La Guerre Du Feu
Antonio Daniel de Araujo Junior (1° – ADM) Fernando Corrêa Rocha (1° – EP) Leonardo dos Santos Barros (1° – ADM) Thiago Manhães Xavier (1° – SI)
METODOLOGIA DE PESQUISA ALFREDO LUIZ PESSANHA MANHÃES
MACAÉ, RJ SETEMBRO DE 2009
A Guerra do Fogo de Jean-Jacques Annaud é um filme de aventura baseado na préhistória a 80.000 a.C., tendo como eixo a possível descoberta do fogo. O diretor, roteirista e produtor de cinema, Jean-Jacques Annaud não limitou o filme à descoberta do fogo, ele teve como o foco principal o conhecimento e como as novas descobertas influenciam um sistema. Annaud, dentre outros elementos, usou o fogo para expressar claramente a ideia das descobertas para o desenvolvimento intelectual de um ser e como isso poderia afetar, significativamente, a sua vida (A Guerra do Fogo, 1981). O filme se passa, segundo Eisler (2003), no período paleolítico médio, um período onde a quantidade de povos era extremamente pequena em relação aos dias atuais. A sobrevivência era bastante difícil e somente os seres mais aptos eram capazes de garantir a perpetuação de sua espécie. Por essa questão, a necessidade levou o homem a desenvolver técnicas rudimentares na criação de ferramentas feitas a partir de madeiras, ossos e pedras. Os grupos de hominídeos daquela época se acomodavam em cavernas. Suas vestimentas eram provenientes de pele de animal abatido ou encontrado morto, todo animal abatido era totalmente aproveitado sem desperdício, desde sua pele até o osso (Blanco; Belinchón; Lara, 2005). La Guerre du Feu, mostra como foi importante a descoberta do fogo, e como esta gerou melhores condições de sobrevivência. Passaram a assar carne e vegetais crus, reuniamse em volta de fogueiras para se proteger do frio e de animais, ou seja, o fogo se tornou um poderoso instrumento para os grupos de hominídeos daquela época (Pinto, 2008). Os hominídeos da época viviam em pequenos grupos denominados de tribo e o filme apresenta quatro diferentes tipos: Tribo Ulam, Tribo Wagabou, Tribo Kzamm e Tribo Ivaka. No decorrer do filme, apesar de viverem na mesma época, as tribos apresentavam diferentes formas culturais, proveniente do desenvolvimento natural em relação ao ambiente. As tribos Ulam, Kzamm e Wagabou, cultuavam o fogo e não tinham, sequer, a noção para produzi-lo, no entanto a tribo Ivaka, que apresentava um conhecimento intelectual mais avançado comparado às outras tribos, sabia produzir o fogo. A liderança política de todas as diferentes tribos era da pessoa mais velha do grupo, por ser a mais experiente; o vestuário era obtido a partir de pele de animais, exceto a tribo Wagabou, esta, por sua vez, não apresentava nenhum tipo de vestimenta. Seus integrantes andavam totalmente nus e não tinham nenhuma liderança.
A alimentação da tribo Ulam e Ivaka era baseada do baseada do mesmo tipo: carne de animais e vegetais, enquanto a tribo Kzamm era do tipo antropófaga, praticavam a exofagia, ou seja, consumiam carne humana de prisioneiros. A moradia da tribo Ivaka apresentava ser mais sofisticada do que a das outras tribos. Moravam em cabanas onde ao redor havia um pântano, que servia de proteção natural contra os inimigos. Ulam, por sua vez, moravam em grutas, cavernas e não tinha uma forma natural de proteção. As tecnologias de todas as tribos eram bastante rudimentares, mas na tribo Ivaka observa-se uma engenharia um pouco mais avançada, como também certas expressões artísticas nos corpos de seus integrantes e tinham uma relação social, onde havia divisão de trabalho, hierarquia e equipe (A Guerra do Fogo, 1981). A expressão linguística, proveniente da emissão de certos ruídos pelas tribos no presente filme, faz um paralelo ao que Rousseau menciona em sua obra Ensaio sobre a origem das línguas. Segundo Matos (1998), a manifestação linguística do homem, vem da expressão de sua dor ou prazer. A maioria dos sons emitidos é de entoação vocálica, é evidente que esses sons são provenientes de desejo sentimental. Os diferentes níveis de entoação dos sons são evidentes quando se apresentam em uma luta, onde o hominídeo tem uma entoação mais forte quando está em perigo e agressiva para impor a sua presença, demonstrando, assim, a força que tem e quando necessita de ajuda, emite um som de desespero, de socorro. Observa-se também, que existe um grupo de hominídeo que apresenta uma linguagem um pouco mais complexa, articulada, até porque eles são mais desenvolvidos, apesar de estarem na mesma época. Mas todos os sons são provenientes de expressões sentimentais (Cunha, 2001). Os diferentes grupos de hominídeos retratados no filme, em uma mesma época, fazem referência justa com a teoria de evolução das espécies de Charles Darwin. Os grupos se diversificam muito, sejam em características físicas, hábitos, moradias, tecnologia, comunicação, enfim, no intelecto. Pode-se dizer que, apesar de estarem em uma mesma época, à seleção natural é evidente. Determinados grupos são inferiores aos outros, alguns com características bastante primitivas. Percebe-se que no filme, o grupo mais desenvolvido é o mais forte, pois o intelecto deles é mais avançado, provenientes de uma hereditariedade (Francis, 2007). As observações descritas no presente trabalho, a partir de um estudo sobre a evolução das espécies, com base no filme de Jean-Jacques Annaud, apresentam um paralelo ao mundo atual. Conclui-se que toda informação qualitativa é sempre um fator determinante
para um sistema. A evolução a partir de troca de informações e observações leva o homem a crescer intelectualmente, desenvolvendo assim, métodos que se aplicam ao seu meio objetivando uma melhor sobrevivência (Burns, 2005).
Referências
A GUERRA DO FOGO. Direção: Jean-Jacques Annaud. Produção: Denis Héroux; Jacques Dorfmann; John Kemeny e Véra Belmont. Roteiro: Gérard Brach. EUA: 20th Century Fox, 1981. 1 DVD (100 min). BURNS, Edward. História da Civilização Ocidental: Do Homem das Cavernas Até a Bomba Atômica. 2 ed. v. 1. Rio de Janeiro; São Paulo; Porto Alegre: Globo, 2005. BLANCO, Ângela; BELINCHÓN, Antonio; LARA, Fernando. Paleolítico y Neolítico: En El Museu Arqueológico Nacional. Barcelona: Àmbit, 2005. CUNHA, Rodrigo. A Guerra do Fogo (La Guerre Du Feu, 81, FRA/CAN). Com Ciência. 2001. Disponível em . Acesso em: 18 set. 2009. EISLER, Riane. O Cálice e a Espada. Rio de Janeiro: Imago, 2003. FRANCIS, Keith. Charles Darwin and The Origin of Species. Londres: GreeWood Press, 2007. MATOS, Franklin. Ensaio Sobre A Origem Das Línguas. Resenhas Brasil. 1998. Disponível em . Acesso em 19 set. 2009. PINTO, Sandro. Período Paleolítico. Ideal Dicas. 2008. Disponível em . Acesso em 19 set. 2009.