ARQUITETURA CONFORTO LUMÍNICO
LUZ PARA A CURA: ANÁLISE DE CONFORTO LUMÍNICO EM AMBIENTES DE ONCOLOGIA – UM ESTUDO DE CASO
Acadêmicos: Eduardo Ribeiro Everton Medeiros Juliana de Pinho Mariana Fagundes Pedro Coutinho
Professor: Pedro Almeida
Montes Claros Fevereiro/2019
RESUMO Em espaços que lidam com saúde a iluminação terá um papel fundante ao que diz respeito a estímulos ambientais que proporcione efeitos positivos sobre a recuperação dos pacientes, bem como colabore para o bom desempenho de procedimentos médicos a serem realizados. Contudo, para o bom êxito do conforto lumínico é necessário observar as normas vigentes que versam sobre a questão de modo que nem a falta ou o excesso prejudiquem aqueles que estão sob tratamento ou que estão laborando para a recuperação dos pacientes. Nesse sentido, a presente pesquisa pretende fazer uma análise de ambientes do estabelecimento de saúde Oncovida Hospital Dia, Montes Claros/MG, objetivando fazer um levantamento de medição lumínica e confrontá-la com as normas, de modo a verificar se obedecem aos padrões exigidos e como podem interferir no processo de recuperação dos pacientes ou nas funções desempenhada pelo staff.
1. INTRODUÇÃO/JISTIFICATIVA Palavras-chaves: Os estabelecimentos de saúde, como ambientes terapêuticos, clínicos ou hospitalares, por estarem associados diretamente aos cuidados de pessoas debilitadas, feridas e/ou enfermas, fragilizadas por alguma circunstância adversa, requerem, até como forma de amenizar a situação de seus usuários, um cuidado e atenção especial no que diz respeito ao conforto, para proporcionar aos pacientes, acompanhantes e os próprios funcionários um ambiente humanizado por meio de soluções e decisões projetuais que corroborem para a efetivação desse propósito, isto é, criar ambientes confortáveis. Sob este aspecto, a presente pesquisa almeja enfatizar a influência do conforto lumínico sobre estabelecimentos de saúde, de modo particular, sobre a clínica oncológica Oncovida, objeto desse estudo desse trabalho. Em espaços que lidam com saúde a iluminação terá um papel fundante ao que tange a estímulos ambientais que proporcione efeitos positivos sobre a recuperação dos pacientes, bem como colabore para o bom desempenho de procedimentos médicos a
serem realizados. Contudo, a iluminação deve ser harmoniosa e equilibrada, de modo que nem sua falta ou excesso prejudiquem os pacientes ou o labor daqueles que estejam envolvidos em seu tratamento. A iluminação em ambientes de saúde deve levar em consideração dois grupos básicos: o staff, para viabilização de procedimentos médicos, e os pacientes, garantindolhes condições favoráveis de conforto visual (PECCIN, 2002) e ainda atender às normas vigentes que regem sobre o assunto. Nesse sentido, estudos e experiências contemporâneas apontam que a luz, sobretudo a iluminação natural, pode exercer efeitos psicológicos e terapêuticos positivos sobre pacientes em tratamento (GOMES, 1999) e mesmo nos funcionários que exercem labor nesses espaços de saúde que, por sua finalidade, amiúde, dada a situação fragilizada dos usuários, acarreta stress naqueles que estão envolvidos no processo de acompanhamento, atendimento e socorro. Por isso um sistema de iluminação não deve estar secundarizado somente ao que concerne a iluminação, mas precisam se ater na criação de impressões ambientais que colaborem para respostas emocionais positivas dos usuários. Nesse contexto, a presente pesquisa, por meio de visita in loco à Oncovida Hospital Dia, usando instrumento de medição de luz (luminômetro), fez o levantamento de incidência lumínica de alguns ambientes do hospital. O intuito desse levantamento é mensurar a incidência de luz sob diversas condições e analisar seus efeitos sobre o ambiente e usuários, levando-se em consideração parâmetros estabelecidos em normas que regem sobre o tema. Espera-se com isso verificar se os dados obtidos e analisados estão de acordo com a norma e atendem aos critérios determinados pela mesma.
GOMES,Maria C. P .Luz e cor: elementos para o conforto do ambiente hospitalar. Hospital Municipal Lourenço Jorge, um estudo de caso. Tese de Mestrado, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, UFRJ, Rio de Janeiro, 1999. PECCIN, Adriana. Iluminação hospitalar. Estudo de Caso: espaço de internação e recuperação. Tese de mestrado, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, UFRGS, Porto Alegre, 2002.
Com relação ao conforto visual, além da quantidade de luz ter que ser adequada para que a realização de tarefas visuais aconteça de maneira satisfatória, é fundamental que não haja ofuscamento – grande quantidade de luz que atinge o olho prejudicando a qualidade da visão – nem grandes contrastes, para não causar desconforto nem cansaço visual (CORBELLA & YANNAS, 2003). É importante também prever uma distribuição homogênea de luz no ambiente, preocupando-se na elaboração do projeto, com a localização, a orientação, o tipo, o tamanho e a forma geométrica das aberturas, o tipo e a cor dos vidros que serão utilizados, as cores que serão utilizadas nos caixilhos, nas superfícies internas como teto, paredes e piso e nas superfícies externas, como muros, piso e construções adjacentes. A presença da luz natural em um ambiente proporciona modificações dinâmicas no espaço, pois ao longo do dia existe uma alteração de sua cor, contraste e intensidade. Outra vantagem, segundo ROBBINS (1986), é o contato com o exterior. As aberturas, para a passagem da luz natural, propiciam aos ocupantes uma vista do exterior, do céu, que interfere no seu estado de espírito. Kornfeld e Wilson apud ROBBINS (1986), estudaram as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e verificaram que pacientes colocados, depois de cirurgias, em salas sem janelas apresentavam maiores manifestações de delírio pós-operatório (40%) do que os colocados em salas com janelas (18%). Eles concluíram que em ambientes hospitalares, para o benefício dos pacientes, a luz do dia é essencial. A janela, segundo os que não a consideram importante, pode atrapalhar o profissional dispersando-o durante um procedimento que exija muita concentração, fornece uma qualidade de luz não adequada e pode causar excesso de calor se ela for mal orientada com relação à insolação. No entanto, se ela Vol. 5, n 2, Novembro 2010 Gestão & Tecnologia de Projetos [ISSN 19811543] 165 for adequadamente dimensionada e orientada, a luz natural e a visualização do exterior podem amenizar o estresse de quem fica um tempo considerável em um mesmo ambiente realizando uma atividade que exige alto grau de concentração. As janelas devem ser vedadas, acessíveis interna e externamente para limpeza e na necessidade de black-out, devem permitir facilmente o seu escurecimento, por exemplo, as de vidro duplo com persiana no seu interior pode ser uma opção adequada LAMB (2000), no entanto, comenta que nas salas de recuperação são aconselháveis janelas, não só pela luz natural funcionar como um estímulo aos pacientes, mas principalmente, comenta o autor, para o conforto dos funcionários e para evitar o estresse, pela permanência continuada em um ambiente fechado.
Recomenda o uso de lâmpadas fluorescentes ao invés das incandescentes pela menor quantidade de calor gerada no ambiente, maior durabilidade e maior eficiência energética, no entanto, o tipo delas, nos ambientes onde a qualidade da cor é importante para os cuidados com o paciente, deve ser “luz do dia”, pois as comuns produzem uma coloração azulada que podem “mascarar a cianose dos pacientes”.
2. JUSTIFICATIVA