Macrocosmo 1a3

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A PRIMEIRA REVISTA ELETRÔNICA BRASILEIRA EXCLUSIVA DE ASTRONOMIA

revista

macroCOSMO.com Ano I - Edição nº 1 - Dezembro 2003

Radioastronomia A ciência do invisível

Como descobrir uma supernova http://www.revistamacrocosmo.com

Foguetes Russos 1

revista macroCOSMO.com Ano I - Edição nº 1 - Dezembro de 2003

editorial

Hemerson Brandão Diretor Geral

Trabalhar com Ciência não é uma tarefa fácil. Trabalhar com Ciência é aceitar o desafio de ficar horas, meses, anos ou até mesmo uma existência inteira buscando a solução para um enigma da natureza. Com certeza é extremamente gratificante Redação: obter sucesso nesta empreitada. Mas se é excitante e desafiante trabalhar na construção Hemerson Brandão cientifica certamente a divulgação científica ocupa um espaço Editor Chefe privilegiado neste ato. A primeira coisa que lembramos é que o cientista tem o dever de publicar suas idéias e seus achados, pois Audemário Prazeres Roberta Maia somente com a divulgação destes fatos é que a humanidade pode Revisão progredir tanto a ponto de um objeto construído pela mão humana estar atingindo os confins do sistema solar como sermos capazes Rodrigo Donato de aniquilar a nossa existência a partir de um simples apertar de WebMaster botão. O outro fato bastante pertinente sobre a divulgação é que William Fernandes ela não é fácil, pois todo cientista é um ser humano carregado com Tradutor valores e crenças, mergulhado em uma cultura que lhe é própria. Lembremos por exemplo de Isaac Newton (1642-1727) que por ter Naelton Araújo uma desavença acirrada com Robert Hooke (1635-1703) Hélio Ferreira (microscópio e lei de elongação das molas) guardou suas idéias Paulo Monteiro Rosely Grégio por quase 20 anos antes de publicar o Principia. Não fosse Redatores Edmund Halley (1656-1742) que se desdobrou em esforços imensos para convencer Newton, talvez o mundo ficasse sem Audemário Prazeres descobrir a genialidade do pai da Gravitação Universal. José Carlos Diniz Assim podemos estabelecer que a evolução cientifica está Michael Schwartz diretamente ligada a nossa comunicação científica, onde a escrita Pedro Ré ocupa um lugar de destaque. E mais, nossa capacidade de Roberto Silvestre comunicar a Ciência precisa de cada vez mais de pessoas sérias e Viviana Bianchi comprometidas que possam também estar ajudando a que a Colaboradores Ciência chegue a quem é de direito: toda a humanidade. Queremos desta forma mostrar a importância desta Lílian Luccas Divulgação/Publicidade iniciativa de termos uma revista sobre Ciência, uma iniciativa de astrônomos que querem contribuir para cada vez mais pessoas possam sair das sombras do analfabetismo científico que anda reinando pelo mundo afora. Sejam bem vindos a Revista macroCOSMO.com. Hélio Ferrari | Redator - Revista macroCOSMO.com

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revista macroCOSMO.com [email protected]

sumário

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Guia Digital | Meteoros e Meteoritos

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Radioastronomia: A ciência do invisível

16 Campanha Contra a Poluição Luminosa 23 Efemérides 30 Binóculos - O primeiro instrumento de astrônomo 32 Fotografando o Universo | Introdução à Astrofotografia 35 Plataforma Fotográfica Manual Hercolubus não existe! 43 Foguetes Russos 45 Descobrindo uma supernova 47 SAR – Sociedade Astronômica do Recife 51 Quem faz a Revista macroCOSMO.com? 52 Autoria 54 Próxima Edição 55

Capa: VLA – Very Largy Array, formação de radiotelescópios no Novo México/EUA. Cortesia de NRAO/AUI. © É permitida a reprodução total ou parcial desta revista desde que citando sua fonte, para uso pessoal sem fins lucrativos, sempre que solicitando uma prévia autorização à redação da Revista macroCOSMO.com. A Revista macroCOSMO.com não se responsabiliza pelas opiniões vertidas pelos nossos colaboradores. Versão distribuída gratuitamente na versão PDF em http://www.revistamacrocosmo.com

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© APOD

Guia Digital | Meteoros e Meteoritos Rosely Gregio | Redatora - Revista macroCOSMO.com

“Estrela que cai”, “estrela que muda de lugar” e “estrela cadente” são nomes populares usados desde muito tempo para denominar o que, em astronomia, conhecemos como Meteoros. Embora esse termo seja usado em meteorologia para descrever todos os fenômenos atmosféricos como chuva, raios, auroras boreais, granizo, etc., mais recentemente esses acontecimentos foram separados dos estudos que se referem aos meteoróides que entram em nossa atmosfera vindos do espaço exterior quando, em sua órbita, a Terra cruza o caminho desses corpos celestes que na maioria das vezes são ionizados em sua trajetória pela nossa atmosfera. Todavia, quando os meteoros não são totalmente desintegrados, alguns deles conseguem chegar ao solo e então são chamados de Meteoritos. Se você se interessa em melhor conhecer e/ou na observação de meteoros, visite os sites relacionados abaixo. Se seu interesse for ainda maior e desejar encontrar pessoas que também gostem de observar chuveiros de meteoros e caçar bólidos ou bolas de fogo (fireball), que são meteoros extremamente brilhantes que muitas vezes explodem em nossa atmosfera, ou mesmo observar impactos de meteoritos na Lua, existem algumas listas específicas onde esses assuntos são relatados e discutidos entre seus membros e onde você pode participar e aprender muito. Assim... Aproveite as dicas abaixo e feliz caçada! http://home.ism.com.br/~zucoloto/ Site da Astrônoma Maria Elizabeth Zucolotto, atualmente curadora da coleção de meteoritos do Museu Nacional que é a maior do Brasil. Segundo a própria astrônoma, ‘’o Brasil possui apenas 52 meteoritos conhecidos, ou seja, cadastrados, contra cerca de 30.000 em todo o mundo. Entretanto, entre os meteoritos brasileiros, temos alguns dos meteoritos mais famosos e disputados em todo o mundo como: o Angra dos Reis, o Governador Valadares, o Ibitira e o Santa Catarina. A conscientização da população e a sua participação são de fundamental importância para a descoberta de novos meteoritos, pois os meteoritos caem aleatoriamente em toda a Terra, vamos elevar o número de meteoritos brasileiros, participe divulgando’’. ***

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http://www.meteoritos.kit.net Mais um excelente site sobre meteoritos brasileiros para quem se interessa por meteoritos, crateras, tectitos e fulguritos. Conheça também a fantástica história do meteorito Bendegó, o maior do Brasil, e muito mais, no site mantido por Wilton Carvalho, um grande estudioso e colecionador de meteoritos da Bahia. *** http://www.astronotas.cjb.net Observatório do Capricórnio (Campinas/SP) – Mantém vários projetos de observação, entre eles estão os projetos de observação de impactos lunares e os chuveiros de meteoros Delta Aquáridas (Julho/Agosto), Orionidas (Outubro), Leônidas (Novembro) e Geminidas (Dezembro) aos cuidados de José Victor Rodrigues Júnior, Diretor Administrativo dessa instituição brasileira.

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*** http://www.imo.net/ Site em inglês mantido pela Organização Internacional de Meteoros para observação e envio de dados observacionais. Conta com excelente material sobre o assunto e diversas técnicas de como observar meteoros. Tem dados sobre observações recentes e passadas. Também mantém, uma lista completa dos chuveiros e mapas dos radiantes, além de formulário online para reporte.

*** Para observação de meteoritos lunares, existe a lista de observação rob-il - Lista de discussão da Rede de Observadores Brasileiros - Impactos Lunares. Neste grupo são trocadas informações e relatórios de observadores lunares de todo o Brasil e são também esclarecidas as dúvidas dos iniciantes da área. Os reportes enviados ao grupo são direcionados a instituições competentes, como o Observatório do Capricórnio, para serem devidamente analisados e usados para os devidos fins.

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http://br.groups.yahoo.com/group/rob-il/ Assinar: [email protected]

http://comets.amsmeteors.org/ Outro excelente site do expert Gary W. Kronk sobre chuveiros de meteoros e cometas (em inglês), com excelente banco de dados e mapas dos principais radiantes anuais de meteoros. *** Mais informações, em português, sobre chuveiros, meteoros, meteoritos e bólidos também podem ser encontradas em nossa homepage:

*** Lista portuguesa - Lusometeoros - Grupo de discussão português sobre meteoros, meteoritos, nas mais diversas vertentes. Relatos de observações também são aceitos. Para mais informações: http://groups.yahoo.com/group/lusometeoros/ Assinar: [email protected]

http://geocities.yahoo.com.br/rgregio2001/ *** Estamos esperando você na lista de discussão e observação de Bólidos (Fireball), as famosas ‘’bolas de fogo’’ provenientes de meteoróides que entram como meteoros na atmosfera terrestre e que são fontes de possíveis meteoritos. A associação é livre, não necessitando aprovação nem prévios conhecimentos na área. http://br.groups.yahoo.com/group/bolidos/ Assinar: [email protected]

*** MeteorObs – Fórum internacional de observadores e relatos de meteoros. Integrado tanto por profissionais da astronomia como amadores. O idioma usado é o inglês e o site é: http://www.meteorobs.org Para assinar a lista veja: http://groups.yahoo.com/group/meteorobs/ ou http://www.meteorobs.org/subscribe.html

Abraços celestes e até a próxima edição com mais dicas e novos temas. Felizes observações com céus limpos e sem poluição luminosa para todos nós!

Rosely Grégio | Redatora – Revista macroCOSMO.com [email protected] http://rgregio.astrodatabase.net Mococa/SP

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Radioastronomia - A Ciência do Invisível

Viviana Bianchi | Grupo Astronómico Don Torcuato Durante muito tempo, o homem conheceu o Universo somente através de seus olhos, mas nas últimas décadas temos sentido o desejo de observar mais do que os nossos olhos ou o que os telescópios mais potentes podem apreciar. A presença dos corpos celestes é conhecida graças à emissão de luz, porém, a luz constitui somente uma pequena parte de um fenômeno muito mais amplo conhecido como radiação eletromagnética. Um raio de luz não é apenas o que podemos ver com nossos olhos, mas sim um conjunto de numerosas radiações que resultam na impossibilidade de se observar naturalmente sem a ajuda da tecnologia. A somatória de todas essas radiações, conhecemos como espectro eletromagnético. Se somente estudamos a parte visual do espectro, ignoramos uma grande quantidade de informação. A radioastronomia é a confluência da radiocomunicação e a astronomia.

As ondas As radiações eletromagnéticas são um deslocamento de energia, através de um fenômeno que conhecemos como ondas. Falando em termos gerais, uma onda é a transmissão de energia que necessita de um movimento material. O som, as ondas do mar, ondas sísmicas, a luz, os raios X e as ondas de rádio são exemplos de ondas, ainda que muito diferentes. Ainda assim, sem ter em conta a sua natureza, todas as ondas têm as mesmas características gerais. Pode-se dizer que o mundo físico está composto somente de duas entidades básicas: objetos materiais e ondas.

Ondas Eletromagnéticas A luz visível é somente uma pequena parte do espectro eletromagnético. Em ordem decrescente de freqüência, o espectro eletromagnético está composto por: raios gama, raios X, radiação ultravioleta, luz visível, raios infravermelhos, microondas e ondas de radio. Temos uma série de parâmetros característicos: amplitude, freqüência e longitude de onda. Analisando, podemos dizer que: A Amplitude, em efeito de ouvido humano, representa a intensidade acústica com que percebemos o som. A freqüência representa o número de vezes por segundo com que a onda eletromagnética oscila, melhor dizendo, é o tom com que percebemos o som. A unidade de medida da freqüência é o Hertz (hz), em honra ao físico Frederic Hertz. Por último, a longitude da onda (λ) é um parâmetro relacionado à velocidade das ondas eletromagnéticas (c) com a freqüência (f) da seguinte forma: λ = c/f c= 300.000 Km/s

À medida que aumenta-se a freqüência de um sinal eletromagnético, diminui-se a sua longitude da onda. As ondas eletromagnéticas não necessitam de um meio para se propagarem. Todas as radiações do espectro eletromagnético apresentam as propriedades típicas do movimento ondulatório, como a difração e a interferência. Sua velocidade no vácuo eqüivale aproximadamente a 300.000 Km/s.

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Uma descoberta acidental O engenheiro americano Karl G. Jansky, detectou acidentalmente enquanto trabalhava no Bell Laboratories, em 1932, ruídos provenientes da região que cerca o centro de nossa galáxia, a ViaLáctea, durante um experimento para localizar fontes distantes de interferência de radio terrestres. A distribuição desta radioemissão galáctica foi cartografada pelo engenheiro Grote Reber, utilizando uma parabólica de 9,5 metros que construiu em seu quintal em Illinois. Em 1943, Reber também descobriu a largamente conhecida radioemissão do Sol. A radioemissão solar havia sido detectada poucos anos antes, quando fortes estrondos solares produziram interferências nos sistemas de radares britânicos, americanos e alemães desenhados para detectar aviões. Como resultado, os grandes progressos realizados durante a II Guerra Mundial foram as antenas de radio e receptores sensíveis. Os cientistas adaptaram as técnicas de radar do tempo da guerra para construir diversos radiotelescópios na Austrália, Grã-Bretanha, Países Baixos, Estados Unidos e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, e de imediato foi despertado o interesse dos astrônomos profissionais. A radioastronomia nasce na década de 1950. Discretas fontes de radioemissão foram

catalogadas em número crescente e desde a década de cinqüenta foram identificadas muitas radiofontes como distantes galáxias visíveis. Em 1963, a contínua investigação de radiofontes muito pequenas, levou ao descobrimento das radiofontes quase estelares, chamadas de quasares. Tendo suas magnitudes sem precedentes, devido ao seu deslocamento para o vermelho, pareciam encontrar-se a distâncias enormes da Terra. Pouco tempo depois, em 1965, os radioastrônomos americanos, Arno Penzias e Robert W. Wilson anunciaram a descoberta da radiação de fundo de microondas cósmicas de 3 K (-270º C), que possui muitas implicações para as teorias da origem do Universo e sua evolução. Em 1968 se descobriu um novo tipo de radiofonte, os pulsares, identificados rapidamente como uma estrela de neutrons que gira numa grande velocidade. Durante muitos anos, os astrônomos se concentram no estudo de longitudes de ondas relativamente largas, cerca de 1 metro, visto que era fácil construir grandes estruturas de antenas e receptores sensíveis. Ao desenvolver as técnicas para construir estruturas maiores e mais precisas, e aperfeiçoarem os equipamentos de recepção de ondas curtas, as bandas de longitude de onda de até 1 mm receberam especial importância.

Janela para o Universo Os corpos celestes emitem radiações em todas as regiões do espectro eletromagnético, ainda que com uma distinta intensidade. Além do que, nem todas as radiações conseguem chegar à superfície da Terra, pois a nossa atmosfera as absorve. A primeira janela se conhece como "janela óptica" e é utilizada pela astronomia óptica. A outra janela, "janela do rádio" é utilizada pela radioastronomia. Como vemos, as ondas de rádio são iguais a da luz visível, pois podem penetrar nossa atmosfera e chegar a superfície da Terra.

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Tanto o astrônomo óptico como o radioastrônomo, extraem informações da radiação eletromagnética que detectam. Recordemos que tanto a luz, como as ondas de rádio, são radiações eletromagnéticas e são diferentes em sua longitude de onda. Para captar estes dados, os astrônomos devem projetar novos tipos de telescópios que possam captar a radiação distinta de uma longitude de onda. O radiotelescópio trabalha somente com longitudes de ondas de rádio.

Muito mais que nossos olhos podem ver Através do campo da radioastronomia é possível realizar interessantes observações: GÁS E POEIRA INTERESTELAR: Muitos acreditam que o espaço exterior está povoado somente por estrelas, pois à noite somente se vê o negror entre os diminutos pontos brilhantes. Essa obscuridade só confirma os limites de nossa visão. Na realidade o espaço entre as estrelas não está vazio, ele possui uma massa muito diluída de poeira de gás. Esse gás produz emissões de ondas de rádio. Com essa descoberta, a radioastronomia, reafirma o fato de que no espaço não existe o vácuo absoluto, de modo que as radioemissões celestes provêm principalmente do meio interestelar, porém, como veremos mais adiante, existe muito mais. Esse gás une-se formando nuvens milhões de vezes maiores do que a Terra. A poeira interestelar não é muito diferente da poeira doméstica que se acumula em nossos móveis. Essa partículas de poeira que estão mescladas com o gás, impedem que a luz das estrelas distantes cheguem até nós. Aqui está a vantagem da radioastronomia sobre o método óptico. As ondas de rádio produzidas pelo gás, penetram sem dificuldade através dessas grossas nuvens de poeira interestelar. RADIOESTRELAS: Os restos de supernovas são nuvens de fragmentos de uma estrela que explodiu. Os elétrons relativísticos produzidos durante a explosão de uma supernova, são capturados pelo campo magnético que rodeia o lugar da explosão. Quando esses elétrons giram em espiral ao redor das linhas do campo magnético, continuam irradiando durante milhões de anos. Em alguns casos, até mesmo a estrela continua sendo fonte de radioemissão e se denomina radioestrela. Outra classe importante de radioestrela compreende os sistemas de estrelas duplas (binárias) que emitem ondas de rádio quando sua massa é transferida de um elemento para outro. HIDROGÊNIO: Uma das vantagens mais importantes do radiotelescópio, é que ele permite nos mostrar onde estão situadas nuvens de hidrogênio frio. Devido a 90% dos átomos do Universo serem de hidrogênio, esta é uma informação fundamental. Este elemento surgiu muito cedo na vida do Universo e é a partir dele que toda a matéria conhecida é formada. Ele é um combustível para a produção de energia que faz as estrelas brilharem e para a gestação de novas estrelas. Além de emitir unicamente rádio, o estudo do gás hidrogênio tem grandes vantagens. É possível detectar sua emissão em lugares obscurecidos e muito distantes em nossa galáxia, e o que é mais importante, permite medir a velocidade dos gases e até estudar o movimento das galáxias. As grandes nuvens de hidrogênio frio, são completamente invisíveis para os telescópios normais, devido a não produzirem nenhuma luz por si só, e refletem muito pouco para serem detectadas mediante fotografias. Ainda assim o hidrogênio frio emite um radiosinal na longitude da onda especifica de 21 cm, somente detectável mediante radiotelescópios. MATÉRIA ESCURA: Graças às grandes extensões do gás hidrogênio, pode-se observar o movimento do centro de galáxias muito distantes. Acontece que geralmente o gás (situado nas bordas estelares) se move muito mais rápido do que o esperado, segundo o cálculo da quantidade da matéria que se conhece e que pode ser detectado. Não existe massa suficiente para explicar os efeitos gravitacionais sobre o gás. Existe muito mais matéria em uma galáxia do que é detectada. Surgiu aí uma das maiores incógnitas conhecidas e ainda não reveladas: a existência da matéria escura. GALÁXIAS E ESTRELAS DISTANTES: Devido aos sinais de rádio terem longitudes de ondas relativamente largas, podem penetrar grandes nuvens de poeiras, como já falamos anteriormente. As ondas luminosas atravessam e interagem com a poeira do espaço se dispersando e não chegando até os telescópios ópticos situados na superfície terrestre. Já os sinais de radio procedentes de pontos mais distantes da galáxia passam através dessa poeira sem nenhum impedimento.

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Esta capacidade das ondas de radio atravessarem essas nuvens também é aplicada à atmosfera terrestre. Um radiotelescópio normal pode trabalhar 24 horas por dia, tanto com tempo aberto como com um céu nublado. A detecção de fracas radiofontes é de grande interesse. Como sabemos, quando miramos nas regiões do Universo mas distantes de nós, estamos vendo como ele era há muito tempo, obtendo dados muito importantes para definir o Universo em que vivemos. ASTROQUÍMICA: Depois do gás Hidrogênio os astrônomos interessam-se em achar a emissão de moléculas, deste modo surge um inédito ramo da ciência: a astroquímica. Hoje em dia são observadas mais de 80 espécies moleculares, desde a água, ácido fórmico, monóxido de carbono, etc. Até mesmo moléculas completas de 12 átomos. A maioria contem em sua composição: hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e carbono. Sendo em geral, compostos orgânicos essenciais para a vida. NEBULOSAS - FÁBRICA DE ESTRELAS: Grandes nuvens moleculares e verdadeiras fábricas químicas interestelares acompanham estas nebulosas. A matéria contida nestas nuvens são suficientes para formar 100.000 sóis. Estas regiões se encontram envoltas em nuvens de poeira, que como já dizemos, se fazem invisíveis para os telescópios, mas não para um radiotelescópio.

RADIOGALÁXIAS: São em geral distantes, nada exóticas se observadas por um telescópio. Ainda assim, sua aparência no rádio é muito estranha: apresenta intensas emissões (produto de jatos de partículas atômicas desprendida do núcleo galáctico) estendidas muito além de uma galáxia. Uma estrela comum como o Sol, emite por segundo a energia equivalente de 3.800 milhões de bombas atômicas de 20 Megatons. Nossa galáxia é 300.000 milhões de vezes mais potente, posto que esse é o número de estrelas que possui. As radiogaláxias em geral possuem uma potência em rádio, milhares de vezes maior do que a da Via-láctea. Podem imaginar o equivalente a milhares de galáxias concentradas no espaço habitualmente ocupado por uma só? Atualmente acredita-se que existe no coração da galáxia um objeto massivo, colapsado em um pequeno tamanho, com tanta gravidade que nem mesmo a luz pode escapar: um buraco Negro. Porém emite enorme quantidade de energia da matéria que está atraindo para si. A maior parte desta potência não se origina nas galáxias, mas em nuvens de gás ionizados e plasma aquecido, situado a centenas ou mesmo milhões de anos-luz de nossa galáxia. QUASARES: Nos anos 60, a astronomia sofreu uma revolução ao descobrir os objetos mais distantes do Universo e às vezes o que mais energia libera: os quasares ou quase-estrelas. Visto através de telescópios parecem como estrelas fracas, mas observados por radiotelescópios, mostram emissões energéticas tão intensas quanto à de centenas de galáxias juntas. No rádio, alguns quasares se assemelham à radio-galáxias, apresentando jatos de material radiante, muito distante do objeto central. Os quasares possuem um desvio para o vermelho muito grande, e por isso, pensa-se que está a grande distância da Via-láctea.

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PULSARES: As estrelas de nêutrons magnéticas em rotação produzem fases de ondas de rádio que se propagam a medida que a estrela rotaciona. Quando essas fases varrem a Terra, são percebidos como ruídos pulsantes e regulares nos radiotelescópios (como se fossem faróis). Estes objetos se denominam pulsares. O primeiro pulsar conhecido foi descoberto casualmente em 1967 por uma equipe da Universidade de Cambridge. A estudante Jocelyn Bell encontrou esses "raríssimos" pulsos que pareciam repetir a cada 24 horas siderais. O radioastrônomo Anthony Hewish, prémio Nobel de Física confirmou o que Jocelyn encontrou. Havia construído um novo tipo de radiotelescópio para observar os centelhos da emissão de rádio dos quasares. Quando os teóricos repararam que os pulsares poderiam ser estrelas de nêutrons em rotação, abriram um novo caminho na investigação de objetos muito densos (estrelas de nêutrons e buracos negros). Já foram descobertos quase 1.000 pulsares e a lista ainda está crescendo. Seus campos magnéticos estão ao redor de 1.000 milhões de vezes mais intenso do que a da Terra. Os pulsares giram num ritmo aproximado de uma vez por segundo, o mais lento possui um período de 4 segundo, porem o mais rápido gira sobre si, mais de 600 vezes por segundo. Sua densidade é tão grande que se uma ponta de uma caneta tivesse uma densidade semelhante à sua massa, alcançaria mais de 90.000 toneladas. A VIA-LÁCTEA: Nossa galáxia, a Via-láctea, emite ondas de rádio como resultado da radiação do sincrotón de elétrons de raios cósmicos que se movem dentro de seu débil campo magnético. A emissão na linha de 21 cm do Hidrogênio neutro também se observa em toda a Galáxia. As pequenas variações na longitude da onda de 21 cm são produzidas pelo movimento das nuvens de Hidrogênio. Essas variações são um exemplo do fenômeno conhecido como efeito Doppler. As nuvens mais distantes do centro da Galáxia giram ao redor do centro e as observações do efeito Doppler são utilizadas para medir a velocidade e determinar a posição dessas nuvens. Desta forma tem sido possível traçar a forma dos braços espirais da Via-Láctea, que ainda não foi observada na longitude de ondas ópticas.

Radiofontes do Sistema Solar O SOL - RADIOHELIOGRAFIA: O sol é a radiofonte mais brilhante de nosso céu. Sua radioemissão é muito mais intensa do que a emissão térmica da superfície visível, que possui uma temperatura de cerca de 6.000º C. Isto se deve ao fato de que a maior parte da radioemissão observada em longitudes de rádio mais largas provêm da atmosfera exterior, muito mais aquecida, porém opticamente invisível possuindo temperaturas de ordem de 1.000.000º C. Além da emissão térmica, se produzem explosões e tormentas térmicas, sobretudo nos períodos de grande atividade solar, quando a intensidade da radioemissão pode aumentar ao fator de um milhão ou mais em intervalos de tempo de uma hora. A radioheliografia surgiu durante a segunda guerra mundial, quando casualmente os radioperadores captaram sinais de origem desconhecida, que em determinados momentos impediam completamente a recepção dos comunicadores. Fora atribuído à esses momentos de interferências, produção intencional dos alemães para confundir os sistemas de defesa antiaéreo britânico. Depois fora comprovado que provinham de fortes irradiações solares associados a grandes manchas no disco solar.

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A grande importância do estudo da radioemissão solar reside em que os resultados obtidos nessas longitudes de ondas, não se repetem à informação do espectro óptico, mas nos dá novos conhecimentos necessários para conhecer a estrutura física do Sol. É interessante mencionar o observatório radioheliográfico de Nobeyama, Japão, que opera em 27 GHz com 84 antenas parabólicas de 1 metro de diâmetro, fotografando imagens diárias do Sol com resolução de 10 segundos de arco, disponíveis para todo o mundo na internet. JÚPITER: Outra fonte de radioemissão natural térmica do Sistema Solar é o planeta Júpiter. Em longitudes de ondas de cerca de 15 cm, Júpiter emite fortes estalidos de radiação que provêm de regiões relativamente pequenas, próxima da superfície das nuvens que giram com o planeta. A intensidade dos estalidos parece estar condicionada pela posição do satélite Io. São fenômenos esporádicos e sua captação da Terra tem muito que ver com o equipamento utilizado e a habilidade do investigador. Alem disso, Júpiter está rodeado por extensos cinturões de radiação, que irradiam na banda de microondas em longitudes de ondas menores de 1 metro. METEOROS: Seu estudo, utilizando técnicas de rádio fornecem resultados muito abundantes do que os estudos ópticos. Por este meio pode-se tomar conhecimento de muitos dados, como sua velocidade, massa, seu radiante e uma idéia bastante aproximada de sua órbita. Dados muito importantes no estudo do Sistema Solar, por serem meteoros residuais da época de sua formação.

Cosmologia Como as radiogaláxias e os quasares são radiofontes com tanta potência, podem ser detectados a grandes distâncias. Devido ao tempo que demoram para que os sinais cheguem a Terra, os radioastrônomos podem observar o Universo como ele era há mais de um bilhão de anos, ou ainda na época de sua origem (a chamada Grande Explosão). Infelizmente, não é possível determinar a distância de uma radiofonte utilizando somente as radioemissões, de modo que é impossível distinguir entre uma potente fonte distante e uma próxima, porém, relativamente fraca. Somente pode-se determinar a distância se a fonte é opticamente identificada como uma galáxia ou um quasar que tem um desvio para o vermelho mensurável. Apesar disso, os estudos da distribuição da grande quantidade de radiofontes tem nos mostrado que quando o Universo só teria poucas centenas de milhões de anos, a quantidade de radiofontes intensas era muito maior e suas dimensões muito pequenas.

O radiotelescópio Consiste normalmente em quatro partes: - Antena ou disco refletor (pois existe radiotelescópios com vários tipos de antena, não necessariamente parabólicos) - Receptor (radiômetro ou radiotelescópio) - Amplificador - Registrador Estes componentes trabalhando conjuntamente, fazem possível aos astrônomos detectarem a radiação de objetos celestes. As longitudes de onda são relativamente largas, desde 1 mm até maiores que um 1 km e os radiotelescópios devem ser muito grandes para enfocar os sinais que entram e produzem uma radioimagem nítida. O radiotelescópio é parecido com um aparelho de rádio comum. Uma estação emissora está enviando informações por meio de ondas de rádio. O aparelho de rádio capta essas ondas mediante sua antena e o receptor reproduz a informação (música, etc.) em forma audível. O prato refletor, igual ao espelho de um telescópio refletor, recolhe e foca a radiação. Devido às ondas de radio serem muito mais largas do que a luz, o prato não necessita ser tão polido como um espelho. Uma tela metálica funciona bem como refletor de várias longitudes de onda (em alguns radiotelescópios o refletor não precisa ter, necessariamente, a forma de um prato). Apesar de que o prato possa ter centenas de metros de diâmetro, a antena pode ser tão pequena como uma mão. Igual a uma antena de televisão, sua única função é absorver a energia que transporta as ondas e direcioná-la mediante um cabo para um amplificador. As partes críticas do receptor está mantida em temperatura baixas, próximas ao zero absoluto para obter o maior rendimento possível.

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Logo após a amplificação, o sinal chega a um instrumento de registro (papel, fita magnética, ordenador). Como os astrônomos não podem ver as ondas de rádio, as converte em algo perceptível. Uma forma é medir a intensidade do sinal em distintos lugares do céu e desenhar um mapa sobre o qual é marcado os contornos das áreas que possuem uma mesma intensidade de rádio. Com nossos olhos, uma fotografia ou com telescópios, podemos ver, simultaneamente, em detalhe, vários objetos presentes em um amplo espaço. Porém, com um radiotelescópio, se recolhe uma única informação de um determinado lugar. Então, para conhecer como é uma certa zona, é observado várias vezes, o necessário para desenhar o campo de interesse. A informação é processada em computadores, e através dela é que são elaborados os mapas de uma certa região. Para construir esses radiomapas celestes, unem-se os lugares de igual intensidade de emissão dos átomos moleculares dentro de uma nuvem gasosa, e se constroem assim as chamadas curvas de níveis, semelhantes ao de um mapa terrestre. Um modo mais apropriado para nossos olhos, é converter diferentes intensidades em uma graduação de cores e tons de cinza, com uma certa correspondência com a intensidade real observada. As limitações do radiotelescópio são: sua pobre resolução, a baixa intensidade e as interferências. As duas primeiras só podem ser melhoradas construindo-se pratos refletores de tamanho maior. Atualmente o maior radiotelescópio do mundo possui 300 metros de diâmetro. Devido a suas dimensões, ele não pode ser apoiado em forma usual. Construído no Vale de Arecibo, Porto Rico, o prato é uma delgada superfície metálica apoiada sobre cabos que atravessam o vale. A antena está pendurada por cabos desde torres construídas em três montanhas que rodeiam o vale. Preferiu-se sacrificar a capacidade de movimento para poder obter um tamanho maior. Possui uma resolução de 1 minuto de arco aproximadamente, equivalente ao do olho humano em longitudes de onda óptica. Quanto às interferências, o radiotelescópio é um receptor de rádio extremamente sensível que pode captar sinais de rádio milhares de vezes mais débeis que a as transmissões de rádio e televisão normal. A presença de emissoras, telefonia celular, radares e satélites artificiais afetam o desempenho do radiotelescópio. Uma forma de solucionar este problema é instalar os radiotelescópios tão distantes quanto for possível da civilização.

Radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico

A Radiointerferiometria As vantagens que apresenta um radiotelescópio são impressionantes. Nós podemos revelar partes do Universo que não podemos ver de nenhuma outra forma. Porém, devido a seu pobre poder separador, não é possível captar muitos detalhes dos objetos que estudamos. Tampouco podemos localizar com grande precisão a posição de uma radiofonte.

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Um sistema interferômetro é definido como sendo um radiotelescópio que consiste em duas ou mais antenas distintas que trabalham em conjunto, de modo a produzir o mesmo efeito de uma única antena e possuindo propriedades determinadas. Essas antenas podem ficar próximas uma das outras, ou até superpostas mas é mais comum elas estarem a certa distância uma da outra. Essas antenas não são necessariamente idênticas ou similares; freqüentemente o interferômetro alcança resultados satisfatórios através da combinação de propriedades de antenas bem diferentes. Os radioastrônomos conectam radiotelescópios da Europa, USA, Canadá e Austrália, formando um radiointerferômetro tão grande como nosso planeta. Devido a impossibilidade de conectar por cabos, registram-se os sinais em fitas magnéticas conjuntamente com sinais horários procedentes de relógios atômicos. Posteriormente são reproduzidas sincronizadas de acordo com os sinais horários. Este sinal combinado equivaleria a um radiotelescópio de 13.000 km de diâmetro, oferecendo uma resolução extraordinária. Esse sistema de conectar radiotelescópios separados por largas distancias se chama: "Interferometria de Base Muito Larga" (VLBI). O National Astronomy Observatory construiu no distrito do Novo México, o VLA "Vey Large Array", um radiointerferômetro que constitui em 27 pratos parabólicos, cada uma com 25 metros de diâmetro, que se movem sobre trilhos ao longo de três braços, distribuídos na forma de Y de tal forma que cada um dos braços possui 20 km de longitude. Os sinais destes, combinados mediante um computador, simula um radiotelescópio de 40 km de diâmetro.

VLA – Formação de 27 antenas no Novo México/EUA

Cada antena contem seu próprio receptor, e os sinais de cada um são enviados a um edifício onde são combinados para formar uma imagem. Existem duas categorias gerais de radiotelescópios. Há em primeiro lugar um tipo familiar e fotogênico que todos gostam de associar com os programas espaciais, ficção e radioastronomia, que tem a famosa parabólica gigante. Para este, é chamado de LSD, que vem da expressão inglesa “Large Single Dish”. Em segundo lugar, existe o radiotelescópio formado por duas ou mais antenas (ou partes), não necessariamente continuas e possivelmente separadas por grandes distâncias que contenham propriedades não atribuídas aos modelos LSD. Estes modelos são chamados de maneira genérica de INTERFERÔMETROS. Para obtermos o chamado “poder de resolução” de um radiotelescópio, temos que levar em conta o diâmetro da sua antena (quando parabólica), ou em sua quantidade. Em cima dessa afirmação, as vantagens de um sistema interferométrico em relação a um radiotelescópio LSD comum, são bem consideradas. Por exemplo: a) A pena do registrador se move de maneira mais rápida e continuamente no interferômetro que em um LSD comum. b) As antenas de um sistema interferométrico podem ser de baixo custo, e podem ser feitas de inúmeras formas, podendo ser montadas em postes ou tripés simples,. Quando feitas por amadores podem ser facilmente ajustadas manualmente, (quando não, por meio motorizado), para ajustarmos a declinação de ângulo horário.

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c) Um radiotelescópio LSD comum, necessita de um local isolado para a sua instalação (mediante as interferências). Já em um sistema interferométrico, podem ser portáteis, totalmente transportáveis dependendo do modelo de antena confeccionada. E quando é feito por amadores, cabe até em um carro e alimentados pela própria bateria do veiculo. Com isto, o radiômetro pode ser levado para um local tranqüilo e fazer as suas medições. d) O sistema interferométrico, existe de duas maneiras: INTERFERÔMETRO SOMADOR e o INTERFERÔMETRO COMUTADOR DE FASE ou conhecido como INTERFERÔMETRO DE CORREÇÃO, que é o sistema mais utilizado nas pesquisas em Radioastronomia, por oferecer uma melhor definição das radiofontes em relação às interferências artificiais. No sistema LSD comum, tem a necessidade da utilização de filtros eletrônicos, que às vezes inibem os sinais mais fracos das radiofontes estudadas, quando comparados aos modelos de filtros encontrados nos sistema Interferométricos.

IAR - Instituto Argentino de Radioastronomia Instalado no Parque Pereira Iraola, foi inaugurado oficialmente no dia 26 de março de 1966. Possui duas antenas de 30 metros de diâmetro armadas sobre uma estrutura de alumínio e apoiadas em suportes de aço. O tipo de montagem é equatorial, se movendo em direção norte-sul, abrangendo quase todo o céu sul; e na direção leste-oeste de modo que, com os motores sincronizados que compensam o movimento de rotação da Terra, podem seguir uma radiofonte no céu durante quatro horas. Está sintonizado na freqüência de 1.420 milhões de Hertz (uma longitude de onda de 21 cm, para a busca de emissões de hidrogênio interestelar). Estar situado no hemisfério sul, é um privilégio para os astrônomos. A maior parte do nosso céu é invisível para o hemisfério norte, com regiões muito interessantes que somente se vê daqui. Por exemplo, a região interna de nossa galáxia, incluindo seu centro, as duas galáxias mais próximas da nossa: a pequena e a grande Nuvem de Magalhães, e a radiogaláxia mais próxima: Centauro A. A radioastronomia é uma ciência cara, pois necessita de especializados componentes eletrônicos, muitas vezes desenhados para o propósito. Dado o grande interesse internacional em observar nosso céu austral, e nosso interesse em obter caros equipamentos de tecnologia avançada, muitos dos projetos se desenvolvem através da cooperação internacional.

Projeto SETI Chamado de "Busca de Inteligência Extraterrestre" o SETI (do inglês Search for Extra Terrestrial Intelligence), supõe que podemos estabelecer contato por rádio mediante sondas espaciais. Mas, o que os astrônomos buscam realmente, são indícios de tecnologia extraterrestre. Agora a única perspectiva real de se encontrar inteligências extraterrestres se baseia especialmente numa área específica: o rádio. À medida que a Terra gira, o radiotelescópio de Arecibo varre uma banda do céu entre o equador e uma latitude celeste de 35 graus. Felizmente, esta zona contém muitas estrelas que já se sabem estar acompanhadas de planetas. A equipe SETI está acoplada ao radiotelescópio e aproveita todo instante livre para estudar qualquer lugar para que aponte o aparato, cuja orientação decidem os astrônomos no curso de seus trabalhos habituais.

SETI@home - O Projeto SETI na Internet

Além de necessitar de um radiotelescópio com o qual detectará sinais débeis do espaço, outro grande problema do SETI é dispor de tempo suficiente para o calculo em computadores. Um modo de solucionar o problema foi o projeto SETI@home, que congrega mais de um milhão de computadores domésticos através da internet para processar os dados obtidos do radiotelescópio de Arecibo. A equipe do SETI@home oferece aos entusiastas um protetor de tela que pode ser instalado sem custo algum em qualquer PC. Este protetor vai acompanhado com um pequeno programa que descarrega uma minúscula

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fração de dados de Arecibo, de maneira que quando o computador não está em uso, o programa empreende a análise dos dados: http://www.setiathome.ssl.berkeley.edu/

Projeto ALMA O Grande telescópio de Atacama, chamado ALMA é um dos maiores projetos astronômicos dos próximos anos. Estará localizado em Chajnantor, próximo de São Pedro de Atacama, Chile, a uma altura de 5.000 metros sobre o nível do mar. Chajnantor é um lugar excepcional, possivelmente o único do mundo, para a instalação de um radiotelescópio, devido as características atmosféricas que apresenta o sítio e pelo seu fácil acesso. O ALMA será formado por 64 antenas capazes de observar ondas sub-milimétricas de 12 metros de diâmetro, estendidas em uma área de 10 Km por 10 Km. Seus receptores cobrirão longitudes de onda tão pequenas como 0.3 mm, permitindo obter imagens com precisão na escala de sub-segundos de arco. A riqueza do céu em longitudes de ondas milimétricas de emissões térmicas, desde gases frios e corpos sólidos, até mesmo materiais que brilham nas longitudes de ondas infravermelhas. Atualmente, essas emissões cósmicas naturais podem ser estudadas somente no espaço com a resolução e sensibilidade limitadas que podem oferecer esses pequenos telescópios orbitais. O ALMA é a união de três projetos de radiotelescópios: O Grande Radiotelescópio Austral da Europa (LSA), o Conjunto Milimétrico Americano (MMA) e o Grande Ajuste Milimétrico do Japão (LMSA). É o primeiro projeto realmente global de astronomia. A construção do ALMA está marcada para o período de 2002-2008. Notas Bibliográficas: * Dr. Carlos Varsavsky, Astronomía elemental. "Una introducción al Universo" * Michael Seeds, "Fundamentos de astronomía". * John Gribbin, "Nuestro Universo, La última frontera". * Burnham, Dyer, Garfinkle, George, Kanipe y Levy,"Observar el cielo II". * Observatorio Nacional de Física Cósmica, "Introducción a la radioheliografía". * Augusto Osorio, AAAA, "Radioastronomía". * Ing. Jesús López, AAAA, "Técnicas de Radioastronomía". * Revista del IAR. * Dr. Marcelo Arnal, Apuntes Páginas sobre o assunto: www.angelfire.com/id/torres www.iafe.uba.ar/astronomia/mirabel/mirabel.html http://www.naic.edu/ http://www.tat.physik.uni-tuebingen.de/ http://www.aoc.nra.edu.intro/ http://www.iar.unlp.edu.ar/ www.terra.es/personal4/radioastronomia/index.html http://www.radiojove.gsfc.nasa.gov/ www.radiosky.com/rspplsr.html www.jb.man.ac.uk/~pulsar Agradecimentos: Ing. Ester Letrica - Foro-Liga Iberoamericana de Astronomía Dr. Diego Torres - IAR - Lawrence Livermore National Laboratory Claudio Martínez - Observatorio Bs.As. Lic. Hipólito Falcoz - Observatorio Nacional de Física Cósmica de San Miguel Grupo Galileo - Observatorio Nacional de Física Cósmica de San Miguel Lorena Rubén - Sunchales Sta. Fe Alberto Lavignase - Uruguay Ing.Ricardo Sánchez – AAAA

Viviana Bianchi | Grupo Astronómico Don Torcuato [email protected] http://www.gadt.com.ar/ Argentina A Revista macroCOSMO.com agradece a Viviana Bianchi pela permissão de tradução do seu artigo para a íngua portuguesa. Traduzido e adaptado do Espanhol por Hemerson Brandão.

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Campanha Contra a Poluição Luminosa

Roberto Silvestre | Colaborador – Revista macroCOSMO.com Você já notou como o céu das áreas urbanas é muito menos estrelado do que o céu das áreas rurais? Já percebeu aquelas bolhas luminosas que cobrem as cidades, quando delas você se aproxima em viagem noturna? Você já perdeu totalmente a visibilidade da estrada, dirigindo à noite, quando o motorista que vinha em sentido contrário acendeu o farol alto? Já teve dificuldade para dormir porque uma grande quantidade de luz da rua ou do vizinho entrava pela janela do seu quarto? É claro que sim. Todos nós já passamos, vez ou outra, por algumas dessas situações. Esses fatos são causados pela utilização incorreta da iluminação artificial noturna, que gera a menos conhecida de todas as formas de agressão ao meio ambiente: a poluição luminosa. A poluição luminosa pode ser definida como sendo qualquer efeito adverso causado ao meio ambiente pela luz artificial excessiva ou mal direcionada. Um desses efeitos, que prejudica ou mesmo impossibilita totalmente o trabalho dos astrônomos, é o fulgor do céu noturno, percebido principalmente sobre as cidades, mas não se limitando a essas áreas, já que a interferência que algumas aglomerações urbanas causam pode ser notada a centenas de quilômetros de distância. E não há quem não tenha percebido a diferença entre o aspecto do céu noturno urbano e o daquele que se pode ver a partir de regiões afastadas, ainda primitivas, sem iluminação artificial. Mas antes que você comece a imaginar que os astrônomos querem apagar todas as lâmpadas das cidades, deixando tudo e todos na mais completa escuridão durante a noite, para que eles possam ver as estrelas, é bom saber que a principal causa da poluição luminosa é o desperdício de luz. Portanto, reduzir os seus efeitos negativos significa economizar luz, energia elétrica e muitos bilhões de dólares por ano em todo o mundo. Assim, não precisamos apagar a cidade, mas cuidar para que a iluminemos

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corretamente, enviando luz apenas para as áreas que queremos enxergar. Fazendo um levantamento da iluminação artificial noturna em nossas cidades, podemos perceber facilmente o enorme desperdício de luz causado por luminárias que lançam grande parte de sua luz para cima, paralelamente ao solo ou para além da área útil. São os postes da iluminação das ruas, os das praças, em forma de globo esférico, os refletores das quadras de esportes, estacionamentos, canteiros de obras, clubes, aeroportos, etc. Se cada dispositivo de iluminação fosse criado com o cuidado de aproveitar toda a luz gerada, dirigindo-a para baixo, os níveis de poluição luminosa cairiam mais de 80 por cento. Pense no incômodo imposto à população com o horário de verão e com as sugestões para que se evite o consumo exagerado de energia elétrica, principalmente no horário do pico de demanda.

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Ouvimos dizer que não devemos tomar banho quente nem abrir a porta da geladeira por muito tempo, mas, quando vamos lá fora e olhamos para as luzes da cidade, vemos todo o nosso sacrifício indo em direção ao espaço sideral, sem maiores explicações. E talvez a maioria das pessoas não perceba isso, mas jogar luz para cima não aumenta a segurança de ninguém nem melhora a visibilidades das nossas ruas. É apenas a mesma coisa que queimar dinheiro, que em muitos casos é público.

Cidade de Uberlândia

Poupar energia é importante para o País, mas, se o povo vai contribuir com a sua cota de sacrifício, ele também espera ver mais competência técnica nos projetos das luminárias externas utilizadas à noite. Não é mais possível fingir que o problema não existe nem querer desviar a atenção do povo com frases que o induzam a acreditar que os astrônomos querem ruas escuras. O que estamos propondo é apenas a utilização racional das energias elétrica e luminosa, principalmente porque sabemos que nos lugares onde o problema da poluição luminosa foi tratado com a atenção que merece, as vias públicas ficaram mais visíveis, o ofuscamento foi drasticamente reduzido e uma grande economia foi obtida. No Brasil, mesmo naqueles locais onde algumas leis foram aprovadas para evitar o fechamento de observatórios astronômicos, o descaso e o desrespeito ao meio ambiente imperam sem controle. Há casos de áreas particulares cujos proprietários parecem fazer questão de inviabilizar o trabalho dos cientistas, mesmo sabendo que uma iluminação correta em nada prejudicaria a visibilidade e a segurança de suas propriedades. E

é a impunidade que gera esse tipo de distorção. Os proprietários dessas áreas se sentem com o direito de fazer o que querem, enquanto, por outro lado, nenhuma autoridade deve querer perder tempo com isso, já que há problemas mais importantes esperando por atendimento. Aos astrônomos só resta tentar conscientizar a população, solicitando seu apoio. Você pode ajudar, se não poluir o céu com luz desperdiçada em sua própria residência, se protestar quando sentir o incômodo causado pela poluição luminosa, seja por ofuscamento, invasão de luz para dentro de sua propriedade, ou simplesmente porque não consegue ver o céu, cuja beleza é um direito de todos. Você pode orientar alguém sobre o modo correto de iluminar, evitando, por exemplo, que uma quadra de esportes de um vizinho jogue fora a metade da luz gerada. Você também pode tentar evitar que os responsáveis pela iluminação pública usem o nosso dinheiro suado para lançar luz diretamente para cima e depois ainda venham falar em economia ou racionamento de energia, o que significa que é o povo, como sempre, quem vai pagar o pato.

Má iluminação em quadra de esportes

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Por enquanto nossa campanha nada conseguiu em termos práticos, mas estamos fazendo muito barulho, mostrando os erros que não podem continuar. Esperamos que, com o passar do tempo, muitas pessoas venham a ficar conscientes sobre mais esse problema urbano, até que a opinião pública exija providências das autoridades responsáveis no sentido de resolvê-lo e de assegurar o respeito ao céu noturno através de leis ambientais mais abrangentes. O estado atual da iluminação pública é lamentável, principalmente depois que as lâmpadas de mercúrio começaram a ser substituídas pelas de sódio, amarelas, em luminárias dispersivas, aumentando muito o desperdício de luz. Mas ainda temos esperança de que alguma coisa mude para melhor. Se isto acontecer, estaremos também aqui, elogiando. Há milhões de pessoas no mundo que começam a compreender que não se pode destruir o Planeta em nome do lucro, como estamos fazendo hoje, sob o risco de nada deixarmos para as futuras gerações. Muitos estão acordando para os novos tempos que se aproximam e, por isso, começam a exigir mais respeito à Natureza. Estes percebem que pessoas inescrupulosas estão transformando a Terra em um verdadeiro inferno, por motivos puramente egoístas. Se você nada fizer, estará concordando com os destruidores. Portanto, reaja! Junte-se a nós nesta campanha por cidades melhores, bem planejadas, nas quais seja garantido o espaço existencial de cada um.

Iluminação intrusa Iluminar uma área corretamente é tarefa que deveria ser deixada para os técnicos especializados. O que se vê, na imensa maioria dos locais que recebem iluminação artificial noturna, hoje em dia, é uma demonstração de total desconhecimento dos princípios mais elementares da física, da matemática, da astronomia, da economia, da biologia e da ecologia. Essa falta de atenção vem criando um problema urbano do qual poucos têm conhecimento: a iluminação intrusa, que é uma das formas de poluição luminosa. A luz é considerada intrusa quando ultrapassa os limites da área a ser iluminada. Ela penetra através das janelas de nossas casas, atinge nossos olhos e nos ofusca em nossa propriedade, violando nossos direitos constitucionais. Ela nos causa incômodos como a insônia, nos tira a visão das estrelas e provoca acidentes fatais nas rodovias. Ela só continua existindo porque ficamos em silêncio, supondo que nada pode ser feito para evitá-la. Essa luz inútil e prejudicial é gerada por luminárias dispersivas de todos os tipos, utilizadas

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na iluminação pública, nas quadras de esportes, nos jardins de vizinhos, nas fachadas de prédios, na iluminação de cartazes, etc. Algumas vezes causado pela instalação incorreta de boas luminárias, esse fluxo de luz mal direcionado representa a perda de uma enorme quantidade de energia, além de causar problemas ambientais. É preciso mostrar a todos que as soluções para esse transtorno não significam uma redução do nível da iluminação útil. Elas consistem apenas no corte daquela luz que não está sendo utilizada, por partir na direção errada. Em muitos casos, o redirecionamento correto do fluxo faz aumentar a iluminação da área a tal ponto que as lâmpadas originais podem ser substituídas por lâmpadas mais fracas, produzindo o mesmo efeito de um modo mais econômico. Explicar a um vizinho que ele não tem o direito de iluminar a minha casa não é tarefa fácil. Em geral, a primeira coisa que ele vai pensar é que estou querendo que ele fique no escuro. Ele pode sentir também que estou limitando sua liberdade de fazer o que ele quiser em sua propriedade. Entretanto, o fluxo de luz que vem da casa dele para a minha é uma invasão que pode ser um grande incômodo. Como esse fluxo não tem nenhuma utilidade para o meu vizinho, ele tem o dever de eliminá-lo. Trata-se aqui de economia, competência técnica e respeito ao meio ambiente e aos direitos dos outros, trazendo como benefício direto uma iluminação não agressiva e melhor também para o seu proprietário. A iluminação pública de baixa qualidade é mais difícil de ser eliminada. Os postes das ruas costumam ter luminárias muito dispersivas, que enviam luz diretamente para dentro de nossas propriedades. Nesse caso, fica muito difícil reclamar, já que os políticos são, em geral, muito distantes do povo. Os técnicos responsáveis pela fabricação e pela instalação das luminárias também não se mostram interessados em colaborar porque sua preocupação é ter garantida a venda do produto. Enquanto as prefeituras das cidades comprarem suas luminárias poluentes, eles vão continuar fabricando. A única saída está numa exigência de qualidade para as luminárias cujos fabricantes queiram participar dos processos de licitação abertos pelas prefeituras. Por isso a educação do povo é tão importante. Nenhum político vai querer fazer uma obra de iluminação de péssima qualidade, que desagrade à maioria. Tais obras são feitas hoje, mas poucas pessoas percebem os erros cometidos. Assim, os políticos continuam a aprovar a iluminação dispersiva, principalmente porque ela permite que o eleitor leigo a observe à distância. Quando o povo compreender que a luz diretamente avistada de longe é uma luz desperdiçada, a situação vai mudar.

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Veja um exemplo do desrespeito: Na fotografia astronômica é comum utilizarmos um tempo de exposição mais prolongado, para podermos captar a luz tênue das estrelas que não conseguimos observar a olho nu. Veja o que aconteceu com o céu noturno, e com a paisagem em geral, nesta foto com três minutos de exposição. Parece dia, mas não é. O céu ficou claro porque o filme captou e acumulou a luz que dele vinha, refletida pelo ar numa noite quase sem nuvens:

Solução do Problema

A figura acima, não exatamente em escala, serve para explicar e essência da nossa proposta por uma iluminação menos agressiva e menos dispendiosa. Foi feito um corte plano no espaço por onde a luz se espalha ao redor de um poste que utiliza um tipo de luminária que vem causando um grande problema para a Astronomia.

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A área 1 corresponde à luz necessária, útil para todos. Os astrônomos não são contra ela. Por isso, quem afirma que queremos as ruas escuras não entendeu a nossa proposta ou pretende fazer com que a população nos veja como loucos, inimigos do progresso, a favor do crime e da violência urbana ou coisas piores. É provável que a maioria das pessoas acredite nessa mentira. A área 2 corresponde à região que não recebe praticamente nenhuma luz direta. Ela é estreita porque o globo de vidro se projeta para fora da parte metálica da luminária, ficando visível até mesmo de muito acima desta. Somente daquela região escura não se pode observar diretamente o globo difusor de luz. A luz emitida para dentro da área 3 atinge o solo a uma grande distância, onde pouco efeito útil tem. Transversalmente à via pública, como na figura, ela pode invadir residências sem o consentimento dos moradores, causando diversos tipos de incômodos. No sentido longitudinal, ofusca os motoristas, produz cansaço visual e dificuldade para enxergar o próprio caminho por onde eles dirigem seus veículos. Ela causa problemas também para os pedestres. A área 4 é de uma iluminação totalmente estúpida, porque vai para cima, causando um desperdício de energia e de dinheiro sem nenhum sentido. Ela é responsável pela perda da visibilidade dos objetos cósmicos que são importantes para as pesquisas astronômicas. Se essa luz inútil é gerada pelas luminárias que são consideradas como padrão brasileiro de qualidade, então estas são uma vergonha para o País. Se as normas técnicas exigem ou permitem a emissão de luz para cima, deveriam ser modificadas com urgência, já que não respeitam o meio ambiente nem os direitos constitucionais dos cidadãos. Nossa proposta técnica está no direcionamento, para dentro da área 1, de toda a luz que hoje é enviada para dentro das áreas 3 e 4 pelas luminárias dispersivas. Assim, o que esperamos é que haja uma maior concentração de luz na área 1, uma emissão mínima ou nula para dentro da área 3 e absolutamente nenhuma para dentro da área 4, pelo uso de luminárias projetadas com mais cuidado. Com isso, todos continuariam a ter os benefícios da iluminação e os astrônomos profissionais e amadores não seriam prejudicados em sua profissão e seu lazer. O povo teria preservado o seu direito de apreciar a beleza do céu noturno. Com o aumento do fluxo de luz na área 1, a potência das lâmpadas poderia ser proporcionalmente reduzida, gerando economia de energia e um efeito visual melhor, pela diminuição do ofuscamento. Isto já está sendo feito em outros países e não vemos razão para que não seja feito aqui também. Seria muito bom que o respeito ao meio ambiente saísse das propagandas da TV para uma ação verdadeira, responsável, que viesse ao encontro do direito dos astrônomos à preservação de seu material de trabalho, laboratório infinito, que é parte integrante maior da Natureza.

Bons exemplos de iluminação

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ANTES

DEPOIS

Resumo Como todos sabem, estamos com um grave problema energético e precisamos eliminar gastos inúteis. 1. Existe um desperdício na iluminação das cidades que é ignorado pela maioria das pessoas e que não está sendo levado em consideração entre as possíveis medidas para economizarmos energia. 2. Esse desperdício ocorre por um descuido nos projetos das luminárias. Estas lançam para cima e para áreas distantes uma quantidade de luz estimada em cerca de 30%. 3. Essa fração de luz, além de ser jogada fora, causa diversos problemas ambientais, como o incômodo ofuscamento, que faz diminuir a nossa capacidade de enxergar e ameaça a nossa segurança. 4. A utilização de luminárias não dispersivas faria direcionar para baixo toda a luz que hoje é desperdiçada, melhorando a visibilidade das áreas que precisamos iluminar. 5. Com o aumento do fluxo de luz sobre o solo e o fim do ofuscamento, lâmpadas mais eficientes e de menor potência poderiam ser usadas no lugar das antigas, para economizar energia elétrica e evitar medidas radicais como a do desligamento de lâmpadas. Observação: Nada do que está escrito aqui tem a intenção de prejudicar nem de ofender qualquer pessoa ou instituição. É apenas uma tentativa honesta de mudar para melhor o que entendo estar errado. Quem não concordar comigo deve impor a sua própria opinião, para que todos possam ler.

Campanha em Uberlândia

Roberto Silvestre | Colaborador – Revista macroCOSMO.com [email protected] Uberlândia/MG http://www.astronomia.triang.net/

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EFEMERIDES | DEZEMBRO 2003 Rosely Grégio | Redatora - Revista macroCOSMO.com Dezembro, enquanto temos tempos secos para as regiões norte/nordeste do Brasil, o que faz um céu muito bom para aqueles observadores; em outras regiões temos o tempo das chuvas, o que dificulta em muito a observação dos astros celestes. Todavia, é sempre bom poder aproveita qualquer abertura de céu para observar o que os céus de Dezembro nos proporcionam. Fases da Lua Lua Cheia: Dia 8 Lua Minguante: Dia 16 Lua Nova: Dia 23 Lua Crescente: Dia 30 Mudança de Estação: Início do Verão em 22 de Dezembro Cometas Visíveis em Dezembro

Salvo saltos em brilho e novos cometas descobertos, as estimativas de magnitude para os cometas esse mês são: Para o Hemisfério Sul Ao Anoitecer C/2002 T7 (LINEAR) C/2001 Q4 (NEAT) C/2003 T3 (Tabur) C/2001 HT50 (LINEAR- NEAT) Para o Hemisfério Norte Ao Anoitecer 2P/Encke C/2002 T7 (LINEAR) C/2003 T3 (Tabur) C/2001 HT50 (LINEAR- NEAT)

Mag Pela Noite 8 C/2002 T7 (LINEAR) 9 C/2001 Q4 (NEAT) 10 C/2003 T3 (Tabur) 11 C/2001 HT50 (LINEAR- NEAT)

Mag 8 9 10 11

Mag Pela Noite Mag 6 C/2002 T7 (LINEAR) 8 8 10 11

Fonte de dados, cartas de busca e mais informações em: http://reabrasil.astrodatabase.net/ e http://aerith.net/index.html

Chuveiros de Meteoros em Dezembro Radiantes Geminids (GEM) Delta Arietids Canis Minorids Coma Berenicids (COM) Sigma Hydrids (HYD) Monocerotids (MON) Northern Chi Orionids (XOR) Southern Chi Orionids (XOR) Phoenicids (PHO) Alpha Puppids (PUP) Ursids (URS)

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Período Dez. 6-19 Dez. 8-Jan. 2 Dez. 4-15 Dez. 8-Jan. 23 December Dez. 4-15 Nov. 9-Dez. 18 Nov. 16-Dez. 16 Dez. 2-18 Nov. 29-Dez. 9 Nov. 17-Dez. 9 Dez. 17-25

Máximo Dez. 13 . Dez. 8/9 11 Dez. 10/11 Dez. 18-Jan. 6 Dez. 11/12 Dez. 11/12 Dez. 10/11 Dez. 10/11 Dez. 5/6 Dez. 2-5 Dez. 22 -

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Agenda Diária Segunda-feira, 1 de Dezembro Conjunção de Marte com a Lua as 12:48 hora local (GMT –3) A Lua passa a 2.15 graus ao sul de Marte as 21:26 hora local. O Asteróide 2003 UC20 passa a 0.082 UA da Terra. Terça-feira, 2 de Dezembro Chuveiro de Meteoros Alpha Puppids (PUP)com máximo estendido de 2 a 5 de dezembro. O radiante parece ser bastante difuso tendo sido observado por equipamento de radar. Ao que parece este chuveiro apresenta uma média horária de mais ou menos 10 meteoros, e são descritos com rápidos, mag média de 3.29 e cores tendendo para azul-branco ou brancos. Quarta-feira, 3 de Dezembro Hoje se comemora 30 anos (1973) em que a sonda Pioneer 10 sobrevoou o planeta Júpiter. Ocultação da estrela TYC 4820-02831-1, (mag 12.5 ) pelo Asteróide 225 Henrietta (mag 15.1). Duração de 9.0 segundos as 6h27m TU, visível para o Brasil, Bolívia e Peru. Chuveiro de Meteoros Cygnids AS 10H TU em AR=13.9h, Decl =-11.9 graus (Vir). Quinta Feira, 4 de Dezembro Há 25 anos (1978) a Sonda Pioneer Venus 1 era inserida na órbita do planeta Vênus. O cometa P/2003 U2 (LINEAR) em Periélio a 1.710 UA do Sol. O Asteróide 799 Gudula oculta a estrela HIP 51251 (mag 8.3) O Asteróide 2003 UB5 passa a 0.097 UA da Terra. Sexta-feira, 5 de Dezembro Mercúrio e Vênus separados a 7.2 graus (menos que um punho = 10 graus) as 9h49m TU. Chuveiro de Meteoros Phoenicids (PHO). Esse radiante acontece na constelação Fênix. Estimativas de ZHR parecem permanecer durante 2 a 7 de dezembro, enquanto uma subida para cinco ou seis meteoros por hora acontece em 5 de dezembro com Radiante: Alfa= 1h12m; Delta=-53graus. Os meteoros possuem uma magnitude média de 3.27, enquanto só 2% deixam rastros. O chuveiro é muito notável por haver produzido uma taxa de 100 meteoros por hora em 1956 - o ano que marcou sua descoberta. O fluxo provavelmente é produzido pelo cometa periódico Blanpain (1819 IV) desaparecido. Sábado, 6 de Dezembro O Asteróide 1145 Robelmonte oculta a estrela HIP 30751 (mag 9.9). O Asteróide 2000 YJ11 passa a 0.141 UA da Terra. O Asteróide 2001 WF49 PASSA A 0.152 UA da Terra. Lua no Nodo Ascendente as 16:00 TU. A Lua passa a 1.3 graus da estrela SAO 93144 SIGMA ARIETIS (mag 5.5) as 6.3h TU. Chuveiro de Meteoros Geminids às 24h TU, com previsão de 18.12 meteoros por hora. Domingo, 7 de Dezembro Lua em Apogeu a 11:35 TU. Segunda-feira, 8 de Dezembro O Asteróide 2000 WJ10 passa a 0.190 UA da Terra. A Lua passa a 1.0 graus de separação da estrela SAO 76608 UPSILON TAURI (mag 4.3). A lua Ganymed (mag 5.1) é eclipsada por Júpuiter as 6h34.4m TU. A Lua passa a 0.9 graus da estrela SAO 76613 72 TAURI (mag 5.4). A Lua cheia acontece as 17:37 horas. Durante este mês o resfriamento do inverno firma seu aperto, e as noites ficam mais longas e mais escuras para o hemisfério Norte. Para antigos habitantes da América do Norte, a Lua Cheia de Dezembro recebia vários nomes: Cold Moon (Lua Gelada ou Fria), Long Night Moon (Lua da Longa Noite), Moon of Matching Reindeer (Lua de Emparelhar Renas). Full Cold Moon (Lua Cheia Fria), ou Full Long Nights Moon (Lua Cheia da Longa Noite) e as vezes também é chamada Moon before Yule (Lua Antes do Natal). O termo Long Night Moon (Lua da Longa Noite) é um nome duplamente apropriado porque a noite de solstício de inverno realmente é longa, e porque a Lua está por muito tempo sobre o horizonte. A Lua cheia no solstício de inverno tem uma trajetória alta pelo céu porque está oposta ao Sol que está baixo por esta época do ano nas latitudes boreais. Chuveiro de Meteoros Delta Arietids com duração de 8 de dezembro a 2 de janeiro e máximo em 8/9 de dezembro. O primeiro aparecimento deste chuveiro pode ter acontecido no início do século 20 com a ocorrência de vários fireballs (bolas de fogo). As órbitas das filiais do norte e meridional apresentam taxas

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entre 12 a 3 meteoros por hora. O clarão da Lua deve atrapalhar a observação desse e de outros chuveiros que acontecem em torno dessa data. Terça-feira, 9 de Dezembro Comemora-se hoje 25 anos (1978) da sonda Pioneer Venus 2, Venus Atmospheric Probes. Mercúrio em Máxima Elongação Este a 21 graus do Sol, as 03:04 horas. Cometa West-Hartley em periélio a 2.129 UA do Sol. O Asteróide 1999 YC passa a 0.040 UA da Terra. O Asteróide 2001 MT18 passa a 0.174 UA da Terra. Quarta-feira, 10 de Dezembro Conjunção de Saturno com a Lua a 19:10 hora local (GMT –3) A Lua passa a 4.76 graus ao norte de Saturno as 18:37 horas. Júpiter em Quadratura Oeste as 10:44 TU.

Os radiantes estão assinalados em cor laranja.

Chuveiro de Meteoros 11 Canis Minorids com atividade máxima em 10/11 de dezembro com radiante na constelação do Cão Menor. Segundo Kresakova, o chuveiro 11 Canis Minorids poderia ser parte de uma associação em cadeia, considerando que o cometa Mellish é o responsável pelo chuveiro December Monocerotids que produziu o 11 Canis Minorids e que subseqüentemente produziram os Geminids. Kresakova teorizou que essa cadeia pode ter começado em seguida ao rompimento do cometa Mellish. Chuveiro de Meteoros Northern Chi Orionids (XOR). O Chi Orionids acontecem a pelo menos 100 anos. A descoberta mais importante em relação a este chuveiros veio através de pesquisas fotográficas realizadas durante a década de 1950, quando o chuveiros Chi Orionids se tornou um de vários chuveiros de meteoro anuais reconhecido com divisão em filiais do norte e sul. Esse chuveiro tem um máximo ZHR de 2 meteoros que tendem a ser luminosos e aproximadamente 14% deles deixam rastros. Chuveiro de Meteoros Southern Chi Orionids (XOR). O Chuveiro Soutern Chi Orionids (Chi Orionídeos do sul), com um máximo ZHR de três que entra em 10 de dezembro. Os meteoros deste fluxo tende a ser luminoso, com aproximadamente 14% deles deixando rastros. Os radiante do Norte e Sul estão localizados na constelação do Orion. Hoje temos uma área do céu bastante congestiona por diferentes chuveiros. Para separar os meteoros dos diferentes radiantes, refaça os rastros dos meteoros avistados para trás e veja de qual radiante o meteoro mais se aproxima.

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Quinta Feira, 11 de Dezembro Hoje Annie Jump Cannon’s completaria 140 anos (1863). Plutao em Conjunção as 05:18 TU. Asteróide 14 Irene (mag 9.6) em Oposição. O /Asteróide 1172 oculta a estrela TYC 0766-01250-1 (mag 9.3). O Asteróide 2001 XX4 passa a 0.095 UA da Terra. O Asteróide Newburn passa a 1.448 UA da Terra. Chuveiro de Meteoros Sigma Hydrids (HYD). A atividade de pico acontece em 11/12 de dezembro com taxa máxima ZHR típica normalmente é ao redor de 3 a 5 meteoros por hora. Mais um chuveiro de Meteoros pode ser observado hoje, o December Monocerotids (MON). A taxa visual global deste chuveiro é só de 1 a 2 por hora. O uso de instrumentos como binóculos de grande campo pode ser necessário para observar melhor a atividade produzida por este fluxo. Sexta-feira, 12 de Dezembro O Asteróide 4457 van Gogh oculta a estrela HIP 24757 (9.7 mag). O Asteróide 627 Charis oculta a estrela HIP 113412 (mag 9.3). Plutão em Conjunção. Sábado, 13 de Dezembro Chuveiro de Meteoros Geminids (GEM). É o melhor chuveiro desse mês e acontece na madrugada de 13/14 com radiante localizado dentro da constelação de Gêmeos próximo a estrela Castor de Gêmeos. Os meteoros tendem a ser rápidos e bastante luminosos com máximo em torno de 80 meteoros/h nos anos de boas exibições. A velocidade média dos meteoros está na casa de 34.9km/h. A melhor posição para observação é apontar seus pés em direção entre leste e norte (NE) e centrar seu olhar em 45 graus sobre o horizonte. Domingo, 14 de Dezembro O Cometa C/2002 T7 (LINEAR) passa a 1.560 UA da Terra. O Asteróide 1867 Deiphobus (mag 15.6) oculta a estrela TYC 2419-00556-1 (mag 11.0) a 1h09m TU, com duração de 6.4 segundos, visível para a Arábia, África, Brasil e Peru. Lua em Libração Sul a 1h35.7m TU. Segunda-feira, 15 de Dezembro Saturno oculta a estrela PPM 94676 (mag 9.8). O Asteróide 1153 Wallenbergia oculta a estrela HIP 43613 (mag 7.8). Terça-feira, 16 de Dezembro A Lua entra em seu Último Quarto, Quarto Minguante as 14:42 h. Conjunção de Júpiter (mag –2.1) com a Lua as 01:11 horas. A Lua passa a 3.81 graus a norte de Júpiter a 01:28 hora. Quarta-feira, 17 de Dezembro Há 100 anos (1903) os irmãos Wright fazia seu primeiro vôo com um aeroplano lançado por catapulta. Mercúrio Estacionário a Leste começando seu movimento Retrógrado as 15:55 TU. Asteróide Ceres (mag 7.3) pode ser a 01:.5 TU, na constelação de Gêmeos. O Asteróide também continua sendo visto em Gêmeos nos próximos dias. Lua em Máxima Libração as 24:00.0 TU. Quinta Feira, 18 de Dezembro Chuveiro de Meteoros Coma Berenicids (COM). A data precisa de sua máxima atividade não é conhecida, mas provavelmente cai dentro do período de 18 a 29 de dezembro. A atividade do fluxo é muito fraca, mas já foram fotografados numerosos meteoros desse fluxo nos Estados Unidos e na União soviética. Sexta-feira, 19 de Dezembro A sombra da lua Ganymed (mag 5.3) passa sobre o disco iluminado de Júpiter as 3h59.1m TU. Trânsito da lua Callisto (mag 6.2) sobre Júpiter começa as 4h55.3m TU. Para ver os trânsito com facilidade use instrumento de maior abertura. Sábado, 20 de Dezembro O Asteróide 3362 Khufu passa a 0.195 UA da Terra. Lua em Nodo Descendente as 16:03 TU.

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Domingo, 21 de Dezembro Há 35 anos (1969) era lançada a Apollo 8. Vigésimo quinto aniversário (1978) da Venera 12, Venus Landing. Conjunção Urano com a Lua às 21:54 h. Segunda-feira, 22 de Dezembro Há 15 anos (1988) era descoberto na Antártida o meteorito marciano LEW 88516. Pelo calendário Persa hoje é o primeiro dia do décimo mês do ano de 1382. O Sol entra na constelação do Capricórnio as 7:00 TU. O Asteróide 925 Alphonsina oculta a estrela HP 23799 (mag 6.3) A Lua passa a 11.33 graus ao sul de Plutão as 14:40 h. Lua em Perigeu as 12:00 TU. O solstício de Inverno para o Hemisfério Norte começa às 07:04 TU. Para o Hemisfério Sul é o Solstício de Verão. Nesse momento o Sol passa pelo Equador da Terra dirigindo-se para o Hemisfério Austral, e devido a inclinação da Terra nossos dias ficam ainda mais quentes. Chuveiro de Meteoros Ursids (URS).É um chuveiro de atividade moderada cujo radiante está localizado dentro da constelação da Ursa Menor. O radiante está sobre o horizonte ao longo da noite, com exceção para os observadores do Hemisfério Meridional. O melhor momento para observar é de meia-noite ao começo de crepúsculo matutino, com o alçamento do radiante ligeiramente mais alto com a chegada do amanhecer. Estes meteoros são tipicamente lânguidos. Infelizmente, este chuveiro não é visível aos observadores do Hemisfério sul. Sua altitude mais elevada é 18 graus abaixo do horizonte e isso acontece à luz do dia. A altitude maior em céus escuros acontece logo antes do crepúsculo matutino com o radiante a aproximadamente 32 graus abaixo do horizonte. A máxima taxa de hora em hora alcança normalmente de 5 a 10 meteoros, com exceção de explosões ocasionais que podem alcançar 100 ou mais meteoros por hora. Terça-feira, 23 de Dezembro Pelo Calendário Indiano, hoje é o primeiro dia de Pausa, o décimo mês do ano 1925. O Asteróide 5535 Annefrank passa a 1.119 UA da Terra. A Lua Nova acontece as 06:43 h (GMT –3). Conjunção de Mercúrio com a Lua as 18:33 h (GMT –3). A Lua passa a 5.29 graus ao sul de Mercúrio. Quarta-feira, 24 de Dezembro Quadragésimo aniversário (1963) da Deep Space Network's. Pelo calendário Hebreu, hoje é o primeiro dia do Tevet, quato mês do ano 5764 com a subida das estrelas ao pôr-do-sol Pelo calendário Islâmico Tabular, é o primeiro dia do Dhu al;Q’adah, é o décimo primeiro mês do ano 1424 ao nascer das estrelas ao pôr-do-sol. E pelo calendário Cristão, a 2003 anos nascia Jesus Cristos na cidade de Belém. Então, que a Estrela Guia ilumine e guie a todos nós pelos caminhos do bem, da harmonia, do amor, da paz, da fraternidade, da humildade e das bem-aventuranças. Marte oculta a estrela PPM 143321 (mag 10.1). Mercúrio em Perigeu entre 6.4 e 06:23 TU. Quinta Feira, 25 de Dezembro Vigésimo quinto aniversário (1978) da sonda Venera 11, Venus Landing. Conjunção de Vênus com a Lua as 12:50 hora local. A Lua próxima de Vênus ( mag –4) com separação de apenas 2.5 graus as 19:2 TU. A Lua passa a 3.24 graus ao sul de Mercúrio. A Lua passa a 5.26 graus ao sul de Netuno as 21:59 h. Sexta-feira, 26 de Dezembro Mercúrio em Conjunção Inferior as 22:05 h. O Cometa C/2002 T6 (LINEAR-NEAT) passa a 2.661 UA da Terra. O Asteróide 2002 XP37 passa a 0.268 UA da Terra. O Asteróide 31824 Elatus passa a 9.189 UA da Terra. Conjunção de Mercúrio com o Sol as 22:06 TU. A Lua em Libração Norte as 16h12.9m TU. Sábado, 27 de Dezembro Conjunção de Urano com a Lua a 05:04 hora local (GMT –3). A Lua passa a 4.65 graus ao sul de Urano. Mercúrio em Conjunção Inferior a 01:06 TU.

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Domingo, 28 de Dezembro Júpiter eclipsa a lua Io (mag 5.6) as 4h04.1m TU. O reaparecimento da ocultação acontece as 7h32.0m TU. Use binóculo para ver todo o interessante evento Lua em Libração Este as 11h04.0m TU. Chuveiro de Meteoros Quadrantids, radiante na constelação de Draco, o Dragão as 24 h TU. Os dados apontam para uma média horária de 7.1 meteoros. Segunda-feira, 29 de Dezembro Cometa Encke em Periélio a 0.338 UA do Sol. O Asteróide 2985 Shakespeare passa a 1.977 UA da Terra. A Lua passa a 5.44 graus ao sul de Marte as 20:39 h. Terça-feira, 30 de Dezembro Lua em seu Primeiro Quarto, Quarto Creste, as 07:04 h. Conjunção de Marte (mag 0.2) com a Lua as 03:50 hora local. As 2:7 TU ambos os astros estão separados por apenas 4.4 graus. Conjunção de Vênus e Netuno. Vênus passa a 1.88 graus ao sul de Netuno as 04:27 h. Marte em Quadratura Este as 05:28 TU. Quarta-feira, 31 de Dezembro Dia de São Silvestre para lembrando os atletas maratonistas e aqueles que gostam de assistir esse importante evento de resistência que acontece na cidade de São Paulo. É o último dia e evento esportivo do ano. Assim, que o ano de 2003 tenha sido leve e produtivo para todos e que 2004 seja muito melhor com céus limpos, menos poluição luminosa, muita saúde, trabalho, observações celestes, sonhos realizados e sucesso para toda a comunidade astronômica e habitante da esfera terrestre! Vamos festejar porque estamos vivos e .... Se beber não dirija, e se for dirigir não beba! Saturno em Oposição à 20:30 TU. A aproximação mais íntima de Saturno acontece às 17h TU. O Asteróide 208 Lacrimosa oculta a Estela TYC 1397-01764-1 (mag 9.0). O Asteróide 1995 CR passa a 0.051 UA da Terra. Quinta Feira, 1 de Janeiro de 2004 Dia da Confraternização Universal. Paz e Amor na Terra entre todos os seres desse pequenino planeta azul! O Asteróide 2421 Nininger passa a 2.315 UA da Terra. Notas: * As conjunções geocêntricas dos planetas com a Lua (dia e hora) foram calculadas por Roberto Ferreira Silvestre pela hora legal de Brasília (GMT-3), não afetada pelo horário de verão. Esses dados são úteis para a localização dos planetas visíveis a olho nu (de Mercúrio até Saturno), bastando procurá-los perto da Lua, quando ela estiver acima do horizonte naquela data. http://inga.ufu.br/~silvestr/ * Cartas Celestes para ambos os hemisférios podem ser baixadas através da internet em: http://www.skymaps.com/index.html * Para observar as ocultações e trânsitos use instrumentos de maiores aberturas. Pequeno Glossário Apogeu: Posição de um satélite terrestre (a Lua ou satélite artificial) em sua órbita quando, em sua revolução em torno da Terra, se encontra mais afastado dela. P. ext. Posição do Sol, em sua órbita relativa aparente em redor da Terra, quando se encontra mais afastado desta. Conjunção: Configuração de dois astros cujas ascensões retas são iguais. Conjunção Superior: Conjunção de um planeta com o Sol, quando este se acha entre a Terra e o planeta. Conjunção Inferior: Conjunção de um planeta com o Sol, quando o planeta está entre a Terra e o Sol. Estacionário: Que não progride nem retrocede; estacional. Elongação: A Elongação (alongamento) de um corpo celestial é a separação angular do corpo sobre qual ele órbita (normalmente o Sol). Vênus tem um alongamento de máximo de 47°, e Mercúrio de 28°. Elongação geocêntrica: Elongação dum planeta em relação ao centro da Terra. Elongação topocêntrica: Elongação de um planeta em relação ao observador situado na superfície da Terra. Libração: Movimento oscilatório, real ou aparente, de um corpo celeste. Nodo: Cada uma das interseções da órbita de um corpo celeste com determinado plano de referência.

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Nodo ascendente: Aquele no qual o planeta, em seu movimento orbital, passa do hemisfério sul para o hemisfério norte. Nodo descendente: Aquele em que o planeta, em seu movimento orbital, passa do hemisfério norte para o hemisfério sul. Ocultação: Fenômeno do desaparecimento de um astro pela interposição da Lua, de um planeta ou outro corpo celeste entre ele e o observador terrestre. Periélio: O ponto de menor afastamento de um astro do Sistema Solar no seu movimento de translação em torno do Sol. [Opõe-se a afélio.] Perigeu: Ponto da órbita de um astro em torno da Terra, no qual esse astro se encontra mais próximo do centro do nosso planeta. Quadratura: Configuração de dois astros quando a diferença de suas longitudes celestes é de 90°. Solstício: Época em que o Sol passa pela sua maior declinação boreal ou austral, e durante a qual cessa de afastar-se do equador. Os solstícios situam-se, respectivamente, nos dias 22 ou 23 de junho para a maior declinação boreal, e nos dias 22 ou 23 de dezembro para a maior declinação austral do Sol. No hemisfério sul, a primeira data se denomina solstício de inverno e o segundo solstício de verão; e, como as estações são opostas nos dois hemisférios, essas denominações invertem-se no hemisfério norte. Trânsito: É quanto um astro passa pela frente de outro. TU: Tempo universal. Tempo referido a um meridiano de origem, que, por convenção, é o meridiano de Greenwich. O Tempo Médio de Greenwich (TMG) para a maioria dos Estados brasileiros é de –3 horas. No horário de Verão o TMG é de –2 horas. UA: Unidade Astronômica. Unidade de distância, equivalente a distância média da Terra ao Sol, ou seja, 149.504.200 quilômetros [sigla: UA ] . ZHR: Taxa de meteoros vistos por hora com o radiante no zênite. Softwars Usados: Sting’s Sky Calendar (Gerador de Efemérides) - © http://www.skycalendar.com/skycal/index.html SkyMap Pro 6 (Gerador de carta de busca) © C.A. Marriott - http://www.skymap.com/ Dicionário Aurélio Eletrônico Século XXI (Glossário) Fontes Consultadas e mais informações em: http://www.jpl.nasa.gov/calendar/ http://inga.ufu.br/~silvestr/ CalSky: http://www.calsky.com/

Rosely Grégio | Redatora [email protected] http://rgregio.astrodatabase.net Mococa/SP

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Binóculos | O Primeiro Instrumento de um astrônomo Audemário Prazeres | Sociedade Astronômica do Recife Praticamente, todo interessado pela Astronomia possui um binóculo e, infelizmente, não faz uso do mesmo para fins astronômicos. Às vezes ele indaga que quer comprar um instrumento de médio porte para fazer uso nas observações, e desconhece que com o seu binóculo é possível observar vários objetos celestes. É bem verdade, que para ser vista, essa variedade de objetos que agora descrevo vai depender do nível de poluição luminosa do local onde o observador se encontra, como também, do tipo de binóculo que ele possui. O binóculo que atende à lista de objetos descrita abaixo seria no mínimo um 7 X 50 ou de preferência um 10 X 70 ou 20 X 60. É necessário apoiar o mesmo em um tripé do tipo máquina fotográfica ou improvisando um suporte de madeira fixo em uma escada por meio de fixadores do tipo “boca de jacaré”. Com isto, haverá uma estabilidade do binóculo, não ocorrendo cerca de 30% de perda da imagem em segurar o mesmo diretamente com as mãos. Por último, será necessário que o observador possua um planisfério estelar e uma efeméride astronômica para facilitar a identificação do astro a ser observado. EIS O QUE É POSSÍVEL SE VER COM UM BINÓCULO: GALÁXIAS: a) M31 Andromeda = Galáxia espiral de magnitude 4,8 b) M33 Triangulum = Galáxia espiral, que curiosamente é mais visível por binóculos do que por instrumentos de médio porte. Magnitude 6,7 c) Nuvem Maior de Magalhães = Galáxia irregular bem visível no hemisfério Sul, tendo uma dimensão aparente de 6º d) Nuvem Menor de Magalhães = Galáxia Irregular, análoga à anterior, e dimensão aparente de 3,5º NEBULOSAS: a) M8 Sagittarius = Nebulosa com magnitude 6 b) M16 Serpens = Esta nebulosa, como a maioria, brilha pela ação de pequenos cúmulos de estrelas brancas e azuis em seu interior. Sua magnitude é 7 c) M17 Sagittarius = Nebulosa que lembra o número “2”, sua magnitude é 7 d) M27 Vulpecula = Nebulosa planetária, sendo um pouco difícil observar pois sua magnitude é 8 e) M42 Orion = “A grande nebulosa”, sua magnitude é 5 CÚMULOS: a) b) c) d) e) f) g) h)

M6 Scorpius = Cúmulo galáctico de magnitude global de 4,3, fácil observação. M13 Hercules = Cúmulo globular, com aparência difusa vista de binóculos. Magnitude 6 M37 Auriga = Cúmulo galáctico formado por cerca de 150 estrelas. Magnitude 6,2 M44 Cancer = Cúmulo galáctico, possui uma visão excelente vista no binóculo. Magnitude 4,5 M45 Taurus = Cúmulo galáctico “As Plêiades”. Muito bonito visto em binóculos. M47 Puppis = Cúmulo galáctico formado por cerca de 50 estrelas de fácil observação. NGC869 e NGC884 Perseus = “O duplo cúmulo”. Soberba visão, às vezes são vistos a olho nu. Omega Centauri = Cúmulo globular gigante, composto de um milhão de estrelas com mag. Média 4.

ESTRELAS BINÁRIAS: a) b) c) d) e) f) g)

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Theta Tauri = Branca e laranja Ipsilon Geminorum = grande contraste Alfa Leonis = muito brilhante Dzeta U. Majoris = Mizar e Alcor Alfa Librae = Amarela e branca Ipsilon Scorpii = Sistema quadruple Dzeta Lyrae = Branca

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h) Epsilon Lyrae = Célebre quadruple i) Beta Lyrae = Azul e Laranja j) Beta Cygni = Maravilhoso contraste ESTRELAS VARIÁVEIS: a) Eta Aquilae = Tipo cefeída, variando 3,7 a 4,5 magnitude, em um período de 7,1764 dias. A estrela “sobe” em aproximadamente 2 dias e “baixa” em 5 dias. b) Delta Cephei = Tipo cefeída, variação entre 3,6 a 4,3 magnitude, período de 5,3663 dias. c) Beta Lyrae = Tipo lírida, variação entre 2,1 a 3,4 magnitude. Período 2,8673 SISTEMA PLANETÁRIO: a) Mercúrio = Difícil observação, mas é possível observá-lo uma hora antes do nascer e do ocaso do Sol. É visto um pequeno ponto brilhante. b) Vênus = Fácil observação, depois da Lua e do Sol é o astro mais brilhante, sua magnitude é –4,4 visto em horários matutinos e vespertino. c) Marte = Bastante visível, tendo uma magnitude em média de –2,0 d) Júpiter = Fácil de observar, inclusive com o seu “sistema solar”, ou seja, os principais satélites descobertos por Galileu, Io com mag. 4,8; Europa com mag. 5,2; Ganimedes com mag. 4,5 e Calixto mag. 5,5; e) Saturno = Fácil observação, sendo possível notar o “contorno” dos anéis. Mag. 0,7 f) Urano e Netuno = O difícil não é observá-los, e sim, reconhecê-los entre as estrelas. Mag. 5,5 e 7,8 g) Ceres = Asteróide mais brilhante com mag. 7,4 COMETAS, LUA E SOL: a) Quanto aos cometas, é necessário colher dados de sua magnitude e área de localização. De uma forma geral, observações com binóculos resulta em melhores resultados do que com instrumentos de médio porte, principalmente para “caçá-los”. b) A maravilhosa Lua - para esta observação é necessário que o observador possua um mapa de sua superfície para facilitar a identificação de seus acidentes. Logo nos primeiros dias de lunação, é visto o Mar Crisium. A melhor fase para observações é no Quarto Crescente, onde notamos as crateras Arzachel, Pitolomeo, Alfonso, Arquímedes, Copérnico, Platón, etc. c) O majestoso Sol - a observação solar por binóculo pode ser feita diretamente desde que sejam colocados nas duas objetivas, filtros especiais do tipo Solar Skreen. Mas a observação mais indicada é pelo método de projeção da imagem solar em um anteparo de fundo branco. Deste modo, é possível observar vários tipos de grupos de manchas solares.

Audemário Prazeres | Sociedade Astronômica do Recife [email protected] http://www.sociedadeastrorecife.kit.net Recife/PE

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Introdução à astrofotografia

© Pedro Ré

Fotografando o Universo

Pedro Ré | Revista macroCOSMO.com Fotografar o céu e uma ambição natural de muitas pessoas, entre as quais incluem-se os entusiastas da fotografia e da astronomia, os amantes da natureza e os astrônomos amadores. Por vezes pensa-se que registrar estas imagens exige equipamentos altamente sofisticados e amplos conhecimentos, mas algumas destas fotografias, estão ao alcance de qualquer pessoa motivada e persistente e nem por isso deixam de ser belas. O equipamento necessário é por vezes, muito simples. Tudo o que necessita para realizar as suas primeiras fotografias astronômicas é de uma câmara fotográfica, de preferência reflex (SLR), de um tripé fotográfico e de um cabo disparador. Estas primeiras astrofotografias poderão ser realizadas numa noite sem Lua e longe das luzes da cidade (poluição luminosa). A câmara fotográfica deve ser munida de uma objetiva normal, (50 mm, 1:2.8 ou mais luminosa; evitar o uso de objetivas com zoom) montada num tripé estável. Devem utilizar-se, de preferência, câmaras fotográficas que sejam munidas de obturação mecânica (a maioria das câmaras existente atualmente no mercado possui obturação eletrônica). Se utilizar uma câmara com obturação eletrônica, as pilhas se gastarão rapidamente por terem de efetuar poses relativamente longas (maiores que 30 segundos) Carregue a sua câmara com um filme colorido de sensibilidade igual ou superior a

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ISO/ASA 200 ou 400. Aponte-a para um grupo de estrelas brilhantes (por exemplo a constelação de Órion e o Cruzeiro do Sul) e realize com o auxilio de um cabo disparador, uma serie de exposições de longa duração (20 s, 1 min e 4 min) tendo o cuidado de focar a objetiva no infinito e utilizar a sua máxima abertura. Quando revelar o filme, verificará que a fotografia que efetuou com uma exposição de 20 segundos apresenta imagens estelares quase pontuais, enquanto que nas poses superiores (1 e 4 min) as imagens das estrelas surgem como traços (Figura 1). Estes traços estelares são devidos a rotação da esfera celeste, ou seja a rotação da Terra. As estrelas observáveis próximo do equador celeste (constelação de Órion) parecem "mover-se" segundo linhas quase retas, enquanto que as estrelas próximas dos pólo celestes sul (Cruzeiro do Sul) parecem "movimentar-se" segundo círculos.

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Fotografia da Constelação de Sagitário, utilizando diversos períodos de exposição.(1973) Câmara Pentax, objetiva Takumar 50 mm, 1:1.4

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Um outro projeto interessante consiste em fotografar, recorrendo às mesmas técnicas anteriormente descritas, próximo a área dos pólos celestes norte ou sul, utilizando tempos de exposição mais longos, da ordem de 10 min, 30 min 1 h ou tempos de exposição superiores.

Exposição de 10 minutos da região circumpolar norte (1973) Câmara Pentax, objetiva Takumar 50 mm, 1:1.4

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Tomando como referência os tempos de exposição fornecidos na tabela acima, é possível realizar com enorme facilidade, fotografias das principais constelações. Os tempos de exposição, apesar de reduzidos, permitem registrar um número de estrelas superior ao que é observado à vista desarmada num local escuro. A maioria das câmaras fotográficas SLR atuais é totalmente automática e conseqüentemente pouco adequada para a realização de fotografias astronômicas de longa exposição. Qualquer tipo de câmara fotográfica pode ser utilizado na realização de astrofotografias. Existem muitos modelos distintos de câmaras fotográficas, nomeadamente: câmaras 110, câmaras 126, câmaras Polaroid, câmaras básicas de 35 mm de visor direto, câmaras automáticas de 35 mm de visor direto, câmaras reflex (SLR) manuais, câmaras reflex (SLR) automáticas, câmaras de grande formato (120 e superior), câmaras digitais. Dentre estes modelos as câmaras 35 mm, as câmaras de grande formato e algumas câmaras digitais são as mais adequadas para a realização de fotografias astronômicas. As câmaras manuais permitem a realização de poses longas sem necessitarem de utilizar baterias internas. Devem utilizar-se câmaras que possuam seletor B (“bulb”) ou T (“Time”). Devem igualmente utilizar-se câmaras de objetivas intermutáveis do tipo SLR. Torna-se deste modo possível usar diversas objetivas com distâncias focais distintas. As câmaras que utilizem películas de 35 mm são as mais adequadas. As conjunções de planetas ou da Lua com planetas constituem excelentes motivos fotográficos. A conjunção da Lua com estrelas brilhantes é igualmente interessante e fácil de fotografar. As técnicas a utilizar são ligeiramente distintas das referidas anteriormente. Os tempos de exposição podem ser mais curtos, e nestes casos deve recorrer-se à utilização de objetivas com distâncias focais superiores. Pode inclusivamente utilizar-se objetivas de zoom. Neste tipo de imagens, o enquadramento é essencial. Muitas vezes as conjunções são mais

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interessantes de fotografar antes do final do crepúsculo astronômico. Nestas ocasiões o céu ainda se encontra iluminado pelo Sol, porém as exposições serão da ordem da fração de segundo ou da ordem dos segundos. Nestes casos recorrerse-á ao fotômetro da câmara fotográfica para calcular a exposição correta, ou mesmo, ao uso de câmaras que não sejam adequadas para a obtenção de fotografias de longa exposição. As câmaras digitais podem também ser usadas apesar das limitações que alguns modelos apresentam.Uma película com uma sensibilidade baixa ou média,100 a 200 ISO/ASA, produzirá excelentes resultados. No caso de se recorrer à utilização de câmaras digitais, a melhor opção é realizar as imagens logo a seguir ao pôr do sol. A maioria das câmaras digitais existentes atualmente no mercado apresenta características pouco adequadas para a realização de fotografias astronômicas. De entre estas pode mencionar-se o foco fixo ou automático e a exposição automática. Somente alguns modelos permitem focar manualmente o infinito e controlar o tempo de exposição. Apesar destas limitações é possível obter excelentes imagens de conjunções com o auxílio de câmaras digitais. A focagem pode ser efetuada tomando como referência um objeto que se encontre em primeiro plano, e a exposição será efetuada de um modo automático. Torna-se necessário bloquear o sistema de focagem apertando o disparador até o meio do seu percurso e só depois enquadrar e efetuar a integração As diversas técnicas e instrumentos utilizados em astrofotografia são abordado de um modo simplificado na obra “Fotografar o Céu” de Pedro Ré, Plátano Edições Técnicas, Lisboa/Portugal, 2002.

Pedro Ré | Colaborador [email protected] http://www.astrosurf.com/re Na próxima edição da Revista macroCOSMO.com a segunda parte desse tutorial sobre astrofotografia.

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Plataforma fotográfica manual

José Carlos Diniz | REA – CANF - CARJ Com uma câmera manual, um tripé e um cabo disparador podemos nos iniciar na astrofotografia. As primeiras fotos nos surpreendem com o registro de muito mais estrelas e objetos do que conseguimos discernir à vista desarmada. Estamos, no entanto, limitados pela rotação da Terra que faz com que as estrelas risquem o céu. Embora essas trilhas sejam bonitas e esteticamente agradáveis não nos permitem ver detalhes das nebulosidades nem podemos ir mais fundo na captura das estrelas mais fracas. Com a fotografia de longa exposição podemos avançar nesta busca e registro de um céu mais profundo. As montagens motorizadas nem sempre estão ao alcance dos nossos bolsos, mas usando de criatividade podemos construir mecanismos simples e baratos que nos permitem fazer essas exposições prolongadas e obter excelente resultados. Esses mecanismos têm vários nomes: Barndoor, plataforma equatorial, madeirógrafo, etc... Propomos a construção de uma plataforma que tenha as seguintes características: 1-Montagem simples e barata. 2-Guiagem manual. 3-Portátil, leve e robusta. 4-Ideal para ser usada com tripé. 5-Melhores resultados com objetivas de 50mm ou menores. 6-Tempos de exposição curtos com ótimos resultados.

Material Necessário

Três pedaços de compensado de madeira de 18mm medindo 10 x 35 cm, um pedaço de 10 x 13cm e um outro de 3 x 3 x 10cm.

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Duas peças formam a plataforma e as outras duas formam o suporte. As dobradiça não devem ter movimentos laterais! As fixações são feitas com parafusos e cola para dar maior rigidez.

4 parafusos de ¼” tipo cama, 2 com 1” e 2 com 1,5” de comprimento. 4 arruelas de ¼” 3 borboletas de ¼” Parafusos cônicos, cola, dobradiça. Rótula ou ball-head

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A pequena peça de madeira fixa na base serve para dar mais rigidez e evitar a flexão do suporte. Devemos fazer uma fenda na parte traseira para dar mais apoio à fixação da plataforma evitando, assim, deslocamentos.

Montagem É importante que a dobradiça seja de boa qualidade, o mais rígida possível, e não tenha folgas que permitam movimentos laterais. Podemos diminuir essas folgas aplicando pequenos golpes no seu eixo com um martelo de modo a que fique mais rígida e sem movimentos laterais. Outro ponto importante é a distância entre o eixo da dobradiça e o furo por onde passa o eixo motor, ela deve ser de EXATOS 29,1cm ! Esta medida é fundamental para que a plataforma se mova na velocidade sideral!

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Detalhes e acessórios

Parafuso motor: Um parafuso de ¼ de polegada e vinte espiras por polegada será nosso eixo motor. Ele deve ter uns 8cm somente. Rosqueamos um disco de madeira e o mantemos fixado com uma porca. A ponta desse parafuso deve ser desbastada de forma cônica e com a ponta arredondada.

A fixação do parafuso motor à plataforma deve ser feita com dois pedaços de alumínio , um de cada lado da madeira e rosqueados. Fixa-se o primeiro, respeitando a distancia de 29,1cm e o segundo deve ser deslocado ligeiramente para fazer com que o parafuso fique justo,sem folgas, mas girando de forma suave. Em seguida, após este ajuste, fixamos a segunda placa de aluminio.

O Apoio do parafuso motor deve ser uma pequena placa de metal ( latão por exemplo)

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Outros acessórios necessários ao alinhamento, orientação e funcionamento da plataforma são lanterna, inclinometro, bússola, nível de bolha, relógio e elástico.

Alinhamento polar

Para que nossa plataforma acompanhe com perfeição o movimento aparente das estrelas precisamos alinhá-la, ou seja, apontar o eixo da dobradiça o mais precisamente possível para o pólo. Após acoplar o suporte da plataforma ao tripé, o nivelamos usando para isso o nível de bolha. Depois apoiamos a bussola sobre o pequeno pedaço de madeira que reforça a estrutura e colocamos a agulha paralela a ele. A seguir, giramos o suporte da plataforma de modo a deslocar o ponteiro da bússola até a declinação magnética do local onde estamos . Isto nos dará nivelamento e alinhamento em azimute.

Para o alinhamento em altura usamos o inclinometro ( alternativamente um fio de prumo e um transferidor) e deslocamos a plataforma ( mantendo o suporte fixo) até lermos no inclinometro a nossa altura de polo local ( por exemplo para o Rio de Janeiro são 23° ).

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Estamos agora com o eixo da dobradiça apontado para o pólo e portanto todo o movimento da plataforma se dará em torno desse ponto.

Funcionamento 1-Coloca-se a plataforma sobre um tripé, de modo que o eixo motor fique voltado para o Leste. 2-Nivela-se a plataforma usando o nível de bolha. 3-Ajusta-se a altura usando o inclinometro e apertam-se os parafusos de fixação posteriores. 4-Ajustamos o azimute usando a bússola e fixamos a plataforma. 5- O elástico serve para manter o parafuso motor apertado de encontro ao apoio do parafuso motor, evitando que ele se desloque. 6-Com a câmera presa na ball-head, adapte o propulsor, escolha o campo, focalize, ajuste a velocidade para B e feche o diafragma dois pontos. 7-O eixo motor possui uma marca referencial (no nosso caso um parafuso), ele deve ser movimentado no sentido dos ponteiros do relógio e acompanhando a velocidade de deslocamento do ponteiro dos segundos de um relógio colocado próximo. Usamos colocar o relógio preso na própria plataforma e o iluminamos com a luz vermelha o mais tênue possível de uma lanterna de bolso. 8- Podemos colocar o eixo motor a Oeste e, nesse caso, o movimento será contrário ao movimento dos ponteiros do relógio. O eixo estará como que “desparafusando”. Isto nos permite fixar um relógio junto ao eixo motor e girá-lo de modo a manter o ponteiro dos segundos sempre apontado para o mesmo local. Espero que vocês construam a sua plataforma e que possam, como eu, ter a satisfação de obter ótimas imagens celestes com um instrumento tão simples, prático e de baixo custo. Na minha home-page w w w .astrosurf.com/diniz pode-se ver esse e outros experimentos simples clicando em “Engenhocas”.

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© Diniz

Resultados Preliminares

Centro galáctico – Nikon F2 35mm @f/3,5 em filme Kodak Supra 7min.

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Região do Cruzeiro - Nikon F2 50mm @f/2,8 em filme Kodak Supra 5min.

José Carlos Diniz | REA – CANF – CARJ [email protected] http://astrosurf.com/diniz

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HERCOLOBUS NÃO EXISTE! Paulo Monteiro | Redator – Revista macroCOSMO.com Os astrônomos profissionais e amadores de todo o Brasil passam madrugadas observando o céu. Uma observação pode começar por volta de 18h30min e ir até o nascer do Sol. São horas de dedicação, ainda mais para um amador como eu e muitos outros do Brasil. Conhecemos muito bem o céu. Sabemos onde estão os planetas, nebulosas, galáxias... Se qualquer astrônomo amador praticante há alguns anos juntar as horas de observação, teremos milhares de horas olhando pela ocular de um telescópio em noites frias. Quantas horas de observação do céu terão os autores dos artigos referentes a existência de Hercolobus? Acontece que tem gente que nunca olhou o céu por um telescópio ou a olho nu, nunca se preocupou em saber que ponto é aquele no céu, e de uma hora para outra, começa a falar de astros que não existem. Durante anos, eu ou qualquer amador da astronomia não vimos algo que poderia ser um décimo planeta. Mesmo a NASA e seu Hubble não viram nada. Isso é fácil, jamais viram porque ele não existe. Há anos, pessoas divulgam por meio de livros, documentários e artigos que existe um décimo planeta, o nome dele é Hercolobus, e o pior de tudo, sem mostrar nenhum cálculo, afirmam veementemente que ele irá bater justamente em nosso planeta. Porque justo aqui? Se fosse verdade sua existência, porque não em Júpiter ou Urano? Falam que vai bater aqui por um motivo simples, gostam de tragédias e de assustar o nosso sofrido povo que, carente de boa educação, acaba acreditando em tais pessoas, comprando seus "trabalhos". Esse planeta seria originário de um outro sistema solar e estaria entrando no nosso. Ele atingiria em cheio nosso planeta. Além disso, afirmam que as alterações climáticas que sentimos na Terra é causa da aproximação de Hercolobus. Já sabemos há mais de 30 anos que as alterações no

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clima da Terra são causadas pela poluição, CFC, e não por nenhum planeta. O pior de tudo é que não existe nenhuma imagem do suposto planeta. Um astrônomo sério desenvolveria um grande trabalho, e caso não conseguisse as fotos, mostraria os cálculos que comprovariam a existência do planeta. Há mais de 200 anos, os astrônomos por meios de cálculos, já acreditavam e provavam a existência de planetas além de Saturno, que foram chamados de Urano, Netuno e Plutão. Atualmente, para descobrir planetas em órbita de outras estrelas, astrônomos apresentam cálculos, dezenas já foram descobertos, e não precisaram de fotos, mas precisaram de cálculos e observações sistemáticas da estrela que orbitavam. Agora eu pergunto...cadê os cálculos feitos para se chegar na afirmação de que existe um décimo planeta? e mais....cadê o outro cálculo mostrando que ele irá bater justamente na Terra? Na década de 90 já se dizia que ele já havia entrado em nosso sistema solar... por favor... um planeta tão grande seria facilmente visto a olho nu, nem telescópio precisaríamos, mas os "pseudos" têm sempre uma escapatória, e apoiados na falta de conhecimento do povo, dizem coisas como " ele só é visível no outro hemisfério" ou então " ele está escondido na sombra de outro planeta". Pode ter certeza, no outro hemisfério, ele vai dizer a mesma coisa! Podemos ver Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno a olho nu facilmente, Urano e Netuno com telescópios simples, e Plutão com telescópios potentes!..., se um planeta como esse, estivesse "entrando" em nosso sistema solar, nem precisaríamos de um Hubble para vê-lo, bastaria

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observá-lo a olho nu. Com tamanho tão grande como afirma o autor, ele brilharia no céu assim como brilham Júpiter e Vênus. Além de Hercolobus, acreditam que em Vênus existam peixes! Vênus tem + 400ºC. Para se ter uma idéia, o fogão da sua casa não passa dos + 300ºC. Imagine um pobre peixinho em Vênus! E a água para ele nadar? Certamente teria evaporado! Quem acredita e divulga a existência de Hercolobus, também demonstra nada saber a respeito da formação de nosso sistema solar. No inicio, era até comum que corpos se chocassem. Nossa Lua pode ter sido formada pelo choque com um planeta. Os anéis de Netuno também. Agora

nosso sistema solar está formado. Os planetas rochosos já não são bolas de fogo, a Terra já tem mais de 5 bilhões de anos, está tudo estável, além disso, nosso conhecimento avançou muito, já conhecemos muito bem nosso sistema solar. Uma ameaça tão grande como Hercolobus, já teria sido descoberta não agora, mas sim há muitos anos pois, para ser visto de um ano para o outro, ele teria que estar em uma velocidade absurda! Eu desafio os defensores da existência de Hercolobus a provar que ele exista, e também desafio a provar que ele irá bater aqui na Terra! Seus artigos são até agora, no mínimo, insuficientes e equivocados!

Paulo Monteiro | Redator – Revista macroCOSMO.com [email protected] www.astronomos.com.br/paulo

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Heranças de Guerra Foguetes de Paz Naelton Mendes de Araujo | Redator – Revista macroCOSMO.com 1945 – Com o fim da II Grande Guerra, os aliados apressaram-se em ocupar territórios, em busca de um precioso butim: a tecnologia das bombas voadoras. Os russos e americanos acabam a guerra cada um com sua parcela de foguetes e técnicos. A V2 pode ser considerada o protótipo ancestral de todos os foguetes modernos. Seu funcionamento pode ser resumido da seguinte forma: um dispositivo que permite uma reação química controlada que gera um jato de gás a alta velocidade. Os dois reagentes devem ser mantidos em tanques separados e misturados sob pressão numa câmara de combustão. Na combustão, uma substância (combustível) é combinada com o oxigênio (oxidante) produzindo muito calor e gases em expansão. Os gases gerados são direcionados para traz e impulsionam o foguete a velocidades supersônicas. Se a V2 tivesse se tornado operacional alguns anos antes, o destino da guerra seria bem diferente. Os vencedores sabiam disso. O conceito militar de defesas aéreas e marítimas se tornou obsoleto. Um foguete pode levar cargas consideráveis de explosivos sobre as linhas inimigas. Faz isso sem tripulação, sem escolta, praticamente sem interceptação e em quantidades muito maiores. Na década de 50, durante o início da guerra fria, russos e americanos desenvolveram o conceito de ICBM (Intercontinental Balistic Missile – Míssil Balístico Intercontinental). Enquanto uma V2 leva algo em torno de 1 tonelada de TNT a uma distância de uns 320 km, os primeiros ICBMs podiam levar uma ogiva nuclear (equivalente a 1000 toneladas de TNT) a mais de 6000 km. Em 1957, Sergei Korolev (1906-1966) dispunha de um dos primeiros ICBM russos capazes de carregar uma ogiva nuclear até os USA. Sua denominação era R7. Na verdade, havia várias denominações e nomes código para ICBMs conforme o serviço secreto americano denominava. Assim o R7 também era chamado Semyorka, A2, Sapwood e SS-6. Era uma grande evolução em relação a V2. Enquanto a V2 possuía somente um estágio, o R7 tinha dois num arranjo característico e revolucionário: o 1º estágio era composto de 4 foguetes menores cônicos ao redor do 2º cilíndrico. Após consumirem todo o seu combustível os foguetes do 1º estágio se desprendem do corpo principal. A V2 possuía somente uma câmara de combustão. Cada um dos cinco foguetes individuais (1 cilíndrico e 4 cônicos) do O R7 tinha 4 câmaras principais e dois pequenos jatos direcionais totalizando 20 câmaras em funcionamento do momento do lançamento. Curiosamente seu desempenho como ICBM não foi dos melhores. Demorava muito abastecê-lo e lançá-lo deixando-o vulnerável a ataques durante este período. Modelos mais práticos e ágeis acabaram por compor a espinha dorsal do sistema tático nuclear soviético durante os anos 60: os R-12, R-14, UR-100 entre outros. As diferenças básicas entre um lançador de satélites e um míssil balístico são bem sutis: a trajetória escolhida (uma parábola ou uma elipse) e a carga útil (uma ogiva ou um satélite). Se o R7 não foi uma arma muito eficaz para levar destruição ao inimigo, mostrou-se uma arrasadora arma de propaganda. Essa história começa em 4 de outubro de 1957, enquanto os americanos amargavam vários insucessos com seus foguetes, um R7 partiu de um cosmódromo russo. A bordo daquele foguete subiu, no lugar da ogiva, uma esfera de alumínio de 83 Kg e 58 cm de diâmetro cheia de nitrogênio. Levava um transmissor à bateria com quatro antenas emitindo um bip-bip que revolucionou o mundo. Era o Sputnik 1, o primeiro satélite artificial. A única informação objetiva que enviava era a variação da sua temperatura interna durante os 96 minutos de cada órbita que o levava a alturas entre 228 e 900 km de altura. Durante os quatro meses que esteve em órbita, o Sputnik transmitiu uma mensagem subjetiva que sugeria superioridade e ameaça aos americanos. Foi o início da corrida espacial.

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Daquele primeiro ano da era espacial o R7 deu início a uma família, ou melhor, uma dinastia de foguetes de sucesso. Com mais um estágio sobre os dois do velho R7, o foguete Vostok levou Yuri Gagarin (1934-1968), o primeiro homem no espaço, em 12 de abril de 1961. Desde então o desenho básico do foguete não mudou muito: 4 foguetes cônicos radiais e dois cilíndricos em série. Os nomes das naves que iam na carga útil passaram a denominar o conjunto todo. A cada missão, os descendentes do R7 acumulavam novos nomes e novos sucessos a medida que as fronteiras eram cruzadas. Foram então: Luna (1ª sonda extraterrestre, 1º objeto na Lua), Vostok (tripuladas), Molniya (satélites de comunicação), Voskhod (1ª nave com 3 tripulantes) e finalmente o nome usado até hoje desde 1966, Soyuz. A família de foguetes lançadores Soyuz acumula então mais de 1670 lançamentos de sucesso com um menos de 5% de falhas. Atualmente, com a queda do regime socialista, uma empresa multinacional comercializa a sua versão mais moderna: o Soyuz-Fregat. O Fregat é uma espécie de 4º estágio ou “manobrador orbital” permitindo uma flexibilidade e alcance incomparáveis. Este módulo foi usado em várias sondas espaciais famosas. O Fregat foi a base da sonda Luna, que levou um robô a superfície lunar - o Lunakhod, e trouxe amostra de solo. Outras sondas notáveis foram a Vega e Fobos cujo módulo propulsor era um estágio Fregat. Recentemente, os satélites Cluster (europeus de aplicação científica) e os Globalstar (comunicação) foram postos em órbita por este possante sistema lançador. Não podemos deixar de falar que os foguetes Soyuz foram os lançadores da naves orbitais Soyuz T (tripuladas) e das Progress (automáticas) que mantiveram o contato com as estações orbitais MIR e ISS. Uma trajetória brilhante destes artefatos ruidosos: de armas de destruição em massa, passando por exploradores do cosmos e se tornando instrumentos de progresso tecnológico pacífico.

Referências Bibliográficas: MOURÃO, Ronaldo R. F. – Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica, 1987 – CNPq/Nova Fronteira Encyclopedia Astronautica - http://www.astronautix.com/ RussianSpaceWeb by Anatoly Zak - http://www.russianspaceweb.com/ ZAK, Anatoly – “Rockets Rus” – IEEE SPECTRUM – February, 2002.

Naelton Mendes de Araujo | Redator – Revista macroCOSMO.com [email protected] http://www.geocities.com/naelton

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COMO DESCOBRIR UMA SUPERNOVA

Michael Schwartz | Observatórios Tenagra

Introdução Talvez desconhecida por muitos amadores, existe uma nova forma de descoberta astronômica: achar supernovas. Até agora, os astrônomos amadores estiveram limitados a descoberta de cometas ocasionais e muitos grandes observadores se aplicaram a isto diligentemente. Talvez menos conhecidos sejam aqueles amadores que procuram por novas VCs (variáveis cataclísmicas) ou procuram por novas explosões nas já conhecidas VCs. Por fim, especialmente com o advento das câmeras CCD, os amadores estão fornecendo informações essenciais para o crescente banco de dados de planetas menores. Enquanto há um valor tremendo nesses estudos, a descoberta de supernovas tem vastas implicações como novos indicadores de distância que ajudará os astrônomos a determinar o destino do universo. Nunca antes os amadores estiveram hábeis a tão facilmente acrescentaram dados para as grandes questões propostas pela cosmologia teórica e observacional. As supernovas devem ajudar a determinar respostas às tais questões: onde está a massa que falta do universo? A hipótese inflacionária para o princípio do universo está correta? Há um componente repulsivo à gravidade? Por que e como, precisamente, a nossa parte do universo está se movendo para o “big crunch”? Se você deseja fazer parte da solução dessas questões então assim o faça! O que é uma Supernova (SN)? A vários níveis tal conceito é discutido entre astrônomos observacionais e teóricos. O que é certo é que supernovas são grandes explosões provenientes de uma única estrela ou de um sistema binário. As supernovas são tão claras que podem brilhar mais do que toda a galáxia em que ocorre. Superficialmente falando, existem dois grupos aos quais se classificam as supernovas. O tipo SN I, ou Nova, supostamente são originados de estrelas binárias. Uma estrela anã órbita uma maior, onde a menor acaba por “roubar” parte da matéria da companheira numa órbita muito próxima. O resultado é que a anã rouba mais matéria do que pode suportar. Uma imensa implosão ocorre com o ressalto de uma grande quantidade de energia no espaço com velocidade próxima a da luz. Mais

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precisamente, essas supernovas são conhecidas como o tipo SN Ia. O tipo SN II, ou Supernova é similar, exceto porque ganha o excesso de matéria por ter nascido de uma estrela massiva. Diferentemente da maioria das outras estrelas, os núcleos desses monstros são "usados" numa escala de tempo relativamente rápida, milhões de anos. Quando o núcleo está muito pesado e denso, a estrela repentinamente cai sobre si mesma, novamente resultando numa enorme explosão. No entanto, os dois tipos de implosões diferem-se num plano físico. O tipo supernova II libera mais energia que o tipo Ia, mas a maior parte desta na forma de uma criatura fantasmagórica, o neutrino. No tipo SN Ia a energia é liberada na de luz visível, portanto, elas são de magnitudes mais brilhantes que as do tipo II. Esse fato se torna mais importante quando discutimos como encontrar uma supernova.

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Supernova: história na velocidade da luz Mudanças no céu sempre fascinaram os astrônomos, talvez porque o céu noturno oferece aparentemente uma pequena diferença comparada ao mundo que nos rodeia. A nova e Supernova eram classificadas numa única categoria, muito diferente da aparição de cometas e relativamente das chuvas de meteoros. A mais famosa e antiga supernova observada, ocorreu em 1054 e resultou da Nebulosa do Caranguejo, M1. Muito foi escrito sobre ela por astrólogos chineses. Dadas evidências de petroglifos, ela deve ter sido registrada por índios americanos. Na Idade Média, os europeus mantiveram o olhar fixo nela a partir da Terra. A supernova de 1572 foi catalogada por Tycho Brahe e consideravelmente acrescentada ao seu renome. Similarmente, a supernova de 1604 foi estudada por Johannes Kepler. O astrônomo suíço naturalizado americano Fritz Zwicky foi o primeiro astrônomo moderno a pesquisar extensivamente as supernovas. Ele criou o termo “supernova” e até hoje mantém o recorde de descoberta delas. Ele também era conhecido como uma das pessoas mais repugnantes que já trabalhou no Palomar e não era estava abaixo de intimidar colegas. Reverendo Robert Evans, o amador pioneiro O levantamento original do céu de Palomar e o trabalho de Zwicky foram as maiores fontes de descobertas de supernovas. Houveram ocasionais descobertas feitas por astrônomos profissionais quando estudavam certas galáxias. A possibilidade de amadores descobrirem supernovas parecia não se considerada até que Dr. Robert Evans apontou seu pequeno refletor de 16" para seu objetivo em 1981. Dr. Evans mostrou que para descobrir uma supernova é necessário dois ingredientes: uma capacidade incomparável de concentração e habilidade de memorizar campos de estrelas ao redor das galáxias. Ele também pesquisou de forma inteligente. Ele notificou que não há lógica procurar algo num lugar onde não conseguirá encontrar. Estudou galáxias próximas onde ele percebeu que poderia ver supernovas com seus instrumentos. Escolhas inteligentes para galáxias alvo, é o mais importante aspecto na descoberta de supernovas, e devem ser consideradas tanto por amadores como por profissionais. Dr. Evans trabalhou quase exclusivamente da Austrália. Talvez pela baixa freqüência de seus achados (menos de 2 por ano) e pela carência de Internet para comunicação, o que não houve equivalente no hemisfério norte. Certamente um esforço conjunto de amadores de ambos hemisférios resultaria em um número muito maior de descobertas e teria substancialmente as acrescentado ao atual banco de dados de supernovas descobertas.

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O sucesso de Dr. Evans realmente dependeu de dedicação e paciência. Literalmente milhares de observações foram feitas para que se descobrisse uma supernova, e poucas pessoas estão dispostas a fazer isso. Encontrar supernovas requer apreciação da beleza dos restos nebulares. Obviamente, Dr. Evans possui essas qualidades. Aos atuais notáveis se incluem Michael Schwartz e Tim Puckett dos Estados Unidos, Mark Armstrong e Tom Boles do Reino Unido, e Aoki do Japão.

Limitando Magnitudes Como estabelecido e restabelecido, as câmeras CCD fizeram de um simples telescópio, uma categoria de instrumento de pesquisa. Entre outras notáveis qualidades elas acrescentaram duas qualidades que aumentaram enormemente as condições para se encontrar supernovas. A primeira é sensibilidade. Enquanto a magnitude visual limite do telescópio do Dr. Evans era de aproximadamente 16, um típico CCD num telescópio de 10 polegadas alcança 17 numa exposição relativamente curta. É possível cobrir muito mais galáxias fracas numa única noite, portanto aumentando as chances de encontrar uma supernova. Esses valores são, em geral, as chaves para o sucesso. Quantas galáxias você pode observar e o quão fracas você pode ver? Um historiograma de magnitudes das descobertas do Dr. Evans mostra que a grande maioria delas está entre 13.5 e 14.5. Dr. Evans sempre foi cuidadoso para tentar catalogar supernovas no seu primeiro brilho. Portanto, é seguro supor em geral que as magnitudes das descobertas do Dr. Evans são tão fracas quanto ele poderia detectar visualmente, a maioria entre 13.5 e 14.5. Por outro fim do espectro está a descoberta de magnitudes das supernovas achadas por Zwicky usando o primeiro Palomar Observatory Sky Survey (POSS) e anteriormente panoramas fotográficos. Tais panoramas ainda são os mais profundos, onde a maioria das supernovas possui magnitudes de 17 a 20. Amadores com CCDs usam telescópios com abertura entre 8” e 24”. Dados os tamanhos desses telescópios e a necessidade de cobrir a quantidade de galáxias possíveis, a maioria das descobertas é de magnitude entre 16 e 17, consideravelmente mais profundo que uma procura visual. A principal máquina profissional de busca por supernovas é a KAIT (Katzman Automated Imaging Telescope) usado pelos Drs. W. Li e A. Fillipenko da Universidade da Califórnia, Berkeley. Ele utiliza um telescópio do monte Hamilton de 30”, o lar dos Observatórios Lick. Portanto o programa KAIT é geralmente referido como LOSS (Lick Observatory Supernovae Search). A maior parte das descobertas de LOSS são de magnitudes entre 17.5 e 18.5, apreciavelmente mais escuras que as do grupo amador. Então, estas são as escolhas. Observações fotográficas profundas são caras. Para isso há um

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telescópio-robô de 30”, que usa metodologia visual e CCD. Obviamente, que o CCD é mais aproveitável, especialmente considerando a crescente concorrência, porém as descobertas visuais ainda não estão fora da questão. Dr. Evans recentemente descobriu a SN2000cj. Obviamente que o melhor e ao alcance de muitos amadores é o relativamente pequeno SCT com um sensível CCD.

Escolhendo as galáxias As galáxias precisam ser escolhidas de acordo com suas distâncias. Iniciantes na caça a supernovas, cometem um mesmo simples erro. Eles escolhem suas galáxias apenas levando em consideração seu brilho e concluem que são as mais próximas. As galáxias do catálogo NGC são seus principais alvos. Sim é correto, mas há muitas galáxias UGC e outras catalogadas que também são próximas, porém menos luminosas. O autor descobriu supernovas no catálogo NGC, IC, UGC, MCG, CGCG e em galáxias avulsas. As galáxias precisam ser escolhidas de acordo com o seu tipo. Lembre que o tipo SN Ia necessita de uma estrela anã com uma companheira. Estrelas anãs são geralmente muito velhas; portanto o tipo SN Ia pode ocorrer nas populações estelares mais velhas no bojo central de uma galáxia espiral. Similarmente elas podem ocorrer nas populações estelares de galáxias elípticas. Porém, as do tipo II são resultado de jovens estrelas massivas e de rápida rotação, portanto apenas ocorre nas galáxias onde ainda há formação de estrelas. O resultado é que galáxias espirais produzirão tanto supernovas do tipo Ia quanto do tipo II. Galáxias elípticas apenas podem produzir supernovas do tipo Ia. Se você quer aumentar as chances de encontrar uma supernova o melhor a ser feito é desprezar as galáxias elípticas. Deve-se ter em conta que a falta de poeira obscura em elípticas, torna-se as mais valiosas supernovas que podem ser achadas.

Juntando tudo Você quer descobrir uma supernova? Então preste muita atenção aos seguintes fatores: 1. Não olhe para onde você não pode achar algo. É mais importante que você saiba o limite de magnitude para o seu telescópio. Não tem lógica procurar em galáxias onde supernovas na sua capacidade de maior brilho mal possa ser vistas. Você deve fazer exposições das mesmas galáxias para determinar esse limite abaixo de muitas condições em que você trabalhará. Como mencionado acima, as chances de achar uma supernova são muito maior, caso você observe galáxias irregulares e espirais. 2. Olhe para quantas galáxias for possível. O seu sucesso depende de números. Estatisticamente falando, o número de supernovas que você pode

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descobrir é diretamente proporcional ao número de galáxias que você pode observar. Obviamente, o telescópio automatizado GOTO tem uma vantagem distinta na caça a supernovas. Alguns sistemas de software lhe permitem programar um telescópio GOTO para começar as observações ao pôr do sol e acabar ao nascer do sol e ainda dormir durante o processo. Essa é uma tremenda vantagem para aqueles que se levantam pela manhã e vão ao trabalho! 3. Suas próprias imagens são a sua melhor referência. Pode ser tentador comparar as suas imagens com recursos como RealSky ou atlas fotográficos de galáxias. Mesmo sendo benéfico, as imagens de CCD são muito diferentes das fotografias de outras fontes. Coleções de gases ardentes em galáxias, como em regiões HII, pode parecer muito mais com uma estrela uma imagem de CCD. Em todo caso, nas suas próprias imagens há verdadeiras imagens referenciais para uma possível supernova. O DSS (Digital Sky Survey) é uma vantagem valiosa para se ter certeza quando uma imagem referencial não existe. 4. Visite sites na internet ou outras fontes para observar supernovas descobertas com o seu telescópio. Como você pode saber com que parece uma supernova sem ter visto as que foram descobertas por outros? Esse é um exercício essencial e também divertido. Você também pode submeter medidas de brilho para a VSNET ou IAU. Com isso, você vai ter também a oportunidade de praticar usando programas astrométricos para medir a compensação de supernovas de suas galáxias hospedeiras assim como ter certeza que as suas medidas estão corretas. É muito fácil de se cometer erros astrométricos quando você tem a terrível combinação de cansaço e excitação. 5. Mantenha-se consciente do processo parar relatar a descoberta de uma supernova. Não há espaço nesse artigo iniciar o procedimento de reportagem de uma supernova para o IAU mas é essencial que seja apresentado no formato exato exigido e não mais nem menos informações. Você sempre pode ter ajuda de um descobridor de supernovas consagrado através da International Supernova Network. 6. Tenha um método padrão para checar suas imagens. Lembrem-se que as melhores imagens referenciais são as suas próprias. Estabeleça um método fácil para comparar uma imagem nova com a sua imagem referencial. Os métodos usados variam de um para outro, de uma simples comparação visual. Pode ser uma tarefa árdua, mas você verá a glória e a beleza das galáxias. Lembre-se de observar dentro do núcleo das galáxias! A distribuição de estrelas nas galáxias

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tende que as supernovas aconteçam geralmente perto do centro e longe das bordas. Isso significa que cada imagem de ser ressaltada para ver as regiões exteriores mais fracas e depois para o núcleo. Ambas as regiões de uma galáxia podem ser examinadas facilmente usando ajustes de brilho e contraste. 7. Não se sinta desencorajado! Mesmo que os métodos vistos nesse artigo aumentem suas chances, elas ainda são chances. As descobertas têm um pesado componente, sorte. Eu posso estar perturbado para descobrir uma supernova e achar uma que já tenha sido

descoberta. Isso não deve te atrapalhar! Isso significa que o seu método que aumenta suas chances de descoberta está funcionando! Ninguém pode desprezar o fato de você ter descoberto uma supernova só porque você não foi o primeiro! As minhas pesquisas resultam numa supernova a cada 1400 imagens ou mais. Novamente, isso é estatístico. Eu cheguei a descobrir 3 supernovas em 3 semanas. Eu também passei quatro meses sem descobrir nenhuma. Apenas acompanhe a guia deste artigo, faça um plano e vá em frente. Você achará uma supernova se seus instrumentos satisfazerem os pré-requisitos básicos.

Existem outras publicações sobre descoberta de supernovas que são muito mais profundas do que essa curta introdução. Eu convido suas perguntas para que mais e mais amadores entrem para o grupo dos caçadores de supernovas.

Michael Schwartz | Observatórios Tenagra [email protected] http://www.tenagraobservatories.com/ EUA A Revista macroCOSMO.com agradece a Michael Schwartz, pela permissão de tradução do seu artigo para a língua portuguesa. Tradução de William Fernandes.

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Sociedade Astronômica do Recife 30 ANOS DA SAR, COMEMORAÇÃO OU REFLEXÃO?

Audemário Prazeres | Sociedade Astronômica do Recife Chegamos aos 30 anos de existência. Não foram poucos os obstáculos que suplantamos ao longo desse tempo. Afinal, desenvolver educação e cultura neste país não é uma tarefa fácil, e se tratando de uma ciência pura e cara como é a Astronomia, inserida em uma região carente como é o nosso Nordeste, acreditem: As dificuldades são bem maiores. Certa feita, o Prof. Luiz Eduardo da Silva Machado, então diretor do Observatório do Valongo no Rio de Janeiro, comentou: “Aprendi que amar os céus é dever do profissional, como ao inverso, profissionalizar a contemplação estética é obrigação dos aficionados da Astronomia”. Não resta a menor dúvida que a obstinação e dedicação são expressões bastante peculiares entre os amadores que desenvolvem esta ciência no Brasil e no mundo, forjando elementos fundamentais para melhor prosseguirmos com uma Astronomia, não em níveis acadêmicos, e sim, buscando cada vez mais a popularização de um conhecimento, que ao meu ver, melhor expressa o contexto universal em que estamos inseridos. Mas, para o exercício de qualquer atividade humana dependem recursos MATERIAIS , HUMANOS e FINANCEIROS. E nas entidades astronômicas brasileiras, ou de outras áreas de interesse, há carência nos três tipos de recursos. Nas divulgações, sempre se tentou conseguir um maior número de associados, e com isto, as mensalidades pudessem gerenciar um bom programa administrativo e melhores condições das atividades astronômicas. Porém, atingir este objetivo é extremamente difícil quando não temos uma SEDE PRÓPRIA, e sim, provisória que é no Espaço Ciência, órgão da Secretaria de Ciência e Tecnologia do estado. Dessa forma, o número de membros da Sociedade é extremamente pequeno. Mas são esses que por terem a obstinação e dedicação que lhes são peculiares, mantêm viva uma das poucas (se não a única) entidade amadora atuante na Astronomia em Pernambuco. Apesar da previsão orçamentária ser bastante modesta, (às vezes bancadas do próprio bolso), não inibe o sentimento que temos de manter viva uma

importante entidade nascida do pioneirismo do Pe. Jorge Polman, o qual tive a grande satisfação de ter como mestre e amigo. A Sociedade Astronômica do Recife - S.A.R. foi fundada em 1973, e em 21 de Junho de 1974 foi registrada em cartório para usufruir dos efeitos legais na condição de pessoa jurídica. Sua criação partiu de um projeto que visava a implantação de um planetário na cidade do Recife. Seu fundador foi o Pe. Johannes Michael Antonius Polman, mais conhecido como Pe. Jorge Polman, nascido na Holanda e chegado ao Brasil em 1952, sendo que, em 1972 veio morar no Recife, onde exerceu o cargo de professor de Ciências do antigo Colégio São João situado no bairro da Várzea. Nesta sua vinda, trouxe um telescópio newtoniano de 4” (polegadas), que foi a pedra fundamental na divulgação da Astronomia em Pernambuco. O projeto intitulado “UM PLANETÁRIO PARA O RECIFE!” acabou virando uma frase bastante alardeada na década de 70 entre a mídia e a comunidade astronômica do Brasil. Em 07 de Maio de 1975, o diário Oficial do Estado publicou: “PROJETO PLANETÁRIO DO RECIFE ENTREGUE ONTEM AO GOVERNADOR”. Uma comissão esteve presente com o Governador Moura Cavalcanti, e era presidida pelo Padre Jorge Polman, e composta por professores, economistas e vários estudantes. A diretoria fundadora da S.A.R. foi eleita em uma Assembléia no 24 de Agosto de 1974, sendo composta por: Pe. Jorge Polman - Presidente; Manoel Claudino de Pontes - Vice-Presidente; José Jorge Correia - Secretário e José Vianney Mendonça com o cargo de Tesoureiro, além de outros colaboradores como os colegas do Observatório Galileu Galilei de Juiz de Fora (MG) que criou o símbolo e o slogan da campanha. Lamentavelmente o Governo de Moura Cavalcanti não transformou a brilhante idéia em uma realidade. É bem provável, que a grande enchente ocorrida no Recife em 1975, tenha vetado o desenvolvimento desse projeto. Oxalá haver um governante ou empresário que viabilize um dia termos um planetário.

Texto extraído do Jornal do Commercio e no Supernovas – Boletim Brasileiro de Astronomia em 05/06/2003 na sua edição de número 206

Audemário Prazeres | Sociedade Astronômica do Recife Atual Presidente da Sociedade Astronômica do Recife [email protected] http://www.sociedadeastrorecife.kit.net

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Quem faz a Revista macroCOSMO.com A Revista macroCOSMO.com só existe hoje, graças ao empenho e a dedicação de uma grande equipe, que apenas visa levar a astronomia a todos que despertem interesse pela mais antiga das ciências.

Hemerson Brandão | Diretor Geral e Editor Chefe Hemerson de França Santos Brandão, 20 anos, Bragança Paulista/SP. Nascido na pequena cidade de Lima Duarte/MG e criado boa parte de sua vida em São Paulo, desde pequeno apresentou inclinação para a Ciência. Aos 11 anos, observando o seu primeiro eclipse total do Sol, decidiu que a astronomia seria seu futuro. Todo conhecimento atual, só foi conquistado através do estudo livros, revistas, jornais, computadores e internet, mas fica contente em saber que ainda existe muita coisa a ser estudada.Com a falta de uma publicação científica que abordasse a astronomia, a idéia da Revista macroCOSMO.com surgiu há mais de dois anos, mas só começou implementá-la há 4 meses, através do incentivo de seu amigo Audemário Prazeres. E-mail: [email protected]

Audemário Prazeres | Revisão Audemário Inácio dos Prazeres Filho, 38 anos, Recife/PE. Atual presidente da Sociedade Astronômica do Recife, completou em 2003 20 anos no exercício da Astronomia teórica e prática em seus diversos segmentos. Exercendo a Presidência do Clube Estudantil de Astronomia entre 1985 e 1987, foi coordenador da seção de Radioastronomia onde desenvolveu o primeiro radiotelescópio com sistema interferiomêtrico do Norte e Nordeste. Em 1985 foi o Presidente-Fundador da Associação Astronômica de Pernambuco, na cidade de Carpina, onde ministrou várias aulas no Curso de iniciação em astronomia e confecção de telescópios refletores. É membro participante da Rede REA em São Paulo e na seção Solar do International Halley Watch. Desenvolve além de observação das manchas solares, o rastreamento de ondas eletromagnéticas em baixa freqüência, foguetismo e uma formulação de prateamento de espelhos para telescópios refletores. Convidado pelo Presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Sr. Sérgio Cabral, em seção solene para entrega da medalha ao mérito Pedro Ernesto ao Ex.mo. Sr. Ministro da Ciência e Tecnologia Renato Archer em 10 de Outubro de 1986. Onde se fez presente sendo o único representante do Norte, Nordeste e Centro-Oeste no segmento da Astronomia Amadora. Foi o coordenador e financiador da Primeira Equipe Amadora do Brasil a redescobrir e fotografar o cometa Halley, reconhecido pela LIADA. E-mail: [email protected]

Roberta Maia | Revisão Roberta Fernandes Maia, 19 anos. Nascida em São Caetano do Sul/SP, atualmente mora em São Bernardo do Campo e cursa o segundo ano de Letras na Universidade Metodista de São Paulo. Acompanha a astronomia há alguns anos, através do incentivo do seu pai, mas não com a freqüência que gostaria. E-mail: [email protected]

William Fernandes | Tradutor William Fernandes, 18 anos, Maceió/AL, Alagoano é astrônomo amador há dois anos, porém neste pequeno período de tempo se familiarizou com a astronomia que se tornou sua maior paixão amadoresca. Iniciou os estudos no dia 14 de junho de 2001, já com a sua primeira observação digna de registro. Como pretende forma-se em biologia, a vida fora da Terra é um dos temas mais apaixonantes e que mais fazem admirar a beleza, harmonia e complexidade do Universo. E-mail: [email protected]

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Hélio Ferrari | Redator Helio Oliveira "Gandhi" Ferrari, 32 anos, Uberlândia/MG, nasceu em Barretos/SP, apaixonou-se pela ciência aos 14 anos de idade quando participou de um evento que levava a turma da escola para o laboratório de química e física da faculdade de engenharia. O golpe de misericórdia veio com a série “Cosmos” de Carl Sagan. E-mail: [email protected]

Naelton Mendes de Araújo | Redator Naelton Mendes de Araujo, 40 anos, Rio de Janeiro,RJ. Nascido na mesma cidade e residente na Ilha do Governador, é Astrônomo formado pela UFRJ (Observatório do Valongo) em 1992. Seu projeto de fim de curso foi em Radioastronomia: "Radio Espectros Contínuos de Fontes Discretas". Trabalhou 10 anos no Museu de Astronomia e Ciências Afins no Departamento de Educação. Ministrou vários cursos de introdução à Astronomia. A mais de 8 anos coordena um grupo de discussão astronômico na Internet: a Urânia Brasil http://www.uraniabr.cjb.net/ atualmente com 400 assinantes em todo o Brasil.Atualmente é analista orbital na Supervisão de Operações Orbitais da Star One (Empresa do Grupo Embratel). Sempre esteve envolvido com ensino e divulgação de Ciências Espaciais. E-mail: [email protected]

Rosely Grégio | Redatora Rosely Gregio, nasceu na cidade de São Paulo em maio de 1954, logo se mudou para o sul de Minas Gerais onde, deitada na calçada ficava olhando para o céu na busca pelas ‘’estrelas cadentes’’. Sua curiosidade aumentou com os bip-bips do Sputinic 4, e quando ouvia falar que algum cometa brilhante estava no céu. Esse interesse cresceu ainda mais quando da missão Apollo 11. Aos 12 anos a família se muda para Mococa, onde vive até hoje. É formada em Artes e Desenho pela UNAERP e professora da Rede de Ensino do Estado de São Paulo. Como amadora procura pesquisar e divulgar a Astronomia. Atualmente participa de alguns programas de observação desenvolvida na Brasil e internacional envolvendo meteoros, cometas, a bela Luna e mais recentemente o Sol. Seus outros interesses são Astrofotografia, Geologia e ciências afins, Arqueoastronomia, Astronáutica, meteoritos e crateras de impacto. E-mail: [email protected]

Paulo Ricardo Monteiro | Redator 25 anos é arquiteto e urbanista, pós graduado em gerenciamento e execução de obras, estuda astronomia de forma amadora desde os 13 anos, é autor do site “astronomia para amadores“ www.astronomos.com.br/paulo, contribui para a Revista macroCOSMO.com, como autor de artigos sobre temas polêmicos, como grandes mitos inventados, mais conhecidos como “astrobobagens”, confrontando os autores de tais absurdos, utilizando uma visão critica dos fatos, tentando conscientizar e despertar nas pessoas o pensamento racional, não aceitando prontamente qualquer informação jogada em sites, jornais ou ate mesmo na tv. E-mail: [email protected]

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Autoria

A Revista macroCOSMO.com, a primeira revista eletrônica brasileira de astronomia, abre espaço para todos autores brasileiros, uma oportunidade de exporem seus trabalhos, publicando-os em uma de nossas edições. Instruções aos autores: 1.

Os artigos deverão possuir Título, resumo, dissertação, conclusão, notas bibliográficas e páginas na internet que abordem o assunto;

2.

Fórmulas matemáticas e conceitos acadêmicos deverão ser reduzidos ao mínimo, sendo claros e concisos em seus trabalhos;

3.

Ilustrações e gráficos deverão conter legendas e serem mencionadas as suas respectivas fontes. Pede-se que as imagens sejam enviadas nos formatos JPG ou GIF.

4.

Quanto as referências: Jornais e Revistas deverão constar número de edição e página da fonte pesquisada. Livros, pede-se o título, autor, editora, cidade, país e ano.

5.

Deverão estar escritos na língua portuguesa (Brasil), estando corrigidos ortograficamente.

6.

Os temas deverão abordar um dos ramos da Astronomia, Astronáutica ou Física. Ufologia e Astrologia não serão aceitos.

7.

Traduções de artigos só serão publicados com prévia autorização de seus autores originais.

8.

Antes do envio do seu arquivo envie uma solicitação para [email protected], fazendo uma breve explanação sobre seu artigo. Caso haja um interesse por parte de nossa redação, estaremos solicitando seu trabalho.

9.

Os artigos enviados serão analisados e se aprovados serão publicados em uma de nossas edições.

10.

O artigo estará sendo revisado, e as opiniões serão de total responsabilidade de seus idealizadores.

11.

O autor receberá um exemplar no formato PDF da revista respectiva, por e-mail ou correio convencional através de mini-cds.

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revista

macroCOSMO.com Ano I - Edição nº 1 - Dezembro de 2003

"Todas as palavras são inúteis, desde que se olha para o céu.” Cecília Meireles

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A PRIMEIRA REVISTA ELETRÔNICA BRASILEIRA EXCLUSIVA DE ASTRONOMIA

revista

macroCOSMO.com Ano I - Edição nº 2 – Janeiro de 2004

Buscando novas

FRONTEIRAS

O desenvolvimento humano e tecnológico da conquista espacial

Entrevista: Walmir Cardoso Presidente da SBEA

Plataforma Equatorial para Dobsonianos

revista macroCOSMO.com Ano I - Edição nº 2 – Janeiro de 2004

Redação

editorial

[email protected]

Diretor Editor Chefe Hemerson Brandão [email protected]

Revisão Audemário Prazeres [email protected]

Roberta Maia [email protected]

WebMaster Hemerson Brandão [email protected]

Tradutor William Fernandes [email protected]

Redatores Hélio “Gandhi” Ferrari [email protected]

Paulo Monteiro [email protected]

Rosely Grégio [email protected]

Colaboradores Audemário Prazeres [email protected]

Paulo Oshikawa [email protected]

Pedro Ré

A

pós dois anos planejando seu lançamento, a Revista macroCOSMO.com, a primeira revista eletrônica brasileira de astronomia finalmente é lançada. Brindados com uma procura muito maior do que esperávamos, a primeira edição da revista conquistou mais de mil acessos, apenas em seu mês de estréia. Elogios e mensagens de apoio foram muitos! Presente melhor que esse, a equipe da Revista macroCOSMO.com não poderia ter recebido, mas ainda pretendemos melhorar a cada edição atendendendo a sede de conhecimento científico dos astrônomos brasileiros. Até mesmo uma parceria com o Boletim Centaurus, da Fundação CEU em Brotas (SP), já está acertada. Com essa nova união, pretendemos ampliar de forma “astronômica” a difusão da mais antiga das ciências. Atrasada devido às festas de final de ano, a segunda edição da Revista macroCOSMO.com traz em seu artigo de capa, uma reflexão sobre os avanços conquistados pelo homem em sua “breve” aventura pelo espaço. Uma entrevista exclusiva com o presidente da Sociedade Brasileira para o Ensino de Astronomia, o astrônomo Walmir Cardoso, além de um tutorial de como construir uma plataforma equatorial para telescópios dobsonianos também são destaques dessa edição. Conteúdo e diagramação aprimorada é a nossa retribuição pelo carinho que todos nos receberam. Um feliz 2004 e céus limpos sem poluição luminosa para

[email protected]

Roberto Silvestre

todos.

[email protected]

Ronaldo Garcia [email protected]

Divulgação e Publicidade Lílian Luccas [email protected]

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Hemerson Brandão Editor Chefe | Revista macroCOSMO [email protected]

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004

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sumário

macroLEITORES

5 OPINIÃO | A Lua volta ao alvo 6

ENTREVISTA | Walmir Thomazzi Cardoso

11 ASTRONÁUTICA | Buscando novas fronteiras 18 EFEMÉRIDES | Janeiro de 2004 43 MITOS CIENTÍFICOS | De volta às trevas 48 ASTROFOTOGRAFIA | Fotografando o Universo – Parte II 53 OFICINA | Plataforma Equatorial para Dobsonianos 71 PALESTRA | A astronomia e seu começo 75 GUIA DIGITAL | Mapas Celestes 79 AUTORIA

Capa: Concepção artística de uma missão exploratória na superfície do planeta Marte. Cortesia da NASA/JPL © É permitida a reprodução total ou parcial desta revista desde que citando sua fonte, para uso pessoal sem fins lucrativos, sempre que solicitando uma prévia autorização à redação da Revista macroCOSMO.com. A Revista macroCOSMO.com não se responsabiliza pelas opiniões vertidas pelos nossos colaboradores. Versão distribuída gratuitamente na versão PDF em http://www.revistamacrocosmo.com revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004

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macroLEITORES

Enquanto

a astronáutica brasileira viveu em 2003 o indesejável tempo em que "A Bruxa está solta" (Alcântara/MA), acho que a Astronomia Brasileira deu um grande salto este ano, principalmente através da iniciativa e da ajuda dos amadores, além da sempre sólida competência dos profissionais. A proeza de Daminelli com a monstruosa estrela Eta Carinae, a transmissão pelo rádio de Sobral (CE) e Ouro Preto (MG) do eclipse de novembro, para vários municípios de seus respectivos Estados, atitude esta pioneira e que será repetida muitas e muitas vezes, e agora o "serviço de parto" de duas revistas brasileiras de astronomia coloca o ano de 2003 na condição de "se tentar melhorar estraga"

Ano I – Edição nº 01 – Dezembro de 2003

Saulo M. Filho, Sobral (CE)

ERRATA

A revista está realmente supimpa, um filet mignon para os amantes da astronomia! Gostei muito da qualidade do texto, do enfoque dos assuntos e da linguagem com que foram expostos. Olha, o Brasil estava precisando mesmo de uma publicação destas... E ainda precisa de muito mais, não e mesmo?! Pois, é, tenho consciência que faço parte da próxima geração da astronomia amadora e quero contribuir muito para seu desenvolvimento no Brasil. Por isso, essa revista veio como um jato propulsor para estimular meus planos. Muito obrigado por esse belíssimo presente! Lima Ivan, Londrina (PR)

Na pagina 2 (Edição nº 1 – Ano I), na lista de redatores da revista, o sobrenome correto, seria Hélio Ferrari e não Hélio Ferreira como foi publicado. Na página 22 (Edição nº 1 – Ano I), o verdadeiro e-mail do autor Roberto Silvestre seria: [email protected]

Na pagina 27 (Edição nº 1 – Ano I) O correto seria: Segunda-feira, 22 de Dezembro : O solstício de Inverno para o Hemisfério Norte começa às 07:04 TU. Para o Hemisfério Sul é o Solstício de Verão. Nesse momento o Sol passa pelo Trópico de Capricórnio e NÃO pelo Equador da Terra dirigindo-se para o Hemisfério Austral

Entre em contato com a Revista macroCOSMO.com: [email protected] Inclua nome endereço e telefone. Os e-mails poderão ser editados para publicação.

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revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004

OPINIÃO

A LUA VOLTA AO ALVO Hemerson Brandão | Revista macroCOSMO.com

Com

o sucesso do programa espacial Chinês, uma nova corrida espacial surge. Autoridades chinesas e indianas se tornam rivais na busca pelo espaço e lançam o desafio de qual nação chegará primeiro na Lua. Durante a década de 60 e 70, em meio à Guerra Fria, os Estados Unidos e a então União Soviética disputavam a soberania do espaço. Durante boa parte do que ficou conhecida como “corrida espacial”, os Soviéticos mantiveram-se pioneiros, como a colocação em órbita do primeiro satélite artificial, o primeiro ser vivo e o primeiro homem no espaço. Também foram os primeiros a fotografar o lado oculto da Lua e a pousar um veículo explorador em sua superfície. Só não foram os primeiros a alcançar a Lua com uma missão tripulada, pois estavam interessados na implantação de estações espaciais orbitais, deixando o caminho livre para os americanos. Abandonada desde 1972, a Lua foi visitada por 12 astronautas em seis missões do Programa Apollo. Como a conquista da Lua era apenas um objetivo político, os americanos não concordavam em manter um programa tão caro, em prol da pesquisa científica.. Com o anúncio dos interesses da China em alcançar a Lua ainda nessa década, através de sondas espaciais, os Estados Unidos já estão organizando uma força tarefa para que a NASA chegue antes da nação oriental e estabelecer a tão esperada base selenita, iniciando assim a colonização da Lua.

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004

O novo plano espacial americano para 2004 poderia catapultar a baixa popularidade do presidente George W. Bush nas futuras eleições presidenciais. Não me espantaria se a Rússia entrasse também na competição, assim como a ESA da Europa e a NASDA do Japão. A União Européia mantém o projeto de um novo ônibus espacial conhecido como Hermes, mas continua engavetado ha duas décadas. O Japão testa seu foguete lançador para futuras missões tripuladas. A China pretende colocar um sonda em órbita da Lua até 2006 e uma missão tripulada até 2020. A Índia, mais modesta, marcou para 2008 o envio de sondas lunares. Particularmente acredito que uma segunda corrida espacial não poderia chegar em melhor hora. Com o acidente do ônibus espacial Columbia, no início do ano passado e os cortes no orçamento do Programa Espacial Russo, isso só vêm propulsionar a conquista do espaço. É claro que isso só deve ocorrer através da cautela, para que não ocorra o mesmo com os astronautas da primeira disputa espacial, morrendo em acidentes que poderiam ter sido evitados, na busca única pela vanguarda espacial. Uma cooperação internacional seria mais lucrativa econômica e cientificamente, mas como esse povo só pensa em rivalidade, eles que são estrangeiros que se entendam! ∞

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ENTREVISTA

ERA UMA VEZ, HÁ MUITO TEMPO ATRÁS E...

Foi desta maneira que o físico e astrônomo Walmir Thomazzi Cardoso cativou o público que estava presente na abertura da 1ª Semana Cientifica Cultural do Curso de Pedagogia: Gestão e Tecnologia Educacional da Uniminas em Uberlândia (MG). Walmir Cardoso é um grande difusor da ciência em nosso país, de uma maneira extremamente cativante ao apresentar o céu, através dos mitos que fazem parte da cultura dos povos. Foi com uma enorme simpatia que o professor, numa tarde chuvosa, concedeu esta entrevista exclusiva para Hélio “Gandhi” Ferrari, redator da Revista macroCOSMO.com, onde fala sobre seus projetos e suas opiniões sobre ciência e tecnologia. macroCOSMO.com: Boa tarde prof. Walmir Walmir: Tudo bom, Gandhi? macroCOSMO.com:

Gostaria de fazer algumas perguntas. Sobre essa iniciativa nova que estamos realizando com a Revista macroCOSMO.com, nos lançando na divulgação cientifica, o que o Sr. acha hoje da questão da difusão cientifica no Brasil e no Mundo?

Walmir: Bom, em primeiro lugar gostaria de agradecer bastante a possibilidade de falar para a macroCOSMO.com. É uma iniciativa excelente, como todas as iniciativas ligadas à divulgação e a difusão cientifica são. Eu penso que de uns 15 anos para cá o que aconteceu no Brasil e isso e um fenômeno mundial, a ciência esta saindo de dentro da academia. Antigamente a ciência era uma coisa só praticada dentro da academia e a divulgação cientifica era chamada, principalmente aqui no Brasil de "vulgarização cientifica". Essa palavra "vulgarização" estava associada a um termo francês cujo significado na Franca é divulgação. Eu não gosto nem da palavra vulgarização nem de divulgação, porque tanto

Walmir Thomazzi Cardoso

uma como outra tem o sentido de "tornar conhecido para o vulgo" ou seja, aquele que não tem conhecimento nenhum da ciência. Isso não é bem verdade. As pessoas têm um conhecimento sobre ciência que pode não ser um conhecimento perfeito e formal, mas é um conhecimento científico. Eu gosto muito da palavra difusão, eu sempre uso essa palavra, porque difusão e uma força que vai do meio mais concentrado para o menos concentrado. Então eu acho mais interessante ter uma concentração de trabalhos e conhecimentos que estão sendo desenvolvidos num lugar e isso começa a se espalhar para outros lugares onde não há tanta concentração. E isso que eu penso que tenha acontecidos nestes últimos anos.

macroCOSMO.com: Talvez por influência desta nova mídia que é a Internet ou tem aumentado a literatura na área? Walmir: A Internet ajudou bastante, mas eu acho que houve iniciativas aqui no Brasil, particularmente que foram muito positivas. Por exemplo: começaram a ser publicados livros sobre astronomia, a difusão cientifica e isso daí

‘As pessoas têm um conhecimento sobre ciência, que pode não ser um conhecimento perfeito e formal mas é um conhecimento científico!’ 6

revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004

ENTREVISTA

começou a ajudar bastante. Outra coisa, sem sombra de duvida, é a possibilidade de ir para os meios de comunicação: rádio, televisão, etc. Neste sentido eu tive uma sorte imensa porque eu fiz uma serie de programas de astronomia e realmente, acho que foi um marco importante para abrir possibilidades para outras pessoas. O prof. Mourão no Rio de Janeiro publicou mais de 60 livros voltados para a difusão cientifica..

macroCOSMO.com: O anuário dele é um best-seller... Walmir: O anuário é vendido a rodo e é claro a Internet é um meio de comunicação bastante democrático, contanto que você tenha acesso a ela. Ainda não e um meio que chega a todo o Brasil, mas ao poucos ela vai chegando. macroCOSMO.com: o Sr. acredita que as sociedades têm contribuído para isso? Por exemplo, há uma organização de vários segmentos da ciência, cada uma se agrupando em torno de seu nicho, vamos assim dizer. Temos as sociedades brasileiras de física, a sociedade brasileira de a sociedade brasileira de astronomia, a sociedade brasileira de ensino de astronomia, da qual o Sr. é o presidente, os grupos de pesquisa de ensino de química, o GREF entre outros... Walmir: Sim, mas este é um fenômeno curioso. Os pesquisadores há muito tempo eles não tinham o menor interesse de fazer divulgação e nem difusão do seu conhecimento. Isso acontecia por dois motivos essencialmente: não havia investimentos na área e portanto eles não tinham muito interesse em fazer e segundo havia um mito que ainda existe dentro da universidade de que se o professor se dedica a fazer difusão ele não vai fazer pesquisa, então se ele esta com tempo livre para fazer divulgação ou difusão cientifica isso significa que ele esta publicando menos, ou seja, ele tem uma produção cientifica menor. Esse mito foi quebrado por vários pesquisadores que fazem pesquisa serias, profundas em suas áreas de conhecimento e fazem difusão como é o caso do prof. Roberto Boscko, em São Paulo. Uma outra coisa foi que começaram a aparecer os investimentos em educação e em difusão cientifica. Começaram a aparecer linhas de créditos governamentais para a criação de museus de ciências de centros de difusão

cientifica etc. e aí os pesquisadores começaram a se interessar, porque havia recursos.

macroCOSMO.com:

Falando sobre a questão da ciência nas escolas, como você qualifica o ensino de ciências nas escolas de ensino fundamental e médio?

Walmir: Isso varia muito de lugar para lugar e de escola para escola. Eu tenho andado bastante o Brasil e tenho ido a muitas escolas. Hoje em dia em faço uma consultoria para UNESCO, para o Ministério da Educação e da Cultura e acho que tem uma coisa que me chama muito a atenção. Quando os professores são bem formados e quando os professores têm interesse em fazerem difusão cientifica e ensinar ciências aos estudantes, obviamente começam a se interessar. Então não é a escola, não são as condições. Eu fui para o meio do sertão do Xique-Xique e encontrei um professor fazendo experimentos bárbaros, básicos da área cientifica, com astronomia, usando conhecimento astronômico. Então não se trata claramente de recurso econômicos, é claro que ajuda, mas de capacitação e formação de professores. Então hoje, se eu tivesse no bolso 1 real para investir, investira 98 centavos na capacitação e o resto em outras coisas...

‘A ciência precisa deixar de ser chata!’

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macroCOSMO.com: Então como venceríamos o fantasma do chamado "analfabetismo cientifico"? Uma dentre outras formas de analfabetismo que temos como o analfabetismo digital, o analfabetismo funcional... Walmir: A ciência precisa deixar de ser chata. As pessoas falam da ciência de uma maneira difícil, porque isso valoriza a imagem delas. Valoriza a imagem do conhecimento que elas detém e isso é um problema, porque vias de regra, as pessoas utilizam conceitos mais complicados, como se elas estivessem se aproximando mais do rigor, mas muitas das vezes quando você vai analisar rigorosamente um conceito, você verá que ele esta par e par de outras aproximações que são feitas muitos próximas do senso comum. Eu diria que a gente tem que aproveitar o conhecimento que as pessoas tem. Esse "analfabetismo" ele tem que ser bem pensado entre aspas porque não

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ENTREVISTA

macroCOSMO.com: Na sua opinião qual a

macroCOSMO.com: Não sabem achar o

importância da gente ter cientistas formados no Brasil.

cruzeiro do sul...

Walmir: Exatamente.Também é analfabetismo. Então são pesquisadores hiperespecializados, mas são analfabetos nas bases do conhecimento cientifico. Então como que essa pessoas vão poder dizer que o que uma pessoa comum, que não se dedica à pesquisa cientifica, deve saber minimamente de ciência? Eu acho que isso é uma discussão que esta sendo feita e vai continuar sendo feita. Acho que a gente deve falar sobretudo de uma maneira simples utilizando os conhecimentos que as pessoas tem. Eu já falei, como a palestra que eu vou dar esta noite em Uberlândia, já fiz para assentados do movimento dos sem-terra em Uberaba (MG) que vieram lá do Paranapanema para assistirem uma palestra e um curso. Tudo bem, mas era uma palestra para pessoas que não tinham realmente um conhecimento cientifico formal, mas elas tinham um conhecimento cientifico. Elas eram alfabetizadas, mas elas eram alfabetizadas numa língua que nos não conhecíamos. Como eu acho que o pesquisador, por ele ter uma melhor mobilidade lingüística e cultural, ele tem que quase por obrigação de falar varias línguas, varias linguagens. Ele precisa aprender a linguagem destas pessoas para poder se comunicar com elas. macroCOSMO.com: Poderíamos dizer que ele precisa dar significado para essas pessoas. Walmir: Exatamente. macroCOSMO.com: Não adianta falar em quantização da matéria se...

Walmir: Eu gosto muito do Paulo Freire que vocês seguem diretamente aqui, exatamente por essa posição freirista, em não tentar entortar o conhecimento de uma pessoa para ela se transformar numa outra pessoa. Valorizar o conhecimento que ela tem é associar mais conhecimento ainda, mostrando que o conhecimento é uma grande aventura. Isso é uma coisa importante para gente, mostrar que o conhecimento humano é uma grande

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maravilha, uma espetacular aventura, como se fosse um belíssimo livro de ficção que você lê e vai se apaixonando pelos personagens dele.

é só calculando a posição do planeta que a pessoa sabe astronomia. Eu conheço inúmeros bons, excelentes pesquisadores que estudam a galáxia NGC alguma coisa e não sabem achar a direção..

Walmir: Eu acho assim... o Brasil e um país que produz modestamente ciência, mas recentemente... macroCOSMO.com: O Feynmann na década de 50 ou 60 disse que não fazíamos nada de ciência. Walmir: Para ser bondoso eu vou dizer que somos modestos. Bondoso porque o Brasil tem ilhas de observação, de trabalhos, de produção cientifica, ilhas de excelência como eles chamam que são extraordinárias, que fazem trabalhos de ponta, mas são ilhas. O restante do território não esta imerso dentro desta produção. Eu sempre penso assim, tem melhorado porque quando eu comecei a trabalhar com divulgação ou difusão cientifica, quando comecei a trabalhar com ensino de astronomia, as pessoas diziam para mim "você vai morrer de fome" , " você não deve seguir este caminho" etc. Olha, muitas dessas pessoas hoje estão desempregadas atualmente...

macroCOSMO.com: O Sagan (Carl) foi crucificado em seu próprio meio por causa disso. Walmir:

No caso dele, principalmente por causa desta tensão entre a chamada pesquisa cientifica e o trabalho amador, que é um outro ponto que eu sempre brigo muito. Eu sou um pouco brigão com os pesquisadores porque eles usam a palavra “amador”. A palavra amador, ela tem uma conotação pejorativa muitas vezes. Eu sei que muitos pesquisadores não usam esta palavra com esta conotação, mas amador é aquele que faz um trabalho amadorístico e não aquele que ama. Eu penso que amadores deviam ser todos, quer dizer pesquisadores, pessoas que trabalham com difusão, pessoas que são "analfabetas cientificamente" mas que gostam de ciência e querem aprender. Todos são amadores mas a gente estava falando sobre os pesquisadores formados no país... É claro que é importante formar gente capaz, não tenha duvida , mas

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ENTREVISTA

‘O Brasil precisa continuar a investir na criação e manutenção de astronautas brasileiros’ também é importante sair daqui para ir a outros lugares, aprender e voltar para cá e aqui eventualmente encontrar as condições que hoje em dia não existem. Cansei de ver isso, desde que eu era estudante até virar professor universitário e pesquisador. Você olha e vê excelentes cabeças sendo formadas no Brasil e sendo enviadas para países centrais que investem em ciência e tecnologia e o Brasil fica sem essas cabeças e sem possibilidade de continuidade de projetos que estão em andamento. Acho isso triste, acho importante que se forme. Sou favorável à mestiçagem, a todas as mestiçagens, principalmente a mestiçagem cultural, porque ela permite que você possa independente de cruzar seu gene, cruzar as culturas, então isso permite que você tenha uma idéia planetária, o que acho que essa é a grande contribuição do ensino da astronomia, a idéia de que a gente vive num planeta. É a consciência de que esse planeta é único, que esse planeta não pode ser destruído e de que mesmo que fique tudo escuro muitas vezes, é importante que fique escuro para que possamos ver as estrelas... Uma das grandes iniciativas que o Brasil precisa continuar investindo é na criação e manutenção de astronautas. A gente tem um astronauta hoje que o Marcos Cesar Pontes, alias quero falar uma coisa muito legal pra macroCOSMO: Eu e o Marcos estamos produzindo uma série de 28 programas de televisão. Um astrônomo e um astronauta juntos Ele tem ficado muito tempo em Houston, mas quando ele vem para o Brasil, nós nos encontramos e agora estamos numa etapa de captação de recursos. É uma etapa difícil, porque os textos básicos os roteiros, já estão sendo produzidos rapidamente e espero que daqui uns 3 ou 4 meses estejamos colocando o primeiro programa no ar. A produção é da Larutia, uma empresa de produção cinematográfica e vídeo em São Paulo, mas ela certamente vai ser uma co-produção. A gente esta tentando envolver o Senado essencialmente por causa da captação de recursos, a UNESCO e a iniciativa privada, Petrobras, Embraer...essas empresas .

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Sem falar no grande prazer de trabalhar com o Marcos , que e uma figura extraordinária, e um cara inteligentíssimo. O Brasil fez uma escolha fora de serie. Realmente penso que as pessoas devam se manifestar para que o astronauta brasileiro seja mantido na NASA e para que continue no projeto da estação espacial internacional.

macroCOSMO.com: Por falar em iniciativas, o Audemário Prazeres, lá de Recife, pergunta como fazer para captar recursos para projetos educacionais que Sociedade Astronômica do Recife esta desenvolvendo?

Walmir: Audemário um grande abraço a você, que também é um dos grandes batalhadores da astronomia no Brasil. Eu diria o seguinte, a SBEA também tem os mesmos professores que você. Eu tento me aproximar das secretarias estaduais e municipais de educação. Existem algumas linhas de crédito que estão ligadas com as Secretarias Estaduais e com Secretarias de Ensino Médio e Tecnológico e a Secretaria de Ensino Distancia no MEC. Eu diria para o Audemário que em primeiro lugar, ele tem que produzir parte do projeto. A primeira parte vai ser mesmo com amor, a combustível individual e depois disso você documenta muito bem esse material. Fotos, depoimentos, teste com professores, alunos, vídeos... juntar essa documentação enviar para a Secretaria de Ensino Médio e Tecnológico do MEC , Secretaria do Ensino Fundamental e Secretarias Estaduais mostrando qual o trabalho que você esta fazendo e tentando estabelecer uma parceria. É assim que esta gente esta tentando sobreviver nestes tempos difíceis. macroCOSMO.com: Para gente encerrar, uma mensagem final para esta nossa iniciativa que estamos realizando com a macroCOSMO.com. Walmir: Eu já disse a iniciativa é maravilhosa. Eu acho que as dificuldades que a gente tem são muito grandes, nós somos realmente um bando de pessoas sonhadoras que acreditam

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ENTREVISTA

muito naquilo que fazem. Acreditamos na transformação que estão operando no mundo, mas se não fossem essas pessoas hoje em dia um número maior de pessoas no Brasil não saberiam ou saberiam menos sobre ciência. Acho que todas as iniciativas que puderem ser feitas no sentido de difundir e no sentido de fazerem as pessoas aprenderem não somente astronomia, mas sobre a ciência de um modo geral. Todas essas iniciativas são excelentes, são maravilhosas, então a iniciativa desta revista eletrônica é uma iniciativa que eu considero que se existissem pelo menos umas seis ou sete revistas como essa, coisa que espero que existam em pouco tempo, a gente vai aos pouquinhos chegando nas pessoas. Quanto mais programas de rádio, televisão puderem ter, mais eventos astronômicos que pudermos colocar telescópios na rua e mostrar para as pessoas, é melhor, porque a gente não sabe, é um efeito caótico. A gente mudando um pequeno grãozinho aqui, poderá causar um efeito extraordinário.

É sempre muito difícil, não desistam, parabéns, parabéns mesmo pela iniciativa e muito obrigado pela oportunidade de inaugurala com vocês. Estamos aí sempre que vocês quiserem e o endereço da SBEA – Sociedade Brasileira para o Ensino da Astronomia: www.sbeastro.org. Entrem lá, escrevam, contribuam. Muito obrigado! macroCOSMO.com: Walmir. ∞

Muito obrigado prof.

Página da SBEA

Gandhi Ferrari é engenheiro eletricista, especialista em Física e em Educação para a Ciência. Atualmente é professor de Tecnologias de Informação e Comunicação no curso de Pedagogia: Gestão e Tecnologia Educacional em Uberlândia/MG e redator da Revista macroCOSMO.com. E-mail: [email protected]

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ASTRONÁUTICA

Buscando Novas

FRONTEIRAS O DESENVOLVIMENTO HUMANO E TECNOLÓGICO DA CONQUISTA DO ESPAÇO

Ronaldo Garcia | Boletim Centaurus

O céu profundo e escuro sempre fascinou o homem desde a Antigüidade. À medida que a História do homem avançava com a sua tecnologia, foi ficando cada vez mais claro que descobrir o que nos rodeava era apenas uma questão de tempo. Somam-se a isso, as antigas disputas territoriais, que de uma maneira ou de outra, sempre contribuíram para o progresso de uma nação em relação às outras. Pensava-se antes que, quem dominasse os mares dominaria a Terra; depois quem dominasse os ares, conquistaria também a Terra. De modo que, inevitavelmente...

© NASA

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ASTRONÁUTICA

Concepção artística do primeiro encontro entre a nave americana Apollo, com a russa Soyuz

Depois que o homem pisou na superfície da Lua pela primeira vez, em 20 de Julho de 1969, o céu acabou ficando pequeno. Nunca antes o ser humano tinha ido tão longe de casa quanto nesse dia. Realmente, um grande passo para a humanidade foi dado nessa época. A partir daquele momento, a raça humana entrou para o clube - que nem sequer sabemos se existe - das raças interplanetárias. Finalmente, saímos do nosso berço. Mas ir para a Lua não é nada. O nosso Sistema Solar compreende nove planetas, centenas de luas, cometas e milhares de asteróides, o que nos impõe mais um delicado problema: para onde ir agora? Marte tornou-se o que é chamado no jargão astronáutico de "o próximo passo lógico" e não poderia deixar de sê-lo. Vênus é o planeta mais próximo da Terra, mas as condições que reinam na sua superfície são totalmente desagradáveis. Já Marte, o segundo planeta mais próximo de nós, tem uma série de condições - atmosféricas principalmente - que parecem até convidativas. Mas, para ir a Marte, seria necessário um outro desenvolvimento tecnológico e, pela primeira vez, um desenvolvimento humano no espaço como não tinha acontecido até então. Na época das naves Apollo que foram para a Lua, o espaço interno das naves era muito pequeno e apertado para que os astronautas pudessem desenvolver qualquer tipo de pesquisa ou mesmo ter um certo conforto. Mesmo antes, com as naves norteamericanas Mercury e Gemini e as soviéticas Vostok e Voskhod, as dependências não eram agradáveis: eram apenas cubículos onde os astronautas ficavam durante praticamente todo o vôo. A viagem para a Lua, incluindo ir, ficar e

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voltar demora, em média uma semana, dependendo do tempo de permanência na superfície da Lua. Já uma viagem a Marte é algo muito mais complexo. A viagem de ida demora em torno de seis meses, mais um ano e meio na superfície e mais seis meses para voltar. Total: dois anos e meio! Até o começo da década de 70, ninguém tinha ficado mais que 14 dias no espaço, façanha realizada pelos astronautas Jim Lovell - que voaria depois na famosa Apollo 13 - e Frank Borman, numa das naves da série Gemini. Depois que os soviéticos "perderam" a corrida para a Lua, algumas "línguas" disseram que eles agora queriam ir a Marte e sabiam que não seria fácil. Tal afirmação nunca chegou a ser totalmente confirmada, mas o fato é que os soviéticos, em abril de 1971, lançaram a primeira estação espacial em órbita da Terra, a Salyut 1, tripulada por Dobrovolski, Volkov e Patsayev, permanecendo em órbita por 22 dias. A Salyut 1 era um cilindro com 15,8 metros de comprimento por 4,15 metros de largura e dentro havia um tocador de fitas cassete, uma "mesa" para refeições, uma pequena biblioteca com alguns livros e, pela primeira vez, os cosmonautas - como são até hoje chamados os "astronautas" russos podiam dormir em pé! Parece estranho "dormir em pé", mas o fato era que havia um lugar reservado para as "camas" e estas eram presas às paredes da estação. Como no espaço nem é possível definir "em cima" ou "em baixo", não importa o jeito que você durma! Infelizmente, depois de 22 dias no

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ASTRONÁUTICA

espaço a tripulação da Salyut 1 morreu durante a descida, devido a uma falha na pressurização da nave que os traria de volta. A Salyut 1 caiu, o que estava totalmente previsto e sem ninguém a bordo, no dia 11 de outubro de 1971, permanecendo seis meses no espaço. Existiram várias estações Salyut. Descontando as que falharam no lançamento As Salyuts 6 e 7 eram a segunda geração de estações espaciais. As primeiras versões da Salyuts tinham apenas uma porta de docagem, ou seja, para entrar e sair da estação, só por um lado. Já com a 6 e 7 existiam duas portas, possibilitando que duas tripulações visitassem a estação ao mesmo tempo e com naves diferentes. Para ter uma idéia da evolução desse novo tipo de artefato espacial, a Salyut 7 subiu em abril de 1982 e foi desativada em junho de 1986. Nesses quatro anos de uso, muitas experiências médicas, astronômicas, físicas e químicas foram realizadas. A Salyut 7 caiu em fevereiro de 1991 e alguns pedaços foram encontrados na Argentina. Os norte-americanos também investiram numa estação espacial na década de 70. O Skylab, a primeira e única estação espacial norte-americana até o momento, era, na verdade, o terceiro estágio do poderoso foguete Saturno V, que havia levado os homens à Lua anos antes. O Skylab subiu em maio de 1973 e contou com três tripulações diferentes em quase um ano de atividades. A última tripulação deixou o Skylab em fevereiro de 1974 e ficaram lá em cima por 84 dias. Durante esse período muitas experiências foram realizadas, como observações do Sol e do cometa Kohoutek - que passava na época pesquisas de recursos naturais terrestres e dezenas de experiências médicas. Caiu em julho de 1979 e sua queda foi a mais comentada e coberta pela mídia em todo o mundo. Vários pedaços foram encontrados no deserto da Austrália.

Estação espacial Skylab extremamente elevado - orçado hoje em 250 bilhões de dólares - seria interessante "começar devagar". Primeiro fator a ser mudado: ter uma nave que fosse capaz de ir ao espaço sem ter que se construir outra nave a cada missão. Nasceu, então, o programa Space Shuttle - conhecido como Ônibus Espacial - que consistia num veículo que podia ir ao espaço, voltar a Terra, ir ao espaço novamente, voltar para a Terra... O primeiro vôo desse novo conceito de nave espacial ocorreu em 12 abril de 1981 com o veículo Columbia, tripulado pelo comandante John W. Young - que já tinha voado no projeto Gemini e nas Apollo 10 e 16 - e pelo piloto Robert Crippen, na época ainda novato. Pois bem, no dia 12 de abril de 2001, foi comemorado os 20 anos de um veículo que trouxe grandes mudanças nos vôos espaciais tripulados.

Enquanto a antiga União Soviética insistia no seu programa de estações espaciais, os Estados Unidos resolveram construir um veículo mais ambicioso. Como o preço para uma viagem ao planeta Marte era

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ASTRONÁUTICA

Mas qual é a missão principal do ônibus espacial? Para que ele foi construído? Para ir a Marte? Com certeza, não. A missão principal era construir e realizar manutenções periódicas e dar apoio logístico à estação espacial. Mas qual estação espacial? Qualquer uma. A idéia era que o ônibus seria o veículo de ligação permanente entre a Terra e o espaço. Apesar das enormes perdas dos veículos Challenger (1986) e do Columbia (2003) e suas tripulações, os sucessos dos ônibus espaciais ainda continuam. Depois dos sucessos dos primeiros anos de operação dos ônibus espaciais, decidiu-se construir a estação espacial norteamericana Freedom, que não chegou a sair do papel devido aos custos literalmente astronômicos. Sem uma estação espacial, os três ônibus espaciais restantes - Discovery, Atlantis e Endeavour - permanecem sem realizar a sua principal missão, aquela para a qual eles foram criados e desenvolvidos. Dessa maneira, os ônibus espaciais continuaram sendo apenas um veiculo com viagens espaciais rotineiras. Dentro do desenvolvimento humano no espaço, em fevereiro de 1984 pela primeira vez um ser humano se viu livre de qualquer ligação com a nave que o trouxera ao espaço. Bruce McCandless foi o primeiro astronauta a flutuar solto no espaço, sem o "cordão umbilical" com o ônibus espacial. Para se locomover no espaço, McCandless estava acoplado a uma "mochila" conhecida como Unidade Tripulada de Manobras (MMU) e, através de jatos de gás, no caso o nitrogênio, foi possível "caminhar no espaço" sem problemas. McCandless se tornou o "primeiro satélite humano" da História!

Ônibus Espacial Americano Chalenger

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Os ônibus espaciais levaram os europeus para o espaço através do Spacelab, um cilindro que cabia no compartimento de carga do ônibus espacial, desenvolvido pela Agência Espacial Européia (ESA) para demonstrar a capacidade de se conduzir pesquisas num ambiente tão adverso quanto o espaço. No Spacelab foram feitas pesquisas em Astronomia, Física, observações da Terra,

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ASTRONÁUTICA

biologia, Ciência dos Materiais, Física da Atmosfera e tecnologias, ampliando, assim, o desenvolvimento humano no espaço. Os ônibus espaciais levaram e consertaram o Telescópio Espacial Hubble, lançaram várias sondas interplanetárias como a Magalhães (para Vênus) e a Galileo (para Júpiter), o Telescópio Chandra, lançaram e consertaram em órbita vários satélites, sem contar as centenas de horas de Atividades Extra-Veiculares (EVA), quando os astronautas saem da nave para "passear no espaço". Pesquisas científicas nas diversas áreas do conhecimento humano foram realizadas, inclusive uma para o Brasil, levada a cabo em 1997. Levaram para o espaço animais abelhas, aranhas, galinhas, entre outros, embora os soviéticos também já tinham feito isso antes dos norte-americanos, só que em naves mais modestas e com objetivos diferentes - pesquisaram a conduta do corpo humano, tanto física como psicologicamente, dormiram em pé ou alojados no teto do veículo, "brincaram" no ambiente sem gravidade e trabalharam muito. Os astronautas dizem que

não existe pôr-do-sol mais maravilhoso que o visto do espaço... Deve ser mesmo! Enquanto isso, do outro lado do mundo, a então União Soviética, no mesmo ano em que o Challenger explodiu, lançou o primeiro módulo da estação espacial Mir, a primeira estação permanente. Lançada em 19 de fevereiro de 1986. Foi completada pelos russos em 1996, com o lançamento do último módulo, o Priroda. A Mir era uma estação espacial totalmente independente e autosuficiente. A água, o ar e os sistemas de temperatura e de pressão eram providos e mantidos por ela mesma. Vale dizer que a comida e várias peças de manutenção eram enviadas da Terra por meio de veículos não tripulados conhecidos com o nome de Progress. A diferença básica entre as estações Salyut, o Skylab e a Mir era que esta última podia se sustentar no espaço. A Mir tinha dois motores principais que, com o passar do tempo, faziam a correção na órbita para que a estação não caísse. Isso justifica o termo "permanente" usado acima. O tempo de vida útil previsto para a Mir era de nove anos - no

Estação Espacial MIR revista macroCOSMO.com | Janeiro 2004

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máximo 10 - no espaço. No entanto, ela permaneceu em órbita por quinze anos e nesse tempo todo foram realizadas mais de vinte mil experiências científicas para vários países. Ela foi visitada diversas vezes pelo ônibus espacial norte-americano entre 1995 e 1997 num ensaio geral da construção da Estação Espacial Internacional. A Mir já abrigou, além dos russos, um jornalista japonês, um astronauta muçulmano, além de franceses, italianos e norte-americanos. Depois da queda do Império Soviético, ocorrida entre os anos de 1989 a 1991, o espaço ficou mais democrático... Se a intenção era treinar longos períodos de permanência humana no espaço para uma viagem a Marte, a Mir detém todos os recordes até hoje. Já houve missões que ficaram 141 dias no espaço, 176, 186, 191, 366 e assim por diante... A antiga União Soviética também tinha o seu "ônibus espacial". Não comentar sobre ele não seria justo. O Buran (Nevasca, em russo) teve o seu projeto iniciado em 1976, numa clara resposta ao mesmo programa americano. O seu primeiro e único vôo aconteceu em 1988 e foi totalmente automático, sem tripulantes. Esse vôo durou apenas uma órbita, aproximadamente uma hora e meia. Tal vôo foi curto devido à capacidade de memória dos computadores do Buran. Neles tinham que ser programados o lançamento, as atividades em órbita e o pouso e, como não cabia muita coisa na memória desses computadores, a opção era realizar uma única volta em torno da Terra. E mesmo com pouca memória, os computadores deram conta do recado: o Buran parou as rodas do trem de pouso 300 metros além do programado! Depois disso, o Buran nunca mais voou. Atualmente, o Buran "enfeita" shows de aviação pelo mundo. A famosa ISS, a Estação Espacial Internacional, da qual o Brasil participa através de um consórcio que inclui outros quinze países, terá o mesmo desempenho da Mir, ou seja, será uma estação espacial permanente, auxiliada por motores de correção de órbita. Evidentemente, o espaço interno da ISS é muito superior ao da Mir. A ISS comportará com muita folga sete tripulantes. Poderia ser

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Ônibus Espacial Russo Buran

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ISS – Estação Espacial Internacional mais? Não. Em caso de pane ou de algum mau funcionamento que torne a presença humana ameaçada dentro da estação, existe um módulo de fuga que só é usado em casos extremos... E, como esse só comporta sete astronautas... Pois bem, a participação brasileira nesse projeto é mínima, mas existe e é imprescindível. O Brasil, o único país do terceiro mundo no projeto, vai contribuir com 0,25% do total do preço, orçado em torno de 60 bilhões de dólares. Esses 0,25% dão certos privilégios ao Brasil como, por exemplo, ter 0,25% do tempo útil de pesquisas para o nosso país. Os equipamentos feitos aqui têm sempre um local reservado para experiências puramente brasileiras. Além disso, a presença de um astronauta brasileiro também foi acordada. Assim sendo, o major da Força Aérea Brasileira, Marcos César Pontes, que esteve na Fundação CEU, situado em Brotas (SP), para a inauguração da Base de Lançamento de mini-foguetes que leva o seu nome, em abril de 2002, está treinando em Houston, Texas, para poder voar dentro de algum tempo. Engana-se quem pensa que os astronautas-pesquisadores vão trabalhar sentados numa mesa cercados de equipamentos sofisticados, com microscópios e outras coisas. Na verdade, dos diversos módulos que compõem a ISS, alguns são laboratórios científicos por natureza . Dentro desses módulos estão armazenados em "caixotes" todos os materiais científicos

necessários. Um departamento de Física inteiro cabe num desses módulos. Assim, o astronauta só tem que puxar uma caixa, colocar o experimento e esperar pelos resultados. A ISS é o maior complexo já montado no espaço. São 110 metros de comprimento por 88 metros de largura. O seu brilho no céu deve se equiparar ao de Vênus, o astro mais brilhante no céu depois do Sol e da Lua. A altitude da órbita é de 406 quilômetros e a sua inclinação é de 51,6 graus. O valor dessa inclinação permite que todos os países do mundo, no seu devido horário, possam ver a ISS passando e brilhando no céu. Essa inclinação é a mesma da Mir. A construção da ISS começou em 20 de novembro de 1998 e estima-se que esteja pronta em abril de 2006, embora o acidente com o Columbia tenha atrasado mais um pouco o término dessa construção. É esperar para ver. Cada tripulação da ISS deve ficar no espaço de três a seis meses e dificilmente baterão o recorde de permanência no espaço, que pertence aos russos. Mas, depois de pronta e funcionando, quem sabe... Como foi dito, é muito provável que tais esforços estejam sendo dirigidos para se alcançar Marte daqui alguns anos. A espécie humana é uma raça exploradora por natureza e um campo tão vasto quanto o espaço, antes de trazer medo ou aversão, deixa para nós uma esperança de paz e união para todo o mundo.



Ronaldo Garcia é designer digital e professor de Astronomia no Centro de Estudos do Universo. O presente artigo é fruto da parceria entre a Revista macroCOSMO.com e o Boletim Centaurus. E-mail: [email protected]

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EFEMÉRIDES

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Estação do Ano Verão para o Hemisfério Sul e Inverno para o Hemisfério Norte.

JANEIRO

Fases da Lua Lua Cheia: dia 7 Lua Minguante: dia 15 Lua Nova: dia 21 Lua Crescente: dia 29

Rosely Grégio | Revista macroCOSMO.com

Cometas Visíveis em Janeiro Salvo saltos em brilho e novos cometas descobertos, as estimativas de magnitude para os cometas esse mês são: Magnitude Visibilidade Visibilidade estimada Hemisfério Sul Hemisfério Norte C/2002 T7 (LINEAR) 8 Entardecer / Noite Entardecer C/2001 Q4 (NEAT) 9 Entardecer / Noite C/2003 T3 (Tabur) 11 Entardecer / Noite Entardecer C/2001 HT50 (LINEAR- NEAT) 12 Entardecer Entardecer 43P/Wolf- Harrington 12 Entardecer Entardecer 2P/ Encke 12 Amanhecer Fonte de dados, cartas de busca e mais informações em: http://reabrasil.astrodatabase.net/ e http://aerith.net/index.html Cometa

Chuveiros de Meteoros para Janeiro Chuveiro de Maior Atividade: Quadrantids (QUA) com duração de 28 de dez a 7 de janeiro e máximo em 4 de janeiro. Chuveiros de Menor Atividade: Radiante Zeta Aurigids January Bootids Delta Cancrids (DCA) Canids Eta Carinids Eta Craterids January Draconids Rho Geminids Alpha Hydrids Alpha Leonids Gamma Velids

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Duração Dez 11-Jan 21 Jan 9-18 Dez 14-Fev 14 Jan 13-30 Jan 14-27 Jan 11-22 Jan 10-24 Dez 28-Jan 28 Jan 15-30 Jan 13-Fev 13 Jan1-17

Máximo Dez. 31/Jan. 1 Jan. 16-18 Jan. 17 Jan. 24/25 Jan. 21/22 Jan. 16/17 Jan. 13-16 Jan. 8/9 Jan. 20/21 Jan. 24-31 Jan. 5-8

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EFEMÉRIDES

Agenda Diária

O céu de janeiro será bastante movimentado esse mês, principalmente ao entardecer, com seis planetas passeando pelo céu - Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Urano e Netuno fazem um belo bailado, contudo, alguns deles não serão muito fáceis de serem encontrados. Entretanto, Saturno e Vênus merecem destaques especiais. Cerca de 5 cometas estarão nas proximidades dos planetas quando vistos de nossa posição da Terra. Infelizmente, a proximidade do Sol juntamente com a claridade do céu vai dificultar em muito a tarefa de observação desse belo espetáculo celeste. 1 Janeiro, quinta-feira Quando o relógio bater meia-noite em 31 de Dezembro de 2003 anunciando a primeira hora do início de 2004 olhe para o céu e encontre a ''estrela'' amarelada na constelação de Gêmeos excedendo em brilho as suas vizinhas. Aquela estrela é um planeta: Saturno, tendo seu encontro mais íntimo com Terra (748 milhões de milhas) do que terá durante 30 anos. Seus anéis estarão inclinados para nós, e a luz do Sol refletida neles faz com que o planeta fique mais luminoso. Se você tem um telescópio ou até mesmo um simples binóculo ou luneta, aponte-o para Saturno, pois até instrumentos pequenos revelaram a presença dos espetáculos anéis. Saturno é o segundo maior planeta do Sistema Solar. Sua característica mais óbvia é um sistema de anéis que órbita o planeta exatamente no plano do equador. Saturno tem a mais baixa densidade de todos os planetas no sistema solar. Saturno é o último dos cinco planetas que foram conhecidos desde o tempo antigo e pode alcançar uma magnitude máxima que o faz ser um dos objetos mais brilhantes do céu noturno. Visto através de um telescópio, Saturno pode ser chamado o objeto mais magnífico entre os planetas. Considerando que o plano dos anéis de Saturno é relativamente inclinado em sua órbita para o Sol, o aparecimento e inclinação dos anéis mudam durante uma órbita de Saturno ao redor do Sol (um ano de Saturno equivale a 29 anos e 169 dias terrestres), a projeção dos anéis muda de acordo com as estações. A abertura dos anéis pode alcançar aproximadamente 26°. Nesta posição, o anel é até mesmo visível atrás de Saturno e a sombra do planeta pode ser observada facilmente nos anéis. Contudo, dependendo da inclinação dos anéis em relação ao Sol eles se tornam quase invisíveis. Saturno em oposição. Visível a noite toda, o planeta dos anéis está em mais íntimo da Terra Q S S D S T Q Q S S 1

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(diâmetro do disco = 20.7 ") e mais luminoso (mag. 0.5) em 30 anos. Seus anéis permanecem próximos a sua máxima inclinação oferecendo algumas das melhores visões, até mesmo em um telescópio pequeno. Uma visão gloriosa que não deve ser perdida! O ano de 2004 anuncia-se um grande ano para o Senhor dos Anéis. A nave CassiniHuygens, lançada em 1997, deverá chegar lá em junho, onde permanecera orbitando e estudando o planeta durante pelo menos 4 anos. Saturno, seus anéis e suas luas guardam muitos mistérios sobre seu passado e o que será no futuro. A lua gigante que órbita o planeta é Titã que pode ser vista como uma estrela pontuada de oitava magnitude, através de um instrumento. Titã é maior que os planetas Mercúrio e Plutão, e tem uma atmosfera 60% mais densa que a da Terra. em outras palavras, Titã é um mundo crescido. Se ela orbitasse o Sol, certamente seria considerada um planeta. Em janeiro de 2005, a nave Cassini soltará a sonda Huygens da Agência Espacial Européia que fará mais de 1.100 imagens enquanto desce de páraquedas pelas nuvens de Titã, em um trajeto que deve durar cerca de duas horas e meia . Instrumentos científicos estarão estudando e medindo a atmosfera de Titã, medindo seus ventos, e, se a sonda sobreviver a aterrissagem fará medições das propriedades físicas do solo. Há água, gelo ou algum tipo de vida em Titã? A verdade é que ninguém sabe o que a pequena Huygens ou a Cassini achará. Assim, ao iniciar o novo ano, ao olhar para Saturno, você estará olhando para um mundo de mistério! O Asteróide 2421 Nininger passa a 2.315 UA da Terra. Urano com mag 5.9 na constelação de Aquário pode ser observado antes das 21h55m hora local (GMT -2 horário de verão). Ele está a 1.26 graus da estrela iota Aquarri (mag 4.29), a 6 graus da estrela Deneb Algedi (mag 2.85) da S

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constelação do Capricórnio, e cerca de 15 graus de Vênus (mag -4.0) . Para informações sobre o que observar em Vênus , veja: www.astroseti.hpg.ig.com.br/venus.htm

Netuno (mag 8.0) está a 3,4 graus de Vênus (mag -4.0),. Procure ambos os planetas ao entardecer também na constelação do Aquário. Marte (mag 0.2) na constelação de Peixes se esconde as 23h55m (GMT -2). O Cometa C/2003 T3 Tabur com mag estimada em 10.5 pode ser encontrado na constelação de PsA. Ele desaparece em torno das 21h49m (GMT -2) . O cometa se dirige para a constelação do Aquário entrando em seu limite em 11 de janeiro próximo. O cometa C/2001 HT50 (LINEARNEAT) com mag estimada em 12 se põe em torno da meia-noite junto com a constelação de Peixes. O Cometa C/2002 T7 (LINEAR) com mag estimada em 8 também está na constelação do Peixe e se põe ao redor das 23h52m. O Clarão da Lua Crescente transitando pela mesma constelação pode atrapalhar a busca dos cometas. Chuveiro de meteoros ZETA AURIGIDEOS (Zeta Aurigids). Com duração de 11 de dezembro a 21 de janeiro e máximo em 31 dezembro/1 janeiro, e radiante médio a RA=77 graus, DECL=+35 graus. Embora a maior atividade pareça só ser detectável por meio de rádio-meteoro radar ou telescópios, numerosos meteoros fotográficos indicam que alguma atividade é visível a olho nu. Uma filial do norte também está presente de 11 de dezembro a 15 de janeiro, com máximo em 2 de janeiro, de um radiante a RA=65 graus, DECL=+57 graus. Os meteoros de ambos os chuveiros são geralmente de movimentos lentos. Através de dados acumulados deste chuveiro Gary W. Kronk o computa como um fluxo fendido, com dados mais fotográficos que visuais que indicam que a filial do norte possui uma população maior de partículas grandes. A maioria da informação juntada sobre a filial meridional mostra que contém partículas principalmente pequenas que são facilmente detectáveis para quem usa equipamento, porém, esta filial produziu vários fireballs no passado, mas não é uma característica presente na filial do norte. Q S S D S T Q Q S S 1

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Em 1801, Guiseppe Piazzi descobria no Observatório de Palermo (Itália) o primeiro asteróide, 1 Ceres, entre as órbitas de Marte e Júpiter. Ceres é o maior asteróide e seu nome vem da mitologia romana, a deusa da agricultura. Observações adicionais por Piazzi não foram feitas devido a uma enfermidade. Carl Friedrich Gauss, com a idade de 24, então resolveu um sistema de 17 equações lineares para determinar órbita de Ceres e isso permitiu que Ceres fosse redescoberto, um feito notável para aquele tempo. Como resultado dentro de um ano de sua descoberta inicial, Heinrich Olbers e Franz von Zach puderam localizar novamente o asteróide. Sua órbita ao redor do Sol é de 4.6 anos terrestres e tem um diâmetro calculado a aproximadamente 960 km. Em 1909, astrônomos de Londres indicam a existência de um planeta para além de Netuno. 2 Janeiro, sexta-feira Hoje, 2 de janeiro de 2004, é um dia histórico no que tange a Astronáutica e observação íntima de cometa. A nave Stardust estará visitando o Cometa 81P/ Wild 2 a uma distancia de 389 milhões de quilômetros da Terra. A astronave de 5 metros deve encontrar o cometa que tem apenas 5.4 quilômetro de tamanho com a velocidade de seis vezes a de uma bala. Segundo os técnicos da NASA a Stardust deverá retornar a Terra em janeiro de 2006 fazer uma aterrissagem suave U.S. Air Force Utah Test and Training Range. Sua cápsula trará a Terra amostra segura de partículas microscópicas do cometa e pó interestelar que será levado à planetary material curatorial facility at NASA's Johnson Space Center, Houston, onde as amostras serão armazenadas cuidadosamente e serão examinadas. O material cometário das amostras de poeira interestelar trazidos pela Stardust trará respostas para perguntas fundamentais sobre origens do Sistema Solar. Mais informação sobre a missão de Stardust está disponível em: www.jpl.nasa.gov/stardust/news/news96.html ou http://stardust.jpl.nasa.gov Informações sobre o

cometa 81P/ Wild 2 em: http://cometography.com/pcomets/081p.html S

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Há 45 anos (1959), era lançada a Luna 1 pela antiga USSR. Tinha como meta se chocar com a Lua. Embora o objetivo não tenha sido alcançado, foi a primeira astronave a deixar a órbita da Terra. Perdeu-se da Lua por 5,000/6000 km e entrou em órbita ao redor do Sol. Em 1920 nascia em Petrovichi, Rússia, Isaac Asimov (morreu em 6/4/1992). Bioquímico e entre outras coisas prolífero escrito de ficção científica, ele publicou cerca de 500 volumes. Em 1729 nascia na Prússia Johann Daniel Titius Bode (morreu em 11/12/1796). Astrônomo, físico e Biólogo que formulou (1766) as distâncias entre os planetas e o Sol, o que foi confirmado por J.E. Bode em 1772, quando passou a ser chamada Lei de Bode. Titius sugeriu que as distancias médias entre os planetas do Sol seriam quase uma relação simples de A=4+(3x2n) dando a série 4, 7, 10, 16, 28 *, 52, 100, correspondendo à distância relativa dos seis planetas conhecidos, até Saturno, e um valor de unassigned (*) entre Marte e Júpiter. Olbers procurou um objeto planetário nesta posição vazia e assim descobre o cinto de asteróide. Porém, como a descoberta de Netuno que não se ajustava ao padrão da " lei " é considerada como uma coincidência sem significado científico. Em 1913 morria Leon (-Philippe) Teisserenc de Bort (nascido em 5/11/1855). O meteorologista francês foi o descobridor da estratosfera (1902) e o primeiro a usar balões estratosféricos para investigar a atmosfera. Em 1892 morria Sir George Biddell Airy (nasceu em 27/07/1801 em Alnwick, Northumberland). Foi o sétimo astrônomo Real (1836-92). Estudou as franjas de interferência em óticas, fez um estudo matemático do arco-íris e computou a densidade da Terra balançando um pêndulo ao topo e fundo de um profunda mina, determinado a massa do planeta Júpiter e seu período de rotação, calculou as órbitas de cometas e catalogou estrelas. Seu desenho de lentes corretivas para astigmatismo (1825) foi pioneiro. A motivação dele no estudo das lentes corretivas deveu-se ao seu próprio astigmatismo. Em 1995, era descoberta a galáxia mais distante (para a época) por cientistas Q S S D S T Q Q S S 1

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usando o Keck telescope no Havaí. Sua distancia foi calculada em 15 bilhões de anosluz foi nomeada como 8C 1435+63. Em 1960, John Reynolds estabelecia a idade do Sistema Solar em 4,950,000,000 de anos. Em 1839, o pioneiro francês da fotografia Louis Daguerre fazia a primeira fotografia da Lua.

3 Janeiro, sábado Dezenas de centenas de asteróides, também chamados de planetas secundários ou planetóides, viajam em torno do Sol, porém apenas alguns maiores e muito luminosos podem ser vistos através de binóculos. Mas com pesquisa sistemática, usando instrumentos maiores e automatizados, e com ajuda de uma boa carta de busca alguns deles podem ser vistos diariamente. A principal diferença de um asteróide para um planeta clássico está no diâmetro que apresentam, na ordem de quilômetros. Hoje mesmo podemos ver alguns desses pequenos objetos como pontos estelares se movendo muito rapidamente contra o fundo das estrelas. Entre eles você poderá encontrar o Asteróide Ceres (mag 6.9) na constelação de Gêmeos , sendo melhor visto das 23.1h - 7.6h LCT J2000: ra = 7:31:53.2, de = +29:29:46 , r = 2.607UA dist = 1.635UA. Na mitologia romana Ceres era uma deusa da terra e protetora da agricultura, especialmente das frutas e grãos. Em astronomia, Ceres (1) foi o primeiro dessa classe de objetos a ser descoberto, e é o maior dos asteróides. Foi descoberto pelo astrônomo italiano Giuseppe Piazzi em 1801 quando ele procurava planetas que foram preditos que existisse entre Marte e Júpiter pela Lei de Bode. A órbita de Ceres o trás para próximo da Terra e por isso ele pode ser visto em pequenos instrumentos em boas condições de céu. O Asteróide Pallas (2) com mag 9.1 pode ser encontrado na constelação de Cetus, melhor visto entre 23.3h e 3.0h LCT em J2000: ra= 1:31:04.6 de=-21:25:28 , r=2.527 UA dist=2.323UA. Pallas recebeu o nome da deusa

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do horizonte. Mas, para observadores de radar e rádio-meteoros é um bom chuveiro. O chuveiro Quadrantídeos (Quadrantid) tem seu radiante situado principalmente em direção ao nordeste, assim o melhor modo para maximizar sua visualização é colocar uma cadeira reclinada com seus pés voltados para qualquer lugar dentro da região que cerca o sudeste, sul, oeste, e noroeste (para o hemisfério Norte). Neste momento, recline a cadeira de gramado a sua posição mais aplainada e observe diretamente. A duração deste chuveiro de meteoro acontece de 28 de dezembro a 7 de janeiro. O Máximo normalmente acontece em 3/4 de janeiro, de um radiante médio a RA=229 graus, DEC=+49 graus. O máximo é normalmente bastante afiado e, dependendo da localização do observador, a taxa de hora em hora pode variar de 45 a 200. Portanto, para observadores do hemisfério sul seria recomendável que o fizessem através de rádio observação e/ou radar. Este é o único chuveiro principal cujo cometa de origem permanece desconhecido. A Lua pode interferir na observação desse chuveiro.

grega da sabedoria, foi o segundo asteróide há ser descoberto e também é o segundo asteróide em tamanho. Foi achado em 1802 pelo astrônomo e médico alemão Wilhelm Olbers, apenas um ano depois da descoberta de Ceres. Pallas mede 490 quilômetros em largura. Sua órbita o leva a uma distância de mais de 414,390,000 quilômetros ao redor do sol e também é parte do cinto de asteróide entre Marte e Júpiter. É tão grande que é pensado que ele tem sua própria gravidade de maneira que ele apresenta forma esférica, como uma bola. No início do dia a Terra está em Periélio, o ponto mais próximo do Sol em sua órbita, a uma distancia de 147.062.600 km. Lua perto das Pleiades a 19h UT no céu do anoitecer. Lua em apogeu (mais distante da Terra) a 20h UT (distância 405,707 km; tamanho angular de 29.5 '). Cuveiro de Meteoros QUADRANTÍDEOS QUA (Quadrantids) com duração de 28 de dezembro a 7 de janeiro e máximo ocorrendo em 3 de janeiro, os meteoros desse chuveiro emanam da constelação de Boötes, mas seu nome provém de uma extinta constelação chamada Quadrans Muralis (Quadrante Mural antiga constelação boreal situada entre Draco (Dragão), Bootes (Boieiro) e Hercules (Hércules), introduzida por Bode em homenagem ao quadrante solar.). Este chuveiro é rico em meteoros lânguidos e são de velocidade moderada. O radiante nunca alcança uma altitude alta para os observadores de hemisfério mais ao norte e observadores do hemisfério meridional provavelmente não verá nenhuma atividade. Para aqueles que podem observar os Quarantids, eles são mais bem observados aproximadamente de 22:00 h até o começo de crepúsculo matutino para observadores no Hemisfério Norte, com o alçamento do radiante mais alto ao longo do amanhecer. Este radiante não é considerado uma boa exibição de meteoro boa para observadores do Hemisfério Meridional. Embora o radiante esteja realmente sobre o horizonte por pouco tempo, isto acontece durante a luz do dia matutina, assim nenhuma observação visual pode ser feita. A altitude mais alta em céus escuros acontece logo antes de começar o alvorecer e neste tempo o radiante está aproximadamente a 20° abaixo Q S S D S T Q Q S S 1

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Em 1906 nascia o astrônomo americano William Wilson Morgan (morreu em 21/06/1994). Em 1951 apresentou a primeira evidência que a Via-Láctea tinha braços espirais. Toda sua carreira foi no Observatório de Yerkes, e inclui três anos como diretor. Dedicou-se a pesquisa da morfologia, classificação de objetos pelas suas formas e estrutura. Com Keenan e Kellman, introduziu a classificação da luminosidade estelar e a classificação bidimensional de espectros estelares estritamente baseado nos seus espectros. Com Osterbrock e Sharpless ele demonstrou a existência de braços espirais da nossa Galáxia usando distâncias precisas de estrelas dos tipos O e B obtida de classificações espectrais. Morgan inventou o sistema de UBV de magnitudes e cores. Em 1908 morria Charles Augustus Young. Astrônomo americano que fez as primeiras observações do espectro de flash do Sol, provou a natureza gasosa da coroa solar e descobriu a reversão da atmosfera na capa. Foi um pioneiro no estudo do espectro do Sol e experimentou fotografar as proeminências solares em toda a luz solar. No eclipse solar em 22/12/1870, na Espanha, ele viu todas as linhas do espectro solar, por talvez um segundo S

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mag de 8.6 e sua distância da Terra será de 1.383 UA. O Asteróide Hebe (6) foi descoberto em 1 de julho de 1847 por K L Hencke a Driesen. Com diâmetro de aproximadamente 200 km, seu período orbital é 3.78 anos, sua distância do Sol varia entre 1.93 e 2.92 UA, de forma que no máximo de suas oposições favoráveis ele estará a aproximadamente 0.93 UA da Terra.

e um meio (o " espectro de flash'') e anunciou a reversão da capa solar. Em 1872, ele mais que dobrou o número de linhas luminosas que ele tinha observado na cromosfera. Por uma comparação de observações, ele concluiu que a condição magnética na terra responde as perturbações solares. Em 1641 morria com a idade de 22 Jeremiah Horrocks (nascido em 1617). Astrônomo e clérigo inglês que aplicou as leis do movimento planetário de Johannes Kepler para observações da Lua e Vênus. Suas observações através de um pequeno telescópio o convenceram que as tabelas de Lansberg estavam incorretas. Ele aceitou as órbitas elípticas de Kepler, e trabalhando na lua ele aplicou uma órbita elíptica para ela, e estabeleceu a linha de precessão das apsides, um efeito que ele designou à influência do Sol. Horrocks predisse e observou um trânsito de Vênus em 24/11/1639, o primeiro a observar, e da observação ele corrigiu a paralaxe solar e indicou uma distancia muito maior do sol que qualquer um antes dele tinha admitido.

Em 4 de janeiro de 1797 nascia Wilhelm Beerd (morreu em 27/03/1850). Banqueiro e astrônomo amador alemão junto com Johann Heinrich von Mädler construíram o mapa mais completo da Lua de seu tempo, Mappa Selenographica (1836). O primeiro mapa lunar a ser dividido em quadrantes, continha uma representação detalhada da face da Lua. Morria em 1990 Harold Eugene Edgerton (nasceu em 6/4/1903). Engenheiro elétrico e fotógrafo americano e fotógrafo, desenvolvei técnicas para fotografia de alta velocidade aplicando-as para vários usos científicos. Morria em 1961 Erwin Schrödinger (nascido em 12/08/1887). Físico teórico austríaco que contribuiu à teoria da onda de matéria e outros fundamentos da mecânica do quantum. Ele compartilhou o Premio Nobel de Física em 1933 com o físico britânico P.A.M. Dirac.

4 Janeiro, domingo Terra em periélio (mais íntimo do sol) as 18h UT. A distância de Sol-terra é 0.983265 a.u. ou aproximadamente 147.1 milhões de quilômetros. O Objeto 20000 Varuna do Cinturão de Kuiper em Oposição a 42.219 U.A. A Lua passa a 0.6 graus da estrela SAO 76430 37 TAURI (A TAURI) de mag 4.5 aa 0.6 TU. Júpiter oculta a lua Io (mag 5.6) as 5h57.4m TU. Hoje, o asteróide Hebe apresenta magnitude de 8.7, é melhor visto entre 23.7h e 7.1h LCT a J2000: ra= 7:37:35.5 de= +8:48:31, na constelação do Cão Menor a r=2.334UA dist=1.378UA. Carta de busca em http://www.rasnz.org.nz/MinorP/Hebe.htm ou então procure a posição do asteróide em algum planetário virtual como por exemplo o SkyMap. Hebe moverá pelo denso campo estelar em Canis Minor até 25 de janeiro. Em 10 de janeiro, Hebe estará a menos de 2° da estrela beta Canis Minoris (mag 2.85). Hebe está em oposição no dia 12 de janeiro apresentando Q S S D S T Q Q S S 1

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Em 1958, era lançado da base do Kazakistão o satélite Sputnik I russo, o primeiro objeto artificial colocado em órbita da Terra. Após 92 dias no espaço ele reentrou na atmosfera terrestre e desintegrou-se. O Sputnik (significando " companheiro " ou " o viajante "). Ele circulou a terra toda em 95 minutos a quase 2,000 milhas por hora e a 500 milhas sobre a Terra. O 184-lb satélite transmitiu um sinal de rádio que foi detectado ao redor do mundo, e levava instrumentos para medida de temperatura. Em 1912, a aproximação mais íntima da Lua para a Terra foi de 221,441 milhas de centro para centro.

5 Janeiro, segunda-feira Netuno e Vênus estão separados a 7.57 graus S

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a superfície do planeta Vênus. Aniversário (1905) do descobrimento da lua Elara de Júpiter por Charles Perríne. Em 1972 o então presidente Richard M. Nixon, aprovava o programa do Transportador Espacial.

e a distancia entre Vênus e Urano é de 10.18 graus. O Cometa C/2003 T3 Tabur (mag estimada em 10) em PsA, estando a 11.42 graus de Vênus. O Cometa Encke pode ser observado melhor nas latitudes do Norte/Nordeste do Brasil. Efemérides e cartas de busca para cometas visíveis em janeiro são encontradas no site costeira1.astrodatabase.net/cometa/ Chuveiro de Meteoros GAMA VELÍDEOS (Gamma Velids) com duração de 1 a 17 de janeiro e máximo de 5 a 8 de janeiro. Embora Cuno Hoffmeister parece ter determinado o primeiro radiante para este chuveiro em 12 de janeiro de 1938 (RA=132 graus, DECL=-47 graus), este fluxo foi basicamente ignorado até 1979, quando o Western Australia Meteor Section (WAMS) iniciou observações sistemáticas deste chuveiro. As pesquisas realizadas durante 1978-1979 pelo WAMS que observou os céus continuamente de 19/20 de dezembro a 6/7 de janeiro revelaram que o primeiro meteoro Gama Velids foi notado em 1/2 de janeiro, e seus números alcançaram um ZHR de 8.24±0.81 6/7 de janeiro. A posição média do radiante foi determinada como RA=125 graus, DECL=-49 graus. Baseado em 27 meteoros observados foi concluído que a magnitude média dos meteoros era de 2.89, enquanto 3.7% dos trens aconteciam a esquerda dos meteoros. Em relação às cores, foi calculado que 10% dos meteoros eram laranjas, 10% eram amarelos, 20% eram azuis e 60% eram brancos. Observações mais extensas de 1979 a 1980 revelou que esse chuveiro estava ativo de 1 a 17 de janeiro, com radiante médio a RA=125 gruas, DECL=-48 graus. Tendo um máximo de 7.06±1.36 sido alcançado em 3 de janeiro. As análises realizadas por Gary W. Kronk dos dados obtidos pelas observações do WAMS durante os anos de 1982 a 1986, concluiu-se a existência de um máximo relativamente plano que varia de 5 a 9 meteoros por hora acontece durante 5 a 8 de janeiro.

6 Janeiro, terça-feira O Asteróide 2002 XT90 passa a 0.200 UA da Terra. A Lua passa a 4.56 graus a norte de Saturno as 20:50 h (GMT-3). Lua e Saturno em conjunção as 21:22 h. A Lua passa a 0.3 graus da estrela SAO 77675 136 TAURI, 4.5 mag a 4:8 TU. Mercúrio estacionário, iniciando movimento progressivo a 14:2 TU. Mercúrio orbita o Sol em aproximadamente 3 meses (da Terra) e nunca está muito longe do Sol por mais que 25 graus, conseqüentemente sempre está dentro do crepúsculo luminoso. Isto faz com que Mercúrio seja um objeto difícil, embora pode chegar a ser tão luminoso quanto à estrela Sirius. Mercúrio também apresenta fases diferentes, como a nossa Lua, enquanto órbita o Sol. Usando um telescópio, é possível identificar suas fases e acompanhar sua mudança durante os de em que o planeta se apresenta melhor posicionado para nossa observação da Terra. Sexto aniversário (1998) do lançamento da sonda Lunar Prospector (Moon Orbiter). Trigésimo sexto aniversário (1968) do lançamento da sonda Surveyor 7 (Moon Lander). 7 Janeiro, quarta-feira Ocultação da estrela SAO 79533 UPSILON GEMINORUM (mag 4.2) acontece as 23:13:7 TU. O asteróide Ceres (1) com mag 6.8 localizado na constelação de Gêmeos é visto melhor entre 17.1h e 6.0h LCT. A Lua Cheia acontece as 12: 40 h (GMT -3).A Lua cheia de Janeiro era conhecida nos antigos almanaques como Wolf

Em 1892, foi feita a primeira fotografia da aurora boreal. Aniversário de 35 anos (1969) do lançamento da sonda automática Venera 5 (Soviet Venus Lander) com a missão de descer Q S S D S T Q Q S S 1

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Moon (Lua do Lobo), Old Moon (Lua Velha), Moon After Yule Moon After Yule (Lua Depois do Natal), Full Snow Moon (Lua Cheia da Neve) e Full Wolf Moon (Lua Cheia do Lobo). Entre o resfriar e a neve profunda do solstício de inverno, as matilhas de lobo uivavam famintos fora das aldeias índias. Assim, surgiu o nome para a Lua Cheia de janeiro. Às vezes também estava chamada Old Moon (Lua Velha), ou a Lua Depois do Natal (Moon After Yule). Alguns a chamaram de Lua Cheia da Neve (Full Snow Moon), mas a maioria das tribos da América do Norte aplicava esse nome para a próxima Lua Cheia. A Lua perto de Saturno a 0h UT. Nascia em 1755 Stephen Groombridge (morreu em 30/03/1832). Astrônomo inglês, compilador do catálogo estelar conhecido com seu nome. Morria Richard Hamming em 1998 (nascido em 11/02/1915). Matemático americano que descobriu as fórmulas matemáticas e técnicas que tornaram possível os computadores corrigirem seus próprios erros, e a criação de vários dispositivos que empregam microprocessadores e processadores notáveis digitais, como modem, discos compactos, e comunicações de satélite; algumas destas técnicas foram nomeadas por ele. Morria em 1893 Josef Stefan (nascido em 24/03/1835) físico austríaco que em 1879 formulou a lei de estados da energia radiante de um corpo negro - objeto teórico que absorve toda a radiação que se cai sobre ele. Sua lei foi um dos primeiros passos importantes para a compreensão da radiação de blackbody. Em 1610, Galileo datou sua primeira carta que descrevia as observações telescópicas das crateras e superfície da Lua usando sua luneta com 20 aumentos. Ele escreveu: "... é visto que a Lua não é evidentemente plana, lisa e de superfície regular, como acredita um grande numero de pessoas e dos outros corpos celestes, mas pelo contrário é áspera e desigual. Em resumo ela está cheia de proeminências e cavidades semelhantes, mas muito maior, que as montanhas e vales esparramados em cima da superfície da Terra.'' Galileu foi o primeiro em descrever o fenômeno em um ensaio com consideráveis detalhes de como era a Lua, Q S S D S T Q Q S S 1

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suas observações e conclusões foram publicadas mais elaboradamente depois de alguns meses em sua obra Sidereus Nuncius".

8 Janeiro, quinta-feira Marte, ainda visível a noite, oculta a estrela PPM 143928 (mag 9.9). Marte é o único planeta do Sistema Solar cuja superfície sólida pode ser vista com telescópios a partir de nossa posição da Terra. O melhor momento para observar é o periélio de oposição. Como o ano marciano equivale a aproximadamente dois anos da Terra, as oposições acontecem a cada dois anos. A órbita de Marte é bastante elíptica, conseqüentemente, as ''oposições mais íntimas'' de periélio mostra muito mais detalhes da superfície do planeta que as oposições de afélio, pois a distância TerraMarte varia por um fator até 2. Após a oposição de agosto de 2003, Marte já se afastou muito da Terra e por isso, no momento, não é possível observar muitos detalhes de sua superfície. A próxima oposição de Marte será em 7 de novembro de 2005, quando o planeta vermelho estará a 0.4700 UA da Terra. Informações sobre como e o que observar no planeta vermelho veja: http://geocities.yahoo.com.br/reabrasil_marte .

Às 6:30 TU a Lua passa a 0.6 graus da estrela SAO 79650 76 GEMINORUM (mag 5.4). Chuveiro de Meteoros RHO GEMINÍDEOS (Rho Geminids) . A duração deste chuveiro estende de 28 de dezembro a 28 de janeiro, com mudança diária do radiante em aproximadamente +1.1 graus em RA e -0.2 graus em DECL. O máximo acontece em 8/9 de janeiro, com radiante médio na posição de RA=108 graus, DECL=+32 graus. Um máximo secundário parece acontecer a 21 de janeiro de RA=125 graus, e DECL=+25 graus. Segundo análises de Gary W. Kronk dos dados orbitais, revela que o movimento diário do fluxo sendo em +1.1 graus em RA e -0.2 graus em DECL. Como os dados obtidos do radiante através de órbitas fotográficas e dados de radar são muito semelhante, certamente indica que existe uma associação de duas populações distintas de meteoros. S

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seu pai para investigar este fenômeno novo com ele. O brilho do centro do Sol era muito doloroso, e os dois trocaram depressa para um método de projeção por meio de uma câmera escura. Johannes foi o primeiro a publicar informação sobre tais observações em seu " Narração em Manchas Observadas no Sol e a Rotação Aparente delas com o Sol ", datada de 13 de junho de 1611. Em 8 de Janeiro de 1642 morria em sua casa em Florença (Firenze) Itália Galileu Galilei (nascido em 15/02/1564). Foi filósofo naturalista, astrônomo, e matemático italiano que fez contribuições fundamentais às ciências do movimento, astronomia, força de materiais e para o desenvolvimento do método científico. Sua formulação de inércia (circular), a lei de corpos cadentes, e trajetórias parabólicas foram o marco inicial para uma mudança fundamental no estudo do movimento. Condenado pela ''Santa Inquisição'' a permanecer em prisão domiciliar ali morreu a 362 atrás. Somente em 31 de outubro de 1992 a Santa Sé reconheceu o erro que havia cometido contra Galileu em suas afirmativas feitas em 1642 que a Terra girava em torno do Sol. Em 1935, era concedida a primeira patente norte-americana para um spectrophotometer, foi emitida ao Professor Arthur C. Hardy de Wellesley, esse equipamento foi chamado por ele de ''photometric apparatus''. Sua invenção era um dispositivo eletrônico capaz de descobrir dois milhões de sombras diferentes de cores e fazer um quadro de registro permanente dos resultados. A primeira máquina foi vendida em 24 de maio de 1935.

Trigésimo primeiro aniversário (1973) do lançamento da as sonda Luna (Soviet Moon Lander/Rover). Em 1952 morria Antonia Maury, pioneira na classificação dos espectros estelares. Há 136 anos (1868) nascia Sir Frank (Watson) Dyson (morreu em 25/05/1939). Astrônomo britânico educado em Cambridge, passou toda sua carreira (com exceção de 5 anos em Edinburgh) no Real Observatório de Greenwich onde ele foi Astrônomo Real de 1910-33. Ele dirigiu medidas de magnetismo terrestre, latitude, e tempo, e iniciou a radiodifusão de hora via rádio. Ele determinou os movimentos formais de estrelas do norte e completou sua porção no projeto do Catálogo Internacional do Céu de fotografar o céu inteiro. Dyson é mais conhecido por dirigir (com Eddington) a expedição do eclipse de 1919 que confirmou o dobrando da luz estrelar pelo campo gravitacional do Sol. Essa dobra de luz, predita por Einstein, era a evidência que apóia a teoria geral da relatividade de Albert Einstein. Em 1942 nascia Stephen W. Hawking físico teórico inglês em cuja teoria dos buracos negros utilizou a teoria da relatividade e mecânica quântica. Ele também trabalhou com singularidades de espaço-tempo. Apregoando e defendendo a posição de Professor Lucasian, de Matemática. Da Universidade de Cambridge, antigamente ocupada por Sir Isaac Newton. Afligido com a doença de Lou Gehrig (amyotrophic esclerose lateral; ALS), Atualmente está limitado a uma cadeira de rodas, está impossibilitado falar sem a ajuda de um sintetizador de voz de computador. Porém, apesar dos seus próprios desafios físicos, ele continua usando sua inteligência, conhecimento e habilidades para fazer contribuições notáveis ao campo de cosmologia (o estudo do universo como um todo). Entre suas obras se destaca o livro Uma História Breve de Tempo.

9 Janeiro, sexta-feira O Cometa 58P Jackson-Neujmin em periélio a 1.398 UA do Sol as 23:8 TU, em r = 1.389AU delta=1.939AU mag = 19.1m elon=42.8 graus. O Asteróide 2002 AA29 passa a 0.044 UA da Terra.

Em 1587 nascia Johannes Fabricius (morreu em 1615 com 29 anos de idade). Astrônomo holandês que pode ter sido o primeiro observador de manchas solares. Em 9 de março de 1611, ao amanhecer, Johannes dirigiu seu telescópio para o sol ascendente e viu várias manchas escuras nele. Ele chamou Q S S D S T Q Q S S 1

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O Asteróide Ceres (1) com mag 6.8 em oposição à 13:9 TU em r=2.604AU delta=1.626A, elon=171.9 graus. A Lua perto do agrupamento da Colméia (M44) às 7h UT (céu matutino). S

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Em 1839, o processo de fotografia de daguerreotipo foi anunciado na Academia francesa de Ciência.

Binóculos provêem uma excelente visão. Em 1976 morria Rupert Wildt (nascido em 25/06/1905). Astrônomo alemão-americano que se especializou em estudar a atmosferas dos planetas. Em 1932, identificou certa alta absorção (observada por Slipher) nos espectros de Júpiter e os planetas exteriores como indicativo de amônia e metano. Estes seriam componentes secundários destes planetas que são compostos principalmente de hidrogênio e hélio. Em 1937, ele especulou que a cobertura nebulosa de Vênus poderia consistir em droplets de formaldeído, desde que água parecia estar ausente. As sondas enviadas a Vênus posteriormente confirmam que não há água de superfície em Vênus, mas as nuvens contêm água, junto com enxofre e ácido sulfúrico.

Em 1839, Thomas Henderson mediu a primeira paralaxe estelar: Alfa Centauri. Em 1643, Giovanni Riccioli foi o primeiro a informar o fenômeno conhecido como a Luz Pálida de Vênus. É dito que seja uma lânguido luminescência no lado noturno do planeta, semelhante ao " earthshine " na Lua, embora não tão luminoso. A Luz pálida foi observada quando Vênus estava no céu da noite, e o terminator da noite do planeta está voltado para a Terra. Estudos foram tentados por algumas missões espaciais, inclusive pelas sonda Pionner e a Venera russa 11 e 12. Ainda, o fenômeno permanece esporádico e a explicação duvidosa, a melhor época para observar esse fenômeno começa em 14 de janeiro próximo.

Em 1848 morria Caroline Lucretia Herschel (nascida em 16/03/1750). Astrônoma britânica-alemã ficou conhecida por suas contribuições para as pesquisas astronômicas de seu irmão Sir William Herschel,; ela executou muitos dos cálculos dos estudos do irmão e ela própria descobriu através de telescópio três nebulosas em 1783 e oito cometas de 1786 a 1797. Caroline publicou o Índice para as Observações de Flamsteed das Estrelas Fixas e uma lista dos enganos dele em 1797. Aos 10 anos ela adoece com tifo o que subseqüentemente retardou seu crescimento.

10 Janeiro, sábado Ocultação da estrela HIP 87069 (mag 7.2) por Mercúrio ao entardecer. O uso de binóculo é indispensável. O Asteróide 4446 Carolyn passa a 4.046 UA da Terra. Júpiter eclipsa a lua Europa (mag 6.2) com início as 3h29.5 TU. Saturno continua brilhando entre as estrelas de Gêmeos com mag 0.4, sendo visto melhor quando o planeta está mais alto no céu durante a noite.

Em 1998, duas equipes de cientistas em colaborações internacionais anunciaram a descoberta que as galáxias estão acelerando e separando-se velocidades cada vez mais rápidas. Esta observação implica a existência de uma misteriosa propriedade do espaço de auto repulsão, proposta por Albert Einstein, a qual ele chamou de a primeira constante cosmológica. Investigadores na Inglaterra, França, Alemanha, e Suécia estão entre os membros do Projeto da Supernova Cosmologia fundada pelo Laboratório Nacional de Berkeley (encabeçado por Saul Perlmutter) e também pela equipe Procura de Supernovas fundada na Austrália (conduziu por Brian Schmidt).

Lua em Libração Sul as 4h15.4 TU. Nessa ocasião o Pólo Sul da Lua está mais visível de nossa posição na Terra. Lua perto de Júpiter a 14h UT. Há 35 anos (1969) era lançada a sonda Venera 6 (Soviet Venus Lander). Em 1936 nascia Robert Woodrow Wilson. Radio astrônomo americano que junto com Arno Penzuas, recebeu o prêmio Nobel para Física em 1978 pela descoberta da radiação de fundo de microonda cósmica usando uma antena do Bell Laboratories, Holmdel, New Jersey. A descoberta deles em 1964 é agora amplamente interpretada como sendo os restos da radiação de vários bilhões

Em 1968, a sonda Surveyor 7 fez uma aterrissagem suave na Lua e marca o fim da série americana de explorações não tripuladas na superfície lunar.

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atrás do que teria sido o ''''Big Bang " da criação do universo. Wilson continua seus trabalhos de astrofísica com Penzias, procuram moléculas interestelares e determinam as abundâncias relativas de isótopos interestelar. O Físico soviético Pyotr Leonidovich Kapitsa também compartilhou o premio Nobel para pesquisa independente. Nascia em 1573 Simon Marius (morreu em 26/12/1624). Astrônomo alemão, foi aluno de Tycho Brahe, e que nomeou as quatro luas maiores de Júpiter como: Io, Europa, Ganymede, e Callisto (1609). Seus nomes são provenientes de figuras mitológicas com quem Júpiter se apaixonou. Ele e o astrônomo italiano Galileo Galilei reivindicaram te-las descoberto em aproximadamente 1610, e é provável ambos fizeram isso de forma independente. Marius foi um dos primeiros a utilizar uma luneta e foi o primeiro a observar a Nebulosa de Andrômeda (1612). Em 1989 morre Valentin Petrovich Glushko (nascido em 20.08/1908). Cientista de foguete soviético, um pioneiro em sistemas de propulsão de foguete, e um dos principais contribuintes da tecnologia soviética de defesa e espaço. Em 1929, ele trabalhou em Leningrad no GDL - Laboratório de GasDynamics, a organização de pesquisa de foguete militar, fundada em 1921. Glushko trabalhou com o renomado desenhista de foguete Sergey Korolyov de 1932 a 1966. Os dois tiveram um ano triunfante em 1957, quando eles lançaram o primeiro projétil balístico intercontinental em agosto e enviaram o primeiro satélite artificial, Sputnik I, em órbita em outubro. Em 1974 Glushko se tornou o desenhista principal para o programa espacial soviético e ajudou no desenvolvimento da plataforma espacial Mir. Durante sua vida, ele projetou com sucesso a maioria das máquinas que sobem verticalmente do programa espacial soviético. Em 1970 morre Pavel Belyayev (nascido em 26/06/1925). Cosmonauta que serviu como piloto da astronave Voskhod 2 durante a oitava missão espacial tripulada da União soviética, lançada em 18/03/1965, o vôo no qual Aleksey Leonov, o co-piloto Belyayev, se tornou o primeiro homem a andar no espaço. Em 1946, a equipe do U.S. Army Project Diana lançava sinais de radar refletidos

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a superfície da Lua. Uma pulsação de 180 ondas de ciclo com uma duração 1/4 de segundo foi irradiada pelo Army Signal Corps do Evans Signal Laboratories, Belmar, N.J. O eco foi recebido 2.4 segundos. depois. O evento provou que as ondas de rádio podem penetrar a atmosfera da Terra. A experiência foi supervisionada por Lt. Col. John H. De Witt, o pioneiro de radiodifusão e astrônomo amador que primeiro teve a idéia em 1940. Suas primeiras tentativas de amador foram fracassadas, mas a sua chance veio alguns anos, depois da Segunda guerra Mundial com a cortesia do U.S. Army, at the Signal Corps Laboratories. Durante a guerra, ele tinha desenvolvido o radar para localizar morteiros e dirigir counterfire. 11 Janeiro, domingo O Cometa C/2003 L2 (LINEAR) passa a 2.623 UA da Terra. O Asteróide 2002 CQ11 passa a 0.152 UA da Terra. Em 1991 morria Carl David Anderson (nascido em 3/9/1905). Físico americano que, com Francis Hess da Áustria, ganhou o Prêmio Nobel para Físicas em 1936 pela descoberta do positron, ou elétron positivo, a primeira partícula conhecida de antimatéria. Em 1787, William Herschel descobriu a primeira lua de Urano, seis anos depois dele haver descoberto o planeta. O diâmetro de Titania é de 1610 km e sua distância do Urano é 436,300 km. Em 1789 William Herschel descobria as luas Titânia e Oberon de Urano. Em 1988 morre Isidor Isaac Rabi (nascido em 29/07/1898). Físico americano premiado com o Nobel para Físicas em 1944 pela invenção (em 1937) atomic and molecular beam magnetic resonance method of measuring magnetic properties of atoms, molecules, and atomic nuclei. Ele passou a maior parte de sua vida na Universidade de Columbia (1929-67), onde executou a maioria da pesquisa abrindo caminho para o radar e o momento magnético associados com giro de elétron nos anos trinta. O trabalho que lhe rendeu o Nobel conduziu à invenção do laser, S

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desenho e teste, construção, e lançando da astronave Vostok, e a maioria dos outros projetos da antiga U.S.S.R. Ao redor de 1958, Korolev discutia a mudança para vôo espacial tripulado em vez dos satélites militares de reconhecimento. Depois de muito debate, foi aprovado o projeto da Vostok contanto que o veículo de lançamento também pudesse ser útil ao exército.

o relógio atômico, e usos diagnóstico de ressonância magnética nuclear. 12 Janeiro, segunda-feira Júpiter (mag -2.3) e Lua em conjunção as 07:50 h (GMT -3). A 01:6 TU ambos os astros estão separados a 5.9 graus. A Lua está em Libração Oeste as 14h42.8m. A Cratera Grimaldi pode ser vista melhor de nossa posição na Terra. Grimaldi tem forma meio elíptica e mede 225 x 235 km, é uma das características mais notáveis na borda da Lua (5,5 º S e 68,3 º W.), tendo cinco anéis concêntricos de montanhas. A melhor época para sua observação é entre 13 e 13.5 dias, perto da Lua Cheia. Grimaldi pode ser vista como uma mancha escura a qual corresponde a zona inundada de lava. A primeira coisa que podemos notar é que não está totalmente inundada. Em direção ao Sul vemos as altas montanhas que chegam a 3.500 metros de altura. No extremo Norte da cratera se nota um rille (greta), perto dela se encontra a maior cratera em seu interior, Grimaldi-B com cerca de 30 km de diâmetro. Ao sul de Grimaldi-B, podemos notar o que se assemelha a três domos no interior da grande cratera Grimaldi. A SW dos domos, vemos a cratera Grimaldi-A medindo 15 k, de diâmetro localizada sobre a parede Oeste. Precisamente a Oeste de Grimaldi-A podemos notar a brilhante parede da cratera Grimaldi, e a E e SE vemos o que parece ser um canal de lava que formou um terraço que se eleva sobre o nível da lava no interior cratera Grimaldim entre 100 e 200 metros de altura. Em 1820 era Astronomical Society.

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Em 1909 morre Hermann Minkowski (nascido em 22/06/1864). Matemático alemão que desenvolveu a teoria geométrica dos números e os métodos geométricos usados para resolver problemas difíceis em teoria de número, físicas matemáticas, e a teoria de relatividade. Por volta de 1907, Minkowski percebeu que o trabalho de Lorentz e Einstein podia ser entendido melhor em um espaço nãoeuclidiano. Ele considerou que o espaço e o tempo, que era pensado antigamente como sendo independentes, podiam ser juntados em uma quantidade contínua " de espaço-tempo quarta dimensão ". Seu modelo conhecido desde então como "Minkowski espace", combinava as três dimensões do espaço físico com a de tempo, pôs a fundação matemática da teoria geral de Albert Einstein de relatividade. Em 1986 a 6:55:00 a.m. EST a lançadeira Columbia iniciava sua 24ª missão da nave Columbia. Entre os objetivos dessa missão estava fotografar o cometa Halley, lançamento de satélite e vários experimentos científicos. A tripulação era composta por 7 astronautas, entre eles o Dr Franklin R. ChangDiaz, o primeiro astronauta hispânicoamericano a ir ao espaço.

Royal

13 Janeiro, terça-feira

Em 1907 nasce Sergey Pavlovich Korolev (morreu em 14/01/1966). Desenhista soviético de projéteis dirigidos, foguetes, e astronave. Foi a favor dos fundadores de Grupo de Moscou para Study of Reactive Motion. Em 1933, ele participou no primeiro lançamento da União soviética de foguete de propelente líquido. Como ele não era um membro do Partido Comunista, passou boa parte de sua vida em prisão domiciliar. Depois de demonstrar sua perícia na modificação da captura dos foguetes V2, Korolev dirigiu o Q S S D S T Q Q S S 1

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O Asteróide 2001 FC58 passa a 0.047 UA de Vênus. O Asteróide 2003 OT 13 passa a 0.196 UA da Terra. O asteróide 2956 Yeomans passa a 1.907 UA da Terra. A lua Ganymed (mag 5.1) é eclipsada por Júpiter as 2h23.7m TU. O final da ocultação acontece as 5h54.2m. A Lua passa a 0.7 graus da estrela SAO 119156 7 VIRGINIS (mag 5.2) as 8.1h TU. S

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Mercúrio (mag -0.1) em Sagitário e visto melhor entre 7.1h - 8.3h LCT. Chuveiro de Meteoros DRACONÍDEOS DE JANEIRO (January Draconids) com duração de 10 a 24 de janeiro e máximo prolongando de 13 a 16 de janeiro. A evidência que apóia a existência deste fluxo é escassa, mas o que faz este chuveiro interessante é que as observações disponíveis parecem razoavelmente apontar para um chuveiro de pequena duração. O maior apoio para este fluxo apareceu durante 1969 na sessão de Zdenek Sekanina do Projeto de Rádio Meteoro. Um total de 32 meteoros foi descoberto durante 13 a 17 de janeiro de um radiante médio a RA=245.9 graus, DECL=+62.4 graus. Em 1864 nascia Wilhelm Wien (morreu em 30/08/1928). Físico alemão que recebeu o Nobel para Físicas em 1911 pela lei do deslocamento relativo à radiação emitido pelo blackbody (corpo negro) perfeitamente eficiente (uma superfície absorve toda a energia radiante que se incide sobre ele). Enquanto estudava fluxos de gás ionizado em 1898, Wien identificou uma partícula positiva igual em massa a do átomo de hidrogênio. Com este trabalho, ele fundamentou a espectroscopia de massa. J J Thomson refinou o aparato de Wien e administrou experiências adicionais em 1913, depois do trabalho de E. Rutherford em 1919, foi aceita a partícula de Wien nomeada como próton. Wien também fez contribuições importantes ao estudo de raios de cátodo, e outros importantes trabalhos. Em 1845 nascia François Félix Tisserand (morreu em 20/10/1896). Astrônomo francês ficou conhecido por seu livro de ensino Traité de mécanique céleste, 4 vol. (1889-96; " Tratado de Mecânicas Celeste"). Este trabalho, uma atualização do trabalho de Pierre- Simon Laplace no mesmo assunto, ainda é usado como um sourcebook por autores que escrevem sobre mecânicas celestes. Com 28 de idade, ele foi nomeado Diretor do Observatório de Toulouse (1873-78). Em 1874, Tisserand foi ao Japão para observar o trânsito de Vênus pelo Sol. Em 1875, ele instalou um telescópio de 83 cm no Observatório de Toulouse, mas a base de madeira não era suficientemente estável, mas Tisserand pôde usar o instrumento para observação dos satélites de Júpiter e de Saturno. Em 1978, a NASA selecionou suas

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primeiras mulheres.

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Em 1610, Galileu Galilei descobria a lua Calisto, o quarto satélite de Júpiter. Galileu chamou originalmente as luas de Júpiter de " planetas de Medicean", em homenagem a família florentina dos Medici e se referiu a elas numericamente como as luas individual I, II, III e IV. Esse sistema de nomenclatura seria usado durante um par de séculos. Em meados de 1800 os nomes das luas Galileanas Io, Europa, Ganymede e Callisto, seria adotado oficialmente. É sabido agora que Callisto é maior que o planeta Mercúrio, é composta principalmente de água e gelo de água com quantidades grandes de gelo expostas na superfície. 14 Janeiro, quarta-feira Marte Oculta a estrela TYC 002500636 (mag 8.7). As 2:8 TU a Lua passa a 0.9 graus da estrela SAO 138917 PORRIMA (GAMMA VIRGINI, (mag 2.9). A Lua passa a 0.93 graus a sul de Urano as 21:45 h (GMT -3). Hoje começa um bom período para observação da luz cinzenta em Vênus. Informações de como observar o brilhante Vênus se encontra no website Terra de Ishtar em: www.astroseti.hpg.ig.com.br/luzcinz.htm Chuveiro de Meteoros CANÍDEOS (Canids) com duração de 13 a 30 de janeiro e máximo estendido num período de 14 a 25 de janeiro Nenhuma observação visual convincente foi registrada deste radiante e a prova de sua existência vem puramente das duas pesquisas de meteoro de rádio administradas por Zdenek Sekanina durante os anos sessenta. Considerando que estas pesquisas podem descobrir meteoros abaixo da visibilidade a olho nu, observações futuras provavelmente serão novamente através de sistemas sensíveis de rádio e radar, embora observadores que usam binóculos ou telescópios poderiam ver alguns. As pesquisas das sessões de Sekanina no Projeto de Rádio Meteoros indicam que este fluxo é ativo de 13 a 30 de janeiro. Provavelmente o radiante médio agora esteja em RA=113.4 graus, S

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DECL=+12.6 graus, enquanto seu movimento diário é +0.97 graus em RA e -0.35 graus em DECL.

aprovado o projeto da Vostok contanto o veículo de lançamento também pudesse ser útil ao exército.

Pelo velho calendário romano instituído por Julius Caesar em 46 A.C., hoje começa o ano 2757. Como o calendário de César não fosse bastante certo, em 1582 o Papa Gregory modificou o Calendário Juliano e passou a ser conhecido como o Calendário Gregoriano, sendo o atual calendário usado pela maioria das nações. Alguns ainda consideram o sistema do calendário atual incorreto e continuam propondo reformas. Veja, por exemplo: http://personal.ecu.edu/mccartyr/

Em 1905 morria Ernst Abbe (nascido em 23/01/ 1840). Físico alemão que fez inovações teóricas e técnicas na concepção óptica. Ele melhorou o desenho do microscópio, como o uso de uma lente condensadora para prover iluminação forte e plana (1870). Sua fórmula óptica aplicada a uma lente forma uma imagem afiada, livre de distorção. Ele inventou o refractometer de Abbe para determinar o índice refrativo de substâncias. Em 1866, ele se uniu a Carl Zeiss em trabalhos ópticos, depois se tornou sócio da companhia, e com a morte de Zeiss, em 1888 se torna dono da companhia. Concorrentemente, ele foi designado professor ao Univ. de Jena em 1870 e diretor de seus observatórios astronômicos e meteorológicos em 1878.

calendar-reform.html.

Em 1943 nascia Shannon Lucid. Bioquímica e astronauta americana que ficou a bordo plataforma espacial russa Mir em 1996 por 188 dias. Em 1976, quando NASA anunciou que começaria a aceitar mulheres no programa espacial, Lucid imediatamente se candidatou. Seu primeiro vôo em lançadeira aconteceu em Junho de 1985 na Discovery, seguida pelo Atlantis em outubro de 1989 e agosto de 1991, onde ela administrou uma variedade de experiências biomédicas. Em outubro de 1993, ela se tornou a primeira mulher a viajar ao espaço em quatro ocasiões separadas na Columbia e marca um recorde durante o tempo de vôo total acumulado por um astronauta mulher em lançadeira (838 horas, 54 minutos). Na Mir, ela executou experiências, principalmente nos efeitos de longterm de vôo espacial no corpo humano. Em 1966 morria Sergey Pavlovich Korolev (nasceu em 12/01/1907). Desenhista soviético de projéteis dirigidos, foguetes, e astronave. Ele foi a favor um dos fundadores de Grupo de Moscou do Estudo de Movimento de Reactive. Em 1933, ele participou no primeiro lançamento da União soviética de um foguete com propulsor líquido. Como ele não era membro do Partido Comunista, passou grande parte de sua vida em prisão domiciliar. Depois de demonstrar sua perícia na modificação de capturaram dos foguetes V2, Korolev dirigiu o desenho e testes, construção, e lançando da astronave Vostok, e a maioria dos outros projetos da antiga U.S.S.R. Ao redor 1958, após muito debate sobre a substituição dos satélites de reconhecimento militar pelos vôos tripulados, Korolev conseguiu que fosse Q S S D S T Q Q S S 1

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Em 1742 morria Edmond Halley (nascido em 8/12/1656). Astrônomo e matemático inglês nascido em Londres é conhecido melhor por seu trabalho de 1682 em reconhecer, calcular a órbita e prever seu reaparecimento de um luminoso cometa que posteriormente recebeu o seu nome, o Cometa Halley. Ele não chegou a ver suas previsões se confirmarem pois morreu pouco antes da data prevista do reaparecimento do cometa. Halley se tornou um membro influente da Sociedade Real e amigo de Newton, a publicação do Philosophiae Naturalis Mathematica de Principia de Newton foi devida em grande parte devido a Halley. Ele se tornou o professor de geometria em Oxford e posteriormente foi designado Astrônomo Royal. Ele percebeu que as nebulosas eram nuvens de gás luminoso entre as estrelas, e que a aurora era um fenômeno conectado com o magnetismo da terra. 15 Janeiro, quinta-feira A Lua de Quarto Minguante ou Último Quarto acontece a 01:46 h (GMT -3). Esse é um bom momento para pegar seu instrumento e observar o terminador da Lua com suas magníficas crateras e demais acidentes topográficos da bela Luna. S

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O asteróide 2001 BE10 passa a 0.060 UA da Terra. O Asteróide 2000 CH59 passa a 0.200 UA da Terra. Vênus (mag -4) passa entre 0.87° a 0.9 graus de Urano (mag +5.9) a 7 TU. Essa é uma rara oportunidade tanto para observar ambos os planeta no mesmo campo de visão através de instrumentos e obtenção de um excepcional registro fotográfico. Atente para o fato que ambos os planetas se põe em torno das 21 horas (GMT -2 horário de verão). Em 1976 era lançado o orbitador solar Helios 2. Em 1815 nascia Warren De la Rue (morreu em 19/04/1889). Pioneiro inglês em fotografia astronômica, o método pelo qual são feitas quase todas as observações astronômicas modernas. Em 1948 morria Henri-Alexandre Deslandres (nascido em 24/07/1853). Físico e astrofísico francês que em 1894 inventou um spectroheliograph, um instrumento que fotografa o Sol em luz monocromática. Aproximadamente um ano antes George E. Hale havia tinha inventado um spectroheliograph independentemente nos Estados Unidos.) De 1886 a 1891 ele estudou os espectros da radiação emitidos por moléculas. Se juntando ao Observatório de Paris em 1889, ele se voltou para a astrofísica e estuda primeiro os espectros moleculares e então os espectros de planetas, o Sol, e outras estrelas. Em 1969 acontecia o primeiro docking , a ancoragem de duas astronaves tripuladas entre as naves soviética Soyuz 4 e Soyuz 5. A astronave formou a "primeira plataforma espacial " do mundo com uma tripulação de quatro cosmonautas. Elas permaneceram ligadas durante quatro horas e meia - três órbitas da Terra. Durante aquele tempo, dois cosmonautas ' fizeram uma caminhada espacial da Soyuz 4 para a Soyuz 5, se tornando os primeiros spacefarers a voltar para a Terra em uma astronave diferente da qual eles foram ao espaço. As manobras de docking haviam sido antes treinadas por duas vezes em 1967 e 1968 entre naves Soyuz sob controle completamente automático. Q S S D S T Q Q S S 1

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16 Janeiro, sexta-feira O asteróide 1996 AE2 passa a 0.146 UA da Terra. Chuveiro de Meteoros BOOTIDEOS DE JANEIRO JBO - (January Bootids) com duração de 9 a 18 de janeiro. Este chuveiro de duração bastante pequena alcança máximo ao redor de 16 a 18 de janeiro, de um radiante médio a RA=226 graus, DECL=+44 graus. A evidência mais forte para a existência deste chuveiro de meteoro de pequena duração foi obtida por Zdenek Sekanina em 1969, durante a segunda sessão do Projeto de Meteoro de Rádio. A órbita estava baseada em 15 meteoros e é notavelmente semelhante à classe dos asteróides do grupo Aten, ou corpos com eixo semimaior a menos de 1 AU de distância de nós. Ao mesmo tempo a duração pequena do chuveiro poderia indicar que o fluxo é bastante jovem, de forma que o objeto de origem desses meteoros ainda pode estar se mudando para essa órbita ou uma órbita semelhante. Chuveiro de Meteoros ETA CRATERÍDEOS (Eta Craterids). Este fraco chuveiro é visível durante o período de 11 a 22 de janeiro e sua atividade de máximo acontece ao redor de 16-17 de janeiro quando o radiante médio está a RA=176 graus, DECL=-17 graus. O chuveiro consiste em meteoros geralmente rápidos, com raias. A magnitude média provavelmente não está acima de 4 e pode ser melhor visto do Hemisfério Meridional. A conclusão obtida de vários estudos relacionados a existência deste fluxo foi que este radiante possui uma baixa taxa de hora em hora (dificilmente acima da taxa para meteoros esporádicos) e pode ser de natureza irregular ou periódica, em vez de um chuveiro anual. O fluxo é quase destituído de meteoros luminosos com uma magnitude média não maior que 4. Para observadores do Hemisfério Norte localizado próximo as latitudes equatoriais, aqueles que podem, verão os meteoros ficarem visíveis provavelmente a todas as horas quando o radiante está acima do horizonte. O radiante alcança o meridiano aproximadamente às 4 da manhã (hora local), sendo que a altitude para observadores de Hemisfério mais ao norte nunca excede 35 graus. Portanto, este será um bom chuveiro a ser valorizado pelos observadores do S

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Hemisfério Sul a fim de colher melhores dados sobre esse radiante e assim colaborar para melhor comprovação e fornecer subsídios mais efetivos sobre os Eta Craterids. Em 1730 nascia Jean-BaptisteGaspard Bochart de Saron (morreu em 20/04/1794). Advogado e cientista naturalista francês que se tornaram especialmente conhecido pelos seus avanços em astronomia. Ele era um protetor das ciências e financia a publicação da Teoria do Movimento de Laplace e Figura Elíptica dos Planetas (1784), e desenvolvendo um das maiores e melhores coleções da Europa de telescópios e outros instrumentos astronômicos para seu próprio uso dele e uso de seus amigos de ciências. Os próprios estudos de Bochart incluíram cálculo das órbitas de cometas e o uso de seus dados contribuiu para elaborar os cálculos de cometas de longo período se Charles Messier. A suas atividades políticas fez com que ele fosse conduzido a guilhotina durante a Revolução francesa. Em 1991, astrônomos informam a descoberta de duas estrelas extremamente grandes e quentes pelo Telescópio Espacial Hubble. Em 1978, a NASA nomeia 35 candidatos para voar na nave espacial, inclusive Sally K. Ride que se tornou a primeira mulher da América no espaço e Guion S. Bluford Jr., que se tornou o primeiro astronauta negro da América no espaço. Em 1973, o Lunakhod 2 de URSS começa a exploração por rádio controle da Lua. Ancorando primeiro em espaço Em 1969, duas astronaves soviéticas da série Soyuz tripuladas (Soyuz 4 e Soyuz 5) foram os primeiros veículos a acoplarem no espaço e trocar tripulantes. Em 1909, o explorador britânico Ernest Shackleton encontrou o Pólo Magnético Sul da Terra.

17 Janeiro, sábado Mercúrio em Máxima Elongação a 24 graus a Oeste do Sol as 06:17 h (GMT -3). Mercúrio (mag. 0.2) visível no baixo sudeste a aproximadamente 45 minutos antes do Q S S D S T Q Q S S 1

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amanhecer. Vênus oculta a estrela PPM 240224 (mag 9.6). O Cometa C/2002 T5 em sua máxima aproximação da Terra a 3.121 UA. Chuveiro de Meteoros DELTA CANCRIDEOS DCA (Delta Cancrids) com duração de 14 de dezembro de 14 de fevereiro e máximo em 17 de janeiro ao redor de um radiante médio em A=128 graus, DECL=+20 graus.. Este chuveiro exibe uma duração tipicamente longa que é uma característica principal dos fluxos de eclíptica. Um centro secundário pode estar a aproximadamente 5° para o sul com um máximo muito fraco que acontece de 19 de janeiro ao redor de um radiante médio a RA=133 graus, DECL=+14 graus. O movimento diário do fluxo Delta Cancrideos (Delta Cancrids) é +1.0 graus em RA e -0.2 graus em DECL. A filial do norte é o filamento mais forte deste chuveiro. A pesquisa mais completa desta filial foi obtida de 1968 a 1969, em sessão do Projeto de Rádio Meteoro. A órbita obtida por Zdenek Sekanina foi baseada em 37 meteoros. A filial meridional é certamente fraca e está baseado em uma pesquisa de rádio meteoro do hemisfério meridional em 1961 e um punhado de meteoros fotográficos descobertos durante o início da década de 1950. Em 1997 a sonda automática Galileo captava as primeiras imagens da lua Europa de Júpiter. Em 1997 morria Clyde W. Tombaugh (nascido em 4/02/1906). Astrônomo americano que descobriu o planeta o Plutão em 1930, o único planeta descobriu no século XX, depois que uma sistemática procura instigada pelas predições de outros astrônomos. Tombaugh tinha 24 anos de idade quando ele fez esta descoberta no Observatório de Lowell em Flagstaff, Arizona. Ele também descobriu vários agrupamentos de estrelas e galáxias, estudou a distribuição aparente de nebulosas extragaláctica, e fez observações das superfícies de Marte, Vênus, Júpiter, Saturno, e a Lua. Filho de fazendeiros pobres, seu primeiro telescópio foi feito de partes de sucata de equipamento agrícolas. Em 1938 morria William Henry Pickering (nascido em 15/02/1858). Astrônomo S

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A Lua em Perigeu (mais íntimo a Terra) a 19h UT., a distância de 362,770 km e tamanho angular de 32.9 '.

americano que descobriu Phoebe, a nona lua de Saturno em 1899. Este foi o primeiro satélite planetário com movimento retrógrado a ser descoberto, i.e., com movimento orbital no sentido oposto ao dos planetas. Ele montou várias estações de observação para Harvard. Realizou extensas observações de Marte e reivindicou, como Lowell, que ele avistara sinais de vida no planeta observando o que ele achou ser oásis em 1892. Porém, ele foi mais adiante que Lowell quando em 1903 ele disse ter observado sinais de vida na Lua.

A Lua passa a 11.49 graus a sul de Plutão as 2:16 h (GMT -3). Plutão é o último dos planetas descoberto e o nono em distância do Sol. Ainda depois da descoberta de Netuno, irregularidades minúsculas existiram no movimento observado de Urano e Netuno. Lowell predisse a existência de Plutão através de cálculo. O planeta foi descoberto de fato 16 anos depois da morte de Lowell, por Clyde Tombaugh em 1930, mas há vários graus de arco da posição predita. Porém, o pequeno tamanho de Plutão - menos que o diâmetro de nossa Lua - não parece resolver todas as irregularidades observadas do movimento dos planetas exteriores. Plutão é um corpo sólido que provavelmente é coberto de gelo - metano sólido, amônio e dióxido de carbono. Realmente é um lugar frio com aproximadamente -220°C, mas a luz do Sol ainda lustra 1500 vezes mais luminosa que nossa lua cheia iluminando a Terra. A órbita fortemente elíptica do pequeno planeta põe Plutão ao redor do tempo de periélio dentro da órbita de Netuno. Plutão esteve em periélio em 1989 e foi o oitavo planeta mais distante até 1999. Em 1978 foi descoberto um satélite de Plutão: Charon cujo diâmetro mede mais que a metade de Plutão. O Telescópio Espacial Hubble produziu um mapa do albedo da superfície do planeta. Não é possível para telescópio amador até de maior abertura ver Plutão como um disco brilhante, porque ele brilha como uma mancha escura de luz a aproximadamente 14 de magnitude.

18 Janeiro, domingo Vênus oculta a estrela TYC 580701427-1 (mag 8.6). O Asteróide 2212 Hephaistos passa a 0.033 UA da Terra. A Lua passa a 0.4 de separação da estrela SAO 184382 RHO OPHIUCHI (mag 4.8) as 6:1 h TU. A Lua perto de Antares a 10h UT (céu matutino). Ao amanhecer de amanhã a Lua estará em conjunção com a Estrela Antares da constelação do Escorpião. O Cometa 2P Encke (mag entre 8 e 9.2) localiza-se na constelação do Sagitário AR 18h 47m 35.6s e Declinação -27° 54' 42"e Elongation: 18.7°. O cometa nasce em torno das 04:12 hora e se põe em torno das 17h 54m 27s. e o Sol nasce em torno das 05:40 h. Esse é um pequeno desafio para tentar localizar o cometa de menor período orbital. Em 1969, pulsares foram identificados pela primeira vez por Astrônomos da Universidade do Arizona.

Trânsito da lua Europa (mag 6.1) sobre o disco iluminado de Júpiter com início as 2h09.9m TU. A passagem da sombra termina as 3h05.1m TU. E o final do trânsito termina as 4h58.7m TU.

19 Janeiro, segunda-feira

A Via-Láctea está posicionada melhor para observação no hemisfério sul às 2.9 h TU.

Ao amanhecer de amanhã acontece uma conjunção da Lua com o planeta Mercúrio. Mercúrio oculta a estrela TYC 6277-01052-1 (mag 9.4). Mercúrio (mag -0.2) e a Lua a 8.8 graus de separação as 7.4h TU. O Cometa C/2003 L2 (LINEAR) em Periélio a 2.865 UA do Sol. Q S S D S T Q Q S S 1

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Em 1851 nascia Jacobus Cornelius Kapteyn (morreu em 18/06/1922). Astrônomo holandês que usava fotografia e métodos estatísticos para determinar os movimentos e distribuição das estrelas no espaço. Seus trabalhos foi o primeiro maior passo após os trabalhos de William e John Herschel. Ele tentou resolver as perguntas de densidade S

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espacial de estrelas como uma função de distância do Sol, e sua distribuição de acordo com brilho por volume de unidade. Alguns de seus resultados tiveram valor duradouro, mas alguns foram superficiais porque ele não respondia pela absorção interestelar. Em estudos que usam movimento formal para determinar as distâncias estelares, ele descobriu que os movimentos estelares não são fortuitos (1904) como era anteriormente pensando. Ele introduziu o conceito de magnitude absoluta e cores indexadas como conceitos padronizados. Em 1747 nascia Johann Elert Bode (morreu em 23/12/1826. Astrônomo alemão melhor conhecido pela popularização de chamada Lei de Bode. Em 1766, o compatriota dele Johann Titius tinha descoberto uma relação matemática curiosa da distancia dos planetas em relação ao Sol. Se somados 4 a cada número na série 0, 3, 6, 12, 24,... e as respostas divididas por 10, a sucessão resultante dá as distâncias dos planetas em unidades astronômicas (terra = 1). Também conhecido como a Lei Titius-Bode. Esse modelo entrou em desuso após a descoberta de Netuno que não se enquadrava nesse modelo e nem o planeta Plutão. Bode foi diretor do Observatório de Berlim onde ele publicou Uranographia (1801), um das primeiras tentativas prósperas a traçar todas as estrelas visível a olho nu sem qualquer interpretação artística das figuras das constelações.

20 Janeiro, terça-feira Conjunção de Mercúrio com a Lua. A bela Lua passa a 4.75 graus a sul de Mercúrio a 00:15 h (GMT -3). Mercúrio oculta a estrela TYC 627800447-1 (mag 10.0). A lua Io (mag 5.5) é eclipsada por Júpiter as 4h12.7m. Io reaparece da ocultação a 7h25.6m TU. O Sol entra na constelação de Aquário as 18h TU. Chuveiro de Meteoros ALFA HYDRIDEOS (Alpha Hidrids) com duração de 15 a 30 de janeiro e máximo em 20/21 de janeiro. As taxas prevista são de 2 a 5 meteoros por hora de um radiante de RA=140 graus, DECL = -9 graus. Aparentemente este Q S S D S T Q Q S S 1

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chuveiro apresenta dois fluxos. Segundo os dados obtidos por Gary W. Kronk, o primeiro radiante, composto de 4 meteoros de rádio e 2 meteoros fotográficos, é aparentemente responsável pela atividade visual. A duração vai de10 a 28 de janeiro. A passagem nodal acontece em 17 de janeiro, com o radiante estando então a RA=135.9 graus, DECL=-10.0 graus. O movimento diário radiante é +0.98 graus em RA e -0.57 graus em Decl.. O outro fluxo é composto de 15 meteoros de rádio e é ativo de 11 a 30 de janeiro. A passagem de nodal acontece em 21 de janeiro de RA=149.0 graus, DECL=-9.1 graus. O movimento diário é +0.88 graus em RA e -0.51 graus em DECL. Como os dados de radar cobriram adequadamente o período de 20 a 2 5 de janeiro, é possível que os máximos de ambos os fluxos podem acontecer depois das datas indicadas das passagens nodais. Em 1930 nascia Edwin Eugene Aldrin, Jr. Astronauta americano que marcou um recorde de atividade de extraveicular e foi o segundo homem a colocar os pé na Lua na missão Apollo 11. Em 1969, astrônomos na Universidade de Arizona estabeleceram a primeira identificação óptica de um pulsar. Em 1633, Galileu, com a idade 68 anos, deixa sua casa em Florença, Itália, para enfrentar a Inquisição em Roma. Em 22 de Junho de 1633, sob as ameaças e interrogatório da Inquisição, publicamente Galileu aparentemente renunciou sua convicção de que a Terra girava ao redor do Sol. 21 Janeiro, quarta-feira Pelo Calendário Persa hoje é o Primeiro dia do Bahman, o 11° mês do ano 1382. A Lua Nova acontece as 18:15 h (GMT -3, começando a Lunação 1003. O Asteróide 2002 AL14 passa a 0.156 UA da Terra. A obra da lua Io (mag 5.5) inicia sua passagem sobre o disco de Júpiter a 1h32.5m TU. O Trânsito de Io começa as 2h27.9m. O final da sombra termina as 3h48.8m e o Trânsito termina as 4h42.7m TU. Para quem reside nas latitudes meionorte pode observar de uma localização S

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escura a luz zodiacal ao término do crepúsculo astronômico, cerca de 1 1/2 a 1 3/4 horas depois do pôr-do-sol. A forma piramidal pode ser facilmente confundida com o brilho do crepúsculo, assim confira o tempo cuidadosamente para se assegurar que o crepúsculo terminou. A luz zodiacal segue ao longo do zodíaco (conseqüentemente o nome) que atualmente está subindo fora do horizonte oeste-sudoeste. O fenômeno é criado pela luz solar refletida na poeira localizada dentro do plano do nosso Sistema Solar. Chuveiro de Meteoros ETA CARINÍDEOS (Eta Carinids). A duração deste chuveiro de meteoro estende-se de 14 a 27 de janeiro, com Máximo parecendo acontecer a 20/21 de janeiro ao redor de RA=160 graus, DECL=-59 graus, e com ZHRs de 2 a 3 meteoros.

tem uma órbita altamente elíptica ela o leva por algum tempo para mais íntimo do Sol que a órbita de Netuno. Em 1472, o Grande cometa visível a luz do dia de 1472 passou dentro de 10.5 milhões de km da Terra. 22 Janeiro, quinta-feira Pelo Calendário Civil Indiano, hoje é o primeiro dia do Magha, o 11° Mês do ano de 1925. O Cometa 40P Vaisala em Periélio em r=1.796AU delta=1.550AU mag=14.1m elon=87.3 graus, a 1.796 UA do Sol. A Lua em Libração Norte as 23h26.5m TU. O Pólo Norte da Lua é melgor visto.

Em 1908 nascia Bengt (o Georg Daniel) Strömgren (morreu em 4/7/1987. Astrofísico dinamarquês que abriu caminho para o conhecimento atual das nuvens de gás no espaço. Pesquisando para sua teoria da ionização do gás das nebulosas ao redor de estrelas quentes, ele achou relações entre a densidade de gás, a luminosidade da estrela, e o tamanho da " esfera " de Strömgren de hidrogênio ionizado ao redor delas. Ele inspecionou as regiões de H II na Galáxia, e também fez importante trabalho em relação as atmosferas estelares e ionização em estrelas. Em 1892 morria John Couch Adams (nascido em 5/6/1819). Matemático e astrônomo britânico, foi um dos dois estudiosos que independentemente descobriram o planeta Netuno. Em 3 de julho de 1841, Adams havia anotado em seu diário: "Formed a design in the beginning of this week of investigating, as soon as possible after taking my degree, the irregularities in the motion of Uranus ... in order to find out whether they may be attributed to the action of an undiscovered planet beyond it." " Adams fez muitas outras contribuições a astronomia, notavelmente seus estudos sobre o chuveiro de meteoros Leonideos (1866) onde ele mostrou que a órbita desse chuveiro era bem parecida com a de um cometa. Assim Adams pôde concluir corretamente que chuveiro de meteoro era associado com o cometa. Adams considerou o movimento da Lua, e estudou o magnetismo terrestre. Em 1979, Netuno se tornou o planeta mais externo do Sistema Solar , como Plutão Q S S D S T Q Q S S 1

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A Lua em conjunção com Netuno passa a 5.17 graus a sul do planeta as 10:25 h (GMT -3). Netuno foi descoberto por causa de irregularidades do movimento de Urano através de cálculos por Leverrier e Adams; e foi visto pela primeira vez ao telescópio em 23 de setembro de 1846. Quando visto ao telescópio amador eles se revela como um planeta escuro de disco azulado. Com magnitude 7.7 também é um objeto binocular. Não é possível ver detalhes de seu manto nebuloso da Terra. O Asteróide 1997 AC11 passa a 0.166 UA da Terra. Trigésimo sexto aniversário (1968) da Apollo 5. Em 1992 a primeira astronauta canadense Roberta Bondar ia ao espaço. Em 1865 nascia Louis Paschen (morreu em 25/02/1947). Louis Carl Heinrich Friedrich Paschen foi um físico alemão que provavelmente foi o espectroscopita experimental mais hábil do seu tempo. Em 1895, ele estudou o espectro do elemento terrestre então recentemente descoberto, o hélio. Em 1908, ele descobriu uma série nova de linhas no espectro do hidrogênio, conhecido como a série de Paschen. Em 1592 nascia Pierre Gassendi (morreu em 24/10/1655). Cientista, matemático, e filósofo francês que reavivou o Epicureanism como um substituto ao Aristotelianism. Kepler S

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tinha predito um trânsito de Mercúrio que aconteceria em 1631. Gassendi usou um telescópio Galileano para observar o trânsito, projetando a imagem do sol em uma tela de papel. Ele escreveu em astronomia, suas próprias observações astronômicas e em corpos cadentes. Em 1997, Lottie Williams americano era reportado como o primeiro ser humano a ser golpeado por restos de um veículo espacial depois de reentrar na atmosfera da terra. Às 3 da manhã, enquanto entrando em um parque em Tulsa, Oklahoma, ela viu um clarão sobre sua cabeça. " Se parecia com um meteoro, " ela disse. Minutos depois, ela foi atingida no ombro por um pedaço de seis polegadas de material metálico enegrecido. O escombro que golpeou a Sra. Williams não foi examinado para confirmar sua origem, mas o foguete Delta II que sobe verticalmente, lançado nove meses antes, havia se chocado com a atmosfera da Terra meia hora mais cedo. Cientistas de NASA acreditam que Williams foi acertada por uma parte desse foguete e isso faz dela a única pessoa no mundo conhecida por ter sido atingida por escombro espacial artificial.

23 Janeiro, sexta-feira Pelo Calendário Hebreu começa ao pôr-do-sol o primeiro dia do Shevat, quinto mês do ano 5764. Pelo Calendário Tabular Islâmico o primeiro dia Dhu al-Hijjah, 12° mês do ano de 1424 começa ao pôr-do-sol. A Lua em conjunção com Urano. A Lua passa a 4.47 gruas a sul de Urano as 17:46 h (GMT -3). Urano foi descoberto por William Herschel em 1781. O terceiro planeta gasoso do Sistema Solar tem um diâmetro aproximadamente de metade o tamanho de Saturno, e tem tamanho semelhante ao de Netuno. O minúsculo disco esverdeado de Urano tem um brilho que o faz perceptível ao olho sem ajuda (mag 5.9) em excelentes condições de céu e longe da poluição luminosa das cidades. Telescópios até maiores normalmente não mostram distinção de detalhes de seu manto nebuloso, como faixas ou redemoinhos. Q S S D S T Q Q S S 1

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Em 1857 nascia Andrija Mohorovicic (morreu em 18/12/1936). O meteorologista e geofísico croata que descobriu o limite entre a crosta da Terra , um limite agora nomeado de Descontinuidade de Mohorovicic. Em 1901 ele foi designado chefe do serviço meteorológico da Croácia e Slavonia, gradualmente ele estendeu suas atividades do observatório para outros campos da geofísica: sismologia, geomagnetismo e gravitação. Depois do terremoto de 8 de outubro de 1909 em Pokuplje (Vale de Kupa), ele analisou o espalhamento das ondas sísmicas com profundidades rasas pela Terra. Sendo o primeiro a estabelecer, em base de ondas sísmicas, uma superfície de descontinuidade da velocidade que separa a crosta da Terra do manto, agora conhecida como a Descontinuidade de Mohorovicic. Em 1840 nascia Ernst Abbe (morreu em 14/01/1905). Físico alemão que fez inovações teóricas e técnicas na teoria óptica. Em 1719 nascia John Landen (morreu em 15/01/1790). Matemático britânico que fez contribuições importantes em integrais elípticos. Landen inventou uma transformação importante, conhecido com seu nome e dá uma relação entre funções elípticas que expressam um arco hiperbólico em termos de duas elípticas. Ele também resolveu o problema do topo girando e explicou o erro de Newton calculando a precessão. Landen foi eleito Membro da Sociedade Real em 1766. Ele corrigiu o resultado de Stewart na distância de Sol-Terra (1771). Em 1810 morria Johann Wilhelm Ritter (nascido em 16/12/1776). Físico alemão que descobriu a região ultravioleta do espectro e assim ajudou a alarga a visão de homem além da região estreita de luz visível que cercar o espectro eletromagnético inteiro dos raios gama menores para as ondas de rádio mais longas. Em 1930, Clyde Tombaugh fotografou o planeta Plutão. 24 Janeiro, sábado Lua em Libração Máxima as 10h16.5m TU. S

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polígono inscrito regular de 17 lados usando apenas bússolas. Entre outras coisas, ele também deu uma solução geométrica a equações quadráticas.

Vênus em conjunção com a Lua as 13:08 (GMT -3). A Lua passa a 2.39 graus a sul de Vênus as 18:45 h (GMT -3) a 38° do Sol. Chuveiro de Meteoros ALFA LEONÍDEOS (Alpha Leonids) com duração de 13 de janeiro a 13 de fevereiro e máximo acontecendo de 24 a 31 de janeiro. A evidência mais forte para a existência deste fluxo vem das de sessões do Projeto de Rádio Meteoro realizada por Zdenek Sekanina durante os anos de 1960. A duração do fluxo definitivamente cobre o período de 13 de janeiro a 13 de fevereiro, mas pode começar de fato já em 28 de dezembro. O Máximo acontece alguns dias durante a última semana de janeiro, com um radiante médio próximo a RA=156 graus e DECL=+9 graus. Provavelmente este fluxo é um bom exemplo de chuveiro telescópico, mas também existem evidências visuais com um máximo ZHR de até mesmo 10 meteoros por hora quando o radiante está no zênite. A baixa inclinação orbital do fluxo faz dele aparentemente um fluxo difícil de ser estabelecido.

Em 1915 morria Arthur von Auwers (nasceu em 12/09/1838). (Georg Friedrich Julius) o Arthur von Auwers foi astrônomo alemão conhecido pelos seus catálogos de estrela extremamente precisos. Ele também pesquisou a paralaxe solar e estelar, fez uma nova redução das observações de James Bradley e medidas das distâncias de estrelas. Auwers também observou estrelas duplas, e com precisão calculou as órbitas das estrelas duplas Sírius e Procyon. Em 1914 morria Sir David Gill (nascido em 12/06/1843). Astrônomo escocês conhecido pelas suas medidas de paralaxe solar e estelar e mostrar as distâncias do Sol e outras estrelas da Terra, e o uso de fotografia para traçado do céu. Para determinar a paralaxe, ele aperfeiçoou o uso do heliometer, um telescópio que usa uma imagem fendida para medir a separação angular dos corpos celestes. Em 1986, a sonda espacial Voyager II fez seu primeiro voar por Urano a uma distância de 81,593 km do planeta, realizando dezenas de fotografias, e descobrindo novas luas . Atualmente a Voyager está deixando o Sistema Solar.

Em 1832 nascia Jan Harold Delos Babcock (morreu em 08/04/1968). Astrônomo americano que juntamente com seu filho, Horace, inventou o magnetograph solar (1951), para observação detalhada do campo magnético do Sol. Os Babcocks mediram a distribuição dos campos magnéticos em cima da superfície solar com precisão sem precedente e magneticamente descobriram estrelas variáveis com o magnetograph deles. Em 1959 Harold Babcock anunciou que o Sol inverte sua polaridade magnética periodicamente. O estudo laboratorial preciso dos espectros atômicos de Babcock permitiu que outros identificassem as primeiras linhas "proibidas" no laboratório e descobrir o raro isótopo de oxigênio. Com C.E. St. John ele melhorou em muito a precisão dos comprimentos de onda de umas 22,000 linhas do espectro solar e são referencias para recentemente determinações dos padrões.

Em 1925, era feito um filme de um eclipse solar levado realizado de um dirigível em cima de Long Island, NY. Em 1544, um eclipse solar foi visto de Louvain e posteriormente foi descrito e usado na primeira ilustração de livro publicada sobre o uso da câmera obscura. O matemático holandês e astrônomo Reinerus Gemma-Frisius observou o eclipse solar usando um buraco em uma parede de um pavilhão para projetar a imagem do sol de cabeça para baixo sobre a parede oposta. Ele publicou a primeira ilustração de uma câmera escura e descreve seu método de observação do eclipse em De Radio Astronomica et Geometrica (1545. Vários astrônomos fizeram uso de tal dispositivo na primeira metade do século XVI. Johannes Kepler e Christopher Scheiner usaram câmera escura para estudar a atividade das manchas solares. A técnica já era conhecida por Aristóteles (Problems, ca 330 BC).

Em 1798 nascia Nascido Karl George Christian von Staudt (morreu em 01/06/1867). Matemático alemão que desenvolveu a primeira teoria completa de pontos imaginários, linhas, e planos da geometria projetiva. Seu trabalho inicial foi determinar a órbita de um cometa e, baseado neste trabalho, recebeu seu doutorado. Ele mostrou como construir um

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Em 1986 a sonda sobrevoava o planeta Urano.

Voyager

II

25 Janeiro, domingo Lua em Libração Este as 14h16.9m TU. Nesse momento o Mare Crisium está mais voltado para o centro da Lua. Que tal tirar a noite de hoje para observar o Mare Crisium (Mar da Crise) na Lua? Então, pegue seu instrumento e um mapa lunar e encontre quase na borda Este (quadrante norte-este) da Lua aquela imensa formação circular e observe-a detidamente. O Mare Crisium (Mar da Crise) localizado na borda oriental da Lua é uma enorme bacia em forma elíptica medindo 500km leste-oeste e 400km norte-sul e superfície de 181.000 km2 . O mar é cercado por montanhas distintas em todos os lados, perfeitamente isolado de outras características da planície. O mar foi formado pela lava que encheu a " Bacia " do Mare Crisium, que também é chamado de ''Crisium Bacin''. Esse acidente lunar apresenta forma de uma imensa cratera quase elíptica, que segundo estudos, foi formada por impacto meteorítico. Apresenta chão muito plano com anel de cume e ruga para a periferia, crateras fantasma para o Sul e craterletas. Sua idade remonta ao período Nectariano e deve ter cerca de 3.85 bilhões anos de idade. Percebe-se claramente que as lavas se acumularam para o centro da bacia o que causou um afundamento central devido o peso da lava. O Mare Crisium é visto a olho nu quando nós observamos o disco lunar sem instrumentos, sendo facilmente reconhecível como uma mancha circular escura. O instrumento mínimo para sua observação é um binóculo com aumento de 10 vezes. O melhor período para sua observação acontece 3 dias após a Lua Nova ou 2 dias após a Lua Cheia. Se você dispõe de um instrumento maior que um binóculo e um mapa lunar, pode ser até mesmo um Mapa Virtual da Lua em seu computador, procure localizar as seguintes formações que se destacam nessa imensa bacia. Na área do Mare Crisium não há cadeias montanhosas e o fundo de sua superfície nos aparece praticamente liso e com pequenas crateras. Contudo, existem algumas dorsais no chão do Maré Crisium, onde se destaca a Q S S D S T Q Q S S 1

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a Dorum Termier com dimensão de 90 x 3 km mas que só podem ser vistas através de telescópio com diâmetro mínimo de 200 mm. De fato para a observação telescópica nós vemos no campo ocidental as crateras Peirce e Picard com diâmetro respectivo de 24 e 35 km. Na base da região SW do Mare Crisium nós podemos notar a cratera Lick, quase completamente enterrada debaixo da capa de rególito que cobre parte grande da superfície lunar. Pouco mais para norte nós temos uma outra cratera da mesma categoria: Yerkes, situado na proximidade da margem ocidental deste ''planície'' circular. Neste ponto há dois Cabos (Cape) um de frente para o outro: o Lavinium e o Olivium, respectivamente para sul e norte. Ainda mais para o Oeste que destes dois cabos está a cratera Proclus, muito luminosa e com raios brilhantes provavelmente oriundos da ejeção de materiais durante os impactos de meteoritos que originaram esta cratera. Um outro cabo é o Agarun situado no campo oriental sul do Mare Crisium. A norte do Mare Crisium se encontra a pequena cratera Cleomedes, com tamanho de 126 x 126 km cercada por alto muro (parede) de 3.700 metros de altura. Para o nordeste, mas sempre para fora do Mare Crisium está a cratera Macrobius, medindo 64 x 64 km, em cuja parede oriental há uma pequena cratera de poucos km. Para sudeste a cratera Taruntius e uma zona montanhosa que delimita o Mare Tranquillitatis e na extremidade NW o Mare Fecunditatis. Na proximidade da margem norte do Mare Crisium está o Mare Anguis, uma planície pequena de 4000 km2. O Mare Crisium e o Mare Fecunditatis estão separados por uma região montanhosa. Em 1736 nascia De L'empire JosephLouis Lagrange (morreu em 10/04/1813). Matemático italiano-francês que fez grandes contribuições à teoria dos números e para a mecânica analítica e celeste. Seu livro mais importante foi o Mécanique analytique (1788; "Analytic Mechanics"), esse livro de ensino ainda é usado como base em todos os mais recentes trabalhos neste campo. Em 1955, os cientistas da Universidade de Columbia desenvolveram um relógio atômico preciso com erro de apenas um segundo para cada 300 anos. Vigésimo primeiro aniversário (1983) S

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do lançamento do satélite infravermelho IRAS (Infrared Astronomical Satellite). Em 1994 era lançada a sonda Clementine (USA Moon Orbiter). 26 Janeiro, segunda-feira Imersão da estrela SAO 147008 27 PISCIUM mag 5.1 no limbo escuro da Lua a 0h46.8m TU. Início do transito da sombra da lua Europa (mag 6.1) pelo disco iluminado de Júpiter as 2h48.2m TU. Europa inicia sua passagem pela frente do disco do planeta as 4h31.5m TU. A sombra termina sua passagem as 5h40.5m e o trânsito de Europa termina as 7h20.3m TU. Vênus continua brilhando ao cair da noite até se esconder em torno das 21:00h hora. Normalmente Vênus é o objeto mais luminoso ao crepúsculo, depois da Lua. ele também apresenta fases diferentes durante sua órbita ao redor do Sol e até mesmo usando binóculo podemos discernir essas fases. A proximidade de Vênus para a Terra é bastante variável em distância e por isso o diâmetro do planeta muda rapidamente desvio a essa distância. A superfície de Vênus está escondida sob uma espessa cobertura de nuvens, e assim nenhum telescópio baseado na Terra pode ser sua topografia. A cartografia da superfície só é possível através de técnicas de radar, porque as ondas de radar penetram nuvens. A astronave de Magellan produziu um modelo altamente precisa da superfície e determinou a elevação de seu relevo. Em 1992 a sonda automática americana Magellan iniciava o mapeamento por radar da superfície do planeta Vênus. Em 1978 era lançado o satélite IUE International Ultraviolet Explorer. crateras.

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O Asteróide 1772 Gagarin passa a 1.387 UA da Terra. Em 1829 nascia Isaac Roberts (morreu em 17/07/1904). Astrônomo britânico, foi um dos pioneiros em fotografar nebulosas. Em 1885 ele construiu um observatório com um refletor de 20''. Com esse instrumento Roberts fez consideráveis progressos no desenvolvimento da então recente ciência da astrofotografia. Ele fotografou numerosos objetos celestes inclusive Nebulosa de Orion em 15 de janeiro de 1986 (90 minuciosas exposições) e do aglomerado aberto das Plêiades. Seu melhor trabalho fotografia foi a imagem que mostra a estrutura espiral da Grande Nebulosa de Andromeda, M31, feita em 29/12/1888. Além da sua contribuição na astrofotografia ele também inventou uma máquina para gravar posições estelares em placas de cobre, conhecido como o Pantograver Estelar. Em 1908 Pierre Melotte descobria a lua Pasiphae de Júpiter. Em 1967, durante testes na base de lançamento, acontecia o incêndio no módulo de comando da Apollo 1 que causou a morte da primeira tripulação do projeto: Virgil I. Grissom, veterano das missões Mercury e Gemini; Edward H. White, astronauta que havia feito a primeira atividade extraveicular durante o programa Gemini; e Roger B. Chaffee, astronauta que se preparava para seu primeiro vôo espacial. 28 Janeiro, quarta-feira Vênus Oculta a estrela PPM 207251 (mag. 9.8). O Asteróide 2002 PN passa a 0.042 UA da Terra.

27 Janeiro, terça-feira

A Lua passa a 2.5 graus de separação do Planeta Marte (mag 0.7) a 1.7h TU. Lua e Marte em conjunção as 00:01h (GMT -3).

Pela noite acontece uma Conjunção da Lua com o planeta Marte. A Lua passa a 3.10 graus a sul de Marte as 21:48 h (GMT -3).

Transito da lua Io (mag 5.5) sobre o disco iluminado do planeta Júpiter. A sobra começa as 3h25.7m TU e o Transito propriamente dito tem início as 4h14.0m TU. As

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Júpiter eclipsa a lua Io (mag 5.5) as 6h06.3m TU.

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5h21.4m Io em Conjunção Inferior. A incidência da sobra no planeta termina as 5h42.0m TU, e o Trânsito finaliza as 6h28.8m TU. Para acompanhar todo o trajeto o uso de instrumento ótico é indispensável. Em 1986 ocorria a trágica explosão a 73 segundos após o lançamento do transportador espacial Challenger STS 51-L em que sete astronautas americanos perderam a vida: Francis R. Scobee, Michael J. Smith, Judith A. Resnik, Ellison S. Onizuka, Ronald E. McNair, Gregory B. Jarvis, Sharon Christa McAuliffe. A causa da explosão foi devido a deterioração de um anel de vedação. 29 Janeiro, quinta-feira

A Lua Quarto Crescente ou de Primeiro Quarto acontece as 03:03 h (GMT -3). Marte oculta a estrela TYC 0624-00684-1 (mag. 9.5). Júpiter eclipsa a lua Io (mag 5.5) a 0h34.7m TU. O Reaparecimento de Io acontece as 3h38.7m TU. Para observadores atentos, a cronometragem precisa do evento sempre é de grande valia aos estudiosos do planeta Júpiter.

perscrutar a zona do terminador lunar. Examine a cratera Plato (Platão), localizada abaixo do Mare Frigoris: Longitude: 9.3° oeste e Latitude: 51.6° norte , Quadrante: Norte-oeste. Ela se destaca pela forma circular murada (uma planície) de dimensões 101x101Km e chão de cor bem escura. Provavelmente foi formada no período Imbriano Superior. A cratera esmaga a cadeia dos Alpes, apresenta pequenas paredes altas com ápices de 2000m e colapsada a Oeste. Apresenta rampas bem íngremes que sustentam a cratera Plato G para o Leste. Seu chão aparentemente foi cheio de lava escura e posteriormente outros impactos formaram com algumas craterletas. Acima do Mare Frigoris, bem na linha do terminador busque a cratera Goldschmidt (Hermann Goldschmidt) Longitude: 2.9° oeste e Latitude: 73.0° norte , Quadrante: Norte-oeste. Formada no Período Pré-Nectariano é uma formação tipo planície murada medindo 120x120 Km bem interessante, embora ela se apresente desgastada, mostra rampas íngremes esmagadas a Oeste pela cratera Anaxágoras e a sudoeste está a cratera Goldschmidt A. Apresenta colinas, craterletas e pequenas paredes altas. Para uma boa observação o uso de instrumentos é indispensável e para observação de detalhes use maiores aumentos. 31 Janeiro, sábado

30 Janeiro, sexta-feira

Mercúrio oculta a estrela TYC 687500773-1 (mag 9.5). O Asteróide 2247 Hiroshima passa a 1.467 U.A da Terra. O brilhante planeta Vênus pode ser acompanhado ao entardecer na constelação do Aquário, quando se põe em torno das 21:03 hora.Uma hora mais cedo, Urano está dizendo adeus ao céu noturno (20h6m) também localizado na constelação do Aquário. Marte em Peixes se esconde pelas 22h56m hora local. A bela Luna de 8 dias em fase 0.665 nasceu as 13h37m e só esconde seu brilho em torno da meia-noite. Quando a Lua estiver mais alta no céu escuro , é um bom momento para Q S S D S T Q Q S S 1

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Lua perto das Plêiades a 2h UT. Lua em Apogeu as 13h58.7m TU, a distancia de 404,807 km e tamanho angular de 29.5 '. Transito da lua Ganymede (mag 5.0) sobre o disco iluminado de Júpiter com início as 3h20.6m TU. O final da passagem da sombra acontece as 3h42.3m TU, e o Transito está inteiramente terminado as 6h35.6m TU. A constelação de Pegasus atravessa o céu das latitudes meio norte no início da noite. A constelação representa o mitológico herói grego que domesticou Pegasus, matou Medusa, e salvou Andrômeda. Todos esses mitos estão representados no céu. Perseu segura a cabeça de serpentes da Medusa, a qual está marcada por uma estrela variável chamado Algol que representa o olho maldoso da megera. A estrela varia entre magnitude 2.1 e 3.3 em cima de um período de 3 dias S

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A razão dessa variabilidade é que Algol de fato é um par de estrelas que orbitam uma a outra. Do nosso ponto de vista na Terra elas passam alternadamente na frente uma da outra fazendo com que o brilho total flutue de uma maneira previsível.

torno da Terra e qual o país que realizou essa façanha? Se você respondeu Sputnik I e Rússia, você acertou em cheio!

Em 1862 Alvan Graham Clark Jr. descobria a estrela companheira anã de Sirius, a Sírius B.

Há 5 anos (1999) a sonda Galileo vazia seu 19° pela lua Europa de Júpiter.

Há 46 anos (1958) era lançado o satélite Explorer 1, o primeiro satélite terrestre lançado pelos americanos. Você saberia dizer qual foi o primeiro satélite artificial lançado em

1 de Fevereiro

Primeiro aniversário (2003) do acidente com o ônibus espacial Columbia 7 (Space Shuttle Columbia) onde morreram os 7 ocupantes. Mais informações na próxima publicação da Agenda Diária.

Notas: * As conjunções planetárias foram calculadas pelo Software SkyMap Pro 6. pela hora legal de Brasília (GMT-3) segundo as coordenadas Lat.21.27.54S Long.47.00.21W. Esses dados são úteis para a localização dos planetas visíveis a olho nu (de Mercúrio até Saturno), bastando procurá-los perto da Lua, quando ela estiver acima do horizonte naquela data. Cartas Celestes para ambos os hemisférios podem ser baixadas através da internet em: www.skymaps.com* Para observar as ocultações e trânsitos use instrumentos de maiores aberturas. Softwares Usados: Sting's Sky Calendar - © www.skycalendar.com/skycal/index.html SkyMap Pro 6 © C.A. Marriott - www.skymap.com/ Fontes Consultadas e mais informações em: /www.skymaps.com/index.html (carta celeste de dezembro para ambos os hemisférios) http://reabrasil.astrodatabase.net/ ou http://geocities.yahoo.com.br/reabrasil/ http://aerith.net/index.html http://www.jpl.nasa.gov/calendar/ http://inga.ufu.br/~silvestr/ CalSky: http://www.calsky.com/ http://www.pa.msu.edu/abrams/SkyWatchersDiary/Diary.html http://comets.amsmeteors.org/meteors/calendar.html http://www.imo.net/ http://www.lunar-occultations.com/iota/2003bstare/bstare.htm http://www.lunar-occultations.com/iota/2003planets/planets.htm Jet Propulsion Lab: http://www.jpl.nasa.gov/ Felizes observações e bons céus para todos! ∞

Rosely Gregio Redatora | Revista macroCOSMO.com [email protected]

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MITOS CIENTÍFICOS

DE VOLTA ÀS TREVAS a renegação dos princípios básicos da astronomia na "nova era" Paulo Monteiro | Revista macroCOSMO.com

Copérnico, Kepler e Galileu. Ainda hoje contestados!

Estaríamos retornado à época da Inquisição?

Atualmente,

crescem os números de pessoas que simplesmente renegam a ciência em troca de meras especulações, divulgadas por pessoas que ou não sabem nada do assunto, ou querem tirar proveito da falta de informação do povo, devido ao péssimo ensino da astronomia nas escolas. Em pleno ano 2004, passados mais de quinhentos anos das descobertas de Galileo e Copérnico, às vezes me sinto em meio à inquisição. Hoje em dia, astrônomos amadores e profissionais não possuem quase nenhum espaço na mídia e suas observações, suas teses baseadas em observações sistemáticas e cientificamente comprovadas com os mais modernos instrumentos, são simplesmente ignorados por pessoas que se dizem capazes de falar com extraterrestres e intraterrestres, que se auto-intitulam um próprio ET de Urano vivendo no planeta Terra ou que são capazes de prever o futuro, baseados em meras especulações, onde transformam os movimentos dos planetas do sistema solar e fenômenos astronômicos em motivo de pânico, parecendo até que os planetas são responsáveis pelo que o próprio homem faz.

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MITOS CIENTÍFICOS

Os eclipses solares e os cometas, belos fenômenos astronômicos, são usados a milhares de anos como o prenúncio do fim do mundo. Eu entendo perfeitamente que o homem no ano de 5000 A.C, ao ver o Sol simplesmente "apagando" entrasse em pânico, pois acreditava que o Sol iria sumir pra sempre e sem sua luz e calor, entrasse numa idade das trevas onde o mundo iria acabar. Um cometa é associado até hoje como sinal de tragédias. A astronomia ridiculariza essas previsões, pois todo ano aparece um cometa no nosso céu, mas só utilizam o Halley como prenuncio de azar. Em 1997 o cometa Hale-Boop causou o suicídio de centenas de pessoas nos EUA, seguidas por um líder fanático, que afirmava existir um disco voador na cauda do cometa que os levariam após a morte. Ate hoje muitos acreditam nisso! Mas estamos no ano 2004 D.c, isso é um absurdo mas infelizmente pessoas ainda associam o eclipse solar e os cometas ao fim do mundo, prenuncio de tragédias e mortes. Essas pessoas aparecem toda semana na TV, e em finais de ano e de milênio, aparecerão muito mais. Suas previsões têm sempre, pelo que percebi dois caminhos: 1º Associam eclipses, passagens de comentas, "transito de planetas" em algumas constelações como o principal motivo de alguns fatos ocorridos na Terra, como se os planetas e cometas lá no espaço, a milhões de quilômetros de distância, fossem os responsáveis por tudo que ocorre por aqui. A maioria das previsões estão sempre ligadas a tragédias, desastres e catástrofes globais. 2º Se não citam tragédias e assustam a população, criam falsas esperanças. Há anos escuto falar de uma tal "nova era", mas se as pessoas continuarem a acreditar nesse tipo de pessoas e previsões e gastarem dinheiro com isso, a nova era não será tão bela como os "videntes" pintam. Será sim uma idade das trevas, com a renegação da ciência e dos princípios básicos da astronomia, tendo a maior parte do povo acreditando em fantasias que mais parecem histórias de conto de fadas. Isso já ocorreu na humanidade por mais de 1000 anos e terminou graças a Copérnico, Kepler e Galileo!

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Como as pessoas ganham tamanho espaço na mídia? Videntes continuam a assombrar as pessoas com suas previsões e como sempre nada acontece, eles descaradamente somem. Em 5 de maio de 2000 ocorreu um alinhamento no sistema solar. Os microfones e câmeras estavam de volta aos mesmos videntes que erraram incrivelmente nas previsões passadas do eclipse de agosto de 1999. Eles voltam dizendo que o alinhamento planetário irá provocar um "cabo de guerra cósmico", e que isso iria elevar o nível dos oceanos, inundando as cidades litorâneas. Logo após isso divulgado, muitas pessoas venderam suas casas de praia e foram parar no topo de montanhas. Algumas dessas infelizes pessoas apareceram em canais de TV falando que precisavam se salvar do fim do mundo! Resultado: em apenas 9 meses tivemos na cabecinha dos "pseudo astrônomos e físicos" dois finais de mundo, que obviamente não ocorreram! Além de dois finais de mundo, tivemos duas viradas de milênio em um ano! A total falta de conhecimento na matemática, física e astronomia foram capazes de gerar tanta aberração! Infelizmente na edição de dezembro de 1999, a revista superinteressante errou ao mencionar que o planeta Vênus saudaria o novo milênio, que só ocorre na virada de 2001 e não em 2000 como a revista informou! Essas coisas não poderiam acontecer em uma revista como essa! Uma pena! Nesse ano, a seção de astronomia sumiu. Torço para que volte!

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MITOS CIENTÍFICOS

O número de “astrobobagens” mencionas não param de crescer. Existem muitas pessoas que acreditam e divulgam isso de forma que eles estão certo, mesmo sem provar nada, afirmando que os astrônomos estão errados. Abaixo coloco algumas delas com alguns comentários, que falam por si só. Vejam do que essas pessoas são capazes de afirmar:

civilização inteligente em Vênus Vênus possui as mais altas temperaturas do sistema solar, alcançando 400º C. Sua rotação é lenta expondo sempre a mesma face do planeta ao Sol, durante centenas de dias, além disso é totalmente coberto por nuvens, num efeito estufa há milhões de anos. Nisso a vida fica praticamente impossível. Mesmo assim continuam acreditando, então coloco as fotos da superficie de Vênus logo abaixo. Não vejo traços de nenhuma civilização! Você vê? Mesmo com isso, muitos acreditam na existência de vida em Vênus! Acham que a imagem é forjada!

a Terra é oca e dentro dela existe um Sol e seres intraterrestres! Então todo aquele material expelido por um vulcão vêm de onde? Como a fina camada do planeta não desaba? Esse Sol interior não iria fritar o solo? Quando cavam uma obra para o metrô ou túnel como não vemos esses seres? Os alicerces do meu prédio estão presos onde? Na TV, certa vez mostrou um intraterrestre! Uma pessoa que se diz capaz falar com ETs 'mostrou’ um, mas a imagem era péssima. Tudo escuro e o tal ser estava escondido no meio do mato, mais parecendo um macaquinho!

existem bases alienigenas na Lua que podem ser vistas com qualquer telescópio e o Homem não foi a Lua!

Superfície de Vênus. Temperaturas de 400ºC

um planeta do tamanho de Júpiter estaria entrando no sistema solar e iria se chocar com a Terra, de nome Hercolobus Primeiro que, as pessoas que dizem isso jamais olharam por um telescópio e não possuem a mínima noção do sistema solar. Jamais apresentaram uma foto se quer do planeta intruso e se fosse mesmo do tamanho de Júpiter, seria visto facilmente pelo Hublle e até mesmo por telescópio terrestres. A foto jamais apareceu e não existe nenhuma prova dele. Alem disso, gostaria de ver os cálculos (se é que sabem fazer algum), que mostram com exatidão o choque do planeta com a Terra. Porque não com Netuno ou Júpiter? Porque aqui? existe um livro, divulgado até em outdoors aqui no metrô de São Paulo, que fala sobre esse planeta, e pelo que parece, deve vender bem, pois um anuncio lá, não é barato! Fico no aguardo das fotos desse planeta criado na imaginação do autor do livro.

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Já observei a Lua centenas de vezes, e só vi belos morros, crateras, vales e seus "mares", mas não vi casinha nenhuma! Além disso, essa afirmação tem não só um, mas dois erros graves. O primeiro é a total demonstração da falta de conhecimento observacional, pois para enxergamos qualquer arquitetura no solo lunar, ela teria que ser monumental, com quilômetros de extensão. (Obs: estou me formando em arquitetura e sei sobre o tema também) Quando afirmo isso e mesmo mostrando ao telescópio todo solo lunar, pseudoastronômos que não sabem nem montar uma luneta, afirmam: "as bases estão na face oculta"! Isso não passa de uma bela desculpa! São tão atrasados e desatualizados que já temos fotos do lado oculto também, mas ainda alegam que foram alteradas pela NASA. Bom, aí o nível abaixa muito e nem merece mais comentários!

Neil Armstrong na Lua

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MITOS CIENTÍFICOS

a Terra não gira ao redor do Sol Copérnico e Galileo quase foram queimados por isso, e hoje em dia parece que tem gente que os tentaria queima-los também! Mesmo com esses erros grotescos nas afirmações, eu até certo ponto sinto não revolta, mas tristeza ao ver pessoas mencionarem tantas bobagens e com isso, levar milhões com elas junto! Mas a partir do momento em que uma pessoa diz que existe FRAUDE NA ASTRONOMIA! eu perco todo o respeito! Tal afirmação atinge a honra de astrônomos profissionais onde contestam e põem em duvida sua competência, seriedade e profissionalismo! Para alguêm para afirmar isso e acusar astrônomos de fraudadores, deve ter boas explicações pois tal acusação deve ser provada e se for considerada leviana, como claramente é, o acusador deveria arcar com as conseqüências!

http://www.catar.com.br/hg/davino/index.html Escrito por Davino Servidio e que infelizmente foi divulgado e publicado pelo site

de busca cadê (www.cade.com.br), na sua seção de astronomia, afirma, baseado em teorias que afrontam os princípios básicos da astronomia, que a Terra não gira ao redor do Sol e sim "baboleia"! Oras, se ela não girasse, como que sondas enviadas ao solo de marte caíram exatamente no ponto determinado? Se ele estivesse certo, veríamos estrelas no hemisfério norte, que não vemos pois a luz do sol impede!

existem seres inteligentes no aglomerado de Plêiades e nas 3 estrelas do cinturão de Órion (3 marias) O aglomerado de Plêiades é lindo, mas suas estrelas são tão jovens que nem tiveram tempo de formar algum planeta ou sistema solar, e assim fica descartado qualquer tipo de vida. MAS MESMO ASSIM vou fazer que eles fazem muito bem: Vamos ‘supor’ que exista! Pois bem, como essas pessoas ficaram sabendo da existência de vida em algum planeta nesse aglomerado ou em alguma estrela do cinturão de Órion ou em Plêiades?

Acima, a nebulosa de Orion, distante a muitos anos-luz das 3 marias mas na mesma constelação, onde alguns afirmam existir vida, um verdadeiro berço de estrelas, e com elas, sistemas solares e quem sabe algum tipo de vida, mas tudo em plena formação como mostra os 4 quadros. A alta tecnologia atual nos permite ver a formação de disco proto-planetarios ao redor de estrelas, mas alem de estarem em formação, ninguem pode afirmar que existe vida em estrelas onde não sabemos nem se existem planetas ao redor! De onde tiraram as afirmações que existe vida nesse local? Eles ja lhes apresentaram alguma prova? porque acreditar em palavras sem provas? 46

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MITOS CIENTÍFICOS

A mais de 3 anos no ar, mais de 100.000 visitas, recebi centenas de e-mails com pessoas assustadas, em duvida do que ocorreria no alinhamento planetário de 2000, tudo isso causado pelo pânico instalado por esses tipos de pessoas, que só sabem assustar o público, aproveitando da sua falta de conhecimento na astronomia! Enfim, estamos ouvindo falar a toda hora na "nova era"! O que podemos esperar dela? Se continuar a divulgação dessas mentiras desta forma e incentivando a crença nas pseudos-ciências, estaremos voltando ao período chamado de idade das trevas, compreendido entre 400 D.C até 1500, que começou com a morte cruel da filosofa Hipacia e destruição da biblioteca de Alexandria, berço do conhecimento! A volta da ciência só ocorreu após 1000 anos, graças a pessoas como Copérnico, Galileo e Kepler, que mesmo assim, enfrentaram dificuldades e até hoje são contestados! A renegação da ciência nos dias de hoje, a falta de espaço aos astrônomos e outros cientistas na TV e mídia em geral, e o grande espaço dado a pseudo-ciências só me deixam a visão de uma "nova era" igual à “idade das trevas”. ∞ Paulo Ricardo Monteiro Redator | Revista macroCOSMO.com [email protected]

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ASTROFOTOGRAFIA

Fotografando o Universo – Parte II Acompanhando os Corpos Celestes Pedro Ré | Colaborador

Os astros parecem mover-se na esfera celeste de leste para oeste devido ao movimento de rotação da Terra. As montagens equatoriais permitem “compensar” este movimento tornando possível a realização de fotografias guiadas de longa pose. É o passo natural a dar, após a realização de fotografias de traços estelares e de constelações. As montagens equatoriais são constituídas por um sistema de dois eixos perpendiculares, sendo um deles, colocado rigorosamente em paralelo com o eixo da Terra. Se rodarmos este eixo no sentido contrário ao do movimento de rotação da Terra, com uma velocidade de 1 rotação por dia (aproximadamente 15º por hora), é possível manter um determinado astro imóvel no campo de visão de um telescópio. As montagens equatoriais têm de ser orientadas, ou colocadas em estação, para que esta compensação seja efetivada.

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ASTROFOTOGRAFIA

Existem diversos processos que podemos utilizar com este fim. O mais simples consiste em alinhar o eixo polar tomando como referência à estrela polar que se encontra muito próximo do pólo celeste norte. Este alinhamento é suficientemente preciso para a realização de fotografias guiadas de longa pose utilizando objetivas fotográficas normais (50 mm) ou mesmo pequenas teleobjetivas (135 a 300 mm). Veja mais detalhes de como construir uma plataforma equatorial na edição nº 1 da revista macroCOSMO. Se pretendermos realizar fotografias guiadas de longa pose, as câmaras fotográficas podem ser montadas sobre um telescópio suportado por uma montagem equatorial motorizada. A guiagem é efetuada utilizando o telescópio como auxiliar. Desde que a montagem equatorial seja colocada em estação, é muito fácil realizar fotografias de longa pose com o auxílio das mais variadas objetivas fotográficas. Neste caso podemos usar objetivas com distâncias focais elevadas desde que a precisão de guiagem seja mais elevada.

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ASTROFOTOGRAFIA

Para efetuar astrofotografias através de telescópios torna-se necessário acoplar câmaras fotográficas a um telescópio. Os telescópios mais freqüentes podem ser classificados em três tipos principais: (i) refratores; (ii) refletores e (iii) compostos ou catadióptricos. Cada tipo de telescópio apresenta vantagens e inconvenientes.

Câmaras fotográficas montadas em paralelo ou em piggy-back (1) Nikon F + objetiva 50 1:2, (2) Mamya + objetiva 135 mm 1:2:8, (3) Mamya + objetiva Zeiss Sonar 200 1:2:8, (4) Mamya + objetiva Rubinar 1000 mm 1:10

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ASTROFOTOGRAFIA

Principais tipos de Telescópios: 1 – Telescópio refrator, 2 – telescópio refletor, 3 – telescópio Maksutov – Cassegrain e 4 – telescópio Schmidt-Cassegrain

Existem diversos processos de acoplar uma câmara fotográfica a um telescópio. O processo mais simples consiste em utilizar o telescópio como se este se tratasse de uma objetiva fotográfica. Neste caso remove-se a objetiva da câmara fotográfica (reflex de preferência) e monta-se o corpo da câmara no foco principal do telescópio. A distância focal e a relação f/D obtidas são iguais à do telescópio utilizado. Os outros dois processos são distintos fundamentalmente por recorrerem à interposição de um sistema óptico entre a objetiva do telescópio e a câmara fotográfica. O sistema óptico utilizado pode ser uma ocular (projeção positiva), uma lente Barlow ou um teleconversor fotográfico (projeção negativa) e um redutor/corretor (compressão). Os três principais métodos de acoplar uma câmara fotográfica ou uma câmara CCD19 a um telescópio. Existe ainda um outro processo, designado sistema afocal, no caso das câmaras fotográficas utilizadas não terem a possibilidade de retirar as suas objetivas. Este é o método mais utilizado para acoplar câmaras digitais a telescópios.

Principais métodos de acoplamento de uma câmera fotográfica ou CCD em um telescópio 1 – Foco principal, 2 – projeção, 3 - Compressão

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ASTROFOTOGRAFIA

Os diversos tipos de telescópios devem ser suportados por uma montagem equatorial, de preferência motorizada nos dois eixos. Nem todas as montagens são adequadas para a realização de astrofotografias. Quanto mais robusta for a montagem tanto melhor. Algumas montagens frágeis vibram facilmente sendo menos aconselhadas para a realização de fotografias astronômicas. ∞

Exemplo de algumas montagens equatoriais fotográficas: 1 - Montagem alemã refrator acromático Konus 100 f/10; 2 - Montagem alemã EM10, refrator apocromático Takahashi FS102; 3 - Montagem alemã, refletor Konuns 114 mm f/8; 4 - Montagens alemãs CM1400 e CM1100, telescópios SchmidtCassegraun C11 e C14; 5 - Montagem de garfo, telescópio Schmidt-Cassegrain C8; 6 - Montagem de garfo, Meade LX200 10"; 6 - Montagem de garfo, C14 e refrator apocromático Takahashi FS102

Pedro Ré Colaborador | ANOA [email protected] http://www.astrosurf.com/re Na próxima edição da Revista macroCOSMO.com, acompanhe a parte final desse tutorial sobre astrofotografia.

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Durante uma seção de observação astronômica ou de astrofotografia com longa exposição, uma das grandes dificuldades encontradas é o movimento aparente que os astros descrevem de leste para oeste, movimento este, decorrente da rotação da Terra. Considerando que este movimento aparente é de aproximadamente 15 graus por hora, um astro focalizado por um telescópio permanece no campo de visão do observador por um período muito curto (de 15 a 60 segundos em média, dependendo do aumento utilizado), sendo este deslocamento percebido com muita facilidade. Para contornar este problema, muitos modelos de telescópios são dotados de uma montagem equatorial que permitem que o movimento do tubo do telescópio acompanhe perfeitamente a trajetória dos astros. Se esta montagem equatorial for equipada com um motor elétrico girando na velocidade adequada, o movimento do tubo deste telescópio será automático e o astro poderá ser visualizado durante muito tempo, permitindo assim fotografias de longa exposição ou simplesmente, um maior conforto na observação.

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Plataforma Equatorial para

DOBSONIANOS

Paulo Oshikawa | Colaborador Quem possui um telescópio Newtoniano em uma montagem Dobsoniana, não pode contar com estes recursos, já que este tipo de montagem é altazimutal, ou seja: o tubo tem a capacidade de se movimentar no sentido vertical (altura) e horizontal (azimute). Assim sendo, para que um telescópio Dobsoniano possa fazer o acompanhamento da trajetória dos astros, é necessário que, como a câmera fotográfica, todo o conjunto seja apoiado sobre uma Plataforma, grande o suficiente para suportar todo o conjunto (telescópio e Montagem Dobsoniana). Este é justamente o objetivo deste texto: mostrar que não é difícil prover acompanhamento motorizado para telescópios Newtonianos sobre uma montagem Dobsoniana. Com algum trabalho e um pouco de habilidade, é possível a construção de uma plataforma que poderá ser usada para simples observações ou para fotografia de longa exposição. A primeira Plataforma Equatorial para Dobsonianos, de que se tem notícias, foi projetada e construída pelo francês "Adrien Poncet", de acordo com publicação na "Sky & Telescope" de Janeiro de 1977, página 64. Por este motivo, ainda hoje este tipo de plataforma é conhecido como "Plataforma de Poncet". O projeto original previa um pivô no setor do pólo elevado e um plano inclinado no setor oposto.

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Este modelo apresentava muita instabilidade e era inadequado para telescópios de grande porte, e por isto "Alan Gee" aperfeiçoou o desenho original usando um setor de círculo no pólo elevado e um Pivô no setor oposto. Em Setembro de 1988, outro francês, Monsieur "Georges d'Autume" publicou na Sky & Telescope (página 303) uma outra versão baseada em setores cônicos em ambos os pólos. Devido a dificuldade na construção de setores cônicos, "Chuck Shaw" projetou e construiu uma plataforma que prevê dois setores de círculo, um no lado norte e outro no lado sul. Este modelo é o que será tratado neste artigo. As vantagens de utilização de uma plataforma equatorial de setores de círculo são: • Não aumenta demasiadamente a posição de altura da ocular, e portanto, não haverá necessidade de recorrer a banquetas ou escadas para posicionamento adequado na observação de objetos, principalmente aqueles próximos ao zênite. • É uma peça que pode ser independente do telescópio, e somente será utilizada quando for necessária. Não há necessidade de qualquer modificação na montagem Dobsoniana para utilização da mesma em conjunto com a Plataforma.

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• É muito simples de construir, com materiais baratos e ferramentas de uso comum. Qualquer pessoa com alguma habilidade em “faça você mesmo” poderá construí-lo em alguns finais de semana. Este modelo de plataforma já foi construído por diversos ATMs do Hemisfério Norte, e é utilizado com sucesso para simples observações ou para Astrofotografia. Não se tem conhecimento de projetos no Brasil que tratem da construção de uma plataforma deste porte, já que os projetos nacionais de José Carlos Diniz, José Agustoni(Zeca) e do Makintoxi se referem a Plafatormas de pequeno porte para Câmeras fotográficas.

COMO FUNCIONA A PLATAFORMA

Na astrofotografia com câmera fixa (sem uso de telescópio), embora a percepção do deslocamento aparente dos astros seja menor, ele também ocorre e fatalmente formará trilhas sobre o filme a partir de 1 minuto de exposição. Por este motivo, quem utiliza esta técnica de fotografia pode fixar sua câmera sobre o tubo de um telescópio dotado de acompanhamento equatorial (técnica denominada “câmera à cavalo”) ou utilizar uma Plataforma Equatorial motorizada, sobre a qual se apóia a câmera. Assim que o objeto-alvo é focalizado, a Plataforma Equatorial é ligada e inicia seu movimento giratório de leste para oeste, levando junto consigo a câmera fotográfica. É desta forma que se consegue registrar galáxias, nebulosas e vários outros objetos tênues do nosso céu, que não são visíveis a olho nu. A fotografia abaixo ilustra uma Plataforma Equatorial para câmeras fotográficas, construída por José Carlos Diniz: http://www.astrosurf.com/diniz/plataforma.html

Em um tripé equipado com montagem equatorial, perfeitamente configurado para a latitude local, o acompanhamento de um astro é feito através do movimento azimutal do tubo do telescópio. No caso da Plataforma de Setores de Círculo, não é necessário que o tubo do telescópio se movimente para fazer o acompanhamento de um astro. É a plataforma que se movimenta, e leva consigo a montagem Dobsoniana, e conseqüentemente, o telescópio. O telescópio estará inclinado para um lado no início da observação, e no final do período, estará inclinado para o lado oposto. Por este motivo, tempos de acompanhamento maiores que 60 minutos não são recomendados, pois haverá o risco de queda do telescópio, devido a uma inclinação excessiva. Importante observar que embora o telescópio se incline de um lado para outro (leste/oeste), o centro de gravidade deve permanecer sempre no mesmo ponto. Isto é o que garante o acompanhamento perfeito do movimento aparente de um astro. Como nas montagens equatoriais tradicionais, a plataforma deverá também estar perfeitamente alinhada com o pólo celeste elevado: a estrela polar, no caso do hemisfério norte ou a sigma octantis, no caso do hemisfério sul. Para entender o funcionamento desta plataforma é necessário assimilar que se um

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telescópio for apontado exatamente para o pólo celeste elevado, deverá manter esta mesma posição, embora a plataforma esteja se movimentando. Para que isto ocorra, o tubo do telescópio deverá ser considerado como sendo o eixo central de um sistema de dois círculos que giram em torno deste eixo central. Supondo-se que estejamos em um local cuja latitude é zero (sobre a linha do Equador), se montarmos dois círculos de mesmo raio perpendiculares ao solo (90 graus), ligados por um eixo central que aponta para o pólo-sul celeste, este eixo ficará paralelo ao solo, e o giro destes círculos não afetará a direção do eixo. Porém, se estivermos afastados da linha do Equador, por exemplo, na cidade de São Paulo, a uma latitude de 23,5 graus, para obter o mesmo efeito,

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precisaremos de dois círculos de raios diferentes, para manter o eixo central apontado para o pólo sul celeste. Estes círculos não ficarão perpendiculares ao solo. Deverão estar inclinados a 66,5 graus (90 graus menos 23,5 graus) para que o eixo (que corresponderia ao tubo do telescópio) fique inclinado a 23,5 graus.

A bem da verdade, podemos afirmar que este eixo estará perfeitamente alinhado e paralelo ao eixo de rotação da terra. Estes dois círculos de tamanhos diferentes podem também ser equiparados a duas fatias (setores) de um cone imaginário cujo ângulo formado do seu vértice até a base é o dobro da latitude.

Mesmo com um giro completo (360º) nos círculos, a posição do eixo permanecerá constante. Todavia, não necessitamos fazer um giro completo, que corresponderia a 24 horas de observação, mas sim de apenas uma hora, ou seja, cerca de 15 graus. Desta forma, podemos segmentar (cortar) estes círculos, mantendo somente os setores necessários para acompanhamento de 60 minutos. Observe que ao segmentar os círculos, o eixo central perderá o apoio e não poderá ficar fisicamente sustentado pelos círculos. Vamos considerar, portanto, que este eixo é virtual e que fica exatamente no centro dos círculos imaginários formados pelo prolongamento dos setores.

Até o momento, ficou fácil perceber que o tubo do telescópio (representado aqui pelo eixo central) sempre apontará para o mesmo ponto, quando os círculos giram. A este eixo fixo, que passa pelo centro dos círculos imaginários, chamaremos de eixo polar, pois ele sempre aponta para o pólo elevado e está inclinado em relação ao solo, no mesmo ângulo da nossa latitude, e paralelo ao eixo de rotação da terra. Imaginemos agora, que o nosso eixo óptico está deslocado alguns graus acima do eixo polar, mas com o mesmo centro de gravidade. O que ocorreria com a projeção deste eixo na esfera celeste?

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Veja no desenho abaixo, que se formaria uma circunferência em torno do pólo celeste, após um giro de 360 graus dos círculos virtuais.

Quanto maior for a inclinação do eixo óptico em relação ao eixo polar, maior será a circunferência da projeção. Na verdade, esta circunferência coincide com o movimento aparente dos astros em torno da Terra para aquela determinada latitude. Para que este conceito fique bem consolidado, e usando o exemplo anterior com um observador a 23,5 graus, assimile que se este eixo óptico for apontado para o Zênite (90 graus), após 12 horas de giro, este eixo não estará apontando para o Nadir. A trajetória do eixo forma um cone de 133 graus com vértice no centro de gravidade e com centro no eixo polar e portanto, após o giro de 180 graus, o eixo óptico estaria apontando para o solo, para um ponto a 43 graus (66,5 – 23,5 ou 133 - 90) em relação ao solo. Quanto ao Centro de Gravidade e o eixo virtual, temos que fazer algumas considerações. Supor que o eixo óptico tem que ser obrigatoriamente coincidente com o eixo virtual que passa pelo centro de gravidade é um erro. O eixo óptico tem que ser paralelo ao eixo virtual para que o acompanhamento do pólo celeste seja constante. Imagine que você está dentro de um elevador panorâmico, no andar térreo de um prédio, e aponta seu telescópio para a estrela Sirius. O que acontecerá se este elevador subir para o décimo andar? Se você respondeu que a estrela saiu do campo e você terá que reposicionar o telescópio para enquadrá-la novamente, se enganou. A estrela continuará na mesma posição que estaria se o elevador ficasse parado (o deslocamento seria insignificante e imperceptível). Da mesma forma, se você movimentar o telescópio para frente, para trás, para os lados, o astro

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permanecerá soberbo na imagem da ocular. É claro que para que isto ocorra, o tubo do telescópio poderá movimentar-se para qualquer direção, mas deverá permanecer paralelo a sua posição original. Pelo menos alguma vez na vida (talvez na infância), nos intrigou que em uma viagem de carro ou trem, toda a paisagem era deixada para trás, mas a Lua que era vista da nossa janela, insistentemente parecia querer acompanhar a viagem, numa perseguição interrompida apenas por uma curva no caminho (mudança do ângulo de direção). Bem, este é um problema de paralaxe, e não cabe aqui detalhar este assunto, mas apenas concluir que o acompanhamento não é feito porque o telescópio gira de um lado para outro, mas sim, porque este giro, é acompanhado pela variação do ângulo entre o eixo óptico e o eixo virtual. Um outro mito quanto a este tipo de plataforma, é que ela se presta apenas para utilização na latitude para a qual foi construída. Isto é uma “meia verdade”. Para que a plataforma funcione adequadamente, deverá estar perfeitamente em nível com o solo e alinhada com o pólo celeste. Até um raio de 100 quilômetros, não se notará diferença na performance do acompanhamento. A partir desta distância (se for no sentido norte-sul), alguns calços no setor norte ou sul irão compensar a variação da latitude. Porém, observe o seguinte: o calçamento da plataforma fará com que a mesa na qual repousa o telescópio fique inclinada, e o risco de queda do telescópio aumentará de acordo com a inclinação da mesa. Isto inviabiliza o uso da plataforma em regiões com diferença de 15 graus na latitude.

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INICIANDO A CONSTRUÇÃO Primeiramente, vamos considerar que um setor de círculo (uma fatia) de 15 graus seria suficiente para acompanhamento de 60 minutos. Contudo, uma estrutura com esta graduação, teria que ficar apoiada sobre um único ponto e ficaria extremamente estreita. Para garantir uma boa estabilidade, e suportar o peso do telescópio, é interessante que a largura deste setor seja no mínimo igual à largura da base Dobsoniana. No caso do Hemisfério sul, o raio do círculo do setor sul será maior que o raio do círculo do setor norte. A proporção entre estes raios dependerá da latitude e da distância entre os setores (comprimento da plataforma). Apoiada sobre estes dois setores de círculo ficará uma plataforma de madeira exatamente horizontal e paralela ao solo, que chamaremos Mesa. É sobre esta mesa que repousará o telescópio Dobsoniano. Fixadas na parte inferior desta mesa, ficarão os setores de círculo, que formarão com a mesa, um ângulo correspondente a (90º menos a latitude). Veja a seguir, uma foto de um setor fixado na mesa. O construtor (D.F.Molyneux), está localizado a 53 graus de latitude, o que explica a grande inclinação do setor em relação à mesa. Repare também, que as superfícies do setor que entrarão em contato

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com os rolamentos (vide a seguir) foram revestidas com chapas de alumínio para redução do atrito e maior precisão no movimento.

Estes segmentos de círculo ficarão apoiados sobre rolamentos que suportarão todo o peso da mesa e do telescópio. Num suporte Dobsoniano, este peso geralmente é suportado por 3 almofadas de teflon. Para garantir uma boa estabilidade, convém apoiar todo este peso em 4 conjuntos de rolamentos, sendo 2 conjuntos no setor do pólo celeste elevado, que é o maior, e 2 conjuntos no setor oposto. Como a força gravitacional é perpendicular ao solo, mas os setores são oblíquos é necessário distribuir este peso em 2 rolamentos de cada conjunto:

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Neste projeto, utilizaremos 8 rolamentos, sendo 4 no setor maior e 4 no setor menor. A disposição dos rolamentos poderá também ser feita como no desenho abaixo, com 7 rolamentos. Quanto maior a latitude (tanto ao norte quanto ao sul), mais acentuada será a diferença na largura da base nos setores norte e sul (o ângulo do cone virtual é muito maior). Se a largura da base for muito reduzida no setor oposto ao pólo elevado, é possível utilizar neste setor, apenas 3 rolamentos, sendo um rolamento principal (no centro da base) e dois rolamentos de apoio nas extremidades, ou ainda, dois rolamentos principais e um rolamento de apoio no centro. Em determinadas situações é possível ainda, deixar neste setor apenas um ponto de apoio (um pivô), mas isto só é viável a partir de latitudes acima de 50 graus.

Em resumo, a plataforma equatorial será composta de 3 partes principais: • • •

A Mesa A Base Sistema de tração

A primeira peça que deverá ser construída é um esquadro de madeira que será utilizado para auxiliar no traçado das linhas e na aferição dos ângulos obtidos na montagem. Este esquadro deverá ter um ângulo reto (90 graus). O segundo ângulo será igual ao da latitude definida e o terceiro deverá medir 90 graus menos a latitude (não esqueça que a soma dos ângulos de qualquer triângulo é igual a 180 graus). ATMs de Porto Alegre (latitude 30 graus) ou de regiões de latitude 45 graus levam neste particular uma grande vantagem pois poderão encontrar estes esquadros já prontos. Um instrumento com hipotenusa de 20 cm será suficiente para todas as medidas necessárias, e terá um tamanho mediano tornando o manuseio bastante confortável.

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É fundamental que haja precisão na construção deste esquadro/gabarito, e para obter esta precisão, deve ser utilizada a trigonometria básica. Veja no exemplo abaixo o cálculo das medidas de um esquadro para latitude de 23,5 graus): • Hipotenusa = 200 mm • Cateto menor = sen(latitude) * 200 = 79,75 mm • Cateto maior = cos(latitude) * 200 = 183,41 mm •

A CONSTRUÇÃO DA MESA Antes de entrar nos detalhes de construção, precisamos tomar algumas medidas que serão necessárias para a construção da plataforma. Para facilitar a construção e os cálculos, a latitude poderá ser arredondada, visto que isto não será um fator crítico na construção. As medidas constantes neste texto são referentes a um telescópio Newtoniano, Dobsoniano de 250mm, f/5,6. Os dados ficam sendo os seguintes:

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• • • • •

Latitude: 23,5 graus sul Diâmetro da base Dobsoniana (comprimento e largura em caso de base não circular): 650 mm Espessura das chapas de compensado: 20mm Distância da Mesa até o ponto de apoio: 69 mm Tempo máximo de acompanhamento: 60 minutos

Vamos ver a seguir os detalhes de construção de cada uma destas partes. Algumas medidas são críticas e devem ser exatas para que a plataforma possa cumprir sua função de forma eficaz. Como os cálculos são trabalhosos e envolvem muita trigonometria, é possível a utilização de um programa que calcula as medidas e os ângulos necessários para a construção. Isto dá uma grande flexibilidade para projetar e modificar até que seja encontrada a configuração ideal. No endereço http://planeta.terra.com.br/educacao/Astronomia/calculomesa.html há uma página da Internet que efetua estes cálculos interativamente.

A mesa é uma chapa de madeira plana, reta e horizontal onde ficará apoiado o telescópio Dobsoniano (base e tubo). Podem ser utilizadas placas de compensado naval de 3/4" de espessura. Dependendo do tamanho a espessura poderá variar de 15 a 20 mm). Na superfície inferior da mesa, serão afixados os setores de círculo. O Setor maior ficará na direção do pólo elevado. Os raios dos setores norte e sul deverão ser calculados. Mesa Construída por Warren Peters (Vista pela parte de baixo)

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As medidas necessárias para a construção da mesa são: a. b. c. d. e. f. g. h. i.

Recuo para fixação do setor Sul Recuo para fixação do setor Norte Distância entre os setores Sul e Norte Altura dos setores norte e sul (flecha) Raio do círculo do setor Sul Raio do círculo do setor norte Largura da Mesa no setor sul Largura da Mesa no setor norte Semi-corda da superfície de contato do setor Sul

Os cálculos envolvidos são relativamente simples, mas trabalhosos, e envolvem um conhecimento básico de Trigonometria. A-Recuo para fixação do setor sul - O setor sul ficará ligeiramente afastado da borda da mesa. Para calcular este afastamento, utilize a fórmula: Recuo Sul = D * tan(Latitude)

onde D é a distância da base da mesa até o seu ponto de apoio. Portanto: Recuo = 69 * tan(23,5) Recuo = 30mm B-Recuo para fixação do setor Norte - O setor norte ficará exatamente na borda da mesa. Considerando que a chapa teria 20mm de espessura, o centro desta espessura ficará pouco mais de 10mm afastado da borda. O cálculo exato deste afastamento é dado por:

D-Flecha dos setores Norte e Sul - Em trigonometria, uma reta que corta um círculo fora do centro tem o nome de corda e a altura deste setor tem o nome de flecha. Para calcular a flecha, utiliza-se a fórmula: Flecha = Recuo / sen(Latitude)

Flecha = 30mm / sen(23,5) Flecha = 75,24 mm

C-Distância entre os setores Sul e Norte Considerando que o comprimento da plataforma foi definido em 650mm, basta subtrair os recuos Sul e Norte deste comprimento e teremos a distância entre as linhas centrais dos setores sul e norte:

Neste ponto surge uma dificuldade. Os setores serão fixados na mesa formando um ângulo de 66.5 graus. Se o setor de círculo for cortado em corte reto, o centro da espessura da madeira utilizada não tocará a mesa. Para que a fixação seja firme e com a medida exata, o corte deverá ser em um ângulo de 23,5 graus. O valor da flecha encontrado ficaria sendo válido para o centro da espessura da madeira, mas nas superfícies os valores devem ser calculados. Sendo de 20mm a espessura da chapa, temos:

Distância=Comprimento – Recuo Sul – Recuo Norte

Flecha menor = Flecha central - (20 * tg(23,5)) / 2

Distancia = 650 - 30 - 10,9 Distância = 609,1

Flecha menor = 75,24 – 4,35 Flecha menor = 70,89 mm

Recuo Norte = (espessura / 2) / cos(Latitude)

Recuo Norte = 10,9

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OFICINA Flecha maior = Flecha central + (20 * tg(23,5)) / 2

Flecha maior = 75,24 + 4,35 Flecha maior = 79,59 mm E-Raio do círculo do setor Sul - Para calcular o Raio do círculo do setor sul, utilizamos a fórmula:

corda Rsul = -------------------------------------------------------------------------------------2 * sen (180 – (2 * (90 – (arctan (2 * Flecha / corda ))))) 650 Rsul = ----------------------------------------------------------2 * sen (180 – (2 * (90 – (arctan (2 * 75,24 / 650 ))))) 650 Rsul = -----------------------------------2 * sen (180 – (2 * ( 90 – 13,035))) 650 Rsul = ----------------2 * sen (26,0695) Rsul = 740mm

F- Raio do círculo do setor norte - O setor norte, será menor (está mais próximo do vértice do cone virtual) e poderá ser calculado pela fórmula: Rnorte = dSnorte * sen (latitude)

Inicialmente calcularemos a distância do setor sul até o vértice do cone virtual: dSsul = Rsul / (sen(23,5)) dSsul = 1858mm

G-Largura da mesa no setor Sul - Não é necessário calcular, pois é a mesma medida da largura da plataforma, no nosso caso, 650mm. Observe que a largura corresponde à linha onde o setor sul será fixado, e não exatamente na borda. H-Largura da mesa no setor norte - A largura da mesa do setor sul será igual ao comprimento da corda de um círculo de 498mm de raio e uma flecha de 75mm, e pode ser calculada aplicando-se o teorema de Pitágoras: 2

2

2

Raio = (Largura/2) + Flecha

Em seguida, a distância do setor norte até o vértice do cone virtual:

Largura = 2 * 262,82 Largura = 526 mm

dSnorte = dSsul – Distância entre os setores

I- Superfície de contato do setor sul - O setor Sul, fará um acompanhamento de no máximo 60 minutos, ou seja, 15 graus de percurso e contato do setor com o rolamento. Já dissemos anteriormente que para garantir uma boa estabilidade, este contato estaria dividido nas bordas do setor Sul. Assim sendo, a parte central do setor Sul não será utilizada, e pode ser eliminada em caso de necessidade de redução no peso da plataforma. Eu vou optar por manter esta área, ou em último caso, vou

dSnorte = 1858 – 609,1 dSnorte = 1248,9 mm Finalmente, o Raio do setor norte Rnorte = dSnorte * sen (23,5) Rnorte = 497 mm

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desbastar as bordas, porém, pretendo não revestir de chapa metálica as áreas em que não haverá contato. Para saber onde estarão as áreas de contato, utilize o esquema abaixo, que foi calculado supondo um círculo com raio de 740mm e uma flecha de 75mm:

Todos os cálculos acima tiveram por objetivo preparar a mesa e suas partes da maneira mais exata possível. Um dos segredos para a eficácia no acompanhamento está nos setores de círculo, que deverão estar perfeitamente preparados, fixados e ajustados. Os setores deverão ser fixados em um ângulo de exatamente (90 menos latitude) graus. Para obter esta exatidão e também estabilidade dos setores Sul e Norte, a fixação deverá utilizar 5 escoras triangulares, sendo 3 no setor sul e 2 no setor norte. Estas escoras deverão ser fabricadas em madeira maciça (caibros de 5x5 cm em peroba, angico, maçaranduba, sucupira, ipê) cortados na forma de um triângulo em que o ângulo principal será de (90 menos latitude) graus, no nosso caso, 66,5 graus. Use e abuse do esquadro pois ele foi construído justamente para esta finalidade.

A CONSTRUÇÃO DA BASE A base da Plataforma Equatorial deverá ter mesma largura e o mesmo formato da Mesa. No setor Sul, o comprimento deverá ser cerca de 30 cm maior para comportar o sistema de Tracionamento (motor, engrenagens, mecanismo de Reset, bússola, niveladores por bolha etc) e no setor norte, 5 cm serão suficientes para a fixação dos suportes dos rolamentos. Assim como na construção da mesa, a base deve ser construída com madeira resistente (compensado naval de 15 a 20mm de espessura). Na superfície desta base,

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deverão ser fixados os suportes com os seus respectivos rolamentos, no nosso caso, dois suportes ao Sul e dois suportes ao Norte, totalizando quatro suportes (8 rolamentos). Os rolamentos mais adequados deverão ter um diâmetro externo de cerca de uma polegada, e a medida do diâmetro interno é indiferente. Estes rolamentos deverão ser fixados em suportes de madeira maciça cortados no formato de um triângulo retângulo. Nos catetos deste triângulo serão fixados os rolamentos e o lado maior (hipotenusa) ficará em contato com

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a base propriamente dita. O ângulo onde os rolamentos farão contato com o setor de círculo deverá ter 90 graus e os outros ângulos, deverão ser compatíveis com a Latitude local. No nosso caso, 23,5 graus (latitude) e 66,5 graus (90 menos latitude) respectivamente.

Os rolamentos devem ser fixados nos suportes, com a ajuda de um esquadro, tomandose as precauções devidas para que o Rolamento principal fique bem no centro do ponto de contato com o setor de círculo. Todavia, convém não fixar de imediato os suportes na base, deixando esta operação como uma das últimas etapas da construção. Nesta etapa, é que serão ajustadas eventuais diferenças ou folgas.

É na base da Plataforma equatorial, que irá repousar o motor e todo o mecanismo de acompanhamento. A Base deverá ser equipada com "pés" reguláveis para compensar as imperfeições do solo, visto que a horizontalidade da base é fundamental para a perfeição no acompanhamento. Cápsulas de controle de nível (as mesmas que pedreiros utilizam para conferir o nível ou prumo das construções) deverão ser fixadas para conferir o nível longitudinal ou transversal. Alguns ATMs equipam suas plataformas com bússolas e ainda com pequenas lunetas buscadoras préviamente colimadas para apontar para a estrela polar, facilitando em muito o posicionamento da Plataforma no momento da utilização.

Claro que nós do Hemisfério Sul teremos que adotar uma outra referência, já que não conseguimos ver a estrela polar, e a nossa Sigma Octantis é dificílima de ser localizada. OBS: Mesmo a Estrela polar, não está exatamente no polo norte, apresentando um desvio de 45 minutos de arco. A Sigma Octantis, está a cerca de 1 grau do pólo celeste Sul, mas é uma estrela de magnitude 5,4 enquanto que a estrela polar é visível a olho nu (mag: 1,96). Observe ainda que o alinhamento por meio de bússola nos fornecerá o norte magnético e não o norte geográfico. Se esta diferença fosse consistente, não haveriam grandes problemas, mas o norte magnético varia de região para região, e varia também com o decorrer do tempo. Para saber mais sobre o alinhamento polar, visite a página da Astrônoma Rosely Grégio que trata deste assunto com detalhes: http://www.constelacoes.hpg.ig.com.br/alinhamento_de_telescopio.htm

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O SISTEMA DE TRAÇÃO A mesa deverá girar em torno do seu eixo polar para efetuar o acompanhamento do objeto. Para que isto ocorra, é necessária a existência um sistema de tracionamento, que deverá ser composto por um motor e um sistema de transmissão. A maioria das Plataformas pesquisadas utiliza transmissão do giro do motor por meio de um eixo roscado que movimenta um braço tangente fixado ao setor sul da mesa. Outras utilizam tração direta na superfície de contato do setor sul ou em um dos rolamentos que apóiam a mesa. Este último fornece uma precisão muito maior, mas é muito mais difícil de construir. A tração via braço tangente tem um problema crônico pois o braço que movimenta a mesa percorre uma linha reta a uma velocidade constante mas o movimento desejado é o movimento angular da superfície de contato dos setores. Quanto menor for o raio, maior será a diferença entre a velocidade linear do braço e a velocidade angular da mesa. Para avaliar o quanto esta diferença prejudica o acompanhamento, é necessário efetuar alguns cálculos.

No nosso caso, foi calculado que o percurso linear do braço tangente, (considerando que o ponto de apoio deste braço esteja na borda do setor de círculo) seria de: Cos(90-7,5) * 2 * Raio do Setor Sul = 193,17mm

O perímetro deste arco de 15 graus, considerando que o raio do setor sul é de 740mm, é calculado por: (2 * pi * Raio) / 360 * 15 = 193,73mm A diferença entre o percurso do braço e o arco de contato é de menos de 0,55mm, e apesar de ser uma diferença pequena, é uma diferença que talvez possa trazer alguns problemas de tracking.

Esta diferença não seria propriamente um problema, se a velocidade angular fosse constante assim como acontece com a velocidade linear. A velocidade angular só será igual a velocidade angular quando a mesa estiver exatamente na horizontal (aos 30 minutos de acompanhamento). Analisando as diferenças no ângulo da mesa a cada 5 minutos poderemos ter noção do "estrago" causado por esta diferença de velocidade: Tempo em minutos 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60

Percurso linear em milímetros 0,00 16,10 32,20 48,29 64,39 80,49 96,59 112,69 128,79 144,88 160,98 177,08 193,18

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Ângulo Desejado (minutos de arco)

Ângulo Real (Minutos de arco)

450 375 300 225 150 75 0 -75 -150 -225 -300 -375 -450

450,00 374,67 299,52 224,52 149,62 74,79 0,00 -74,79 -149,62 -224,52 -299,52 -374,67 -450,00

Diferença de ângulo (minutos de arco) 0,00 -0,33 -0,48 -0,48 -0,38 -0,21 0,00 0,21 0,38 0,48 0,48 0,33 0,00

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O desvio máximo calculado foi de 0,48 minutos de arco e a dispersão total pode ser observada no gráfico abaixo:

O "estrago" parece que não foi grande. As maiores diferenças de velocidade se concentram no início e no fim do acompanhamento. Para utilização da Plataforma em exposições curtas, de no máximo 5 minutos, presume-se que este fator, não afetará a qualidade do acompanhamento.

A MOTORIZAÇÃO Existem dois tipos de motores que podem ser utilizados para efetuar o "tracking": Os motores comuns de corrente contínua (motor DC) e os Motores de Passo. Motores DC são aqueles normalmente utilizados em eletro-eletrônicos. Um grande problema destes motores, é que eles não garantem uma velocidade de giro regular. Qualquer variação na corrente, no ciclo ou no peso do objeto, pode resultar na variação na velocidade de giro do motor. No nosso caso, o peso a ser arrastado pelo motor varia durante o processo de acompanhamento, devido aos ângulos diferentes em que a plataforma irá se posicionar. Assim sendo, o uso de um motor DC não é aconselhado. O motor de passo se caracteriza por uma exatidão muito grande na velocidade de giro, já que o controle é feito por bobinas independentes que podem ser controladas por um circuito eletrônico ou por um computador. Motores de passos são encontrados em aparelhos onde a precisão é um fator muito importante. São usados em larga escala em impressoras, plotters, scanners, drivers de disquetes, discos rígidos e muitos outros aparelhos.

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Para ilustrar o funcionamento de um motor de passo, a figura acima mostra um motor de passo com 4 bobinas. Cada vez que uma destas bobinas do indutor é energizada, cria um campo magnético que atrai o induzido, que por sua vez, acompanha a bobina energizada, efetuando 1/4 de giro. Neste exemplo temos um motor de 4 passos por giro, e cada passo tem 90 graus. Somente uma bobina é energizada a cada passo.

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Este mesmo motor, pode ser programado para ser um motor de 8 passos por giro. Ao energizar duas bobinas simultaneamente, o induzido se posiciona entre as duas bobinas, realizando um passo intermediário. Veja no desenho abaixo:

Observe porém, que a existência de 4 bobinas é apenas uma apresentação didática, pois normalmente os motores de passo possuem várias bobinas, o que permite um número maior de passo por giro, tornando a rotação muito mais precisa e isenta de vibrações. Nos exemplos acima, vimos passos de 90 e 45 graus, mas na prática os motores de passo tem passos de 7,5 graus ou menores. Os esquemas mostrados acima são semelhantes aos dos motores utilizados nos antigos drives de disquete de 5,1/4", que podem ser encontrados com facilidade em lojas de sucata de informática. É muito fácil controlar a velocidade de um motor de passo, usando um micro-computador. A energização das bobinas poderia ser feita pela porta paralela que mandaria os sinais em sincronia com seus parâmetros internos e poderia até mesmo corrigir as diferenças entre a velocidade linear da tração e a velocidade angular. Dezenas de Hobbistas em robótica fazem operações muito mais complexas do que esta. Todavia, isto criaria uma dependência de manter um Lap-top controlando o acompanhamento e isto acabaria sendo um entrave e prejudicaria a praticidade de utilização.

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Portanto, a opção ideal é controlar o motor de passo através de um pequeno circuito eletrônico, que deverá ser construído (veja abaixo). O controlador (driver) pode ser construído usando transistores de potência, mas é mais fácil é adquirir drivers prontos, por exemplo, os circuitos integrados ULN 2003 ou ULN2803, que nada mais são que arrays de transistores Darlington que podem controlar correntes de até 500mA, estão em forma de circuitos integrados prontos para serem usados em interfaces que necessitem controlar motores de passos, solenóides, relês, motores DC e muitos outros dispositivos. O CI ULN 2803 tem 8 entradas que podem controlar até 8 saídas. Com ele poderemos controlar até 2 motores de passo simultaneamente. Tanto o CI ULN 2003 como o ULN 2803 trabalham com correntes de 500mA e tensão de até 50v. A utilização de motores de passo que consumam mais que esse valor, poderão queimar os CIs. É necessário verificar qual a amperagem de trabalho do motor, e deve-se dar preferência àqueles cujo consumo seja menor que 500mA, para não sobrecarregar o CI. Um fator importante que se deve levar em consideração é a fonte de alimentação que terá que fornecer

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a amperagem necessária. A velocidade de giro do O CONTROLADOR DO MOTOR DE motor de passo depende do circuito controlador. PASSO A velocidade ideal será a mínima possível, que seja suficiente para que a rotação não provoque Na configuração desejada, independente vibrações que prejudiquem a estabilidade da do número de bobinas do motor, e já que os mesa. Esta velocidade normalmente estará acima sinais não serão enviados por um programa de de 300 RPM. computador, é necessário um circuito eletrônico que faça a energização das bobinas na A velocidade do braço tangente que seqüência e na velocidade corretas. Como foi acionará a mesa, dependerá do comprimento do visto no exemplo acima, numerando uma percurso do braço no setor sul. Como já foi visto, seqüência de 4 bobinas com número de 1 a 4 este percurso é de: Cos(90-7,5) * 2 * Raio do teríamos que energizar: Setor Sul = 193,17mm. Portanto, a velocidade deverá ser de 193,17mm por hora, ou • passo 1 - bobina 1 aproximadamente 3,21mm/minuto. Considerando • passo 2 - bobinas 1 e 2 que a tração será feita por uma barra roscada de • passo 3 - bobina 2 1/4" de bitola com comprimento útil de 193,17mm, • passo 4 - bobinas 2 e 3 e que existem nesta barra 20 espiras por • passo 5 - bobina 3 polegada, concluímos que o percurso total necessitará de 152 giros da barra roscada, ou • passo 6 - bobinas 3 e 4 seja, 2,53 rotações por minuto. Se o motor girar a • passo 7 - bobina 4 300rpm, será necessária uma redução superior a • passo 8 - bobinas 4 e 1 100 vezes, que deverá ser obtida através de um conjunto de engrenagens. O circuito abaixo, projetado pelo Engenheiro Eletrônico e Astrônomo Paulo Bonagura executa esta tarefa de forma simples e funcional.

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Este circuito é basicamente composto por um temporizador (555D), que envia em intervalos regulares e controlados, pulsos elétricos para um contador (74393) que utiliza 3 bits. Cada vez que este contador recebe um pulso do temporizador ele executa sua função de "contar", ou seja, soma 1 ao valor que está na sua memória. Desta memória só nos interessam os 3 bits de peso fraco, e que combinados resultam em valores de 0 a 7. O resultado deste contador é lido pelo Decodificador (74138), que transforma os 3 bits em um endereço de 8 bits onde um bit retornará o sinal zero e os restantes o sinal 1. Estes 8 sinais gerados pelo decodificador serão

então submetidos a dois Circuitos Integrados com 4 portas lógicas cada, sendo um deles composto de 4 portas "And" (7408) e o outro composto por 4 portas "Not And". Uma porta And é um circuito que recebe duas correntes elétricas (entrada) e devolve uma (saída). A saída será 1 se, e somente se, as duas correntes de entrada forem 1. Uma porta Not And também é um circuito que recebe duas correntes elétricas (entrada) e devolve uma (saída). A saída será 1 se, e somente se, as duas correntes de entrada não forem 1.

Abaixo, uma simulação dos 8 passos executados por este circuito, esclarecendo que 0 (zero) significa ausência de corrente elétrica e 1(um) indica presença de corrente.

Memória do contador

Valor

Valor modificado pelo decodificador

Entrada Porta And

Saída Porta And

Entrada Porta Not And

Saída Porta Not And

000

0

11111110

11 11 11 11

1111

01 11 11 11

1000

001

1

11111101

10 01 11 11

0011

10 10 11 11

1100

010

2

11111011

11 11 11 11

1111

11 01 11 11

0100

011

3

11110111

11 10 01 11

1001

11 10 10 11

0110

100

4

11101111

11 11 11 11

1111

11 11 01 11

0010

101

5

11011111

11 11 10 01

1100

11 11 10 10

0011

110

6

10111111

11 11 11 11

1111

11 11 11 01

0001

111

7

01111111

01 11 11 10

0110

10 11 11 10

1001

A forma com que estas portas foram ligadas ao Decodificador faz com que as saídas das 4 portas Not And gerem sinais que são lidos diretamente pelas 4 primeiras entradas do controlador de Motor de Passo (ULN 2003) numa combinação que fornece a corrente necessária para a energização das bobinas. • • • • • • • •

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passo 1 - bobina 1 passo 2 - bobinas 1 e 2 passo 3 - bobina 2 passo 4 - bobinas 2 e 3 passo 5 - bobina 3 passo 6 - bobinas 3 e 4 passo 7 - bobina 4 passo 8 - bobinas 4 e 1

(1 0 0 0) (1 1 0 0) (0 1 0 0) ( 0 1 1 0) ( 0 0 1 0) (0 0 1 1) (0 0 0 1) (1 0 0 1)

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SAIBA MAIS São dezenas de Home-pages que tratam deste assunto, a esmagadora maioria em idioma inglês. Abaixo, alguns links selecionados com ilustrações e planos de construção: • Reagan's Dob Tracker • • • •

• • • • • • • •

http://www.geocities.com/reaganjj/ Chuck Shaw http://www.ghg.net/cshaw/platform.htm TL System Aluminium Platform http://astronomymall.com/regular/products/eq_platforms/ Don's Equatorial Platform http://home.att.net/~segelstein/don/platform-1.html Building an equatorial platform for a dobsonian telescope http://home.wanadoo.nl/jhm.vangastel/Astronomy/Ponc et/e_index.htm Equatorial Platform Meeting Notes http://www.starastronomy.org/Library/Platform/eqplat1. html The Equatorial Platform http://homepage.ntlworld.com/molyned/the_equatorial_ platform.htm Jon Fields Platform http://home.att.net/~fieldsj/platform.htm AstroSystems http://www.astrosystems.biz/eqplat1.htm How to Align your equatorial Platform http://www.geocities.com/reaganjj/tracking Economical Platforms for most Dobsonians http://www.equatorialplatforms.com/compact.htm Make An Equatorial Telescope Platform In a Week! http://www.granitic.net/astro/platform.htm Portaball on an Equatorial Platform http://astronomymall.com/regular/products/eq_platform s/portaball.htm

• • • • • •

• • • • • •

A Low Profile Equatorial Platform Rob Brown http://home.comcast.net/~mccullochbrown/astro/platform.html Cylindrical Bearing Equatorial Platforms Chuck Shaw http://www.atmsite.org/contrib/Shaw/platform/ Improved Cylindrical Bearing Equatorial Tracking Table http://faculty.washington.edu/quarn/stpmtr.html Robert Duval An Evolved Poncet Platform http://www.jlc.net/~force5/Astro/ATM/Poncet/Intro. html Bill Mitchell: The equatorial platform http://www.telescope.150m.com/platform/platform.htm A new stepper motor driver circuit (mainly) for driving equatorial platforms http://w1.411.telia.com/~u41105032/Stepper/Stepper. htm Dobsonian Tracking Platform By Walt Hamler http://www.cfas.org/Library/tracking_platform.htm How To Build Your Own Poncet Table In Only 18 Months http://www.rmss.org/gallery/article1.htm Low Profile Equatorial Table By David Shouldice http://members.tripod.com/denverastro/dsdfile/dspfile. htm Brad's Platform http://www.fred.net/bdavy/scope.htm Johnsonian Designs http://www.johnsonian.com/COOL.HTM Plataforma Equatorial de Setores de Círculo http://planeta.terra.com.br/educacao/Astronomia



Paulo Oshikawa Colaborador | Revista macroCOSMO.com [email protected]

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A ASTRONOMIA E SEU

COMEÇO Audemário Prazeres | Sociedade Astronômica do Recife Certo dia disseram que a ASTRONOMIA era filha de uma mãe muito louca, que é a Astrologia. De fato, não podemos deixar de admitir que esta afirmação é verdadeira. Porém, podemos sem sombra de dúvidas, diferenciar uma Pseudociência de uma verdadeira Ciência. A Astrologia ela preconiza a influência dos astros na personalidade e nos destinos do homem (afirmam os seus praticantes). Já a Astronomia é uma verdadeira ciência pura, que estuda os astros em sua constituição e movimento. Tudo começou, graças a capacidade de observação do céu por algumas civilizações mesopotâmias como: caldeus, babilônicos e sumérios. E os pensamentos dos antigos gregos na Escola de Alexandria como: Aristarco, Eratóstenes, Hiparco e Ptolomeu, nos quais foram surgindo várias explicações sobre a origem e os movimentos dos astros. E bem verdade, que os primeiros conceitos associavam os astros e seus movimentos à deuses, começando com o Sol, Lua e os planetas. Não é à toa que os gregos e romanos deram os nomes e sentidos aos planetas à deuses da sua mitologia. Na verdade, o fascínio que o céu sempre exerceu sobre o homem está registrado na história de todas as civilizações. O interesse pelo céu independe da idade, velhos e crianças, todos se deixam cativar por sua beleza e pelos enigmas que ele esconde. A curiosidade das crianças pela Astronomia tem sido reconhecida e explorada até abusivamente pelos meios de comunicação: multiplicam-se as estórias fantásticas com naves espaciais, seres extraterrestres, cientistas com ar de malucos em astros desconhecidos, etc. Essa falsa ciência acaba gerando uma enorme expectativa em relação a eventos que nada têm a ver com os fatos astronômicos reais. E os astrônomos acabam sendo vistos usando instrumentos extremamente sofisticados e criando teorias complicadíssimas. Essa

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expectativa gerada pela mídia, eu tive a infeliz oportunidade de ver junto ao público, com a passagem do cometa Halley. Onde em 1910 registros nos mostram um temor da população, que associavam o cometa a grandes tragédias e epidemias. E na sua última passagem, que foi mais próxima do que em 1910, houve um certo descontentamento gerado pela grande expectativa da mídia, provocando reações com expressões do tipo: “Isso é o Halley!!!”. Não é de se estranhar, portanto, que os professores das escolas tenham um certo receio em levar a Astronomia para a sala de aula ou que, quando o fazem, se apeguem aos livros de texto. E os autores desses livros, por sua vez, pouco deixam de reproduzir o que encontram em outros textos. À medida que as cópias se sucedem, as incorreções se multiplicam e as definições ficam cada vez mais incorretas. Um exemplo bem comum, é que tanto GALÁXIAS como CONSTELAÇÕES encontramos em alguns livros didáticos como sendo um “conjunto de estrelas”. O que na verdade, GALÁXIAS são agrupamentos gigantescos de estrelas, gases e poeira. E quanto as CONSTELAÇÕES, são simplesmente um agrupamento aparente de estrelas, definidas dependendo da referência utilizada. E O PORQUE DA ASTRONOMIA AMADORA? A característica fundamental dos seres humanos é a sua curiosidade. E isso vemos constantemente com o interesse em terras distantes e misteriosas; pela fauna dos oceanos; a origem pelas montanhas; a composição do centro da Terra, etc. Tudo isso e muito mais, são estudadas por disciplinas organizadas e objetivas chamadas de Ciência, na qual nos possibilita aumentar os nossos conhecimentos e satisfazer as nossas curiosidades.

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PALESTRA

E a Astronomia é, hoje em dia, uma das poucas Ciências (SE NÃO FOR A ÚNICA), em que o amador realmente tem vez. Como também, é a ciência que oferece uma melhor compreensão sobre o contexto em que estamos inseridos, satisfazendo o aspecto da curiosidade humana. No caso da Astronomia, desde a remota antigüidade, o homem tem observado o céu e os fenômenos celestes que surgiam, e sempre se buscou explicar o que se vê. E isso se fez de maneira bastante comum, com questionamentos simples, do tipo: O Sol nascer no horizonte Leste, seguido de um período de claridade (dia), e o seu “sumiço” no horizonte Oeste, dando início a escuridão (noites). Nesse contexto, lembro que com o surgimento do telescópio, houve uma mudança radical nos conceitos astronômicos, pois emergiu uma nova Astronomia. E esta nova ciência se profissionalizou, fazendo com que esses profissionais tenham na Astronomia a sua única fonte de subsistência. Já os amadores, são pessoas com as mais variadas profissões, que inicialmente se dedicam as observações astronômicas motivas pelo prazer. Até este ponto, não há nada de incomum. Pois da mesma forma em que existe pessoas que encontre divertimento em atividades como: pescaria; observando aves; colecionando variados objetos; fazendo trilhas; etc. Há aqueles que se divertem observando o céu. Mas existe um diferencial relevante que vale a pena lembrar que vemos na definição da palavra “amador”. Observe que esta palavra é também designada para aqueles que “amam” uma determinada atividade. E estando nós amando, prevalecemos a obstinação e dedicação. Estes sentimentos o amador os aplica de forma inteiramente livre, podendo observar o que ele quiser. Ao contrário dos profissionais, que dominam muito bem o campo teórico, desenvolvem suas atividades de maneira específica as quais são “presos” as rígidas normas sejam da instituição ais quais estão vinculados ou da própria natureza da observação. Com isto, não podemos afirmar que ocorre uma diversificação de observações por parte do profissional. Já com o amador, a diversificação é uma característica bastante comum, fazendo desses amadores verdadeiros conhecedores do céu em relação aos

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profissionais, e constantemente vemos amadores fazendo descobertas em vários segmentos da Astronomia (cometas; meteoros; supernova; etc.). Só para se ter uma idéia, no que refere a Astronomia observacional, entre 60 e 70% das atividades são realizadas pelos astrônomos amadores espalhados pelo mundo. Pois o instrumento as vezes utilizados pelos profissionais, estão ao alcance do amador, quando não, os amadores com as suas adaptações promovem pesquisas semelhantes e de alto valor científico. Não podemos deixar de destacar, que com o advento da INTERNET, boa parte dos programas de computadores voltados para a Astronomia, em que os profissionais utilizam em suas áreas específicas, são também utilizados pelos amadores. COMO SER UM O ASTRÔNOMO AMADOR??? É IMPRESCINDÍVEL POSSUIR UM INSTRUMENTO? Respondendo esta pergunta, esclareço o seguinte: É desejável claro, mas não imprescindível. A olho nu vemos cerca de 6000 estrelas até a Sexta magnitude (antigamente falava-se grandeza). O simples uso de um binóculo de médio alcance eleva essa quantidade para cerca de 500.000 estrelas. Com o auxílio de um telescópio (espelho) ou luneta (lente) esse número fica muito mais ampliado. Nesse caso a observação do céu torna-se ainda mais interessante. É bom frisar que um dos objetivos mais fascinantes dessa ciência é, justamente a parte OBSERVACIONAL Pois já dizia o grande mestre Pe. Jorge Polman: “SEM OBSERVAÇÃO, NÃO HÁ ASTRONOMIA”. Mas também devemos ter em mente que é preciso saber o que observar, neste caso, faz-se necessário algum conhecimento teórico da Astronomia. Neste contexto, os astrônomos amadores pertencem a dois grupos distintos: 1. Os que aprendem os conhecimentos básicos e se dedicam apenas à tarefa de

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observar, fazendo da Astronomia um “hobby” e apreciando os fenômenos celestes e as belas imagens que os astros oferecem.

planetas, procure identificar as constelações do zodíaco, pois são nelas que todos os planetas caminham.

2. No segundo grupo, temos os amadores que praticam uma Astronomia mais “seria”, ou seja, tendo ultrapassado o estágio inicial da simples observação, se dedicam depois a coletar dados do que observam para repassálos às entidades astronômicas nacionais e até internacionais.

6. Convença-se que o mais importante são as observações, e que suas teorias ninguém está interessado em ouvir. Teorias são frutos de anos de pensamento, às vezes séculos de observações, compostas geralmente por pessoas que conhecem a fundo e profissionalmente o assunto. 7. Seu hobby ou passa-tempo de Astronomia vai-lhe custar dinheiro. Dependendo do que vai querer fazer. De início, você vai ter que adquirir um bom atlas do céu ou um computador que tenha um planisfério. Com o tempo, após definir o que quer observar, essa sua escolha vai lhe exigir algum material ou acessório a mais para o seu instrumento. 8. Não pense que você estando ligado a uma associação de Astronomia, ou fundando uma entidade amadora com seus amigos, você vai obter recursos financeiros do governo ou entidades particulares. Seja humilde, pois você não passa de um amador, e ninguém está esperando por suas descobertas. Na verdade, você vai passar muito tempo e muito trabalho sério para ser reconhecido. 9. O leque de opções dentro da Astronomia é extremamente grande, busque uma determinada pratica observacional e procure informações específicas a esta pratica. Pouco vai lhe ajudar, você optar para observação solar e ao mesmo tempo querer fazer observações de binárias. 10. Por último, vem a questão do instrumento a ser utilizado. Não vá diretamente a uma loja e apenas colha informações nos manuais dos instrumentos, e principalmente, informações com os vendedores. Em sua maioria esses vendedores não sabem o que estão vendendo, e os manuais não são explícitos para que o instrumento é adequado. Procure uma entidade amadora, ou algum amador experimentado e informe o que você quer observar, e o modelo do instrumento que deseja comprar. É de fundamental importância que o amador possua um binóculo e um instrumento. Então, compre primeiro um binóculo. É bom ressaltar que é possível efetuar 50 tipos de observações astronômicas com valor científico com um binóculo. ∞

Para os aficionados inseridos nesses grupos, é de fundamental importância o intercâmbio de idéias com entidades e pessoas envolvidas com a Astronomia amadora, tanto na sua forma teórica como pratica. Alguns conselhos são bastante úteis para aqueles que iniciam nesta ciência. Se não vejamos: 1. Evite ao máximo entrar em contato com os observatórios profissionais e seus astrônomos para pedir informações. Em sua maioria eles não possuem um serviço de relações públicas ou interesse em responder. Procurem entidades amadoras. 2. Convença-se que mesmo após muitas leituras, ou consultas na Internet. Você continua sabendo. Na verdade, geralmente todo este texto teórico não ensinam a prática. Por exemplo: ler mapas celestes, usar coordenadas e encontrar objetos siderais como referência. Um fato bastante relevante, é que quando existe estas informações as mesmas se mostram como uma mera cópia de outras informações, não levando em conta a latitude de onde o observador se encontra. 3. Para o exercício de ser um bom amador, deve prevalecer o espírito científico, com observações contínuas tendo muita paciência e pôr em mente que você se encontra sempre pronto para aprender. 4. É fundamental logo de início, você saber identificar as principais constelações a olho nu, e em seguida as suas principais estrelas. Depois procure localizar os outros objetos celestes tipo: nebulosas; aglomerados; e os planetas. 5. Para localização e observação dos

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PALESTRA

ALGUMAS ENTIDADES AMADORAS QUE EXISTEM (OU EXISTIAM) EM PERNAMBUCO 5)

C.E.A. – Clube Estudantil de Astronomia na Várzea – Recife 6) C.A.O. – Clube de Astronomia de Olinda 7) Clube de Ciências e Astronomia do Colégio São Luiz 8) Centro de Astronomia e Pesquisa Aeroespacial de Moreno 9) Sociedade de amadores para Pesquisas Científicas em Limoeiro 10) CEFEC – Centro Experimental de Foguetes em Carpina 1) 2) 3) 4)

Sociedade Astronômica de Pesqueira – Pesqueira A.A.P. – Associação Astronômica de Pernambuco – Carpina/Jaboatão S.A.R. – Sociedade Astronômica do Recife Clube de Ciências Astronômicas do Colégio Americano Batista

(...) Palestra Ministrada Por: Audemário Prazeres (*), No Auditório Central Da Biblioteca Pública Do Estado De Pernambuco Em 12 De Junho De 2003, Abrindo O Circuito De Palestras Da Agenda Cultural Oficial Da Secretaria De Cultura E Fundação De Cultura, Conforme A Sua Publicação Número 94 Ano 9, Página 37

Audemário Prazeres, astrônomo amador atuante há 21 anos, é o Presidente-Fundador da Associação Astronômica de Pernambuco - A.A.P., criada em 1985; Foi o Coordenador da primeira equipe amadora do Brasil a redescobrir e fotografar o cometa Halley; tendo exercido cargos na diretoria do antigo Clube de Estudantil de Astronomia – C.E.A., é atual Presidente da Sociedade Astronômica do Recife – S.A.R. E-mail: audemá[email protected] Sociedade Astronômica do Recife: http://sociedadeastrorecife.cjb.net Associação Astronômica de Pernambuco: www.aapbrasil.kit.net

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mapas CELESTES Rosely Grégio | Revista macroCOSMO.com

A internet é uma imensa biblioteca atualizadíssima sobre todo e qualquer assunto. Quando digitamos uma palavra sobre algum assunto específico em sites de busca como, por exemplo o Google (www.google.com.br) ou o Yahoo Brasil (www.yahoo.com.br), aparece uma infinidade de links sobre o determinado tema nos mais variados idiomas. Contudo, nosso propósito é sempre levar até nossos leitores uma seleção de sites que consideramos confiáveis e que nos trazem excelentes informações sobre Astronomia e ciências afins. Desta feita selecionamos alguns temas que vão auxiliar, principalmente aos iniciantes, a ampliar sua forma de contato com o céu e sua observação. Claro que para isso é necessário ter em mãos mapas ou cartas celestes mesmo que você não esteja usando nenhum equipamento, apenas seus olhos. Elas vão te ajudar a localizar e identificar os objetos celestes com mais facilidade e pouco a pouco, dia a dia você vai estar reconhecendo a olho desarmado todas as constelações que são visíveis do seu hemisfério a cada mês. Do mesmo modo que nos orientamos na Terra através de mapas geográficos e suas coordenadas, a orientação celeste se faz da mesma maneira usando as chamadas Cartas

Celestes Contudo, para aqueles não estão familiarizados com as tais coordenadas celestes, a maneira mais simples e fácil de descobrir os objetos celestes usando um mapa do céu é primeiro acostumar seus olhos ao escuro com pelo menos 15 minutos antes de sua observação; segundo, localizar a constelação que lhe é mais familiar, por exemplo: Orion, Cruzeiro do Sul ou Touro; terceiro, virar o mapa de forma que a posição das constelações fiquem a mais parecida possível com aquilo que você está vendo no céu, e a partir de uma constelação ir descobrindo as suas vizinhas próximas e assim por diante. Existem alguns livros que podem te ajudar a conhecer o céu, entre eles temos o Atlas Celeste do Professor Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Editora Vozes; e o livro Rumo às Estrelas de Alberto Delerue, editado pela Jorge Zahar. Claro que sempre há a opção de se instalar em seu computador de um planetário virtual, mas nem sempre temos um micro de mão para levar ao campo de observação, assim, onde podemos encontrar cartas celestes gratuitas e imprimíveis na internet?

Entre outras coisas, o site Sky Maps nos possibilita encontrar a cada mês duas cartas celestes em PDF para imprimir, uma para o Hemisfério Sul e outra para o Hemisfério Norte. Nelas, estão assinalados a posição da Lua, planetas, estrelas e as principais constelações, agrupamentos de estrela, algumas nebulosas e galáxias distantes, localizar e seguir cometas luminosos pelo céu e aprender sobre o céu noturno e astronomia.

www.skymaps.com

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O site INAPE http://www.inape.org.br apresenta uma gama variada de material sobre astronomia e o Atlas disponível para download apresenta estrelas de magnitude até 3.5, alguns objetos deepsky, a Via Láctea está assinalada em tonalidades diferentes de cores indicando onde ocorre a maior concentração de estrelas e informações de forma simplificada. As 15 partes do Atlas podem ser imprimidas separadamente em papel formato A4 que pode ser usado como apostila, ou ser montado como mosaico, originando um belo poster de tamanho aproximado de 92cm x 80cm. Todas as partes estão compactadas em um único arquivo auto-extração, bastando executá-lo para extrair as imagens.

www.inape.org.br

No site Hawaiian Astronomical Society existem excelentes Cartas celestes de todas as 88 constelações com seus respectivos detalhes e ampliações estão disponíveis no site ao lado. Trás informações sobre as constelações, imagens de objetos do céu profundo, e um rico conhecimento astronômico. Os mapas para imprimir trazem estrelas de mag 11. Recomendamos que, após imprimir os mapas que desejar, plastifique-os em ambas as faces para que a umidade noturna não os danifique.

www.hawastsoc.org/deepsky Uma bela carta celeste pode ser vista online no site da National Geographic. Mas se o leitor tem uma paciência de Jó, e um bom software editor de imagens, então monte a Carta celeste de ambos os hemisférios, inclusive com alguns dos deep sky já observados pelo HST. Será um pouco trabalhoso salvar as imagens ampliadas, encaixar tudo para formar o pôster, mas o resultado final vale a pena! E não esqueça de revesti-lo com papel transparente adesivo, tipo contact para não perder todo seu trabalho.

www.nationalgeographic.com/stars/chart/

Mas, se você deseja montar seu próprio planisfério... Então visite o site Astronomia & Astronáutica de José Serrano Agustoni [Zeca]. . Vá à sessão ‘’Na Prática’’ copie, imprima e monte uma bela carta giratória do céu. Tudo explicado passo a passo e em português. Aproveite para conhecer todo o site, construir equipamentos e ver o trabalho realizado pelo autor.

planeta.terra.com.br/lazer/zeca/astronomia

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Ou então, o site de Toshimi Taki (em inglês) e mãos a obra!

www.asahi-net.or.jp/~zs3ttk/planisphere/planisphere.htm

Franz Niklaus König - Celestial atlas (1826). Para aqueles que tem interesse em conhecer e ter cartas antigas de diversas constelações, o site ao lado é uma boa dica para isso.

www.stub.unibe.ch/stub/koenig/celestial.html

Mas, se você deseja montar seus próprios mapas do céu, no site você encontra um excelente software é mais uma opção cuja dica nos foi passada por Hugo Valentim. Link direto para descarga do programa: http://www.starmapstudio.de/download/starmapstudiov12e.exe

O programa StarMapStudio é freeware de autoria de Udo Anschuetz. O site está em alemão, mas o programa trás um menu com ícones bem interativos. www.starmapstudio.de

astrotips.com

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Para buscar planetários virtuais e muitos outros softwares voltados para a Astronomia, nada melhor do que encontrar em site total e exclusivamente dedicado a isso não é? Então, visite o site do nosso amigo Hugo Valentim e delicie-se com a quantidade e qualidade do material ali encontrado. Existem duas versões do site, uma em português e outra em inglês. Lembrando que a maioria dos Planetários Virtuais apresenta a opção de imprimir as cartas celestes. Embora a maiorias dos softwares são idealizados para rodarem em plataforma Windows, existem alguns poucos programas que funcionam em Linux e Mac.

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Este site é mais uma boa dica para buscar programas astronômicos.

www2.prossiga.br/astronomia/asp/ SaidaCat.asp?cod=16&id=port Está querendo ver cometas? Se você está interessado em localizar os cometas que estão visíveis no momento, recomendamos excelentes na web os sites abaixo que trazem além das cartas de busca as coordenadas e outras informações sobre eles:

www.geocities.com/costeira1

reabrasil.astrodatabase.net

aerith.net/

Se você dispõe de um planetário virtual instalado em seu computador, a atualização de dados para cometas de alguns planetários podem ser baixadas no link ao lado. cfa-www.harvard.edu/iau/Ephemerides/ Comets/SoftwareComets.html

Programas astronômicos para Palm. Segundo algumas opiniões, os melhores são 2Sky, Planetarium e StarPilot. Para quem quer programas gratuitos e utilitários, dê uma olhada no site. www.freewarepalm.com/astronomy/ astronomy.shtml Se a sua intenção é observar a bela Luna... Aguarde nossas dicas nas próximas edições da Revista MacroCOSMO.com! Abraços Celestes e feliz caçada na web! Rosely Grégio [email protected]

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Autoria A Revista macroCOSMO.com, a primeira revista eletrônica brasileira de astronomia, abre espaço para todos autores brasileiros, uma oportunidade de exporem seus trabalhos, publicando-os em uma de nossas edições.

Instruções aos autores: 1. Os artigos deverão possuir Título, resumo, dissertação, conclusão, notas bibliográficas e páginas na internet que abordem o assunto; 2. Fórmulas matemáticas e conceitos acadêmicos deverão ser reduzidos ao mínimo, sendo claros e concisos em seus trabalhos; 3. Ilustrações e gráficos deverão conter legendas e serem mencionadas as suas respectivas fontes. Pede-se que as imagens sejam enviadas nos formatos JPG ou GIF. 4. Quanto as referências: Jornais e Revistas deverão constar número de edição e página da fonte pesquisada. Livros, pede-se o título, autor, editora, cidade, país e ano. 5. Deverão estar escritos na língua portuguesa (Brasil), estando corrigidos ortograficamente. 6. Os temas deverão abordar um dos ramos da Astronomia, Astronáutica ou Física. Ufologia e Astrologia não serão aceitos. 7. Traduções de artigos só serão publicados com prévia autorização de seus autores originais. 8. Antes do envio do seu arquivo envie uma solicitação para [email protected], fazendo uma breve explanação sobre seu artigo. Caso haja um interesse por parte de nossa redação, estaremos solicitando seu trabalho. 9. Os artigos enviados serão analisados e se aprovados, serão publicados em uma de nossas edições. 10. O artigo será revisado e editado caso se faça necessário. As opiniões vertidas, serão de total responsabilidade de seus idealizadores. 11. O autor receberá um exemplar no formato PDF da revista respectiva, por e-mail ou correio convencional através de mini-cds.

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revista

macroCOSMO.com Ano I - Edição nº 2 – Janeiro de 2004

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A PRIMEIRA REVISTA ELETRÔNICA BRASILEIRA EXCLUSIVA DE ASTRONOMIA

revista

macroCOSMO.com Ano I - Edição nº 3 – Fevereiro de 2004

Viagens Superluminais Alternativas para viagens interestelares

hiper-rápidas

Viver e morrer

no espaço

Pelo olhar do

Hubble

revista macroCOSMO.com Ano I - Edição nº 3 – Fevereiro de 2004

Redação

editorial

[email protected]

Diretor Editor Chefe Hemerson Brandão [email protected]

Revisão Audemário Prazeres [email protected]

Roberta Maia [email protected]

WebMaster Hemerson Brandão [email protected]

Tradutor William Fernandes [email protected]

Redatores Marco Valois [email protected]

Hélio “Gandhi” Ferrari [email protected]

Paulo Monteiro [email protected]

A

viagem interestelar continua sendo um grande sonho da humanidade, mas a sua realidade ainda é algo impossível teórica e tecnologicamente. Segunda a Teoria da relatividade postulada pelo físico alemão Albert Einstein, o excesso de massa causada pelas forças de aceleração de uma nave, inviabilizaria qualquer aproximação da velocidade da Luz. Poderíamos burlar esse princípio e viajar pelo espaço em velocidades superluminais? Físicos, como é o caso do português João Magueijo, afirmam que Einstein estava errado em suas convicções e abrem novas discussões sobre a “velocidade da luz variável”. Em nosso artigo de capa, longe de discordar de um dos maiores gênios da humanidade, justamente no ano em que se comemoram os 85 anos da comprovação de sua teoria, exploraremos a possibilidade de ultrapassar a barreira da luz, em conformidade com a teoria de Einstein. Os buracos de minhoca e a Dobra Espacial seriam a solução?

Rosely Grégio [email protected]

Colaboradores Audemário Prazeres [email protected]

Francisco Lobo [email protected]

Pedro Ré [email protected]

Ronaldo Garcia

Há um ano assistíamos chocados, a mais um desastre espacial, vitimando sete astronautas a bordo do ônibus espacial americano Columbia. Dedicamos essa edição a eles e outros cientistas que perderam suas vidas em prol da pesquisa científica. Boa leitura e céus sem poluição luminosa.

[email protected]

Divulgação/Publicidade Lílian Luccas [email protected]

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Hemerson de França Santos Brandão Diretor Editor Chefe | Revista macroCOSMO.com [email protected]

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sumário

4 EXPLORAÇÃO ESPACIAL | Pelo olhar do Hubble 11 ASTROFÍSICA | O Estudo dos meteoros 13 ASTRONÁUTICA | Viver e morrer no espaço 18 EFEMÉRIDES | Agenda Diária 29 FÍSICA MODERNA | Viagens Superluminais 33 ASTROFOTOGRAFIA | Fotografando o Universo – Parte III 40 FOGUETISMO | Entretenimento científico amador 44 EFEMÉRIDES | Agenda Histórica 55 MITOS CIENTÍFICOS | OVNIS 57 GUIA DIGITAL | Televisão online 60 AUTORIA

Capa: Concepção artística criada por André Fonseca da Silva, ilustrando uma nave interestelar em velocidade de Dobra Espacial. Cortesia da Fundação CEU - Centro de Estudos do Universo. Nomeada de Cygnus, essa nave é utilizada como recurso didático nas aulas de astronomia da Fundação e ilustra também o Boletim Centaurus da mesma instituição. www.centroastronomico.com.br

© É permitida a reprodução total ou parcial desta revista desde que citando sua fonte, para uso pessoal sem fins lucrativos, sempre que solicitando uma prévia autorização à redação da Revista macroCOSMO.com. A Revista macroCOSMO.com não se responsabiliza pelas opiniões vertidas pelos nossos colaboradores. Versão distribuída gratuitamente na versão PDF em http://www.revistamacrocosmo.com revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004

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EXPLORAÇÃO ESPACIAL

Hubble PELO OLHAR DO

Hemerson Brandão | Diretor Editor Chefe [email protected]

O Telescópio Espacial Hubble no espaço

Está preste a encerrar uma das missões mais bem sucedidas da NASA. O Hubble, o primeiro telescópio orbital, aproxima-se de sua aposentadoria, colecionado inúmeras descobertas, que revolucionaram a astronomia moderna. O projeto custou mais de 1 bilhão e meio de dólares e foi lançado do compartimento de carga do ônibus espacial Discovery em abril de 1990. Está situado a 600 km de altitude demorando 95 minutos para dar uma volta completa em torno da Terra. Em 10 anos de operação, o Telescópio Espacial Hubble (HST) presenciou o nascimento de estrelas no interior de nebulosas, colisões de galáxias e coletou valiosas informações sobre o surgimento e evolução do nosso universo. Acumulou provas sobre a existência de buracos negros, investigou a estrutura dos quasares e enxergou mais longe do que qualquer telescópio terrestre poderia alcançar, fotografando as galáxias mais distantes conhecidas, provavelmente as primeiras que foram formadas após o Big-Bang. Mas nem sempre o Hubble contabilizou sucessos em sua jornada. Logo após entrar em operação, foi constatado uma falha na curvatura do espelho principal do telescópio, o que produzia imagens desfocadas dos objetos fotografados. Três anos após o seu lançamento, a NASA enviou ao telescópio uma equipe de manutenção para corrigir a “miopia” do Hubble. Além da instalação de uma nova câmera de grande campo, novos painéis solares, que estavam produzindo vibrações na estrutura e giroscópios foram substituídos. A missão foi um sucesso, muito maior do que o esperado.

A Nebulosa do Esquimó

Nebulosa Planetária M2-9

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Com os novos planos espaciais anunciados para 2004, pelo atual Presidente Americano, George W. Bush, priorizando o término das ISS – Estação Espacial Internacional e o início dos vôos tripulados para a Lua e Marte, a NASA cancelou uma nova missão de manutenção ao telescópio que iria realizar reparos nos equipamentos do telescópio. Sem essa manutenção, o Hubble deve sair de operação em 2008. Novos projetos de telescópios espaciais estão em andamento, mas nada tira o destaque histórico conquistado pelo Hubble. Veja algumas imagens fascinantes obtidas através de suas câmeras:

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EXPLORAÇÃO ESPACIAL

Nebulosa da Ampulheta No interior da Nebulosa da Lagoa (M8) na constelação de Sagitário, encontra-se a pequena nebulosa conhecida como ampulheta. Restos da estrela MyCn18, essa nebulosa planetária situa-se há 8.000 anos-luz da Terra. Acredita-se que a forma dessa nebulosa foi gerada a partir de um vento solar rápido dentro de uma nuvem lenta de expansão. Há evidências de formação estelar recente nessa região. Crédito: Raghvendra Sahai e John Trauger (JPL), o WFPC2 science team, e NASA

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EXPLORAÇÃO ESPACIAL

NGC 604 Nebulosa da galáxia M33, encontra-se na constelação de Triângulo a mais de 2,7 milhões de anos-luz da Terra. Todas as galáxias possuem nebulosas, mas essa em particular é especial pelo seu tamanho, atingindo quase 1.500 anos-luz de diâmetro. No interior de NGC 604 existem mais de 200 estrelas super maciças, em torno de 15 a 60 vezes a massa solar. Essas estrelas aquecem as paredes gasosas da nebulosa causando a fluorescência do gás, destacando a forma tridimensional da nebulosa. O estudo dessas nebulosas pode determinar o mecanismo de evolução das estrelas super maciças e como elas afetam o meio interestelar onde se encontram. Crédito: Hui Yang (University of Illinois), Jeff J. Hester (University of Arizona) e NASA.

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EXPLORAÇÃO ESPACIAL

Eta Carina Imagem em cor natural do material que envolve a enigmática Eta Carina. A estrela no centro dessa nebulosa possui massa aproximada de 150 vezes a do Sol e é 4 milhões de vezes mais brilhante do que nossa estrela local, tornando-a a maior estrela conhecida até hoje. Eta Carina é altamente instável provocando explosões violentas. O ultimo desses eventos ocorreu em 1841, tornando-se a segunda estrela mais brilhante do céu. Cada lóbulo que vemos nessa imagem tem o tamanho do nosso sistema solar, e consiste de material ejetado pela estrela. Recentemente foi comprovada a teoria do astrônomo brasileiro Augusto Daminelli, em que Eta Carina na verdade é um sistema binário estelar. Crédito: J. Hester/Arizona State University NASA

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EXPLORAÇÃO ESPACIAL

Nebulosa do Ovo Denominada como CRL2688, encontra-se aproximadamente 3.000 anos-luz de nós. A imagem mostra dois pares de feixes misteriosos que emergem de uma estrela central, escondida por arcos brilhantes. Há cem anos existia uma estrela gigante vermelha no centro de CRL2688. O que vemos hoje, é uma grande nuvem de poeira e gás ejetados por essa estrela, numa velocidade de 20 km/s. A maneira como a nuvem se expande através de jatos finos ainda é um mistério para astronomia, mas acredita-se que exista uma estrela companheira em redor da estrela central que estaria interferindo gravitacionalmente na ejeção da nebulosa. Crédito: Raghvendra Sahai e John Trauger (JPL), a WFPC2 science team, e NASA

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EXPLORAÇÃO ESPACIAL

Galáxia Roda de Carroça Esse é o resultado da colisão entre duas galáxias, ocorrida há mais de 200 milhões de anos. Distante 500 milhões de anos-luz da Terra, a forma de anel foi produzida pela passagem da galáxia azul pelo centro da galáxia principal amarela gerando ondas de choque, lembrando aros da roda de uma carroça. Bilhões de estrelas são formadas durante esses encontros intergaláticos, gerando informações valiosas sobre a interação gravitacional de agrupamentos galáticos. Crédito: Curt Struck and Philip Appleton (Iowa State University), Kirk Borne (Hughes STX Corporation), e Ray Lucas (Space Telescope Science Institute), e NASA

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EXPLORAÇÃO ESPACIAL

Campo Profundo de Hubble (HDF) Esta é a imagem mais longínqua que o Hubble já fotografou. Centenas de galáxias de diferentes formas, cores e tamanhos, são os objetos mais distantes que conseguimos detectar do nosso Universo. Os objetos nessa foto são quatro bilhões de vezes mais fraco do que nosso olho pode detectar, o que requereu centenas de horas de exposição, para o Hubble montar a imagem acima. Através dela foi possível estimar a quantidade de galáxias no universo visível, em torno de 40 bilhões de galáxias. ∞ Crédito: Williams e o Hubble Deep Field Team (STScI) e NASA

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www.jplnet.com

ASTROFÍSICA

O ESTUDO DOS

METEOROS Marco Valois | Centro de Estudos MeteorObservers [email protected]

As pesquisas científicas na área da astrofísica e ciências afins nesse início de século, têm trazido à tona novidades as mais diversas. A curiosidade dos pesquisadores tem sido cumulativamente alicerçada por enormes descobertas, destacando-se nesse âmbito, o telescópio espacial Hubble. Sem dúvida que muito da astronomia tem sido reescrito, a partir do que se consegue captar através desse telescópio. Assim, todo dia, novidades provenientes do universo têm trazido aos laboratórios, uma gama de novos fatos sobre planetas, estrelas, super-novas, novos sistemas solares, asteróides, meteoros, até então, só possíveis de se imaginar teoricamente. revista macroCOSMO.com | Fevereiro 2004

Recentemente, os centros de pesquisas norte-americanos detectaram, através do telescópio Hubble, uma "estrela", além de Plutão, que possui características próprias e bem peculiares às de um planeta. Assim, dessa forma, a comunidade científica em geral, foi informada que existe mais um planeta no nosso Sistema Solar. É bem verdade que o direcionamento do Hubble tem demonstrado que existe a possibilidade de termos alguns sistemas solares, além da Via Láctea! Para não ficar somente nas recentes perspectivas concernentes a descoberta de novos planetas, o Hubble vem dedicando grande parte do seu estudo do cosmo a

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ASTROFÍSICA

observar os intrigantes Buracos Negros. Esses fenômenos são possuidores de uma força tal, que são capazes de absorver até mesmo a luz. Assim, de acordo com informes advindos de centros de pesquisas localizados em vários países, tem-se, inclusive, fotografias da existência de um desses fantásticos elementos do espaço sideral, localizado bem "próximo" à nossa Via Láctea. Essa descoberta, vem atraindo a atenção dos cientistas em geral, dado à possibilidade infinita de ali estar contido a chave para muitas das dúvidas a respeito da própria origem do Universo. Contudo, não indo tão distante, a pesquisa de meteoros vem galvanizando o interesse de vários países. Eles são considerados pela ciência, como verdadeiras provas "fósseis" da formação e origem do nosso Sistema Solar. É que, de tempos em tempos, enormes asteróides ou meteoros, projeta-se no espaço interestelar, entrando em órbitas gravitacionais, e uma vez passando nas proximidades do sol, projetam, através do seu brilho, as inúmeras partículas que são desprendidas desses bólidos. Essas partículas, constituídas, na sua maioria por uma massa de rocha, gelo, poeira cósmica e partículas de rochas, uma vez desprendidas desses meteoros projetam-se no espaço em geral, chegando a ser impulsionadas para a órbita terrestre. Contudo, todos os dias, novas formas de meteoros são encontradas, no que vem acrescentando novas descobertas sobre suas composições. Na verdade, esse fenômeno pode ser visto em noites escuras, em áreas rurais, sem poluição luminosa (comum nos grandes centros urbanos), e constituem um "show" da natureza sem precedentes. Os meteoros têm vários nomes. A saber: asteróides, estrelas cadentes, bolas de fogo (quando entram na atmosfera terrestre e se decompõem) etc. É importante salientar que os mesmos, apesar de apresentarem nos céus um brilho variado, contudo, quando chegam à órbita terrestre, são constituídos, na sua maioria por pequenos pedaços de rocha e gelo e com o atrito e o calor intenso da entrada na atmosfera da Terra, na maioria das vezes, imediatamente se dissipam. Eles, assim, não apresentam

nenhum perigo real para os seres humanos. Também, os vários centros de pesquisa de meteoros espalhados em vários países vêm, de há muito, perscrutando as suas trajetórias, fotografando-os dispondo-os em mapas estelares, etc, visando assim obter melhores e maiores subsídios sobre suas origens. De posse desses dados, os pesquisadores podem calcular com certa precisão, em que época o meteoro se desprendeu de um planeta, do que ele é formado, idade, quantidade de meteoros, (chuva). Se alguns conseguem atingir o solo terrestre, passam a ser chamados de meteoritos, constituindo-se em importantes subsídios para uma melhor compreensão do espaço que nos circunda. Assim, essas são também algumas entre as muitas explicações que os meteoros podem trazer para a ciência. Portanto, toda vez que se apresentar no céu uma estrela cadente, podemos inferir que sua constituição poderá acrescentar muito mais sobre um melhor conhecimento do espaço que nos circunda do que muito do que já se discutiu ou escreveu, principalmente, porque, os mesmos são provas cabais do que provavelmente existe neste ou naquele astro. Entretanto, relatos científicos têm demonstrado que alguns meteoros de tamanho expressivo, compostos de matéria sólida, conseguem alcançar a superfície terrestre sem contudo constituir num perigo para as pessoas. Eles geralmente caem no mar, quando muito, em terra, em lugares ermos e distantes dos aglomerados urbanos. Na verdade, se fosse relativamente fácil descobrir o local aonde os meteoros 'caem', os pesquisadores já teriam dados suficientes, não apenas para entender melhor sobre a origem da estrutura terrestre, bem como de boa parte do nosso Sistema Solar! Mesmo assim, diversos são os centros astronômicos espalhados mundo afora que estão perscrutando o espaço sideral, tornando esses "viajantes siderais" cada vez mais conhecidos dos cientistas. Desnecessário destacar que no Brasil, atualmente, diversos são os centros de estudo que dedicam tempo aos meteoros. Dessas pesquisas, muito vem sendo acrescentado sobre suas trajetórias, composição, velocidade, entre outros aspectos.



Marco Valois, é jornalista e filiado ao centro de estudos MeteorObservers. Artigo publicado na Revista da SBPC, Secretaria Regional de Pernambuco".

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ASTRONÁUTICA

Tripulação vítima do ultimo vôo do Ônibus Espacial Columbia

VIVER E MORRER

NO ESPAÇO Ronaldo Garcia | Boletim Centaurus [email protected]

Aqui vale uma explicação: até hoje ninguém morreu no espaço. Para ser considerado "espaço", é necessário estar a uma altitude superior a 100km, valor alçado pelo Comitê Internacional de Astronáutica, e abaixo disso estaríamos no espaço aéreo territorial de algum país. O primeiro vôo tripulado ocorreu em 12 de abril de 1961, quando o russo Yuri Gagarin abriu os olhos lá de cima, a 300 km de altura, e viu que a Terra era azul. Esse vôo fora rápido e simples, apenas uma volta ao redor da Terra em 90 minutos. Foi esse vôo que inaugurou a presença humana no espaço e, até o dia 1 de fevereiro de 2004, mais de 400 pessoas já experimentaram a mesma sensação de Yuri Gagarin.

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ASTRONÁUTICA

Ônibus espacial Columbia sobre a plataforma de lançamento

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ASTRONÁTICA

O astronauta é a profissão mais seleta do mundo: uma em cada 15.000.000 de pessoas foi ao espaço. Existe uma estatística que diz que um astronauta é muito mais popular que um jogador de futebol (brasileiro) ou de basquete (americano), mais popular do que um estadista ou governante e empata com atores de cinema de Hollywood. Esse talvez seja o principal motivo pelo qual as pessoas admiram tanto um astronauta e a tragédia com o Columbia tenha tido a repercussão e a comoção mundial que alcançou.

A perda nas comunicações com os astronautas ocorreu 17 segundos depois do inicio do fogo, seguido pela perda de toda telemetria, que são os dados enviados dos computadores da nave para os computadores na sala de controle da missão. Devido às várias complexidades técnicas, depois de 5 minutos que o fogo havia começado foi que os técnicos, do lado de fora, conseguiram abrir a porta da nave Apollo, mas os 3 astronautas já estavam mortos, provavelmente 30 segundos depois que incêndio começou.

E como toda nova aventura na qual os equipamentos nunca podem falhar, em que qualquer erro é veementemente punido, ninguém pode lhe ajudar, não existem possibilidades de resgate, as condições ambientais simplesmente não existem, somente poucos tem a oportunidade e a coragem para ir. Os acidentes então, se transformam em tragédias e essas tragédias abalam o mundo todo.

Depois foi a vez da União Soviética. No mesmo ano do acidente da Apollo 1, o cosmonauta Vladimir Komarov, realizando o primeiro teste tripulado da nave Soyuz 1 em órbita da Terra, contou com vários problemas durante a missão (um painel solar falhou e problemas com o controle de reação - que faz com que a nave realize manobras no espaço), os quais obrigaram o controle da missão ordenar a Komarov que abortasse a missão e começasse os procedimentos de descida. Após ter reentrado na atmosfera, o pára-quedas principal, que deveria ser aberto a 6,5 km de altura, não funcionou, e a cápsula da Soyuz 1 colidiu com o solo. Enquanto a nave fazia a sua descida fatal, os pedidos de ajuda vindos de Komarov podiam ser ouvidos por vários rádioamadores até nos Estados Unidos.

O primeiro acidente espacial ocorreu numa plataforma de lançamento no Cabo Kennedy, EUA, no dia 27 de janeiro de 1967. Os astronautas Gus Grissom, Edward White e Roger Chaffee morreram num incêndio dentro do módulo de comando da Apollo 1 durante uma seqüência de teste de vôo. O objetivo desse ensaio era realizar todos os passos de uma contagem regressiva completa, sem o lançamento, e às 18h30min daquela sextafeira, o astronauta Chaffee disse sentir "cheiro de fogo". Dois segundos depois, o astronauta White sentenciou: "fogo no cockpit". O incêndio tomou o módulo em questão de segundos por causa do ambiente extremamente rico em oxigênio.

Tripulação da Apollo 1, as primeiras vítimas da conquista espacial

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O ano de 1971 trouxe a Salyut 1, a primeira estação espacial construída pela União Soviética e cuja principal missão era realizar experiências científicas. A Salyut 1 estava equipada com telescópios, espectrômetros, eletrofotômetros, entre outros instrumentos. No dia 19 de abril daquele ano, a Salyut 1 fora lançada, sem nenhum cosmonauta dentro, e no dia 6 de junho do mesmo ano, a nave Soyuz 11 levando os cosmonautas Georgy Dobrovolsky, Vladislav Volkov e Viktor Patsayev acoplou na estação com a finalidade de torná-la operacional e realizar as primeiras experiências científicas. Para isso, os cosmonautas ficariam 30 dias a bordo da Salyut 1. Um pequeno incêndio e dificuldades nas condições de trabalho fizeram com que os cosmonautas voltassem a Terra 7 dias antes do previsto. No dia 29 de junho de 1971, ao abrir a porta da cápsula, os técnicos encontraram os 3 cosmonautas mortos devido a uma rápida e violenta descompressão da nave durante a reentrada. Durante a volta, uma

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válvula que servia para equalizar a pressão dentro da nave, com a pressão do lado de fora, teve um mal funcionamento e abriu, tirando a pressão e o ar em questão de segundos. Os cosmonautas tentaram fechar a válvula, mas não houve tempo suficiente para isso. Os cosmonautas das naves Soyuz, até essa época, não usavam trajes pressurizados na reentrada. Depois veio a década de 80 e com ela, chegou a nova geração de veículos: os Ônibus Espaciais. O primeiro a voar foi o Columbia, no dia 12 de abril de 1981, exatamente 20 anos depois do vôo de Yuri Gagarin. O céu estava limpo e o Sol brilhava naquela fria manhã de 28 de janeiro de 1986. O veículo chamava-se Challenger e a bordo estavam 7 astronautas incluindo a "professorinha" como fora chamada posteriormente. Seus nome eram: Richard "Dick" Scoobe, Michael Smith, Gregory Jarvis, Ellison Onizuka, Judith Resnik, Ronald McNair e a professora primária Sharon Christa MacAuliffe. Era o décimo vôo do Challenger e a 25ª missão dos ônibus espaciais. Essa missão tinha como objetivo realizar experiências científicas e lançar uma sonda que iria estudar o cometa de Halley que naquela época era a atração dos céus. O lançamento do Challenger fora adiado 5 vezes devido às péssimas condições climáticas, e naquela manhã a temperatura no cabo Kennedy estava por volta de 2 graus Celsius, 10 graus mais baixo que qualquer outro lançamento feito pela NASA. Mesmo assim, o lançamento havia sido confirmado e às 13h37m (Horário de Brasília). Os motores foram ligados e o Challenger decolou para que 73 segundos depois viesse a explodir matando os 7 astronautas. O que a comissão de investigação formada pelo então presidente Ronald Reagan descobriu foi que, devido ao intenso frio, um dos anéis de vedação de um dos foguetes de combustível sólido (SRB) não agüentou e rachou, permitindo que gases extremamente quentes pudessem vazar e com o passar dos segundos derreter as paredes do tanque de combustível externo (ET) até a falência da estrutura, vindo então a explodir. O Challenger não agüentou a mudança violenta de direção e

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ASTRONÁTICA

1986: Explosão do ônibus Espacial Challenger

2003: Destroços do ônibus espacial Columbia

este veio a se partir em milhares de pedaços, devido mais à pressão do ar que à explosão do tanque externo propriamente dita.

já sabe: o Columbia não existe mais e com ele foram mais outros 7 astronautas. Seus nomes: Rick Husband William McCool, Michael Anderson, Kalpana Chawla, David Brown, Laurel Clark, e Ilan Ramos, o primeiro astronauta israelense.

Mas, nesse caso, o compartimento da tripulação agüentou. Fora encontrado dias depois no oceano atlântico a uma profundidade de 60 metros. Todos estavam mortos. Dezessete anos depois, os astronautas que estavam no vôo 113, o 28º do Columbia, fizeram uma homenagem em órbita em memória dos sete astronautas do Challenger. Mal sabiam que eles seriam os próximos homenageados quatro dias depois. Depois de 16 dias no espaço, realizando mais de 80 experiências científicas em diversas áreas, trabalhando 24 horas por dia em dois turnos, chegou a hora de "guardar tudo" e começar a se preparar para a descida. Diferente dos primeiros veículos da era espacial, os ônibus espaciais mantinham o contato por rádio mesmo durante a reentrada, um dos períodos mais críticos do vôo, se é que existe alguma parte no vôo espacial que pode ser definido como o mais crítico. Vale lembrar que o astronauta veterano John Young uma vez relatou sobre isso, ao dizer que a fase mais difícil de um vôo espacial é aquela entre o lançamento e o pouso. Mas, 16 minutos antes do pouso aconteceu o que o mundo todo hoje

Vale frisar que a tragédia do Columbia ocorreu à cerca de 63km de altura, ou seja, sob o espaço aéreo territorial dos Estados Unidos. E assim como foi dito no começo, ninguém, até hoje, morreu no espaço. O Brasil, não fica fora infelizmente da lista dos desastres espaciais. Meses depois do acidente com o Columbia, a Plataforma de Lançamento do VLS, o Veículo Lançador de Satélites, incendiou-se ainda em sua plataforma, matando 21 técnicos que executavam testes de pré-lançamento. Até o momento, não é desejo desse artigo, expor e esclarecer as causas dessa tragédia, já que estas estão para ser investigadas. Quando todas as causas forem mostradas, essa será a ocasião adequada para tratar os verdadeiros agentes causadores dessa perda irreparável para todos nós. ∞

Ronaldo Garcia, é designer digital e professor de Astronomia no Centro de Estudos do Universo. O presente artigo é fruto da parceria entre o Boletim Centaurus e a Revista macroCOSMO.com. Site: http://www.centroastronomico.com.br

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Estação do Ano Verão para o Hemisfério Sul e Inverno para o Hemisfério Norte.

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Fases da Lua Lua Cheia: dia 6 Lua quarto Minguante: dia 13 Lua Nova: dia 20 Lua Quarto Crescente: dia 28

Rosely Grégio | Revista macroCOSMO.com [email protected]

Cometas Visíveis em Fevereiro Salvo aumentos em brilho e novos cometas descobertos, as estimativas para fevereiro são as seguintes: Magnitude Visibilidade Visibilidade estimada Hemisfério Sul Hemisfério Norte C/2001 Q4 (NEAT) 8 Anoitecer 58P/Jackson-Neujmin 12 Anoitecer Anoitecer 43P/Wolf-Harrington 12 Anoitecer Anoitecer C/2003 H1 (LINEAR) 12 Noite Noite 88P/Howell 11 Amanhecer Amanhecer 2P/Enche 12 Amanhecer C/2002 T7 (LINEAR) 7 Anoitecer Fonte de dados, cartas de busca e mais informações em: http://reabrasil.astrodatabase.net/ e http://aerith.net/index.html Cometa

Chuveiros de Meteoros para Fevereiro Radiante Aurigids Alpha Centaurids (ACE) Beta Centaurids Delta Leonids (DLE) Sigma Leonids Capricornids-Sagittariids Chi Capricornids

Duração 31 jan a 23 fev 2 a 25 fev 2 a 25 fev 5 fev a 19 mar 9 fev a 13 mar 13 jan a 28 fev 29 jan a 28 fev

Máximo 5 a 10 fev 8/9 fev 8/9 fev 22/23 fev 15/26 fev 30 jan a 3 fev (diurno) 13/14 fev (diurno)

Durante o mês de fevereiro acontecem mais quatro chuveiros cujos dias de máximo acontecem em março. São eles: Radiante Beta Leonids Rho Leonids Eta Virginids Pi Virginids

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Período 14 de fev a 25 de abr 13 de fev a 13 de mar 24 de fev a 27 de mar 13 de fev a 8 de abr

Máximo 19 a 21 de mar 1 a 4 de mar 18/19 de mar 3 a 9 de mar

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EFEMÉRIDES

Agenda Diária 1 de fevereiro, domingo

ao período geológico Corperniano (entre – 1.1bilhões de anos até os dias atuais). A cratera circular se localiza na Longitude: 47.4° O e Latitude: 23.7° N, Quadrante: Norte-oeste. Com dimensão de 40x40 km e 3000m de altura essa formação é visível durante o Earthshine (luz cinzenta), apresenta raios luminosos que se destacam contra a superfície em torno da cratera. A cratera também é famosa por apresentar Fenômenos Transientes que foram observados em várias ocasiões em Aristarchus. A cratera tem rampas íngremes principalmente em direção ao Norte, e paredes altas em terraços; seu chão é plano e extenso, e apresenta uma pequena elevação central. Ela forma um par bastante interessante com a jovem cratera Herodotus com cerca de 450 milhões de anos. O melhor período para sua observação é 4 dias depois do Primeiro Quarto ou 3 dias após a Lua Minguante. O instrumento mínimo para vê-la é um refrator de 50mm. Mas para observar os detalhes, são necessários instrumentos de maiores diâmetros. Herodotus, sua formação data do período Imbriano Superior (entre –3.8 a –3.2 bilhões de anos atrás). A cratera de 35x35 km e altura de 1.440 m está localizada na Longitude: 49.7° O, Latitude: 23.2° N, Quadrante: Norte-oeste na área da região da cratera Aristarchus. Essa formação circular mostra rampas íngremes para o Sul e para o Leste, têm pequenas paredes altas que contêm a cratereta Herodotus N para o Norte. Seu chão é plano e preenchido com lava escura. Herodotus é o ponto de partida do Vallis Schröter em direção ao Norte. O melhor período para sua observação é 4 dias depois da Lua Crescente ou 3 dias após o Quarto Minguante. O instrumento mínimo para sua observação é um refrator de 50mm, mas sem detalhes. Vallis Schroter, é uma formação do tipo Rille do período geológico Imbriano (em torno de -3.85 a -3.2 bilhões de anos). Essa famosa formação localiza-se a Longitude: 51.0° O, Latitude: 26.0° N, Quadrante: Norte-oeste na região da Cratera Aristarchus. Esse vale mede 160x10Km e altura de 1000 m. Começa a 25km ao Norte da cratera Herodotus em uma craterleta alongada denominada ‘’Head of

O Asteróide 2000 SU180 passa a 0.148 UA da Terra. O Asteróide 4116 Elachi passa a 0.893 UA da Terra. Qual é a estrela mais luminosa de Orion? Betelgeuse, Alpha Orionis (mag 0.5) provavelmente é a estrela mais conhecida do mitológico caçador, mas Rigel, Beta Orionis (mag 0.2), é a mais luminosa daquela constelação. Esta supergigante azul marca um dos pés de Órion. Sua cor azul-branca contrasta bem com a brilhante vermelha Betelgeuse. A cor de Rigel é decorrente de sua temperatura de superfície de 20.000 graus Fahrenheit, duas vezes mais quente quanto nosso Sol amarelo. Betelgeuse marca o ombro de Orion, é uma estrela agonizante que provavelmente responde por seu brilho irregular. A magnitude da estrela varia em brilho aproximadamente +0.2 a +1.2 em cima de um período de centenas para milhares de dias. Tente determinar seu brilho usando para comparação a Aldebaran (mag 0.87) em Touro, e Procyon (mag 0.41) em Cão Menor. Confira seus resultados com o banco de dados da AAVSO: www.aavso.org/vstar/vsotm/1200.stm

2 de fevereiro, segunda-feira O Asteróide 6456 Golombeck passa a 2.076 UA da Terra. A Deep Space STARDUST, executa manobras #4 (DSM-4) O Asteróide Ceres (mag 7.3) na constelação de Gêmeos entre 17.6h e 21.7h. A Lua de 11 dias de idade está 88.5 % iluminada até que se torne Cheia daqui a 4 dias. Se você tem um instrumento que lhe dê condições de observar detalhes da geologia lunar, então comece hoje a observar a região da cratera Aristarchus e continue por mais duas noites. Esta é uma área bastante complexa e de excepcional valor para observação. Entre as formações dessa área estão: Aristarchus, formação que remonta Fevereiro

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Cobra ‘’ (Cabeça de Cobra) se dirige para o norte e volta-se para Oeste. Sua largura varia de 6 a 10 km diminuindo a 500 m a sua extremidade Ocidental. É uma formação de excepcional interesse que é observada melhor 4 dias depois do Primeiro Quarto ou 3 dias depois do Último Quarto (Minguante). O instrumento mínimo para sua observação é um refrator de 100mm.

Sagittariids. Esse chuveiro de atividade diurna é ativo de 13 de janeiro a 28 de fevereiro, com máximo de 30 de janeiro a 3 de fevereiro. O chuveiro está possivelmente relacionado ao Asteróide Adonis da família Apollo. A melhor maneira de monitorar esse chuveiro é através de técnicas de rádio meteoro ou então de radar. Segundo o catálogo da British Meteor Society a taxa máxima é de 15 meteoros por hora. A constelação do Leão é a primeira das constelações da Primavera (para o hemisfério Norte). Sua estrela mais luminosa é Regulus, o coração do Leão. Desde as civilizações mais antigas as estrelas foram usadas para predizer as estações do ano de forma muito confiável. Regulus, de primeira magnitude, sobe aproximadamente uma hora depois de pôr-dosol no leste-nordeste. Para alguns o Leão anuncia a primavera, assim o aparecimento de Regulus anuncia que dias mais mornos estão a caminho. Esta aproximação para prever uma estação do ano é tão válida e confiável quanto qualquer calendário. O leão se senta no mesmo lugar na mesma data e tempo, ano após ano. Espere até escurecer e contemple Leo. De 3 a 6 acontece o Meeting: X-Ray and Radio Connections, em Santa Fé, Novo México.

3 de fevereiro, terça-feira Marte oculta a estrela TYC 062501155-1 (mag 11.4). O Asteróide 6239 Minos passa a 0.056 UA da Terra. Conjunção em AR entre a Lua e Saturno (mag –0.2) a 05:06 TU. Nesse momento, a separação entre eles é de 4° 29' 24". O Senhor dos Anéis (mag –2) de cor amarelada se destaca entre as estrelas da Constelação de Gêmeos, contudo, com a Lua gibosa atrapalha uma observação mais acurada do planeta. Em torno das 21:00 TU Saturno estará a apenas 21’11’’ de separação da estrela Mu Geminorum (mag 2.8). O brilhante Vênus (mag –4.1) se põe em torno das 21:00 TU, portanto, se deseja observar a ‘’estrela’’ Vespertina mais brilhante do céu, busque o planeta a NW ao pôr-do-sol. A 1.49’ graus de Vênus está o cometa C/2002 O7 (LINEAR) com mag estimada em 12.7. Ambos os astros estão na constelação de Peixes. Ainda na borda da mesma constelação, no limite um Pegaso, outro cometa, C/2002 T7 (LINEAR) com magnitude estimada em 7.4, está a 23’48’’ graus de separação da estrela gamma Pegasi (mag 2.7) localizada em uma das extremidades do Grande Quadrado do cavalo voador. O cometa se põe as 20.48 TU. A distância angular mínima ente o Asteróide (1) Ceres com mag de 7.4 e a Lua ocorre a 16:53 TU. Os astros estão separados a 4° 54' 32" em Dec. +31° 50' e El. 147.9°. A Lua nasce em torno das 17:00 TU. Por volta das 18:00 TU o Asteróide e a bela Luna ainda estão bem próximos, dentro da constelação de Gêmeos. A melhor hora para observação de Ceres é entre 17.7h - 5.6h LCT. Chuveiro de Meteoros Capricornids-

4 de fevereiro, quarta-feira A sonda Ulysses em aproximação mais íntima de Júpiter. Veja mais sobre o assunto em http://ulysses.jpl.nasa.gov/ O Asteróide 2002 PZ39 passa a 0.152 UA da Terra. A 0h27.3m (GMT –3) a lua Europa (mag 6.0) é eclipsada por Júpiter. O Trânsito de Io (mag 5.4) sobre o disco de Júpiter começa a 5h59.3m, a sombra termina a 7h35.2m e o final do trânsito acontece a 8h14.0m (GMT –3). O Asteróide (1) Ceres (mag 7.3) em Gêmeos está mais bem posicionado para observação entre 17.7h - 5.6h LCT, J2000: ra= 7:01:15.5, de=+31:54:22, r=2.589AU dist=1.708 UA.

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5 de fevereiro, quinta-feira

Lua em Libração Sul a 6h34.5m (GMT –3). Nesse tempo, parte da região polar sul da Lua está melhor posicionada para observação. O Asteróide (1) Ceres com mag 7.4 está mais bem posicionado para observação entre 17.7h - 5.4h LCT em Gêmeos J2000: ra= 6:59:58.9, de=+31:58:16, r=2.588AU, dist=1.721 UA. A Lua Cheia acontece a 08:46 TU. Através dos tempos, a primeira Lua Cheia de cada mês recebeu diferentes nomes que datam dos tempos dos índios nativos americanos, onde agora ficam as regiões norte e oriental dos Estados Unidos. As tribos mantinham um reconhecimento sobre as estações do ano, dando nomes distintivos a cada ocorrência periódica da Lua Cheia. Seus nomes eram aplicados ao mês inteiro no qual cada uma delas acontecia. Havia alguma variação ao nomear a Lua, mas em geral os mesmos nomes eram usados pelas tribos ao longo de Algonquin na Nova Inglaterra até o Lago Superior. Os colonos europeus seguiram esse costume e criaram alguns outros nomes. Snow Moon (Lua da Neve), Hunger Moon (Lua da Fome), Opening Buds Moon (Lua do Abrir dos Brotos). Full Snow Moon (Lua Cheia da Neve). Desde que a neve mais pesada normalmente cai durante este mês, as tribos nativas do norte e leste freqüentemente chamavam a Lua Cheia de fevereiro de Lua Cheia da Neve. Algumas tribos também se referiram a esta Lua como Full Hunger Moon (Lua Cheia da Fome), isso devido às condições severas do tempo em suas áreas tornava a caçada muito difícil. Se alguma vez você assistiu a subida da Lua Cheia, você provavelmente testemunhou a ilusão de que ela parece bem maior quando no horizonte. A Lua parece ser significativamente maior que normalmente é quando está próximo ao horizonte que depois que escalasse alto no céu. “Parece” é a palavra importante aqui, desde que o tamanho da Lua não muda; só nossa percepção faz com que ela assim pareça. Se você quer ‘’tirar a prova dos nove’’, então pegue um canudo de papel e olhe a Lua enquanto ela está no horizonte e, mais tarde, faça a mesma coisa quando ela sobe mais alto no céu, você verá que a Lua mede meio grau em diâmetro. As próximas várias noites provêem um tempo bom para testar esse efeito.

Lançamento do satélite AMC-10 pelo foguete Atlas 2AS. O Asteróide 2001 CP36 passa a 0.057 UA da Terra. Marte oculta a estrela HIP 8973 (mag 7.6). Io (mag 5.4) é ocultada por Vênus a 2h28.5m e reaparece a 5h24.2m (GMT –3). Ceres (1) com mag 7.3 está mais bem posicionado para observação entre 17.7h e 5.5h LCT em Gêmeos. J2000: ra= 7:00:36.3, de=+31:56:23, r=2.588AU, dist=1.715 UA. A sombra de Io (mag 5.4) começa adentra pelo disco iluminado de Júpiter a 23h47.3m (GMT –3). Chuveiro de Meteoros Aurigids. Existe alguma dúvida sobre a existência continuada deste radiante e a pergunta só poderá ser respondia através de observações sistemáticas do chuveiro em seu período de atividade. Em geral, foram feitas observações entre 31 de janeiro e 23 de fevereiro, com um máximo de cerca de 2 meteoros por hora, que acontece durante 5 a 10 de fevereiro. O radiante normalmente é localizado a RA=74 graus, DECL=+42 graus, embora esta deve ser uma estimativa áspera porque a posição precisa do radiante, especialmente em recentes décadas, foi raro. Os meteoros são lentos e embora a magnitude média seja entre 3 e 5, o chuveiro é conhecido por luminosos bólidos. O movimento diário do radiante está em torno de +0.7 graus em AR e +0.3 graus em DECL. De 5 a 7 acontece o British Hungarian N+N Workshop for Young Researchers on Computer Processing and Use of Satellite Data in Astronomy and Astrophysics, Budapeste, Hungria.

6 de fevereiro, sexta-feira O trânsito da sombra de Io (mag 5.4) pela frente do disco iluminado de Júpiter termina a 2h03.5m, e o trânsito termina a 2h40.1m (GMT –3). Mercúrio em Afélio (máxima distancia do Sol) a 0.4667 UA do Sol. Fevereiro

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Hoje começa o Workshop on Europa's Icy Shell: Past, Present, and Future, Houston, Texas.

está baixa no sudeste. Procure os flash cuidadosamente de cor, emitido por esta beleza. O efeito prismático resulta quando a luz de Sirius vem em direção a nosso olho e é refratada, nas cores do arco-íris. A sensação é aumentada por binóculos e telescópios. Conjunção em AR entre a Lua e Júpiter acontece a 13:35 TU. Ambos os astros estão separados a 3° 12' 12". A Lua gibosa, nasce em torno das 20:40 TU e Júpiter as 20:16 TU. Quando ambos os astros estiverem visíveis em nosso céu, na constelação do Leão, a separação entre eles será em torno de 3.39 graus. Chuveiro de Meteoros Alpha e Beta Centaurids. A duração destes chuveiros de meteoros estendem de 2 a 25 de fevereiro, com máximo, ao redor de 8 de fevereiro. Os meteoros do Alpha Centaurids emanam de RA=216 gruas, DECL=-60 graus, enquanto o Beta Centaurids têm um radiante em RA=208 graus, DECL=-58 graus. Apesar da proximidade dos radiantes, eles têm diferenças. O alpha Centaurids têm taxas máxima de hora em hora de 3 meteoros, enquanto o Beta Centaurids pode alcançar taxas de hora em hora tão alto quanto 14. O Alpha Centaurids têm uma magnitude média de 2.45, enquanto a Beta Centaurids provavelmente apresentam magnitude de aproximadamente 1.6. De 8 a 12 acontece o AAS/AIAA Space Flight Mechanics Meeting, Maui, Hawaii.

7 de fevereiro, sábado O cometa P/2002 X2 (NEAT) passa a 2.351 UA da Terra. A Lua passa a 7.6 graus de Júpiter (mag –2.5) a 23.8h (GMT –3). A sombra da lua Ganymed (mag 5.0) começa a passar sobre o disco iluminado de Júpiter a 4h11.7m e termina a 7h39.1m (GMT – 3). O trânsito de Callisto (mag 6.1) sobre o disco de Júpiter começa a 5h08.9m (GMT –3). A Lua passa a 0.3 graus da estrela SAO 98955 ETA LEONIS (mag 3.6) a 6.7h (GMT –3). Lua em Libração Oeste às 17h27.1m (GMT –3). Isso significa que as características lunares localizadas na borda oeste estarão mais viradas para a Terra do que normalmente estão. O Asteróide 1 Ceres (mag 7.4) está melhor posicionado para observação entre 17.8h - 5.4h LCT J2000: ra= 6:59:23.2 de=+32:00:01 (Gem) r=2.587 UA dist=1.728 UA. Vênus está espetacular no WSW no céu do entardecer, ele se põe cerca de 4 horas após o pôr-do-sol. Embora sua espessa camada de nuvens não permite que vejamos sua superfície, através de lunetas e telescópios podemos descobrir que, como a Lua, Vênus apresenta fases. Pelo meio do mês começa uma época favorável para tentar descobrir a ‘’luz cinzenta’’ do planeta.

9 de fevereiro, segunda-feira Asteróide 12485 Jenniferharris passa a 1.630 UA da Terra. A Lua Oculta a estrela SAO 119035 NU VIRGINIS de mag 4.2 (borda brilhante) a 4h16.6m e a emersão acontece no limbo escuro a 5h09.7m (GMT –3). A sombra de Europa (mag 6.0) passa sobre o disco de Júpiter a 7h59.6m O Asteróide 1 Ceres (mag 7.5) mais bem posicionado para observação entre 17.8h 5.2h LCT. J2000: ra= 6:58:17.1 de=+32:03:08 (Gem) r=2.586 UA dist=1.743 UA. De 9 a 11 acontece a X-Ray Polarimetry Conference, Stanford, California. De 9 a 13 acontece a Conference on

8 de fevereiro, domingo O Asteróide 5036 Tuttle passa a 1.625 UA da Terra. O Asteróide 1 Ceres (mag 7.4) está melhor posicionado para observação entre 17.8h - 5.3h LCT, a J2000: ra= 6:58:49.2 de=+32:01:39 (em Gem) , r=2.587 UA, dist=1.736 UA. Veja a estrela Sirius na constelação do Cão Maior em alguma noite ao crepúsculo,

quando a mais luminosa das estrelas ainda Fevereiro

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Sun-Earth Connection: Multiscale Coupling in Sun-Earth Processes, Kona, Hawaii

mais complexa, o relógio-de-sol provocava muita imprecisão, assim ele deu lugar ao relógio mecânico que proveu um " tempo solar” médio baseado em um sol "médio fictício". A diferença entre estes dois modos de tempo é freqüentemente equacionada pela chamada "Equação de Tempo". Hoje a Equação do Tempo o Sol aparente está mais distante do sol médio, aproximadamente 14 minutos. Para essas pessoas que se mantêm em um das longitudes de tempo padrão, ao meio-dia, como indicado por um relógio normal, o Sol aparente ainda chegaria à mesma medida de tempo depois de 14 minutos. Assim, hoje é preciso somar mais 14 minutos ao relógio-de-sol para converter a hora mostrada em hora padrão pelo relógio mecânico.

10 de fevereiro, terça-feira O Asteróide 2000 WO107 passa a 0.190 UA da Terra. O Asteróide 1 Ceres (mag 7.4) está melhor posicionado para observação a 17.8h 5.2h LCT, J2000: ra= 6:57:46.8 de=+32:04:30 ( em Gem) r=2.586 UA dist=1.751 UA. Os Astrônomos freqüentemente usam o Tempo Sideral para definir objetos de interesse no céu. Essa é a medida de Tempo que se baseia na rotação terrestre, tomando-se para referência a passagem do ponto vernal pelo meridiano superior local. Assim, o Tempo Sideral segue rigidamente a armação estelar. Por exemplo, se nós sabemos que o tempo sideral é 5 horas, nós também sabemos que Orion está no sul. Se próximo a zero horas do tempo sideral, a Grande Ursa está baixa no horizonte, e assim sucessivamente. Como o ‘’Relógio Sideral” ganha 4 minutos por dia de um relógio convencional, ambos os relógios estão em sincronismo todos os anos perto do Equinócio Outonal. O Observatório Naval norteamericano provê uma calculadora de tempo sideral em:

12 de fevereiro, quinta-feira O Asteróide 1604 Tombaugh passa a 2.312 UA da Terra. Io (mag 5.4) é ocultado por Júpiter a 4h22.4m e o reaparecimento ocorre a 7h09.1m (GMT –3). A Lua passa a 0.2 graus de separação da estrela SAO 158489 LAMBDA VIRGINIS (mag 4.6) a 8.5h (GMT –3). O Asteróide 1 Ceres (mag 7.5) está melhor posicionado entre 18.5h e 3.2h LCT J2000: ra= 6:56:51.7 de=+32:06:52 (em Gem) r=2.585 UA dist=1.766 UA.

http://tycho.usno.navy.mil/sidereal2.html

11 de fevereiro, Quarta-feira 13 de fevereiro, sexta feira Europa (mag 6.0) é eclipsada por Júpiter a 3h01.0m e reaparece a 6h45.4m (GMT –3). A sombra de Io (mag 5.4) entra na face iluminada de Júpiter a 7h12.4m; o trânsito começa a 7h43.8m O Asteróide 1 Ceres (mag 7.5) ainda bem colocado para observação entre 17.8h 5.1h LCT J2000: ra= 6:57:18.3 de=+32:05:45 (em Gem) r=2.585 UA dist=1.758UA. Historicamente, o tempo convencional surgiu do movimento do Sol pelo céu - quando o Sol estava mais alto, era " meio-dia’’. Os relógios-de-sol foram usados para manter o registro deste " tempo solar " aparente desde os tempos antigos. Quando a sociedade ficou

Júpiter oculta a estrela PPM 157614 (mag 11.3). O Cometa C/2003 E1 (NEAT) com mag estimada em 17.8 em Periélio a distância de 3.245 UA do Sol a 15.0h (GMT –3) O Asteróide 2000 KD8 passa a 0.161 UA da Terra. O Asteróide 2001 KA67 passa próximo do Asteróide Vesta (mag 7.7) a uma distância de 0.044 UA. A Lua Minguante ou de Último Quarto acontece a 13:39 TU. Io (mag 5.4) transitando pela face iluminada de Júpiter. A sombra de Io entra a 1h40.8m, o trânsito começa a 2h09.8m e termina a 4h24.5m (GMT –3).

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Chuveiro de Meteoros Chi Capricornids. Esse radiante apresenta atividade diurna de 29 de janeiro a 28 de fevereiro, com máximo acontecendo em 13/14 de fevereiro. Se você dispõe de meios para isso, monitore o chuveiro através de técnicas de rádio meteoro ou de radar. De 13 a 15 acontece o ESA/CNES EMC Workshop, Noordwijk, nos Países Baixos.

UA da Terra. Saturno (mag –0.1) em Gêmeos, está a 50’18’’ da estrela Um Geminorum (mag 2.89). O cometa C/2002 T7 (LINEAR) com mag em torno de 7.0 é visível ao entardecer com ajuda de binóculo, está na borda da constelação de Pegaso. Ele está localizado cerca de 11.33 graus de Vênus e a apenas 53’29’’ graus da estrela gamma Pegasi (Algenib) de mag 2.7.

14 de fevereiro, sábado 18 de fevereiro, quarta-feira Lançamento do DSP-22 Titan 4B. O Cometa C/2003 A2 (Gleason) mag estimada em 19.2 passa a 10.451 UA da Terra. A Lua em Escorpião está a 2° 26' 01" da estrela Antares as 16:34 TU. A Lua passa a 0.9 graus da estrela SAO 184014 DSCHUBBA, DELTA SCORPI, de 2.5 mag a 3.0h (GMT –3).

O planeta Mercúrio oculta a estrela HIP 105546 (mag 9.6). Vênus oculta a estrela PPM 143762 (mag 8.7). Europa (mag 6.0) é ocultada por Júpiter a 5h34.6m (GMT –3). Hoje acontece o Space At The Crossroad Symposium, Washington DC De 18 a 22 acontece o 10th Annual Orange Blossom Special Star Party, perto de Brooksville, Flórida.

15 de fevereiro, domingo O Planeta Mercúrio passa a 1.9 graus de Netuno. O Asteróide 2003 WE157 passa a 0.164 UA da Terra. Callisto (mag 6.1) é ocultado por Júpiter a 7h29.7m (GMT –3).

19 de fevereiro, quinta-feira Mercúrio oculta a estrela TYC 636500578-1 (mag 9.9). Conjunção entre a Lua e Netuno as 00:40.TU. Os astros são separados a 5° 11' 49" Lua em Libração Norte às 4h55.4m (GMT –3). Isso significa que boa parte Pólo Norte Lunar está mais bem posicionada para a Terra. Io (mag 5.4) é eclipsada por Júpiter a 6h16.5m (GMT –3). O Sol entra na constelação zodiacal de Peixes a 8h (GMT –3). A sombra de Europa (mag 6.0) começa seu Trânsito pela frente do disco iluminado de Júpiter a 23h54.2m (GMT –3). Este é o tempo do ano, quando a luz zodiacal é melhor vista. A luz zodiacal é um cone lânguido de luz visível ao término de crepúsculo astronômico, atualmente aproximadamente uma hora e meio depois do pôr-do-sol para latitudes de meio-norte. Essa tênue luminosidade que se estende na região do zodíaco, após o ocaso e/ou antes do nascer do Sol, é produzida pela reflexão da luz solar

16 de fevereiro, Segunda-feira Lua em Perigeu (mínima distância da Terra) a 368322 UA, as 07:42 TU. A estrela SAO 186612 66 B. SAGITTARII, 4.7mag emerge no limbo escuro da Lua a 8h15.1m (GMT-3). De 16 a 17 acontece o Meeting on The Impact of Active Galaxies on the Universe at Large, Londres, Inglaterra. De 16 a 19 acontece a Conference: Planetary Timescales: From Stardust to Continents, Canberra, Australia. De 16 a 20 acontece o 5th Integral Workshop: The Integral Universe, Munich, Alemanha. 17 de fevereiro, terça-feira O Asteróide 5231 Verne passa a 1.699 Fevereiro

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em partículas de poeira interplanetária que se localizam próximo ao plano da eclíptica; visível ao Oeste após o pôr-do-sol e do lado Leste antes do nascer do Sol. Seu nome vem, muito apropriadamente, devido a essa luminosidade se confundir com a região das constelações do zodíaco. Também existem evidências que a luz zodiacal seja um prolongamento da Coroa Solar F, que também é conhecida como Coroa de Poeira. Procure a forma de uma pirâmide no oeste e oeste-sudoeste ao escurecer. Ela se nos apresenta sob a forma de um cone de luz muito fraco e difuso de cerca de 15 a 20 graus em sua base e que se estreita conforme se afasta do horizonte, podendo ser observada quando a eclíptica se encontra a 90 graus ou mais do horizonte, ou um pouco ao Norte, para o Hemisfério Sul, quando o Sol está abaixo da linha do horizonte. Na parte mais densa dessa luminosidade, a claridade pode chegar a ser duas ou três vezes mais luminosa que a ViaLáctea, mas em suas bordas (limites) a luminosidade é extremamente tênue, sendo que seu brilho parece variar periodicamente. Para observadores do Hemisfério Sul, uma boa época para procurar a próxima luz zodiacal será em 23 de março a 06:00 h.

sombra acontece a 5h50.3m e o trânsito finaliza a 6h08.3m (GMT –3). Como a Luz Zodiacal, o Gegenschein, conhecido como luz anti-solar, é outro lânguido vislumbre da luz solar refletida na poeira interplanetária. Esse fenômeno foi observado pela primeira vez em 1808 pelo naturalista alemão A. Humboldt. O brilho oval suave aparece precisamente oposto ao Sol no céu, assim você que está nas latitudes do norte precisa observar perto do meio da noite quando o brilho, atualmente perto de Leão, é mais alto. O céu deve estar sumamente limpo e escuro. O Gegenschein é bastante tênue e muitos observadores experientes nunca viram isto. Para o hemisfério sul, as melhores épocas para tentar observar esse fenômeno são os meses de junho e julho. 21 de fevereiro, sábado Pelo Calendário Civil Indiano, é o primeiro dia do Phalguna, o décimo segundo mês do ano 1925. Pelo Calendário Tabular Islâmico começa um Novo Ano. Ao pôr-do-sol começa o primeiro dia do Muharram, primeiro mês do ano 1425. Então, Feliz Ano Novo de muita Paz aos Islâmicos! O Cometa P/2003 T1 (Tritton) mag estimada em 13.5, passa a 1.211 UA da Terra. O Asteróide 3192 A’Hearn passa a 0.992 UA da Terra. Júpiter oculta Io (mag 5.4) a 0h45.1m e o reaparecimento acontece a 3h19m (GMT –3). Órion o Caçador, se levanta alto no sudeste ao anoitecer. Como de nossas latitudes Órion se apresenta de cabeça para baixo, repare as três proeminentes estrelas que marcam o asterismo chamado de Cinto de Órion (popularmente conhecidas como as Três Marias); sobre o cinto está outro asterismo conhecido como a Espada de Órion e contém a famosa Grande Nebulosa de Órion que aparece como um remendo nebuloso esbranquiçado em binóculos. Estenda o cinto a 22 graus para a esquerda superior para Aldebaran, o olho vermelho do Touro; nessa região estão as Hyades em formato de um ''A'' ou ''V'' invertido (aldebaran não faz parte desse aglomerado). Outros 14 graus para além de Aldebaran está o aglomerado aberto das

20 de fevereiro, sexta-feira Pelo Calendário Persa é o primeiro dia do Esfand, décimo segundo mês do ano 1382. Vênus oculta a estrela PPM 143928 (mag 9.9). Conjunção em AR entre a Lua e o Sol às 05:50 TU com separação de apenas 5° 11' 27" . A Lua Nova acontece às 09:18 TU e, ao mesmo tempo, acontece uma conjunção em AR entre a Lua e Urano às 09:20 TU, com separação de 4° 22' 43". Lua em Máxima Libração a 12h53.5m (GMT –3). O Trânsito da lua Europa (mag 6.0) sobre o disco iluminado de Júpiter começa a 0h34.5m, o final da sombra acontece a 2h46.5m e o trânsito termina a 3h23.6m (GMT –3). A Via-láctea é mais bem apreciada a 0.8h (GMT –3). Io (mag 5.4) transita pela frente de Júpiter, a sombra começa a 3h34.3m e o trânsito tem início à 3h53.6m. O término da Fevereiro

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Plêiades ou Sete Irmãs que marcam outro asterisco que é um belíssimo objetivo para binóculos. Se olhares para a direita de Orion, verá a estrela mais luminosa daquela região e de todo o Céu, Sírius (mag -1.4) na constelação do Cão Maior. Embora ela tenha uma estrela anã companheira íntima, Sirius B, elas não podem ser separadas em binóculo. Você saberia dizer que constelação está aos pés de Orion? Lepus é a resposta correta! E qual seria a constelação que sobe logo abaixo de Órion? As estrelas que representam os mitológicos gêmeos Castor e Pollux são suas estrelas mais luminosas! 22 de fevereiro, domingo Pelo Calendário Hebraico, começa ao pôr-do-sol o primeiro dia do Adar, sexto mês do ano 5764. A Via-Láctea está mais bem posicionada no céu para observação a 0.7h (GMT –3). O Cometa C/2003 H1 (LINEAR) mag estimada em 11.3 em Periélio a 2.240 UA do Sol. O Asteróide 1996 Adams passa a 1.901 UA da Terra. A Lua passa a 2° 35' 33" do cometa C/2002 O7 (LINEAR) com mag estimada em 13.2 as 17:05 TU em Dec. 02° 07', El. 29.1°. Urano em Conjunção com o Sol. Conjunção é a configuração de dois astros cujas ascensões retas são iguais. Lua em Libração Este a 8h26.1m (GMT –3). Isso significa que as características lunares na borda Leste estão mais voltadas em direção ao meridiano central lunar. Chuveiro de Meteoros Delta Leonids. A atividade deste fluxo persiste de 5 de fevereiro a 19 de março. O chuveiro alcança máximo em 22 de fevereiro, de um radiante médio em RA=156 graus, DECL=+18 graus. O ZHR é 3, enquanto a magnitude média dos meteoros está próxima a 2.86. Uma possível filial meridional telescópica pode ter uma duração que estende de 13 de janeiro a 24 de fevereiro, com um máximo em 3 de fevereiro e um radiante médio em RA=135 graus, DECL=+8 graus. 23 de fevereiro, segunda-feira Conjunção entre a Lua e Vênus (mag –4.2)

a 19:26 TU. Ambos os astros estarão separados a 3° 01' 25", e as 23.5 (GMT – 3) essa separação cai para apenas 1.7 graus, PA=334.5, h=5.2. A Via-Láctea é observada melhor a 0.6 h (GMT –3). A Lua de três dias de idade, em Peixes, se põe em torno das 20:58 TU, a 2.7 graus de Vênus faz uma bela aparição sobre o horizonte no céu do entardecer. Esse é um bom período para observar algumas das grandes formações na região iluminada da Lua, e entre elas destacamos: Langrenus: formada no período geológio Eratosteaniano (entre –3.2 a –1.1 bilhões de anos atrás); está localizada na Longitude: 60.9° E, Latitude: 8.9° S, quadrante SE no limbo Este da Lua. A cratera Langrenus mede 132 x 232 km em tamanho com altura em torno de : 2600 m. É uma formação circular com paredes altas e terraços deformados para o Sul. Formação circular deformada em direção ao Sul. A cratera apresenta colinas e craterletas, suas paredes são muito íngremes e com terraços escarpados. Em direção ao Sul, se destacam as crateras Lohse Langrenus C e E, para o Nordeste Sommerville e Acosta para o Norte. Seu chão é plano e extenso, mais acidentado em direção Norte-oeste. Apresenta uma elevação central dupla com 1000 m de altura. É uma formação de excepcional interesse para observação para ser observada principalmente 3 dias depois da Lua Nova ou 2 dias depois de Lua Cheia. Firmicus é uma outra cratera bastante interessante de se observar. Sua formação data do período Pré-Imbriano (entre - 4.55 a -3.85 bulhões de anos atrás). É uma formação circular com tamanho de 56x56Km e altura de 1.700 metros situada entre o Mare Crisium e Mare Undarium; Longitude: 63.4° E, Latitude: 7.3° N, Quadrante NE na borda Este da Lua. A cratera apresenta pequenas rampas íngremes que suporta o Lacus Perseverantiae para o Oeste e as crateras Firmicus G e F ao Suloeste. O Chão da cratera é muito plano preenchido de lava escura e suas paredes são bem altas com uma craterleta ao Norte. O melhor período para sua observação é 3 dias depois da Lua Nova ou 2 dias depois da Lua Cheia e o instrumento mínimo para sua observação é um refrator de 50mm. Cleomedes: Formação que remonta ao Período Geológico do Nectartiano (entre -3.92 a -3.85 bilhões de anos atrás). A cratera

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apresenta formato circular medindo 126x126 Km, localizada a Longitude: 55.5° E, Latitude: 27.7° N, Quadrante NE na lateral Note-oeste do Mare Crisium. Esta cratera circular é de excepcional interesse para observação, apresenta rampas íngremes que sustentam muitas craterletas como Tralles para o Norteoeste e Delmotte para o Sul-leste. Cleomede têm paredes bem altas ao Norte-oeste sobrepostas pelas crateras Cleomedes A e E e para o Sul por Cleomedes C. Seu chão é extenso e liso preenchido de lava e sustenta as formações Cleomedes B e J, a Rimae Cleomedes e uma pequena elevação fora do centro. O melhor período para sua observação é 3 dias após a Lua Nova ou 2 dias após a Lua Cheia. Um binóculo de 10x de aumento já dá para discernir a cratera, contudo, para observações de detalhes recomenda-se instrumento de maiores aberturas. De 23 a 26 acontece a AIAA's 1st Planetary Defense Conference: Protecting Earth from Asteroids, Garden Grove, California. 24 de fevereiro, terça-feira A Via-Láctea é observada melhor a 0.6 h (GMT –3). Cassiopéia é um das constelações básicas, um padrão de estrelas que você deveria aprender se você ainda não está familiarizado com ela. A rainha se senta em seu trono, a meio caminho para cima no noroeste ao fim do crepúsculo. Embora algumas pessoas tentam imaginar uma rainha, a forma habitual que podemos notar é um ‘’W " inclinado para um lado, para as latitudes boreais e apresenta uma forma de ‘’M’’ aberto para as latitudes austrais. Três estrelas de segunda magnitude e duas estrelas de terceira magnitude incluem a forma. A mais brilhante delas é a estrela Alpha Cas, conhecida pelo nome de Schedar. O W está em sua posição mais larga estas noites medindo uma largura de punho (10 graus) de céu. Muitos aglomerados abertos, cerca de 15 deles, podem ser vistos nesta constelação. 25 de fevereiro, quarta-feira Vênus oculta a estrela TYC 061300933-1 (mag 9.8). A Via-Láctea é observada

melhor A 0.5h (GMT –3). A lua Ganymed (mag 5.0) começa a ser eclipsada por Júpiter a 2h13.4m (GMTT – 3). Seu reaparecimento acontece a 6h24.2m GMT –3). A lua Europa (mag 6.0) começa a ser eclipsada por Júpiter a 8h08.3m (GMT –3). Chuveiro de Meteoros Sigma Leonids. Esse radiante está ativo de 9 de fevereiro a 13 de março, com pico máximo em 25/26 de fevereiro. Quarta-feira de cinza marca o começo da Quaresma, o jejum Cristão de 40 dias. A palavra deriva de primavera de significado Anglo-saxão e se refere à estação. Também é a base para a palavra "longo" que indicar o prolongamento dos dias durante a primavera. A 40 graus latitude norte a duração da luz do dia está aumentando agora de 2 a 3 minutos por dia. Em cima do curso do período Quaresmal, os dias ganham quase duas horas em duração. 26 de fevereiro, quarta-feira A Via-Láctea é observada melhor a 0.4h (GMT –3). A Lua passa a 1.2 graus de separação de Marte (mag 1.1) a 0.8h (GMT –3), PA=60.1, h=5.1. Conjunção entre a Lua e Marte acontece a 01:31 TU, com apenas 0° 53' 48" graus de separação. A Lua pode ocultar proporcionar uma ocultação rasante do Planeta Marte para algumas localidades. Júpiter começa a eclipsar a lua Io (mag 5.4) a 8h10.7m (GMT –3). Previsto o lançamento (08:16 TU) da sonda Rosetta (Comet Orbiter & Lander) pelo foguete Ariane 5 da ESA da base Kourou na Guiana Francesa. A International Rosetta Mission vai encontrar com o Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, permanecendo junto dele fazendo observações enquanto viaja para o Sol. A meta de missão era inicialmente um encontro com cometa 46 P/Wirtanen. Depois de vários adiamentos do lançamento devido a problemas técnicos, agora a sonda está sendo apontada para o Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. Em sua jornada de 10 anos para o cometa, a astronave passará por pelo menos um asteróide. Seu objetivo é estudar a origem dos cometas, a relação entre o material cometário e o interestelar, e suas implicações em relação a origem do Sistema Solar e várias outras

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medições científicas. Veja mais em: http://sci.esa.int/sciencee/www/area/index.cfm?fareaid=13 Lançamento do satélite ROC-Sat 2 pelo foguete Taurus XL. 27 de fevereiro, quinta-feira Mercúrio passa a 1.4 graus de Urano a 6h41m (GMT –3). A Via-Láctea está mais bem posicionada para observação a 0.4h (GMT –3). Trânsito da lua Europa (mag 6.0) sobre o disco iluminado de Júpiter. A sombra tem início à 2h30.5m; o trânsito do satélite começa a 2h49.9m; a sombra termina a 5h22.7m e o transito a 5h39.2m (GMT –3). O Trânsito de Io (mag 5.4) sobre o disco de Júpiter acontece nas seguintes condições: a sombra de Io inicia a 5h27.9m, o trânsito começa a 5h37.1m, a sombra termina a 7h43.8m e o trânsito a 7h51.8m (GMT –3). Lançamento do satélite MB-Sat 1 pelo foguete Atlas 3B. 28 de fevereiro, sexta-feira O Asteróide 2000 EV70 passa a 0.164 UA da Terra. O Asteróide 3066 McFadden passa a 1.839 UA da Terra. O Asteróide 5555 Wimberly passa a 2.051 UA da Terra. A Lua de Quarto Crescente ou Primeiro Quarto acontece a 03:23 TU. A Lua em apogeu (máxima distância da Terra) as 10:43 TU, a 404258 km de nós. A Via-Láctea está mais bem posicionada para observação a 0.3h (GMT –3). Júpiter eclipsa Io (mag 5.4) a 2h39.3m e seu reaparecimento acontece a 5h03.5m (GMT –3). A grande maioria dos habitantes do hemisfério norte nem suspeitam que beleza

espreita só alguns graus abaixo de seus horizontes meridionais, 2 horas depois do pôrdo-sol. Canopus, a segunda estrela mais luminosa da noite, lá se esconde, nunca sobe o bastante para ser vista pelas latitudes mais ao norte. Observadores abaixo de uma linha que corre aproximadamente pelo E.U.A. de Nashville a Las Vegas vêem Canopus durante um tempo breve, localizada baixo no sul. Quanto mais se dirigem a latitudes mais baixas, a estrela sobe um grau mais alto no céu. A estrela pertence à constelação de Carina, a Quilha, que foi desmembrada da antiga constelação Argos, o navio que foi em busca da lã dourada. De 28 de fevereiro a 6 de março acontece o Symposium: The Future of Life and the Future of Our Civilization, Thessalonika, Grécia. 29 de fevereiro, domingo A Via-Láctea está mais bem posicionada para observação a 0.2h (GMT –3). Trânsito de Io (mag 5.4) sobre o disco iluminado de Júpiter começando a 0h02.9m (GMT –3). A sombra de Io termina a 2h12.2m e o trânsito termina 2h17.6m (GMT –3). O Asteróide 1691 Oort passa a 2.341 UA da Terra. Em Astronomia o Ano Bissexto é aquele que tem 366 dias, sendo que a introdução de um dia extra no mês de fevereiro compensa a incomensurabilidade entre os períodos de translação e rotação da Terra; ano Bissêxtil. Há um de quatro em quatro anos. Por convenção, são bissextos os anos cujo milésimo é divisível por 4, com exceção dos anos seculares cujo milésimo não é divisível por 400. Ex.: o ano 1900 não foi bissexto, mas o ano 2000 foi. A estrela luminosa Capella, em Auriga, o Cocheiro, está quase em cima ao término do crepúsculo. Capella, a quarta estrela mais luminosa da noite, é semelhante em temperatura ao nosso Sol. ∞

Carta celeste para ambos os hemisférios em PDF: http://www.skymaps.com/index.html Fontes consultadas: http://inga.ufu.br/~silvestr/ http://www.jpl.nasa.gov/ http://www2.jpl.nasa.gov/calendar//calendar.html http://www.calsky.com/

http://www.todayinsci.com/ http://aerith.net/ http://www.maa.agleia.de/Comet/index.html

Software utilizados: SkyMap, Visual Moon Atlas, Sting’s Sky calendar e Cartas Celestes. R. Gregio

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© André Fonseca da Silva - Centro de Estudos do Universo

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Viagens Superluminais ALTERNATIVAS PARA VIAGENS INTERESTELARES HIPER-RÁPIDAS Francisco Lobo | CAAUL [email protected]

O homem tem procurado explorar a vastidão do cosmos nas últimas décadas. No entanto, no que diz respeito às viagens espaciais, tornou-se óbvio que os seus esforços são severamente limitados por duas formidáveis barreiras: a própria vastidão do espaço e a lentidão das viagens espaciais. Por exemplo, uma viagem a Marte, com as atuais velocidades das naves espaciais, demora vários meses e uma jornada à estrela mais próxima, Alfa de Centauro, levaria centenas de milhares de anos.

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FÍSICA MODERNA

Parece que estamos para sempre confinados à vizinhança imediata do Sistema Solar, destinados à solidão cósmica. No entanto, estas dificuldades podem ser contornadas teoricamente, no âmbito da teoria da gravitação de Einstein, a Relatividade Geral. O ponto fundamental da Relatividade Geral consiste na possibilidade de modificar o tempo necessário para efetuar uma viagem alterando a distância a percorrer ou em em outra alternativa, obter velocidades arbitrariamente elevadas, sem no entanto atingir a velocidade da luz, localmente. De acordo com a Relatividade Geral, o espaço-tempo pode ser extremamente curvo, de modo a ligar duas regiões distantes através de um atalho. Este atalho hipotético é designado por wormhole (tradução ao pé da letra: buraco de minhoca). Um wormhole contém duas entradas que designaremos por bocas, ligadas por um túnel, cuja circunferência mínima chamaremos garganta. É possível visualizar um wormhole através do diagrama de mergulho (imagem ao lado), que idealiza um espaço-tempo com apenas duas dimensões espaciais. Neste diagrama a garganta do wormhole é representada por uma circunferência, mas no espaço-tempo quadridimensional seria uma esfera. Os wormholes foram descobertos matematicamente como soluções das equações de campo, por Flamm, em 1916, poucos meses depois destas terem sido formuladas por Einstein. Em 1935, Einstein e Rosen, numa tentativa de construir um modelo geométrico de uma partícula elementar, encontraram soluções que representavam o espaço físico por dois planos idênticos, sendo a partícula uma ponte de ligação entre os dois planos. Esta solução posteriormente ficou conhecida como a "Ponte de Einstein-Rosen". Os wormholes foram alvo de um estudo exaustivo, na década de 50, pelo físico americano John Wheeler e seus colaboradores. No entanto, nenhuma das soluções a que chegaram, representa um wormhole transitável no espaço-tempo. As soluções encontradas eram as de um wormhole dinâmico que uma vez criado, se expandia até um valor máximo da garganta, contraindo-se novamente até a garganta desaparecer. A expansão e a contração do wormhole é tão rápida que impede a travessia de qualquer viajante ou mesmo de um raio luminoso.

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Diagrama de um wormhole

Os físicos têm sido bastante céticos em relação aos wormholes desde a sua formulação. Entretanto, deu-se um renascimento do interesse em fins da década de oitenta, parcialmente devido a um desafio lançado por Carl Sagan a Kip Thorne, sobre a possibilidade real de viagens interestelares rápidas, idéia utilizada no seu livro “Contato”, que deu origem a um filme com o mesmo nome. As novas soluções encontradas apresentavam algumas características peculiares: A matéria que constitui o wormhole tem uma densidade de energia negativa, quando observada por um viajante que atravessa o wormhole a uma velocidade elevada. Diz-se, por vezes, que esta matéria é "exótica", porque viola algumas condições de energia que são fundamentais para os teoremas clássicos sobre singularidades do espaço-tempo. Aparentemente, as leis da física clássica proíbem as densidades de energia negativas, mas a teoria quântica de campo prevê a sua existência, conseqüentemente violando algumas destas condições de energia. Este assunto continua a ser alvo de uma investigação muito intensa. Espera-se que uma eventual formulação de uma teoria gravitação quântica venha a resolver este problema.

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FÍSICA MODERNA

DOBRA ESPACIAL Em 1994, o físico de origem mexicana Miguel Alcubierre publicou um artigo notável no qual descrevia uma solução que permitia velocidades superluminares. Este resultado parece extremamente surpreendente, pois a Relatividade Restrita diz-nos que a velocidade da luz é o limite máximo para quaisquer partículas materiais. Em particular, a massa de uma partícula tende para infinito quando a sua velocidade se aproxima da velocidade da luz. Mas na Relatividade Geral, sob certas condições, o espaço-tempo pode ser extremamente curvo, permitindo viagens superluminares. As velocidades arbitrariamente elevadas descritas por Alcubierre advêm da expansão do próprio espaço-tempo, numa analogia com a fase inflacionária do Universo. Pensa-se que o Universo terá tido uma fase de expansão exponencial pouco depois do Big Bang. O Modelo da Inflação dá resposta a alguns dos problemas levantados pela teoria padrão do Big Bang. Sabe-se também, que algumas galáxias e quasares longínquos possuem velocidades de recessão que superam a velocidade da luz, fato que é atribuído à própria expansão do Universo. O modelo de Alcubierre, denominado warp drive (tradução: distorção impulsionada, também conhecida como “Dobra Espacial”), recorre a uma expansão e uma contração do espaço-tempo, respectivamente, para nos afastarmos de um objeto e aproximarmos de outro a enormes velocidades. Teoricamente, poderíamos utilizar este modelo para efetuar viagens interestelares hiper-rápidas, criando uma distorção local do espaço-tempo que produzisse uma expansão na parte traseira de uma nave espacial e uma contração na parte frontal da mesma. Deste modo, a nave

Expansão dos elementos de volume na bolha de Alcubierre. Esta move-se ao longo do eixo dos 0x. Consiste numa expansão na parte traseira da bolha, e uma contração na parte frontal.

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Simulação de uma viagem superluminal a bordo de uma nave espacial

envolvida por uma bolha de Alcubierre, seria afastada da Terra e aproximada de um destino distante pelo próprio espaço-tempo. A solução de Alcubierre tem propriedades peculiares, pois não comporta qualquer aumento da massa relativística e os efeitos da dilatação do tempo são inexistentes (relembremos que ambos os efeitos são previstos pela Relatividade Restrita). Estas peculiaridades advêm do fato da nave espacial inserida na bolha de Alcubierre se encontrar em repouso relativamente ao espaço-tempo plano no interior da bolha. Existem enormes forças de maré na região periférica da bolha, devido à enorme curvatura do espaço-tempo. No entanto, tais forças são desprezáveis no interior da bolha, na região ocupada pela nave espacial, dado o caráter plano do espaçotempo. Alcubierre chamou a atenção para um problema considerável levantado pela sua solução. Resolvendo as equações de Einstein da gravitação, vemos que a matéria necessária para gerar a curvatura do espaço-tempo da dobra espacial tem uma densidade de energia negativa. Logo, tal como sucede nos wormholes, a matéria associada à bolha de Alcubierre tem um caráter exótico, violando algumas das condições de energia da Relatividade Geral, associadas às singularidades. Recentemente, Ken Olum, um físico norte-americano, provou um teorema, no contexto da Relatividade Geral, segundo o qual são necessárias densidades de energia negativas, para obter velocidades superluminares. Alcubierre demonstrou que é necessária uma quantidade enorme de energia negativa, proporcional ao quadrado da

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FÍSICA MODERNA

de propagação da bolha, para produzir a curvatura associada à sua solução. Verifica-se que a distribuição de energia negativa está concentrada numa região toroidal perpendicular à direção do movimento da bolha de Alcubierre.

O TUBO DE KRASNIKOV Sergei Krasnikov é um físico teórico do Observatório Astronmico Central de Pulkovo, em São Petersburgo, na Rússia. Ao analisar detalhadamente a solução de Alcubierre, deparou-se com uma falha limitativa da sua utilidade para viagens interestelares. Se a bolha de Alcubierre se mover com uma velocidade superluminal, não poderá ser controlada a partir do seu interior. A análise de Krasnikov demonstrou que para velocidades superiores à da luz, o interior da bolha está causalmente separado da sua superfície e exterior. Isto quer dizer que um fóton emitido na direção do movimento não pode passar do interior para o exterior da bolha. Exemplificando, um raio luminoso, enviado na direção do movimento por um observador a bordo duma nave espacial, em repouso no interior da bolha de Alcubierre, atinge um determinado ponto e aí permanece, estacionário relativamente à bolha, sendo por ela arrastado. Este comportamento é remanescente de um horizonte de eventos semelhante ao existente em buracos negros. Krasnikov propôs uma solução bidimensional, em alternativa à dobra espacial de Alcubierre, na qual apenas explorou o comportamento causal do espaço-tempo. Mais tarde, dois físicos norte-americanos, Allen Everett e Thomas Roman, estenderam a solução a quatro dimensões (três espaciais e uma temporal) e denominaram-na de tubo de Krasnikov. O tubo é uma distorção do espaçotempo produzida por um observador que se move a uma velocidade próxima da luz numa viagem interestelar e pode ser reutilizado numa viagem de regresso. A solução de Krasnikov possui uma propriedade interessante. A viagem de ida e volta pode ser efetuada num intervalo de tempo arbitrariamente curto, tal como este é medido por um observador que permanece em repouso

no ponto de partida. O espaço-tempo no interior do tubo de Krasnikov, tal como no interior da bolha de Alcubierre, é plano. É possível estabelecer uma correspondência entre um wormhole transitável e o tubo de Krasnikov, para efeitos de viagens interestelares. Em ambos os casos, a distorção do espaço-tempo produz um atalho entre duas regiões longínquas do Universo. Existe, no entanto, uma diferença fundamental: um wormhole produz um atalho no espaço e no tempo, enquanto que o tubo de Krasnikov é apenas um atalho no tempo. Esta diferença pode ser ilustrada com o seguinte exemplo. Suponhamos que existe um wormhole, com um túnel extremamente curto, que liga a Terra e a vizinhança de uma estrela distante, suponhamos, Vega. Um viajante que atravesse o wormhole, partindo da Terra, encontrar-se-á, subitamente, próximo de Vega. Ao atravessar o wormhole, o viajante percorre uma distância praticamente nula, num intervalo aproximadamente nulo, devido ao pequeno comprimento do túnel. Ao utilizar um tubo de Krasnikov, o atalho apenas existe na viagem de regresso de Vega à Terra. É necessário percorrer toda a distância entre as duas regiões, através do tubo, mas a viagem é efetuada num intervalo de tempo praticamente nulo, ou, mais estranho ainda, o viajante pode regressar à Terra num instante anterior ao da sua partida, conforme é medido por um observador em repouso na Terra. Como vimos, o tubo de Krasnikov constitui um atalho no tempo. Embora um tubo isolado, não levante quaisquer problemas no que respeita à causalidade, é teoricamente possível efetuar viagens no tempo utilizando uma combinação de dois tubos. Tal como nos wormholes transitáveis e na solução de Alcubierre, são necessárias densidades de energia negativas para construir um tubo de Krasnikov. Allen Everett e Thomas Roman efetuaram uma análise detalhada da distribuição da densidade de energia, tendo concluído que embora a matéria constituinte do tubo de Krasnikov tenha densidades de energia positivas, o interior das suas paredes possui densidades de energia negativas extremamente elevadas, o que implica, prematuramente a impossibilidade tecnológica da sua construção. ∞

Francisco Lobo, é Investigador do Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa. Texto extraído do Portal do Astrônomo http://www.portaldoastronomo.org. Para ler a versão original e completa desse artigo, com mais soluções para a viagem interestelar acesse o site: www.portaldoastronomo.org/tema6.php

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ASTROFOTOGRAFIA

Fotografando o Universo - Parte III Os primeiros alvos da Astrofotografia Pedro Ré | ANOA [email protected]

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ASTROFOTOGRAFIA

SOL

A observação e fotografia Solar revestem-se de numerosos perigos: NUNCA SE DEVE OBSERVAR OU FOTOGRAFAR O SOL SEM RECORRER AO USO DE FILTROS APROPRIADOS. Os filtros mais seguros são aqueles que podem ser montados antes da objetiva do telescópio (filtros frontais)

Características dos principais filtros solares frontais

Filtros frontais para observação e fotografia do Sol: 1- Mylar (Solar skreen), telescópio Takahashi FS60; 2- Thousand Oaks, telescópio C8, 3- Baader Planetarium, telescópio Takahashi FS102, 4- Baader Planetarium, telescópio Vixen 102. Pedro Ré (2001).

Imagem do Sol obtida em 10-11-2001. Telescópio refrator Vixen (102 mm f/9.8), filtro Baader Planetarium, FujiFilm FinePix S1 Pro (fotografia no foco principal). Pedro Ré (2001).

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ASTROFOTOGRAFIA

LUA A Lua é um dos objetos celestes mais fáceis de fotografar. É relativamente simples obter boas fotografias lunares recorrendo a equipamento pouco sofisticado. A Lua pode ser fotografada recorrendo a inúmeros instrumentos. Pode utilizar-se uma teleobjetiva ou um telescópio. O diâmetro da imagem da Lua, no plano focal do filme, ou do sensor CCD, depende da distância focal do instrumento. O seu valor aproximado pode ser calculado através da seguinte fórmula. Diâmetro da imagem da Lua = Distância focal / 110

Diâmetro do disco lunar em função da distância focal. Pedro Ré (2001).

Tempos aproximados em segundos para a fotografia lunar

Telescópio Schmidt-Cassegrain 200 mm f/10, objetiva 80 mm 1:2,8 e Olympus Camedia C-1400L. Pedro Ré (2001).

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ASTROFOTOGRAFIA

ECLIPSES A fotografia de eclipses solares ou lunares pode ser levada a cabo, recorrendo a algumas das técnicas já referidas anteriormente. Os eclipses totais do Sol são sem dúvida um dos fenômenos naturais mais interessantes de observar e de fotografar. Registrar em filme ou em vídeo este tipo de acontecimento é uma ambição natural de qualquer astrofotógrafo. Devese porém planejar com antecedência e se possível treinar alguns procedimentos básicos que nos permitirão obter resultados satisfatórios. Os eclipses são acontecimentos efêmeros (sobretudo no que diz respeito aos eclipses totais do sol) e não devemos "gastar" demasiado tempo no seu registro fotográfico. A totalidade pode durar apenas alguns minutos que devem ser devidamente apreciados. Algum planejamento prévio permitir-nos-á obter imagens do fenômeno e, ao mesmo tempo, observar o eclipse visualmente em boas condições e em segurança. A fotografia dos eclipses lunares é tecnicamente mais simples em comparação com a fotografia de eclipses solares. Não necessitamos de utilizar qualquer tipo de filtro, tal como sucede no caso da fotografia solar.

Eclipse total do Sol de 11-08-1999. Telescópio refrator Konus 80 mm f/5. Filme Fujichrome Sensia 100. Exposições 1/500 s e 1/250 s. Imagens processadas por computador para realçar as protuberâncias solares. Bucareste, Romênia. Pedro Ré (1999).

Eclipse Total da Lua de 17-08-1989. Telescópio refletor de 300 mm f/7,1. Filme Ecktachrome 100. Exposiçções de 30 s (fases parciais) e 60 s (totalidade). Pedr Ré (1989).

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ASTROFOTOGRAFIA

PLANETAS A fotografia de planetas, tal como alguns aspectos da fotografia solar e lunar, pode ser considerada como fotografia de alta resolução, e constitui um domínio relativamente especializado e exigente da fotografia astronômica. A maioria das fotografias de planetas é atualmente realizada recorrendo ao uso de câmaras CCD refrigeradas e de Webcams modificadas. A fotografia planetária pode ser facilmente realizada a partir de um ambiente urbano em que poluição luminosa é moderada ou intensa. Apesar da turbulência atmosférica, desempenhar um papel central na obtenção de imagens planetárias, o instrumento utilizado é sem dúvida mais importante. De um modo geral, podemos dizer que as imagens são mais degradadas pelo instrumento do que pelas condições de observação. Qualquer telescópio de boa qualidade pode ser utilizado na obtenção de imagens planetárias de alta resolução. Apesar disso, os telescópios do tipo Schmidt-Cassegrain são os mais usados com esta finalidade. Estes telescópios produzem excelentes resultados, apesar de possuírem uma obstrução central importante provocada pelo espelho secundário, com conseqüências marcantes no contraste (redução). Os telescópios refratores apocromáticos, além de não sofrerem qualquer tipo de obstrução, apresentam geralmente uma qualidade óptica superior. Este tipo de instrumentos atinge no entanto preços proibitivos em aberturas superiores a 100 mm. É por esta razão que os telescópios compostos ou catadióptricos (SchmidtCassegrain e Maksutov-Cassegrain) são os mais utilizados para obter imagens de alta resolução.

Adaptação de duas Webcams para astrofotografia. 1- Philips Vesta Pro não modificada; 2- Vesta Pro munida de um adaptador standard 1 ¼”; 3 e 4- Toucam Pro modificada. Pedro Ré (2002).

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ASTROFOTOGRAFIA

Saturno. Telescópio Schmidt-Cassegrain 250 mm f/10, câmara Toucam Pro. Paulo de Almeida (2001).

Imagens dos planetas Marte, Saturno e Júpiter. Telescópio Schmidt-Cassegrain 250 mm f/10. Câmaras CCD SBIG ST5C. Antônio Cidadão (1999/2001)

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ASTROFOTOGRAFIA

ESPAÇO PROFUNDO As galáxias, as nebulosas e os enxames ou aglomerados de estrelas, consideram-se geralmente como objetos do céu profundo, por se encontrarem fora do sistema solar. O método mais simples de fotografar o céu profundo consiste em montar uma câmera fotográfica sobre um telescópio que possua uma montagem equatorial motorizada. Neste caso, a câmara é montada em paralelo ou em piggy-back. Se a montagem equatorial for estacionada poderá realizar astrofotografias de longa exposição, recorrendo ao uso de diversas câmaras fotográficas (28 mm a 300 mm de distância focal). Este tipo de imagens deve ser efetuado longe da poluição luminosa das grandes cidades e numa noite sem Lua. No caso das imagens serem realizadas em ambientes urbanos e suburbanos, podemos recorrer ao uso de diversos filtros especiais. No caso de utilizarem objetivas com distâncias focais curtas (objetivas grande-angulares e noramis) a precisão da guiagem não é muito exigente. Para fotografar o céu profundo, através de um telescópio, é necessário acoplar uma câmera fotográfica a um destes instrumentos, seguindo um dos processos descritos anteriormente. No entanto, as exposições são necessariamente mais prolongadas. Isto significa que durante a exposição, terá que se efetuar uma guiagem precisa do telescópio. Para tanto, é necessário que este seja suportado por uma montagem equatorial robusta e de boa qualidade. Para que uma montagem equatorial seja efetiva, torna-se necessário colocá-la rigorosamente estacionada. A precisão do acompanhamento das montagens equatoriais pode ser muito variada. Em geral as montagens modernas são motorizadas nos dois eixos por meio de motores de passo.

Constelação de Escorpião. Olympus OM-1, 50 mm 1:1,8 (2.8). Filme Kodak Exktachrome E200. Exposições de 15 min. Pedro Ré e José Carlos Diniz (2001).

Pedro Ré, astrofotógrafo português é autor de várias publicações, entre elas o livro “Fotografar o Céu: Manual de astrofotografia”, editado em Portugal por Plátano Edições Técnicas. 2002 Site: http://www.astrosurf.com/re

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FOGUETISMO

O ENTRETENIMENTO CIENTÍFICO AMADOR DE LANÇAR FOGUETES, DISPONÍVEL PARA TODO O BRASIL Audemário Prazeres | Sociedade Astronômica do Recife [email protected]

Em 1984, a Revista Mecânica Popular publicou um artigo muito interessante sob o titulo "O primeiro minifoguete educativo brasileiro". Este artigo tratou de um hobby muito comum em alguns países (mas precisamente nos Estados Unidos), chamado de "Rocketry", palavra que pode ser entendida no nosso português como FOGUETISMO. Por outro lado, essa atividade é definida também como "Espaço-Modelismo ou "Astro-Modelismo. Essa atividade apesar de ser apresentada na revista há 20 anos, já é uma realidade dentro dos recursos didáticos disponíveis para as atividades promocionais de caráter educacional, voltada para o grande público, realizada pela Sociedade Astronômica do Recife nos dias atuais. Entre os diversos modelos de foguetes educativos desenvolvidos aqui, no nosso estado, o modelo que utilizamos como recurso didático, é uma réplica do foguete brasileiro SONDA - 2, que utiliza como combustível nos seus propulsores, pólvora negra (comum nesses modelos de foguetes de combustível sólido). Esse meu conhecimento e interesse com a pratica do Foguetismo surgiu um pouco

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antes do artigo publicado na Revista Mecânica Popular, pois como sou natural da cidade do Carpina, Zona da Mata do estado (cerca de 55 Km do Recife), onde tive a oportunidade de conhecer o CEFEC - Centro de Estudos de Foguetes Experimentais do Carpina, que era representado pelo Prof. Felix, pessoa na qual conheci, e como ele sabia do meu envolvimento com a Astronomia, mediante na época eu fazer parte da diretoria do antigo Clube Estudantil de Astronomia, no bairro da Várzea no Recife, recebi um convite de unirmos as praticas dos foguetes com a Astronomia na minha terra-natal. Durante este período, fundei a Associação Astronômica de Pernambuco - A.A.P., que com este breve intercâmbio, conheci um pouco mais sobre a

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FOGUETISMO

pratica de lançar foguetes. Mas por outros motivos, tive que residir definitivamente na cidade do Recife e não mais foi possível desenvolver com o grupo essa interessante atividade. Passados alguns anos, fui convidado para expor fotografias tiradas do Cometa Halley, no evento elaborado pela Universidade Federal de Pernambuco chamado "Verão no Campus", devido a este trabalho ter sido o Coordenador da Primeira equipe amadora do Brasil a redescobrir e fotografar o cometa Halley (em minha página pessoal vemos um certificado da LIADA sobre este feito. A saber: www.aapbrasil.kit.net). Na ocasião, tive a oportunidade de conhecer o pesquisador foguetista Roberto Santos, no qual também tinha participado do grupo do CEFEC em Carpina, e vinha desenvolvendo de maneira isolada esta atividade no nosso estado. Após este encontro, surgiu uma nova amizade, e aquela idéia planejada em outros anos sobre a união da Astronomia com Foguetismo novamente veio então a surgir e se concretizar. Hoje, estou juntamente com o Roberto, não comercializando foguetes, mas divulgando esta pratica que além de ser divertida, é altamente rica em conhecimentos científicos, sendo uma boa ferramenta didática nas aulas de Física, Matemática e Química, além de ser muito pratica e interessante quando aplicadas em Feiras de Ciências com os alunos. Por outro lado, não podemos nos esquecer que a pratica do Foguetismo como um hobby científico, resulta em uma atividade muito importante para o desenvolvimento de alguns programas educativos voltados para as atividades espaciais no Brasil. Pois o nosso país possui uma moderna e avançada industria aeroespacial (que nos diga a EMBRAER e a Agência Espacial Brasileira juntamente com o INPE, resultando em grandes feitos realizados na base de lançamento de satélites localizada na cidade de Alcântara no Maranhão). Em Alcântara, encontra-se o CLA "Centro de Lançamento de Alcântara". Este importante centro, ocupa cerca de 620 Km² e foi criado em 1982, sendo construído em 1987. Na verdade, desde o ano de 1965 o Brasil possui a famosa base de lançamentos de foguetes da Barreira do Inferno, no Rio Grande do Norte, mas um dos grandes problemas dessa base, é pelo fato dela ser muito próxima

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Audemário Prazeres e Roberto Santos, mostram o foguete de cinco estágios batizado como “Pernambuco”.

da cidade de Natal, a capital daquele estado, e havendo algum acidente (como o que aconteceu recentemente em Alcântara), a possibilidade de ocorrer muitas vitimas é algo considerável. A escolha por Alcântara, além de proporcionar maior segurança, possui uma melhor vantagem por se localizar bem próxima à linha do Equador terrestre, onde como nós sabemos, a velocidade de escape de um corpo da superfície do nosso planeta é bem menor. Isto significa que o foguete vem a subir consumindo menos combustível, resultando em lançadores menores e com capacidade de maior carga útil. Pois bem, dentro desse importante programa estabelecido pelo Brasil de lançar foguetes visando possuir a tecnologia dos VLS - Veículo Lançador de Satélites, foi desenvolvido alguns foguetes brasileiros pelo CTA - Centro Técnico Aeroespacial, batizados de “SONDA”. Esses foguetes foram essenciais para o aprimoramento dos VLS nacionais, que teve como descendente direto o foguete SONDA- 4. A família SONDA, teve seu início com o SONDA – 1, que possuía 54 quilos, sendo

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FOGUETISMO

possível levar cargas úteis de até 5 quilos e atingia uma altitude entre 70 e 120 quilômetros. Esse modelo, abriu as portas junto a industrias de compostos químicos, tubos e outros artefatos essenciais para o sucesso das gerações seguintes. Com maiores dimensões e melhor aperfeiçoamento técnico, viriam em seguida o SONDA - 2 e o SONDA – 3. Mas o melhor ainda estava por vir, que foi o SONDA 4 que voou em 21 de Novembro de 1984, na Barreira do Inferno (RN). Sendo que em 15 de Dezembro de 1985, o Brasil já possuía um

protótipo em escala reduzida do VLS nacional. Em nossas apresentações em que envolvem lançamentos de foguetes, utilizamos vários modelos de foguetes, entre eles o mais utilizado é o KIT SONDA - II e o KIT SONDA II de DOIS ESTÁGIOS, estes modelos, quando utilizados com motores propulsores de varias potências, podem elevar o foguete desde 20 metros à 300 metros ou mais. Esses KITS se parecem com aqueles de aeromodelistas, onde você mesmo monta as suas partes. Veja como se apresenta um KIT do SONDA - II:

1. Comprimento do foguete: 300 mm 2. Diâmetro de 19 mm 3. Altitude de vôo até 300 metros (depende do tipo de motor utilizado) 4. Peso 35 gramas 5 .Recuperação por meio de um pára-quedas instalado próximo a sua ogiva 6. A ignição dos pavios-ignitores é por meio de 04 pilhas pequenas comuns tipo “AA” 7. Os motores fabricados para os foguetes possuem um Certificado de Registro expedido pelo Ministério do Exercito. 8. Preço desse KIT completo, tendo incluso um motor de baixa altitude (eleva cerca de 20 metros), R$ 29,00 + R$ 8,00 referente ao frete tipo Encomenda Registrada para qualquer cidade do Brasil. 9. Os Kits acompanham manual de instruções bastante ilustrado e de fácil entendimento. São incluídas normas de segurança, e todas as peças necessárias para a montagem e lançamento do foguete. Inclusive a rampa de lançamento também acompanha o KIT. Só não acompanha as 04 pilhas comuns tipo "AA" de 1,5 volts cada. 10.Nesse modelo, é possível adicionar um peso de cerca de 25 gramas na sua ogiva, onde não atrapalha a performance do foguete no seu lançamento (um exemplo: pode ser desenvolvido algum micro circuito alimentado com pilhas de relógio). 11. Aqueles que desejarem adquirir um desses KITS, basta enviar um e-mail para a minha pessoa,

no qual teremos o imenso prazer em tirar dúvidas e estimular este hobby científico, agora disponível para iniciantes

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FOGUETISMO

Como informei anteriormente, não se trata de uma comercialização de foguetes, e sim, uma divulgação dessa atividade divertida, curiosa e científica. Por outro lado, informo que os KITS FOGUETES, não são fabricados ou de responsabilidade ou ainda, patenteados pela Sociedade Astronômica do Recife. Trata-se de um trabalho exclusivamente desenvolvidos por horbistas, que por atingirem um elevado grau de conhecimento na tecnologia de fabricação e lançamentos de FOGUETES EDUCATIVOS, vêem divulgar para aqueles que se interessam neste hobby interessante. Lançamento da Sonda II

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: A pratica do foguetismo, deve-se seguir atentamente as instruções de montagem e lançamento, pois o fator segurança é um item que jamais devemos deixar de considerar. O nosso país ainda necessita de legislação específica para o desenvolvimento dessa atividade. Lançamentos de foguetes requerem locais amplos para o seu desenvolvimento, e modificações para ganhos maiores nos motores ou o uso de motores de elevadas potências, somente com autorização do Ministério do Exercito. Inclusive, locais de tráfego aéreo não é permitido lançamento de foguetes educativos. Os KITS que utilizamos, possuem Normas de segurança e de lançamentos baseados nas determinações da renomada entidade: National Association of Rocketry dos Estados Unidos, e os motores possuem Certificado expedido pelo Ministério do Exercito para serem fabricados. ∞ Pára-quedas aberto na descida

Audemário Prazeres, astrônomo amador atuante há 21 anos, é o Presidente-Fundador da Associação Astronômica de Pernambuco - A.A.P., criada em 1985; Foi o Coordenador da primeira equipe amadora do Brasil a redescobrir e fotografar o cometa Halley; tendo exercido cargos na diretoria do antigo Clube de Estudantil de Astronomia – C.E.A., é atual Presidente da Sociedade Astronômica do Recife – S.A.R. E-mail: audemá[email protected] Sociedade Astronômica do Recife: http://sociedadeastrorecife.cjb.net Associação Astronômica de Pernambuco: www.aapbrasil.kit.net

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EFEMÉRIDES

Agenda Histórica Rosely Grégio | Revista macroCOSMO.com [email protected]

1 de fevereiro, domingo

Entre 2 e 4 de fevereiro de 1962, oito astros estavam em alinhamento (ou pelo menos quase alinhados) pela primeira vez em 400 anos: Marte, Saturno, Sol, Vênus, Júpiter, Mercúrio, a Terra e a Lua.

fotométrico, o Harvard Photometry (1884). Estabelecendo uma estação no Peru (1891) para fazer as fotografias meridionais, ele publicou o primeiro mapa fotográfico de todo o céu em 1903. Em 3 de fevereiro de 1966, três dias depois de sua partida, a sonda soviética não tripulada Luna 9, pousava seguramente no Oceano das Tempestades Longitude: 64.3° oeste e Latitude: 7.1° norte, Quadrante: Norteoeste na borda ocidental da Lua. Foi a primeira aterrissagem suave em outro corpo celeste, abrindo caminho para as viagens tripuladas para a Lua, já que sua alunissagem mostrou que sua superfície não era uma areia movediça parda e insegura para pousos. Seu equipamento fotográfico permitiu a tomada de 27 imagens, inclusive visões panorâmicas e visões mais íntimas das rochas próximas, as quais foram enviadas para a Terra até 6 de fevereiro quando suas baterias terminaram e o contato com a sonda foi perdido. A sonda também fez analises da capa de rególito da região. Em 1966, o E.U.A. lançava seu primeiro satélite meteorológico, o ESSA-1 para prover fotografia da cobertura de nuvens para o U.S. National Meteorological Center na preparação de análises operacionais e previsão do tempo

3 fevereiro, terça-feira

4 fevereiro, quarta-feira

Em 1919 morria Edward Charles Pickering, (nasceu em Boston Mass. U.S em 19/07/1846). Físico e astrônomo norteamericano formado em Harvard, ele ensinou física durante dez anos no MIT onde ele construiu o primeiro instructional physics laboratory nos Estados Unidos. Aos 30 anos de idade dirigiu o Harvard College Observatory Harvard por 42 anos. Suas observações tiveram ajuda de um staff feminino, inclusive Annie Jump Cannon. Ele introduziu o uso do fotômetro meridiano para medir a magnitude de estrelas , e estabelecido o primeiro catálogo

Em 4 de fevereiro de 1906 nascia Clyde W. Tombaugh (morreu em 17/01/1997). Astrônomo americano que descobriu o planeta Plutão em 1930, o único planeta descoberto no século XX, depois de uma investigação sistemática devido a predições de outros astrônomos. Tombaugh tinha 24 anos quando fez esta descoberta no Observatório Lowell em Haste, Arizona. Ele também descobriu vários agrupamentos de estrelas e galáxias, estudou a distribuição aparente de nebulosas extragalácticas, e fez observações das superfícies de Marte, Vênus, Júpiter, Saturno, e

Em 1999 a sonda Galileo realizava seu 19° sobrevôo pela lua Europa de Júpiter. Em 1 de fevereiro de 2003 acontecia o terrível acidente com explosão da nave Space Shuttle Columbia, sobre o céu do estado americano do Texas. Em seu vôo STS-107 quando a tripulação retornava para a Terra após uma permanência de 16 dias na Estação Espacial Internacional. Sua tripulação de sete astronautas morreu no acidente. O Controle de missão perdeu contato com o shutte ao redor das 9 horas da manhã EST (14:00 GMT), aproximadamente 16 minutos antes de sua chegada na Flórida. A tripulação do STS-107 era composta pelos astronautas Rick Husband, Willie McCool, Dave Brown, Laurel Clark, Kalpana Chawla, Mike Anderson e Ilan Ramon primeiro astronauta israelita a ir ao espaço e representante da Agência Espacial de Israel. 2 fevereiro, segunda-feira

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a Lua. Filho de fazendeiros pobres, seu primeiro telescópio foi feito de partes sucata de equipamentos agrícolas. Em 1974 morria Satyendra Nath Bose (nascido em 01/011894). Matemático e físico indiano colaborou com Albert Einstein no desenvolvimento de uma teoria relativa às qualidades da radiação eletromagnética. Ele fez trabalho importante na teoria do quantum, em particular na Planck's black body radiation law. (lei de Planck da radiação do corpo negro). Bose também publicou uma mecânica estatística que conduziu as Estatísticas Einstein-Bose. Dirac cunhou o termo Boson para partículas que obedecem estas estatísticas. Em 1928 morria Hendrik Antoon Lorentz (nascido em 18/07/1853). Físico holandês dividiu o Prêmio Nobel para a Física em 1902 com Pieter Zeeman, pela sua teoria da influência do magnetismo em fenômenos da radiação eletromagnético. A teoria foi confirmada pelos achados de Zeeman e deu lugar à teoria especial da relatividade de Albert Einstein. Seu trabalho foi fundamental nos campos de óticas e eletricidade revolucionando as concepções da natureza da matéria. Em 1878, ele publicou uma composição que relaciona a velocidade da luz em um meio com a sua densidade e composição. 5 fevereiro, quinta-feira Em 1974 a sonda americana Mariner 10 sobrevoava Vênus e fazia as primeiras imagens em close da estruturas das nuvens do planeta. Veja mais em: http://www2.jpl.nasa.gov/calendar/mariner10.html

Em 1971, a missão Apollo 14 (Módulo Kitty Hawk, LEM Antares), realizava a terceira expedição tripulada na Lua,. Shepard, Mirchell e Roosa, partiram em 31 de janeiro de 1971 alunissando em 5 de fevereiro perto da cratera Fra Mauro (Longitude: 17.4° oeste, Latitude: 3.6° Sul; Quadrante: Sul-oeste; Área: Sul-leste da região do Oceanus Procellarum). Os astronautas Alan Shepard e Edward Mitchell caminharam na Lua durante quatro horas. Além de realizarem medições e instalações de

Equipamentos na Lua (laser reflector e Sismometer magnetometer) realizaram análises da poeira lunar e trouxeram 43 kg de rochas lunares. Lembrando que a missão anterior (Apollo 13) foi abortada (não pousou na Lua) devido a problemas com a nave, a tripulação apenas contornou a Lua e voltou para a Terra. Em 1962, o Sol, a Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, e Saturno estavam em conjunção. 6 fevereiro, sexta-feira Em 1973 morria Ira Sprague Bowen (nasceu em 21/12/1898) Astrofísico americano que investigou os espectros ultravioletas de átomos altamente ionizados o que conduziu à sua explicação para as strong green spectral lines não identificadas das nebulosas gasosas (nuvens de gás rarefeito) como as forbidden lines of ionized oxygen and nitrogen (linhas proibidas de oxigênio e nitrogênio ionizado). Esta emissão, aparentemente ao contrário de qualquer elemento conhecido, tinha sido previamente atribuída a um elemento hipotético, ‘’nebulium ". Porém, Bowen mostrou que a emissão era idêntica com as que calculou como as ”linhas proibidas" de oxigênio e nitrogênio ionizado sob pressão extremamente baixa. Este foi um avanço primordial no estudo da composição celeste. Ele foi diretor do Mt. Wilson and Palomar Observatories de 1948 a 1964. Em 1923 morria Edward Emerson Barnard (nasceu em 16/12/1857). Astrônomo que abriu caminho para a fotografia celeste e especializando-se em fotografia de largo campo. Começou a observar em 1881, sua habilidade e aguda visão combinaram para fazer dele um dos maiores observadores de seu tempo. Barnard veio a ser um proeminente astrônomo pela descoberta de numerosos cometas. Nos anos de 1880, um protetor da astronomia em Rochester, N.Y. premiava cada novo cometa descoberto com $200. Barnard descobriu oito – o bastante para construir sua casa (‘’a casa dos cometas’’) só com o dinheiro ganho por suas descobertas cometárias. No Observatório de Lambida (1888-95) ele fez a primeira descoberta fotográfica de um cometa;

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matemáticos suíços Bernoulli. Ele não só investigou a matemática como também outros campos ligados à medicina, biologia, fisiologia, mecânicas, físicas, astronomia, e oceanografia. O teorema de Bernoulli desenvolvido por ele, foi assim nomeado em sua Honra. Em 1677 nascia Jacques Cassini (morreu em 18/04/1756). Astrônomo francês que compilou as primeiras tabelas dos movimentos orbitais das luas de Saturno até então conhecidas. Em 1974 morria Fritz Zwicky (nasceu em 14/02/1898). Astrônomo e físico suíço que fez valiosas contribuições para a teoria e entendimento de estrelas supernovas. Em 1969, um meteorito pesando mais de uma tonelada foi recuperado em Chihuahua, México.

fotografou a Via-Láctea; e descobriu a quinta lua de Júpiter. Depois, ele se juntou ao Observatório de Yerkes e fez seu Atlas Fotográfico de Regiões Selecionadas da ViaLáctea. Experimento curioso. Em 1971, Alan Shepard, astronauta da Apollo 14, fez duas tacadas de golfe na superfície lunar experimentando a gravidade lunar (apenas 1/6 da nossa). 7 fevereiro, sábado Em 1889 era fundada a Astronomical Society of the Pacific's. Há 180 anos (1824) nascia William Huggins (morreu em 12/05/1910). Astrônomo inglês que revolucionou a astronomia observacional aplicando métodos espectroscópicos para a determinação dos componentes químicos de estrelas e outros objetos celestes. Em 1926 nascia Konstantin Petrovich Feoktistov. Cosmonauta e projetista/desenhista de astronaves. da Rússia que junto com Vladimir M. Komarov e Boris B. Yegorov, realizou o primeiro vôo com tripulação múltipla, Voskhod 1 (1964). Até então, só dez pessoas tinham estado em órbita antes da missão Voskhod 1 e era a primeira vez que uma astronave levava mais de um ocupante. Ele também foi o diretor de vôo da missão Soyuz 18/Salyut em 1975.

9 fevereiro, segunda-feira Em 1999 era lançada a sonda STARDUST. Em 2 de Janeiro de 2004 ela chegou ao Cometa Wild 2, fotografando o núcleo cometário com excelente resolução de imagem e colheu amostras de poeira que serão trazidas a Terra (2006) para serem analisadas. Em 1865 morria James Melville Gilliss (nasceu em 6/9/1811). Oficial Naval e Astrônomo norte-americano que fundou o Naval Observatory em Washington, D.C., o primeiro observatório norte-americano completamente dedicado à pesquisa. Gilliss se engajou na Marinha aos 15 de idade. Autodidata em astronomia, uma vez que não havia nenhum observatório astronômico fixo no E.U.A., e muita pequena instrução formal. Em 1838, quando Charles Wilkes partiu em sua famosa expedição de exploração para os Mares de Sul, Gilliss se tornou oficial em charge of the Depot of Charts and Instruments, precursor do U. S. Naval Observatory. Suas observações astronômicas durante este tempo com relação a determinar a diferenças de longitude com a Expedição de Wilkes, resultando no primeiro catálogo de estrelas publicado nos Estados Unidos. Em 1811 morria Nevil Maskelyne (nascido em 06/10/1732). Astrônomo britânico notório por sua contribuição à ciência da navegação. Em 1761 a Royal Society enviou

8 fevereiro, domingo Hoje Jules Verne (1828) faria 176 anos. Verne. Foi o primeiro escritor de ficção científica direcionada aos jovens. Muito do que ele escreveu em sua obra, foi posteriormente corroborado pela NASA, entre outras coisas, a instalação de uma base de lançamento na Flórida. Sete Dias em um Balão, Viagem a Lua, Volta ao Mundo em 80 dias, Viagem ao Centro da Terra e Vinte Mil Léguas Submarinas são algumas de suas obras mais representativas. Em 1700 nascia Daniel Bernoulli (morreu em 17/03/1782). O mais distinto membro da segunda geração da família de Fevereiro

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interessava-se por física e astronomia, e até mesmo construiu um observatório para poder estudar os movimentos das estrelas. Em 1997, a lançadeira Discovery levava ao espaço a missão STS-82 para fazer reparos nos instrumentos científicas do Telescópio Espacial Hubble. Esta foi a segunda de uma série de missões planejadas para consertar o Telescópio Hubble que foi colocado em órbita em 24 de abril de 1990. Em 1970, era lançado o primeiro satélite japonês, Osumi 5, fazendo do Japão o quarto país a pôr um satélite em órbita da Terra. Sua missão era explorar a atmosfera superior. Quatro lançamentos anteriores desde 1966 haviam falhado. A U.S.S.R. foi a primeira nação a colocar um satélite em órbita da Terra (Sputnik em 4/10/1957), seguido pelo E.U.A. (o Explorer em 31/1/1958), depois a França (A-1, 1965), Japão (Osumi-5, 1970), China (China 1, 1970) e a U.K. (Prospero, 1972).

Maskelyne para a ilha de St Helena onde ele realizou medidas precisas de um trânsito de Vênus. Isto dá a distância da Terra ao Sol, e a escala do Sistema Solar. Durante a viagem ele experimentou também com o método de posição lunar para determinar a longitude. Em 1764 ele foi a uma viagem a Barbados levar a cabo, tentativas do uso do Harrison's timepiece (cronômetro de Harrison), em seguida foi designado Astronomer Royal (1765). Em 1774 ele levou a cabo uma experiência em uma montanha escocesa com o uso de uma linha absoluta para determinar a densidade da Terra, determinando que era de aproximadamente 4.5 vezes a da água. Em 1949, era criado o primeiro Departamento de Medicina Espacial, estabelecido na United States Air Force School of Aviation Medicine em Randolph Field, Texas. 10 fevereiro, terça-feira 4,

12 fevereiro, quinta-feira

http://nssdc.gsfc.nasa.gov/database/MasterCatal og?sc=1973-047A

Há 30 anos (1974), a sonda Mars 5, era inserida na órbita de Marte. Mais informação em

Há 30 anos (1974) a Mars sobrevoava o planeta Marte. Mais em:

Em 1997 morria Amron Harry Katz (nascido em 15/08/1915). Físico americano cujo estudo em reconhecimento aéreo tornou possível o uso de satélites espaciais para espionagem militar como também coletar informação a ser usada como recursos e ajudando as vítimas de desastre. Em 1720, Edmund Halley foi designado segundo Astronomer Royal da Inglaterra.

http://nssdc.gsfc.nasa.gov/database/MasterCatal og?sc=1973-049A

Em 12 de fevereiro de 2001, era tentada a primeira descida controlada sobre a superfície de um asteróide. A sonda NEAR pousou sobre o asteróide 433 Eros de 21/8 milhas em tamanho. A espaçonave orbitou essa enorme rocha por um ano em 2000 até ser lançada sobre sua superfície. A NEAR saiu da Terra em 1996. Para mais informação desse histórico evento veja: http://near.jhuapl.edu Em 1918 nascia Seymour Schwinger Juliano (faleceu em 16/07/1994). Físico americano que juntamente com Richard P. Feynman e Tomonaga Shin'ichiro ganhou o Prêmio Nobel para Físicas em 1965 por seu trabalho na formulação da eletrodinâmica e mecânica do quantum, assim reconciliando com a teoria da relatividade de Albert Einstein. Em 1893 nascia Marcel Gilles Jozef Minnaert (morreu em 26/10/1970). O astrônomo e físico solar flamengo que abriu caminho para a espectrofotometria solar e

11 fevereiro, quarta-feira Em 1868 falecia Jean-Bernard-Léon Foucault (nascido em 18/09/1819). Físico francês que introduziu e ajudou a desenvolver uma técnica de medir a velocidade absoluta da luz com precisão extrema. Ele apresentou prova experimental que a Terra gira em seu eixo. Em 1755 falecia Francesco Scipione di Marchese Maffei (nascido em 01/06/1675). Arqueólogo e dramaturgo italiano. Além dos estudos históricos e arqueológicos , ele Fevereiro

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estrelas fixas foi centrada na Terra. Mas como Copernicus, concordava que Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, e Saturno giravam sobre o Sol. Assim ele poderia explicar os movimentos dos céus sem "esferas cristalinas" que levam os planetas por epiciclos ptolomaico complexo.

e mostrou como tal técnica podia revelar muito sobre a estrutura das capas exteriores do Sol. 13 fevereiro, sexta-feira Em 1852 nascia Johan Ludvig Emil Dreyer (morreu em 14/08/1926). Astrônomo dinamarquês que compilou o Novo Catálogo Geral de Nebulosas e Agrupamentos de Estrelas, (NGC) em 1888. Quando ele se tornou o Diretor do Observatório Armagh em 1882, não tinha condições financeiras e perspectiva para substituir os velhos instrumentos. Embora Dreyer obtivesse de Grubb um novo telescópio refrator de 10 polegadas, a falta de verbas para um assistente o impediu que continuasse a tradicional astronomia de posição. Ao invés disso, ele se concentrou na compilação de observações feita mais cedo. No NGC ele listou 7840 objetos e em seus suplementos (1895, 1908) ele adicionou mais uns 5386 objetos. Ainda permanece um dos catálogos padrão de referência. Em 1787 falecia Ruggero Giuseppe Boscovich (nascido em 18/05/1711). Astrônomo e matemático que fez o primeiro procedimento geométrico para determinar o equador de um planeta giratório a partir de três observações de uma característica da superfície e por computar a órbita de um planeta em três observações de sua posição. Boscovich foi um dos primeiros na Europa continental a aceitar as teorias gravitacionais de Newton e ele escreveu 70 documentos em óticas, astronomia, gravitação, meteorologia e trigonometria. Boscovich também mostrou muita habilidade lidando com problemas práticos. Em 1588, Tycho Brahe fazia seus primeiros esboços, o Tychonic, da idéia do sistema da estrutura do sistema solar. O sistema Tychonic era um híbrido, compartilhando ambas a idéia básica do sistema geocêntrico de Ptolemy, e a idéia heliocêntrica de Nicholas Copernicus. Em seu ‘’De mundi aethorei recentioribus phaenomenis’’, a proposta de Brahe retém físicas Aristotélicas e manteve o Sol e Lua que girava em torno da Terra no centro do universo e, a uma grande distância, a concha das

14 fevereiro, sábado Em 1898 nascia Fritz Zwicky (falecido em 8/2/1974). Astrônomo e físico suíço que fez valiosas contribuições à teoria e entendimento de supernovas (estrelas que por pouco tempo ficam mais luminoso que normal). Em 1896 nascia Edward Arthur Milne (faleceu em 21/09/1950). Astrofísico e cosmólogo inglês, melhor conhecido pelo desenvolvimento de seus trabalhos de relatividade cinemática. Em 1950 falecia Karl (Guthe) Jansky (nascido em 22/10/1905). Karl Guthe Jansky era um engenheiro elétrico americano que descobriu emissões de rádio cósmicas em 1932. No Bell Laboratories em NJ, Jansky ele estava analisando a origem dos ruídos estáticos que infestavam a recepção da telefonia ultramarina. Ele achou que certas ondas de rádio vinham de uma região específica no céu a cada 23 horas e 56 minutos, da direção de Sagitário no centro da Via-Láctea. Na publicação de seus resultados, ele sugeriu que a emissão de rádio estava de alguma maneira conectada a Via-Láctea e que não se originava de estrelas mas de gás interestelar ionizado. À idade de 26, Jansky havia feito uma descoberta histórica – que os corpos celestiais poderiam emitir ondas de rádio como também ondas luminosas. Em 1744 morria John Hadley (nascido em 16/04/1682). Matemático e inventor britânico que melhorou o telescópio refletor e produziu o primeiro instrumento com precisão suficiente e resolução para ser útil em astronomia. Em 1990, a sonda espacial norteamericana Voyager 1 realizou uma fotografia do sistema solar inteiro. Em 1980, o E.U.A. lançou o Solar Maximum Mission Observatory para estudar as labaredas solares.

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Em 1956 morria Meghnad N. Saha (nascido em 06/10/1893). A astrofísico indiano notório pelo desenvolvimento em 1920 da equação de ionização térmica, que na forma aperfeiçoada pelo astrofísico britânico Edward A. Milne, permaneceu fundamental em todo o trabalho em atmosferas estelares. Esta equação foi aplicada amplamente à interpretação de espectros estelares que são características da composição química da fonte luminosa. Em 1948, Miranda, uma das famosas luas de Urano, era fotografada pela primeira vez.

15 fevereiro, domingo Em 1858 nascia William Henry Pickering (morreu em 17/01/1938). Astrônomo americano que descobriu Phoebe, a nona lua de Saturno (1899). Este foi o primeiro satélite planetário com movimento retrógrado descoberto. Ele fez observações extensas de Marte e reivindicou, como Lowell, que o que as marcas que ele observara no planeta podiam ser oásis (1892). Porém ele foi mais adiante que Lowell quando em 1903 ele reivindicou haver observado sinais de vida na Lua. Em 15 de fevereiro de 1564 nascia Galileu Galilei (falecido em 08/01/1642). Filósofo natural, astrônomo e matemático italiano, que fez contribuições fundamentais às ciências do movimento, astronomia, e força de materiais e para o desenvolvimento do método científico. Sua formulação de (circular) inércia, a lei de corpos cadentes, e trajetórias parabólicas foram o marco inicial de uma mudança fundamental no estudo do movimento. Em 1868 falecia William Rutter Dawes (nascido em 15/03/1799). Astrônomo inglês conhecido pelas suas extensas medidas de estrelas duplas e por suas meticulosas observações planetárias.

17 fevereiro, terça-feira Em 1723 nascia Johann Tobias Mayer (faleceu em 20/02/1762). Astrônomo alemão que desenvolveu tabelas lunares que muito ajudaram aos navegantes na determinação da longitude no mar. Mayer também descobriu a Libração da Lua. Mayer começou a calcular as tabelas lunares e solares em 1753, e em 1755 ele as enviou ao governo britânico. Estas tabelas eram bastante boas e conseguiam ajudar na determinação da longitude no mar com uma precisão de meio grau. O método de Mayer de determinar a longitude por distâncias lunares e uma fórmula por corrigir erros em longitude devido à refração atmosférica foi publicada em 1770 depois de sua morte. A Tabela de Longitude rendeu como premio para a viúva de Mayer um pagamento de 3000 libras. Em 1875 morria Friedrich Wilhelm August Argelander (nascido em 22/03/1799). Astrônomo alemão que estabeleceu o estudo de estrelas variáveis como uma filial independente da astronomia, é renomado devido ao seu grande catálogo listando as posições e magnitudes de 324,188 estrelas. Ele estudou na Universidade de Königsberg, Prussia onde ele foi aluno e depois o sucessor de Friedrich Wilhelm Bessel. Em 1837, Argelander publicou a primeira principal investigação do movimento do Sol pelo espaço. Em 1844 ele começou estudos de estrelas variáveis. Em 17 de fevereiro de 1600 morria Giordano Bruno (nascido em 1548). Filósofo, astrônomo e matemático italiano cujas teorias

16 fevereiro, segunda-feira Em 1514 nascia Georg Joachim Rheticus (faleceu em 05/12/1576). O astrônomo e matemático nascido Austríaco, foi um dos primeiros a adotar e divulgar a teoria heliocêntrica de Nicolaus Copernicus. Seu primeiro mestre foi seu pai, um médico que foi decapitado por feitiçaria em 1528 enquanto Rheticus ainda era um adolescente. Ele é mais bem conhecido como o primeiro discípulo de Copernicus. Em 1540, Rheticus publicou a primeira ponta da hipótese heliocêntrica que tinha sido elaborada por Copernicus, intitulada ‘’Narratio prima’’ que foi autorizado explicitamente por Copernicus, que também pediu a ajuda do amigo para editar a obra ‘’ De revolutionibus orbium coelestium’’ . Rheticus foi o primeiro matemático a considerar as funções trigonométricas em termos de ângulos em lugar de arcos de círculo. Fevereiro

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Thabit de astronomia sobreviveram. Em mecânica, ele foi o fundador da estática e escreveu ‘’ The Book on the Beam Balance ‘’. Em 1957 falecia Henry Norris Russell (nascido em 25/10/1877). Astrônomo e astrofísico americano que mostrou a relação entre o brilho de uma estrela e seu tipo espectral, no que normalmente é chamado de Diagrama de Hertzsprung-Russell, também criou meios de computar as distâncias de estrelas binárias. Ele analisou a luz de estrelas binárias eclipsantes para determinar as massas estelares e mediu paralaxes. Russell popularizou a distinção entre estrelas gigantes e "anãs " enquanto desenvolvia a Teoria da Evolução Estelar. Ele aplicou a teoria de Meghnad Saha de ionização das atmosferas estelares e determinou a abundância de seus elementos, e confirmou a descoberta de Cecilia Payne-Gaposchkin que as estrelas são compostas principalmente de hidrogênio. Russell foi e continua sendo uma força dominante na astronomia norte-americana. Em 1900 morria Eugênio Beltrami (nascido em 16/11/1835). Físico e matemático italiano conhecido por seus feitos na geometria não Euclidean. Em 1865, ele publicou um artigo de como enfileirar elementos nas superfícies de curvatura constante e como poderia ser representado através de expressões lineares. Seu trabalho ofereceu uma aproximação para a representação da nova geometria de curvatura constante, que era consistente com teoria a Euclidean. Beltrami. Estudou elasticidade, teoria de onda, ótica, termodinâmica, e teoria potencial. Ele estava entre os primeiros em explorar os conceitos do hiperespaço e tempo como uma quarta dimensão. Suas investigações na condução de calor conduzida a equações diferenciais parciais lineares. Entre seus últimos trabalhos consta de uma interpretação mecânica das equações de Maxwell. Em 1977, o primeiro lançador de nave espacial, o Enterprise, era testado em vôo "captive mode," (" modo cativo’’), preso ao topo de um gigantesco jato 747. Inicialmente o empreendimento, foi nomeado Constitution (em comemoração ao Bicentenário da Constituição norte-americana). Porém, os espectadores de televisão, fãs de ficção científica da série Star Trek começaram uma

se anteciparam a moderna ciência. As mais notáveis delas foram suas teorias do universo infinito e a multiplicidade de mundos nos quais ele rejeitava a tradicional astronomia do geocentrismo, e intuitivamente foi além do heliocentrismo de Copernican, teoria que ainda mantinha um universo finito com uma esfera de estrelas fixas. Embora fosse um dos filósofos mais importantes do Renascimento italiano, os vários discursos apaixonados de Bruno o conduziram a perseguição da oposição. Foi capturado e mantido encarcerado durante oito anos em 1592, sendo interrogado periodicamente pela ‘’Santa’’ Inquisição. Quando, ao final, ele recusou retratar suas convicções, foi queimado vivo em Roma por heresia. 18 fevereiro, quarta-feira Em 1201 nascia Nasir ad-Din at-Tusi (morreu em 26/06/1274). Filósofo Persa, excelente cientista, matemático e astrônomo. Quando da invasão da Mongol por Genghis Khan, que o localizou em 1256, ele escapou a morte provavelmente se unindo ao Mongol vitorioso como um conselheiro científico. Ele usou um observatório construído em Maragheh (terminado em 1262), ajudado por astrônomos chineses. Teve vários instrumentos como um quadrante mural de 4 metros feito de cobre e um quadrante de azimute inventado por ele mesmo. Usando com precisão os movimentos planetários, ele modificou o modelo do sistema planetário de Ptolomeu baseado em princípios mecânicos. O observatório e sua biblioteca se tornaram um centro para um largo alcance de trabalho em ciência, matemática e filosofia. Em 901 nascia Thabit Ibn Qurra . O estudioso e matemático que contribuiu grandemente preparando o modo para importantes descobertas matemáticas como a extensão do conceito dos números reais (positivo), cálculo integrante, teoremas em trigonometria esférica, geometria analítica, e geometria não euclideana. Em astronomia, ele foi um dos primeiros reformadores do sistema ptolomaico e escreveu ‘’Concerning the Motion of the Eighth. Ele acreditava que o movimento dos equinócios oscilava, inclusive fez observações. Oito tratados completos de Fevereiro

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graus. A Mir foi a terceira geração das estações espaciais russas. Construída para durar apenas cinco anos, a Mir permaneceu 15 anos no espaço a uma altitude de 400 km, realizando uma órbita a cada 90 minutos; com mais de 82 mil voltas em torno da Terra. Ancoraram a Mir 25 missões russas e 30 internacionais e foi um exemplo de cooperação internacional, ao acolher astronautas da Eslovênia, Bulgária, Afeganistão, Casaquistão, França, Japão, Reino Unido, Áustria, Alemanha, Canadá, Estados Unidos e Síria, fora às missões conjuntas com a Agência Espacial Européia; entre cosmonautas russos e de outras nações, num total de 103 pessoas estiveram à bordo da Mir. Segundo a agência espacial russa, o custo da Mir foi de US$ 3 bilhões, e o de seus equipamentos científicos US$ 1,8 bilhão. Com a participação de outros 29 países, a estação abrigou 24 programas espaciais internacionais, e seus laboratórios testaram diversos materiais e substâncias em experiências impossíveis de ser feitas na Terra. Graças a essas pesquisas, foi possível desenvolver aparatos médicos que tornam possível à sobrevivência humana durante longos períodos sem gravidade. Foram realizados 14.000 experimentos científicos. Foram realizados 66 passeios no espaço, sendo que o mais duradouro levou 7 horas. O record de permanência em órbita foi de 438 dias do cosmonauta russo Valeri Poliakov. Outro russo, Serguei Avdeyev, acumulou em três vôos, 747 dias no cosmos (mais de dois anos). A viagem mais curiosa, no entanto, foi a de Serguei Krikaliov, que saiu da Terra como cidadão soviético e regressou após o colapso da URSS, como cidadão russo. Módulos adicionais foram lançados entre Março de 1987 e Abril de 1996. Em março de 1986 a Mir recebeu sua primeira tripulação, os cosmonautas Leonid Kizim e Vladimir Soloviev. Em março de 2001 a velha e querida Mir volta para a Terra na madrugada do dia 23 após uma reentrada induzida em nossa atmosfera como uma bola de fogo. Atualmente os restos que não se desintegraram da MIR repousa no fundo do Oceano Pacífico, a dois mil quilômetros da Austrália, abrigando centenas de vida marinha. Em 1962, John Glenn subia ao espaço pilotando a nave Mercury-Atlas 6 Friendship 7,

campanha (de assinaturas) enviadas para a Casa Branca que rebatizassem o veículo como Enterprise. Em 1930, o planeta Plutão foi descoberto por Clyde Tombaugh, o único planeta a ser encontrdo por um astrônomo americano. Isto levou a três décadas de trabalho no Observatório de Lowell em Haste, Arizona. Antes que Tombaugh nascesse, Percival Lowell tinha lançado uma procura por Plutão, um nono planeta cuja gravidade explicaria as divergências nas posições de Urano e Netuno. Lowell não conseguiu encontrar o planeta, e em seu testamento decretou que a caça deveria continuar. Isso significou usar um telescópio para fotografar pedaços minúsculos do céu noturno, e durante o dia as imagens eram analisadas na busca de um ponto escuro que se movia entre os milhões de imagens de estrela. Quando o diretor do Observatório Lowell, Vesto Slipher, contratou para trabalhar no observatório um jovem fazendeiro do Kansas, Clyde Tombaugh, ele se lançou a procura de Plutão em abril de 1929. 19 fevereiro, quinta-feira Em 1473 nascia Nicolaus Copernicus (morreu em 24/05/1543). Astrônomo Polonês que propôs que os planetas têm o Sol como o ponto central, em torno do qual os planetas se moviam, chamada de teoria do Heliocentrismo. Que a Terra é um planeta que, além de orbitar o Sol anualmente, também girava em torno do seu próprio eixo uma vez por dia; e a existência da precessão dos equinócios. 20 fevereiro, sexta-feira Há 10 anos (1994), a sonda Clementine era inserida na órbita da Lua. Veja mais em: http://www.nrl.navy.mil/clementine Em 20 de fevereiro de 1762 morria Johann Tobias Mayer (nascido em 17/02/1723). Em 20 de fevereiro de 1986 às 0h28 (horário de Moscou) um foguete de carga Proton-K lançado do cosmódromo de Baikonur, no Casaquistão, colocava em órbita o primeiro módulo da Mir (Paz) a uma inclinação de 51.6 Fevereiro

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Supernova visível a olho nu desde 1604.

a primeira missão orbital tripulada dos Estados Unidos. Lançada do Kennedy Space Center, Florida, Glenn completou três órbitas ao redor da Terra, a uma altitude de no máximo 162 milhas e uma velocidade de orbital de aproximadamente 17,500 mph. Glenn voltou ao espaço 36 anos depois e fez mais 134 órbitas como membro da tripulação da Discovery de 29 de outubro a 7 de novembro de 1998.

24 fevereiro, terça-feira Há 35 anos (1969), era lançada a sonda Mariner 6 (Mars Flyby Mission). Mais http://nssdc.gsfc.nasa.gov/database/MasterCatal og?sc=1969-014A

Em 1968, uma revista científica anunciava a descoberta do pulsar (fontes de rádio pulsantes). O primeiro pulsar foi descoberto por uma estudante diplomada, Jocelyn Bell, em 28 de novembro de 1967, que trabalha sob a direção de Prof. A. Hewish. Esta fonte extraterrestre de rádio pulsante foi observada no Mullard Radio Astronomy Observatory, Cambridge University, England. Eles estavam usando um telescópio de rádio especial, large array de 2,048 antenas que cobrem uma área de 4.4 acres. A descoberta destes objetos fascinantes abriu novos horizontes a estudos tão diversos quanto ao quantum, fluidos degenerados, gravidade relativística e campos magnéticos interestelares. Sob extraordinárias condições físicas é gerada radiação e aparece pulsar como um relógio de muita precisão. Em 1949 era lançado um foguete de duas fases (estágios), de White Sands Proving Grounds, NM. Foi o primeiro a alcançar espaço exterior.

21 fevereiro, sábado Em 1938 morria George Ellery Hale (nascido em 29/06/1868). Astrônomo americano conhecido pelo desenvolvimento de instrumentos astronômicos importantes, inclusive o telescópio refletor Hale (completado em 1948) de 200 polegadas no Institute of Technology's Palomar Mountain Observatory perto de Pasadena na Califórnia. Ele também é conhecido por suas pesquisas em física solar, e particularmente a descoberta dos campos magnéticos em manchas solares. 22 fevereiro, domingo Em 1824 nascia Pierre Janssen (morreu em 23/12/1907). Pierre (-Jules-César) Janssen foi astrônomo francês que em 1868 descobriu como observar as proeminências solares, sem que o Sol estivesse em eclipse. Seu trabalho foi independente ao do inglês Joseph Norman Lockyer que fez a mesma descoberta aproximadamente ao mesmo tempo. Ele inventou modos para estudar as proeminências solares, e notou uma linha espectral amarela desconhecida no sol em 1868. Ele remeteu os dados para Lockyer que é creditado por reconhecer o novo elemento como hélio. Janssen foi o primeiro a notar o aparecimento granular do Sol. Foi o primeiro a fotografar regularmente o Sol e publicou um monumental Atlas Solar em 1904 incluindo 6000 fotografias.

25 fevereiro, quarta-feira Em 1723 morria Christopher Wren (nascido em 20/10/1632). Arquiteto, astrônomo, e geômetra, nascido em Knoyle Oriental, Wiltshire foi o maior arquiteto inglês do seu tempo. Enquanto na Faculdade de Wadham, Oxford (1649), ele se juntou a um grupo de brilhantes estudiosos que depois fundaram a Royal Society onde foi presidente de 1680 a 1682. Em astronomia, ele desenvolveu habilidades em modelos trabalhando em diagramas. Seu trabalho científico foi altamente considerado por Sir Isaac Newton declarado por ele em seu Principia. Em 1616, o cardeal Bellarmine intimava Galileu Galilei a renunciar a sua afirmação que a Terra girava em torno do Sol sob intimidação e que Galileu deixasse completamente a

23 fevereiro, segunda-feira Em 1987 era vista a Supernova 1987A na Grande Nuvem de Magalhães (LMC). A mais luminosa do século XX foi a primeira Fevereiro

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catalogação de estrelas duplas, que resultou na publicação de catálogo de 10000 astros desse tipo (1878). Durante esse período, também desenvolveu observações sobre a Lua e Marte. Em Juvisy sur Orge, Essonne, próximo a Paris, fundou o l’Observatoire privado de Juvisy (1883), onde continuou sua observação. Também publicou Death and Its Mystery, em 3 volumes (1920-1921; tr. 1921-2923) e foi feito Comandante da Legião de Honra por sua vida dedicada à astronomia (1922). Entre outras coisas Flammarion escreveu "Os Mundos Imaginários e os Mundos Reais", "As Maravilhas Celestes", "Deus na Natureza", "Contemplações Científicas", "Estudos e Leitura sobre Astronomia", "Atmosfera", "Astronomia Popular", "Descrição Geral do Céu", "O Mundo antes da Criação do Homem", "Os Cometas", "Narrações do Infinito", "Sonhos Estelares", "Urânia", "Estela", "O Desconhecido", "O Fim do Mundo", etc. Em 1786 nascia François Arago (morreu em 02/10/1853). Dominique François Jean Arago foi astrônomo e físico francês descobridor da cromosfera solar (a mais baixa atmosfera do Sol, principalmente composta de gás hidrogênio). Entre outras coisas, fez estimativa precisa dos diâmetros dos planetas. Em 1878 falecia Pietro Angelo Secchi (nascido em 29/06/1818). Padre Jesuíta e astrofísico italiano que realizou a primeira pesquisa dos espectros de mais de 4000 estrelas e classificando-as de acordo com seus tipos espectrais. Ele estudou os planetas, especialmente Júpiter descobrindo que era composto de gases. Secchi estudou as linhas escuras que unem os dois hemisférios de Marte; ele os chamou canais como se eles tivessem sido feitos por trabalhos de seres viventes. (Estes estudos foram depois continuados por Schiaparelli.) Além de astronomia, os interesses dele variaram de arqueologia a geodésica, da geofísica a meteorologia. Ele também inventou um meteorograph, um dispositivo automatizado para registrar pressão barométrica, temperatura, direção de vento e velocidade, e chuva. Em 1966, o primeiro foguete Saturno 1B era lançado do Cabo Canaveral, Flórida, em um vôo de teste suborbital não tripulado no programa lunar Apollo. A missão AS-201

doutrina... Se ele recusasse seria encarcerado. Dado tal escolha, Galileu fez a renúncia, mas ele sabia que isso não mudaria os fatos reais do movimento da Terra. De qualquer forma, Galileu foi condenado a prisão domiciliar até sua morte com cegueira total. 26 fevereiro, quinta-feira Em 1864 nascia John Evershed (morreu em 17/11/1956). Astrônomo inglês que descobriu (1909) o efeito Evershed - o movimento horizontal dos gases externos dos centros de manchas solares. Enquanto fotografava as proeminências e espectros das manchas solares, ele notou que muitas das linhas de Fraunhofer nos espectros das manchas solares mudavam-se para o vermelho. Mostrando que estas apresentavam o efeito Doppler, assim ele provou o movimento da fonte dos gases. Esta descoberta é conhecida como o efeito de Evershed. Ele também emprestou seu nome para o espectroscópio de Evershed. Em 26 de fevereiro de 1842 nascia Camille Flammarion. (morreu em 04/06/1925). (Nicolas) Camille Flammarion foi um astrônomo francês que estudou estrelas duplas e múltiplas, a Lua e Marte. Em 1873, ele atribuiu a cor vermelha de Marte a uma possível vegetação. Ele apoiou a idéia dos canais em Marte, e vida inteligente, talvez mais avançada que a da Terra. Flammarion informou mudanças em uma das crateras da Lua que ele atribuiu a crescimento de vegetação. Nascido em Montigny-le-Roi, hoje Haute-Marne, fundador da Société Astronomique de France (1887) e escritor de livros científicos populares, como por exemplo Marvels of the Atmosphere (1871, tr. 1873) e l'Astronomie Populaire (1879) do qual vendeu mais de 100.000 cópias e foi traduzido para o inglês por J.E. Gore (1894). Primeiro estudou teologia, mas depois passou a se interessar por astronomia. Escreveu seu primeiro livro aos 16 anos, Cosmologie Universelle (1858), com cerca de 500 páginas manuscritas. Tornou-se assistente de Le Verrier no Observatoire de Paris. Trabalhou temporariamente no Bureau de Longitudes (1862-1867), e retornou ao Observatório para se envolver em um programa de observação e Fevereiro

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demonstrou a integridade estrutural do foguete Saturno 1B e a compatibilidade do veículo de lançamento para levar cargas da Apollo. Foi testada a separação do primeiro e segundo estágio do foguete com êxito e testou as operações da propulsão, direção e controle, além de subsistemas elétricos do Saturno. Havia vários maus funcionamentos, mas voou por aproximadamente 37 min viajando por 8472 km e alcançando uma altitude sub-orbital de 488 km.

27 fevereiro, sexta-feira Em 1897 nascia Bernard (-Ferdinand) Lyot (faleceu em 02/04/1952). Astrônomo francês inventor do coronógrafo (1930), um instrumento que permite a observação da coroa solar quando o Sol não está em eclipse e outros instrumentos para estuda-la. Antes do coronógrafo de Lyot, a observação da coroa solar ficava limitada a alguns minutos durante um raro eclipse total do Sol. Em outros momentos, a difusão da luz solar na atmosfera

da Terra obscurece a coroa comparativamente escura. Lyot observou do Observatório Pic du Midi no alto dos Pirineus francês que devido a alta altitude, apresenta menos difusão atmosférica. Ele também desenvolveu uma lente melhorada e um filtro monocromático para seu coronógrafo. Assim ele pode fazer fotografias diárias do Sol. Em 1939 ele fazia a primeira imagem em movimento das proeminências solares. Em 1906 morria Samuel Pierpont Langley (nascido em 22/08/1834). Astrônomo, físico e pioneiro da aeronáutica americana, ele contribuiu para o conhecimento dos fenômenos solares relacionaram a meteorologia; e para a primeira máquina voadora mais pesada que o ar a alcançar vôo contínuo. Em 1994 era confirmado por Alexander Wolszczan da Penn. State University a existência de planetas em torno de uma estrela a 1300 anos-luz da Terra. O período de suas órbitas foi medido como sendo de 66.6 dias e 98.2 dias (em relação aos 365 dias da Terra). Em 1942, J.S. Hey descobriu as emissões de rádio do Sol.

Mais informações sobre fatos históricos científicos em: http://www.todayinsci.com/ Rosely Grégio, redatora da Revista macroCOSMO.com, participa de programas de observação desenvolvida no Brasil e exterior, envolvendo meteoros, cometas, a Lua e mais recentemente o Sol. Site: http://rgregio.astrodatabase.net

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MITOS CIENTÍFICOS

Satélite Iridium, muita vezes confundido com um OVNI

OVNIS

Observando com responsabilidade Paulo Monteiro| Revista macroCOSMO.com [email protected]

As pessoas envolvidas no estudo da ufologia, que passam as noites em vigília procurando OVNIS, deveriam possuir um conhecimento aprimorado do céu, sabendo identificá-lo e conhecer os principais fenômenos meteorológicos e astronômicos. A falta desse conhecimento compromete totalmente os seus estudos e tudo aquilo que a pessoa viu e chegou a pensar serem OVNIS, acabam perdendo totalmente o crédito de seus depoimentos.

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MITOS CIENTÍFICOS

CONHECIMENTO DO CÉU

METEORITOS

É necessário o mínimo de conhecimento das constelações, das estrelas e dos planetas no céu! Principalmente porque muitos ao começarem ao olhar para o céu em busca de discos voadores, mal conhecem as constelações, assim, dependendo da noite e do clima, algumas estrelas antes não visíveis devido ao clima ficam visíveis e assim podem ser confundidas com "naves"!

Mais conhecidos como estrelas cadentes, as chuvas de meteoros também confundem as pessoas que as relatam como ovnis. Na verdade, meteoros são apenas minúsculos fragmentos deixados pelo rastro de algum cometa ou outro corpo celeste. Eles caem na Terra em alta velocidade e ao cruzar a atmosfera, acabam sendo destruídos, gerando aquele brilho muito forte devido ao seu atrito com a atmosfera.

Outro fato são os planetas. Muitas pessoa acham que eles são invisíveis a olho nu, mas na verdade 5 deles são visíveis. São eles: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno! Muitos desses planetas acabam sendo relatados em depoimentos como discos voadores. O planeta Vênus visível antes mesmo do anoitecer é o campeão em confusões com Ovnis, devido ao seu brilho muito forte, seguido de Júpiter que possui um brilho também muito intenso. Mas na verdade são apenas planetas e não ovnis.

ESTRELAS VARIÁVEIS Existem algumas estrelas no céu chamadas de "estrelas variáveis". Elas possuem esse nome devido a grande diferença no seu brilho (magnitude). Assim, durante alguns meses essas estrelas não são visíveis a olho nu. Depois de certo tempo elas começam a aparecer, pois o seu brilho aumenta e fica visível para nós. Uma pessoa pode em um dia não ter avistado aquele ponto no céu, mas no outro dia lá esta ele brilhando. A pessoa sem conhecimento ao ver esse objeto de um dia para o outro, pode achar que é um disco voador, fato que é apenas uma estrela variável. Um exemplo é Mira Ceti, uma estrela variável que recentemente "sumiu" do nosso céu, mas em breve deve "voltar".

SATÉLITES ARTIFICIAIS Sem dúvida eles são os que mais confundem os menos esclarecidos. Existem milhares de objetos enviados pelo homem na nossa atmosfera nos últimos anos. Eles estão cruzando o céu constantemente em alta velocidade! Cada satélite artificial possui tamanho e características diferentes, desse modo, cada um emiti um brilho diferente, sendo alguns fracos e outros muito fortes. Os satélites Iridium, sem dúvida já confundiram muitas pessoas. O seu brilho muito forte faz com que pensem que seja um disco voador, mas na verdade é um satélite de comunicações! O conhecimento de todos esses fenômenos é fundamental para alguém que deseja se tornar um ufólogo, ou para quem já avistou ou pensa que já viu algo. Tente refletir para ver se seu objeto avistado não era nenhum desses citados. Não é nada fácil para pessoas que estudam astronomia e ufologia de forma séria. Ver uma pessoa assustada dizendo a você que viu um disco voador, quando na verdade era um planeta. A falta de conhecimento e também a falta de ensino de astronomia nas escolas fazem as pessoas confundirem esses objetos com discos voadores. e você quer se tornar um ufólogo, deve ter o mínimo desses conhecimentos, caso contrário vai ser muito difícil trabalhar com isso!

Paulo Ricardo Monteiro, é redator da Revista macroCOSMO.com, promovendo uma campanha em defesa do conhecimento científico, combatendo as pseudociências e outras astrobobagens. Site: www.astronomos.com.br/paulo

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GUIA DIGITAL

TELEVISÃO online

Rosely Grégio | Revista macroCOSMO.com [email protected]

Sim. Existem na web alguns canais de televisão que apresentam em sua programação, edições voltadas para a Astronomia e ciências afins. Claro que uma rápida transmissão de dados depende da velocidade de sua conexão com a internet (modem, cabo, DSL, satélite, etc). Assim, para aqueles que usam conexão via modem, não se assustem se a transmissão aparecer em câmera muito lenta!

TV Rio Sol de Campos – Rede Litoral

www.tvriosol.com.br

Em uma iniciativa pioneira no Brasil, todos os Sábados e Domingos em torno das 17 e 18 horas (e reprise em outros horários durante a programação semanal) o Professor Marcelo de Oliveira Souza, apresenta na TV Rio-Sol de Campos/TV Litoral (Rio) um programa educativo editado em português voltado para a Astronomia, Astronáutica e dicas de como, onde e o que observar no céu da semana. O programa é acessível pela internet, mas para tanto é necessário ter instalado em seu computador o programa Windows Media Player. Ficamos torcendo para que outras iniciativas como essas possam ser desenvolvidas de forma permanente em outros canais disponíveis na Web, como também nos canais normais da TV aberta em todo o Brasil. Parabéns Professor Marcelo, parabéns TV Litoral de todos redação da revista macroCOSMO!

NASA TV Várias organizações de dentro e fora de NASA transmitem o canal de televisão da NASA na World Wide Web. A NASA TV provê cobertura em tempo real das atividades da Agência e missões, como também vídeo de recurso para as mídias de notícias e programação educacional para os professores, estudantes e o público geral. A programação é gratuita editada no idioma inglês. Para assistir aos vídeos, lançamentos, entrevistas, documentários, as mais recentes descobertas e imagens astronômicas obtidas através de sondas e satélites na NASA TV online é preciso ter instalado em seu computador o programa RealMedia Player - (em inglês).

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www.nasa.gov/multimedia/nasatv/ MM_NTV_Web.html

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GUIA DIGITAL

KSC Direct Produção original para Web do Kennedy Space Center, sobre os lançamentos das naves espaciais (Space Shuttle) e outros tópicos (javascript) - (em inglês).

www.ksc.nasa.gov/nasadirect

FAA Federal Aviation Administration (FAA) apresenta vídeos e alguns programas conjuntos com a NASA (javascript) - (em inglês).

http://videoontheweb.faa.gov

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Glenn Research Center em RealMedia

Kennedy Space Center public affairs RealMedia

http://technology.grc.nasa.gov/broadc asts/nasatv_rtsp.ram

http://vstream1.ksc.nasa.gov/ramgen/ ha/nasa_tv.rm

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GUIA DIGITAL

Classroom of the Future

www.cotf.edu/ntv/main.html

Apresenta partes de programas da TV NASA e outro Webcasts educacional em RealMedia. (Javascript). Também apresenta programas científicos e ensina a construção de equipamentos simples com material da fácil aquisição, na produção de objetos, inclusive para observação como por exemplo sextantes para medir a altura dos astros (em inglês).

ou

www.cet.edu/main.html

NASA Quest/Learning Techonologies Channel Transmite partes selecionadas da programação da TV NASA em RealMedia - (em inglês).

http://quest.nasa.gov/ltc/ram/ nasalive-v.ram

Programas de TV na Web não pertencentes a NASA HoustonChronicle.com - Space Central Real Media

United Space Alliance Real Media (Javascript)

www.chron.com/content/interactive/space

www.unitedspacealliance.com/live/

Além disso, outras organizações de notícias online, como a CNN, MSNBC, Fox Online e SPACE.com, podem levar ao ar, coberturas de alguns lançamentos e missão espaciais. Esta é uma lista parcial de locais que não pertencem a Agencia Espacial Americana, que podem, de vez em quando, retransmitir o sinal da TV NASA na Web. R.Grégio

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Autoria A Revista macroCOSMO.com, a primeira revista eletrônica brasileira de astronomia, abre espaço para todos autores brasileiros, uma oportunidade de exporem seus trabalhos, publicando-os em uma de nossas edições.

Instruções aos autores: 1 Os artigos deverão possuir Título, resumo, dissertação, conclusão, notas bibliográficas e páginas na internet que abordem o assunto; 2

Fórmulas matemáticas e conceitos acadêmicos deverão ser reduzidos ao mínimo, sendo claros e concisos em seus trabalhos;

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Ilustrações e gráficos deverão conter legendas e serem mencionadas as suas respectivas fontes. Pede-se que as imagens sejam enviadas nos formatos JPG ou GIF.

4

Quanto às referências: Jornais e Revistas deverão constar número de edição e página da fonte pesquisada. Livros pedem-se o título, autor, editora, cidade, país e ano.

5

Deverão estar escritos na língua portuguesa (Brasil), estando corrigidos ortograficamente.

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Os temas deverão abordar um dos ramos da Astronomia, Astronáutica ou Física. Ufologia, Astrologia e outros assuntos pseudocientíficos não serão aceitos.

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Traduções de artigos só serão publicados com prévia autorização de seus autores originais.

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Antes do envio do seu arquivo, envie uma solicitação para [email protected], fazendo uma breve explanação sobre seu artigo. Caso haja um interesse por parte de nossa redação, estaremos solicitando seu trabalho.

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Os artigos enviados serão analisados e se aprovados, serão publicados em uma de nossas edições.

10 O artigo será revisado e editado caso se faça necessário. As opiniões vertidas são de total responsabilidade de seus idealizadores. 11 O autor receberá uma notificação da publicação do seu artigo.

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revista

macroCOSMO.com

Edição nº 1 – Dezembro 2003

Edição nº 2 – Janeiro 2004

Edição nº 3 – Fevereiro 2003

Disponível em http://www.revistamacrocosmo.com

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