Jornal Laboratório Emfoco Isca Faculdades • Ano 9 • Ed. 57 • Novembro 2009

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Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo do ISCA Faculdades

• Ano 9 • Edição 57 • Novembro/2009

Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo do ISCA Faculdades

• Ano 9 • Edição 57 • Novembro/2009

saúde

Alimentação equilibrada garante vida mais saudável Doenças tidas como de idosos podem ser prevenidas com refeições balanceadas Paula Nacasaki

Q

uem nunca ouviu aquele antigo ditado “você é aquilo que come”? Pois bem, esta metáfora não quer dizer que você será um vegetal se consumi-lo, muito menos um frango assado, e sim alerta para o seguinte fato: todo alimento ingerido é utilizado para fornecer energia para o funcionamento do organismo. Assim, todo indivíduo precisa ingerir vitaminas, proteínas, fibras, carboidratos, entre outros nutrientes, para suprir as necessidades do corpo e evitar futuras doenças causadas pela má alimentação. Muitos jovens, na correria do dia a dia, privam-se de uma refeição saudável, optando por um lanchinho, que é mais barato e mais rápido. A médio e longo prazos, essa opção pode acarretar doenças como obesidade, colesterol elevado, gastrite, diabetes e hipertensão. Todas essas enfermidades são relacionadas ao consumo excessivo de calorias e ao sedentarismo. “Muitos de meus pacientes sofrem com doenças que não têm cura, como diabetes e colesterol. Se desde jovens tivessem uma alimentação balanceada, com frutas, verduras e legumes, hoje teriam

uma velhice mais saudável”, diz a médica geriatra Marly Ferraz. Ela lembra que com o passar dos anos, o corpo precisa de mais nutrientes. Por isso, os jovens deveriam valorizar os prazeres de uma alimentação saudável para, no futuro, não sofrerem com doenças que poderiam ser evitadas pelo simples hábito de se alimentar bem.

Equilíbrio

Quem trabalha e frequenta a faculdade nem sempre tem tempo de ter a refeição “colorida” como sugerem os nutricionistas. Para piorar, cantinas de escolas costumam oferecer poucos atrativos saudáveis, como barras de cereais, lanches naturais, frutas e produtos do tipo “light”. Gerson Américo, estudante de jornalismo, afirma que não é fácil fugir das “bobagens” vendidas na cantina da faculdade onde estuda. “Às vezes consumo coisas calóricas, mas sempre tento equilibrar minhas refeições com frutas”, diz ele.

Já a estudante P.F.N., 22 anos, abusa das frutas e saladas durante o dia, pois seu jantar é substituído por um pão com requeijão e bolachas do tipo “light”. “O ideal é que se seguisse a pirâmide alimentar”, diz a nutricionista Ana Lúcia Roncato, mas nem sempre é fácil se manter em dieta, principalmente para os jovens que fazem muitas coisas ao mesmo tempo. A dica então é evitar o consumo exagerado de doces, frituras, bebidas alcoólicas, refrigerantes e cafés, além de praticar atividades físicas, aconselha a nutricionista.

Meu primeiro salário P. 3

Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo do ISCA Faculdades Ano 9 Edição 57 Novembro/2009

Que tal Computador Como você ser um está se pode fazer mal à saúde? alimentando? ciberativista? P. 12

P. 5

P. 4

Pescaria

Tradição de pai para filho P. 6 e 7

Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo do ISCA Faculdades

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CHARGE

editorial

ara marcar o fim do ano letivo de 2009, chega às suas mãos o último Em Foco do ano. Na corrida contra o tempo, o ser humano sempre busca alternativas de lazer e descanso para sair da rotina. A pescaria amadora, além de ser uma atividade prazerosa, é importante como “fuga dos problemas da cidade e do estresse”. A pesca representa hoje o segundo esporte mais praticado no Brasil, perdendo apenas para o futebol. Trata-se, como ressalta reportagem publicada nesta edição, de uma tradição que se mantém viva passada de geração a geração. Entretanto, com o avanço das tecnologias, há pessoas que preferem passar as horas de descanso em frente ao computador. Para muitos pescadores, isso fará com que a pesca caia em desuso. Além desse contratempo, há outros problemas. O uso demasiado do computador pode trazer sérios prejuízos para a saúde, conforme mostra outra reportagem desta edição. E se a pesca é opção de lazer, muitos estão à procura de opções de trabalho. Para o jovem, o primeiro salário é um sonho. Mas o que fazer com esse dinheiro? É preciso um planejamento financeiro para se ter uma vida estabilizada, aponta outra reportagem. E buscando o aperfeiçoamento para o mercado de trabalho, o Isca Faculdades promoveu no mês passado um Fórum de Integração do Conhecimento, que mobilizou todos os uni-

Ano 9 • Edição 57 Novembro/2009

_____________________ Jornal Laboratório

do Curso de Comunicação Social (Habilitação em Jornalismo) do Instituto Superior de Ciências Aplicadas (Isca Faculdades), entidade mantida pela Associação Limeirense de Educação (Alie).

Rosely Berwerth Pereira

Coordenadora de Jornalismo

Milena de Castro Silveira

Editor Responsável

Prof. Rodrigo Piscitelli (Mtb 29073)

Produção Gráfica

Prof. Renato Fabregat

As doenças esquecidas Preocupação com as enfermidades sexualmente transmissíveis deve ir além da Aids

versitários na participação em minicursos em diversas áreas. Reportagem desta edição trata do minicurso de governança corporativa. O Em Foco também aborda uma questão séria, a dos jovens infratores. Projetos desenvolvidos em Limeira tentam dar a esse público uma chance de recomeçar. Para os que querem uma maior participação na comunidade, há o Parlamento Jovem, um projeto da Assembléia Legislativa de São Paulo e que também é foco de reportagem. Esta edição mostra ainda os desafios enfrentados pelos portadores de deficiência visual – até para combater o que eles apontam ser o principal obstáculo a superar: a falta de informação alheia. Após um ano repleto de trabalhos e estudos, compromissos e responsabilidades, desafios e conquistas, os estudantes de Jornalismo trilharam mais uma etapa. Um novo ano se aproxima. É tempo de avaliar, planejar e reorganizar os ideais. É tempo de abastecer as expectativas no firme propósito de que vale a pena persistir, ser ousado e corajoso na tarefa de informar. Segundo o poeta Mário Quintana, a vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas, já é sexta-feira, já é Natal e já terminou o ano... Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, diz o poeta, eu nem olhava no relógio e não deixaria de fazer algo de que gostasse pela falta de tempo. Então, desde já feliz 2010 e boas festas!

Diretora Geral

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saúde

Computador pode fazer mal à saúde?

Mais um ano, mais um Em Foco

P

Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo do ISCA Faculdades

Reportagem Beatriz Belchior, Carlos Giannoni, Cintia Ferreira, Diego dos Santos (Editor), Gerson Américo, Gisele Carvalho, Juan Piva, Leandro Tetzner, Lídia Baião, Luana Delevedove, Milena Maróstica, Paula Nacasaki, Thayla Ramos e Vanessa Ferreira.

Luana Delevedove

A

Como você está se alimentando?

Aproveitando os momentos de lazer?

Como estão suas notas? by: fabregat :] www.fabregat.com.br

2

Endereço

Rodovia SP – 147 (Limeira-Piracicaba), Km 4 CEP 13.482-383 Limeira/SP - Caixa Postal 98

Home Page

www.iscafaculdades.com.br

Edição Virtual

emfoconaweb.blogspot.com

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55 (19) 3404-4700 [email protected]

2.000 exemplares Tribuna Piracicabana

s doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), antigamente chamadas de doenças venéreas, são infecciosas e transmitidas - como o próprio nome indica - por meio do contato sexual (seja vaginal, oral ou anal) com alguém que já tenha alguma moléstia do tipo. Como se sabe em tempos de Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), a melhor forma de evitar a contaminação de qualquer DST é o uso de preservativo. Desde que virou uma epidemia, a Aids tornou-se a mais conhecida das DSTs. Só em Limeira, conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde, há 1.123 casos de Aids notificados desde 1986, sendo que 61% deles estão entre pessoas de 15 a 34 anos. O número de mulheres infectadas é o mesmo de homens, e a maioria dessas mulheres relatou ter parceiro fixo há mais de dez anos. A Aids tornou-se um fato tão importante nos últimos tempos que a gravidade e a existência das outras doenças sexuais chega a ser ignorada e negligenciada por muitos. O que é um risco. Causadas por várias bactérias e vírus, existem mais de 25 doenças sexualmente transmissíveis que afetam homens e mulheres. Umas são mais conhecidas, como a hepatite; outras nem tanto, como a clamídia. Desde 2006, Limeira registrou 133 casos de hepatites, sendo que 108 são do tipo C. Algumas dessas enfermidades têm cura, outras acompa-

nham a pessoa por toda a vida. As DSTs podem afetar a saúde física e emocional e a qualidade de vida do paciente. Segundo a psicóloga Solange Dantas Ferrari, as DSTs afetam o psicológico da pessoa pelo preconceito que elas geram em razão da desinformação. “Muitos têm grandes dificuldades com a família, amigos, sentem a cobrança, o distanciamento, e isso abala o emocional, podendo piorar o quadro do paciente”, afirma. Diante desse quadro, a especialista - que já trabalhou no ambulatório de DST/Aids da Prefeitura de Limeira entre 1994 e 1996 - diz que negar e esconder a doença ainda é comum. Isso às vezes dificulta o tratamento, cita Solange, pois o primeiro passo é o paciente aceitar que tem o problema.

Cuidado

De acordo com a psicóloga , o trabalho com o portador da doença deve ser normal, sem acentuar o fato de ser um problema incurável. “Trato um paciente com DST da mesma forma que trato todos os meus pacientes, com muito amor, consideração, transmitindo otimismo e tentando incluí-lo em algum dos nossos grupos”, diz ela – que coordena vários grupos de apoio a portadores de doenças. A psicóloga salienta que o uso de preservativo é indispensável numa relação sexual, pois “quem vê cara não vê doenças sexualmente transmissíveis”. “Só com o uso de preservativos se pode minimizar o risco de apanhar as DSTs. Assim se estará praticando sexo seguro”, fala.

Algumas DSTs menos conhecidas • Balanite: só afeta os homens e geralmente apresenta-se como uma infecção da glande. • Clamídia: infecta o colo do útero da mulher. A uretra, o reto e os olhos podem ser infectados. • Epididimite: inflamação no sistema de tubos acima dos testículos onde o esperma está armazenado. • Herpes genital: pode afetar a boca, a área genital, a pele à volta do ânus e os dedos. • Verrugas genitais: pequenas verrugas carnosas que podem aparecer em qualquer parte dos genitais dos homens ou mulheres. • Gonorreia: infecta o colo do útero, a uretra, o reto, o ânus e a garganta. É possível estar infectado e não apresentar sintomas. É mais provável que os homens notem mais os sintomas do que as mulheres. • Infecções intestinais: provocam diarréia e dores de estômago. • Hepatite: provoca a inflamação do fígado. • Uretrite: inflamação da uretra. • Sífilis: infecção bacteriana. • Cândida: um fungo que vive na pele. • Tricomonas vaginalis: atinge a vagina e a uretra.

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polícia

economia

Projetos recuperam jovens em conflito com a lei

Meu primeiro salário

Ao menos 100 adolescentes de 12 a 18 anos são atendidos mensalmente em Limeira Thayla Ramos

E

m Limeira, 111 jovens foram apreendidos devido ao tráfico de drogas em 2008. Com o objetivo de combater este e outros delitos, o Projeto Crescer está atendendo mensalmente, desde 2002, ao menos 104 adolescentes envolvidos com drogas, tráfico e furto. Cerca de 70% dos atendidos têm de 12 a 18 anos e vêm da Fundação Casa (antiga Febem) ou são encaminhados pela Vara da Infância. Por decisão judicial, os adolescentes infratores ficam em liberdade assistida e são obrigados a cumprir medida socioeducativa por seis meses. Durante este período, devem receber incentivos para reintegração à sociedade. A primeira etapa do atendimento é a interpretação da medida, feita por psicólogas e assistentes sociais. Após o contexto familiar e social do jovem ser analisado, ele participa de reuniões semanais junto com outros adolescentes que estão em liberdade assistida e também de atendimentos individuais. Men-

salmente, é realizada uma reunião em grupo com os familiares dos adolescentes. “O trabalho de reintegração desses jovens é árduo”, afirma Silvana Bortolin, assistente social e diretora do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social). Ela destaca o contexto familiar dos adolescentes atendidos: muitos vêm de famílias que se sustentam pelo tráfico de drogas, não frequentam a escola e não sabem ler ou escrever. “O mundo infracional para eles é fácil devido ao quadro de exclusão. Esses jovens são induzidos e usados por uma sociedade consumista, que é indiferente à realidade em que vivem”, comenta. Nesse sentido, a assistente social ressalta a função do projeto de abrir portas para o estudo e o emprego aos adolescentes infratores, facilitando a inserção social deles e oferecendo-lhes melhores perspectivas de vida. “É um trabalho desleal e ainda apresenta poucos resultados, pois a aceitação social desses jovens é difícil e a maioria deles mostra resistência ao projeto”, afirma Silvana. Nos encontros, são abordados temas pertinentes às infrações, como drogas e valores sociais e morais. Há também debates sobre atualidades. Se após os seis meses o relatório do adolescente ainda não for favorável, pode-se pedir ao juizado mais três meses de liberdade assistida.

Prevenção

Assistente social e coordenadora do Projeto Crescer, Cleide Marrafon acredita no atendimento realizado. “Nosso objetivo é que eles caminhem com as próprias pernas”, declara. Ela explica que recuperar a defasagem dos adolescentes em conflito com a lei e incentivá-los a mudanças é essencial. “Para isso, tentamos conscientizá-los de seus direitos, compromissos e deveres”, ressalta. Pensando não só em recuperar os jovens, mas também prevenir que venham a cometer infrações mais graves, Cleide foi uma das idealizadoras do Projeto Alerta. “O projeto tem alcançado bons resultados”, diz. Criado em maio de 2009, o Alerta aplica-se a adolescentes que cometeram o primeiro ato infracional. Se após o registro de um boletim de ocorrência for decretada a remissão, advertência ou arquivamento do procedimento, o jovem envolvido é encaminhado ao projeto, mas a participação não é obrigatória. Como parte do Alerta, o programa Preparando Para o Mercado de Trabalho oferece aulas de natação, informática e outros esportes, além do acompanhamento pedagógico para os adolescentes e suas famílias. As atividades são realizadas no NAI (Núcleo de Atendimento Integrado).

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Jovens falam sobre a expectativa da primeira remuneração e especialistas destacam a importância de poupar dinheiro Cintia Ferreira

O

primeiro a gente nunca esquece. A frase pode ser clichê, mas o fato é que o primeiro salário é motivo de grande expectativa na vida de um jovem trabalhador. Beatriz Belchior, 24 anos, é estudante de jornalismo e trabalha há um mês como estagiária na Assessoria de Comunicações da Prefeitura de Limeira. Ela acaba de receber o seu primeiro salário e pretende usar parte dele para fazer uma viagem de férias no final do ano. Com o restante, pretende pagar algumas contas. “Também espero comprar uma camisa do meu time, o Palmeiras”, disse. Gisele Carvalho Roldan (foto), 31, começou a trabalhar há três semanas após um período de desemprego. Ela atua no Fundo Social de Solidariedade de Limeira. Para o pagamento que está próximo, faz planos de equilibrar sua vida financeira. “A outra metade de meu primei-

ro salário já está comprometida em um propósito que fiz com Deus”, revela. O administrador de empresas e professor universitário Celso Leite considera que tra-

balho é igual a independência financeira. Por isso, deixa um conselho aos novos trabalhadores: poupar dinheiro. “Desde o primeiro salário, reserve uma parcela, ao menos 10%, para poupança. Os demais 90%, se puder, use uma pequena parte para dar a si mesmo um presente, apenas para lembrar você de uma vitória sua: seu primeiro emprego, seu primeiro rendimento”, declara. Leite explica que uma pessoa ou uma nação terá autonomia para investimentos futuros dependendo de como for sua capacidade de poupar, ou seja, o seu investimento. “Quando jovem, eu guardava entre 70% a 80% do meu salário. Isso me possibilitou, quando casei,

por assustar muita gente porque costuma ser baixo. “Às vezes, é muito mais baixo que outras ocupações que não exigem conhecimentos ou especializações. É muito raro ver jovens que já começam com salários altos”, declara. Ela também acredita que vale a pena projetar o futuro e poupar, principalmente numa economia considerada incerta. Tanto Beatriz como Gisele possuem grandes expectativas de crescimento nos seus recentes empregos. Para isso, o professor deixa outra dica: os profissionais são avaliados pela sigla CHA, que significa conhecimento, habilidades e atitude. “Somos lembrados pelo que fazemos sempre. A excelência não é um ato, mas sim um hábito, por isso considero um desperdício ficar convercomprar um terreno, comprar todos os móveis à vista, viajar. sando na aula, colar, matar aula. Assim, jamais paguei aluguel e Isso é jogar dinheiro fora. É necessário estudar jamais fiz emsempre, investir préstimo em “Desde o primeiro tempo e dinheiro banco, porque os juros são salário, reserve uma no aprendizado abusivos.” constante para parcela, ao menos obter conquistas Segundo o professor, gas- 10%, para poupança” profissionais satar tudo o que tisfatórias”, gase ganha torna rante Leite. a pessoa escrava do próprio Diante desse cenário, a psitrabalho, pois precisa trabalhar cóloga lembra que, antigamente, apenas para viver. Já poupar é quem era formado em alguma um ato que ajuda a construir a faculdade saía na frente dos deliberdade futura. mais. “Hoje em dia, com a forte concorrência e crises no mercaProjetando o futuro Para a psicóloga Daniele do, a disputa é grande. Existe a Montezelli Barbatto, o salário necessidade de reciclar os codo primeiro emprego acaba nhecimentos”, aponta.

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cotidiano

tecnologia

O poder de um clique

Falta de informação ainda gera preconceito

Protestos pela Internet ajudam usuários a divulgar causas e organizar mobilizações Beatriz Belchior

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aras pintadas, movimentos estudantis contra ditadura, protestos contra a violência, tudo isso fez com que as pessoas saíssem de suas casas, organizassem-se e fossem às ruas protestar. Era assim que a insatisfação era demonstrada pela sociedade há algumas décadas. Hoje, com o auxílio da Internet, pode-se também mostrar a indignação por meio do ciberativismo. Esse tipo de ativismo praticado pelos internautas é usado principalmente por ONGs (organizações não governamentais) e entidades civis. Uma alternativa mais democrática e acessível de protesto. Participar de fóruns e grupos de discussões, mandar emails, mostrar insatisfação em abaixo-assinados online cobrando de empresas e autoridades o cumprimento de seus deveres são algumas possibilidades que o ciberativismo proporciona aos internautas. ONGs como Greenpeace, WWF e SOS Mata Atlântica dão a opção de interatividade aos voluntários, que participam de protestos e campanhas ambientais via Internet. Por meio dos sites, internautas têm o poder de reivindicar direitos com abaixo-assinados virtuais, que são encaminhados a

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empresas e políticos. Para o professor e publicitário Renato Frigo, a Internet foi a grande precursora do ciberativismo. Segundo ele, a rede mundial permite que o usuário expresse suas ideias e vontades sem a dependência dos grandes veículos de massa, como TVs e jornais. “É uma forma independente de expressão e que tem um poder de abrangência muito grande”, explica. O universitário Gustavo Schingler, 25 anos, não faz parte de nenhuma organização, mas mesmo assim iniciou uma cibercampanha contra o feriado do Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. Conforme Schingler, a iniciativa surgiu por não concordar com a ideia de que reservar um dia para conscientização das pessoas em relação à importância do negro na sociedade ameniza os episódios de preconceito. O protesto já conta com 500 assinaturas. Após obter um número mais expressivo, Schingler pretende encaminhar o abaixo-assinado virtual aos vereadores de Limeira – onde o feriado existe desde 2002. A professora e socióloga Adriana Pessatte analisa o ciberativismo como um fenômeno que não tem volta. “A circulação de ideias chega a um número

Deficientes visuais superam desafios na busca de uma vida normal Gerson Américo

A

cada vez maior de pessoas, expandindo fronteiras”, fala. Para ela, porém, campanhas veiculadas pela Internet só serão mais efetivas quando conseguirem transpor o meio virtual para o físico.

Fora Sarney

No fim de 2006, a caixa postal do senador mineiro Eduardo Azeredo (PSDB) ficou lotada de e-mails contrários ao projeto de lei feito por ele, apelidado por ativistas de AI-5 Digital. O projeto obrigava a identificação dos usuários de Internet antes de iniciar qualquer operação que envolvesse interatividade. A polêmica tomou tamanha proporção que a campanha chegou

Cibercampanhas na rede - Meia Amazônia Não!

Assine contra o projeto que ameaça metade das florestas brasileiras. www.greenpeace.org.br

a mobilizar outros senadores, como Eduardo Suplicy (PT-SP), e músicos, como os da banda Teatro Mágico. Outras campanhas, como a Fora Sarney, conseguiram expressividade após se espalharem por sites, blogs e redes sociais, mobilizando muitas pessoas que estavam descontentes com o comportamento do atual presidente do Senado Federal. A cibercampanha acabou saindo do âmbito virtual e foi parar nas ruas de muitas cidades, onde internautas se reuniram para materializar sua insatisfação contra José Sarney (PMDB-AP). José Matheus Ucelli, 25, é administrador de redes e participa constantemente de campa-

- Fundação Abrinq

nhas pela Internet. “Acho válido protestar, já que hoje a Internet é o meio de comunicação em massa mais rápido que existe e é acessível a muita gente. Quando o protesto se espalha pela rede ganha muita força”, comenta. Nas próximas eleições, a utilização da rede deve ser intensificada, já que a ideia de restringir o uso da Internet no período de campanhas eleitorais foi rejeitada. Com isso, é provável que o Brasil tenha um modelo de campanha parecido com o que os norte-americanos usaram na candidatura do então senador democrata Barack Obama e que contribuiu para a eleição dele para a presidência dos Estados Unidos.

Ajude a realizar ações sociais em prol de melhores condições de vida para crianças e adolescentes. http://fundacaoabrinq.wordpress.com

inclusão de deficientes visuais na sociedade ainda é um desafio no Brasil. E o principal motivo para isso quem explica é Alexandre Aparecido, 23 anos, deficiente visual e membro do Conselho dos Direitos das Pessoas com Deficiência de Limeira: mais que o preconceito, falta informação. Na avaliação dele, as pessoas têm medo do desconhecido e não sabem como é ter um contato mais próximo com o deficiente visual. Para difundir as informações do seu dia-a-dia, Alexandre realiza palestras em diversas escolas e instituições visando despertar a atenção das pessoas. “O preconceito se torna um conceito a partir do conhecimento”, declara. No Brasil, cerca de 1% da população é formada por deficientes visuais. Em Limeira, diz Alexandre, é difícil saber o número exato, pois muitos acabam não procurando os lugares corretos para conseguir os recursos necessários em relação ao problema. Um aspecto importante na vida do deficiente visual e para sua inclusão na sociedade é a garantia de um emprego. Existe uma lei que prevê a contratação pelas empresas de pessoas portadoras de deficiência e beneficiários reabilitados, mas a falta de informação gera obstáculos, fala Alexandre. Ele diz que as empresas abrem espaço para todos os tipos de deficientes, sejam físicos, auditivos ou mentais. No entanto, para o deficiente visual existem restrições no momento da contratação. “As pessoas não entendem que os cegos também podem realizar as atividades

normais. O que precisamos são de adaptações para o trabalho”, explica. A psicóloga organizacional Michele Pessoa, 32, acredita que seja possível a inclusão de deficientes visuais nas empresas desde que haja os recursos para eles poderem trabalhar normalmente. Para ela, a sociedade ainda não está preparada para receber o deficiente visual. “Por meio de uma melhoria na estruturação das empresas, com uma adaptação nos recursos tecnológicos, as oportunidades para os deficientes visuais se tornariam maiores”, diz.

Esporte

Anderson Luiz do Nascimento explica que a deficiência visual pode se dar em decorrência de causas congênitas ou hereditárias. Ela se caracteriza pela diminuição nas respostas da visão de maneira leve, moderada ou profunda, que é a cegueira. No caso de Nascimento, a visão foi ficando comprometida no decorrer da infância. Hoje, ele revela ter uma vida quase normal, pois consegue realizar diversas atividades. “Eu gosto de correr, estudar, usar a Internet, cantar no coral e praticar esportes”, declara. De acordo com Nascimento, existem muitos esportes adaptados aos cegos, como judô, atletismo, natação e futebol, entre outros. Em 2005, ele até participou do Mundial de Cegos, em São Paulo, disputando a modalidade de salto em distância. “Naquele campeonato eu quebrei o recorde e desde então ninguém atingiu a minha marca”, conta. Para Nascimento, por meio do esporte é possível alcançar ótimos resultados, mas é necessário

que haja um acompanhamento de profissionais sérios. Este ano, ele começou a faculdade. Escolheu a área de recursos humanos pelo fato de gostar de trabalhar com as pessoas. De acordo com Nascimento, o custo para o aprendizado do cego é muito alto, pois as máquinas de escrever em braile e os softwares sintetizadores de voz são caros e pouco acessíveis para os deficientes sem recursos. “É muito mais caro ser cego do que difícil”, afirma.

Aprendizado

Outro sinal de que a falta de informação dificulta a inclusão social vem da própria educação. A pedagoga Andréia Leite Chaves, 24, afirma que o professor não capacitado, no momento de ensinar um indivíduo com deficiência visual, passa por muitas dificuldades e o aprendizado se torna difícil. “Além de tudo, ainda existe o preconceito de algumas pessoas, que acabam não sabendo lidar com o indivíduo que tem necessidades especiais. As pessoas não precisam nem falar para demonstrar o preconceito, às vezes basta um olhar que já diz tudo”, declara. Para Jéssica Luzia Peres Pereira, 18, estudante e deficiente visual, os professores se esforçam ao máximo e fazem o possível para ajudar os alunos, mas existem dificuldades. Apesar disso, segundo ela, sua vida não é nem um pouco limitada por conta da deficiência visual, pois sua rotina é repleta de atividades. “Faço teatro, atletismo, corro na rua, gosto muito de ouvir música e sou compositora. A vontade de vencer faz um sonho crescer e só depende de você fazer acontecer”, diz ela.

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tecnologia

política

Parlamento Jovem desperta democracia nos estudantes Foco é estimular o surgimento de uma geração de pessoas engajadas e com capacidade de organização Vanessa Ferreira

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om o objetivo de possibilitar a vivência do processo democrático a alunos de escolas públicas e particulares, a Assembléia Legislativa de São Paulo criou o Parlamento Jovem Paulista. Surgido em 1999, o projeto tem a intenção de oferecer em um único dia de sessão parlamentar esclarecimentos sobre a razão de ser, as funções e o cotidiano do Poder Legislativo. De acordo com o site da Assembléia, o Parlamento Jovem Paulista é constituído por 94 deputados, eleitos entre estudantes de 5ª à 8ª série do Ensino Fundamental e da 1ª à 3ª série do Ensino Médio. O aluno deve se inscrever junto à direção de sua escola ou outro órgão que ela sugerir. Para Nathalia Falcão Cury, formada em Biologia, o Parlamento Jovem permitiu ter uma visão diferenciada sobre a política. Antes de participar, ela fazia uma ideia negativa do Legislativo, pois tinha pouco conhecimento sobre o assunto. “Política não é questão de gostar ou não. Ela faz parte dos nossos dias e devemos nos preocupar com isso”, diz. Apesar do conhecimento sobre política ser um exercício importante para os jovens, Nathalia alerta que algumas pessoas não têm

embasamento suficiente pa-ra lidar com os problemas dessa atividade política. “Começar muito cedo sem nenhum conhecimento faz com que se criem políticos superficiais, ou seja, sem ideologia e responsabilidades para assumirem um cargo”, comenta. O universitário Gustavo Rodovalho Boriolo relata que sua vivência no Parlamento Jovem mostrou a importância da organização e clareza no desenvolvimento de qualquer projeto, no caso os do Legislativo. Além disso, ele aprendeu também a importância da argumentação convincente a respeito de suas ideias e a capacidade de negociação e de relacionamentos na eleição da Mesa Diretora. “Como cidadão, o Parlamento Jovem deixou ainda mais clara a importância da participação política de todas as pessoas”, comenta. De acordo com Boriolo, participar do Parlamento Jovem proporcionou um acréscimo em seu conhecimento sobre as atividades legislativas. Desde a elaboração de um projeto e todo o protocolo a ser respeitado até sua apresentação e votação. “Conhecer o processo legislativo e o funcionamento de uma Casa de Leis, como a Assembléia, é o que mais somou à minha vida tanto de estudante como de cidadão”, relata.

divulgação

Os perigos do computador

Uso inadequado do equipamento e da Internet pode causar problemas físicos e psicológicos Carlos Giannoni

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Outros projetos em Brasília

O Parlamento Jovem Brasileiro tem por objetivo possibilitar aos alunos de escolas públicas e particulares a vivência do processo democrático mediante a participação em uma jornada parlamentar na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). Os deputados jovens são pré-selecionados pelas secretarias de Educação dos estados por meio da apresentação de um projeto de lei. Os estudantes devem ter entre 16 e 22 anos e estar matriculados no 3º ano do Ensino Médio. Para mais informações, acesse o endereço www2.camara.gov.br. A Câmara Mirim é um programa edu-

divulgação

cativo promovido pelo Plenarinho, que simula uma sessão ordinária da Câmara dos Deputados. No dia do evento, alunos do Ensino Fundamental fazem o papel de deputados mirins e apresentam, debatem e votam três projetos de lei selecionados entre todos os projetos enviados pelas crianças. A iniciativa acontece anualmente, sempre na segunda quinzena de outubro. Podem participar escolas do Ensino Fundamental de todo o Brasil, além de Câmaras Mirins de Vereadores. Os alunos participantes devem estar matriculados em turmas do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental. Para mais informações, acesse o endereço www.plenarinho.gov.br.

omullo Ramalho dos Reis, estudante de 21 anos, passa mais de 10 horas diárias sentado em frente ao computador, hábito que já lhe trouxe problemas. E não só ele. De acordo com a 20ª pesquisa anual da FGV (Fundação Getúlio Vargas), realizada pelo Centro de Tecnologia e Informação Aplicada da Eaesp (Escola de Administração de Empresas de São Paulo), o Brasil ultrapassou este ano 60 milhões de computadores, tanto no mercado corporativo quanto no doméstico. Cada vez mais popular e acessível, o equipamento pode causar vários males. Um trabalho desenvolvido pelos alunos Adriana Quintas, Denison Bergold, Jefferson Carvalho e Orlei José Pombeiro, da SPEI (Sociedade Paranaense de Ensino e Informática), indica que os problemas podem ser físicos e psicológicos. No primeiro caso, eles começam pela má postura, atingem os olhos, podendo ainda causar doenças nos ossos e músculos; no segundo, eles passam a interferir na personalidade e no cotidiano da pessoa.

Reis conta que sua má postura ao se sentar e as várias horas seguidas jogando no computador lhe ocasionaram fortes dores nas costas e início de L.E.R. (Lesão por Esforço Repetitivo) na mão direita. As doenças relacionadas ao uso do computador afetam as costas, podendo causar artrose, lordose, cifose e escoliose. Nos olhos, manifesta-se a síndrome do olho seco, que consiste em ficar um longo período sem piscar, prejudicando a lubrificação dos olhos. Nos membros superiores, braços e mãos, pode ocorrer a L.E.R. ou D.O.R.T. (Distúrbios Osteomoleculares Relacionados ao Trabalho), que se não tratados podem levar a outras doenças. A pesquisa dos alunos da SPEI ainda relata que qualquer usuário que utilize o computador mais que duas horas diárias pode desenvolver qualquer dessas doenças. Reis diz ter resolvido os problemas com ações simples. “Hoje, tenho uma cadeira adequada e sempre me atento à postura correta ao me sentar. Além disso, a cada hora no computador paro alguns minutos e faço alongamento nas

mãos e braços, evitando o surgimento da L.E.R.”, conta.

Internet

O instituto Ibope Nielsen Online projeta que existam no Brasil 64,8 milhões de pessoas maiores de 16 anos com acesso à Internet atualmente, incluindo

uso em lan-houses, em casa, no trabalho, na escola, em bibliotecas e telecentros. De acordo com a psicóloga Maria Ângela Vargas Bueno, a rede oferece inúmeros recursos ao alcance de um clique e se usada sem exageros não há problemas. “É um recurso criado pelo homem e a seu serviço, portanto, requer uso adequado”, complementa. O estudante diz que seu computador fica conectado 24 horas por dia, estando nele ou não. Quando não está na Internet no seu local de trabalho, Reis se conecta de casa, sempre com o televisor ligado simultaneamente. Para a psicóloga, esse comportamento é perigoso, pois o uso excessivo da Internet pode levar ao isolamento social - a pessoa deixa de cumprir obrigações pessoais, profissionais e familiares, havendo interferência em seu relacionamento interpessoal. Reis conta que quando mais novo, levava broncas de sua mãe por ficar várias horas online. “Às vezes ia dormir só às 10h porque passava a noite conversando ou apostando quem ia dormir por último”. Ele conta ainda uma passagem engraçada em uma de suas noites em claro na Internet.

“Eram 8h de um sábado, minha mãe acordou e eu ainda estava no computador. Ela me questionou se não iria dormir, respondi que não sabia e já que ela estava acordada que fosse comprar pão para eu comer”. A bronca foi grande, confessa. O estudante diz que hoje, mesmo usando muito o computador e a Internet, consegue se controlar e achar um equilíbrio para que isso não o prejudique em suas atividades diárias. Segundo Ângela, o vício da Internet geralmente se desenvolve em pessoas de vocação solitária, que não desejam o convívio com outras. A psicóloga explica que o danoso nessa situação é a perda do controle. “A pessoa sente uma necessidade imensa de acessar a Internet e, não conseguindo realizá-la, experimentará ansiedade”, fala. As características encontradas nos viciados virtuais são o isolamento da família e dos amigos, problemas acadêmicos e ocupacionais, incapacidade de controlar o tempo de uso do computador, alteração do relógio biológico e dos horários de refeições, ansiedade quando não se está conectado, agitação, tensão e depressão.

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Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo do ISCA Faculdades

• Ano 9 • Edição 57 • Novembro/2009

Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo do ISCA Faculdades

• Ano 9 • Edição 57 • Novembro/2009

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lazer

Prática da pescaria é cultivada por gerações Pesqueiro possibilita o Como opção de lazer, a pesca disputa com os avanços tecnológicos a atenção de crianças e jovens

Juan Franscesco Piva

A

pescaria tornou-se uma válvula de escape para o estresse do mundo moderno. A busca por alimento ficou em segundo plano; a diversão e a paz que a pesca amadora proporciona são o que a mantém viva, transmitida graças ao ensinamento de geração a geração. No entanto, a prática tem recebido a concorrência das novas tecnologias, que mantêm crianças e jovens cada vez mais distantes do contato com a natureza.

encontro das gerações

Não é o que pensa seu pai, o operador de máquinas José Roberto Martinelli, 50. Ele acredita que o mesmo avanço tecnológico que reduziu o interesse de muitas crianças e jovens pela pescaria pode tornar-se entediante, possibilitando talvez o retorno desses indivíduos à beira de um rio, lagoa ou pesqueiro com seus filhos e netos. “As pessoas que gostam de pescar vão passar esse hobby para seus filhos”. Entretanto, diz o pai, as crianças de famílias que não gostam de pescaria dificilmente tomarão gosto pela pesca sem alguém para levá-las.

O estudante Lucas Martinelli, 15 anos, foi pescar pela primeira vez com os pais quando tinha 3 anos de idade. Hoje, seu pai ainda pesca com Consumo e Lazer Segundo o Portal SESC frequência, mas ele nem tanto. “Agora me interesso mais (Serviço Social do Comércio), por coisas da minha idade, a pesca responde por menos como computador e video- de 1% do PIB (Produto Ingame”, diz. Indagado sobre o terno Bruto) nacional. O consumo de pesque perdem os cado no Brasil que são cria“As pessoas que também está dos longe do contato com a gostam de pescar vão abaixo da média mundial. O pesca, o jovem passar esse hobby brasileiro conadmite ser “inpara seus filhos.” some por ano substituível” a não mais do emoção de ver que sete quilos um peixe saltando no lago e sendo tirado de peixe - a média mundial é da água, “além de poder lavar de 15 quilos e o mínimo recoas mãos na lagoa”. Ele acre- mendado pela OMS (Organidita que a prática da pescaria zação Mundial de Saúde) é de vá diminuir “devido à grande 12 quilos por pessoa. Na opinião do auxiliar procura dos jovens por shoGuilherme ppings e outros locais mais administrativo Bongagna, 19, o consumo de populares”.

O

comerciante Sebastião Luis de Camargo, 63 anos, proprietário do Pesqueiro do Camargo Recanto da Paz, em Americana, vê em seu estabelecimento o encontro de gerações unidas pela pesca. Há desde crianças de 6 anos até idosos. O trabalho de limpar e fritar os peixes justifica o grande movimento no pesqueiro pela venda de porções. “Muitas pessoas vêm aqui só para comer e conversar, às vezes nem pescam”, conta Camargo. O movimento em seu estabelecimento é maior aos finais de semana.

peixes tem caído pela poluição dos rios. Ele foi com seu pai pescar pela primeira vez quando tinha 10 anos e hoje mantém essa prática. O jovem, porém, ainda não aprendeu a lidar com as tralhas de pesca. O pai é quem cuida de tudo, desde o preparo da vara até a escolha da isca apropriada. Pai de Guilherme, o apo-

sentado Edson Geraldo Bongagna, 50, acredita que a pesca amadora está com os dias contados, pois “os peixes estão acabando”. Apesar da avaliação pessimista, novos lugares para pescaria surgem em todo o país (veja quadro). O aposentado - que teve seu avô como professor de pescaria - avalia que as crianças ligadas às evoluções tec-

nológicas “não se interessam mais pela natureza”. Em razão disso, diz ele, a prática da pescaria tende a diminuir. “Uma criança que ainda não teve a oportunidade de pescar perde culturalmente a emoção de aprender com o pai a tirar um peixe da água”, afirma a professora de educação física Amanda Maria Pedra, 23, que foi pela primeira vez a uma

pescaria com o pai. Pai de Amanda, o motorista Antonio Carlos Pedra, 52, acredita que as próximas gerações dificilmente continuarão com essa prática milenar. “Hoje em dia, as pessoas acham mais fácil comprar o peixe limpo e embalado do que ter o trabalho de ir até o rio e pescar seu próprio alimento”, comenta.

De acordo com uma produção acadêmica disponível no Portal da Administração, a pesca é o esporte com segundo maior número de praticantes no Brasil, estando atrás apenas do futebol. Estima-se que no país existam 30 milhões de pescadores amadores, sendo que cinco milhões pescam semanalmente. Em 2008, existiam oficialmente 750 pesque-pagues no Estado de São Paulo e 1,2 mil lugares de lazer e pesca no Brasil.

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lazer

Prática da pescaria é cultivada por gerações Pesqueiro possibilita o Como opção de lazer, a pesca disputa com os avanços tecnológicos a atenção de crianças e jovens

Juan Franscesco Piva

A

pescaria tornou-se uma válvula de escape para o estresse do mundo moderno. A busca por alimento ficou em segundo plano; a diversão e a paz que a pesca amadora proporciona são o que a mantém viva, transmitida graças ao ensinamento de geração a geração. No entanto, a prática tem recebido a concorrência das novas tecnologias, que mantêm crianças e jovens cada vez mais distantes do contato com a natureza.

encontro das gerações

Não é o que pensa seu pai, o operador de máquinas José Roberto Martinelli, 50. Ele acredita que o mesmo avanço tecnológico que reduziu o interesse de muitas crianças e jovens pela pescaria pode tornar-se entediante, possibilitando talvez o retorno desses indivíduos à beira de um rio, lagoa ou pesqueiro com seus filhos e netos. “As pessoas que gostam de pescar vão passar esse hobby para seus filhos”. Entretanto, diz o pai, as crianças de famílias que não gostam de pescaria dificilmente tomarão gosto pela pesca sem alguém para levá-las.

O estudante Lucas Martinelli, 15 anos, foi pescar pela primeira vez com os pais quando tinha 3 anos de idade. Hoje, seu pai ainda pesca com Consumo e Lazer Segundo o Portal SESC frequência, mas ele nem tanto. “Agora me interesso mais (Serviço Social do Comércio), por coisas da minha idade, a pesca responde por menos como computador e video- de 1% do PIB (Produto Ingame”, diz. Indagado sobre o terno Bruto) nacional. O consumo de pesque perdem os cado no Brasil que são cria“As pessoas que também está dos longe do contato com a gostam de pescar vão abaixo da média mundial. O pesca, o jovem passar esse hobby brasileiro conadmite ser “inpara seus filhos.” some por ano substituível” a não mais do emoção de ver que sete quilos um peixe saltando no lago e sendo tirado de peixe - a média mundial é da água, “além de poder lavar de 15 quilos e o mínimo recoas mãos na lagoa”. Ele acre- mendado pela OMS (Organidita que a prática da pescaria zação Mundial de Saúde) é de vá diminuir “devido à grande 12 quilos por pessoa. Na opinião do auxiliar procura dos jovens por shoGuilherme ppings e outros locais mais administrativo Bongagna, 19, o consumo de populares”.

O

comerciante Sebastião Luis de Camargo, 63 anos, proprietário do Pesqueiro do Camargo Recanto da Paz, em Americana, vê em seu estabelecimento o encontro de gerações unidas pela pesca. Há desde crianças de 6 anos até idosos. O trabalho de limpar e fritar os peixes justifica o grande movimento no pesqueiro pela venda de porções. “Muitas pessoas vêm aqui só para comer e conversar, às vezes nem pescam”, conta Camargo. O movimento em seu estabelecimento é maior aos finais de semana.

peixes tem caído pela poluição dos rios. Ele foi com seu pai pescar pela primeira vez quando tinha 10 anos e hoje mantém essa prática. O jovem, porém, ainda não aprendeu a lidar com as tralhas de pesca. O pai é quem cuida de tudo, desde o preparo da vara até a escolha da isca apropriada. Pai de Guilherme, o apo-

sentado Edson Geraldo Bongagna, 50, acredita que a pesca amadora está com os dias contados, pois “os peixes estão acabando”. Apesar da avaliação pessimista, novos lugares para pescaria surgem em todo o país (veja quadro). O aposentado - que teve seu avô como professor de pescaria - avalia que as crianças ligadas às evoluções tec-

nológicas “não se interessam mais pela natureza”. Em razão disso, diz ele, a prática da pescaria tende a diminuir. “Uma criança que ainda não teve a oportunidade de pescar perde culturalmente a emoção de aprender com o pai a tirar um peixe da água”, afirma a professora de educação física Amanda Maria Pedra, 23, que foi pela primeira vez a uma

pescaria com o pai. Pai de Amanda, o motorista Antonio Carlos Pedra, 52, acredita que as próximas gerações dificilmente continuarão com essa prática milenar. “Hoje em dia, as pessoas acham mais fácil comprar o peixe limpo e embalado do que ter o trabalho de ir até o rio e pescar seu próprio alimento”, comenta.

De acordo com uma produção acadêmica disponível no Portal da Administração, a pesca é o esporte com segundo maior número de praticantes no Brasil, estando atrás apenas do futebol. Estima-se que no país existam 30 milhões de pescadores amadores, sendo que cinco milhões pescam semanalmente. Em 2008, existiam oficialmente 750 pesque-pagues no Estado de São Paulo e 1,2 mil lugares de lazer e pesca no Brasil.

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tecnologia

política

Parlamento Jovem desperta democracia nos estudantes Foco é estimular o surgimento de uma geração de pessoas engajadas e com capacidade de organização Vanessa Ferreira

C

om o objetivo de possibilitar a vivência do processo democrático a alunos de escolas públicas e particulares, a Assembléia Legislativa de São Paulo criou o Parlamento Jovem Paulista. Surgido em 1999, o projeto tem a intenção de oferecer em um único dia de sessão parlamentar esclarecimentos sobre a razão de ser, as funções e o cotidiano do Poder Legislativo. De acordo com o site da Assembléia, o Parlamento Jovem Paulista é constituído por 94 deputados, eleitos entre estudantes de 5ª à 8ª série do Ensino Fundamental e da 1ª à 3ª série do Ensino Médio. O aluno deve se inscrever junto à direção de sua escola ou outro órgão que ela sugerir. Para Nathalia Falcão Cury, formada em Biologia, o Parlamento Jovem permitiu ter uma visão diferenciada sobre a política. Antes de participar, ela fazia uma ideia negativa do Legislativo, pois tinha pouco conhecimento sobre o assunto. “Política não é questão de gostar ou não. Ela faz parte dos nossos dias e devemos nos preocupar com isso”, diz. Apesar do conhecimento sobre política ser um exercício importante para os jovens, Nathalia alerta que algumas pessoas não têm

embasamento suficiente pa-ra lidar com os problemas dessa atividade política. “Começar muito cedo sem nenhum conhecimento faz com que se criem políticos superficiais, ou seja, sem ideologia e responsabilidades para assumirem um cargo”, comenta. O universitário Gustavo Rodovalho Boriolo relata que sua vivência no Parlamento Jovem mostrou a importância da organização e clareza no desenvolvimento de qualquer projeto, no caso os do Legislativo. Além disso, ele aprendeu também a importância da argumentação convincente a respeito de suas ideias e a capacidade de negociação e de relacionamentos na eleição da Mesa Diretora. “Como cidadão, o Parlamento Jovem deixou ainda mais clara a importância da participação política de todas as pessoas”, comenta. De acordo com Boriolo, participar do Parlamento Jovem proporcionou um acréscimo em seu conhecimento sobre as atividades legislativas. Desde a elaboração de um projeto e todo o protocolo a ser respeitado até sua apresentação e votação. “Conhecer o processo legislativo e o funcionamento de uma Casa de Leis, como a Assembléia, é o que mais somou à minha vida tanto de estudante como de cidadão”, relata.

divulgação

Os perigos do computador

Uso inadequado do equipamento e da Internet pode causar problemas físicos e psicológicos Carlos Giannoni

R

Outros projetos em Brasília

O Parlamento Jovem Brasileiro tem por objetivo possibilitar aos alunos de escolas públicas e particulares a vivência do processo democrático mediante a participação em uma jornada parlamentar na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). Os deputados jovens são pré-selecionados pelas secretarias de Educação dos estados por meio da apresentação de um projeto de lei. Os estudantes devem ter entre 16 e 22 anos e estar matriculados no 3º ano do Ensino Médio. Para mais informações, acesse o endereço www2.camara.gov.br. A Câmara Mirim é um programa edu-

divulgação

cativo promovido pelo Plenarinho, que simula uma sessão ordinária da Câmara dos Deputados. No dia do evento, alunos do Ensino Fundamental fazem o papel de deputados mirins e apresentam, debatem e votam três projetos de lei selecionados entre todos os projetos enviados pelas crianças. A iniciativa acontece anualmente, sempre na segunda quinzena de outubro. Podem participar escolas do Ensino Fundamental de todo o Brasil, além de Câmaras Mirins de Vereadores. Os alunos participantes devem estar matriculados em turmas do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental. Para mais informações, acesse o endereço www.plenarinho.gov.br.

omullo Ramalho dos Reis, estudante de 21 anos, passa mais de 10 horas diárias sentado em frente ao computador, hábito que já lhe trouxe problemas. E não só ele. De acordo com a 20ª pesquisa anual da FGV (Fundação Getúlio Vargas), realizada pelo Centro de Tecnologia e Informação Aplicada da Eaesp (Escola de Administração de Empresas de São Paulo), o Brasil ultrapassou este ano 60 milhões de computadores, tanto no mercado corporativo quanto no doméstico. Cada vez mais popular e acessível, o equipamento pode causar vários males. Um trabalho desenvolvido pelos alunos Adriana Quintas, Denison Bergold, Jefferson Carvalho e Orlei José Pombeiro, da SPEI (Sociedade Paranaense de Ensino e Informática), indica que os problemas podem ser físicos e psicológicos. No primeiro caso, eles começam pela má postura, atingem os olhos, podendo ainda causar doenças nos ossos e músculos; no segundo, eles passam a interferir na personalidade e no cotidiano da pessoa.

Reis conta que sua má postura ao se sentar e as várias horas seguidas jogando no computador lhe ocasionaram fortes dores nas costas e início de L.E.R. (Lesão por Esforço Repetitivo) na mão direita. As doenças relacionadas ao uso do computador afetam as costas, podendo causar artrose, lordose, cifose e escoliose. Nos olhos, manifesta-se a síndrome do olho seco, que consiste em ficar um longo período sem piscar, prejudicando a lubrificação dos olhos. Nos membros superiores, braços e mãos, pode ocorrer a L.E.R. ou D.O.R.T. (Distúrbios Osteomoleculares Relacionados ao Trabalho), que se não tratados podem levar a outras doenças. A pesquisa dos alunos da SPEI ainda relata que qualquer usuário que utilize o computador mais que duas horas diárias pode desenvolver qualquer dessas doenças. Reis diz ter resolvido os problemas com ações simples. “Hoje, tenho uma cadeira adequada e sempre me atento à postura correta ao me sentar. Além disso, a cada hora no computador paro alguns minutos e faço alongamento nas

mãos e braços, evitando o surgimento da L.E.R.”, conta.

Internet

O instituto Ibope Nielsen Online projeta que existam no Brasil 64,8 milhões de pessoas maiores de 16 anos com acesso à Internet atualmente, incluindo

uso em lan-houses, em casa, no trabalho, na escola, em bibliotecas e telecentros. De acordo com a psicóloga Maria Ângela Vargas Bueno, a rede oferece inúmeros recursos ao alcance de um clique e se usada sem exageros não há problemas. “É um recurso criado pelo homem e a seu serviço, portanto, requer uso adequado”, complementa. O estudante diz que seu computador fica conectado 24 horas por dia, estando nele ou não. Quando não está na Internet no seu local de trabalho, Reis se conecta de casa, sempre com o televisor ligado simultaneamente. Para a psicóloga, esse comportamento é perigoso, pois o uso excessivo da Internet pode levar ao isolamento social - a pessoa deixa de cumprir obrigações pessoais, profissionais e familiares, havendo interferência em seu relacionamento interpessoal. Reis conta que quando mais novo, levava broncas de sua mãe por ficar várias horas online. “Às vezes ia dormir só às 10h porque passava a noite conversando ou apostando quem ia dormir por último”. Ele conta ainda uma passagem engraçada em uma de suas noites em claro na Internet.

“Eram 8h de um sábado, minha mãe acordou e eu ainda estava no computador. Ela me questionou se não iria dormir, respondi que não sabia e já que ela estava acordada que fosse comprar pão para eu comer”. A bronca foi grande, confessa. O estudante diz que hoje, mesmo usando muito o computador e a Internet, consegue se controlar e achar um equilíbrio para que isso não o prejudique em suas atividades diárias. Segundo Ângela, o vício da Internet geralmente se desenvolve em pessoas de vocação solitária, que não desejam o convívio com outras. A psicóloga explica que o danoso nessa situação é a perda do controle. “A pessoa sente uma necessidade imensa de acessar a Internet e, não conseguindo realizá-la, experimentará ansiedade”, fala. As características encontradas nos viciados virtuais são o isolamento da família e dos amigos, problemas acadêmicos e ocupacionais, incapacidade de controlar o tempo de uso do computador, alteração do relógio biológico e dos horários de refeições, ansiedade quando não se está conectado, agitação, tensão e depressão.

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cotidiano

tecnologia

O poder de um clique

Falta de informação ainda gera preconceito

Protestos pela Internet ajudam usuários a divulgar causas e organizar mobilizações Beatriz Belchior

C

aras pintadas, movimentos estudantis contra ditadura, protestos contra a violência, tudo isso fez com que as pessoas saíssem de suas casas, organizassem-se e fossem às ruas protestar. Era assim que a insatisfação era demonstrada pela sociedade há algumas décadas. Hoje, com o auxílio da Internet, pode-se também mostrar a indignação por meio do ciberativismo. Esse tipo de ativismo praticado pelos internautas é usado principalmente por ONGs (organizações não governamentais) e entidades civis. Uma alternativa mais democrática e acessível de protesto. Participar de fóruns e grupos de discussões, mandar emails, mostrar insatisfação em abaixo-assinados online cobrando de empresas e autoridades o cumprimento de seus deveres são algumas possibilidades que o ciberativismo proporciona aos internautas. ONGs como Greenpeace, WWF e SOS Mata Atlântica dão a opção de interatividade aos voluntários, que participam de protestos e campanhas ambientais via Internet. Por meio dos sites, internautas têm o poder de reivindicar direitos com abaixo-assinados virtuais, que são encaminhados a

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empresas e políticos. Para o professor e publicitário Renato Frigo, a Internet foi a grande precursora do ciberativismo. Segundo ele, a rede mundial permite que o usuário expresse suas ideias e vontades sem a dependência dos grandes veículos de massa, como TVs e jornais. “É uma forma independente de expressão e que tem um poder de abrangência muito grande”, explica. O universitário Gustavo Schingler, 25 anos, não faz parte de nenhuma organização, mas mesmo assim iniciou uma cibercampanha contra o feriado do Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. Conforme Schingler, a iniciativa surgiu por não concordar com a ideia de que reservar um dia para conscientização das pessoas em relação à importância do negro na sociedade ameniza os episódios de preconceito. O protesto já conta com 500 assinaturas. Após obter um número mais expressivo, Schingler pretende encaminhar o abaixo-assinado virtual aos vereadores de Limeira – onde o feriado existe desde 2002. A professora e socióloga Adriana Pessatte analisa o ciberativismo como um fenômeno que não tem volta. “A circulação de ideias chega a um número

Deficientes visuais superam desafios na busca de uma vida normal Gerson Américo

A

cada vez maior de pessoas, expandindo fronteiras”, fala. Para ela, porém, campanhas veiculadas pela Internet só serão mais efetivas quando conseguirem transpor o meio virtual para o físico.

Fora Sarney

No fim de 2006, a caixa postal do senador mineiro Eduardo Azeredo (PSDB) ficou lotada de e-mails contrários ao projeto de lei feito por ele, apelidado por ativistas de AI-5 Digital. O projeto obrigava a identificação dos usuários de Internet antes de iniciar qualquer operação que envolvesse interatividade. A polêmica tomou tamanha proporção que a campanha chegou

Cibercampanhas na rede - Meia Amazônia Não!

Assine contra o projeto que ameaça metade das florestas brasileiras. www.greenpeace.org.br

a mobilizar outros senadores, como Eduardo Suplicy (PT-SP), e músicos, como os da banda Teatro Mágico. Outras campanhas, como a Fora Sarney, conseguiram expressividade após se espalharem por sites, blogs e redes sociais, mobilizando muitas pessoas que estavam descontentes com o comportamento do atual presidente do Senado Federal. A cibercampanha acabou saindo do âmbito virtual e foi parar nas ruas de muitas cidades, onde internautas se reuniram para materializar sua insatisfação contra José Sarney (PMDB-AP). José Matheus Ucelli, 25, é administrador de redes e participa constantemente de campa-

- Fundação Abrinq

nhas pela Internet. “Acho válido protestar, já que hoje a Internet é o meio de comunicação em massa mais rápido que existe e é acessível a muita gente. Quando o protesto se espalha pela rede ganha muita força”, comenta. Nas próximas eleições, a utilização da rede deve ser intensificada, já que a ideia de restringir o uso da Internet no período de campanhas eleitorais foi rejeitada. Com isso, é provável que o Brasil tenha um modelo de campanha parecido com o que os norte-americanos usaram na candidatura do então senador democrata Barack Obama e que contribuiu para a eleição dele para a presidência dos Estados Unidos.

Ajude a realizar ações sociais em prol de melhores condições de vida para crianças e adolescentes. http://fundacaoabrinq.wordpress.com

inclusão de deficientes visuais na sociedade ainda é um desafio no Brasil. E o principal motivo para isso quem explica é Alexandre Aparecido, 23 anos, deficiente visual e membro do Conselho dos Direitos das Pessoas com Deficiência de Limeira: mais que o preconceito, falta informação. Na avaliação dele, as pessoas têm medo do desconhecido e não sabem como é ter um contato mais próximo com o deficiente visual. Para difundir as informações do seu dia-a-dia, Alexandre realiza palestras em diversas escolas e instituições visando despertar a atenção das pessoas. “O preconceito se torna um conceito a partir do conhecimento”, declara. No Brasil, cerca de 1% da população é formada por deficientes visuais. Em Limeira, diz Alexandre, é difícil saber o número exato, pois muitos acabam não procurando os lugares corretos para conseguir os recursos necessários em relação ao problema. Um aspecto importante na vida do deficiente visual e para sua inclusão na sociedade é a garantia de um emprego. Existe uma lei que prevê a contratação pelas empresas de pessoas portadoras de deficiência e beneficiários reabilitados, mas a falta de informação gera obstáculos, fala Alexandre. Ele diz que as empresas abrem espaço para todos os tipos de deficientes, sejam físicos, auditivos ou mentais. No entanto, para o deficiente visual existem restrições no momento da contratação. “As pessoas não entendem que os cegos também podem realizar as atividades

normais. O que precisamos são de adaptações para o trabalho”, explica. A psicóloga organizacional Michele Pessoa, 32, acredita que seja possível a inclusão de deficientes visuais nas empresas desde que haja os recursos para eles poderem trabalhar normalmente. Para ela, a sociedade ainda não está preparada para receber o deficiente visual. “Por meio de uma melhoria na estruturação das empresas, com uma adaptação nos recursos tecnológicos, as oportunidades para os deficientes visuais se tornariam maiores”, diz.

Esporte

Anderson Luiz do Nascimento explica que a deficiência visual pode se dar em decorrência de causas congênitas ou hereditárias. Ela se caracteriza pela diminuição nas respostas da visão de maneira leve, moderada ou profunda, que é a cegueira. No caso de Nascimento, a visão foi ficando comprometida no decorrer da infância. Hoje, ele revela ter uma vida quase normal, pois consegue realizar diversas atividades. “Eu gosto de correr, estudar, usar a Internet, cantar no coral e praticar esportes”, declara. De acordo com Nascimento, existem muitos esportes adaptados aos cegos, como judô, atletismo, natação e futebol, entre outros. Em 2005, ele até participou do Mundial de Cegos, em São Paulo, disputando a modalidade de salto em distância. “Naquele campeonato eu quebrei o recorde e desde então ninguém atingiu a minha marca”, conta. Para Nascimento, por meio do esporte é possível alcançar ótimos resultados, mas é necessário

que haja um acompanhamento de profissionais sérios. Este ano, ele começou a faculdade. Escolheu a área de recursos humanos pelo fato de gostar de trabalhar com as pessoas. De acordo com Nascimento, o custo para o aprendizado do cego é muito alto, pois as máquinas de escrever em braile e os softwares sintetizadores de voz são caros e pouco acessíveis para os deficientes sem recursos. “É muito mais caro ser cego do que difícil”, afirma.

Aprendizado

Outro sinal de que a falta de informação dificulta a inclusão social vem da própria educação. A pedagoga Andréia Leite Chaves, 24, afirma que o professor não capacitado, no momento de ensinar um indivíduo com deficiência visual, passa por muitas dificuldades e o aprendizado se torna difícil. “Além de tudo, ainda existe o preconceito de algumas pessoas, que acabam não sabendo lidar com o indivíduo que tem necessidades especiais. As pessoas não precisam nem falar para demonstrar o preconceito, às vezes basta um olhar que já diz tudo”, declara. Para Jéssica Luzia Peres Pereira, 18, estudante e deficiente visual, os professores se esforçam ao máximo e fazem o possível para ajudar os alunos, mas existem dificuldades. Apesar disso, segundo ela, sua vida não é nem um pouco limitada por conta da deficiência visual, pois sua rotina é repleta de atividades. “Faço teatro, atletismo, corro na rua, gosto muito de ouvir música e sou compositora. A vontade de vencer faz um sonho crescer e só depende de você fazer acontecer”, diz ela.

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polícia

economia

Projetos recuperam jovens em conflito com a lei

Meu primeiro salário

Ao menos 100 adolescentes de 12 a 18 anos são atendidos mensalmente em Limeira Thayla Ramos

E

m Limeira, 111 jovens foram apreendidos devido ao tráfico de drogas em 2008. Com o objetivo de combater este e outros delitos, o Projeto Crescer está atendendo mensalmente, desde 2002, ao menos 104 adolescentes envolvidos com drogas, tráfico e furto. Cerca de 70% dos atendidos têm de 12 a 18 anos e vêm da Fundação Casa (antiga Febem) ou são encaminhados pela Vara da Infância. Por decisão judicial, os adolescentes infratores ficam em liberdade assistida e são obrigados a cumprir medida socioeducativa por seis meses. Durante este período, devem receber incentivos para reintegração à sociedade. A primeira etapa do atendimento é a interpretação da medida, feita por psicólogas e assistentes sociais. Após o contexto familiar e social do jovem ser analisado, ele participa de reuniões semanais junto com outros adolescentes que estão em liberdade assistida e também de atendimentos individuais. Men-

salmente, é realizada uma reunião em grupo com os familiares dos adolescentes. “O trabalho de reintegração desses jovens é árduo”, afirma Silvana Bortolin, assistente social e diretora do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social). Ela destaca o contexto familiar dos adolescentes atendidos: muitos vêm de famílias que se sustentam pelo tráfico de drogas, não frequentam a escola e não sabem ler ou escrever. “O mundo infracional para eles é fácil devido ao quadro de exclusão. Esses jovens são induzidos e usados por uma sociedade consumista, que é indiferente à realidade em que vivem”, comenta. Nesse sentido, a assistente social ressalta a função do projeto de abrir portas para o estudo e o emprego aos adolescentes infratores, facilitando a inserção social deles e oferecendo-lhes melhores perspectivas de vida. “É um trabalho desleal e ainda apresenta poucos resultados, pois a aceitação social desses jovens é difícil e a maioria deles mostra resistência ao projeto”, afirma Silvana. Nos encontros, são abordados temas pertinentes às infrações, como drogas e valores sociais e morais. Há também debates sobre atualidades. Se após os seis meses o relatório do adolescente ainda não for favorável, pode-se pedir ao juizado mais três meses de liberdade assistida.

Prevenção

Assistente social e coordenadora do Projeto Crescer, Cleide Marrafon acredita no atendimento realizado. “Nosso objetivo é que eles caminhem com as próprias pernas”, declara. Ela explica que recuperar a defasagem dos adolescentes em conflito com a lei e incentivá-los a mudanças é essencial. “Para isso, tentamos conscientizá-los de seus direitos, compromissos e deveres”, ressalta. Pensando não só em recuperar os jovens, mas também prevenir que venham a cometer infrações mais graves, Cleide foi uma das idealizadoras do Projeto Alerta. “O projeto tem alcançado bons resultados”, diz. Criado em maio de 2009, o Alerta aplica-se a adolescentes que cometeram o primeiro ato infracional. Se após o registro de um boletim de ocorrência for decretada a remissão, advertência ou arquivamento do procedimento, o jovem envolvido é encaminhado ao projeto, mas a participação não é obrigatória. Como parte do Alerta, o programa Preparando Para o Mercado de Trabalho oferece aulas de natação, informática e outros esportes, além do acompanhamento pedagógico para os adolescentes e suas famílias. As atividades são realizadas no NAI (Núcleo de Atendimento Integrado).

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Jovens falam sobre a expectativa da primeira remuneração e especialistas destacam a importância de poupar dinheiro Cintia Ferreira

O

primeiro a gente nunca esquece. A frase pode ser clichê, mas o fato é que o primeiro salário é motivo de grande expectativa na vida de um jovem trabalhador. Beatriz Belchior, 24 anos, é estudante de jornalismo e trabalha há um mês como estagiária na Assessoria de Comunicações da Prefeitura de Limeira. Ela acaba de receber o seu primeiro salário e pretende usar parte dele para fazer uma viagem de férias no final do ano. Com o restante, pretende pagar algumas contas. “Também espero comprar uma camisa do meu time, o Palmeiras”, disse. Gisele Carvalho Roldan (foto), 31, começou a trabalhar há três semanas após um período de desemprego. Ela atua no Fundo Social de Solidariedade de Limeira. Para o pagamento que está próximo, faz planos de equilibrar sua vida financeira. “A outra metade de meu primei-

ro salário já está comprometida em um propósito que fiz com Deus”, revela. O administrador de empresas e professor universitário Celso Leite considera que tra-

balho é igual a independência financeira. Por isso, deixa um conselho aos novos trabalhadores: poupar dinheiro. “Desde o primeiro salário, reserve uma parcela, ao menos 10%, para poupança. Os demais 90%, se puder, use uma pequena parte para dar a si mesmo um presente, apenas para lembrar você de uma vitória sua: seu primeiro emprego, seu primeiro rendimento”, declara. Leite explica que uma pessoa ou uma nação terá autonomia para investimentos futuros dependendo de como for sua capacidade de poupar, ou seja, o seu investimento. “Quando jovem, eu guardava entre 70% a 80% do meu salário. Isso me possibilitou, quando casei,

por assustar muita gente porque costuma ser baixo. “Às vezes, é muito mais baixo que outras ocupações que não exigem conhecimentos ou especializações. É muito raro ver jovens que já começam com salários altos”, declara. Ela também acredita que vale a pena projetar o futuro e poupar, principalmente numa economia considerada incerta. Tanto Beatriz como Gisele possuem grandes expectativas de crescimento nos seus recentes empregos. Para isso, o professor deixa outra dica: os profissionais são avaliados pela sigla CHA, que significa conhecimento, habilidades e atitude. “Somos lembrados pelo que fazemos sempre. A excelência não é um ato, mas sim um hábito, por isso considero um desperdício ficar convercomprar um terreno, comprar todos os móveis à vista, viajar. sando na aula, colar, matar aula. Assim, jamais paguei aluguel e Isso é jogar dinheiro fora. É necessário estudar jamais fiz emsempre, investir préstimo em “Desde o primeiro tempo e dinheiro banco, porque os juros são salário, reserve uma no aprendizado abusivos.” constante para parcela, ao menos obter conquistas Segundo o professor, gas- 10%, para poupança” profissionais satar tudo o que tisfatórias”, gase ganha torna rante Leite. a pessoa escrava do próprio Diante desse cenário, a psitrabalho, pois precisa trabalhar cóloga lembra que, antigamente, apenas para viver. Já poupar é quem era formado em alguma um ato que ajuda a construir a faculdade saía na frente dos deliberdade futura. mais. “Hoje em dia, com a forte concorrência e crises no mercaProjetando o futuro Para a psicóloga Daniele do, a disputa é grande. Existe a Montezelli Barbatto, o salário necessidade de reciclar os codo primeiro emprego acaba nhecimentos”, aponta.

Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo do ISCA Faculdades

• Ano 9 • Edição 57 • Novembro/2009

CHARGE

editorial

ara marcar o fim do ano letivo de 2009, chega às suas mãos o último Em Foco do ano. Na corrida contra o tempo, o ser humano sempre busca alternativas de lazer e descanso para sair da rotina. A pescaria amadora, além de ser uma atividade prazerosa, é importante como “fuga dos problemas da cidade e do estresse”. A pesca representa hoje o segundo esporte mais praticado no Brasil, perdendo apenas para o futebol. Trata-se, como ressalta reportagem publicada nesta edição, de uma tradição que se mantém viva passada de geração a geração. Entretanto, com o avanço das tecnologias, há pessoas que preferem passar as horas de descanso em frente ao computador. Para muitos pescadores, isso fará com que a pesca caia em desuso. Além desse contratempo, há outros problemas. O uso demasiado do computador pode trazer sérios prejuízos para a saúde, conforme mostra outra reportagem desta edição. E se a pesca é opção de lazer, muitos estão à procura de opções de trabalho. Para o jovem, o primeiro salário é um sonho. Mas o que fazer com esse dinheiro? É preciso um planejamento financeiro para se ter uma vida estabilizada, aponta outra reportagem. E buscando o aperfeiçoamento para o mercado de trabalho, o Isca Faculdades promoveu no mês passado um Fórum de Integração do Conhecimento, que mobilizou todos os uni-

Ano 9 • Edição 57 Novembro/2009 _____________________ Jornal Laboratório

do Curso de Comunicação Social (Habilitação em Jornalismo) do Instituto Superior de Ciências Aplicadas (Isca Faculdades), entidade mantida pela Associação Limeirense de Educação (Alie).

Rosely Berwerth Pereira

Coordenadora de Jornalismo

Milena de Castro Silveira

Editor Responsável

Prof. Rodrigo Piscitelli (Mtb 29073)

Produção Gráfica

Prof. Renato Fabregat

As doenças esquecidas Preocupação com as enfermidades sexualmente transmissíveis deve ir além da Aids

versitários na participação em minicursos em diversas áreas. Reportagem desta edição trata do minicurso de governança corporativa. O Em Foco também aborda uma questão séria, a dos jovens infratores. Projetos desenvolvidos em Limeira tentam dar a esse público uma chance de recomeçar. Para os que querem uma maior participação na comunidade, há o Parlamento Jovem, um projeto da Assembléia Legislativa de São Paulo e que também é foco de reportagem. Esta edição mostra ainda os desafios enfrentados pelos portadores de deficiência visual – até para combater o que eles apontam ser o principal obstáculo a superar: a falta de informação alheia. Após um ano repleto de trabalhos e estudos, compromissos e responsabilidades, desafios e conquistas, os estudantes de Jornalismo trilharam mais uma etapa. Um novo ano se aproxima. É tempo de avaliar, planejar e reorganizar os ideais. É tempo de abastecer as expectativas no firme propósito de que vale a pena persistir, ser ousado e corajoso na tarefa de informar. Segundo o poeta Mário Quintana, a vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas, já é sexta-feira, já é Natal e já terminou o ano... Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, diz o poeta, eu nem olhava no relógio e não deixaria de fazer algo de que gostasse pela falta de tempo. Então, desde já feliz 2010 e boas festas!

Diretora Geral

• Ano 9 • Edição 57 • Novembro/2009

saúde

Computador pode fazer mal à saúde?

Mais um ano, mais um Em Foco

P

Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo do ISCA Faculdades

Reportagem Beatriz Belchior, Carlos Giannoni, Cintia Ferreira, Diego dos Santos (Editor), Gerson Américo, Gisele Carvalho, Juan Piva, Leandro Tetzner, Lídia Baião, Luana Delevedove, Milena Maróstica, Paula Nacasaki, Thayla Ramos e Vanessa Ferreira.

Luana Delevedove

A

Como você está se alimentando?

Aproveitando os momentos de lazer?

Como estão suas notas? by: fabregat :] www.fabregat.com.br

2

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s doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), antigamente chamadas de doenças venéreas, são infecciosas e transmitidas - como o próprio nome indica - por meio do contato sexual (seja vaginal, oral ou anal) com alguém que já tenha alguma moléstia do tipo. Como se sabe em tempos de Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), a melhor forma de evitar a contaminação de qualquer DST é o uso de preservativo. Desde que virou uma epidemia, a Aids tornou-se a mais conhecida das DSTs. Só em Limeira, conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde, há 1.123 casos de Aids notificados desde 1986, sendo que 61% deles estão entre pessoas de 15 a 34 anos. O número de mulheres infectadas é o mesmo de homens, e a maioria dessas mulheres relatou ter parceiro fixo há mais de dez anos. A Aids tornou-se um fato tão importante nos últimos tempos que a gravidade e a existência das outras doenças sexuais chega a ser ignorada e negligenciada por muitos. O que é um risco. Causadas por várias bactérias e vírus, existem mais de 25 doenças sexualmente transmissíveis que afetam homens e mulheres. Umas são mais conhecidas, como a hepatite; outras nem tanto, como a clamídia. Desde 2006, Limeira registrou 133 casos de hepatites, sendo que 108 são do tipo C. Algumas dessas enfermidades têm cura, outras acompa-

nham a pessoa por toda a vida. As DSTs podem afetar a saúde física e emocional e a qualidade de vida do paciente. Segundo a psicóloga Solange Dantas Ferrari, as DSTs afetam o psicológico da pessoa pelo preconceito que elas geram em razão da desinformação. “Muitos têm grandes dificuldades com a família, amigos, sentem a cobrança, o distanciamento, e isso abala o emocional, podendo piorar o quadro do paciente”, afirma. Diante desse quadro, a especialista - que já trabalhou no ambulatório de DST/Aids da Prefeitura de Limeira entre 1994 e 1996 - diz que negar e esconder a doença ainda é comum. Isso às vezes dificulta o tratamento, cita Solange, pois o primeiro passo é o paciente aceitar que tem o problema.

Cuidado

De acordo com a psicóloga , o trabalho com o portador da doença deve ser normal, sem acentuar o fato de ser um problema incurável. “Trato um paciente com DST da mesma forma que trato todos os meus pacientes, com muito amor, consideração, transmitindo otimismo e tentando incluí-lo em algum dos nossos grupos”, diz ela – que coordena vários grupos de apoio a portadores de doenças. A psicóloga salienta que o uso de preservativo é indispensável numa relação sexual, pois “quem vê cara não vê doenças sexualmente transmissíveis”. “Só com o uso de preservativos se pode minimizar o risco de apanhar as DSTs. Assim se estará praticando sexo seguro”, fala.

Algumas DSTs menos conhecidas • Balanite: só afeta os homens e geralmente apresenta-se como uma infecção da glande. • Clamídia: infecta o colo do útero da mulher. A uretra, o reto e os olhos podem ser infectados. • Epididimite: inflamação no sistema de tubos acima dos testículos onde o esperma está armazenado. • Herpes genital: pode afetar a boca, a área genital, a pele à volta do ânus e os dedos. • Verrugas genitais: pequenas verrugas carnosas que podem aparecer em qualquer parte dos genitais dos homens ou mulheres. • Gonorreia: infecta o colo do útero, a uretra, o reto, o ânus e a garganta. É possível estar infectado e não apresentar sintomas. É mais provável que os homens notem mais os sintomas do que as mulheres. • Infecções intestinais: provocam diarréia e dores de estômago. • Hepatite: provoca a inflamação do fígado. • Uretrite: inflamação da uretra. • Sífilis: infecção bacteriana. • Cândida: um fungo que vive na pele. • Tricomonas vaginalis: atinge a vagina e a uretra.

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Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo do ISCA Faculdades

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Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo do ISCA Faculdades

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saúde

Alimentação equilibrada garante vida mais saudável Doenças tidas como de idosos podem ser prevenidas com refeições balanceadas Paula Nacasaki

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uem nunca ouviu aquele antigo ditado “você é aquilo que come”? Pois bem, esta metáfora não quer dizer que você será um vegetal se consumi-lo, muito menos um frango assado, e sim alerta para o seguinte fato: todo alimento ingerido é utilizado para fornecer energia para o funcionamento do organismo. Assim, todo indivíduo precisa ingerir vitaminas, proteínas, fibras, carboidratos, entre outros nutrientes, para suprir as necessidades do corpo e evitar futuras doenças causadas pela má alimentação. Muitos jovens, na correria do dia a dia, privam-se de uma refeição saudável, optando por um lanchinho, que é mais barato e mais rápido. A médio e longo prazos, essa opção pode acarretar doenças como obesidade, colesterol elevado, gastrite, diabetes e hipertensão. Todas essas enfermidades são relacionadas ao consumo excessivo de calorias e ao sedentarismo. “Muitos de meus pacientes sofrem com doenças que não têm cura, como diabetes e colesterol. Se desde jovens tivessem uma alimentação balanceada, com frutas, verduras e legumes, hoje teriam

uma velhice mais saudável”, diz a médica geriatra Marly Ferraz. Ela lembra que com o passar dos anos, o corpo precisa de mais nutrientes. Por isso, os jovens deveriam valorizar os prazeres de uma alimentação saudável para, no futuro, não sofrerem com doenças que poderiam ser evitadas pelo simples hábito de se alimentar bem.

Equilíbrio

Quem trabalha e frequenta a faculdade nem sempre tem tempo de ter a refeição “colorida” como sugerem os nutricionistas. Para piorar, cantinas de escolas costumam oferecer poucos atrativos saudáveis, como barras de cereais, lanches naturais, frutas e produtos do tipo “light”. Gerson Américo, estudante de jornalismo, afirma que não é fácil fugir das “bobagens” vendidas na cantina da faculdade onde estuda. “Às vezes consumo coisas calóricas, mas sempre tento equilibrar minhas refeições com frutas”, diz ele.

Já a estudante P.F.N., 22 anos, abusa das frutas e saladas durante o dia, pois seu jantar é substituído por um pão com requeijão e bolachas do tipo “light”. “O ideal é que se seguisse a pirâmide alimentar”, diz a nutricionista Ana Lúcia Roncato, mas nem sempre é fácil se manter em dieta, principalmente para os jovens que fazem muitas coisas ao mesmo tempo. A dica então é evitar o consumo exagerado de doces, frituras, bebidas alcoólicas, refrigerantes e cafés, além de praticar atividades físicas, aconselha a nutricionista.

Meu primeiro salário P. 3

Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo do ISCA Faculdades Ano 9 Edição 57 Novembro/2009

Que tal Computador Como você ser um está se pode fazer mal à saúde? alimentando? ciberativista? P. 12

P. 5

P. 4

Pescaria

Tradição de pai para filho P. 6 e 7

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