Leda Cosmides E John Tooby, Pp. 24-34.docx

  • Uploaded by: José Carlos Sant'Anna
  • 0
  • 0
  • June 2020
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Leda Cosmides E John Tooby, Pp. 24-34.docx as PDF for free.

More details

  • Words: 876
  • Pages: 2
Leda Cosmides e John Tooby, Capítulo 1, pp. 24-34 O ponto de partida da SSSM é que os humanos apresentam profundas marcas de similaridades de pensamento e comportamento no interior de grupos específicos e profundas diferenças quando comparados com outros grupos humanos. 1. A diferença genética entre humanos não explica as variações em comportamento e pensamento que os diversos grupos humanos apresentam, justamente pelo fato de que os estudos em genética demonstram que não há nenhuma diferença significativa entre os indivíduos, que todos possuem essencialmente o mesmo “equipamento” biológico. 2. Enquanto que os recém-nascidos são os mesmo em todas as culturas do mundo, os adultos diferem profundamente em sua organização mental e comportamental. A lógica da SSSM parte dessas duas premissas. É razoável pensar que uma “constante”, o equipamento biológico visto em recém-nascidos, não pode explicar a “variação” de comportamento e de pensamento que os grupos adultos possuem. Por causa disso, a SSSM conclui que a “natureza humana” não pode ser a causa da organização mental de humanos adultos, seus sistemas sociais, sua cultura, mudanças históricas, etc. “The cultural and social elements that mold the individual precede the individual and are external to the individual. The mind did not create them; they created the mind.” “The causal flow is overwhelmingly or entirely in one direction. The individual is the acted upon (the effect or the outcome) and the sociocultural world is the actor (the cause or the prior state that determines the subsequent state).” “As Geertz argues, "Our ideas, our values, our acts, even our emotions, are, like our nervous system itself, cultural products—products manufactured, indeed, out of tendencies, capacities, and dispositions with which we were born, but manufactured nonetheless" (1973, p. 50).” Step 9 -> A natureza humana (a arquitetura evoluída na mente humana) não desempenha qualquer papel significativo na organização da vida humana. Toda a arquitetura da mente é relegada à noção de “capacidade para cultura”. A natureza humana é algo meramente indeterminado que os fatores sociais moldam e transformam. É como se a natureza humana possuísse uma predisposição plástica em que o fenômeno social molda à vontade. A mente, na SSSM, é um computador que não possui nenhum software nativo, mas todos eles são adquiridos pela cultura. “Geertz does not mean, of course, that infants vary due to genetic differences, but that all significant aspects of adult mental organization are supplied culturally. As deeply as one can go into the mind, people here are different from people there, leading to "the decline of the uniformitarian view of man" (Geertz, 1973, p. 35).” A disciplina de psicologia possui um papel claro na visão da SSSM, estudar os processos de socialização e o conjunto de mecanismos que compreendem o que os antropólogos chamam de “a capacidade para cultura”. Portanto, o principal conceito na psicologia é “aprendizagem”. O behaviorismo de Skinner é a manifestação mais bem-sucedida do programa da SSSM na psicologia.

“What we are concerned with here, however, is the impact of the Standard Social Science Model on the development of modern conceptions of culture, its causal role in human life, and its relationship to psychology” Em resumo: uma cultura, para o SSSM, é um sistema de crenças e comportamentos que são compartilhados no interior de um grupo humano. As diferenças entre sistemas de crenças e comportamentos em diferentes grupos humanos são consideradas como diferenças culturais. Esse processo é mantido através do compartilhamento de informações que ocorre entre as gerações no interior de uma determinada cultura, sendo que o processo de aprendizagem é o elemento central para a estabilidade de uma cultura. A aprendizagem é imposta pelo grupo e ocorre de maneira mais ou menos passiva pelo indivíduo através da socialização. Na visão da SSSM, a mente do indivíduo é considerada como sendo livre e independente de qualquer tipo de conteúdo inato, todo conteúdo que ela vier a possuir é derivado da socialização. Por isso, o único aspecto inato da mente humana é sua capacidade de aprendizagem ou capacidade para cultura. Há alguns princípios da SSSM que são corretos, como: os recém-nascidos são iguais em qualquer lugar; as diferenças genéticas são superficiais, etc. Porém, com o desenvolvimento da biologia evolutiva e das ciências cognitivas alguns princípios da SSSM necessitam ser revistos: 1) A SSSM se baseia em um conceito ingênuo e errôneo de teorias do desenvolvimento. O fato de um adulto ter uma organização mental que é ausente nos recém-nascidos não significa que essa organização mental não seja parte de uma arquitetura evoluída. Os mecanismos psicológicos ou módulos podem ser desenvolvidos em outros períodos da vida, assim como ocorre com outras partes do corpo. 2) A SSSM se baseia em uma falsa dicotomia entre natureza e cultura, como se um indivíduo pudesse ser dividido em traços determinados pela cultura e traços determinados pela genética. A crítica não é que parte da explicação biológica é deixada de lado por causa de explicações sociais, mas que é necessária uma rica arquitetura cognitiva evoluída para suportar as inúmeras informações culturais. 3) Uma mente com propósitos gerais, livre de conteúdo e mecanismos inatos não é capaz de realizar de modo bem sucedido as tarefas que nossa mente realiza. A visão alternativa é que a mente humana é contém uma arquitetura de vários mecanismos evoluídos, especializados para resolver problemas adaptativos.

Related Documents


More Documents from "yessicajonathan"

Freindship
October 2019 124
October 2019 155
Industria Iso099.docx
November 2019 83
S2.pdf
December 2019 90
Humn1.docx
December 2019 93