Magali Poster[1]

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A MÚSICA NA ESCOLA: SONS E MELODIAS QUE PERMEIAM A INCLUSÃO ESCOLAR. Magali Dias – Pós-graduada em Praticas Pedagógicas (Unicenp),Graduanda em Musicoterapia – email: [email protected] Rosemyriam Cunha – Doutora em Educação, (UFPR), Professora do Curso e Musicoterapia, (FAP) .

• Esta pesquisa, em andamento, tem por objetivo estudar das atividades musicais e musicoterapêuticas que são desenvolvidas em uma escola de Ensino Fundamental em Curitiba, a qual tem, em seu quadro discente, alunos de inclusão e/ou com necessidades especiais. Para este fim foram aplicados e analisados protocolos de observação, elaborados para esta pesquisa, onde se registrou as reações físicas, cognitivas e emocionais dos alunos no decorrer de atividades e interações musicais. Os resultados parciais mostraram que a música, quando elemento mediador da comunicação em musicoterapia possibilitou, para este grupo de crianças, formas abertas e alternativas de expressão sonora, afetiva e cognitiva. •

Obs.:Optou-se por mostrar, em imagens gráficas, os resultados dessa investigação, por ser uma maneira de facilitar a interpretação e a visualização dos mesmos. Entende-se que o número de alunos aqui selecionado é representativo dentro do universo dessa pesquisa e a pretensão de generalizações esta fora dos objetivos deste estudo.

Dados da população pesquisada Número de alunos

Faixa etária dos alunos atendidos em Musicoterapia 6 4



ATÉ 6 ANOS

2 0

ATÉ 7 ANOS

1

ATÉ 8 ANOS Acima de oito anos

Faixas

Número de alunos

Quanto ao genero 8 6 Meninas

4

Meninos

2 0 1 Sexo



Dos oitos alunos atendidos em Musicoterapia dois são diagnosticados com THDI e TDA, um com Síndrome de Down, um com Síndrome de Ellis van Creveld, três com Paralisia Cerebral, um com Síndrome com X frágil, e um com Hipoplasia do Esmalte dentário – Amelogênese Imperfeita e Convulsões febris. Outro fator que surgiu da coleta de dados foi que a maioria dos alunos com idade acima do estipulado e em atendimento musicoterápico é do sexo masculino. De acordo com a literatura pesquisada sobre cada um dos diagnósticos estudados somente a TGD- Autismo e a Síndrome do X frágil refletem a percentagem masculina encontrada, nos outros casos não se encontrou literatura que nos ajude a refletir sobre estes dados.

DESEMPENHO E INTERAÇÕES MUSICAIS •











a) Sugerem músicas espontaneamente: seis alunos em trinta e três sessões observadas sugeriram musicas quer seja verbalmente, por meio de gestos ou através de comunicação alternativa aumentativa (pastas de comunicação ou quadros de comunicação). Não sugeriram musicas espontaneamente: dois em dezesseis sessões, não se expressaram por vontade própria ou mostraram-se indiferentes a atividade proposta. Aceitam as músicas sugeridas pelo estagiário em Musicoterapia (EM:) três alunos se mostraram receptíveis em um total de vinte e uma sessões. Não aceitam as músicas sugeridas pelo EM: cinco alunos não aceitam as músicas sugeridas pelo EM e retomam seus temas preferidos em trinta e duas sessões. Se expressão em improvisação musical dirigida: quatro participaram ativamente das mesmas e se expressam em vinte e uma sessões. Não se expressam em improvisação musical dirigida: dois não se expressaram em improvisação dirigida por dificuldades motoras e dois por vontade própria em um total de vinte e oito sessões.

Ao analisar as preferências instrumentais dos alunos os seguintes números foram encontrados: A) quatro preferem instrumentos de percussão de pele; B) três prefere o teclado eletrônico; C) um prefere instrumento de percussão metálico. A preferência por membranofones (instrumentos recobertos por uma membrana estendida sobre a abertura) é relatada por Benenzon (1985) pelas particularidades destes instrumentos como: o simples manejo e deslocamento, não requerem conhecimento musical anterior, sua sonoridade é potente e agradável e de profundo primitivismo, tende a imitar os batimentos cardíacos, estimula a comunicação com o outro, são instrumentos lideres ou objeto integrador, produzem sonoridades também quando acariciados, roçados, raspados.

Expressões Emocionais frente á música EXPRESSÕES FACIAIS

De raiva: três situações nas quais a inserção da música pretendia uma ação diretiva que requeriam uma resposta De medo: duas situações nas quais um aluno se percebeu frente à possibilidade de expressão. De descontentamento: duas situações de término da sessão de Musicoterapia em que um aluno demonstra descontentamento com o fato. De surpresa: duas manifestações um aluno por se defrontar a conteúdos significativos perante uma canção e outro aluno frente ao silêncio permitido na sessão. De alegria: na maioria das sessões (31) a metade dos alunos em atendimento em musicoterapia (4), manifestou expressões faciais de alegria na comunicação musical. De indiferença: em nove sessões, dois alunos demonstraram indiferença, onde um aluno demonstrou o baixo limiar de frustração e outro a dificuldade de acolher e/ou de se sentir acolhido quando surgem expressões,

5

4

Número de alunos

3

2

1

0 TIPOS DE EXPRESSÕES FACIAIS RAIVA MEDO RESSENTIMENTO SURPRESA ALEGRIA INDIFERENÇA

elementos de sua vivencia cotidiana.

Manifestações Cognitivas das crianças frente á música Manifestações Cognitivas frente a música 4

Número de alunos

3 2 1 Quanto a memória, atenção e associação Lembra da letra da canção Lembra da melodia da canção Mantém-se concentrado na atividade por até 5 min. Mantém-se concentrado por toda a atividade Mantém-se concentrado somente quando solicitado Faz associações com outras músicas, melodias ou fatos cotidianos Não faz associação

Quanto à memória: Ao analisar-se o gráfico ao lado se percebe que cinco alunos dos oito estudados, em trinta sessões (61% do total de sessões) lembraram da melodia da letra das canções. Quanto a manter a atenção durante a atividade contatou-se que quatro alunos em vinte e sete sessões mantiveram a atenção por toda a atividade. Outros três alunos ficaram atentos apenas quando solicitados, em onze sessões e outros dois por pouco tempo em outras onze sessões. Cabe aqui ressaltar que um destes alunos que se manteve por pouco tempo concentrado somente o fez quando solicitado. Quanto à possibilidade e concretização de associações entre a música, a melodia e/ou fatos do cotidiano se percebe que a maioria dos alunos, em trinta sessões realizou associações e demonstrou tal fato através de comentários e manifestações musicai.

Manifestações Motoras Manifestações motoras frente aos instrumentos musicais 7

Número de alunos

6 Conhece os instrumentos musicais disponiveis na sala de Musicoterapia

5

Mostra-se interessado pelos instrumentos musicais

4

Tem liberdade de exploração dos instrumentos musicais

3

Toca com naturalidade e liberdade

2

Preocupa-se com o modo de execução

1 0 Tipo de reação motora

Manifestações Musicais Manifestações musicais 4 Possui noção ritmica Não possui noção ritmica

Número de alunos

3

Mantém ritmo sugerido 2

Não mantém ritmo sugerido

1

Mantém o ritmo por pouco tempo ( até 5 min.) Mantém o ritmo por toda a atividade Mantém o ritmo somente quando solicitado

0 Quanto a apropriação ritmica

Apropriações e Desenvolvimento Melódico Apropriações e desenvolvimento melódicos Canta a melodia

6

Não canta a melodia

Numero de alunos

5

Recita a letra das canções

4

Intensidade ao cantar ou tocar forte

3

Intensidade ao cantar ou tocar moderada

2

Intensidade ao cantar ou tocar fraca 1 Altura ao cantar ou tocar grave 0 Quanto ao canto, intensidade e altura

Altura ao cantar ou tocar aguda

ALGUMAS CONCLUSÕES DESTE ARTIGO

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Até o momento as análises dos dados, já elaboradas neste estudo, mostram aspectos que se referem aos seguintes itens: Alguns pais parecem se inserir na rotina diária de seus filhos e em razão disso, tiveram a possibilidade de demonstrar conhecimento sobre o repertório de seus filhos e da sua identidade musical. Apesar das limitações causadas pelas diferentes patologias aqui encontradas, através da musica é possível existir comunicação interação e expressão individual. Em alguns casos a postura rígida quanto à adoção de um novo repertório (músicas sugeridas pelo estagiário e não aceitas pelas crianças) pode estar relacionada com o quadro patológico. Nos casos de não expressão nas improvisações dirigidas se percebem que as crianças são impedidas de se manifestar por dificuldades e/ou impossibilidades motoras e cognitivas. A preferência por membranofones (instrumentos recobertos por uma membrana estendida sobre a abertura) é relatada por Benenzon (1985, pag.56) pelas particularidades destes instrumentos como: são de simples manejo e deslocamento, não requerem conhecimento musical anterior, sua sonoridade é potente e agradável e de profundo primitivismo, tende a imitar os batimentos cardíacos, estimula a comunicação com o outro, são instrumentos lideres ou objeto integrador, produzem sonoridades também quando acariciados, roçados, raspados. Ao se deparar com situações de não possibilidade de espontaneidade de sua expressão musical e uma possível condução pelo EM as crianças manifestam-se com raiva. Já quando a manifestação é de alegria confirma-se a posição da música como sendo entre as artes, aquela que possibilita uma maior comunicação, expressão e realização. A música mostra-se como um elemento capaz de provocar associações com fatos do cotidiano e/ou outras canções o que permitiu a ativação das condições cognitivas destes aluno.

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