de 1985 e 1995.
EXTIÇÃO DO BIOMA CAATINGA: Os ambientalistas estão preocupados também com a caatinga, apontada como uma das ações mais urgentes. A caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, abriga uma fauna e uma flora únicas, com muitas espécies endêmicas, ou seja, que não são encontradas em nenhum outro lugar do planeta. Trata-se de um dos biomas mais ameaçados do Brasil, com grande parte de sua área tendo já sido bastante modificada pelas condições extremas de clima observadas nos últimos anos, e potencialmente são muito vulneráveis às mudanças climáticas. MIGRAÇÃO EM MASSA: O clima mais quente e seco poderia ainda levar a população a migrar para as grandes cidades da região ou para outras regiões, gerando ondas de “refugiados ambientais”, aumentando assim os problemas sociais já existentes nos grandes centros urbanos do Nordeste e do Brasil.