Modificado Concepcoes

  • June 2020
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Sumário Conteúdo Conteúdo............................................................................................................................3 Introdução..........................................................................................................................4 Jogos cooperativos:............................................................................................................5 Importância dos jogos ......................................................................................................7 Cooperação .......................................................................................................................8 Jogos cooperativos.............................................................................................................9 Referências bibliográficas...............................................................................................11

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Introdução Para falar sobre origem dos Jogos Cooperativos, temos que voltar a milhares de anos atrás, quando membros de comunidades tribais se reuniam ao redor da fogueira para celebrar a vida. Segundo Fábio Brotto, "alguns povos ancestrais, como os Inut (Alasca), Aborígenes(Austrália), Tasaday(África), Arapesh(nova Guiné), os índios norte americanos, brasileiros, entre outros, ainda praticam a vida cooperativamente através da dança, do jogo e outros rituais. Portanto, os Jogos Cooperativos, sempre existiram consciente ou inconscientemente. Sua sistemização ocorreu a partir de vivências e experiências, na década de 50 nos Estados Unidos, através do trabalho pioneiro de Ted Lentz. Desde então, estudos e programas expandiram-se para muitos países principalmente Canadá, Venezuela, Escócia e Austrália. Um dos percussores dos Jogos Cooperativos é Terry Orlick, que em 1978 publicou um livro, ( Editado em português como Vencendo a Competição) obra reconhecida mundialmente, como uma das principais fontes de inspiração e compreensão dos Jogos Cooperativos. Segundo Terry Orlick, "a diferença principal entre Jogos Cooperativos e competitivos é que nos Jogos Cooperativos todo mundo coopera e todos ganham, pois tais jogos eliminam o medo e o sentimento de fracasso. Eles também reforçam a confiança em si mesmo, como uma pessoa digna e de valor." A partir de 1980, iniciaram-se os primeiros passos para integrar os Jogos Cooperativos no Brasil, onde podemos destacar Fábio Otuzi Brotto, como seu principal representante.

5 Apresenta-se no quadro abaixo comparação, entre o Jogo competitivo e o Cooperativo, com a intenção de ampliar a percepção e proporcionar uma reflexão sobre essas duas formas não só de jogar, mas de viver e com-viver; sem opor uma à outra vamos observando a diferença entre essas duas filosofias.

JOGO COMPETITIVO

JOGO COOPERATIVO

Divertido para alguns

Divertido para todos

Alguns sentem-se perdedores

Todos sentem-se ganhadores

Alguns

são

excluídos

por

falta

de Todos envolvem-se de acordo com as

habilidade

habilidades

Estimula a desconfiança e o egoísmo

Estimula o compartilhar e confiar

Cria barreiras entre as pessoas

Cria pontes entre as pessoas Os

Os perdedores saem e observam

jogadores

ficam

juntos

e

desenvolvem suas capacidades

Estimula o individualismo e o desejo que Ensina a ter senso de unidade e o outro sofra

solidariedade Desenvolvem e reforçam os conceitos

Reforçam sentimentos de depreciação, rejeição, incapacidade, inferioridade, etc.

de nível AUTO (auto-estima, autoaceitação, etc.)

Fortalece o desejo de desistir frente às Fortalece dificuldades

a

perseverar

frente

às

dificuldades Todos encontram um caminho para

Poucos são bem sucedidos

crescer e se desenvolver

Segundo Orlick "o principal objetivo do Jogo Cooperativo é criar oportunidades para o aprendizado cooperativo e a interação cooperativa prazeirosa."

Jogos cooperativos: Segundo Barreto (2000): “Jogos cooperativos são dinâmicas de grupo que têm por objetivo, em primeiro lugar, despertar a consciência de cooperação, isto é, mostrar que a cooperação é uma alternativa possível e saudável no campo das relações sociais;

6 em segundo lugar, promover efetivamente a cooperação entre as pessoas, na exata medida em que os jogos são, eles próprios, experiências cooperativas.” Orlick, classifica o Jogo Cooperativo em categorias, onde pratica-se a cooperação em todas elas, porém em diferentes graus. Dentro dessa ótica teríamos: O Jogo Cooperativo sem perdedores, Jogos de resultado Coletivo, Jogo de inversão, Jogos Semicooperativos. •

Jogos Cooperativos sem perdedores: Nesses jogos normalmente não se tem perdedores, todas as pessoas jogam juntas

para superar um desafio comum. •

Jogos Cooperativos de Resultado Coletivo São formadas duas ou mais equipes que incorporam o conceito de trabalho

coletivo por um objetivo ou resultado comum à todos, sem que haja competição entre os times que necessitam de alto grau de cooperação entre si, assim como, cooperar coletivamente com os outros times para alcançar a meta. •

Jogo de Inversão Esses jogos quebram o padrão de times fixos e conseqüentemente mexem com a

questão: Quem venceu? Trazem o prazer pelo jogo e não pela vitória. Existem vários tipos de inversão e dependendo do tipo de jogo e das regras. Por exemplo: Rodízio: Os jogadores trocam de times em determinados momentos, no final do lance, do saque ou arremesso, por exemplo. Inversão do "Goleador": Quem faz ponto muda de time. Inversão do placar: Os pontos são marcados para o outro time. Inversão Total: Tanto quem faz ponto quanto os pontos passam para o outro time. •

Jogos Semicooperativos

7 Esses jogos favorecem o aumento da cooperação no grupo e oferecem as mesmas oportunidades de jogar para todas as pessoas do time. Os times continuam jogando um contra o outro mas a importância do resultado é diminuída, a ênfase passa a ser o envolvimento ativo no jogo e a diversão. Todos jogam: Com times pequenos, procura-se fazer com que todos participem e joguem o mesmo tempo. Todos tocam/todos passam: Antes de tentar o ponto a bola precisa passar por todos os jogadores do time. Todos marcam ponto: Para vencer o jogo cada jogador do time precisa ter marcado ponto pelo menos uma vez. Passe misto: jogado com homens e mulheres onde a bola precisa passar alternadamente por homens e mulheres. Resultado misto: Jogo com times mistos onde os pontos são marcados alternadamente por homens e mulheres. Todas as posições:Todos os jogadores passam por todas as posições do jogo.

Podemos por meio dessas categorias, adequar o tipo de jogo que usaremos, pois é muito importante fazer com que as pessoas que jogam se sintam seguras e felizes, daí a importância de se iniciar gradativamente o trabalho, pois cada grupo tem suas próprias características, condições e ritmos, que devem sempre ser levados em consideração.

Importância dos jogos Os jogos têm grande importância na construção do conhecimento, mais quando usar os jogos? A idéia de um ensino despertado pelo interesse do aluno acabou transformando o sentido do que se entende por material pedagógico e cada estudante, independentemente de sua idade, passou a ser um desafio à competência do professor.

8 Seu interesse passou a ser a força que comanda o processo de aprendizagem, suas experiências e descobertas, o motor de seu progresso e o professor um gerador de situações estimuladoras e eficazes. É nesse contexto que o jogo ganha um espaço como a ferramenta ideal de aprendizagem, na medida que propõe estímulo ao interesse do aluno, que como todo pequeno animal adora jogar e joga sempre principalmente sozinho e desenvolve níveis diferentes de sua experiência pessoal e social. O jogo ajuda-o a construir suas novas descobertas, desenvolve e enriquece sua personalidade e simboliza um instrumento pedagógico que leva ao professor a condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem. “Finalmente, um aspecto relevante nos jogos é o desafio genuíno que eles provocam no aluno, que gera interesse e prazer. Por isso, é importante que os jogos façam parte da cultura escolar, cabendo ao professor analisar e avaliar a potencialidade educativa dos diferentes jogos e aspecto.Curricular que se deseja desenvolver”. (PCN, 1997,48-19)

Cooperação Orlick (1989) define o que é cooperar: “A cooperação exige confiança porque, quando alguém escolhe cooperar, conscientemente coloca seu destino parcialmente nas mãos de outros.” Cooperação, no contexto da economia e sociologia é uma relação baseada na colaboração entre indivíduos ou organizações, no sentido de alcançar objetivos comuns, utilizando métodos mais ou menos consensuais. A cooperação opõe-se, de certa forma, à competição. Contudo, o desejo de competir com outros do mesmo grupo no sentido de

9 obter um estatuto mais elevado é, por vezes, considerado como catalisador da ação cooperativa. Da mesma forma, os indivíduos podem organizar-se em grupos que cooperam internamente e, ao mesmo tempo, competem com outros grupos.

Jogos cooperativos A discussão do comportamento de cooperação implica em confronto imediato entre definições teóricas e operacionais o que é complicado pelo fato de que a cooperação é raramente discutida sem referências implícitas ou explícitas para competição. Cook e Stingle (1974) questionam se a cooperação é meramente um pólo oposto com a competição no outro extremo, se ela é a ausência da competição ou um comportamento separado e independente da competição. Estes autores comentam que a ausência do comportamento competitivo não implica necessariamente em cooperação (Brotsky e Tomas, 1967, citado por Cook e Stingle, 1974). Eifermann (1970, citado por Cook e Stingle, 1974) cita como exemplo que numa equipe esportiva os membros individuais são cooperantes (e possivelmente competentes) com os próprios membros da equipe, mas rivais com os membros do time. Essa cooperação pode variar conforme o contexto situacional. Portanto, cooperação e competição não podem ser olhadas como duas posições opostas ao longo de uma mesma dimensão. Ao se observar o comportamento cooperativo não se deve isolá-lo, pois não é um simples comportamento, deve ser levado em consideração que este envolve características dependentes de situações. É importante saber a distinção entre cooperação definida como:

10 a) comportamento, que é descrito como estrutura de respostas o que implica em mudanças de procedimentos que envolvem uma série de escolhas mudando respostas ou mudando perguntas; b) intenções de atitudes, tal como o desejo de trabalhar com outros é melhor de que ganhar individualmente como possibilidade de equilibrar outros gastos. Vinacke, Lichtman e Cherulnick (1967, citados por Cook e Stingle, 1974) ao invés de se referirem a cooperação e competição falam em estratégias acomodativas e exploradoras sendo essas definidas como: a) estratégia acomodativa - “orientada em direção aos aspectos sociais de um jogo, procurando êxito, aparentemente, com a possibilidade de atuação de muitos membros e enfatizando os membros do grupo”; b) estratégia exploradora - “orientada em direção ao triunfo e concebida maximinizando o lucro individual” (apud Cook e Stingle, 1974). Comentando sobre a cooperação, Orlick diz que, tanto cooperar como compartir surgem naturalmente em crianças pequenas e a única razão para que essas qualidades desapareçam é que não são estimuladas. Quando a criança pequena começa a compartilhar a comida esse gesto tem que ser estimulado, como diz Orlick, “minha filha começou a compartilhar a comida quando ela tinha três meses. Jogávamos jogos simples de compartilhar passando blocos, bolas,... Aos dez meses ela compartilhava muito claramente seus brinquedos esperando sua vez. Aos onze meses Anouk jogava MOTRIZ - Volume 2, Número 1, Junho/1996 4 cooperativamente com outras crianças. Compartia seus brinquedos com seu primo Alex, que era dois meses mais velho que ela” (Orlick, 1987).

SONHANDO COM A MAGIA DOS JOGOS COOPERATIVOS NA ESCOLA Renata do Nascimento Chagua Cortez1

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Referências bibliográficas • • •

The Evolution of Cooperation, Robert Axelrod, Basic Books, ISBN 0-46502121-2 The Selfish Gene, Richard Dawkins (1990), 2.ª edição, ISBN 0-19-286092-5 Os Sete Desafios: Uma Apostila e exercícios para uma comunicação mais cooperativa Dennis Rivers. Tradução para o Português (2005): Irene E. Schardijn.

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